Você está na página 1de 11

Por que os conflitos entre gerações estão cada dia mais

comuns?

Seja no ambiente corporativo ou familiar, as gerações X, Y e


Z sempre terão visões distintas.

O chamado conflito de gerações é um problema causado


pelo choque entre as visões de pessoas que nasceram em
épocas distintas e têm sua relação com os relacionamentos,
o trabalho e com a vida de forma geral, fortemente
influenciada pelo contexto em que viveram. As nossas
crenças são geradas dos 0 aos 12 anos, nesse período tudo o
que vemos e ouvimos dos nossos pais e tutores, serão
armazenados em nossa memória.
Conheça as características de cada geração e saiba como
administrar possíveis diferenças sem maiores transtornos:

Geração X / Baby boomers:

Pessoas nascidas durante o período após a Segunda


Guerra Mundial até os meados dos anos 60 e 70 foram
criados em meio à instabilidade da Guerra Fria e
costumam ser bastante comprometidos com as organizações
em que trabalham, justamente como forma de buscar a
segurança e o equilíbrio que faltavam neste cenário de
incertezas.
Pragmáticos e disciplinados, os indivíduos desta
geração ocupam a maioria dos cargos de liderança nas
empresas e são mais resistentes a mudanças do que os da
geração Y e Z. O desafio é fazer com que eles sejam mais
abertos às opiniões dos colegas mais novos e adotem uma
postura empreendedora e inovadora dentro da empresa,
mantendo um diálogo respeitoso e valendo-se de sua
experiência para potencializar o desenvolvimento de novas
ideias.
A postura perante a família é sempre conservadora,
preocupado com o futuro e a segurança do lar, sempre possui
uma reserva financeira para situações de emergência.

Geração Y

Os filhos da geração X já nasceram em um tempo de


transformações mais rápidas e intensas do que nas décadas
anteriores. As décadas de 80 e 90 deram origem a uma leva
de profissionais criativos, multitarefas e movidos por
desafios, mas que também buscam a realização pessoal e
valorizam seus sonhos e ambições.
Diferentemente dos profissionais mais velhos, este grupo
não é tão apegado à ideia de construir sua carreira em uma
única organização, podendo facilmente buscar outras
oportunidades no mercado caso percebam que o atual
ambiente não é capaz de satisfazer seus desejos.
Por serem uma geração intermediária, é interessante que
os colaboradores da geração Y atuem como uma ponte entre
seus colegas mais experientes e os mais jovens, contribuindo
para que seus predecessores assimilem as novas tecnologias e
ajudando a próxima geração a trabalhar de forma mais plural.
No âmbito familiar a geração Y é mais permissiva,
enxerga a vida em ciclos e sabe lidar com mais facilidade com
as adversidades econômicas, mantendo sendo o mindset
positivo como aliado.
Geração Z

Por fim, a geração Z corresponde aos millennials, ou seja,


os jovens nascidos nos anos 2000, na virada do milênio.
Conectados por natureza, a nova geração chega ao mercado
de trabalho com a mentalidade imediatista e individualista
que marca o começo do século XXI. Eles estão sempre online
e carregam o mundo na palma da mão, mas têm dificuldades
em se expressar corretamente e lidar com situações
sociais, como atender ao telefone ou participar de reuniões
longas.
Em termos de visão de mundo e até na forma com que
lidam com a carreira e as responsabilidades, a geração X e a
geração Z são quase diametralmente opostas e muitas
vezes não conseguem chegar a um acordo. Por um lado, os
mais velhos não acompanham o ritmo acelerado dos
millennials e preferem continuar investindo nos métodos e
fórmulas já conhecidos, enquanto a geração Z é conhecida
por sempre questionar modelos considerados
“ultrapassados” e sofrer com a atenção difusa no ambiente de
trabalho.
Para fazer com que os interesses das três gerações se
aproximem, diminuindo as diferenças entre gerações para que
o trabalho flua com o mínimo de conflitos, a liderança das
empresas precisa desenvolver maneiras de se comunicar
adequadamente com cada público, identificando as
peculiaridades de cada um e quais as melhores ferramentas e
canais para mantê-los motivados e alinhados com o resto da
equipe.
Desta forma, respeitando a visão de cada geração e
criando um link de aproximação dentre elas, o engajamento
está garantido. Tão importante quanto a análise das crenças e
comportamentos de cada geração, é o conhecimento dos
valores de cada indivíduo.
Seja no ambiente corporativo e principalmente no
familiar, é muito importante para o convívio, que as pessoas
possuam valores, princípios e propósitos em comum. E assim
que os mesmos forem detectados, a união acontecerá,
independentemente da geração, mas por terem as mesmas
intenções e sentimentos.

A FAMÍLIA E O CONFLITO DE GERAÇÕES

texto básico: Tiago 3.13-18


Texto devocional: Romanos 12.9-21

Versículo-chave: “Se possível, quanto depender de vós, tende


paz com todos os homens” (Rm 12.18)

Leia a Bíblia diariamente


seg Fp 1.1-11
ter Fp 1.12-30
qua Fp 2.1-11
qui Fp 2.12-30
sex Fp 3.1-21
sáb Fp 4.1-23
dom Ec 3.1-15

Alvo da lição:
Mostrar que uma convivência pacífica e agradável é possível
entre diferentes gerações quando refletimos sobre os valores
dos outros e seguimos princípios para resolver os conflitos.

Introdução
“A família é o lugar onde se criam doenças psíquicas e
psicossomáticas, e ela é a primeira rede de apoio que preserva
de adoecer em consequência de uma crise” (Imagens da
Família, Ed. Sinodal, p.115). É fato que cada geração tem a
sua maneira de agir, sentir, pensar e decidir. Entende-se por
“geração”.
• O conjunto dos indivíduos nascidos na mesma época;
• O espaço de tempo (aproximadamente 25 anos) que vai de
uma geração a outra (Aurélio).
Em uma família, várias gerações estão presentes:
• avós,
• pais,
• filhos e
• netos.
Isso significa a presença de variados pensamentos,
conceitos e valores. O que pode produzir competição,
conflitos e inveja. É comum os mais velhos dizerem: “Ah! …
no meu tempo eu não tinha essas facilidades, essas regalias
que os jovens têm agora!” Ele está confessando um desejo não
satisfeito na sua juventude, um privilégio não obtido.
Então perguntamos: não é justamente este o sentimento e
a atitude que as pessoas mais querem esconder das outras?
• O marido, com uma grave enfermidade, pode ter inveja da
esposa porque ela está com saúde, trabalha e tem uma vida
normal, enquanto ele fica isolado.
Sendo assim, o caminho que escolhemos para trabalhar
esta lição é duplo: os valores na família e como resolver
conflitos entre gerações.
OS VALORES NA FAMÍLIA
O que são valores?
Valor é algo desejável ou útil. As pessoas valorizam o
que desejam, necessitam ou consideram interessante. Por
causa disso, temos as nossas preferências, escolhas. Escolher
supõe que preferimos o mais valioso ao menos valioso.
a) Existem objetos valiosos e atos humanos valiosos:
• Objetos valiosos: árvore, uma porção de terra, uma
cadeira, um carro, um computador, uma obra de arte, um
livro, um tapete, um móvel de casa, uma roupa etc.
• Atos humanos valiosos: ato moral, político, jurídico,
cívico, econômico etc.
b) Os valores, de modo geral, podem ser:
• Positivos – Se alinham com os valores bíblicos
• Negativos – A desonestidade, a violência, o preconceito
etc.
• Neutros – “Qual pé devo calçar primeiro, o direito ou o
esquerdo?”
c) Principais tipos de valores:
• Extrínseco ou instrumental – É algo que tem valor por
causa dos efeitos que produz, e não por causa daquilo que
é em si mesmo. Ex.: uma casa confortável.
• Intrínseco ou final – Algo que é valioso em si mesmo. Ex.:
a bondade, a lealdade, a justiça, etc.
APLICAÇÃO
Para refletir em classe: De que maneira os valores estão
presentes nas famílias e nas diferentes gerações que formam
as famílias? Todos valorizam exatamente as mesmas coisas?
Por que?

2. Como os valores se formam na família e nas gerações

De acordo com Eva Lakatos (Sociologia Geral, Ed.


Atlas), existe um processo sociológico de mudança cultural
comum a todas as culturas em todas as gerações.
a) Inovação. Alguém inventa algo, mostra seus valores e suas
vantagens. Normalmente é algo que vem para tomar o lugar
de outra coisa. Ex.: máquina de escrever e computador.
b) Aceitação Social. Acontece quando a sociedade aceita o
que foi inventado. É também a assimilação de um
comportamento novo. Ex.: mulher ser árbitro de futebol.
c) Eliminação Seletiva. Acontece quando a sociedade vai
deixando hábitos antigos para contrair novos; os valores
vão caindo em desuso até desaparecer.
d) Integração Cultural. É o último e definitivo passo. Os
novos valores e comportamentos vão se ajustando cada vez
mais, até serem parte integral da família ou sociedade.
Isso que acabamos de aprender é muito importante para
entendermos a razão das mudanças culturais e dos valores na
família. A igreja do Senhor Jesus Cristo vive sempre em uma
sociedade, nunca fora dela (estamos em Cristo, mas vivemos
também em Éfeso – Ef 1.1). Agora você entende a causa de
muitos conflitos entre gerações. Entende por que o avô quer
que o neto se comporte da mesma maneira que ele, quando
era criança?
Isso não quer dizer que todas as mudanças na sociedade e
na família sejam benéficas. Aliás, em se tratando de mundo,
a maioria delas é degradação e não evolução. Colocamos o
que segue apenas para “abrir a mente”.

3. Os verdadeiros valores da vida

O que é bíblico nenhuma cultura pode derrubar ou


superar. A lista abaixo, que não é exaustiva, mas abrangente,
tem por objetivo mostrar valores que, não importando a
geração, são absolutos e permanentes; válidos para qualquer
época.
a. O principal mandamento (Mc 12.28-31).
b. Ser uma nova criatura em Cristo Jesus (Jo 3.3-5).
c. Salvar a alma ou ter a vida eterna (Mc 8.36).
d. Viver em paz (Pv 17.1).
e. Amar e ser amado (1Co 13.1-3).
f. Autenticidade (Mt 7.3).
g. Solidariedade, altruísmo e utilidade (Lc 10.30-37).

II. Resolvendo conflitos entre gerações

Para a mãe, que foi educada de forma a não poder sair


sozinha com o namorado (a irmã ou alguém tinha de ir junto),
a não poder beijar em público, fica difícil entender que sua
filha possa ir a uma festa e chegar tarde da noite.
Um pai que foi educado aprendendo que “lugar de
mulher é dentro de casa” também reluta em liberar a filha para
trabalhar. Tudo pode se complicar quando o antigo e o
novo acabam coexistindo dentro da mesma casa. Os filhos
querem viver da forma dominante de sua época e acompanhar
os valores atuais; os pais geralmente acabam tentando se
modificar para compreender a forma de vida da nova geração,
sem abrir mão dos valores que eles trouxeram do lar no qual
foram criados. E quando o avô ou avó moram em casa, as
diferenças de gerações são ainda mais evidentes.
Evidentemente não temos uma “receita” pronta. Mas temos
princípios que podem ser aplicados nos relacionamentos
interpessoais, quando há atritos devido às diferenças de
gerações.

1. Comunique o conflito

A Bíblia não recomenda o silêncio quando há


problemas ou pecados. “Se teu irmão pecar contra ti, vai
argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão”
(Mt 18.15). O verbo “arguir” pode ser traduzido como “trazer
à luz”, “expor”, “mostrar a falta ou erro”, “mostrar a razão dos
fatos”, “convencer alguém de sua falta ou erro”. “Vai argui-
lo” implica uma atitude, um movimento em direção ao
ofensor, ao que está nos ferindo. “Se ele te ouvir, ganhaste a
teu irmão.” O verbo “ganhar” quer dizer “poupar alguém de
um dano, perda ou prejuízo”. O que acontece é que muitas
vezes falamos do conflito a todos, menos à pessoa que
realmente precisa saber. No ensino do nosso Mestre, deve-se
falar: “vai argui-lo”!

2. Faça bom uso das “diferenças”

Se você puder entender a posição do outro apenas como


uma posição diferente – nem melhor nem pior – a vida
familiar ficará mais fácil e também mais rica e simples a
convivência. Há um provérbio indiano que diz: “Não critique
um homem antes de andar um quilômetro com seus sapatos”.
Tente vivenciar o conflito sob o ponto de vista da outra
pessoa. Dessa maneira, os avós ou sogros podem se
transformar em valiosa fonte de aprendizagem, pois carregam
uma bagagem de vida com ricas contribuições a dar aos
demais. Portanto, se as diversas opiniões sobre uma mesma
questão são usadas de modo a enriquecer a percepção pessoal
e a percepção sobre os outros, o jovem pode abandonar suas
posições inflexíveis para assumir um posicionamento que
compreenda a opinião dos pais.

3. Faça diferença entre o essencial e o secundário

A palavra “secundário” vem do latim “secundu” que


literalmente é “segundo”. Portanto, “secundário” é aquilo que
é de menor importância em relação a outrem ou a outra coisa;
algo de pouco valor, insignificante, inferior (Aurélio). Daí a
necessidade de se identificar e discernir os conflitos, porque,
muitas vezes, a causa maior não passa de interesse pessoal ou
coisa de pouca importância. Você já ouviu falar do casal que
brigava constantemente porque ao colocar o papel higiênico
no papeleiro do banheiro a mulher gostava que o papel saísse
por baixo, enquanto o marido insistia que deveria sair por
cima? Incrível!
Há muitas coisas que são importantes, mas não são
fundamentais. E muitos conflitos podem ser evitados com
bom senso e tolerância, na medida que identificamos o que é
essencial e o que é secundário; ou o que é inegociável e o que
é tolerável. Quantas vezes brigamos por algo que daqui a
pouco tempo não terá valor algum para nós mesmos!

Conclusão
A família que deseja que todos sejam réplicas uns dos
outros e não assimila as diferenças acaba obstruindo o
crescimento de todos. Maria Luiza Dias em seu livro Vivendo
em Família (Ed. Moderna), acrescenta: Na infância, tudo o
que vem dos pais e avós geralmente parece correto, mesmo
que a criança resista a obedecer – os pais são vistos como
aqueles que já conhecem mais sobre o mundo.
Na adolescência, a tendência é de oposição, de
polarização com os pais. O mundo bom parece ter princípios
opostos. Na vida adulta, espera-se ter encontrado uma posição
mais madura, onde o indivíduo tenha sido capaz não só de
“peneirar” as experiências, reter consigo o que avaliou como
uma boa contribuição da família, como também de elaborar
algumas mudanças, dentro do que considera ser a maneira
pessoal mais adequada para as necessidades atuais.”
Sendo assim, a família sadia é aquela que doou a seus
membros uma provisão para a vida e, ao mesmo tempo,
permitiu a sua diferenciação; que permitiu que cada um
vivesse a sua individualidade sem ser individualista, sem abrir
mão dos valores bíblicos (que são eternos) e sem esquecer de
ensinar a fazer diferença entre o essencial e o secundário. Ao
contrário do que se pensa, uma geração deve aprender com
outra, havendo assim, uma integração de gerações.

Você também pode gostar