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2" edição

Abril de 2006

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Simone Gaivão
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somente será permitida com a autorização por escrito da Editora.
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CIP-Brasil. C:1talogação na fonte

Sant' Ana, André Luiz Lopes


Nos bastidores da Prece I André Luiz Lopes
Sant' Ana.- Rio ele Janeiro: Ave Luz, 2004.
144p.;

ISBN: 85-88871-02-5

1. E spiri t i smo . I. Título.

CDD: 133.9
André Sant 'Ana

C\?\)
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u\fog bagtidoneg da

DEDJCATÓRJA

Escrever uma obra sempre será um sublime desafio.

Nesse processo muitos amigos, dos dois lados da vida,

realizam diversas tarefas ao nosso redor para que se con­

siga alcançar, ao menos, o mínimo possível dos objeti­

vos que foram traçados pelo Alto.

Esses irmãos, aos quais sou muito grato, são os bas­

tidores do livro, que sem esses anônimos, desconhecidos,

ele jamais existiria.


Üumtirío

Oásis da Fraternidade ...... ................ . .. . . . .. . . . . . . . ...... .. . . 17

A ass.istência espiritual ...... . . .......... . . . . ......... . .. ...... . . . . . .. 27

Durante a palestra . ... ....... . . . . . ......... . . ........... ....... . ....... 37

A corrente de ondas mentais . . . ............. . . . ... . . . . . . ......... 49

A corrente de formas-pensamento ............................. 5 9

As teias mentais .... . . . . ........ .. . ............ ..... . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 69

Esclarecimentos oportunos . . ....... ......... . . . . ... . . . .... . . . . . . . 8 ·1

Síndrome psíquica . . . . . . . . . . . . . . .. . ........ ........ . . ............... . 87


.

Semeadura infeliz . . . . . . . .. . ............. . ......... . .. . ..


...... .. . . ..... 97

A matriz de sensualidade ......................................... 105

A fôrma e a essência ...... .. ..... . .. .


. . . ... .. . ............... . . . . . .. 1 17

Novas oportunidades ........... . . . . . . . ......... ....... . . . . ....... 1 27


Apresentação
Q
ue possamos nós, Senhor, trabalhar sempre

em Teu nome na divulgação de Teu Evange­

lho, de Tua Doutrina de Luz.

Cristãos somos e como tais, como antigamente, não

necessitamos mais ir às catacumbas, aos montes embai­

xo de árvores, ou nos escondermos em buracos ou casas

de amigos que comungavam de nosso ideal libertador para

a disseminação de Tua Doutrina.

E é através de mais esse pequenino labor, Mestre,

abordando o tema do pensamento direcionado para o

Bem, que visamos obter nossa melhoria espiritual, nossa

auto-reforma tão necessária, tão buscada inconsciente­

mente por todos nós, pois que de forma consciente, são

poucos ainda os que procuram.

Existem leis que determinam nossa vida e que não

conseguimos perceber por nossa visão ainda limitada na

Terra, mas que o estudo e o tempo vão nos mostrar, nos

aclarar os pensamentos ao nosso favor e em Tua direção,

pois tudo no Universo percorre leis que existem para que

tenhamos a harmonia, ponto chave de qualquer Ser uni-


versai; tudo é harmonia na casa do Senhor.

Então, amigos, busquemos essa harmonia a come­

çar pelos nossos pensamentos ainda tão insipientes, e tão

destrutivas por vezes, mas que um dia, conseguiremos,

com esforço, direcionar para a obra de nosso Senhor .Je­

sus-Cristo, Amigo de todos nós.

Sigamos com o Mestre Jesus, na busca desse conhe­

cimento redentor, melhorando a nós e ao ambiente em

que vivemos, nos auto-educando, conseguindo assim

melhor nos encontrarmos no futuro, em Sua Seara.

Abdullah Lashmallah

(mensagem psicografada no centro espírita Lar da Prece Bezerra de


Menezes, no dia 28 de dezembro de 2003 pela médium Simone
Galv5o)
Prefácio
F
oi Jesus, o Divino Amigo, quem melhor nos

orientou para a alta relevância de uma ora­

ção, ao pontuá-la em conjunto com a vigilância, como

fatores indispensáveis à nossa paz e harmonia.

Desde essa época nos colocamos com certo afâ na

direção da oração para rogativas e agradecimentos, mas

somente após o surgimento do Espiritismo, com o vene­

rável Allan Kardec, pudemos alargar os nossos horizon-

tes e descortinar esse excelente recurso que é orar.

Explica-nos Kardec que a oração é um contato com

os Bons Espíritos, com o Alto, que revigora o Espírito,

que higieniza o ambiente ao redor, que inspira, que for­

talece, que ampara, enfim, são tantas as bençãos que di-

fícil é catalogarmos todas.

Após os seus apontamentos de luz, os centros espíri­

tas começaram a multiplicar essas bençãos através da

união que sempre faz a força.

Criou-se assim as chamadas vibrações, onde as pes­

soas se unem para orar em prol das pessoas doentes, das

casas assistenciais, da paz em nosso planeta, do amparo


às pessoas carentes, e inúmeras outras relevantes ques-

tões.

Há grupos que se reúnem regularmente, em deter­

minado horário, para fazer essas vibrações; noutras ca-

sas são anotados em cadernos os nomes das pessoas, en-

carnadas e desencarnadas, e dos lares, que necessitam de

auxílio.

É esse vasto universo de ação que se descortina ao

nosso redor, que buscamos elucidar, visando destacar os

seus bastidores e a sua importância, já conhecida de to-

dos nós, para a nossa iluminação interior.

Espero que, de alguma forma, seja ele útil para que

você, amigo leitor, possa se utilizar ainda mais da ora­

ção como uma ferramenta de fortalecimento, para essas

dificuldades que todos nós possuímos, e de elevação, au­

mentando os teus momentos de inspiração junto ao Alto.

Muita Paz,

André Sant 'Ana

Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 2004


1

O&sis da
Cfralernidade

Faz pouco tempo que eu vim para esta comunidade


espiritual, mas mesmo que estivesse chegando nesse ins­
tante não seria difícil perceber que se trata de um dia espe­
cial, por causa dessa grande movimentação.
Hoje, é o dia em que se comemora o aniversário de
fundação da colônia; e a toda hora chegam vários convi­
dados de outras comunidades.
Eu cheguei, faz menos de um mês. Transferi-me do
Oriente para buscar uma chance redentora neste país, que
está predestinado a ser a Pátria do Evangelho.
Fui recebido com muito carinho por todos e estou
alojado na Casa da Paz, na ala azul. É aonde ficam as pes­
soas que estão estagiando na colônia. Muitos vêm para cá

17
estudar e se especializam em inúmeras áreas, particular­
mente as que dizem respeito às energias irradiadas pelos
pensamentos, palavras e atitudes.
Na minha última encarnação, no Oriente, fui discí­
pulo de um sábio na Índia, onde vivi e aprendi muito; mas
infelizmente me dediquei mais a mim mesmo e pouco ao
meu próximo, por isso, solicitei uma oportunidade para
colocar em prática a minha experiência, e graças a Deus,
consegui uma vaga de estágio aqui nesta colónia.
Aqui, temos como diretriz máxima o Cristianismo
Redivivo, conhecido como Espiritismo, que eu não co­
nheci quando encarnado, mas que estou aprendendo a
amar, sem fazer esforço, pois no Ashram, já estudávamos
tanto o Bhagavad Gita, quanto o Evangelho de Jesus.
Aqui, aprendi que o Espiritismo é uma Doutrina, que
poderá unir todas as religiões sob um único baluarte: a
Fraternidade Universal, esclarecendo o Amor que Jesus
nos exemplificou, e que tantos outros enviados por Ele,
também mostraram. Ao Espiritismo está confiada uma ta­
refa das mais sublimes que é a transformação moral da
Humanidade.
Aliás, o nome da nossa colónia, pois já me sinto como
parte dela, exemplifica bem isso. Desde que aqui cheguei,
vislumbrei monges, yogues, freis, freiras, inúmeros espíri­
tos, de várias doutrinas e religiões. Todos com o mesmo
ideal: aprender a servir e a amar ao próximo em nome de
Jesus, o Mestre de todos.
Logo que cheguei, fui apresentado a Jean que foi um
dos pioneiros na implantação do Espiritismo, quando tudo
começou na França, com Allan Kardec.

ashram
Comunidade espiritual muito comum na Índia, onde geral­
mente os gurus moram junto aos seus discípulos.

18
Jean me disse que antes de encarnar na França, para
ser um dos colaboradores do Espiritismo nascente, pas­
sou pela Índia para aumentar a sua espiritualidade e, dessa
forma, ficar mais favorável às informações que seriam
trazidas por Allan Kardec.
É ele, pessoalmente, que tem me explicado um pou­
co do funcionamento da colónia, mas nesses dias, ele este­
ve muito compromissado; envolvido com as comemora­
ções que se darão na Estrelas do Sol.
Nesse dia de grande felicidade é sempre esperada a
presença do Benfeitor que fundou a colónia. Disse Jean
que ele sempre vem trazer palavras de incentivo e orienta­
ção a todos os seus colaboradores e passa toda a noite no
Oásis, confraternizando com todos.
A colónia em si não é muito grande. Creio, a que eu
morava era maior. Temos ao centro as construções volta­
das ao intercâmbio superior. Um pouco antes, ao redor,
ficam as casas dos moradores e, nas extremidades, temos
as diversas academias e instituições, como a Casa da Paz,
que é aonde eu moro e que ainda tem uma ala verde, a
Casa da Harmonia, para aqueles que estão em tratamen­
to.
O tempo passou rápido e, finalmente, chegou a hora
do evento. Era noite e todos da colónia estavam na área
chamada Estrelas do Sol, que é um imenso bosque, aber­
to, com muito verde, muitas árvores, e muitas lindas flo­
res, e que tem ao centro algo parecido com um palanque.
Na verdade, lembra mais um pequeno monte. Acho que o
bosque tem esse nome porque é um local propício para
ver as estrelas, mas sinceramente não imagino o porquê
do sol.
Sentamos todos, formando um grande círculo ao re­
dor do pequeno monte. Havia uma certa expectativa no

19
18
- -
-- ��-���c�-

ar, e na hora marcada começaram a surgir do Alto inúme­ •

ras energias. Incontáveis partículas multicoloridas deram


um espetáculo de beleza e uma sensação de paz
indescritível. Era o que todos sentíamos quando as ener­
gias que caíam entravam em contato conosco.
Ao fundo começou a tocar uma melodia inesquecí­
vel e o espetáculo ficou ainda mais belo, pois quando a
música começou a tocar, as energias ,que dela irradiavam
em contato com as que nos banhavam, causaram um fe­
nômeno parecido com o da aurora boreal no plano físico.
Isto, para que se tenha uma pálida idéia do que estava acon­
tecendo, pois ainda está muito distante da realidade.
E, quando eu já estava maravilhado com tanta paz,
eis que surge, no pequeno monte, um senhor de idade
que irradiava uma tênue luz em sua volta, que imediata­
mente começou a falar, visto por todos que o circunda­
vam.
- Meus queridos irmãos e irmãs em Cristo jesus,
muita paz a todos!
É chegada a hora! já faz mais de dois mil anos que o
chamado do Senhor da Vida nos convida para os páramos
celestiais. Apesar disso, continuamos dando-lhe às cos­
tas, nos iludindo com o que é efémero e transitório.
P referimos ainda a porta larga, esquecendo que a
estreita só é assim, porque ainda estamos distante dela.
Convida-nos, o Divino Pastor, para nos engajarmos
na Seara como fiéis trabalhadores da última hora.
É hora do Bem se estabelecer definitivamente no
Orbe terrestre.
Concretizam-se, e m nossa esfera, as bem­
aventuranças preditas por Ele. Nenhum de nós pode pos­
tergar esta oportunidade de servi-Lo e amá-Lo, distribu­
indo bençãos aos que jazem na ignorância nos dois pla-

20
- -
-- ��-���c�-

• nos da vida, amealhando dores e


A iluminação de consciências é tarefa de
excelência, para aplacar a fome espiritual que
em nossa
Possamos, todos então, nos doarmos mais aos nos­
sos irmãos da crosta nest� hora tão obscura e, parado­
xalmente, tão sublime para a Humanidade, tentando se­
mear o Amor ao maior número possível de irmãos, sa­
bendo que a colheita pertencerá sempre a cada um, con­
forme as
Desçamos com humildade para que Ele
nós e guie as nossas mentes e os nossos corações na dire­
ção da
Unamo-nos em pensamento com Ele, para nos ali­
mentarmos da Sua Luz que se irradia sobre
instante em que a Graça de Deus nos permitiu
ano de realizações e, mais um iniciar que se
Amantíssimo Jesus, abençoa Senhor, a cada
nós para que consigamos superar a montanha
dificuldades, para que sejamos fiéis servidores da Sua Se­
ara de Amor, olvidando de nós mesmos, para servir
em Teu nome, aonde quer que
Muita Paz e Felicidade a todos vocês, meus filhos!
Eu estava extasiado... As palavras do Nobre Benfei­
tor pareciam feitas de luz. Quando ele falava, a sensação
era de que eu ia explodir de tanto júbilo. É difícil de expli­
car... Parecia que o mesmo aconteceu com os outros, pois
era visível o bem-estar, a felicidade estampada na fisionomia
das pessoas. Agora eu entendo o porquê do sol... Real­
mente, era como se tivéssemos entrado em cantata com
um "sol", em plena noite. As suas palavras tinham uma
energia que até então, eu nunca tinha sentido ou imagina­
do. Será que estávamos diante de um dos apóstolos de

21
Jesus?
Tão logo consegui encontrar Jean na multidão fiz­
lhe a pergunta:
-Jean, quem era esse irmão que me pareceu o mais
J
próximo de um anjo que eu já pude estar? Por acaso, era
um dos apóstolos diretos de Jesus?
- Saulo, o fundador da nossa casa, foi um dos gran­
des colaboradores indiretos de Jesus. Pouco se tem na his­
tória universal sobre ele. Há uma obra de Filostrato so­
bre a sua vida, mas está incompleta. Não existem muitos
registras, mas só esse pouco é suficiente para demonstrar
a grandeza espiritual da sua pessoa.
Ele foi contemporâneo de Jesus, mas não o conhe­
ceu pessoalmente. Era rigorosamente vegetariano, tanto
na alimentação quanto no vestuário, por amor ao pró­
ximo em todos os graus.
Andava sempre descalço e jamais cortou sua barba
ou seu cabelo, na busca de uma vida simples e com o
estritamente necessário.
Foi portador de várias possibilidades psíquicas, den­
tre elas a cura e a clarividência, que sempre utilizou com
retidão e elevação, ajudando sempre aos que precisavam.
Jamais buscou fazer discípulos, mas irmãos de ideal.
Por isso, viajou muito, aprendendo e ensinando sobre a
Fraternidade Universal.
Ficou muito conhecido na época, por causa dessa
"veia" fraternalista, quando valorizava sempre a essên­
cia dos ensinamentos, jamais a fôrma.
Ajudava as pessoas a desvelarem suas religiões dos
rituais e misticismos para que pudessem usufruir ao má­
ximo dos ensinamentos que elas traziam.
Seu objetivo, nesse sentido, não era de fazer proséli­
tos para o que ele ensinava, mas o de auxiliar todos a

22
J alcançarem a Felicidade em sua própria religião.
Era de personalidade austera, mas com uma doçura
e afabilidade incomum. Caridoso, jamais perdia a opor­
tunidade de auxiliar aos que o procuravam. Portador de
uma moral ilibada, sempre se colocava a serviço do Bem
de todos. Foi sem dúvida, um grande cristão, na verda­
deira acepção da palavra.
Quanto a essa questão, nas cartas do apóstolo Pau­
lo, há referência a um certo Apolo que acredito se tratar
do nosso venerável Benfeitor.
Célebre também os seus ensinamentos, à época, so­
bre a reencarnação, existindo inclusive uma carta dele
dissertando sobre esse fundamento a um nobre que ha­
via perdido um ente querido.
Quando retornou à pátria espiritual, antes de subir
às Esferas Superiores, decidiu fundar um local, onde as
pessoas pudessem adquirir Sabedoria, se preparando para
colocá-la em prática nas mais diversas doutrinas e religi­
ões, disseminando a consciência da Verdade por todos os
cantos. Isso em conjunto com a Caridade, numa união
que pudesse se transformar ininterrupta no Bem, através
dos pensamentos, palavras e atitudes.
E m razão disso, a missão desta casa é a d a
Fraternidade Universal, colocando todas a s doutrinas e
religiões como irmãs, pois são todas vindas de Deus. To­
dos aqueles, imbuídos desse sentimento verdadeiro de
Fraternidade, encontram aqui a sua casa, pemanecendo,
se for da vontade, marcado pela fôrma que tiveram na
Terra, mas vivendo a essência do Amor que Jesus nos dei­
xou.
Nos dias atuais, utilizamos a bússola da Doutrina
Espírita para nos guiar. Foi uma orientação pessoal do
nosso fundador, para que nos mantivéssemos sempre na

2.1
direção do Alto, pois como todos sabemos, ela é a Tercei­
ra Revelação, direcionada pelo próprioMestre jesus para
a redenção de todos nós.
Assim, todos que aqui estagiarem, estarão auferindo
os ensinamentos e a vivência espírita, para quando
reencarnarem, os seus postulados serem tidos a conta de
naturais, facilitando a transformação de si mesmos, em
qualquer fônna religiosa que estejam.
Como é fácil perceber, os ensinamentos espíritas ain­
da estão em número reduzido em relação às outras dou­
trinas antigas, e não poderia ser diferente, pois a Nature­
za não dá saltos, mas cada vez mais nossos irmãos se
engajam em outras religiões e doutrinas, levando o apren­
dizado e a experiência do Oásis da Fraternidade, e assim,
se tomam desta forma favoráveis intimamente à Dou­
trina Espírita, auxiliando assim, na fôrma que se encon­
trarem, na disseminação e compreensão dos postulados
espíritas.
-Mas como funciona isso? Por exemplo, um irmão
nosso da colônia que tenha sido frei n a última
encarnação, poderia reencarnar novamente na fônna da
Igreja?
- Como não?Se assim estiver na sua programação
reencarnatória... só que levará consigo a Terceira Reve­
lação de fonna inata, e isso propiciará a ele excelentes
ensejos para servir no papel que for chamado.
Além do que ele estará sempre pronto a ajudar na
propagação da fraternidade, não oferecendo oposição ou
perseguição sistemática, como às vezes ainda acontece �
ao Espiritismo ou, a qualquer outra Doutrina ou Reli­ f
I
gião, na fôrma religiosa que participe, pois que aqui, essa
virtude que todos possuem de forma latente, é desenvol­
vida ao máximo, para que ao encarnarmos ela possa

24 2S
direção do Alto, pois como todos sabemos, ela é a Tercei­ aflorar com facilidade.
ra Revelação, direcionada pelo próprioMestre jesus para E aproveitando que estou contigo, posso dizer-lhe
a redenção de todos nós. que temos um tarefa para você, junto a um ponto de luz
Assim, todos que aqui estagiarem, estarão auferindo que foi fundado na Terra por alguns dos nossos integran­
os ensinamentos e a vivência espírita, para quando tes encarnados. O que me, diz?
reencarnarem, os seus postulados serem tidos a conta de -Digo que estou aqui para servir!
naturais, facilitando a transformação de si mesmos, em - Excelente! Amanhã na primeira hora procure por
qualquer fônna religiosa que estejam. mim em minha sala na Universidade!
Como é fácil perceber, os ensinamentos espíritas ain­ Às sete horas da manhã, fui então, encontrar-me com
da estão em número reduzido em relação às outras dou­ Jean.
trinas antigas, e não poderia ser diferente, pois a Nature­ - Bom dia, Saulo! Fique à vontade. Deixe-me apre­
za não dá saltos, mas cada vez mais nossos irmãos se sentar o nosso nobre irmão Agar que será o seu instrutor
engajam em outras religiões e doutrinas, levando o apren­ nessa tarefa que se inicia.
dizado e a experiência do Oásis da Fraternidade, e assim, Você irá acompanhá-lo por um período breve, até
se tomam desta forma favoráveis intimamente à Dou­ que tenha o suficiente em infonnações, que o capacita­
trina Espírita, auxiliando assim, na fôrma que se encon­ rão posterionnente, a assumir algumas responsabilida­
trarem, na disseminação e compreensão dos postulados des em nossa comunidade.
espíritas. Assim como você, ele também veio do Oriente. Acre­
-Mas como funciona isso? Por exemplo, um irmão dito que isso irá facilitar a sua adaptação e compreensão
nosso da colônia que tenha sido frei n a última dos fatos que serão vivenciados.
encarnação, poderia reencarnar novamente na fônna da -De acordo, Saulo?
Igreja? -Sem dúvida, Agar. Quando partiremos?
- Como não?Se assim estiver na sua programação - Hoje ainda tenho que resolver algumas questões.
reencarnatória... só que levará consigo a Terceira Reve­ Amanhã, às 14 horas, iniciaremos nossos estudos visi­
lação de fonna inata, e isso propiciará a ele excelentes tando a reunião pública de um dos centros espíritas liga­
ensejos para servir no papel que for chamado. dos a nossa colônia.
Além do que ele estará sempre pronto a ajudar na
propagação da fraternidade, não oferecendo oposição ou
perseguição sistemática, como às vezes ainda acontece �
ao Espiritismo ou, a qualquer outra Doutrina ou Reli­ f
I
gião, na fôrma religiosa que participe, pois que aqui, essa
virtude que todos possuem de forma latente, é desenvol­
vida ao máximo, para que ao encarnarmos ela possa

24 2S
i
'

'2

9! élssísfêncíél
espírífut1!

Após a conversa com Jean e Agar, retornei ao bosque


para rogar a Jesus a sua bênção para esse desafio que se
miCJava.
Eu mal consegui dormir, ansioso que me encontrava
com essa oportunidade de estudo. E quando chegou a
hora marcada para podermos partir não pude conter o
meu entusiasmo.
- Agar, sobre o quê irei aprender?
- Nos dedicaremos, particularmente, a conhecer as
tarefas realizadas pela equipe denominada Estrelas Si­
lenciosas. Eles realizam inúmeras atividades relaciona­
das às energias, tanto da mente quanto outras menos po­
tentes, a partir das tarefas de irradiação que são realiza-

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27
i
'

'2

9! élssísfêncíél
espírífut1!

Após a conversa com Jean e Agar, retornei ao bosque


para rogar a Jesus a sua bênção para esse desafio que se
miCJava.
Eu mal consegui dormir, ansioso que me encontrava
com essa oportunidade de estudo. E quando chegou a
hora marcada para podermos partir não pude conter o
meu entusiasmo.
- Agar, sobre o quê irei aprender?
- Nos dedicaremos, particularmente, a conhecer as
tarefas realizadas pela equipe denominada Estrelas Si­
lenciosas. Eles realizam inúmeras atividades relaciona­
das às energias, tanto da mente quanto outras menos po­
tentes, a partir das tarefas de irradiação que são realiza-

26
27
"

das pelos centros espíritas.


I
E o local para onde estamos nos dirigindo é um des­
ses centros, na verdade, o primeiro que se estabeleceu por
pessoas oriundas de nossa fraternidade.
Chegamos ao centro espírita. Ainda não haviam sido
abertos os portões ao público, mas no plano espiritual, o
movimento de espíritos j á era intenso.
Na entrada, à porta, dois espíritos nos saudaram, de­
monstrando conhecerem o nobre amigo.
Havia vários espíritos entrando e saindo, se dirigin­
do a diversas salas. Umas existiam no plano físico, outras
somente no plano espiritual.
Uma senhora de estatura baixa, usando óculos, irra­
diando uma doce energia e de aparência muito simpática
se aproximou de nós. Era Verónica, dirigente responsá­
vel, em nosso plano de ação, pelas tarefas.
Agar apresentou-me à querida irmã.
- Minha querida Verónica, gostaria de apresentar­
lhe o nosso jovem Saulo.
- Seja bem-vindo Saulo, à nossa assistência espiritu­
al, espero que ela seja útil de alguma forma no aprendi­
zado que estará realizando junto ao nosso querido Agar.
-Muito obrigado, irmã Verónica. Eu tentarei apren­
der ao máximo, buscando prestar muita atenção nas ori­
entações do nosso irmão.
- Agar conhece profundamente esta tarefa, pois foi
ele próprio que auxiliou a estruturá-la alguns anos atrás,
dedicando-se, ainda hoje, junto a nós, só que em respon­
sabilidade agora mais abrangente. Inclusive, aproveitan­
do o momento, Agar, poderemos contar com a sua pre­
sença daqui em instantes nas tarefas mais específicas?
- Perfeitamente, Verónica! Enquanto isso, estarei
mostrando a Saulo algumas nuances dessa bela tarefa de

28
-----
"

I assistência.
Agar então, começou a me mostrar as diversas tarefas
realizadas na assistência que iria se iniciar ao público, dali
a duas horas.
- Saulo, primeiro vamos conhecer o salão principal.
Lá chegando, observei vários espíritos espalhando
energias específicas, que pela sua tonalidade amarela de­
veriam servir para auxiliar na concentração.
- Saulo, o que você está vendo é a preparação
energética desse ambiente.
Essas energias que estão sendo distribuídas pelo sa­
lão, ajudarão os nossos irmãos encarnados na concen­
tração. Noutras salas, outras energias estão sendo dis­
tribuídas, de acordo com o caráter de cada ambiente.
Na câmara, utilizada para aplicar os passes, por
exemplo, você poderá vislumbrar outra energia predo­
minante. Vamos até lá.
Realmente, se no salão estavam utilizando uma ener­
gia que estimulava a consciência, na câmara utilizavam uma
outra que auxiliava na interiorização; mas o que chamou
mais a minha atenção foi o trânsito de espíritos, indo e
vindo dela.
Alguns com anotações semelhantes aos boletins mé­
dicos terrenos, outros pareciam manipular fórmulas e ex­
tratos, medicamentos diversos. A impressão que eu tinha
é de que tínhamos adentrado um complexo laboratório
medicinal.
O próprio espaço em si, era muito maior do que o
destinado à tarefa de transfusão de energias no plano físi­
co.
Com tantas novidades, não pude deixar de indagar a
Agar sobre o fato.
- Agar, será que estamos diante de uma farmácia em

29
plena câmara de passes?
- Sim, Saulo, você está certo. Estamos numa verda­
deira farmácia espiritual.
Esses nobres irmãos são médicos e manipuladores
de essências vigentes em nosso plano.
Utilizam-nas em várias questões de relevância jun­
to a tarefa de transfusão de energias, tais como a
fluidificação das águas e o tratamento espiritual das pes­
soas que aqui vêm.
É necessária uma maior especialização porque esta
casa dispõe de um serviço de fluidificação de águas, bas­
ta que a pessoa coloque o nome e os sintomas em uma
garrafa que a água receberá medicamentos específicos
para o problema apresentado.
- E as pessoas saberão como deve se tomar essas
águas fluidificadas em prol do seu restabelecimento?
- A posologia fica a cargo da intuição de cada um,
sabe-se somente que deve ser ingerida, mas se for da von­
tade da pessoa uma água para passar em algum local, isto
deve ser especificado na mesma etiqueta identificadora
dos sintomas.
- Mas é um serviço fantástico!
- Esse é um processo comum nas casas espíritas, e
que, em hipótese alguma, pode dispensar o tratamento
pela medicina terrena, pois que o objetivo não é substi­
tuí-la, mas complementar a inestimável ajuda que ela
proporciona aos enfermos.
- E quanto ao tratamento espiritual dessas pessoas
por essa casa? Seria algo com relação ao que eu vi? As
pomadas, compressas e outras substâncias que estavam
sendo preparadas dentro da câmara?
- De posse da ficha médica de cada um que aqui vêm
em busca de ajuda, feita pelos espíritos e atualizada re-

30
gularmente, nossos irmãos ainda podem aumentar, gra­
ças a infinita misericórdia Divina, o já extenso campo
de atuação na Seara de jesus.
Assim, aliada a excelente água fluída, busca-se au­
mentar a ajuda através da manipulação de inúmeras subs­
tâncias da nossa realidade.' Pomadas, ungüentos, cremes
e outros medicamentos são feitos para o tratamento das
pessoas antes, durante e depois do passe, pois não é ape­
nas na câmara que recebem esses medicamentos.
Comumente, durante a explanação, já recebem, os nos­
sos irmãos, essas preciosas bênçãos do Alto.
- Outrossim, vi que existia uma bancada com diver­
sos aparelhos que me pareciam ser da área medica, pois
alguns lembravam equipamentos utilizados por essa área
de trabalho. São para auxiliar nessas tarefas?
- Sim, Saulo, temos aqui também aparelhos comple­
mentares para diagnóstico, análise e acompanhamento
daqueles que buscam a nossa ajuda, pois às vezes eles in­
formam algo nos rótulos diferente da verdadeira proble­
mática que os aflige.
Temos, então, um certo cuidado para ofertar-lhes o
remédio correto, aquele que poderá auxiliar na cura de
seus males, quando isso for posssível, ou ao menos con­
tribuir para o alívio de suas dores.
Lembrando que todos que aqui vêm recebem ainda
o mais importante medicamento desta casa: o despertar
da consciência. Que favorece a cura real e definitiva, que
está no campo da reforma íntima, do espírito, e não do
corpo físico.
Eu estava extasiado com tudo que estava aprenden­
do e vendo. Jamais imaginei tamanha assistência por parte
do plano espiritual às nossas mazelas, tamanha dedicação
em favor do semelhante.

.li
r

Sabia que éramos constantemente amparados, mas


comprovar essa realidade dos bastidores da vida é por de­
mais transcendente.
- Passemos agora às salas reservadas ao tratamento
dos espíritos atendidos em nosso plano.
Fomos então ao segundo andar da instituição, que
·

não existia no plano físico.


Lá, vi várias enfermarias e salas para atendimentos di­
versos, me parecia um autêntico posto de saúde.
Várias equipes estavam prontas e já atendiam em nos­
sa esfera a diversos espíritos com as mais variadas mazelas.
Ao chegarmos no final do corredor, entramos numa
área restrita desse andar.
Havia uma ante-sala, e lá dez espíritos estavam estu­
dando, de forma introspectiva, os livros da codificação
espírita.
- Adentramos agora, Saulo, a área reservada às tare­
fas desobsessivas em nosso plano.
Esses companheiros são os integrantes da nossa equi­
pe espiritual que estarão recebendo os espíritos que pre­
cisam de auxílio daqui a alguns instantes. Será realizado
um primeiro cantata, iniciando o tratamento e prepa­
rando-os para a derradeira tarefa junto a equipe encar­
nada da casa.
Entramos na sala mediúnica espiritual. Era um local
muito simples, semelhante a sala que existia na própria
casa espírita, a diferir somente que também ali, pude notar
uma bancada com aparelhos diversos que, presumo eu,
sejam úteis à terapia desobsessiva.
Indaguei Agar sobre a questão.
- Esses seriam aparelhos utilizados durante a
desobsessão do nosso lado?
- Não somente do nosso lado, Saulo, mas de ambos.

32
r

São aparelhos que auxiliam em diversas circunstâncias,


antes, durante e depois do trabalho.
Sigamos agora para a entrada principal da nossa ins­
tituição.
Já estavam abertos os portões da casa permitindo a
entrada das pessoas, e havia agora uma equipe de espíri­
tos que recepcionava tanto as pessoas encarnadas quanto
os espíritos que as acompanhavam, num trabalho muito
interessante.
Se eram espíritos familiares ou protetores, nossos ir­
mãos esclareciam os procedimentos da casa e o seu funci­
onamento de forma sucinta, mas se eram espíritos afins,
de caráter inferior, ou espíritos com interesse em prejudi­
car a pessoa, era feita uma seleção antes da entrada no sa­
lão.
Uns podiam entrar e permanecer junto às suas com­
panhias, outros permaneciam no salão, mas afastados dos
seus, e alguns outros, nem podiam entrar na casa.
Tudo era feito por essa equipe espiritual. sem que a
maioria desses espíritos se apercebesse de como isso se
dava.
Pude ver também que ainda havia alguns espíritos que
tentavam se aproximar da casa, mas eram como que refra­
tados.
Vislumbrei então um certo campo de energia ao re­
dor da casa, quase que imperceptível, que oferecia a devi­
da resistência a esses espíritos.
- O que vês, Saulo, é a defesa energética desta casa.
Toda casa alicerçada no Bem a possui, pois nada
mais é du que a sua própria psicosfera, resultada da mo­
ral dos seus integrantes que atrai os Bons Espíritos, e se­
cunda a esses recursos para a proteção.
Como você também pode observar, o grupo do nos-

3.1
-----
r----

so irmão Caio realiza extensa tarefa junto a entrada dos


espíritos, mas essa tarefa ainda se expande para dentro
do salão onde ainda são separados aqueles que precisam
de cuidados médicos indo para a ala que visitamos, da­
queles que precisam de ajuda psicológica, de outros que
necessitam de orientação... a gama é realmente imensa.
Apressemo-nos, porque já está próxima a hora da
palestra e ainda precisamos ver o trabalho que é feito
junto ao cesto de irradiações.
Fomos então para outra área da casa, onde várias pes­
soas se sentavam numa mesa para anotar nomes de pesso­
as encarnadas, desencarnadas, e lares.
Era num cesto que elas depositavam os nomes, mas
o fato curioso é que no nosso lado, os cestos tinham um
aparelho em cima, acoplado a borda, que lia para outro
mini-aparelho, os nomes e a definição que foi dada: lar,
encarnado ou desencarnado.
- Este, Saulo, é o nosso registrador. Ele, como o fm)­
prio nome já diz, registra todas as informaç6es coloca­
das pelas pessoas para que depois a equipe possa proceder
a análise e o planejamento para cada uma delas.
- Todos, então, são ajudados pela equipe?
- Depende do caso, pois para ajudarmos, é preciso
que a pessoa esteja em condiç6es de receber a ajuda.
- Precisa merecer.
- Não afJenas isso, em alguns casos é preciso estar
pré-disposto, em condiç6es de receber a ajuda... veja o
caso deste irmão que apareceu no visor do registrador.
Álvaro desencarnou faz poucas semanas, deixando
a esposa, que sempre coloca o seu nome aqui no nosso
cesto de irradiaç6es.
Avesso às questões morais, sempre buscava um jeito
de ludibriar as pessoas para ter vantagem em seus negô-

34
-----
r----

CIOS.

Será necessário ainda um bom tempo para que ele


consiga se desvencilhar de si mesmo e de suas amargas
colheitas.
Nesse caso, boas energias são levadas a ele, propor­
cionando-o uma réstia de luz no dédalo de dores e som­
bras em que se encontra, mas não nos é possível ofertar,
por enquanto, ajuda mais abrangente.
A equipe o monitora, até que seja possível socorrê­
lo futuramente.
Além desse caso, existem vários outros onde não po­
demos atuar diretamente em favor do próprio. Cada caso
é um caso. Mas, sem sombra de dúvida, todos, sem exce­
ção, são auxiliados no que é possível. Todos os espíritos,
encarnados e desencarnados, e todas as casas aqui
registradas. O quanto poderão ser ajudados é que depen­
derá de cada um.

35
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36
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,I CfJurt1nfe t1
pt1lesfrt1

Terminada as observações junto a equipe que traba­


lha na área de irradiações, Agar sugeriu que retornássemos
até o salão principal para que eu pudesse estender ainda
mais o meu campo de observação sobre as energias.
-Saulo, o salão principal de uma casa espírita é sem­
pre um excelente laboratório psíquico.
Apesar de todos estarem sobre a balsâmica influên­
cia energética da sala, que sempre é adredemente prepa­
:I rada para isso, como você observou, somente alguns apro­
veitarão o ambiente para, impregnados com essas boas
energias, facilitarem o envolvimento vibratório com o
palestrante e com a assistência que se faz do nosso lado.
-Como assim, Agar? Não entendi? Pode alguém aqui

37
estar e não aproveitar esse ambiente? Essas energias?
-Existe uma clara diferença entre sensações e vibra­
çôes. Na primeira percebemos, e na segunda sintoniza­
mos.
Imagine que você está sentado, num dia de sol, no
banoo de uma praça, lendo um livro. Sua mente está em
alta freqüência e conseqüentemente o seu campo mental
estará elevado.
De repente, a temperatura começa a aumentar sen­
sivelmente. Essa percepção não lhe impedirá de continu­
ar lendo o livro edificante, nem lhe tirará a sua alta fre­
qüência vibratória, se você permanecer concentrado na
leitura.
Se desejar, pode até procurar um lugar mais fresco,
mais agradável, para não sair da elevação mental em que
se encontra por causa do incómodo causado pela sensa­
ção de calor.
Aqui presenciamos a mesma situação. Não será, in­
felizmente, somente por causa das excelentes energias de
caráter balsãmico, que as pessoas irão modificar os seus
pensamentos, a freqüência vibratória de suas ondas men­
tais, elevando-os.
Para isso, é necessário a pré-disposição íntima de
cada um em querer se concentrar em algo mais elevado
do que se coloca no momento.
- Mas então, é dispensável esse trabalho dos nossos
irmãos energizando a sala?
-Em nenhuma hipótese será essa ajuda dispensável,
Saulo.
Se as energias não servirem ao propósito de auxiliar
na elevação dos pensamentos, não por causa dela em si,
mas pela condição íntima das pessoas, servirão, então,
como um bálsamo, pois de qualquer jeito as pessoas en-

38
trarão em contato com elas, absorvendo-a$ mais ou me­
nos.
E note também, que na sua hipotética leitura
edificante, o calor poderia influenciar você a uma mu­
dança vibratória, não pel(l percepção do mesmo em si,
ou seja, por agora estar com calor, mas pela sua postura
em relação a ele e ao que você se concentrava no mo­
mento.
Como conseqüência pela percepção do calor, você
poderia ficar incomodado, indisposto, indo embora e dei­
xando a leitura para outra hora, saindo então da alta
freqüência em que se encontrava.
Da mesma forma, uma pessoa em desequilíbrio ao
entrar em contato com as excelentes energias desta casa,
terá uma sensação de bem-estar, de leveza, de paz, poden­
do se envolver com elas a tal ponto que conseguirá mo­
dificar os seus pensamentos, elevando-os.
!intendeu a diferença?
- Sim, Agar, mas será que todos conseguem sentir
essas energias psíquicas?
- Sem dúvida! Apenas difere o grau de percepção e a
consciência dessa percepção.
- E esse grau de percepção influencia nos efeitos que
a energia proporcionará sobre a pessoa?
- Claro que não, Saulo. Não é a consciência que fará
a fJessoa se sentir bem, mas a quantidade, e a qualidade,
de energia absorvida por cada um.
F: como num medicamento. Ele fará bem ao doente
independentemente da sua confiança, ou conhecimento
do mesmo. Não importa a ele conhecer como foi feito
ou como ele agirá sobre o seu organismo, restabelecen­
do-o. É um fato, após tomá-lo obterá os resultados.
- Agar, é possível alguém não absorver a energia es-

39
tando dentro do ambiente?
- Saulo, a absorção sempre será feita, mas nem sem­
pre em quantidade e qualidade que proporcione uma in­
fluência para mudar a freqüência vibratória dos seus pen­
samentos.
Na verdade, cada pessoa possui um campo mental
único e nele, encontraremos diversas energias que

1·'
delineam o caráter moral de cada um. Essas energias tan­
to podem prejudicar quanto ajudar nessa absorção.

I
Estudemos, na prática, algumas dessas circunstân­
czas.
Nos dirigimos, então, a primeira fila do salão. Lá es­
tava Geraldo, freqüentador assíduo da nobre instituição,
segundo nos informou um dos trabalhadores do nosso
plano.
Em sua aura havia diversas formas-pensamento que
demonstravam um único teor: o vício do jogo.
Geraldo era um jogador contumaz, e isso se refletia
claramente em seu campo mental.
Impressionante perceber que sua concentração era ta­
manha nessa questão que as formas-pensamento eram bem
definidas. Ficavam ao seu redor, como estivessem em sua
"órbita", influenciando-o, num processo simbiótico, do­
ando e recebendo energias dele.
Como este é um fato que leva muitas pessoas a cha­
mada auto-obsessão, resolvi me aprofundar com o nobre
mentor.
- Agar, esse seria um caso de auto-obsessão?
-Infelizmente, Saulo! As formas-pensamento por te-
rem essência e vida artificial estarão sempre irradiando
energias que influenciam as pessoas que, por ventura, com
elas sintonizarem. Assim, q u a n do não têm
endereçamento, como é o caso em questão, elas ficam

40
rodeando o seu criador e o influenciando com a essência
que ele mesmo projetou.
Esta é uma das maneiras de se auto-perturbar, ou se
auto-obsidiar, pois ele não está sendo influenciado por
ninguém encarnado ou desçncarnado, mas pelas suas pró­
prias criações mentais, que exigem mais e mais energias
afins para se manterem "vivas".
Paralela a essa questão, está o nosso ambiente, im­

1·' pregnado de energias elevadas, que enfraquecem essas for­

I
mas-pensamento criadas por ele, sendo várias dissipadas
aqui e durante o passe. Mas ele não aproveita essa ajuda,
pois raramente consegue se manter em concentração di­
ferente que a do jogo.
Como pode ver, também ele absorve as energias do
nosso ambiente, mas não a ponto de lhe chegar as fibras
íntimas, por causa da densa camada em que se encontra
envolvido por interesse e descuido próprio.
As energias então, nesse caso, não o influencia, mas
de qualquer forma o beneficia, higienizando-o psiquica­
mente. Ao sair, estará ele com menos energia negativa
em sua psicosfera do que quando entrou na casa.
E foi o que observei. Parecia uma luta psíquica, de
um lado, as boas energias tentando higienizar a sua
psicosfera e de outro, a sua mente, concentrada no vício,
fortalecendo as suas criações. Se alguma era dissipada,
outra aparecia logo depois gerada pela sua mente, mas,
gradativamente, a "pressão" psíquica exercida pelas ener­
gias balsâmicas iam superando as energias negativas.
O mais curioso acontecia quando ele começava a se
concentrar em outra coisa, que não o vício, mudando a
freqüência dos seus pensamentos, e eu via perfeitamente
as formas-pensamento tentando influenciá-lo para retornar
a freqüência delas. Algumas vezes ele resistiu, noutras não.

41
- Saulo, alguns espíritos conhecem esse mecanismo
de influência das formas-pensamento, bem como suas pro­
priedades, e se utilizam dessas informações para realizar
incontáveis perturbações que se não forem interrompi­
das em tempo hábil, podem acarretar graves conseqüên­
cias para as pessoas envolvidas.
Outros fazem esse processo de maneira inconscien­
te, desconhecendo totalmente o que fazem, mas nem por
isso são menos inofensivos os seus pensamentos.
Observe aquele senhor na segunda fila, o que vê?
- Vejo algumas formas-pensamento com determina­
do padrão e outras totalmente diferentes.
- As que se destacam pela cor berrante e pela
contextura bizarra são as formas-fJensamento produzi­
das, enviadas, e mantidas por aquele grupo ali.
Eram quatro pessoas que estavam do lado de fora do
salão, mas não tiravam os olhos do senhor, observando-o.
-Atente, Saulo, que para nós a diferença é marcante,
mas para a mente do senhor, não. Ele ainda não conse­
gue distinguir o seu pensamento dos pensamentos pro­
duzidos por outros, o que, infelizmente, acontece com a
grande maioria. Falta-lhe um hábito que o conduziria a
excelentes resultados nesse mister: a auto-análise.
- Mas como uma auto-análise o ajudaria nesse sen­
tido, já que ele não pç_rcebe as energias ao seu redor?
-A auto-análise, Saulo, como o próprio nome já diz,
é para nos conhecermos melhor através da análise que
realizamos de nós mesmos. Ora, conhecendo quem so­
mos fica mais fácil perceber quando somos sutilmente
influenciados por outras mentes para caminhos que não
são aqueles que nos impulsionam para a Luz.
Verifique que o infeliz grupo não está projetando
energias a esmo, utilizaram-se de uma análise, com inte-

42
resses negativos, para perturbá-lo.
-Como assim?
-Esses espíritos analisaram o senhor por alguns dias
e descobriram que ele é uma pessoa que se impressiona
fácil, que tem muitos medos.
Começaram então, d lhe sugerir mentalmente situ­
ações que ele teme, projetando, inconscientemente, for­
mas-pensamento desse teor para ele.
Eles não sabem que as produzem, nada conhecem
sobre as energias da mente, mas percebem que está ha­
vendo alguns resultados, pois o senhor tem se mantido
mais temeroso desde que eles iniciaram a mentalização
perturbadora.
Isto acontece, porque as formas-pensamento que eles
estão criando, e mantendo vivas, pela incessante
mentalização, encontrou a sintonia junto ao senhor, que
a continuar nesse intercâmbio o colocará à mercê desses
espíritos.
-Mas o que ele pode fazer para evitar isso? Não existe
nenhuma maneira dele se defender contra essas energi­
as?
- Lembre-se, Saulo, que tudo é uma questão de
sintonia. Bastaria esse senhor mudar o seu modo de agir,
de pensar, que essas formas-pensamento lhe seriam inó­
cuas, o que fatalmente aconteceria com a auto-análise
que nos referenciamos a pouco.
Ademais, essas são formas-pensamento frágeis que
poderiam também ser destruídas através da oração, de
uma leitura edificante, de um estudo dos ensinamentos
de Jesus... uma pequena dose de luz, mas infelizmente o
que se vê no cotidiano desse nosso irmão é uma forte
tendência de mentalizar energias negativas de todas as
espécies.

43
Nesse caso, o ponto de luz que é o centro espírita,
poderá auxiliá-lo momentaneamente, através não só do
passe, mas também da palestra e da própria psicosfera
superior da casa, a se libertar por alguns instantes dessas
influências exteriores. Mas cabe a ele a reforma mental
que o imunizará dessas e de outras energias negativas.
- Agar, gostaria de tentar auxiliá-lo endereçando
formas-pensamento voltadas para o bem dele, será que
isso é possível?
- Experimente! Os resultados nos fornecerão uma
boa experiência prática sobre as energias.
Concentrei-me então e comecei a pensar para que o
senhor tivesse forças para resistir, que pudesse ter fé, que
nada de mal lhe aconteceria, e mais alguns outros pensa­
mentos afins com o intuito de lhe dar confiança.
Isso gerou algumas formas-pensamento que foram
na direção dele, mas ao invés de ficarem adstritas no seu
campo mental, permaneceram ao seu redor incapazes de
oferecer qualquer ajuda.
- O campo mental dele, por ser de baixa vibração
nem ao menos captou as suas formas-pensamento. É ne­
cessário alterar a freqüência vibratória em que ele se
encontra nesse momento para que aconteça a sintonia.
Isso é possível de se fazer aproximando alguém, por
exemplo, que tenha um campo mental elevado que o in­
fluenciaria. Ao conve(;;ar com essa pessoa sobre algum
assunto elevado ele teria maior facilidade para mudar a
freqüência mental e captar a sua ajuda.
O que também poderá acontecer, daqui a instantes
com a palestra, desde que ele concentre-se nela.
Observe agora aquela jovem ao fundo do salão e ana­
lise a situação.
Agar já sabia de antemão que a minha ansiedade iria

44
me proporcionar um ensinamento prático, por isso me
permitiu tentar ajudar sem que o próprio ajudado o qui­
sesse, ou pudesse.
Ele já tinha me orientado da sintonia, mas eu não aten­
tei e me deixei levar pela emoção, sacrificando a razão.
Quanto a jovem, ela �stava acompanhada de dois es­
píritos que pareciam odiá-la muito, mas as energias men­
tais que eles projetavam não a atingia.
Pude verificar que o seu campo mental estava com
uma cor amarela bem suave, o que demonstrava a alta fre­
qüência de suas ondas mentais, e as formas-pensamento,
em sua maioria, eram elevadas.
- Nossa irmã mantém seus pensamentos elevados
pela constante concentração no Bem, o que impossibili­
ta a atuação dos que a perseguem.
Também eles, geram formas-pensamento, ainda mais
nocivas que aquelas que analisamos, extremamente den­
sas, mas que se desvanecem ao entrar em contato com o
campo psíquico da nossa irmã.
A diferença é que esses fazem o mesmo processo com
a premeditação de tentar utilizar as energias da mente
para desequilibrá-la.
Na verdade, eles não conseguem nem ao menos fi­
car próximos a nossa irmã durante o cotidiano, graças a
sua conduta moral. Aqui, o seu Espírito Guia facilitou a
aproximação deles para que pudessem entrar na casa e
usufruir das elevadas energias que impregnam esse ambi­
ente, que lhes fará um grande bem posteriormente.
Aguardemos agora a palestra para novas observa­
ções, pois nosso irmão Telésforo já adentrou o ambien­
te.
Faltavam ainda alguns minutos, para que o palestrante
da noite iniciasse a exposição doutrinária, quando do nosso

45
lado Telésforo se aproximou da mesa. Informou-me Agar
que ele se encontrava em outras tarefas na própria casa.
Só aí que eu pude notar, enquanto não começava a
palestra, que a música também exercia importante papel

I na harmonização do ambiente, pois irradiava energias que


auxiliavam na elevação dos pensamentos, inspirando uns
e outros.
Quando se iniciou a palestra formou-se uma corren­
, li' te de ondas mentais, interligando todos os presentes que
estavam concentrados no palestrante.

li
I
Conforme a palestra ia se desenvolvendo, variavam

li!
as ondas e a intensidade delas.
Era interessante observar esse fenômeno do nosso
lado, pois quando a palestra tinha um rumo de sabedoria,
'

as pessoas que estavam ligadas, e tinham mais interesse


I! por esse teor, ficavam mais atentas e mais participativas,
mentalmente falando, predominando então na corrente a

I
freqüência vibratória que produz uma cor amarela e as
pessoas que com ela se afinizavam, e assim por diante.
- Saulo, vamos estudar o que está ocorrendo com
aqueles dois irmãos na terceira fila. O que vês?
Eram duas pessoas que estavam dormindo durante a
palestra. Concentrei-me.
- Parece-me Agar, que a primeira pessoa está ligada
psiquicamente a algué11Jfora do salão. Da sua mente par­
te um fio que se perde de vista, e que está mais brilhante

li do que os outros que ela irradia, além do que o fluxo de


energias parece mais intenso de fora para dentro, ou seja,
ele parece estar recebendo mais do que doando energias.
- Muito bem observado, Saulo! Nosso irmão está
sobre a sugestão hipnótica de um adversário seu. Infeliz­
mente, é mais um caso caminhando para a obsessão. E
I· nossa irmã?

46

--
- Não consegui visualizar nenhuma interferência de
fora, j70r isso acredito que ela esteja se permitindo um
relax, inconscientemente, devido ao cantata com as ener­
gias elevadas que não deve estar acostumada. É isso?

I - Exato, Saulo. Noss,a irmã sente um bem-estar ao


qual não está habituada, permitindo-se aqui relaxar das
suas lutas diárias. Com o tempo, estará ela mais prepa­
rada a aproveitar de forma mais abrangente o tempo na
, li' casa.
Durante a palestra, vários espíritos aproveitaram para

li
I
realizar diversas tarefas junto aos encarnados e aos

li!
desencarnados presentes. Tarefas essas tão diversas quan­
to complexas, pois que até a clássica desobsesssão funcio­
nava, paralelamente, naquela outra sala, no nosso plano
'

de ação.
I! Vários foram desligados de seus algozes nesse mo­
mento, proporcionando-os, não apenas, uma maior pos­

I
sibilidade de absorção das energias do ambiente, mas tam­
bém uma maior lucidez mental para compreender o que
estava sendo elucidado pelo palestrante.
finda a palestra, eu fiquei no salão ajudando na con­
centração daqueles que desejavam tomar o passe, enquanto
Agar foi para a câmara auxiliar na transfusão de energias e
na fluidificação das águas.
Disse-me que essas são mais duas bênçãos, diferentes
entre si, que nossos irmãos recebem ao término da pales­

li tra.
Ambas auxiliam no refazimento energético e na
reestruturação da harmonia fisio-psíquica do Ser, comba­
tendo as energias negativas, só diferindo a maneira como
atuam. Uma faz isso de dentro para fora, é a água
fluidificada, e a outra de fora para dentro, é o passe.

47

--
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1: :,
51! corrente de
,,

ondt1s menft1fs
II I
li

!'
- Aguardemos agora a prece final quando se reali­
zam as chamadas vibrações coletivas, que oferecem um
memorável auxílio às nossas tarefas.
Verônica, a dirigente espiritual da atividade da noite,
iniciou a preparação em nosso plano, orientando vários
espíritos quanto ao posicionamento junto aos encarna­
dos.
Havia, para cada integrante da casa, pelo menos qua­
I'
I tro trabalhadores do plano espiritual, especializados em
tarefas dessa magnitude.
Alguns espíritos trouxeram aparelhos. Creio eu que

I! I
"
serão utilizados durante as vibrações, mas é difícil identifi­
car para que servem.

49
I
.

'
'

j!

II Eu estava surpreso com tanta organização, pois pen­


sava que era somente as pessoas se colocarem e pronto.
Quando encarnado, era comum nos reunirmos no
I' Asbram para vibrarmos pela paz universal, pelos povos, e

,i outras questões relevantes. Jamais, sequer cogitei, a movi­


mentação que se faz no mundo espiritual com vistas a apro­
I' veitar as energias que são doadas nesse instante, para de­
pois se concretizar o mister a que nos colocamos.
-Admirado, Saulo?
Era Verõnica que me interpelava.
- Sim, querida irmã, jamais imaginei tanta especia­
lização para uma simples tarefa de vibraçôes.
- Esta é uma tarefa que precisa, como tudo na vida
Saulo, de pessoas que conheçam o que estão fazendo para
que possamos aproveitar ao máximo as energias que se­
rão doadas.
E isso, meu querido amigo, serve para os dois lados
da vida. As pessoas que trabalham na casa, conhecendo a
relevância dessa tarefa tão simples, e tão importante, ofe­
recem uma maior participação, seja se concentrando
mais, ou se colocando com mais vontade.
E do nosso lado, dedicados e conscientes trabalha­
dores conseguem aproveitar ao máximo as energias irra­
diadas que serão depois ofertadas em vários labores.
q
Esses caros irmãos, a ui presentes, são especialistas
da espiritualidade, devidamente preparados para mane­
jarem os equifJamentos durante as vibrações. Eles tam­
bém fazem parte da nobre equipe Estrelas Silenciosas.
Seus aparelhos são o que chamamos de absorvedores
de energia mental.
Iniciaram-se as vibrações pelo dirigente encarnado da
assistência. Nesse instante, um interessante fenômeno ocor­
reu em nosso plano de ação; estabeleceu-se uma conexão

50
I
.

'
'

j!

II entre as várias mentes encarnadas, através da emanação


das suas ondas mentais, gerando uma corrente de ondas
mentais.
I' Nesse instante alguns integrantes da equipe espiritu­

,i al também se conectaram rqentalmente a corrente gerada,


aumentando a sua potência.
I' Percebi que apesar de somente o dirigente falar,
direcionando o que deveria ser mentalizado pelos traba­
lhadores da casa, os fios, que saíam de suas mentes, eram
de diferentes tonalidades e intensidades. Refletindo a con­
centração, a vontade e a moralidade de cada um, que eram
bastante diversas.
Observei também que, concomitantemente aos fios,
saíam das mentes das pessoas inúmeras formas-pensamen­
to, de variedade e intensidade igual às das ondas.
Nesse caso em particular, não eram todos que esta­
vam suficientemente concentrados no assunto para con­
seguirem produzir alguma forma-pensamento nítida. Em
boa parte, ela era só uma nuvem disforme, sendo impossí­
vel saber o que estava se passando na mente da pessoa
naquele intante.
Noutros, os concentrados, as formas-pensamento
produzidas eram muito nítidas, nos permitindo uma ime­
diata identificação do que estava se pensando.
Em alguns, mais raros, podia se ver formas-pensa­
mento belíssimas que demonstravam não só o grau de con­
centração, mas a forte vontade e a elevada moral de que
eram portadores os emitentes.
-As formas-pensamento, já dizia Kardec muito apro­
priadamente, são as fotografias vivas do que uma pessoa
está pensando. E essas "fotografias" oferecem um subli­
me espetáculo de imagens e luzes, como sói acontece nas
vibrações voltadas para o Bem, feita com interesses ele-

51
vados.
Era Agar que me_falava, percebendo minha atenção,
algo que admirado, por tanta luz que se irradiava ao nos­
so lado. Realmente, se todos pudessem ver o que aconte­
ce nos bastidores das irradiações, talvez elas fossem feitas
não em alguns momentos, mas várias vezes ao dia. É um
verdadeiro manancial de bênçãos.
,I Enquanto ocorria as vibrações, no nosso lado, ostra­

,I balhadores espirituais se esmeravam para coletar todas as


formas-pensamento com os equipamentos que trouxeram,
e Agar aproveitava o momento para me esclarecer ainda
mais sobre o fascinante fenómeno.
- Saulo, a corrente de ondas que se estabelece é o
resultado da conexão entre as ondas mentais de todos
aqui presentes.
Como pode observar existe uma certa variedade de
potência. Em alguns focos ela é mais intensa, noutros é
mais fraca... por isso a necessária atuação dos Benfeito­
res Espirituais, sustentando os seus pupilos sintoniza­
dos na corrente para o próprio Bem deles, pois estão ab­
sorvendo energias de excelência para o seu próprio bem­
estar. E isto ocasiona, conseqüentemente, um aumento
na capacidade de concentração e doação dos mesmos.
Os absorvedores extrqem todas as energias das for­
mas-pensamento produzidas para que possamos posteri­
ormente aplicá-las nas mais variadas finalidades.
Durante as vibrações são produzidos vários tipos di­
ferentes de formas-pensamento, com energias mentais nas
suas mais diversas matizes e essências.
Ao terminar esse processo, de produção e absorção
das energias, utilizamos outro equipamento que separa
as energias de acordo com a qualidade, ou pureza, e in­
fluência, ou essência, e ainda fornece informações que

52
1 J •
nos permitem avaliar qual a melhor maneira de utilizar­
mos essas energzas.
Alguns desses fluidos têm característica medicinal,
ou seja, ajudarão no refazimento energético de pessoas
que estejam doentes, e até ifZesmo na cura em alguns ca­
sos. Especificamente, quanto a essa potencialidade, ain­
da poderemos identificar em qual doença ele atuará me­
,I lhor, como se estivéssemos de posse do remédio mais apro­

,I priado, e até se terá melhor serventia no plano físico,


com encarnados, ou em nosso plano.
Outros fluidos são mais apropriados para serem uti­
lizados na criação e manutenção, da proteção magnéti­
ca que mantemos, por exemplo, ao redor das Instituições.
Inclusive, podendo também ser utilizado para auxiliar
na defesa dos lares.
Há ainda, aqueloutros que são mais apropriados
para as limpezas de energias densas. Atuam como um
"ácido" psíquico, limpando as crostas de negatividade
das casas, e dissipando as formas-pensamento mais ne­
gativas, evitando que elas se amontoem, e se multipli­
quem, nas casas.
Temos também, comumente, fluidos que servem para
energizar as pessoas, tanto os assistidos quanto os pró­
prios integrantes da casa espírita, fortalecendo-os nas
suas tarefas. E não podemos nos esquecer daqueles que
nos auxiliam nas tarefas de incursão aos vales, fornecen­
do "matéria-prima" para um sem número de possibilida­
des, inclusive para higienização dos mesmos.
A gama é realmente muito diversa, infinita; tendo
em vista, que cada pessoa tem suas próprias característi­
cas morais, emocionais, mentais, físicas e psíquicas, sen­
do por natureza um doador de energias, fornecendo-as
independendente de consciência do fato ou não, mas aqui,

53
1 J •
..,,


I
durante as irradiações o (atar vontade, que é u m
catalisador, e m conjunto c o m a união, q u e é u m
multiplicador, produzem inúmeras possibilidades em
nome doBem.
E devido haver por parte do dirigente encarnado,
uma certa conscientização da relevância dessas tarefas
de vibrações, teremos, daqui a algumas horas, o mesmo
cenário de bênçãos reproduzido.
Quando já se encontrarem isolados fisicamente, em
suas casas, proporcionarão outro fenômeno na área das
correntes, com outras ricas possibilidades de auxílio, di­
ferente daqui quando estavam juntos tanto psiquicamen­
te quanto fisicamente, uns dos outros.
Aqui tivemos uma corrente que reuniu ondas men­
tais e formas-pensamento, o que auxiliou ainda mais na
produção energética; acolá, teremos somente a forma­
ção de uma corrente de ondas, mas nem por isso menos
significativa, ou menos relevante, para as nossas tarefas.
Passaram-se apenas alguns minutos, cinco ou sete, do
início ao término das vibrações, e a quantidade de energia
produzida por cerca de quase vinte pessoas conseguiu atin­
gir elevados índices em todos os aparelhos que as coleta­
vam.

'I I Impressionante como nm roteiro simples, aliado a


concentração e somado a verdadeira vontade de ajudar,
podem realizar de bênçãos, nos dois lados da vida.
Foram feitas vibrações por localidades como o mun­
do, o país e as regiões em guerra; pelas casas assistenciais
como hospitais, asilos e creches; por pessoas diversas cons­
tando o próprio grupo da casa; pelos lares e os centros
espíritas; e até por valores universais como a manutenção
da paz, a fraternidade entre as nações, e para que as pesso­
as fossem mais caridosas.

54
..,,


I
Terminada a tarefa despedimo-nos da irmã Verónica
para nos dirigirmos a residência de um dos integrantes da
casa espírita, no interesse de acompanhar o fenômeno da
corrente formada por pessoas fisicamente distantes umas
das outras.
Lá chegando, com mais ou menos dez minutos de
folga para o horário estabelecido para as vibrações, en­
contramos três irmãos especialistas nessa tarefa, integran­
tes da equipe Estrelas Silenciosas.
Eles colocaram na cabeça do nosso irmão encarna­
do, um aparelho que ligaram no horário combinado para
se iniciar a oração. Evitei perguntar para que ele servia, já
que havia se iniciado a tarefa.
Vi então chegar a esse aparelho um fio azul, que vi­
nha de fora da casa do jovem, que se ligou a ele no início
da irradiação.
Um dos técnicos abriu uma maleta que continha algo
similar a um computador de bolso. E na sua tela podia se
vislumbrar algo que se assemelhava a um radar.
Eu devia estar realmente demonstrando que não es­
tava entendendo nada, pois o técnico que manejava o
micro aparelho começou a me explicar.
- O aparelho que foi colocado na cabeça do nosso

'I I irmão está diretamente ligado a este mini-sensor. Com


ele, podemos monitorar daqui a abrangência da corren­
te, administrando-a de acordo com a onda mental de
cada pessoa.
Vi então, o que me parecia uma "teia" que se dese­
nhava no vídeo com alguns dos pontos de ligação fortes e
outros mais fracos, todos coloridos, tendo ao fundo um
mapa que me parecia o da cidade em que nos encontráva­
mos.
- Com esse aparelho analisamos em tempo real a

54 55
força da onda mental de cada um, a qualidade das energi­
as, a constância, quem consegue manter por mais tempo
o pensamento elevado... e assim, podemos estruturar a
corrente de acordo com essas informações, pois aqueles
que têm mais potência ligamos àqueles de menor potên­
cia para influênciá-los e sustentá-los. E, aqueles que
manteém o pensamento elevado por mais tempo, liga­
mos o "plug" inicial e final para "fechar" a corrente no
período.
- É simplesmente fantástico! E como é absorvida a
energia produzida por essas ondas?
- São absorvidas pelos próprios aparelhos que estão
ligados à corrente e que manteém a energia armazenada
para depois serem descarregadas no armazém central.
-E esse outro aparelho onde vemos a "teia" mental,
parece um minúsculo computador?
- Sim! Mas muito mais sofisticado. Ele realmente
conta com princípios desta área tecnológica.
- E essas energias seguem a mesma diversidade da
outra corrente que se estabeleceu no centro espírita?
- Claro! São as mesmas energias mentais, só que
coletadas, e produzidas, de maneira diferente.
-E no caso de alguém s� desconcentrar ou tiver que
interromper a sua irradiação por um motivo qualquer?
-Também é para isso que existe uma equipe de acom­
panhamento. Eles então assumiriam o lugar da pessoa e
restabeleceriam a corrente, impedindo que ela se enfra­
quecesse ou se rompesse, pois aqui, temos de certa for­
ma, uma analogia com a corrente elétrica, não podendo
perder uma ligação psíquica porque desligaria o circuito
energético.
- Um dos espíritos assumiria o lugar então do encar­
nado? Falei, surpreso com a possibilidade.

56 57
- Por que não? É tudo uma questão de sintonia, de
estar na mesma freqüencia vibratória. Não importa se a
pessoa está encarnada ou desencarnada.
-E qual seria a vantagem dessa corrente sobre a ou­
tra, se é que existe?
- Vantagens não há, existe uma diferença. Esta, por
ser feita em local aberto, faz um ângulo maior e possibi­
lita uma maior abrangência, outras pessoas podem sin­
tonizar com a freqüência emitida, aumentando a potên­
cia da mesma. Já a outra tem menor poder de alcance,
apesar de ter maior produção energética por causa da forte
influência psíquica, que não só o centro espírita exerce,
mas também, cada fJessoa exerce sobre a outra.
Acompanhe você mesmo, aqui pelo vídeo, a exten­
são da nossa corrente!
Eu estava admirado com as luzes brilhando nas suas
diversas tonalidades no vídeo. Era um espetáculo muito
bonito. Parecia realmente o desenho de uma grande "teia",
a se desdobrar por extensa área do mapa.
- Agora você sabe o porquê do nome Estrelas Silen­
ciosas, dado à nossa equipe. Foi inspirado desse efeito
deslumbrante, que acontece quando se realizam essas vi­
brações, onde uma pessoa, em horário pré-determinado,
se liga a outra para irradiar luz no meio de tanta escuri­
dão. Sendo feita à noite, em um momento de meditação,
o nome está em perfeita concordância com o fenômeno.

57
. ,

I
'�i
'

,jl
!
;
1

58

--

I
. ,

I
'�i 5
'

,jl
!
;
1
54 corrente de
jormt1s-penst1menfo

Quantas bênçãos ... mas, nem bem Celso, o excelente


especialista daquele aparelho fantástico, terminou suas cla­
ras explicações, que me tiraram da ignorãncia, Agar, per­
cebendo que se encerraram as vibrações, falou-me:
- Saulo, o nosso tempo urge! Já que aprendemos algo
sobre a corrente de ondas mentais, vamos agora aprovei­
tar um pouco mais a noite, para conhecermos, mais pro­
fundamente, o potencial de outro tipo de corrente: a de
formas-pensamento.
Agar então agradeceu a Celso, e aos outros trabalha­
dores da equipe, pela oportunidade que tivemos de
acompanhá-los, e após as despedidas rumamos para uma
movimentada rua da noite carioca e, paramos próximo a

58 59

--

I
��I um hospital onde haviam duas senhoras, sendo uma bem
idosa.
- Observe a s construções mentais e m suas
psicosferas, a maioria demonstra a preocupação com a
alimentação. Essas senhoras estão na rua à procura de
alimento, vamos tentar inspirar as pessoas para ajudá­
las.
Coloque toda a sua concentração numa forte von­
tade em ajudá-las.
Eu me concentrei, e como Agar fez o mesmo, as nos­
sas formas-pensamento se uniram.
Dessa união, fez-se uma corrente de formas-pensa­
mento com a essência de ajudar as duas senhoras.
Ficamos, então, aguardando que algum transeunte
se sensibilizasse com a situação e entrasse em contato com
a nossa corrente de formas-pensamento.
Várias pessoas passaram indiferentes ao quadro, mas
depois de algum tempo, um senhor ficou sensibilizado e
diminuiu o passo, observando-as.
Ao se envolver com o can;po vibratório da corrente
entrando em contato psíquico com ela, ele mostrou-se mais
reflexivo com a situação absurda e disse a si mesmo men­
talmente:
- O governo precisa fazer algo aqui à noite... que
situação dessas senhoras ... e uma já é bem idosa...
E foi embora... Ele entrou em contato com a corren­
te, recebendo a influência dela, mas nem ao menos estabe­
leceu uma conexão, ou seja, não houve a sintonia porque
não havia nenhum interesse no seu íntimo de ajudar aquelas
pessoas, apenas de lamentar o governo ...
Logo depois, passou uma senhora que também ficou
sensibilizada com o fato. Diferente do senhor, ao entrar
em contato com a corrente aconteceu a sintonia, estabele-

60
��I ceu-se uma conexão, demonstrando que existia alguma
vontade real em ajudá-las.
Disse ela às duas senhoras:
- Boa noite, vocês estão com fome?
- Sim senhora, estamos o dia todo sem comer...
- Ah, meu Deus... esperem um pouco que eu vou com-
prar algo para vocês!
Foi, então, ao restaurante próximo e comprou uma
refeição para ambas.
Elas ficaram muito agradecidas e emocionadas.
Já-tinha se passado três horas que estávamos ali e nin­
guém as havia ajudado.
A indiferença ainda é uma das grandes chagas da Hu­
manidade, filha direta do egoísmo.
Por pensar que já havíamos atingido o nosso objeti­
vo, já que a ajuda tinha sido realizada, indagei a Agar:
- E agora Agar, retornamos à colónia?
- Tenhamos tento, pois a situação merece maior al-
cance por parte de quem tiver verdadeiro interesse em
ajudá-las.
Foi, quando passou uma jovem do centro espírita de
onde viemos e, antes mesmo de entrar em contato com a
corrente, ela se pôs a conversar.
- Boa noite! Vocês estão com fome?
- Não, muito obrigada! Graças a Deus, uma senho-
ra que passou ainda há pouco nos deu um jantar.
Só agora eu tinha percebido que a refeição tinha sido
feita em velocidade espantosa, pois na verdade elas não
deveriam se alimentar já fazia muito tempo, talvez desde
ontem e não só hoje, como elas informaram.
Nesse ínterim, a jovem envolveu-se de tal forma com
a corrente que passou a receber e a doar energias para ela,
como nós. Estávamos os três interligados psiquicamente,

61
graças a corrente, que por causa da energia que recebia da
jovem estava maior.
A jovem estava totalmente envolvida porque come­
çou a confabular, mentalmente, que não podia deixar es­
sas pessoas entregues à própria sorte. E procurou se intei­
rar mais do problema.
- Onde vocês moram?
- Morávamos no morro, mas tivemos que sair. Os
traficantes pediram a casa para guardar drogas para eles,
e disseram que era isso ou rua.
O drama era inacreditável.
- E vocês não tem para onde ir?
- Nós estamos há um mês morando na rua...
-Mas e a vovó? Quantos anos você tem?
- Cento e cinco anos.
A resposta teve o efeito de um choque no bondoso
coração da menina. A situação era estarrecedora. Eu mes­

I
mo no lado de cá, mal poderia imaginar tamanho drama.
Uma senhora dessa idade dormindo na rua... Como iria
fazer suas necessidades? Como ,repousar? Como se ali­ ''

mentar? Na idade dela tudo tomava um aspecto de


extremíssima complexidade e gravidade.
- Saulo, concentremo-nos na ajuda ao problema,
para que consigamos sustentar a nossa irmã nos seus ele­
vados anseios.
Eu havia me desconcentrado da ajuda e, acabei fa­ l
;
zendo uma reflexão sobre o problema, só que estando li­

I
gado à corrente, e vice-versa, isso poderia prejudicar a nossa
irmã, na sustentação psíquica que estávamos realizando,
além de também me desligar da mesma. Passei então, a me
concentrar mais, para manter o estado anterior.
Olhei para nossa irmã e vi que ela ficou perplexa com
as circunstâncias, mas a forte ligação com a corrente, e
t
62
I
conosco indiretamente, sustentava-a e inspirava-a para
maiores realizações no serviço ao próximo.
- Qual é o seu nome?
-Maria Helena.
-E o seu, vó?
-Zulmira.
- Onde vocês vão ficar? Aqui?
- Não, só estamos aqui para conseguir comida.
Como já conseguimos, estamos agora, indo dormir.
-Aonde?
- Lá no início da subida da Rua fernandes, embaixo
da marquise.
- Eu sei aonde fica. Olha, eu vou tentar ajudá-las,
conseguindo um local para dormir, pelo menos por hoje,
o que vocês acham?
-Ah, minha filha! Seria uma benção de Deus!
-Ah! Deus lhe pa[.,IUC, muito obrigada, minha filha!

I
Elas estavam emocionadas. Finalmente alguém esta­
va tratando-as como seres humanos, como pessoas... Al­
'' guém estava se interessando pelo drama delas, com verda­
deira vontade de ajudar.
Beatriz partiu então na direção da sua casa para bus­
car auxílio, e algo muito interessante aconteceu... a cor­
rente estava indo junto com ela.
Existia um fio que partia da mente dela e ligava-a à
l
;
corrente. E nós, que ficamos no mesmo lugar, continuá­
vamos também ligados; mas nossos fios estavam se esti­

I
cando.
Interessante, que todos os outros que tiveram um
contato com a corrente, não tinham feito uma ligação com
ela através das suas ondas mentais.
-Estás surpreso? Perguntou Agar ao verificar que eu

t olhava, de certa forma admirado, para o fio e para a cor-

I 63
----
- -- -
- -··

r
..,.,

rente, que estava sendo conduzida pela jovem.


-Sim, Agar. O que está acontecendo?
- Como você pode observar tivemos três pessoas dis-
tintas a se envolver, ou melhor dizendo, a entrar em can­
tata psíquico com a corrente que geramos. A primeira
pessoa teve apenas uma percepção; a segunda, estabele­
ceu uma conexão, mas somente a terceira, nossa irmã
Beatriz, fez o que chamamos de ligação.
Relevante atentar para a facilidade com que se gera
uma corrente de formas-pensamento, bastando para isso,
que duas forma-pensamento da mesma freqüência
vibratória entrem em contato; ou que duas forma-pen­
samento possuam a mesma intenção; só que nesse caso
formaria-se uma corrente por junção e não através da
união das formas-pensamento como foi o caso em ques­
tão.
- Agar, pelo que eu pude perceber, a diferença entre
as três pessoas estaria na vontade íntima de cada uma
em ajudar às senhoras. Correto?
- Correto! A vontade é um dos fatores preponderan­
tes para se realizar uma sintonia.
PJ�demos observar como uma corrente de formas­
pensamento exerce influência psíquica sobre qualquer
pessoa que estabeleça um contato com a mesma, através
do que podemos chamar de campo de influência.
O primeiro senhor permitiu-se observar mais de per­
to a infeliz situação; entrou em cantata com o campo,
mas por não possuir e m seu íntimo qualquer
direcionamento para ajudar às senhoras, que era o que a
corrente influenciava, o contato se fez inócuo. Seu inte­
resse estava alicerçado apenas na curiosidade.
Quando se entra em contato com uma corrente de
formas-pensamento, e se estabelece a sintonia, acontece

l
64 �

I
----
- -- -
- -··

r
..,.,

o que chamamos de conexão psíquica.


Foi o caso da segunda senhora, ela, após o cantata,
sintonizou com a corrente por causa da· freqüência
vibratória das suas ondas mentais, que demonstravam o
interesse em ajudar àquela� senhoras.
Mas, a força psíquica da corrente era maior do que a
vontade de ajudar, apresentada pela senhora, e ela desfez
a conexão, tão logo saiu do campo de influência da cor­
rente, permanecendo a corrente no local onde se encon­
trava...
Mas, existem aqueles casos em que a pessoa, mesmo
não estando mais envolvida pelo campo de influência da
corrente, continua sintonizado a ela, podendo até con­
duzi-la consigo, a depender somente da potência mental
que a pessoa estiver imprimindo naquele instante.
Conforme presenciamos com nossa irmã Beatriz, que
imbuída de uma forte vontade de ajudar, e não somente
alimentar as duas senhoras, estabeleceu uma ligação em
perfeita sintonia e com potência maior do que a corren­
te oferecia.
Observe que ela tanto absorve energias quanto dis­
pen&•-as para a corrente, que por sua vez, nós e alguns
outros, estamos também ligados.
- Alguns outros?
- Concentre-se e ausculte atentamente a corrente
para visualizar quantos fios saem dela.
Durante a explicação de Agar a jovem já havia
retornado com um dos trabalhadores do centro espírita.
Ambos estavam ligados à corrente, mas só agora eu
percebi que haviam diversos fios ligados a ela, com uma
certa diferença entre eles. Alguns estavam mais espessos,
outros mais finos... particularmente, notei, claramente, o
fio que se ligava à Beatriz e outros três que se destacavam

l
65 �

I
r

dos demais, além dos nossos.


- O que são esses outros fios?
- Outras mentes dos dois planos: físico e espiritual,
que estão irradiando suas ondas mentais na mesma fre­
qüência vibratória da corrente, sintonizando com ela,
dando e recebendo energias de igual teor.
Os laços mais fortes que você observa, referem-se a
três amigos espirituais que estão, agora, diretamente en­
volvidos no caso.
São Espíritos Benfeitores ligados às duas senhoras
e, o Mentor Espiritual da Beatriz, que também a está
auxiliando na solução do problema e que em instantes
aqui estarão.
Deixemos agora os nossos nobres irmãos de ideal
conduzirem a ajuda às nossas irmãs, e retornemos à CO­
lônia para continuarmos com os nossos estudos sobre as
energias mentais.
A minha mente fervilhava de perguntas e, como leva
sempre algum tempo para retornarmos da Terra à colô­
nia, não me fiz de rogado...
- Agar, ainda falando sobre as correntes, em que caso
teríamos-uma corrente de formas-pensamento, por jun­
ção como você mencionou? Por acaso, as formas não se
fundiriam numa só? Ficariam juntas umas das outras?
- Quando acontece de formas-pensamento da mes­
ma freqüência vibratória estabelecerem um contato, elas
se unem em uma só, formando uma única massa
energética e aumentando, conseqüentemente, suas pos­
sibilidades diversas, quais como: a potência e a vitalida­
de.
Entretanto, quando as formas-pensamento possu­
em a mesma essência, e não a mesma freqüência, ocasio­
na-se uma junção, pois que ficam juntas umas das ou-

66
r

tras, sem que se estabeleça quaisquer união entre as mes­


mas, mantendo cada uma sua independência em relaçâo
às demais.
- E esse fenômeno, é raro?
-Pelo contrário! É muitq comum. Você o teria visto
no centro espírita, quando da hora da corrente, se não
tivéssemos recolhido as formas-pensamento geradas.
Num local onde várias pessoas se reúnem para vi­
brar, é raro não se produzir esse tipo de corrente.
Isso acontece porque cada um doa de acordo com a
sua vontade, concentração e moralidade. E esses fatores
nâo podem ser improvisados. Comumente são usados em
maior profusão quando o assunto está relacionado ao
nosso interesse.
Por exemplo, se um filho solicita que se vibre pela
sua mãe que adoeceu, num grupo de estudo qualquer, na
hora reservada às irradiações, teremos várias formas-pen­
samento diferentes vibratoriamente entre si, que refleti­
rão dentre outras: o amor do filho pela mãe, a boa-von­
tade de ajudar daqueles que não a conhecem pessoalmen­
te, e a sensibilidade daqueles, que tem algum laço com o
jovem ou com a mãe.
Entretanto a essência gerada será a mesma em to­
dos que participarem da corrente: o restabelecimento da
mãe doente. E isso fará com que as formas-pensamento
endereçadas sigam rumo ao seu objetivo juntas umas das
outras, mas sem se unirem umas as outras.

67
II
;I I
I,

lj

68
II
6
;I I
I,

lj 5lls feít1s menft1ís

Chegando à colônia nos dirigimos a um prédio, onde


se podia ler DMV - Departamento de Monitoramento
Vibratório.
Passamos pelo hall e adentramos uma grande sala.
- Agar como é bom vê-lo! O que o traz a essa hora
em nosso Departamento?
- Boa noite Julius, desculpe vir sem avisar. Venho
mostrar a Saulo, que está em tarefa junto a um dos nos­
sos pontos de Luz, algumas informações sobre as energi­
as mentais.
- Seja bem-vindo Saulo, vamos entrando; acredito
que vieram em boa hora, pois parece que está havendo
algum problema perto do bairro de Botafogo. Já faz 40

(,9
1,,
minutos que se formaram várias "teias" de baixo teor
vibratório e está aumentando cada vez mais.
A sala era grande e tinha vários aparelhos semelhan­
tes aos computadores do plano físico e um grande telão,
como um cinema ao fundo.
A tela mostrava algo que parecia uma espécie de ra­
dar. Havia vários pontos coloridos, e algumas linhas li­
gando esses pontos, sendo que ao fundo estava o mapa
da cidade do Rio de Janeiro.
- Saulo, o que você está observando é o nosso radar
mental. Nessa grande tela podemos observar qualquer lo­
calidade do Estado do Rio de janeiro em minúcias de de­
talhes. Os pontos coloridos representam mentes de pes­
soas e suas respectivas freqüências, ou seja, o que elas
estão irradiando no momento. E as linhas representam a
ligação entre as pessoas.
Nesse momento, uma legenda apareceu no canto su­
perior direito do radar com as freqüências, suas respecti­
vas cores, e uma breve descrição. Fácil ficou para eu en­
tender que a cor verde musgo, por exemplo, representava
pessoas gue estavam com inveja naquele exato momento,
irradiando energias de baixa freqüência vibratória confor­
me demonstrado na tela.
- Veja que agora só aparece uma determinada faixa
vibratória no radar. Selecionamos uma faixa vibratória
onde estão as freqüências do medo, angústia, raiva, ódio
e afins, são energias muito baixas que se você observar
começam a se ligar em vários pontos.
Era verdade; já podia se ver dois pontos roxos liga-

faixa vibratória
Conjunto de freqüências vibratorias próximas umas as outras.
Por exemplo a faixa 90 poderia, de uma forma hipotética, ser
composta das freqüências vibratórias 89, 90, 91, 92 e 93.

70

I
1,,
dos, vários vermelhos, muitos cinzas, num espetáculo cu­
rioso, e se eu não soubesse que era extremamente negati­
vo diria belo ...
- Como pode ver, começam a se formar o que cha­
mamos de "teias" pois é o que parecem vistas nesse ra­
dar. Na verdade, são cor;entes de ondas mentais facil­
mente produzidas por aqueles que estão sintonizados na
mesma freqüência. O que está diferente hoje é o aumen­
to rápido da quantidade de pessoas ligadas umas as ou­
tras e a duração desse fenômeno, o que demonstra que
algo de grave está acontecendo, conforme prevíamos.
Nesse momento, Julius parou de me explicar e co­
meçou a dar diversas intruções à razoável equipe que ope­
rava os computadores.
À esquerda do radar surgiu uma imagem em tama­
nho menor, que segundo entendi registraria o ponto má­
ximo da concentração de energia negativa, seria algo como
o foco daquela negatividade.
Pudemos então ver que o fato era extremamente de­
licado; um ônibus estava cercado de policiais e dentro dele
uma pessoa bastante nervosa com reféns. Mas isso, por si
só, não justificaria a corrente de ondas mentais que se es­
tendia muito além do foco. O que estava contribuindo
p<ua esse quadro dantesco, na questão energética, era a
transmissão ao vivo que estava sendo feita pelas emissoras
de TV da região carioca.
1-'oi então que à direita do radar, no canto inferior,
surgiu outra mini tela com nomes e endereços. Julius ha­
via pedido ao pessoal da sua equipe que fizesse um filtro
para que a colónia pudesse iniciar um trabalho de auxílio
às pessoas, interrompendo essa corrente negativa.
Vários grupos, ou mini-teias, começaram a aparecer
na tela, separados por áreas, quando Agar aproveitou para

71

I
sugerir a nossa participação.
-Julius, se você desejar, eu e Saulo podemos nos di­
rigir a drea B, para desligar essa mini-teia que se formou.
-Seria excelente Agar, pois pelo que eu vejo precisa­
remos de toda ajuda possível nesse caso.
A área B era o bairro onde ficava o centro espírita
que visitamos. Fomos então, sem demora, na direção de
um prédio onde se formou uma dessas mini-teias.
-Agar, porque não fomos até o local do problema?
- Porque existe ordem e disciplina para tudo, Saulo.
Aquela região estd sob a supervisão de outra colónia.
Como pode ver o problema se alastra e trard conseqüên­
cias inúmeras ao cotidiano das pessoas. Cada tarefeiro é
chamado a servir na sua drea com os recursos que dis­
põe. Por acaso como auxiliaríamos a delicada situação?
Você tem alguma idéia?
-Não!
-Não saberíamos o que fazer para ajudar na delica-
da situação. Para servir é preciso muito mais que boa
vontade ou simples intenção de ajudar. É necessdrio sa­
ber o quf}_ se estd fazendo. Por isso, iremos até a casa de
pessoas que estão em nossa drea de atuação, mas nada
impediria de irmos até o foco, desde que fôssemos solici­
tados, pudéssemos, e soubéssemos ajudar realmente.
Chegamos então a casa de Eulália e Celestina. O
ambiente estava bem tenso, Eulália estava revoltado com
a situação, reclamando da violência, da impunidade, do
governo, e criando ao seu redor várias formas-pensamen­
to negativas, bastante disformes.
Do nosso lado o "ar" estava mais denso, via-se já com
dificuldade por causa também das energias negativas que
I!
1 eram irradiadas continuamente pela TV. Além da violên­
cia e da tensão natural produzidas por imagens verdadei-
I

72
ras, ao vivo, o canal sintonizado transmitia a informação
com um sensacionalismo exacerbado, aumentando consi­
deravelmente o problema.
Mas se Eulália estava totalmente envolvido na ques­
tão, Celestina, apesar de se !"ncontrar no mesmo local, não
estava concentrada no fato. Ela apenas acompanhava, às
vezes, exclamando: "- Ih, não quero ver isso não, pois
isso vai acabar mal...".
O seu campo psíquico estava com um aspecto de an­
gústia, como se desejasse que aquilo acabasse logo.
Agar então pediu para que eu tentasse trasmitir boas
energias à Celestina, sugestionando calma e irradiando boas
energias, enquanto ele faria o mesmo a Eulália.
Ela, por estar mais receptiva, teve facilidade para ab­
sorver as energias que eu estava doando e, rapidamente,
ficou mais harmonizada.
Nesse instante, Agar aproveitou para sugerir a Eulália
que desligasse a TV, porque isso estava lhe fazendo mal, e
pediu que eu fizesse o mesmo com Celestina.
Esta captou meu pensamento e lembrou ao marido
as lições que haviam recebido no centro espírita, de que
não devemos nos envolver com o mal seja de que forma
ele estiver, a não ser que possamos fazer algo para ajudar,
e que ali eles só estavam ficando tensos, nervosos, assusta­
dos e até com um certo mal-estar.
O marido, que estava envolvido por Agar ficou re­
ceptivo à orientação da esposa e decidiu desligar o apare-

campo psíquico
Trata-se de uma área ao nosso redor formada pela extensão
das ondas mentais que irradiamos. Qualquer energia que adentrar

1
nessa área (onda mental, forma-pensamento ou derivados) es­
I! tará em contato psíquico conosco. Nele permanecem diversas
energias que irradiamos e atraímos.
I

73
lho de TV. Ele ainda tentou mudar de canal mas
verificou
que agora todas as emissoras passavam ao vivo
as cenas
dramáticas.
Eulálio falou então, consigo mesmo, que o melh
or a
fazer era mesmo se deitar, no que Celestina
concordou
dizendo que também iria.
Pensei que nossa tarefa havia terminado mas
Agar me
esclareceu que deveríamos acompanhar o
descanso de
ambos para verificarmos as tristes conseqüên
cias que iri­
am ter por causa das energias a que se entregaram
antes de
dormir.
- Nesses momentos, o certo seria haver uma
con­
centração em algo elevado. Eulálio e Celes
tina poderi­
am ler algo edzficante antes de dormir ou fazer
uma ora­
ção, com o coração e a mente ligados ao Alto
. Esses são
recursos indisfJensáveis para uma boa harm
onização e
que ajudariam a minimizar as impressões negat
ivas que
estão vivamente gravadas na mente de amho
s.

ii
- Mas eles já estão psiquicamente "limpos", graças
aos passes que aplicamos. Não vejo na aura deles for­
mas-pensqmento que possam causar-lhes perturbação, e
a freqüência das ondas de ambos sugere um momento
mais harmónico do que há alguns minutos...
- Sem dúvida, o quadro energético ao redor de am­
bos, graças a nossa intervenção, ficou muito melhor do
que se encontrava, mas permanecer desta forma é algo
que foge às nossas possibilidades, pois o nosso exterior é
o reflexo do nosso foro íntimo; atuamos no efeito, mas
só eles podem atuar na causa.

arquivo mental
Trata-se de uma área em nossa mente onde
ficam registradas,

II gravadas, as informações de tudo, absolu


rente às nossas vidas.
tamente tudo, refe­

'I

!I 74

------- ---
A nossa mente possui o que podemos chamar de ar­
quivo mental, e este é dividido em áreas de acesso fácil,
médio, difícil e inacessível.As informações gravadas mais
recentes, ficam sempre na parte fdcil desse arquivo, onde
o acesso é instântaneo, por isso apesar deles não estarem
mais em contato com as imagens transmitidas, a mente
ainda se encontra concentrada nas fortes emoções que
tiveram há pouco. Como nada foi feito para mudar esse
foco negativo, ou seja, não se buscou gravar informa­
ções salutares, alterando a concentração para algo ele­
vado, as últimas informações, que serão acessadas
involuntariamente, produzirão mais energias afins, on­
das e formas-pensamento, com o teor negativo que
higienizamos exteriormente.
- Mas eles estarão dormindo...
-A mente não...
Não demorou muito para que ambos dormissem.
Apesar das aparências serem favoráveis, o íntimo de am­

ii
bos ainda estava em desequilíbrio devido o envolvimento
com os fatos da noite.
Concentrei-me em Eulálio. Ele não se desdobrou e
começou a produzir várias formas-pensamento descone­
xas, a emitir ondas de teor negativo que não escondiam o
que ele estava sonhando, era um típico pesadelo que se
desenrolava tendo o próprio Eulália como participante.
Celestina, apesar de também não ter se desdobrado,
não estava irradiando formas-pensamento negativas, eram
energias mais leves conquanto não serem elevadas.
- Nossos irmãos colhem o que semearam. Enquanto
Euldlio tem dificuldades para relaxar graças a tensão men­
tal que se submeteu por livre e espôntanea vontade,

II
Celestina está conseguindo ter um momento menos per­
turbado de descanso porque buscou ao máximo evitar as
'I

!I 75

------- ---
cenas negativas que ficaram gravadas no arquivo mental
de Eulália. Por ele ter preenchido os espaços reservados
à área de fácil acesso do seu arquivo mental com grava­
ções negativas e não ter procurado realizar outras grava­
ções que fossem elevadas, sua mente está acessando essas
informações e causando o desequilíbrio que estamos pre­
senciando.
Por enquanto, nossa presença aqui é dispensável.
Continuemos nossa ajuda a equipe visitando outros ir­
mãos nesta área. Pela manhã retornaremos, para verifi­
carmos se ainda existirão resquícios dessa noite agitada.
No dia seguinte, retornamos um pouco antes do ca­
sal acordar.
Eulálio quando despertou reclamou bastante da noi­
te mal dormida. Disse que teve pesadelos a noite toda. Já
Celestina falou que teve um sono muito "pesado" mas
que não se lembrava de nenhuma impressão negativa.
-Acredito, meu amor, que tudo isso é reflexo daque­
las imagens de ontem à noite. Eu lhe disse que aquilo ia
acabar nos fazendo mal.
-É mesmo,

Celeste! Devem ter sido aquelas cenas de
tensão que acabaram me fazendo mal à noite, pois eu
sonhei que estava naquele ônibus e várias coisas horrí­
veis aconteceram.
E, sem perceberem, estavam novamente começando
a gerar energias de teor ruim que iriam sintonizar com
outras afins, prejudicando-os ainda mais.
- Observe, Saulo, como é importante termos cuida­
do com o que falamos; se esta conversa continuar nesse
rumo eles terão ainda mais dissabores por conta do acon­
tecido de ontem.
Mas as próprias circunstâncias do cotidiano fizeram
cessar a conversação, pois Eulálio acabou de se arrumar e

76
saiu para o trabalho. Celestina saiu logo depois, e nós fo­
mos então acompanhá-la para verificar o possível efeito
desta conversa que já havia gerado mais formas-pensamen­
to negativas pela casa, que nós dissipamos, mantendo o
lar livre dessas energias negativas relacionadas ao triste
acontecimento.
Ao sairmos à rua, era grande a movimentação
energética, várias pessoas conversavam sobre o assunto
com riquezas de detalhes e muitas correntes de formas­
pensamento negativas podiam ser vistas se ligando às pes­
soas.
Celestina se dirigiu ao ponto de ônibus. Naturalmente
acabou escutando as conversas, participando mentalmen­
te, sem que tivesse forças para desviar a concentração do
assunto.
Por causa disso, no mesmo momento em que subiu
na viação ela começou a relembrar o episódio. E isso fez
com que ela analisasse todos os passageiros. Fácil foi per­
ceber que ela havia se colocado na baixíssima freqüência
vibratória do medo.
Foi um reflexo; a mente de Celestina apenas acessou
a parte fácil dos seus arquivos mentais, graças a influência
externa negativa que ela se permitiu envolver minutos
antes, ao dar ouvidos a conversa.
O ônibus serviu como identificador psíquico para
relembrar o episódio e nesse caso perturbá-la.
Esse fenômeno é muito mais comum do que imagi-

identificador psíquico
um
Toda informaçã� gravada em nosso arquivo mental possui
algo como uma chave, que nos permite
identificador psíquico,
, tanto
recuperar qualquer informação que tenha sido gravada
de forma consciente quanto inconsc ienteme nte.

77
namos... quantas vezes é o odor de um perfume, é o som
de uma música, é a imagem de uma foto, que nos traz
lembranças boas ou ruins, independente do que estáva­
mos concentrados, pensando, antes?
Quando algum fator externo nos é familiar e impres­
siona os nossos sentidos, a mente traz "à tona" as infor­
mações relacionadas que foram arquivadas no nosso ar­
quivo mental. E essa recuperação é sempre de uma forma
muito viva, pois não só relembramos o acontecido como
podemos reviver as impressões que ele nos causou.
Por exemplo, se o cheiro do perfume está associado
a um momento feliz de nossa vida sentimos novamente
esse bem-estar que foi causado à época, no instante da re­
cordação.
Se a música traz uma lembrança triste, uma decep­
ção, vivenciamos também esse dissabor, e assim acontece
com todas os acessos que fazemos ao arquivo mental, pois
quando lembramos de alguma informação revivemos tam­
bém as energias que nós geramos quando da gravação.
Voltando a concentração para a nossa irmã Celestina

111'1 pude verificar que ela estava piorando, agora se encontra­


va praticamente em pânico, querendo saltar logo e vigian­

1
do toda pessoa que subia na viação. No nosso lado, eu
pude observar as energias negativas que saiam da sua mente
e se uniam às outras que estavam sendo produzidas por
outros no ônibus. Na verdade, quase todos os passagei­
ros estavam tensos, se auto-perturbando pela lembrança
automática do que tinha acontecido na noite anterior.
Essas energias formavam uma forte massa escura so­
bre o teto do ônibus, uma corrente de formas-pensamen­
to densa, muito negativa.
Observei que conforme iam saltando do ônibus al­
gumas pessoas se desligavam dessa corrente e outras ain-

78
da permaneciam ligadas a ela.
Como eu não estava entendendo, perguntei a Agar o
porquê disso.
-Tudo está relacionado a intensidade da ligação, al­
guns estão fortemente ligados, outros não. Assim ao
sairem do ônibus, alguns se concentram facilmente em
outra coisa, se desligando do processo de sintonia, ou­
tros permanecem ligados a corrente quando saem por­
que continuam perturbados, concentram-se ainda na pro­
blemática, suprindo-a e recebendo dela energias que au­
mentam a perturbação.
Se continuarem ligados por muito tempo, poderão
ter as síndromes de difícil diagnóstico tão em voga hoje
em dia. Aliás, ainda veremos esse quadro lamentável por
algum tempo, pois como pode perceber, os fatos ainda
são comentados exaustivamente pelas pessoas gerando
energias para esssas correntes negativas e mantendo as
pessoas como que concentradas nesse assunto.
A corrente faz com que a pessoa fique "presa'" psi­
quicamente a esse tipo de pensamento, favorecendo a per­

111'1 turbação, o descontrole emocional e psíquico, pois na­


turalmente outras energias, e espíritos afins, são atraí­

1 dos de forma irresistível nesse processo, aumentando a


potência perturbadora.
Com o passar do tempo e a diminuição dessas cor­
rentes, mesmo que a pessoa se lembre do fato não ocor­
rerá mais esse acréscimo de perturbação.
Veja também que todos os reflexos que presencia­
mos não aconteceram somente com Eulálio e Celestina,
mas com a maioria, pois caminhamos todos para corpos
mais psíquicos, mais medianímicos.
Hoje em dia, é raro uma pessoa que não tenha per­
cepção extra-sensorial, o dito sexto sentido; que não sinta

79
""

as influências psíquicas sobre o seu Ser. Mas lamentavel­


mente também, ainda são raros os que se dedicam ao "co­
nhece-te a ti mesmo", e a se melhorar gradativamente
em resposta a essa análise íntima.

I II

I
i
1:

ii'

80
""

I II ,7

I
i
1:
Csclt1recímenfos
oporfunos

Após a explicação de Agar, certificamo-nos, antes de


retornar à colônia, de que Celestina estava harmonizada.
E como eu ainda tinha muitas dúvidas ...
- Agar, porque eu consegui ver as energias da casa, as
formas-pensamento ligadas as pessoas, mas não conse­
gui ver a "teia", a ligação psíquica em que eles se encon­
travam? Não vi as ondas mentais deles se ligando com
ii' outras ...
- Saulo, em sua última encarnação você aprimorou
uma das inúmeras faculdades anímicas que podemos ter,
através da Yoga. Por falta de uma definição mais clara,
podemos nomeá-la como sendo uma característica da cla­
rividência.

81
Apesar de não ter tido cantata com a "escola" espí­
rita e não ter podido utilizar o método de excelência dei­
xado por Allan Kardec, você conseguiu um razoável apri­
moramento, mas incompleto. Assim, certos nuances mais
complexos das questões energéticas que presenciamos,
passaram despercebidos por você.
- E você conseguiu vê-los? Conseguiu vislumbrar a
"teia" que vimos no radar?
- Sim, Saulo, mas não há nada de especial nisso, com
a experiência, a prática, constante estudo e análise, to­
dos aprofundamos as nossas possibilidades, e faculdades
anímicas e mediúnicas. É
. assim em qualquer lugar, sob

I
qualquer aspecto.
- E como eu não consegui visualizar nada você po­
deria me esclarecer como se processou esse fenômeno?
Ambos estavam ligados nas correntes de ondas mentais?
- Sabemos que todos nós irradiamos ondas mentais
ininterruptamente, em conjunto com as formas-pensa­
mento; que seriam como a fotografia do que estamos pen­
sando, com uma diferença substancial: elas possuem vida
própria, podendo ser considerado como um ser artifici-

ai.
A extensão das ondas mentais que irradiamos, cons­
trói o que chamamos de um campo psíquico mental onde

acontecem todos os fenômenos, onde entramos em can­
tata e interagimos com as energias da mente de outrem,

11' onde mostramos quem somos e o que queremos.


Notadamente em situações de concentração, von­
tade, e principalmente moral elevada, maior esse campo
se estende, expande-se, conseguindo estabelecer contato
com as energias ao seu redor num raio de centenas de
metros, os médiuns e sensitivos, e dezenas de metros, as
pessoas com baixa percepção psíquica, sendo ainda que

82

.J
I
em alguns, menos comuns, esse campo se estende de for­
ma muito mais impressionante.
Através desse mecanismo, a expansão de seu campo
de influência mental, nosso irmão Eulália entrou em can­
tata com seu vizinho, que estava na mesma freqüência
vibratória, favorecendo a-sintonia. Este, por sua vez, es­
tava ligado a outrem e assim por diante, formando a ex­
tensa corrente de ondas mentais.
Ao identificar os pontos chaves da corrente pelo ra­
dar, pudemos enfraquecê-la, contribuindo para que ela
se desfizesse ou perdesse a sua força.
Qualquer corrente de ondas mentais é um comple­

I
xo circuito de energias; se desligarmos em determinado
ponto interrompemos a transmissão da energia, à seme­
lhança de um circuito de distribuição de energias elétri­
cas em que você ao causar uma pane numa sub-estação,
corta o abastecimento de energia daqueles que estiverem
a ela ligados.
Celestina, apesar de estar em faixa vibratória nega­
tiva, sofrendo a sua cota participativa, não estava na
mesma freqüência vibratória. Por isso, utilizamos ela para
a tarefa de desligar parte da corrente e causar uma "pane"
no sistema energético, já que ele, Eulália, era como uma
sub-estação da "teia", devido a potência energética com

que irradiava sua energia mental naquela área. Estava
ele ligado a mais de oito pessoas diretamente.

11' Celestina, por não estar ligada à "teia" e, estando


contrária às imagens que a TV mostrava, ficou favorável
à sugestão de desligá-la e receptiva a transmissão de ener­
gias que você fez, que a harmonizou.
Como você pôde constatar, correntes de ondas se
fazem e se desfazem em questões de segundos. Em nossa
colónia, a equipe Estrelas Silenciosas é especializada em

83

.J
I
desfazer aquelas que são nocivas às pessoas e por conse­
guinte à Humanidade que todos pertencemos.
- Pelo que eu pude concluir uma corrente de ondas
mentais só prejudica, ou auxilia, àqueles que estiverem
ligados à elas.
- Isso se ficarmos somente no efeito esquecendo as
conseqüências indiretas. É necessário uma análise mais
abrangente, pois aumentada a potência energética e a con­
centração da pessoa, as formas-pensamento que ela pro­
duz passam também a ter mais força e conseqüentemen­
te maior possibilidade de vida, além de existir uma possi­
bilidade maior de inúmeras outras estarem sendo produ­
zidas pelas outras pessoas da corrente de ondas.
Naturalmente, essas formas-pensamento podem de­
pois se unirem e formarem então uma corrente de for­
mas-pensamento, o que é altamente prejudicial à saúde
psíquica, à paz e à harmonia de quem estiver ao seu re­
l
dor, se ela for de teor negativo, ou seja de baixa freqüên­
cia vibratória.
Foi assim que nossa irmã, que não se envolveu na
corrente de ondas mentais, acabou sendo "vítima" no
dia seguinte'de uma das incontáveis correntes de formas­
pensamento que se formaram do episódio infeliz, e so­
freu-lhe as conseqüências.

I I,
As correntes de ondas mentais são, por natureza,
grandes produtoras de correntes de formas de pensamen­
to; não necessariamente como algo feito consciente, mas
como conseqüência, pois as formas-pensamento geradas
sob a influência de correntes de ondas mentais duram
muito mais tempo e ficam mais resistentes, ganhando
tempo para se unirem.
Eu estava perplexo com as questões realmente com­
plexas, e para mim totalmente novas... eu sabia que quan-

84

_j,
do fazemos uma oração conjunta temos mais força psí­
quica, mas jamais iria imaginar tantas conseqüências
advindas dos nossos pensamentos. Arrisquei então
aprofundar ainda mais o meu aprendizado com o nobre
Mentor.
- Acredito que os meios de comunicação de massa
contribuíram para que as correntes ficassem tão poten­
tes e influentes nos dias atuais, não é mesmo?
-Sem dúvida. Fácil perceber que a Humanidade sem­
pre construiu correntes tanto de ondas mentais quanto
de formas-pensamento, mas antes elas eram localizadas,
pois eram circunscritas aos locais e às pessoas que ali
estivessem. Agora com a facilidade de comunicação en­
tre todas as partes do mundo elas passaram a ser mundi­
ais. Tivemos um exemplo recentemente com as duas gran­
des correntes mundiais que se formaram a favor e contra
a guerra que os Estados Unidos queriam, e empreende­
l
ram, contra o Iraque.
Grande é a responsabilidade dos meios de comuni­
cação, pois hoje eles influenciam na geração de
incontáveis correntes ao redor do mundo.
Lembrando ainda que se uma forma-pensamento
pode perturbar ou auxiliar uma pessoa, uma corrente de
formas-pensamento aumenta essa possibilidade em um

I I,
sem número de vezes.
- Agar, pelo que eu consegui observar até agora, pos­
so concluir que as formas-pensamento, devido as suas
características, conseguem obsidiar as pessoas. Mas isso
não seria somente o resultado de uma influência negati­
va encarnada, ou desencarnada, sobre alguma pessoa tam­
bém encarnada, ou desencarnada?
- Saulo, Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, esta­
belece uma definição clara do que seria a palavra obses-

85

_j,
são para a Doutrina Espírita, confonne você colocou. Já
os dicionaristas da Terra estabelecem que se trata de uma
idéia fixa a nos perseguir.
Se optannos por esses últimos o tenno estaria bem
colocado, por esclarecer essa possibilidade de perturba­
ção pennanente que pode ser exercida por uma fonna­
R
pensamento. Mas por nossa condição espírita, se adotar­
mos esse vocábulo isso traria certa confusão desnecessá­
ria. Em vista disso utilizemo-nos do termo perturbação,
já que toda forma-pensamento produz uma influência
de acordo com o seu teor energético, e se essa energia for
negativa ela irá causar perturbação a quem adentrar o
seu campo de influência. Podendo esta perturbação au­
mentar gradativamente se a pessoa se permitir estabele­
cer uma ligação psíquica.
Infelizmente esse é um acontecimento comum, in­
clusive comumente utilizado pelas inteligências contrá­
rias ao Bem para favorecer os seus objetivos infelizes. '

Busquemos na colónia analisar um desses casos que


sempre são complexos e de difícil solução, como a clássi­
I
\
ca obsessão.

I

1-

86

Lj
I
R

uíndrome
� ,

pJzquzca
'

I
\
I
Passei todo o dia seguinte estudando na colônia, para
poder acompanhar, à noite, alguma tarefa "desobsessiva"
de formas-pensamento.
� Na hora combinada, Agar solicitou ao Julius a per­
1- missão para a tarefa. Minutos depois nos foram apresen­
tadas Mirele e Viviane, que estavam de saída para ajudar a
uma senhora que teve o nome colocado no cesto de irra­
diação.
Desde o domingo retrasado, dia da reunião pública
no centro espírita, que ela está sendo monitorada, para
conseguirmos descobrir a melhor forma de ajudá-la.
Todo nome, e endereço, que é colocado no cesto é
· sempre muito estudado e analisado, planejado mesmo, até

87

Lj
I
o momento efetivo da ação, salvo os casos urgentes que
requerem um auxílio imediato.
l
No caminho até a casa da irmã que seria auxiliada,
Viviane e Mirele nos colocaram a par da situação. Angela,
estava quase sofrendo de síndrome do pânico e, a cada
dia, seu quadro tinha uma piora, devido a diversas cir­
cunstâncias do seu cotidiano.
Quando chegamos à casa dela, Agar me informou que
a nossa tarefa seria a de auxiliar no que Mirele e Viviane
precisassem. Pediu-me então, para observar os fatos que
eu iria presenciar e ficar vigilante.
E se ele estava me pedindo uma maior concentração
e atenção, era porque o problema não estava só na tal
síndrome, havia algo mais...
Angela havia acabado de chegar e estava aparente­
mente normal. As energias que irradiava não estavam em
uma faixa negativa.
Me chamou a atenção uma boa quantidade de for­
mas-pensamento, muito bizarras. Era como se fossem
protozoários misturados com cabeças de tênias. Elas esta­
vam mais nas paredes e nos objetos da sala: sofá, estante,
'

televisão... Tinham uma cor que era um misto de roxo


com vermelho escuro; algo realmente muito repugnante.

I
Foi quando Agar me alertou para não me concentrar nas
formas, pois senão, elas seriam atraídas até a mim.
Angela se sentou no sofá e começou a ler o jornal do
dia. Nesse instante iniciaram-se os fenômenos. Quando I

ela começou a ler as notícias negativas que relatavam situ­


ações de violência, sua mente começou a irradiar energias
numa freqüência de temor, e aos poucos as formas-pensa­
mento que estavam mais próximas foram sendo atraídas.
Com isso, ela passou a ficar com mais medo e, em pouco
tempo, ela já estava rodeada com inúmeras daquelas for-

88

I
j.,

I
mas-pensamento que estavam pela sala.
- Angela estd agora, clinicamente falando, com a cha­
l
mada síndrome de pânico. Ao interagir psiquicamente
com as formas-pensamento que estão no ambiente, ela
passou do receio para o medo e deste para o pânico de
-
que algo de ruim aconteça com ela.
As alterações fisiológicas não tardarão, palpitação,
suar frio, mãos geladas...
Conforme pode se observar pela reação instântanea
junto às formas-pensamento, ela é uma sensitiva; possui
sensibilidade psíquica, mas não o sabe, situação essa muito
comum nos dias atuais e que, nesse caso, atua como um
agravante.
- E se ela não fosse sensitiva isto estaria acontecen­
do? Perguntei à Viviane, que tinha começado a me escla­
recer sobre o fenômeno de atração e absorção das formas­
pensamento.
- Como não, apenas mudaria a velocidade e a inten­
sidade imediata das conseqüências, mas a problemdtica
persistiria. Não é a mediunidade ou a sensibilidade psí­
quica a causadora da síndrome que vemos, mas a postu­
ra mental, e as características íntimas, da mesma que fa­
vorecem o contato e a absorção das energias negativas, e

I
que trazem a ela esse reflexo fisio-psíquico.
Imagine se ela não fosse sensitiva, a única diferença
seria na percepção das energias que ela possui, mas não
I sabe analisar. As conseqüências, que no caso dela é a
síndrome, apareceriam da mesma forma, mas não seria
de forma tão abrupta, no mesmo momento da leitura de
um jornal como vimos. Seria mais sutil, podendo apare­
cer em outra hora, em outro dia... demoraria mais tem­
po para se refletir no físico o contato que foi feito com
as energias negativas.

89

I
j.,

I
Enquanto isso, Angela se levantou, já em desequilíbrio
psíquico e foi até à porta verificar se estava fechada. De­
pois dirigiu-se ao quarto com a intenção de ficar isolada lá
dentro. O temor tinha se apoderado dela.
Quando entramos junto com ela no ambiente tomei
um susto. Quase o triplo de formas-pensamento pareci­
das com as que estavam na sala se encontravam no quar­
to.
- Não se espante! Sempre quando fica em crise, ela
vem para cá. Por isso, o aumento da quantidade desses
"seres" bizarros neste ambiente. Mas, tenho certeza, de
que hoje conseguiremos modificar essa situação. Fui in­
formada de que em poucos instantes Ricardo já estará
chegando com os nossos irmãos.
- ?! Não entendi Mire/e... quem é Ricardo e que ir­
mãos estarão chegando?
- Desculpe, Saulo. Ricardo é o o Guia familiar desta
casa e hoje, ele ficou de trazer o juvenal, um amigo do
Jorge, que é o esposo da nossa Angela. Ele é espírita e tem
despertado o interesse do Jorge pelo comportamento
invulgar, pela, conduta exemplar que o mesmo tem pe­
rante o dia a dia de trabalho. Ambos, convivem no mes­
mo escritório, sob muitas pressões e dificuldades, mas
juvenal com seu caráter e honestidade, se destaca da imo­
ralidade e desonestidade, hoje reinantes em parte da so­
ciedade.
já faz algum tempo que Ricardo tenta afastar Angela
das energias negativas, inclusive destruindo as formas­
pensamento. Mas como sabemos, se não existir a mu­
dança de postura íntima, até esse paleativo se mostrará
ineficaz.
Algumas vezes, ele também consegue evitar que as­
sistam aos programas noturnos de 7V dedicados ao noti- I
'I'
I
90 í

I

.e
ciário da violência, que são como um "combustível" para
essas formas-pensamento. Mas, a tarefa parece não ter
fim, já que tudo que é feito, atua somente nos efeitos e
não na causa.
Ademais, quando o ambiente consegue ficar mais
harmónico, os agentes retornam, trazendo mais uma ma­
triz de forma-pensamento. Temos esperança de que hoje
consigamos atuar na causa de todo esse mal, porque só a
própria Angela pode mudar o comportamento, o seu qua­
dro mental, para que realmente consiga a paz que tanto
almeja.
Confesso que eu estava muito curioso, pois Viviane
falou em agentes... matriz de forma-pensamento... mas a
campainha estava tocando. Era Jorge e Juvenal, que havi­
am chegado.
Ricardo, rapidamente, relatou que teve dificuldades,
pois os agentes estavam seguindoJorge e, chegariam a qual­
quer momento. Agar então falou-lhe:
- Irei ao encontro de nossos irmãos. Dêem continui­
dade ao que foi planejado. Estarei de volta assim que pu­
der. Saulo, permaneça em oração e vigilância, pois o mo­
mento requer o máximo de cada um de nós.
Ele estava sério, como sempre, mas agora ainda mais.
Percebi a delicadeza da situação e decidi ficar mais con­
centrado ainda, no que estava acontecendo.
Jorge foi direto ao quarto pedindo paraJuvenal ficar
à vontade. Chegando, verificou que a esposa estava dife­
rente, como que acuada, sem que soubesse a causa. Ele já
tinha conhecimento do fato e, trouxe Juvenal exatamente
para que pudesse auxiliá-la de alguma forma, com aquela

I
filosofia de vida que ele tanto falava.
- Meu amor, eu trouxe o juvenal, lembra? Aquele
amigo do trabalho que eu lhe falei...

'I'
I

I· í 91
I

.e
- Sim, eu me lembro. Vou me arrumar e estarei na
sala em instantes.
- Está tudo bem?
- Sim, já passou, não se preocupe, foi apenas uma
indisposição ...
'
Na verdade foi Mirele que a ajudou com um passe.
E Jorge, .então voltou para a sala para conversar com
Juvenal.
Em minutos Angela apareceu. Aparentemente me­
lhor, mas para nós que olhávamos as energias ao seu re­
dor, a melhora não havia sido muita. De bom, somente a
saída do seu quarto.
- Boa noite, Seu juvenal! O jorginho, não pára de
falar bem de você.
III -Boa noite, Dona Angela! É bondade de seu esposo,
já que trabalhamos juntos.
- Que nada, juvenal! Você é o único que presta na­
quela empresa. E hoje eu sei que essa sua conduta, é devi­
do à Doutrina Espírita que começo a admirar.
-E por falar no Espiritismo, permitam-me presenteá­
los com dois ljvros básicos de nossa querida Doutrina.
Num, vocês terão a filosofia, e noutro, a sublime mensa­
gem de jesus, como vocês nunca viram antes.
- Não precisava, juvenal.
- Sou eu que faço questão!
- O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o
Espiritismo...
- Sim, Dona Angela, eu espero que assim vocês pos­
sam aprofundar seus conhecimentos da doutrina. O Li­
vro dos Espíritos foi codificado por Allan Kardec no for­
mato de perguntas e respostas. já o Evangelho, está de
uma forma mais dissertativa, trazendo as elucidações do
mundo espiritual junto com as reflexões dé Kardec sobre

92


-"
os ensinamentos de jesus.
E a conversa não parou mais. Tanto Angela quanto
Jorge, passaram a fazer perguntas sobre espíritos, Jesus,
mediunidade... e, enquanto iam conversando, do nosso
lado a movimentação era intensa.
Angela, agora, estava muito diferente psiquicamente.
As formas-pensamento que estavam próximas à sua aura,
foram afastadas; e outras, que estavam mais próximas ain­
da, foram destruídas pela irradiação dos três.
Na verdade, quanto mais eles falavam, mais luz se fa­
zia no ambiente; uma conseqüência natural, já que a con­
versa estava muito edificante.
Várias formas-pensamento, belíssimas, eram produ­
zidas pelos três e, muita luz se irradiava através dos pensa­
III mentos de cada um.
Parte dessa energia, Ricardo estava manipulando,
construindo algo, que me parecia uma "corda". Aos pou­
cos, ele ia colocando essa "corda" nas portas e janelas de
acesso à casa, como que vedando as entradas.
Viviane estava utilizando outra parte; particularmen­
te, a produzida pelo Juvenal, para destruir todas as for­
mas-pensamento negativas, restantes nos outros cômodos.
Mirele, estava utilizando uma outra parte, para
fluidificar a água que eles estavam bebendo, para a limpe­
za energética dos objetos e móveis da sala, assim como
dos outros cômodos.
Agar, que já havia retornado, e eu, estávamos susten­
tando a conversação superior. Eu, inspirando ao casal, e
Agar, ao Juvenal, auxiliando-o nas respostas.
Já era quase nove horas da noite, quando Juvenal se
despediu da família, para retornar ao seu lar. Angela, não
era nem a sombra daquela que havíamos visto horas atrás.
Estava agora, irradiando uma luz azul muito suave, tendo

93


-"
r
ao seu redor formas-pensamento muito diferentes das que
estavam na sua casa. E, quando entrou no seu quarto, ha­
viam pouquíssimas daquelas formas-pensamento negati­
vas, sendo que conforme sua aura entrava em contato com
elas, quase todas iam se dissipando. Restaram somente al­
gumas que foram afastadas, refratadas.
Agar me explicou que a energia produzida p� los três
foi semelhante a de um estudo do Evangelho. Foi tanta
energia gerada que possibilitou a limpeza psíquica do am­
biente e a destruição da grande quantidade de formas-pen­
samento negativas, que ali se encontravam. Além de for­
necer material para a construção de uma cerca de prote­
ção nas entradas da casa, que segundo ele, duraria pelo
menos 72 horas; tempo suficiente para as próximas tare­ I
fas. E continuou sua explicação:
I,
- Observe, Saulo, que a energia elevada gerada não
foi suficiente para destruir todas as formas-pensamento !
negativas. Nas restantes, utilizaremos a energia da cor­
rente que Mire/e trouxe para dissipá-las. Isto acontece,
como pode ver, porque cada forma-pensamento tem a sua
potência energética; precisando sempre existir uma po­
'
tência superior, para eliminá-la.
Apesar de ter sido produzida bastante energia supe­
rior, com a conversa edificante, ela não foi suficiente para
fazermos a limpeza completa e não podemos deixar ne­

J
nhuma cópia da matriz "viva", pois do contrário o re­
torno ao cotidiano poderá prejudicar todo o esforço da
noite.
- Você acha que tudo pode voltar ao que estava ho­
ras atrás? I,
- Como você não desconhece, é preciso ter muito
cuidado com as energias. A televisão, além de irradiá-las,
como é fácil de se constatar, influencia ainda pelo senti-

94
r
do visual e auditivo na produção de energias diversas,
que serão elevadas, ou não, de acordo com o que estiver­
mos assistindo. O mesmo é válido com as ondas hertz
que nos oferecem o som. Ao serem transmitidas, condu­
zem energia que nos influencia, por si só, à produção de
mais energias. Sem contarmos com a leitura que sempre
faz com que a nossa produção mental aumente devido a
concentração que exercemos.
Assim sendo, uma conversa edificante, um estudo
do Evangelho, uma música elevada, a incomparável ação
no Bem, servindo ao próximo, produzem energias eleva­
das, salutares, harmonizantes e sublimes, que estabele­
cem uma fJsicosfera de paz e harmonia.
I Mas, se a escolha for utilizar esses recursos de outra

I, forma, a psicosfera ficará perturbadora e asfixiante, cau­


sará mal-estar e favorecerá inúmeros problemas às pes­
! soas que ali estiverem. A escolha é estritamente pessoal.
Nos dias atuais as pessoas deveriam dar mais im­
portância a esses fatores, pois os temos em quase todos
os momentos do dia. É fácil verificar, a alta significância
de se conhecer as energias que os meios de comunicação
produzem e, as que nós produzimos, sob a influência de­
les. Ambas interagem conosco e com o nosso ambiente,
trazendo-nos bem ou mal estar, desdita ou felicidade.
- Você disse que Mire/e trouxe energias da corrente?

J
- Sim. Daquelas que nós vimos serem coletadas, tanto
na tarefa de irradiações quanto na corrente produzida
pelos integrantes do centro espírita.
Nesse instante, ela está dissipando as formas-pensa­
mento restantes com o auxílio de certo aparelho, que é
utilizado para essa finalidade.
- Agar, eu percebi também que essas formas-pensa­
mento eram algo pegajosas, e estavam como que "an-

95
dando" pelas paredes e objetos. Porque não havia nenhu­
ma flutuando pela sala?
- Existem formas-pensamento que são etéreas,
diáfanas; outras são pegajosas, aderentes, como as que
vimos. A contextura delas irá sempre depender da ener­
gia com a qual foram produzidas.
Não tive tempo para mais perguntas, pois Viviane
chamava-nos para novas tarefas.
- Agar, o que você me diz de deixarmos a Mire/e jun­
to ao Ricardo, para nos avisar de qualquer emergência e,
irmos nós três, até os agentes para evitarmos novas per­
turbações?
- Penso, que o que for decidido por você, será a me­
lhor decisão a ser tomada, querida irmã.

96
9

Oemeadura
ínfelíz

Percebi que nós três estávamos caminhando em dire­


ção a uma área bastante movimentada psiquicamente: um
shopping. E, como ainda tínhamos algum tempo, pergun­
tei a Viviane sobre o que ela quis dizer com matriz de for­
mas-pensamento.
- Saulo, matrizes são formas-pensamento criadas es­
pecificamente para atingir um determinado objetivo. Co­
nhecendo o mecanismo de influência psíquica que uma
forma-pensamento exerce, pode-se manipular as energi­
as para se produzir uma matriz com específica essência
energética, que irradiará essa energia em determinada área
de acordo com a sua potência energética. E isso tanto
pode ser para ajudar alguém, quanto para perturbar.

96 97
11:'
,[li - Quer dizer que, aquela forma-pensamento na casa
da Angela foi produzida por alguém que tinha o intuito
de perturbá-la?
- Exatamente! Essa é uma das sofisticadas formas
que as inteligências contrárias ao Bem utilizam, há mui­
to tempo, para causar perturbaçües.
Há tempo que estamos monitorando a ação desse
infeliz grupo, e acredito que está chegando a hora de con­
seguirmos desmantelá-lo, socorrendo-os em grande par­
te para uma renovação íntima. Começaremos essa nova
fase com os seus ditos agentes, que sofrerão significativa
baixa durante esses dias.
-Mas como eles conseguem fazer isso?
- Esses irmãos fazem parte de um vale comandado
por antigos magos da ldadeMédia, que produzem as ma­
trizes de formas-pensamento. Primeiramente, eles anali­
sam as pessoas durante certo tempo, seus costumes, há­
bitos, receios, até terem a análise do que devem produzir
para perturbar a pessoa alvo e, chegar aos seus indigitados
objetivos.
Descobe[ta a energia apropriada, eles coletam-na
para construir a fonna-pensamento.
E gerada a forma-pensamento negativa os agentes
levam-na ao local predestinado, esperando o clima psí­
quico favorável; muitas vezes, criados por eles mesmos,
para implantar a matriz.
já faz tempo, que nossa irmã Viviane está acompa­
nhando os dois infelizes agentes, para podermos desman­
telar esse "braço" da extensa organização.
A técnica é parecida, na forma, com a que utiliza­
mos, apenas mais rudimentar e frágil, podendo qualquer
matriz ser destruída de maneira muito simples, como
veremos a seguir. Mas o que acontece, é que geralmente

'1, 98
,I
11:'
,[li ocorre o inverso, as pessoas a sustentam, por causa dos
péssimos hábitos do cotidiano, em conjunto com a dis­
tância que manteém da vivência dos ensinamentos cris­
tãos.
O processo de armazenar as energias, e dar a elas
um aspecto, é feito ininterruptamente pelas nossas men­
tes; mas, poucos conhecem ou se interessam em saber.
Assim como vamos aos locais em que são produzi­
das energias que podem servir aos nossos objetivos ele­
vados, eles também vão aos locais onde se irradiam ener­
gias luxuriantes, sensuais, negativas... de ambição, vai­
dade, cobiça, inveja... enfim, onde haja matéria-prima
para se produzir as matrizes desse teor.
Quando Agar acabou de falar, já nos encontrávamos
dentro do shopping, que irradiava uma energia muito
ruim, apesar das pessoas estarem aparentemente alegres.
Suas auras, estavam na sua maioria, irradiando diversas
energias negativas.
Ficamos ao lado de dois espíritos, que Viviane me
falou mentalmente serem os agentes que procurávamos.
Eles estavam com dois aparelhos.
Agar me explicou que um servia para identificar o
tipo de energia e o outro, para armazená-la.
- Vamos logo, Gas! Precisamos buscar muitas ener­
gias! Os magos estão preocupados; acham que estamos
sendo perseguidos pelos "cordeirinhos" e querem inten­
sificar os ataques.
- Até agora eu não entendi como não conseguimos
voltar para a casa daquela Angela.
- Nem eu cara! E qual é mesmo a nossa meta hoje,
Rick?
- Temos que encher as cápsulas com cinco tipos de
energias: sensualidade, ciúme, vaidade, inveja e orgulho.

'1, 99
,I
"

Nem bem eles terminaram a lamentável conversa e já


estavam se colocando para a tarefa que se propunham.
A primeira energia que recolheram foi a da sensuali­
dade e, pelo que eu pude perceber, a colheram em grande
quantidade... tiraram-na da energia irradiada pelos olha­
res que vários meninos, jovens, e homens casados, davam
para as mulheres. Eram energias realmente com muita car­
ga de sensualidade e imoralidade também, pois havia ho­
mens que estavam acompanhados de suas companheiras
e que olhavam com forte desejo para as outras mulheres,
não respeitando nem aquelas que estavam acompanhadas.
E, lamentavelmente, isso acontecia também por parte das
mulheres; em menor escala, mas acontecia.
Para adquirir a energia do ciúme eles influenciaram
alguns casais, tanto o homem quanto a mulher, para que
fosse feita uma cena de cíume e pronto, lá estava a outra
energia que eles precisavam. Mas me chamou a atenção
que eles também recolheram energias de cíume no mo­
mento que as pessoas irradiavam apego por alguma coisa.
Outro caso, foi a de uma jovem que estava com a sua
mãe, obrigaudo-a a comprar determinada roupa que ti­
nha sido dada à sua irmã. Observei que o cíume nela foi
coletado não só pela energia da mente mas também das
palavras que estavam fortemente carregadas com esse teor
negativo.
Depois passaram pela porta, nem chegaram a entrar,
de vários salões de beleza e coletaram a irradiação da
psicosfera do ambiente que era de extrema vaidade...
Logo depois, percebi que eles tiveram um pouco mais
de esforço para buscarem a energia da inveja, pois tiveram
de analisar as pessoas para identificar qual estava ali com
essa irradiação.
Mas que não se pense que esse esforço foi algo signi-

100
"

ficativo. Não, foi um espaço de alguns minutos, mas que


em relação às outras energias, foi uma "eternidade", já que
elas foram coletadas quase que instantaneamente.
Eles conseguiram buscar a energia de uma mulher que
adentrou uma loja, querendo comprar uma roupa igual a
da sua colega de trabalho; a mesma marca, a mesma cor, o
mesmo modelo... ela transpirava inveja, literalmente, pelo
olhar, pela mente, pelo corpo...
Já se fazia mais ou menos trinta minutos que eles es­
tavam armazenando as energias com o aparelho, quando
esse emitiu um sinal sonoro avisando que já tinham atin­
gido a meta daquela noite.
Observei que foram coletadas energias de várias ma­
neiras... pela mente, pelo olhar, pelas palavras, pelo mag­
netismo... Como eu tinha imaginado, que somente as ener­
gias da mente, serviriam para se gerar as formas-pensa­
mento, perguntei a Agar, se todas tinham a mesma nature­
za energética.
- Saulo, o que é a água em estado sólido, líquido ou
gasoso? Continua a ser H20?
- Continua!
- O mesmo é válido para uma freqüência vibratória.
Tanto a energia da mente como aquelas que ela origina,
têm a mesma essência, mudando a contextura e as carac­
terísticas íntrinsecas a cada uma. Por exemplo a energia
irradiada pelo olhar, tem o alcance da visão; já a energia
irradiada pela mente não tem limites no seu alcance, mas
ambas, se tiverem a essência de ajudar ao próximo esta­
rão na mesma freqüência vibratória, mudando apenas o
seu "estado". A da mente será uma energia mais
quintessenciada e com características próprias, como a
vitalidade, que a outra não possui. Assim como a água,
que em estado líquido possui contextura e característi-

101
cas próprias, que diferem da mesma água em estado gaso­
so.
Depois de coletadas as energias, caberá às pessoas
que irão manipulá-la, saber como se utilizar de cada tipo
específico.
Enquanto Agar me elucidava, fomos caminhando em
direção a um posto de socorro, ligado à nossa casa, para
fazermos certos ajustes espirituais, pois teríamos que ir até
o vale, onde os agentes estavam levando o material
energético.
O processo de preparo foi rápido. Já havia uma equi­
pe no posto esperando por nós. Seguimos então rapida­
mente ao tal vale.
Viviane estava à frente do nosso pequeno grupo de
oito pessoas, mostrando o prévio conhecimento que ti­
nha do lugar.
Já dentro do vale nos dividimos em dois grupos de
quatro. O nosso grupo, liderado por Agar, não teve difi­
culdade para chegar até um determinado lugar, parecido
com um laboratório de aspecto bruxuleante.
Agar con'<'ersou algo com os guardas e esses nos per­
mitiram entrar no recinto.
Dentro dele havia uma ante-sala, onde estavam vári­
os agentes aguardando o preparo das formas-pensamen­
to. De imediato, reconheci os dois agentes do shopping.
Agar falou com Ahmed, que era um dos que estavam
em nossa pequena equipe e pediu que eu o acompanhas­
se, com vigilãncia mental, pois a situação era delicada.
Logo depois ele entrou no laboratório junto com
Bastos, enquanto Ahmed se aproximou de mim e falou:
- Saulo, enquanto eu estiver conversando com os
agentes, mentalize um cerco de isolamento sobre nós três.
Esse aparelho que estou lhe dando, potencializa a nossa

102

l --lo....J
__

I
irradiação mental. Gradue o seu pensamento, para só
atingir os que estiverem nesta sala. Nossos irmãos, fica­
rão num estado de torpor que não os permitirá interferir
em nossa conversa.
Coloquei então o aparelho, que parecia uma tiara e
me concentrei para abranger somente a sala que estáva­
mos. A energia, visível à minha percepção, foi fácil de ser
controlada.
Sem perda de tempo, Ahmed, iniciou a conversa com
os dois agentes.
- Boa noite!
-Quem é você? Um novo agente?
-Digamos que sim, só que um agente diferente, vol-
tado para as questões nobres.
- ?!
- Sou um dos "agentes" do Bem. E, gostaria de fazer
um convite a ambos para modificarem essa situação, que
sabemos não ser mais do interesse de vocês.
-Que situação?
- Sabemos que vocês já estão cansados de trabalhar
para os magos; mas com medo das severas punições que
são aplicadas, não conseguem forças para se libertarem
do jugo. Saibam, meus irmãos, que esse é o grande mo­
mento.
Busquem essa disposição íntima para se tornarem
agentes de jesus, renovando o espírito de cada um para a
ascensão.
Alicercem-se na esperança do porvir, a chance de
redimirem-se dos equívocos, auxiliando, aonde prejudi­
caram.
fortaleçam-se com a fé Naquele que é o dispensador
de bençãos, de todo o nosso Orbe, e que jamais nos de­
sampara, aguardando somente o nosso retorno para o

103

l --lo....J
__

I
seu aprisco redentor.
Quando o arrependimento brotar no íntimo de vocês,
permitam que a oração banhe as suas almas com o bálsa­
mo, com o refrigério, de um novo amanhã, que os aguar­
da.
Fiquem em Paz!
Os agentes, que estavam estupefatos de início, fica­
ram mudos e sensibilizados ao final.
Ahmed, com a mesma naturalidade que chegou pró­
ximo a eles, se afastou, falando-me muito discretamente
para que saíssemos do local pois nossa tarefa ali estava
encerrada.
Pouco depois, Agar também saiu com Bastos da sala,
e nos encontramos os quatro com Viviane e seu grupo,
que já nos esperavam em outro local, dentro do vale, com
alguns irmãos que eles tinham socorrido nesse período.

104
10

9l mafrfz de
JenJualídade

No dia seguinte voltamos, eu e Agar, às portas do


laboratório. Viviane, Ahmed e os outros tarefeiros da equi­
pe foram conosco, mas tomaram direções diversas dentro
do vale.
Estava no fim do entardecer e Agar me explicou que
ficaríamos aguardando para acompanhar os dois agentes.
Minutos depois, eles saíram com alguns recipientes onde
podia se ver cinco matrizes grotescas, que só de olhar me
causou um frêmito.
Eles então, seguiram em direção a uma casa que du­
rante o trajeto, Agar me relatou ser o endereço de uma
jovem chamada Clarissa.
Lá chegando, os agentes não encontraram ninguém

105
em casa, mas isso não tinha a menor importância para eles,
como eu pude observar. Foram para o quarto da jovem e
ali, fixaram uma daquelas matrizes negativas. Percebia-se
que a irradiação dela atingia toda uma área próxima ao
espelho que havia no quarto.
Agar me disse que os magos tinham ordenado para
que fosse colocada nessa casa a forma-pensamento que
tinha uma aparência aracnídea, e que irradiava certa ener­
gia sensual. Era uma energia com um tom vermelho pas­
toso, como se estivesse sujo.
Cada uma das cinco matrizes tinham que ser coloca­
das em um local específico dentro do ambiente que se des­
tinavam, e não podiam, em hipótese alguma, serem
trocadas de endereço. Isto faria com que o efeito delas
fosse inócuo, já que cada uma possui a sua área de influ­
ência e a sua essência energética.
Os agentes partiram tão logo colocaram a matriz.
Agar aproveitou então para conversar algo com o guia
espiritual da família, Joaquim, que estava presente e me
pareceu consciente de toda a situação. Não demorou muito
e Clarissa chegou. Apressada, foi direto fazer sua higiene
pessoal, pois q�eria se trocar para ir à uma festa.
Nesse ínterim, Agar me pôs a par da situação.
- Nossa irmã é muito influenciada pelos modismos
de comportamento em voga, tanto no vestir quanto na
própria conduta.
Cônscios desse fato, os magos então geraram essa
matriz, que buscará influenciar as características sensu­
ais de Clarissa, permitindo, posteriormente, a atuação
de determinados espíritos de outra região do mesmo vale
que estivemos, que tentam estabelecer, gradativamente,
um processo obsessivo sobre a nossa irmã.
Essas brechas farão com que não haja dificuldades

106

L .�

I
para que aconteça uma sintonia, quando houver um can­
tata psíquico dela com a matriz.
Foi com base nessas informações que os agentes es­
colheram colocar a matriz junto ao espelho. Sendo em
frente a ele que ela se veste, fica esse instante, sendo o
mais propício para que áconteça o cantata psíquico fa­
vorável, pois são maiores as possibilidades dela estar ir­
radiando energias sensuais.
Como sabemos é preciso haver a sintonia, para que
o momento do cantata psíquico seja favorável às infeli­
zes iniciativas dos que são contrários ao Bem.
Clarissa já se encontrava com a aura energeticamente
diferente de quando havia entrado na casa; embora ainda
não tivesse tido nenhum contato psíquico com a matriz.
As energias que estavam sendo irradiadas tinham uma fre­
qüência inferior, devido o aumento da sua concentração
na tal festa. Não estava ela ocupando a mente na intenção
de se alegrar na festa, de se divertir, o que seria o normal;
mas de despertar o interesse dos outros jovens, de que
eles a admirassem, de causar inveja às outras meninas...
Ao se colocar de frente ao espelho foi então facilmente
envolvida pelas irradiações da forma-pensamento inferi­
or. Estabelecida a completa sintonia ela acabou se decidin­
do por escolher uma roupa altamente sensual, vulgar,
muito transparente, que a deixaria algo exposta na festa.
Nesse processo de sintonia, a matriz ficou ainda mais
"viva", graças às energias que recebeu de Clarissa. Foi quan­
do Agar me pediu para sairmos do quarto, para não inva­
dirmos a privacidade dela, pois escolhida a roupa, ou a
pouca roupa, ela iria se vestir.
Logo depois ela saiu, já com a sua psicosfera repleta
de energias do mesmo teor da forma-pensamento negati­
va. Ainda não se via formas-pensamento claras ao seu re-

107

L .�

I
dor que fossem parecidas com a matriz; mas as energias
que eram irradiadas já demonstravam a forte influência
negativa que o contato psíquico com a matriz exerceu
sobre ela.
A calça apertada mostrando os detalhes do corpo e a
blusa muito decotada no colo e curta, causavam um efeito
devastador, se é que posso dizer assim, de energias sensu­
ais, ocasionando um intercâmbio inferior dela com os tran­
seuntes.
Durante o trajeto, ela estava se sentindo muito "fe­
liz", pois estava chamando a atenção dos homens que pas­
savam por ela e a olhavam. O que ela não sabia é que tam­
bém eles estavam irradiando energias negativas, que ela
absorvia por se sentir à vontade com elas, aumentando
assim a sua sensualidade.
Agar, pediu-me então, para auscultar seus pensamen­
tos, pois agora já se podia observar várias formas-pensa­
mento parecidas com a da matriz em sua psicosfera. A sua
mente fervilhava, imaginando quantas pessoas iria "ficar"
na mesma noite. Queria ela beijar o maior número de pes­
soas possível, numa triste promiscuidade. Parecia um re­
torno à épocas tribais, e para minha surpresa, era assim
mesmo que ela se auto-denominava, uma "tribalista".
- Veja agora, muito atentamente, o que realmente
acontece quando as pessoas olham para ela.
Fiquei então mais atento quando ela atravessou a rua,
e de dentro de um carro, parado no sinal, vinha uma ener­
gia, semelhante a um tênue fio de cor vermelha, que era
absorvida pela aura dela. Na ponta dessa energia, estava
um homem que a irradiava através dos seus olhos...
- Popularmente se diria aqui, nessa cidade, que se
trata de um caso de "mau-olhado". As pessoas têm uma
certa consciência de que existe alguma força psíquica no

108
olhar, mas não se dão o direito de aprofundar, de buscar
realmente para encontrar, conforme Jesus nos orienta,
ficando muito no místico, no fantasioso, no maravilho­
so, sem descobrir a verdade e, por consequinte, deixando
de se esclarecer.
Não pude deixar de perceber que enquanto Agar me
elucidava o olhar do motorista e a energia, acompanhou a
jovem até onde foi possível enxergá-la.
- Ela, por estar na freqüência vibratória propícia,
está absorvendo todas as energias sensuais que estão ir­
radiando para ela, aumentando a carga tóxica ao seu re­
dor e, naturalmente, começando a atrair entidades de
igual teor que estão à espreita, aguardando o momento
ideal para se aproximarem... São os espíritos que me re­
feri instantes atrás.
Agora percebi, que alguns espíritos acompanham-na
a uma certa distância, já interessados em usufruir das ener­
gias que ela estaria propiciando, e se aproveitar da brecha
estabelecida para perturbar.
O quadro estava a cada minuto, e falo minuto mes­
mo, se complicando cada vez mais do nosso lado. Por onde
Clarissa passava, vários e vários olhares foram dados, sen­
do que foram raros os homens que não projetaram ener­
gia sensual, lasciva, promíscua, sobre ela.
Interessante ver que algumas pessoas dizem que
"olhar não arranca pedaço", "olhar não faz mal a nin­
guém", mas talvez se pudessem eles próprios verem o que
sai de seus olhos, e de suas mentes, nesses momentos, te­
nho certeza que iriam rever as suas convicçôes sobre essa
questão.
Mas, foi quando ela chegou na entrada da tal festa
que me surpreendi. Outros jovens projetaram olhares
numa energia ainda mais densa, inclusive direcionando

109
·---�

sobre ela formas-pensamento de desejo sexual, que a fize­


ram sentir um incômodo e instintivamente se ajeitar, pu­
xando a camisa para dentro da calça, o que nem era possí­
vel devido ao tamanho.
- Nossa irmã, sofreu um "choque" psíquico e, ins­
tintivamente, respondeu a ele se defendendo com o que o
tinha causado, a vestimenta. Apesar de estar se· manten­
do numa freqüência baixa, ela o faz sem o saber, ingenu­
amente, querendo chamar a atenção, ficar na moda, mas
sem ter a consciência do que é ser sensual no verdadeiro
sentido da palavra.
Hoje em dia, devido ao grande desvirtuamento dos
valores, a sociedade confunde o imoral com o moral para
tentar ludibriar as intenções torpes. Busca-se colocar o
cíume, por exemplo, como algo necessário ao relaciona­
mento, diz-se que sem ele não existe amor. Sabemos to­
dos que o cíume é filho do egoísmo e por mais que se
acoberte a sua condição inferior ele jamais deixará de
ser nocivo àquele que o cultiva. Da mesma forma, diz-se
nesses confusos dias atuais, que toda mulher deve ser sen­
sual, usando titm termo que era há pouco tempo atrás,
reconhecidamente utilizado para designar um compor­
tamento equivocado.
Mas se nas mentes esclarecidas, com instrução esco­
lar, esse engodo é assimilado, e por encontrar raízes ínti­
mas ainda não resolvidas à Luz do Evangelho de jesus, é
vivenciado, imagine nas mentes infantis e juvenis a con­
fusão que está reinante nesses dias... foi por isso Saulo,
que ela teve uma reação instintiva quando aqueles jo­
vens, que não tem mais essa ingenuidade, olharam para
ela projetando uma energia ainda mais negativa, tanto
pelo olhar quanto pela mente. A Clarissa tem um com­
portamento sensual, mas ainda não tem total consciên-

110
·---�

cia do que isso quer dizer realmente.


Na entrada da festa, Clarissa encontrou-se com ou­
tras duas amigas e nós recebemos a visita de uma amiga
espiritual.
- Saulo, esta é Mara, a Mentora de Clarissa.
- Boa noite, Saulo! Agar você chegou em boa hora,
já estamos com tudo preparado para esta noite.
-Nossa querida irmã Mara é servidora fiel do Cristo
há séculos, e hoje, está coordenando importante ação
dos dois lados da vida para desmantelar um grupo de jo­
vens que patrocina festas com o intuito de comercializar
drogas, que sabemos, depois, exigem um difícil processo
de libertação. Sabemos nós, desse lado, que não são to­
das as festas que se apresentam com esses objetivos
escusos, mas já está sendo cada vez mais freqüente esse
tipo de "patrocínio".
- E, além disso, Agar, minha doce Clarissa não deve
continuar com os seus desatinos e, para despertar para a
realidade, será preciso tomar um remédio mais amargo
que a fará refletir sobre os seus falsos valores.
- Mas, o que irá acontecer?
- A equipe que trabalha sob a orientação da nossa
irmã, organizou um grupo de policiais que estão investi­
gando esses jovens há algum tempo, para poderem obter
o flagrante e, dessa forma, acabar com esse núcleo de per­
turbação. Do nosso lado, diversos trabalhadores chega­
rão no momento exato para socorrer os espíritos, que
assim o quiserem, e orientar aqueles outros que não pu­
derem aproveitar a oportunidade que lhes será ofertada.
Terminada a elucidação, acompanhamos as jovens
para dentro da festa enquanto Mara foi empreender a ope­
ração do Alto.
Passado algum tempo, Clarissa, que já se encontrava

111
totalmente envolvida pelas energias sensuais, já tinha bei­
jado, ou "ficado" na sua linguagem vulgar, duas pessoas e
estava se encaminhando para a terceira... Só que essa pes­
soa era um dos tais jovens, vigiados pela polícia, que ela
admirava e que tinha muito interesse em namorar.
Energeticamente, ela já apresentava agora, diversas
o

cópias da matriz em sua aura.


- Percebe agora o porquê de chamarmos aquelas for­
mas-pensamento de matrizes? A forma-pensamento in­
fluenciou-a em perfeita assimilação, graças a sua postu­
ra e conduta íntima. Ela tem agora várias cópias, em sua
psicosfera, da forma infeliz, e na mente, que é o mais
importante, a essência energética que a contaminou psi­
quicamente, e aos poucos vai tornando-se para ela algo
natural, o que poderá, mais tarde, gerar um condiciona­
mento mental difícil de ser modificado.
Enquanto Agar me esclarecia o estranho fenômeno,
aqueles espíritos vingativos que estavam à sua espreita já
tinham se aproveitado desta situação psíquica inferior e se
aproximaram dela. Devo dizer que a envolveram sem ne­
nhuma resistência ou dificuldade. o

Clarissa, que já estava ao lado do seu "ídolo", ingê­


nua, não percebeu a movimentação estranha ao redor dele,
pois os policiais cercaram todos os envolvidos, e nem dos
que o procuravam durante a festa para comprar as dro­
gas. No exato momento que ele ia oferecer a droga a ela,
foi dado o flagrante nele, e em todos os outros envolvi­
dos. Ela e muitos outros acabaram sendo levados presos
junto aos jovens para averiguações ...
Os espíritos que a envolviam explodiam de "felicida­
de", sem perceberem que por trás de tudo estavam as for­
ças do Bem. Mara, coordenava toda a complexa ação nos
dois lados da vida.

112
Clarissa ficou em desespero, pois "acordou" para a
grave situação em que se encontrava... Os jovens eram tra­
ficantes da classe alta e ela estava sendo presa junto deles
e, de usuários diversos, por causa das ilusões que cons­
truiu para si.
Os espíritos inferiores que a envolviam tentavam ao
máximo se aproveitar da situação, perturbando-a com pen­
samentos de suicídio, por causa dos pais, da família, dos
amigos; sugeriam horrores que iriam acontecer com ela
na prisão. Em desespero com a situação, ela tinha dificul­
dade até para pensar... lamentável ver uma pessoa tão nova
junto a tantas outras, se auto-destruindo.
Eu não entendia como ela pode receber ajuda da equi­
pe, pois não me parece que ela frequente uma casa espíri­
ta. Perguntei então a Agar.
- Saulo, também ela teve o nome colocado na cor­
rente de irradiação. Intercessão da sua avó materna pre­
ocupada com as atitudes da jovem e da "educação" de
"liberdade" dos pais, por isso aqui estamos participando
desse auxílio.
Enquanto Mara estará amparando-a no retorno ao
lar e preparando-a para um novo amanhã, vamos a casa
de um dos nossos jovens espíritas, que poderemos inspi­
rar para auxiliar a nossa irmã.
-E quanto a matriz?Deixaremos lá no quarto dela?
-De forma alguma! Vários trabalhadores da equipe
estão atuando não só naquela casa, mas em outras, para
a conclusão das tarefas dessa grande noite de bençãos
que estamos tendo, sob a égide de Jesus.
Nesse instante, quase uma hora da madrugada, nos
dirigimos à casa de um jovem que estava estudando uma
palestra em fita de vídeo, do conhecido médium orador
Divaldo Franco.

113
Agar me contou que ele tem um carinho especial pela
jovem Clarissa e, seria então, favorável à nossa orienta­
ção.
Não tive como deixar de comparar... dois jovens e
dois "mundos" tão diferentes: um buscando iluminar a
sua vida, e a outra buscando destruir... Enquanto ele esta­
va até altas horas da madrugada concentrado em algo que
lhe trazia a verdade, ela utilizava o mesmo tempo para se
iludir...
Esperamos que ele dormisse para conversarmos so­
bre Clarissa, expondo-o o fato e as medidas que poderi­
am ser tomadas por ele para ajudar na situação.
Naturalmente, que ele não conseguiria lembrar do
nosso encontro no mundo espiritual, mas iria acordar com
uma forte vontade de se encontrar com ela e, quem sabe,
presenteá-la com nm dos livros do médium que tanto ad­
mtramos.
Enquanto isso, Mara concluiu a tarefa que tinha se
proposto; desbaratou a quadrilha de jovens infratores por
alguns meses, já que a possibilidade deles retornarem às
atividades infelizes era grande. E foi se encontrar conosco.
Informou-nos que Clarissa já estava em casa. Ela havia
sido liberada depois de prestar depoimento. Como me­
nor de idade·, seus pais tiveram que ir buscá-la.
Joaquim, o Guia familiar, aproveitou então a oportu­
nidade e, junto a outros irmãos espirituais, inspirou os
pais da Clarissa para realizar uma reunião em família, onde
foram debatidos os graves problemas da noite.
Na continuação do dia, pela manhã, nos encaminha­
mos, eu e Agar, junto a Rafael, enquanto Mara acompa­
nhava Clarissa para o encontro adredemente planejado.
- Oi, Clarissa!
- Oi, Rafa!

114
-Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? Olha
Clarissa não fique assim. Você sabe que somos amigos há
muito e estou sempre pronto para lhe ajudar no que eu
puder. ..
-Ah, Rafa! Está tudo, dando errado na minha vida ...
Ontem, eu quase fui presa, recebi um sermão dos meus
pais e o pior, quase que eu me envolvo com drogas, e quem
fornecia era o Paco ...
- Nossa, Clarissa ... tudo naquela festa de ontem?
-Foi Rafa ...
- Vem cá, vamos sentar no jardim porque tenho uma
surpresa para você e eu tenho certeza que você vai gos­
tar.
Quando eles se sentaram no banco fizemos, uma
corrente de energias, para isolar o local das influências
contrárias, e fortalecer a inspiração superior que ambos
estavam recebendo.
- Um livro? Daqueles que você abre e vem uma men­
sagem? Ah Rafinha muito obrigada, só você mesmo para
me alegrar depois de tantos problemas ...
O livro era o Vida Feliz, ditado por Joanna de Ângelis
a Divaldo Franco, e Mara a inspirou para abrir na página
145, capítulo CXIV, que diz o seguinte:

"A juventude do teu corpo é breve.


Utiliza-a para armazenar valores eternos.
O verdor dos anos passa com celeridade, porém, os com­
promissos firmados se alogam por toda a existência.
Tem cuidado com eles.
Os bons serão sentinelas da jornada, abençoando-te as
horas, e os maus se transformarão em cobradores impiedosos,
perturbando-te a paz.
Coloca sinais de luz pela senda, significando conquistas
do terreno pecorrido.

115
Mantém-te jovem em todas as idades, através de uma
consciência se1n retnorsos e de urna conduta reta."

Clarissa estava estupefada! As palavras lhe tocaram


muito fundo no íntimo e ela começou a chorar copiosa­
mente.
Rafael a amparou e, fortemente inspirado por Agar,
começou a falar, expondo alguns conceitos elevados so­
bre o assunto.
Ela, por sua vez, desabafou, sob a inspiração e o am­
paro de Marta.
A energia que Rafael irradiava, sobrecarregada de mui­
ta compaixão e carinho, envolvia Clarissa de maneira mui­
to forte, deixando-a impregnada de uma doce paz, cau­
sando-lhe um bem-estar indefinível, que ela jamais havia
experimentado antes.
A conversa durou um bom tempo e podia se ver que
Clarissa olhava agora não só para o amigo Rafael, mas para
alguém que ela muito estimava, sem que em algum dia
pudesse ter percebido.
Ele a convidou para ir a outro tipo de "festa"; tam­
bém com muitos jovens e com muita música. Era a juven­
tude Espírita da qual participava já a alguns anos.
Ela aceitou com muito entusiasmo, e podia se' ver pela
sua aura, uma feliz mudança de comportamento mental.
Finda a tarefa, Mara agradeceu-nos a ajuda, avisan­
do-nos que agora poderia permanecer um período maior
de tempo junto à Clarissa; visto que seria possível um in­
tercâmbio mental maior entre as duas, além do que, era
preciso amparar ao máximo as novas e elevadas aspira­
ções da nossa jovem irmãzinha.

116
ll

9! fôrmtl
A J

e t1 essenczt1

Eu, e Agar, mais uma vez voltamos para o Departa­


mento.
Agar me disse que ainda estaríamos acompanhando
o desdobramento desse caso.
- Pôdes perceber, Saulo, a forte influência psíquica
que exerce uma matriz sobre uma pessoa, desde que essa
estabeleça a sintonia?
- Sim, Agar. Mas, ainda não entendi bem a diferença
entre uma matriz e uma forma-pensamento. O efeito não
deveria ser igual, já que estamos falando da mesma coi­
sa?
- A diferença fundamental entre uma forma-pensa­
mento comum e a outra, preparada, que chamamos de

117
matriz, está nas características.
i
Como você já sabe, toda e qualquer forma-pensa­
mento que construirmos, atenderá, resumidamente, aos
fatores de qualidade, quantidade e potência.
A qualidade, relaciona-se a pureza de suas energias;
a quantidade, diz respeito à vitalidade e, a potência, de-
·

monstra a força energética que ela possui.


A matriz é uma forma-pensamento de "laboratório",
construída de maneira específica, para atingir determi­
nados objetivos, que podem ser nobres ou não.
Numa matriz, calcula-se, cuidadosamente, a quan­
tidade de energia necessária para que ela possa influenci­
ar a pessoa que se deseja, por um determinado período de
tempo.
Sua preparação é seletiva, sem misturas energéticas
na sua essência, para que essa influência tenha somente
o tipo de energia que se quer irradiar sobre a pessoa.
E ela ainda tem o seu raio de ação, o campo de
infuência, calculado, meticulosamente, para conseguir
estabelecer cantata com a pessoa alvo.
Na forma-pensamento comum, produzida pela nos­
sa mente, ainda não se é possível fazer com que essas ca­
racterísticas sejam administradas com tanta ciência.
- É isso; que faz então, com que a matriz tenha essa
influência muito mais expressiva, do que as formas-pen­
samento que são geradas comumente?
- Sim, a sua influência psíquica causa tamanha im­
pressão sobre o psiquismo das pessoas, que não raramen­
te, são copiadas, não só na essência mas também na apa­
rência, influenciando a geração de outras formas-pensa­
mento, muito semelhantes à "original"; sendo algumas
vezes, até idênticas, conforme pudemos observar.
E é esse mesmo o objetivo das matrizes: influenciar,

118
i através da irradiação de sua energia, a pessoa alvo, a ge­
rar outras formas-pensamento semelhantes, que confor­
me são produzidas a auto-influencia, aonde estiver, com
a essência da matriz, pois essas cópias estarão presentes
na sua psicosfera.
São inúmeras as conseqüências desta influência,
podendo inclusive ocasionar processos de auto-pertur­
bação graves, ou de auto-iluminação sublimes, confor­
me o tipo de matriz que estivermos analisando.
E essas matrizes, de teor negativo, assemelham-se
ainda a um "depósito" de lixo energético, oferecendo con­
dições para a proliferação de corpúsculos, de péssimos
resultados, para a saúde das pessoas, além da emanação
de miasmas que impregnam todo o ambiente, pesando a
psicosfera, impestiando a tudo e a todos que ali estive­
rem, assumindo uma característica contagiosa.
- Sem contar, que as cópias, que são geradas pela pes­
soa, podem também ocasionar uma prorrogação do tem­
po de vida da matriz, já que posteriormente, elas acaba­
rão entrando em cantata psíquico com ela, favorecen­
do-a em vitalidade. Estou certo?
- Perfeitamente! Qualquer forma-pensamento, por
ser durável, pode exercer determinada influência até o
momento do seu esgotamento energético, que dependen­
do das circunstâncias pode variar de minutos a anos. Mas,
se houver ainda a cooperação energética das pessoas ou
de outras formas-pensamento, contribuindo com uma
interação de energias, esse processo pode perdurar inde­
finidamente, pois estaríamos diante de um círculo vicio-
so.
A matriz influencia a pessoa, esta gera as cópias, e
quando se aproxima novamente do campo de influência
da matriz ela pode absorver as energias das cópias, ou da

119
própria pessoa, e assim conseguir mais vitalidade para
continuar a impregnar o ambiente ao seu redor com a
sua energza.
- E como uma pessoa pode se defender de tal situa­
ção psíquica? Pois tanto a Clarissa quanto a Angela não
eram espíritas; não tinham conhecimento desses fatos ...
- Essa talvez seja a tarefa mais fdcil.
- ?!...
- Não é por ser espírita, ou ter ciência desses fenô-
menos, que uma pessoa pode se defender dessas energias
negativas. Basta, em qualquer situação, buscar a essên­
cia dos ensinamentos da Doutrina ou Religião que pro­
fessa, já que todas elas seguem a essência do Evangelho
de Jesus.
-Mas ambas tem religião!
- Sim, são religiosas, mas se preocupam mais em se-
guir a fôrma, e não a essência, da sua religião.
-Como assim?
- As pessoas têm à sua disposição inúmeros meios
para se tomarem melhores; se elevando espiritualmente
e alcançando a verdadeira Felicidade, conforme a orien­
tação do Astro Rei, que é Jesus.
Esse meios, que seriam as Doutrinas e Religiões, pos­
'
suem fôrmas diferentes, mas contém a mesma essência
do ';<\mar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo", como bússola libertadora.
Entretanto, as pessoas ainda preferem ater-se as fôr­
mas, ao invés de vivenciar essa essência Sublime contida
em todas elas, perdendo-se então do caminho redentor
que Jesus nos deixou. Não basta, portanto ter uma reli­
gião, mas primordialmente ser, ou viver, a essência da
religião.
Assim, se a pessoa é católica, protestante, budista,

120
teosofista, hinduísta, umbandista, ou de qualquer outra
denominação, não lhe bastará somente a freqüência aos
locais religiosos para conseguir alcançar a Plenitude do
seu Ser. Deve-se buscar, no dia a dia, aplicar os
ensinamentos recebidos, s_e tomando, gradativamente,
uma pessoa melhor no sentido espiritual, ou seja, estar
mais voltada aos valores do espírito, e não aos prazeres
ilusórios da matéria. É ainda a conquista daquele "te­
souro, que as traças não podem roer e os ladrões não
podem roubar".
Bastaria portanto, para as nossas irmãs se defende­
rem das matrizes, uma oração antes de dormir ou ao acor­
dar, uma leitura edificante, um estudo do Evangelho, uma
ação no Bem, ou uma simples conversa elevada, como
aquela que presenciamos na casa da nossa irmã Angela,
que muito auxiliou na limpeza psíquica do seu lar. En­
fim, um comportamento mais enobrecedor, que produzi­
ria energias elevadas que dissipariam por completo quais­
quer matrizes, em qualquer lugar.
-Mas, então bastaria que elas fossem espíritas, por­
que esse é o roteiro que eles procuram imprimir no seu
dia a dia...
- De forma alguma, pois até mesmo os espíritas se
deixam iludir pelas questões da fôrma.
-Mas como? A Doutrina não é desprovida de ritu­
ais, dogmas, hierarquias, e tantas outras questões exteri­
ores?
- Sim, mas ainda assim é possível, e posso te dizer
até muito comum, que a pessoa estabeleça uma fôrma
espírita, acreditando, inconscientemente, estar se elevan­
do.
Caracteriza-se para ele, esta fôrma espírita incons­
ciente, se ele acomodar-se com a sua colocação dentro

121
11

1
I da casa espírita, iludindo-se que isso por si só o eleva. O
que eleva o Ser não é o que ele faz, mas fundamental­
l
I mente como ele faz.
Faz ele as leituras edificantes, realiza o estudo do

"I
Evangelho no Lar, dedica-se ao centro espírita algumas
4ezes na semana, colocando-se para o passe, realiza pa­
lestras, tarefas assistenciais e doa-se n a sessão
mediúnica... mas, nada disso terá resultados, se não acon­
tecer melhorias em sua esfera íntima, transformando-se
não só do lado de dentro, mas também do lado de fora,
da casa espírita que atua.
Qualquer pessoa pode se adaptar a essa fôrma: o ciu­
mento, o avaro, o hipócrita, o orgulhoso, o egoísta, sem
que necessariamente, modifiquem-se intimamente.
Um estudo do Evangelho feito por esse espírita, afei­
çoado a fôrma e não a essência, não terá compromisso
algum com a sua iluminação interior, será para ele afJe­
nas como um "ritual" que deve ser cumprido.
Fará o estudo de forma enfadonha, desinteressada,
sem ao menos preparar o ambiente e a si mesmo antes,
algo afoito para terminar aquele "compromisso". E tão
logo termina liga a televisão, já se desviando na atenção
para outra coisa, não se permitindo nem mesmo alongar
as reflexões sobre o tema por alguns breves minutos de­
pois. Verifica-se nesse exemplo hipotético, a total falta
de envolvimento, de interesse, para com o estudo.
Da mesma forma, um estudo feito desta maneira não
obterá efeito algum de melhoria sobre as energias do am­
biente, pelo contrário, pode-se até piorá-lo pelas energi­
as contrárias ao Bem que estarão sendo produzidas, além
do que a pessoa jamais conseguirá utilizar esse "estudo"
como ferramenta para sua iluminação, já que não absor­
ve nada dos ensinamentos que foram debatidos. A ênfase

122
11

1
I
l está na fôrma e não na essência.
- E o que se deve fazer para buscar não cair nessa

I "armadilha" da fôrma?
- Um sábio já disse que é somente nos momentos

"I
difíceis que nos revelamos, que mostramos o nosso ínti­
mo. Por isso deve-se sempre buscar uma auto-análise di­
ária, conforme nos receitou Agostinho, na célebre ques­
tão 919 do Livro dos Espíritos, para sabermos quem so­
mos realmente, indagando a nossa consciência se estamos
melhor hoje do que éramos ontem.
Aliás esta é uma diretriz excelente para se alcançar
a condição de espírita cristão, conquistando as caracte­
rísticas nobres da pessoa de Bem descritas por Allan
Kardec no Evangelho segundo o Espiritismo.
É necessária muita atenção e vigildncia de cada um
consigo mesmo, para que não se perca a oportunidade
redentora de se realizar verdadeiramente a reforma ínti­
ma e não somente a reforma exterior. Aquele que assim
proceder, aonde estiver, irá esparzir luz, caminhando para
a sua transformação plena em pensamentos, palavras e
atitudes.
A lição tinha refletido fundo em meu íntimo... não
era essa aliás a minha atual situação, pois também eu me
dediquei a fôrma religiosa e não vivenciei a essência que
minha religião orientava. Talvez, percebendo a minha pos­
tura mental Agar me falou paternalmente.
- Saulo, Saulo... Essa é a condição de todos nós que
estagiamos nessa abençoada escola. Amadurecendo cons­
tantemente pelas experiências iluminativas no Bem, va­
mos conseguir todos atingir a vivência plena do Amor,
conforme o Divino Amigo nos demonstrou com o Seu
exemplo, há mais de dois mil anos. Mas, por enquanto,
vamos todos caminhando com erros e acertos, que são

123
naturais para a inferioridade que nos encontramos.
I
'i

�Ir
Modificando imediatamente a minha postura mental (
aduzi outras questões ...
- Agar, você me falou em irradiar luz com as energi­
as dos pensamentos, palavras e atitudes, mas as energias
que irradiamos através do olhar, também não tem rele­
vância nesse aspecto?
- A energia do olhar é conhecida popularmente já
há muito tempo, mas pouco ainda foi estudada.
Quando olhamos irradiamos energia que pode ser
boa ou ruim dependendo sempre do nosso foro íntimo.
Como na energia das palavras e a energia do nosso
magnetismo pessoal, tem a sua causa na nossa mente,
que por sua vez é acionada pelo espírito.
O seu alcance é sempre proporcional à visão da pes­
soa analisada.
O olhar como que irradia a energia até o alcance da
visão, e esta será mais intensa quanto mais perto você
estiver do ponto de irradiação. Por isso seu alcance é
maior do que o proporcionado pelo nosso magnetismo
pessoal, porém menos intenso, já que se estabelece como
um fio de energia, enquanto o outro assemelha-se a um
"jato" de energia.
Como qualquer energia irradiada por nós, a concen­
tração, a vontade e a moral são fatores preponderantes
na quantidade, na qualidade e na potência da mesma.
- Agar, seria possível uma pessoa receber um passe
pela energia do olhar?
- Tanto é possível se equilibrar quanto se desequili­
brar pelo olhar de outrem, partindo do princípio que
qualquer transfusão de energias é um passe, pura e sim­
plesmente.
Esse fato, aliás, é verificado comumente no cotidia-

124
I
'i

l
no das pessoas. A diferença dessa transmissão de energias

�Ir
( para o passe magnético tradicional está na quantidade e
qualidade, proporcionalmente e essencialmente falando.
Na verdade, essa é uma questão que merece um es­
tudo mais aprofundado, não para se estabelecer uma nova
forma de transmissão de energias, que seria inferior a já
estabelecida magneticamente, mas para se compreender
melhor essa interação que se faz constante, e como ela
poderia prejudicar ou auxiliar a si mesmo e a outrem.
- E um passe, uma transmissão de energias, que se
utilizasse da geração de formas-pensamento?
- Verifico excelentes possibilidades numa técnica que
se utilizasse da mentalização de formas-pensamento, pois
essas teriam na vitalidade, e na sua conseqüente influên­
cia psíquica continuada, fatores de alta significância para
o auxílio às pessoas.
Aguardemos. Brevemente {mderemos ter experiênci­
as edificantes nessa área junto às casas espíritas. Nobres
tarefeiros de nossa colônia estão organizando-se para dar
orientação e suporte a uma experiência ímpar nessa di­
reção.
Percebi que Agar resumiu-se, porque já nos encon­
trávamos à "porta" do Departamento e Julius estava vin­
do em nossa direção, mas ainda assim, lembrei-me de es­
clarecer uma questão relacionada com os agentes que eu
não havia entendido...
- Agar, ainda tenho uma dúvida... Por que falamos
com os agentes dentro do laboratório e não fora do vale,
onde a atmosfera estaria mais favorável para nossa atu­
ação?
- Em breve saberás. A abordagem que foi realizada
faz parte da estratégia que estabelecemos para desarticu­
lar aquela região.

125
I

126
12,

90ootlrS
oporfunídtlderS

I -Que bom que você chegou, Agar! Como vai Saulo?


Estavámos somente te esperando para darmos prossegui­

I
mento a questão dos agentes.
Sem perda de tempo, Julius nos direcionou a outro
salão. Explicou-me que ali era a ala que monitorava certos
locais onde viviam os espíritos. Eu fiquei surpreso, não
sabia que isso era possível.
A aparência das aparelhagens era quase idêntica a ou­
tra ala que monitorava os encarnados.
- Daqui Saulo, poderemos acompanhar nossos dois
agentes que, segundo nos informaram, foram presos pe­
los magos, responsabilizados pelo fracasso retumbante
em seus objetivos.

127
- Quer dizer que todas as matrizes foram dissipadas
pela equipe?
- Nós acompanhamos apenas um dos focos que eles
iriam implantar, mas as outras equipes, acompanhadas
deViviane e Ahmed, se empenharam para dissipar as ou­
tras formas-pensamento negativas, higienizando os am­
bientes onde foram colocadas, e naufragando com os pla­
nos dos magos.
E agora, isolados e temerosos das graves conseqüên­
cias que podem ocorrer com ambos, serão os dois leva­
dos a um processo que você já conhece, lembrar de fatos
recentes através do acesso a área fácil do arquivo men­
tal. Ambos vislumbrarão da janela, Ahmed, e como que­
rem ser ajudados, ele servirá como identificador psíqui­
co fazendo-os lembrar da conversa que tiveram há pou­
cas horas, na qual foram convidados à oração. Se assim
procederem, Viviane está pronta com sua equipe para
encaminhá-los a outra casa espírita, também ligada a
nossa colónia, onde acontecerá uma reunião mediúnica.
Por isso, adredemente planejamos orientá-los naque­
le local. Sabíamos de antemão que isso ajudaria forte­
mente na lembrança das informações.
No grande telão estava destacada a prisão onde os
dois se encontravam. Era possível ouvi-los e ve-Ios com
muita clareza. A imagem era muito nítida e impressionan­
te, parecia que estávamos lá.
- E agora, o que faremos?
-Não sei! Até agora não entendi o que aconteceu de
errado...
- Será que foi no momento do transporte?
- Quer saber? Eu estou cansado dessa situação, e
agora os magos vão nos responsabilizar pelos fracassos
que podem ter ocorrido por causa deles mesmos na pre-

!
128
paração das matrizes.
- Eu lamento ter começado isso tudo!
-Eu também...
-No início pensei que era o máximo, pois todo mun-
do nos respeita aqui no vale.
- É, mas agora iremos passar pelos mesmos proble­
mas que outros passaram quando falharam...
- Ei, olhe aqui na janela... não é aquele oriental?
-Não pode ser! É ele mesmo... o que ele está fazendo
aqui? Ele devia saber de tudo... lembra que ele nos disse
algo sobre ter uma chance se nos arrependêssemos.
- Lembro, ele disse que a oração seria um bálsamo,
qualquer coisa assim...
-Vamos rezar então? Quem sabe eles nos ajudam a
sair daqui? Eu não aguento mais essa vida.
- Mas eu não sei mais...
-E eu também não me lembro mais... faz tanto tem-
po...
- Oh, meu Deus! Como me arrependo de ter chegado
a esse ponto... como pude...desculpa Pai...
Não pode continuar, as lágrimas corriam abundan­
tes, estava ele pronto psiquicamente para o socorro do
Alto.
Seu companheiro de cela não estava tão arrependi­
do, mas estava bastante reflexivo. Nesse momento, Viviane
adentra o recinto com sua equipe induzindo-os ao sono
para o devido transporte ao centro espírita.
Soube, mais tarde, que essa é outra tarefa em que ela
é especialista, adentrar as celas e masmorras do vale para
retirar espíritos em condições para o tratamento.
Foram cerca de quatorze, os espíritos socorridos na­
quela noite por ela e sua equipe.
Enquanto os dois agentes eram conduzidos ao cen-

!
129
tro espírita, Ahmed e sua equipe, que estavam do lado de
fora do laboratório, convidaram a todos os outros agen­

I'
I
tes, mais ou menos vinte e cinco espíritos, para também
participarem da reunião.
Disse que era assunto do interesse de todos e que
poderiam voltar, assim que se encerrasse a reunião. Al­
guns quiseram se revoltar, mas foram contidos magneti­
camente pela equipe.
O Alto havia deliberado que todos deveriam ter a
oportunidade libertadora, cabendo a cada um aproveitá­
la ou não posteriormente.
À noite nos encontramos todos, eu, Agar e Ahmed
no centro espírita. Não era o mesmo que estávamos acom­
panhando, era outro centro também ligado a nossa coló­
nia, e que naturalmente possuía uma tarefa de irradiação
amparada pelas Estrelas Silenciosas.
Lá chegando, fui apresentado por Agar a Ceres, que
era o responsável em nosso plano pela desobsessão. Ele,
então, pediu-me para acompanhar Ahmed enquanto Agar
ficaria na sala mediúnica.
A casa estava muito cheia do nosso lado, contrastan­
do com os encarnados que eram apenas oito, todos traba­
lhadores da equipe mediúnica.
Fomos ao salão de palestras. Devia ter cerca de cin­
qüenta espíritos sendo assistidos pela equipe do Ahmed.

li
Ele fez uma oração, convidando todos a aproveita­
rem a grande porta que se abria, impregnando o ambiente
de fluidos balsâmicos. Segundos depois da oração, um
telão se projetou à frente das pessoas. Nele, podia se acom­
panhar em tempo real tudo que acontecia na sala
mediúnica, era um processo que permitia aos que não
podiam se manifestar uma orientação compartilhada. E
que teve bons frutos.

130
Ao final da sessão mediúnica, poucos foram os agen­
tes que não aproveitaram a oportunidade bendita, e para

I'
I
esses, Ahmed me explicou que ainda haveria uma conti­
nuidade, agora talvez de forma mais direta na sala
mediúnica. Dependeria do planejamento do Ceres junto
a colónia.
Agar veio ao nosso encontro jubiloso com os resul­
tados obtidos. Esclareceu-me que esse "braço" da com­
plexa organização tinha sido desmantelado, e isso fará um
grande abalo na estrutura montada pelo dirigente do vale.
Os magos serão chamados por ele para se explica­
rem, abrindo possibilidades para também eles serem auxi­
liados pelo Alto brevemente, pois que terão agora que sair
do laboratório e do vale para "recrutar" novos agentes.
- Jesus nos proporcionou uma noite repleta de
bençãos, mas os trabalhos só se iniciaram, ainda há mui­
to a se fazer.
Nossos irmãos encarnados da casa que iniciamos as
tarefas redentoras sofrerão o desforço da organização em
represália a esses acontecimentos.
Esta casa irmã que nos encontramos agora também
terá sua cota de retaliação. Mas, como vês, esses irmãos
já estão devidamente alicerçados, possuindo a melhor de­
fesa para qualquer investida das sombras: o trabalho in­
fatigável, perseverante, na Seara do Divino Amigo.

li
Precisamos planejar o início, em caráter de urgên­
cia, da educação mediúnica do outro grupo, pois já está
11a hora de nos apresentarmos e começarmos a ajudar
diretamente nossos irmãos que se aproximarão, ainda
wntrários a Seara de Jesus.
É chegado o momento de descerrarmos as portas do
mundo espiritual. Retornemos ao Oásis da Fraternidade
para organizarmos os próximos passos junto a Sarnira,

131
Iii que é a irmã responsável pela área mediúnica,
Agar retornou, enquanto eu ainda fiquei auxiliando,
T
e aprendendo um pouco mais, na conclusão das tarefas
da noite.
Horas depois, eu, Ahmed e sua equipe, rumamos para
<l colônia, mais especificamente ao já conhecido. Departa­
mento.
Ao adentrá-lo, uma grata surpresa, Jean estava pre­
sente no hall de entrada.
- Estava esperando por vocês! Venham, sigamos ime­
diatamente ao Auditório onde somos aguardados.
O que seria dessa vez? Fiquei reflexivo... o que pode­
ria estar acontecendo para que também Jean fosse convo­
cado. Será que algo de mais grave aconteceu e teríamos
que retornar ao vale? Será que os magos já iriam tentar
invadir o centro espírita que estivemos? O que seria, afi­
nal...?
Foi nesse estado reflexivo que entrei no Auditório,
mas... Oh! Jubilosa surpresa... um hino de bençãos estava
sendo entoado por um grupo de jovens... Julius, Ahmed,
Viviane, e outros responsáveis por equipes estavam à frente
de inúmeros irmãos que integram as Estrelas Silenciosas
me recebendo com um sorriso fraternál.
- Querido irmão Saulo, sob as bençãos de Jesus você
se dedicou nos últimos meses ao aprendizado sublime.
Adquiriu o conhecimento que ilumina...
Aprofundou suas raízes no Bem...
Alargou os horizontes da alma.. .
Como o fruto que amadurece após a semeadura chega
então o teu momento de se unir àqueles que buscam fa­
zer com que a grande noite, que nos envolve a todos, seja
o mais breve possível, tornando-te fiel cumpridor dos de­
veres cristãos e diligente servidor da Seara do Amor.
1:1

132
Iii
T Desta noite em diante, passa você a ser mais um in­
tegrante da nobre equipe Estrelas Silenciosas.
Toma então a tua charrua e inicia o labor redentor
sob a égide de jesus!
Era Agar e estava transfigurado, suas palavras e de­
pois o seu abraço paternal me fizeram chorar copiosamen­
te, numa emoção indescritível.
Estive ao lado deste amado Benfeitor por vários dias
e só agora pude perceber que ele é um dos Espíritos
Mentores da nossa colônia.
O Auditório estava lotado, praticamente com todos
os grupos que compõem as Estrelas Silenciosas. Todos vi­
eram me parabenizar, desejando-me bençãos e glórias.
E eu só posso agradecer a Jesus por essa noite ines­
quecível, por essa felicidade que jamais senti e o que é mais
maravilhoso, por poder agora finalmente, me colocar a
serviço do Alto, ser útil ao meu próximo, aprendendo a
servi-lo e a amá-lo em Teu nome.
De todo o meu coração,

Muito obrigado Senhor!

1:1

133
Posfácio
'

135
r

A
migo leitor, agora que você terminou a sua

leitura, que espero ter sido agradável e

1•1!
elucidativa, convido-o a experimentar o que você aca-

l;ou de ler, ou seja, criar um grupo de irradiações.

A organização é muito simples. Primeiro convide

outras pessoas que estejam imbuídas do mesmo ideal, .

amigos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho, enfim

qualquer pessoa que deseje participar do grupo de irradi-

ações.

Depois estabeleça, em conjunto com todos os parti­

!li cipantes, o horário e o período das irradiações. Por exem-

pio, todo dia às 12h00, todo sábado e domingo às 8h00,

toda segunda às 22h00, e assim por diante.

Não importa se as irradiações forem feitas todos os

li II dias da semana ou somente num dia, nem se o grupo só

tiver duas pessoas, o importante é sempre cumprir com o

programa que for estabelecido.

Deve-se ter em mente a seriedade e o compromisso

do grupo com os Bons Espíritos, que estarão assessoran-

do a tarefa desde da formação da equipe.

136
r

Os Nobres Protetores, ligados a cada um do grupo,

se utilizarão desse momento de luz para amealhar recur­

1•1!
sos que servirão na realização de inúmeras assistências

nos dois lados da vida.

Se desejar, você pode utilizar o roteiro abaixo como

ponto de partida para o grupo preparar, posteriormente,

o seu próprio roteiro de irradiações.

- pela Paz no planeta;

- pelo Brasil e seus dirigentes;

- por todos os sofredores;

!li - por todas as casas assistenciais: asilos, abrigos, or-

(anatas, hospitais, etc..;

- por pessoas que você conheça e precisem de ajuda;

- pelos seus familiares e pessoas já desencarnadas;

li II - por situações especiais como terremoto, enchen­

tes, desgraças que acontecem em certas localidades do

nosso país e do mundo.

Conhecendo os bastidores e a sua significância, não

titubeie, faça, você também, um momento a mais de luz

no seu lar e na sua vida.

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