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Colecção « Comptes rendus »

Fundada e dirigida por Eddie Tambwe


Pindi Dueme

O Servo de Deus
Modus vivendi, modus operandi

Comptes rendus L’Harmattan


Copyright © 2011-Pindi Dueme
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Facebook | Pindi Firmin Dueme

As citações bíblicas foram, na maioria, extraídas da Bíblia


Almeida Versão Revisada, Imprensa Bíblica Brasileira, 1967.
Outras versões usadas especificamente:

• Da Bíblia Shedd, traduzida em português por João


Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil,
Segunda Edição, São Paulo, 1997.
• Biblia Sagrada, edição especial para celebração do 5°
centenário do primeiro anúncio do evangelho em
Angola, Difusora Bíblica, Lisboa, 1989.
• The Holy Bible, the New King James Version,
Thomas Nelson, 1982.
• La Sainte Bible, Version Louis Segond, Alliance Bib-
lique Universelle, 2007
• www. Bíblia Online.com

© L'HARMATTAN, 2011
5-7, rue de l'École-Polytechnique ; 75005 Paris
http://www.librairieharmattan.com
diffusion.harmattan@wanadoo.fr
harmattan1@wanadoo.fr
ISBN : 978-2-296-xxxxx-x
EAN : 9782296xxxxx
Dedicatória

D EDICO este livro aos meus filhos Daniel-Cristo, Joel-


Sergio, Emanuel-Firmino e Miguel-Benjamim, a todos
meus filhos na fé e a Igreja Corpo de Cristo em geral

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Agradecimentos

P RIMEIRO agradeço a Deus, o Pai, Filho e Espírito Santo,


pela inspiração e o seu propósito em minha vida.
Uma menção especial à minha esposa Bibich pelo seu
amor e constante supporte.
Quero agradecer a todos quanto me sustentam nesta jor-
nada, o vosso apóio fez com que esta visão se torne reali-
dade.
Por fim, à Assembleía Internacional da Paz – Peace As-
sembly pelo supporte, temos o desáfio de trazer a diferença
nesta geração.

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Estimados Servos e Povo de Deus,

Em Nome Poderoso de Jesus Cristo - o Verdadeiro Deus


e pela Sua Graça, agradeço a Deus pela excelente obra apre-
sentada pelo Pastor Pindi Dueme a luz dos princípios Bíbli-
cos, e iluminado pelo Espírito Santo.
Louvado Seja a Deus pelo Seu Plano Glorioso para os
Seus Servos, que pelo Espírito Santo, guiou o seu Servo a
compartilhar essas verdades a todas nações. Acreditamos
que este livro em concordância com a Bíblia servirá de um
instrumento valioso e de apoio para nova geração de Servos
de Deus.
O Pastor Pindi ofereceu-me o manuscrito deste presente
livro “Servo de Deus” antes da sua impressão. No Domingo,
26 de Setembro de 2010, quando eu estava no Campo Pe-
trolífero de Malongo (Cabinda-Angola), fui num local isola-
do com a minha Bíblia e o Manuscrito, depois da leitura e
meditação das 14h00 até 18h00, ganhei uma nova dimensão
Espiritual para anunciar o Nome de Jesus! Não escondi a
minha alegria que compartilhei imediatamente com o Reve-
rendo Pindi Dueme. Glória para o Senhor JESUS!

Pastor Silvestre Chimbungo


Presidente da Associação de Evangelização e Ajuda aos Pobres -
Fé Esperança Amor em Jesus Cristo - Cabinda (Angola)

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Nota de Enaltecimento

A PRESENTE obra, sobre o “Servo de Deus”, revela no


cristão e, sobretudo, no Servo de Deus, a responsabili-
dade que este deve assumir perante as coisas, na transmissão
da mensagem que expressa a Palavra de Deus, porque Ela é
a vida.
Todos os conceitos de que se serviu, revelam no autor, os
vastos e valiosos conhecimentos Bíblicos adquiridos e que
lhe foram revelados por Deus, através do Espírito Santo.
Julgo e acredito.
Para os destinatários desta obra e da sua mensagem,
aconselho prestar uma atenção cuidadosa, porque ela vai fa-
cilitar-lhes compreender como serem “Servos de Deus” efecti-
vos, embora, para o caso, a vocação também seja colocada
em causa.

Parabéns Dr. Pindi Dueme.

António Manuel Gime


Antigo Vice-Governador da Província Cabinda (Angola)

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Prefácio

F OI NA NOITE de 04 de Abril de 2010, num dos quartos


do Hotel Courtyard Marriott - El Segundo, em Los
Angeles – California, onde eu tinha ido para um treino em
Relatórios, com o programa informático “Crystal Reports”,
que o Senhor acordou-me e mostrou-me uma debilidade nos
Seus servos, hoje em dia. De seguida Ele perguntou-me, o
que faria? E eu respondi: Devemos ensiná-los. O Senhor
disse-me que não poderia atingir a todos, ensinando-lhes,
que devia pôr o que aprendi no meu andar com Ele num
livro. Obedecendo, comecei a escrever na mesma noite este
Manual do Servo de Deus.
O problema desta debilidade, como nos tempos de Jesus
Cristo, está na compreensão das escrituras e do poder de
Deus. “Jesus disse-lhes: Errais, não conhecendo as
Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mat.22:27) Porque se
não recebermos bem a Palavra de Deus, não creremos bem e
não praticaremos bem as coisas salutares para esta vida neste
mundo. Como Ministros de Deus, temos uma grande res-
ponsabilidade diante dEle e dos homens, como ouvidos e
boca. Portanto, o Servo de Deus é o intermediário que deve
ouvir bem e transmitir o pensamento de Deus com fideli-
dade, para que o Poder de Deus seja manifesto.

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Se Deus nunca mudou e que nEle não há sombra de va-
riação, se a Sua palavra permanece firme e que ninguém deve
tirar nem um til sequer, então, o problema está nos Seus ser-
vos, Seus apóstolos, Seus enviados que não apresentam bem
a mensagem aos destinatários. Será que eles escutam bem?
Será que eles vejam bem? Pelo que disse: “Surdos, ouvi, e
vós, cegos, olhai, para que possais ver. Quem é cego, senão
o meu servo, ou surdo como o meu mensageiro, a quem
envio? E quem é cego como o que é perfeito, e cego como o
servo do Senhor? Tu vês muitas coisas, mas não as guardas;
ainda que tenhas os ouvidos abertos, nada ouves... Mas este
é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em
cavernas, e escondidos em cárceres; são postos por presa, e
ninguém há que os livre; por despojo, e ninguém diz:
Restitui. Quem há entre vós que ouça isto, que atenda e ouça
o que há de ser depois?” (Isaías 42:18-23) Deus está procu-
rando quem pode ir por Ele neste mundo decadente, nesta
geração, quem pode dizer como seu filho Jesus:“Eis aqui
estou para fazer, ó Deus, a tua vontade.” Heb.10:9
Deus está trabalhando, o livro dos Actos dos Apóstolos
ainda não se encerrou, porque a nossa história com Deus
ainda não foi escrita. Deus está preparando um grande mo-
ver do Seu Espírito, enquanto que o Mundo está apresen-
tando-nos grandes desafios em todas vertentes da vida hu-
mana, desafios que levam até os escolhidos a serem seduzi-
dos e a comprometerem-se com o mesmo Mundo.
Com este livrinho, queremos transmitir o que o Senhor
tenciona para esta geração. Devemos conhecer e considerar
a Palavra de Deus, andar na Sua luz e andar no Espírito, que
é andar no Poder.

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Introdução

“Eis que,
como o barro na mão do oleiro,
assim sois vós na minha mão...”

JER.18:6

F oi num Sábado, de madrugada, na minha meditação,


tempo de conversa com o meu Deus e Pai, que Lhe fiz
uma pergunta sobre o que me pesava em mente: Quem é o
Servo que Deus usa ou quer usar? A resposta foi-me tão di-
reita que saí de casa com alegria. Na mesma manhã contei à
primeira pessoa que esteve comigo, a minha descoberta
simples, mas profunda. “O Meu Servo é simplesmente um
Instrumento na minha mão.” Disse-me o Senhor!
Como o instrumento não tem vontade própria, senão a
vontade daquele que quer usá-lo, eu disse: eis-me aqui. Usa-
me Senhor! Porquanto somos vasos de barro, o Senhor co-
locou em nós um tesouro que o Mundo precisa. “Temos,
porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus, e não de nós.” 2 Co.4:7

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Ser usado por Deus é um grande privilégio que acarreta uma grande
responsabilidade.

Muitas vezes esquecemos que a relação que existe entre


Deus e nós, nesta matéria, é a do Senhor e Servos. Portanto,
se Jesus não é o Senhor de tudo em nós, também Ele não é
nada nosso Senhor. Pois Ele deve ser o Senhor de todos as-
pectos da nossa vida, isto é, Jesus deve dominar todos os
aspectos da nossa vida. Como que tudo que fazemos deve
ser teleguiado por Ele. Pois, é um grande privilégio ser usado
por Deus, o criador do universo. Privilégio porque nos es-
colheu, quando Ele podia chamar e enviar uma outra pessoa.
É a Sua graça para nós, isto merece reconhecimento e reve-
rência por nossa parte. Mas, também é uma grande respon-
sabilidade perante aqueles que é destinada a mensagem, a
Palavra de Deus, isto é, a responsabilidade perante o povo
que Deus quer abençoar através deste instrumento que so-
mos. Portanto, a fidelidade é uma qualidade requerida a todo
servo de Deus, tanto diante de Deus como diante do Seu
povo. É assim que Deus é glorificado. Pense em Moisés
diante da rocha em Cades, no deserto de Zim, o povo con-
tendeu com ele, O Senhor disse a Moisés de falar à rocha,
mas Moisés feriu a rocha duas vezes, que dela saiu água (as
águas de Meribá), pelo que Deus indignou-se dele e não o
fez entrar na terra prometida. (Num.20:1-12)

Deus conta contigo para transmitir os seus pensamentos nesta ge-


ração, deves ser um fiel transmissor.

O que eu aprendi, as minhas experiências e descobertas,


estou passando a muitos neste manual. Um dia um Servo de
Deus, depois de uma longa conversa comigo, disse-me:
“Saibas, irmão, o que tu estás a falar-me, as experiências que
fizeste com Deus, e o conhecimento da Palavra que ressalta
da sua vida depois de poucos anos no ministério, é tudo

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quanto muitos servos tiveram em quinze, vinte anos de
ministério, etc... e que outros ainda não têm... Deus está
contigo!” Não me tinha passado na cabeça este pensamento,
nem por isso que me vou vangloriar, porque isso só me leva
à responsabilidade. Porque àquele que se deu muito, muito
também lhe será pedido.
O Senhor falou-me, numa visão, da dispensação em que
nos encontramos. Isto explodiu comigo, porquanto não sa-
bia que estavamos na dispensação final, a do conhecimento,
pois, o livro selado (Daniel 12:4) foi desde já aberto (Ap.
5:6). Quando entendi essa visão, pôs-me com ajuda do
Espírito Santo, a buscar e compreender cada vez mais a con-
sistência e coerência da Palavra de Deus. Ele levou-me pri-
meiro a ler o que Jesus tinha dito aos Seus discípulos antes
da Sua morte e ressureição (João 14, 15 e 16), levou-me ou-
tra vez no livro dos Actos dos Apóstolos (Atos 2) para me
dizer que Ele já tinha vindo e ainda não voltou, pelo que vol-
taremos juntos (1 Tess.4:13-17), que devia eu, agora, ver tu-
do quanto Paulo escreveu, pois quem lhe revelou as coisas
que ele disse acerca da graça, senão o Espírito Santo. Paulo,
que foi ensinado na exactidão da lei, disse: “E, na verdade,
tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a
perda de todas estas coisas, e as considero como escória, pa-
ra que possa ganhar a Cristo…” (Fil.3:8) O conhecimento
implica poder e autoridade.
O Conhecimento e a sua Prática levam a ser poderoso!
O Espírito Santo está perto de nós, e em nós, para po-
dermos entender a vontade de Deus para o nosso tempo,
como os filhos de Issacar (1 Cro. 12:32). Queremos fazer
deste livro um guia prático, onde o leitor vai descobrir al-
guns princípios importantes para ser um Servo efectivo, o
Servo que Deus quer usar nesta geração.

Deus te conhece e quer te usar para a sua glória!

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O que temos da parte de Cristo é uma vida excitante, que
tem como base uma relação e não uma religião. Porque
quando o homem tenta agradar Deus com a sua própria
mente, suas emoções e seus esforços, ele cai na religião, e a
religião cega as pessoas. Este foi o caso dos Fariseus que,
quando veio Jesus (a Luz do mundo, o caminho, a verdade, e
a vida), eles não entenderam os tempos e o que deviam fa-
zer. Jesus disse-lhes: “Errais, não conhecendo as Escrituras,
nem o poder de Deus.” Mat. 22:29
O conhecimento do Servo de Deus é manifesto, visível,
mesmo quando ele não quer demostrá-lo, ele não pode es-
condê-lo. Paulo disse a Timóteo: “Ocupa-te destas coisas,
dedica-te inteiramente a elas, para que o teu progresso seja
manifesto a todos.” (1Tim.4:15) O Senhor Jesus disse:
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que
está nos céus.” Mat.5:16
As Escrituras devem ser bem compreendidas e o Poder
de Deus bem entendido. Devemos obedecer a “Palavra” e o
“Espírito da Palavra”. Razão pela qual este trabalho fala do
Servo e a Palavra de Deus na sua primeira parte, e o Servo e
o Poder de Deus na sua segunda parte.

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PARTE 1

O Servo de Deus e a Palavra de Deus

“Aquele que deixou de aprender não


pode ensinar adequadamente.”
Croft M. Pentz

1. O Servo de Deus e a Bíblia

Se o servo de Deus é um instrumento, a Bíblia é para lhe


aguçar, lhe afiar. Quando Deus chama, isto se passa no co-
ração. É preciso então aprender a Palavra de Deus para en-
tender a mente daquele que lhe chamou. A Bíblia é o ins-
trumento que Deus usará para aguçar o Seu servo, que tam-
bém é um outro instrumento, nas suas mãos. Deus quer te
tornar agudo, bem afiado, com o pleno conhecimento de
Cristo e da sua obra. A Palavra de Deus deve abundar no
coração do servo de Deus. Pois, como sabemos, “aguça-se o
ferro com o ferro.” Prov.27:17
Quanto mais de ti darás, mais de Deus receberás! Quando
me dedico, dedico o meu tempo, as minhas finanças, a min-

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ha mente, a minha vida, muito mais de Deus recebo
bênçãos, graça e vida. O homem vem de Deus, do seu pen-
samento, o homem e a palavra têm a mesma proveniência,
Deus! Razão pela qual a Palavra de Deus nos faz bem quan-
do ouvimo-la, ela dá-nos a vida (Prov. 4:20-22). É o alimen-
to que edifica o nosso espírito (Mat. 4:4). Portanto a nossa
alégria e gozo deve estar na presença de Deus, na intimidade
com a sua Palavra. “Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém
me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e vi-
remos para ele, e faremos nele morada.” João 14:21
Quando Deus chamou-me, eu não tinha o conhecimento
da Palavra que tenho hoje, pois, eu era como qualquer outro
cristão piedoso, que sabia simplesmente que era o dever do
cristão meditar a Palavra de Deus, até confundia meditar
com a leitura da mesma. Com o chamado, nasceu em mim a
vontade de conhecer um pouco mais da Sua Palavra. Come-
cei a frequentar os irmãos que já estavam a servir a mais
tempo, expondo as minhas dúvidas, aprendendo deles, etc.
Também cresceu em mim o interesse das experiências dos
outros servos, a leitura dos livros cristãos. Tudo isso no in-
tuito de poder entender a vida em que eu estava seguindo.
“Que possais compreender, com todos os santos, qual se-
ja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e
conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimen-
to, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus. ”
Ef. 3:18-19
A meditação da Palavra de Deus deve ter o lugar primor-
dial na vida do Servo de Deus (Josué 1:8). Afinal, sem con-
hecimento, Deus pode rejeitar uma pessoa ao ponto de não
lhe usar. Pois Ele disse:“O meu povo está sendo destruído,
porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o
conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas
sacerdote diante de mim…” Oséias 4:6
A nossa oração! “Por esta razão, nós também, desde o dia
em que ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir

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que sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em
toda a sabedoria e entendimento espiritual.” Col. 1:9
A Palavra de Deus deve ser bem entendida, porque o ser-
vo pode, sem saber, matar com a Palavra ou dar vida com a
mesma Palavra, quando nos colocamos na lei e na graça ao
mesmo tempo. “... nos capacitou para sermos ministros dum
novo pacto, não da letra, mas do Espírito; porque a letra ma-
ta, mas o Espírito vivifica.” 2 Co. 3:6
Não se deve entrar no ministério da Palavra sem entender
o seu poder (Heb. 1:3), e o que ela é e pode fazer na vida das
pessoas. “Filho meu, atenta para as minhas palavras; inclina
o teu ouvido às minhas instruções. Não se apartem elas de
diante dos teus olhos; guarda-as dentro do teu coração.
Porque são vida para os que as encontram, e saúde para todo
o seu corpo.” Prov. 4:20-22
Hoje em dia, pensamos que tudo que está escrito deve
aplicar-se a nós, sem, portanto, entender o contexto que a
mesma palavra foi dita, e a dispensação em que nos encon-
tramos. Dali as confusões, falta de coerência e inconsistência
no seio de muitos pregadores entre a Lei e a Graça, o perío-
do de antes e depois da Cruz; O Reino de Deus, se este rei-
no já está presente ou está para vir, etc.
A Palavra de Deus é essa afirmação, promessa, declaração ou
mensagem de Deus, consistente com os seus planos, propósitos
e a sua provisão em Cristo Jesus a nosso respeito. (Chris Oyakhi-
lome) Pelo que deve ser ressaltado o ponto fulcral do Plano de
Deus que é “Jesus Cristo” e “a Sua obra” para a nossa salvação.
Isto para que voltassemos a Deus, o nosso Pai e Criador. Para
sermos uma família com Ele em Cristo Jesus. “Porque os que
dantes conheceu também os predestinou para serem conformes
à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos.” Rom.8:29

™ Princípio: A Palavra de Deus é consistente e coe-


rente, interpreta-se sempre a si mesma!

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Deus disse tudo quanto precisavamos de saber na Sua pa-
lavra, mas a revelação dos tesouros da Palavra, vem do
Espírito Santo, segundo a nossa ansiedade, a nossa busca, o
nosso pedido. (Mat.7:7) O nosso interesse nas coisas de
Deus determina o nosso crescimento espiritual, pois nada
falta nesta Palavra, que é o meio por excelência para conhe-
cermos a Deus. (Oséias 6:3) Portanto, se Deus é omni-
presente, também, Ele quer que possamos lhe buscar para
lhe achar, pelo que disse: “Buscarás ao Senhor, e o acharás,
quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua al-
ma.” (Deut. 4:29) Deus, nas suas revelações, partirá sempre
das Escrituras para revelar o que tenciona fazer, para enten-
dermos os tempos, etc. Mesmo quando Ele nos fala por
dentro (Rhema), ele confirma sempre com uma palavra es-
crita (Logos).

™ Princípio: A Palavra de Deus dita em nosso co-


ração (Rhema) confirma-se sempre com as Escri-
turas (Logos)!

2. Deus e a Sua Palavra

“O zelo sem conhecimento


é um fogo não controlado.”

Croft M. Pentz

A Palavra é de Deus, o que devemos pregar, deve vir


dEle e não dos nossos sentimentos.

™ Princípio: Se Deus não falou, não falo também!

Devemos entender que falar sem o mandato de Deus não


resultará impacto nenhum. Como embaixadores devemos

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sempre falar em alinhamento com o nosso reino, com o que
o nosso Rei disse, com um mandato vamos falar. Devemos
ser honestos e corajosos para não subir ao púlpito sem pre-
viamente ouvirmos de Deus, recebermos uma direcção da
parte do Espírito Santo, pois a palavra é dEle. Aqui o nosso
orgulho de homem deve morrer, para sabermos correspon-
der aos desejos do Senhor, como João Baptista entendeu e
disse:“É necessário que ele cresça e que eu diminua.”(João
3:30) Se calhar Ele quer que convidemos alguém, um outros
servo para falar de um assunto que não dominamos bem.
Pois Deus conhece as necessidades do Seu povo. Ele pode
mostrar-nos uma necessidade e não nos mandatar falar sobre
o assunto. Se Ele é Soberano, então eu devo ser sensível a
voz de Deus.

™ Princípio: Deus conhece as necessidades do seu


povo, portanto a minha sensibilidade à sua voz é
requerida!

Devemos entender que pregar não é um “show off”, não


é para se exibir, mas a pregação é um mandato que deve ser
cumprido dentro das normas pre-estabelecidas por Deus, e
não de qualquer maneira, só porque sabemos falar. Conhe-
cendo a responsabilidade que acarreta a pregação, vale a pe-
na não pregar quando não tem palavra da parte de Deus, do
que pregar o que Ele não disse.
Existe uma grande diferença entre as boas coisas que fa-
zemos sem Deus, em Seu nome, e a coisa certa que pode-
mos fazer com Deus, para a Sua glória.
Uma das maiores táticas do inimigo é manter os homens
muito ocupados, fazendo tantas boas coisas que eles não
têm tempo para o mais importante. Jesus disse a Marta, nes-
ta vida, uma coisa é necessária e é assentar-se aos pés do
Senhor, passando tempo na sua Palavra. Porque quando a
Sua Palavra é uma prioridade nas nossas vidas, todo o resto

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cairá no seu devido lugar. Qual é a coisa certa que devo
fazer?

™ Princípio: A mensagem principal de um servo é a


do seu propósito em vida!

Deus para todos os seus servos, tem uma missão, uma


visão e um propósito. A mensagem principal de um servo
está na visão que Deus tem para a sua vida. Significa dizer
que a maioria das suas pregações vai gravitar à volta desta
mensagem. Isto será para o servo o teste da consistência da
visão e do seu propósito em vida. O sucesso virá do cum-
primento desta visão e será realmente útil para Deus, como
um vaso de honra. Conhecer o Propósito da sua vida é uma
chave importante para viver dentro da vontade de Deus aqui
na terra.
A minha mensagem é esta, o que Deus disse-me enquan-
to estudante na universidade: “Diz-lhes o que são e o que
eles representam diante de Mim!” isto é, dizer aos homens,
aos Cristãos o que são e o que representam diante de Deus.
Ele deu-me de seguida este verso que diz: “ Mas vós sois a
geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo ad-
quirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos
chamou das trevas a sua maravilhosa luz.” (1 Pe. 2:9) Lem-
bro-me disto como se fosse ontém, e este verso foi o texto
de base da minha primeira pregação, influenciou-me de tal
maneira que gostaria que todos nós possamos entender a
verdade que está por detrás das palavras deste versículo.
Desde então, as minhas pregações, os meus ensinamentos
giram à volta desta revelação, deste mandato. Deus é bom, e
fez de nós gentes poderosas por sua simples escolha em
Cristo Jesus. Razão pela qual tens este livro entre as mãos.
A coisa mais poderosa a descobrir, depois da salvação, é
o seu propósito em vida. Só Deus sabe do “porquê” da tua
vida, do que deves fazer, do teu ministério, etc., porque Ele é

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que te colocou no Mundo. Portanto, a intimidade com Deus,
levará o servo de Deus a conhecer este propósito. O Espíri-
to Santo está aqui para o revelar, mas o servo deve querer
isto de todo o seu coração. Esta descoberta proporcionará o
contentamento real na sua vida e o verdadeiro sentido da sua
vida.
Se Deus te colocou no Mundo, é para fazeres uma coisa
especifica, e se ele chamou-te, é para ires por Ele no Mundo.
Sempre existiu entre nós e Deus uma terceira parte. Por
exemplo, para o Plano da salvação, temos: Deus, Jesus Cris-
to e nós. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
Muitas vezes não entendemos como a realidade, à nossa
volta, confronta-se com a verdade da Palavra de Deus, do
chamado da nossa vida e da missão que temos da parte de
Deus. Portanto, devemos ouvir bem a Deus, e olhar também
na realidade a nossa volta, pois Deus fala tanto de uma ma-
neira ou de outra se o homem não Lhe atende. (Jó 33:14)
O Servo de Deus deve estar atento para ouvir Deus.
Pelo que disse: “Surdos, ouvi; e vós, cegos, olhai, para que
possais ver. Quem é cego, senão o meu servo, ou surdo
como o meu mensageiro, que envio? E quem é cego como
o meu dedicado, e cego como o servo do Senhor? Tu vês
muitas coisas, mas não as guardas; ainda que ele tenha os
ouvidos abertos, nada ouve. Foi do agrado do Senhor, por
amor da sua justiça, engrandecer a lei e torná-la gloriosa.
Mas este é um povo roubado e saqueado; todos estão enla-
çados em cavernas, e escondidos nas casas dos cárceres;
são postos por presa, e ninguém há que os livre; por despo-
jo, e ninguém diz: Restitui. Quem há entre vós que a isso
dará ouvidos? Que atenderá e ouvirá doravante?” Isaías
42:18-23
Se podemos ouvir o Senhor, então, “Quando” pregar?, o
“Que” pregar?, “Porquê” pregar?, e “Como” fazê-lo?

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“Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como
Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou
dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se
crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a sal-
vação. Porque a Escritura diz: Ninguém que nele crê será
confundido. Porquanto não há distinção entre judeu e grego;
porque o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos
os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome
do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em quem
não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram
falar? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como
pregarão, se não forem enviados? Assim como está escrito:
Quão formosos os pés dos que anunciam boas novas!”
Rom.10:9-15
Vamos estudar o texto a seguir e tirar alguns princípios
essenciais para o Servo efectivo e responder às perguntas
colocadas acima.

™ Ezequiel 37:1-11 Deus, Ezequiel e os ossos secos.

1. Veio sobre mim a mão do Senhor; e ele me levou no


Espírito do Senhor, e me pôs no meio do vale que estava
cheio de ossos;
2. E me fez andar ao redor deles. E eis que eram muito
numerosos sobre a face do vale; e eis que estavam sequíssi-
mos.
3. Ele me perguntou: Filho do homem, poderão viver
estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes.
4. Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-
lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.
5. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fa-
zer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis.
6. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre
vós, e sobre vos estenderei pele, e porei em vós o fôlego da
vida, e vivereis. Então sabereis que eu sou o Senhor.

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7. Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora enquanto
eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um rebuliço,
e os ossos se achegaram, osso ao seu osso.
8. E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a
carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não ha-
via neles fôlego.
9. Então ele me disse: Profetiza ao fôlego da vida, profe-
tiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o
Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e
assopra sobre Estes mortos, para que vivam.
10. Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o fôlego
da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um
exército grande em extremo.
11. Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda
a casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-
se, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados.

a. Quando Pregar?

“O Senhor me respondeu: Não digas: Eu sou um meni-


no; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto
te mandar dirás.” Jer.1:7
Prega-se sempre com um mandato, quando for enviado.
Pois, a pregação é a resposta de Deus a uma necessidade, a
uma situação ou um problema que Deus quer resolver. So-
mos servos, enviados, carregamos sobre nós um ministério,
uma palavra, uma mensagem, uma missão. Isto é o propósi-
to da nossa existência, para edificação do corpo de Cristo, o
crescimento do Reino de Deus, para fazer discípulos todas
as nações. “E ele deu uns como apóstolos, e outros como
profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores
e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos,
para a obra do ministério, para edificação do corpo de
Cristo.” Ef. 4:11-12

29
Deus trabalha com muitas pessoas no Mundo e define
um plano global para que trabalhassemos juntos afim de edi-
ficar o corpo de Cristo. Cada um de nós tem um papel. Pau-
lo colocou-o desta maneira: “Eu plantei, Apolo regou; mas
Deus deu o crescimento.” 1Co. 3:6
Não importa qual papel temos, quando trabalhamos jun-
tos, honramos a Deus. A alegria do Senhor está na parceria
que temos uns com outros para compartilhar a Boa Nova do
Evangelho. Somos obreiros, operários com Deus neste
campo. “Nós somos obreiros com Deus. Vós, o campo de
Deus, o edifício de Deus.” 1Co. 3:9
Saiba hoje que tem um papel importante no corpo de
Cristo. Se é ministro no púlpito ou numa esquina da rua, ou
se semea para que outras pessoas possam ceifar, todos os
servos de Deus são importantes. Nunca subestime o papel
que joga porque estamos juntos a edificar seu Reino. Tudo
começa com Deus que nos chama!
Verso 1. O profeta começou, falando: “Veio sobre mim a
mão do Senhor”, que representa a autoridade e soberania de
Deus sobre o homem, qualquer que seja, muito mais o seu
Servo. Pois, Ele nos criou com o fim de sermos para o lou-
vor da sua própria glória (Ef.1:12). Ninguém se chama a si
mesmo para o ministério, senão Deus. O seu sucesso está
ligado ao teu chamado. Se Deus ainda não te chamou não
inventa, espera o tempo de Deus.

™ Princípio: Lembre-se sempre que Deus é sobera-


no, Ele é quem chama!

Verso 1. Ele continuou: “...e Ele me levou no Espírito do


Senhor, e me pôs no vale que estava cheio de ossos...” Deus
quer nos guiar, pois não sabemos qual é a mente de Deus,
Ele é Omniciente, nós não o somos, Ele sabe o que deve
acontecer num determinado momento. Para nos guiar, Ele
nos deu o Seu Espírito Santo, que também habita em nós (1

30
Co. 3:16). É o desejo de Deus, nos dirigir! David reconheceu
e disse: “ O Senhor é o meu pastor...guia-me mansamente a
águas tranquilas... (Salmos 23) “Pois todos os que são guia-
dos pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom.
8:14

™ Princípio: Lembre-se sempre que o Senhor é o guia!

Verso 3. Deus perguntou o profeta: Filho do homem,


poderão viver estes ossos? A mente de Deus não se pode
penetrar se Ele não a revelou. Ele sabe tudo. O princípio e o
fim de tudo. Ele é soberano. O profeta não sabia o que ten-
cionava o Senhor com estes ossos, como pode ser o nosso
caso também, depois de observar, não devemos nos precipi-
tar em falar, tomar uma decisão, ou mesmo pregar, se Deus
ainda não disse o que tenciona fazer. Portanto, devemos
sempre voltar àquele que deu a visão. É tão simples voltar a
Deus, para saber do resto. Aqui Deus quer nos ensinar a de-
pendência nEle. Muitos cometeram erros de pregar às pes-
soas sem modo, de falar no púlpito de uma conversa que
devia ser confidencial, porque ouviram uma conversação,
levam as coisas sem fundamentos no altar do Senhor e disto
resulta a morte de muitas almas, etc. É por isso mesmo uma
palavra de conhecimento (dom espiritual) deve acompanhar-
se de uma palavra de sabedoria (dom espiritual) pois é o
mesmo Espírito Santo que insipira.

™ Princípio: Devemos sempre depender de Deus!

Verso 4. Deus disse ao profeta o que ele devia fazer: Pro-


fetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: “Ossos secos, ouvi a
palavra do Senhor.” O que poderia aparecer impossível pen-
sar nos tempos de Ezequiel, falar às coisas. Em Cristo, hoje
sabemos que é possível, porque Jesus falou à figueira e esta
secou desde as raízes (Marcos 11:14). Para Ezequiel era o

31
que Deus lhe tinha pedido. O que devemos fazer numa si-
tuação, somente Deus quem sabe. Porque muitas vezes apli-
camos todo o nosso conhecimento numa determinada si-
tuação, sem termos sucesso, porquanto o que temos como
conhecimento não é suficiente para o efeito naquela altura.
Mas com Deus não perdemos tempo, porque Ele sabe o que
convém para todas as situações. É frustrante, de facto, apli-
car tudo que sabes e não teres a solução, do que aplicar o
que deve ser feito naquela situação e ir direito à solução. A
Bíblia está cheia de soluções originais de Deus para cada si-
tuação, Deus nunca repetiu a mesma solução para todos
problemas. A cada situação sua solução! Moisés diante do
mar Vermelho, Josué e a muralha de Jericó, Sansão com a
queixada de um jumento, David e Golías... O servo de Deus
deve saber que existe um Princípio divino que liga a necessi-
dade ao milagre.

™ Principio: Deus sempre sabe o que deve ser feito!

b. O Que Pregar?

“... Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis


com Deus.” 2 Co. 5:20
Deve-se pregar o que é a vontade de Deus, o seu desejo,
derramar o seu Amor incondicional para com o homem.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pere-
ça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
A Palavra de Deus, o Evangelho dá vida, como Jesus é a
Palavra (João 1:1-3,14), Ele mesmo dá a vida em abundância
(João 10:10). “E aconteceu que… mandou mensageiros
adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de
samaritanos, para lhe prepararem pousada. Mas não o
receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a
Jerusalém. E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto,

32
disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu
e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se, porém,
repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.
Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas
dos homens, mas para salvá-las…” Lucas 9:52-56
Devemos entender que Deus centralizou tudo à volta do
Seu Filho unigênito, Jesus Cristo e a sua Obra, este é o fun-
damento eterno (1 Co. 3:11). Para que tudo dê glória a Jesus
Cristo nos céus, na terra e debaixo da terra (Fil. 2:6-11).
O que deve-se pregar é o que Jesus Cristo fez (A Graça
de Deus) e as suas implicações na vida daqueles que o rece-
bem (O Reino de Deus).
Verso 5. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que
vou fazer entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis. A Palavra
de Deus dá a vida, a Boa Nova. O desejo de Deus é que
nenhum pereça, ou que ninguém se prive da graça de Deus
(Heb.12:15). Em Cristo Jesus, Deus manifestou a sua graça, o
seu perdão incondicional, pois Ele reconciliou-se com os
homens, pelo que diz: “Isto provém de Deus, que nos recon-
ciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério
da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs
em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos em-
baixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse.
Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis
com Deus. Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado
por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2
Co. 5:18-21) “... quão formosos os pés daquele que anunciam
as boas novas” que dão a vida e a vida em abundância (“Zoe”
em Grego). Deus não está imputar mais aos homens seus
pecados, pois foram imputados na pessoa de Jesus, que Deus
fez pecado por nós. (2 Co. 5:21)
A Boa Nova é essa: somos reconciliados com Deus atra-
vés seu filho Jesus Cristo. É para liberdade que Cristo nos
libertou do império das trevas e nos transladou para o Seu

33
Reino. Devemos publicar isso nos tectos, nas ruas, nas ca-
sas... Estamos no Ano da Graça do Senhor!
O que deve motivar todo pregador é:
- A Salvação das Almas com paixão e compaixão. Apre-
sentando-lhes a Graça de Deus em Cristo Jesus.
- A Edificação do Corpo de Cristo no Amor e na Fé tra-
zendo a luz do evangelho e a vida no Reino de Deus.
Existem muitas coisas por se falar com relação a Cristo e
a sua obra maravilhosa em nós e na Igreja. A pregação não
deve ser das pessoas ou o que a gente faz, apontando sempre
essas suas vidas que não glorificam a Deus. Também, não
deve focalizar somente na condenação com o intuito de cor-
rigir as pessoas. Deus sabe o fazer melhor do que nós, e Ele
é quem justifica (Rom. 8:33-34). Muitas vezes procuramos
fazer a obra do Espírito Santo, que vem para convencer o
mundo do pecado, da justiça e do juizo de Deus (João 16:8-
11). Paulo disse: “De fato, a tristeza segundo Deus produz
um arrependimento salutar de que ninguém se arrepende,
enquanto a tristeza do mundo produz a morte.” (2 Co. 7:10
Ver.Cat.) Pelo que devemos deixar o Espírito Santo fazer o
que Ele sabe melhor fazer, porém devemos olhar no foco
das mensagens do Senhor Jesus Cristo. Ele não condenava
ninguém, mas perdoava e dava a vida com as suas palavras.
O Servo de Deus deve entender a obra da Cruz, os aspec-
tos da morte do Senhor Jesus Cristo, para saber o que pregar
com relação a este fundamento. A morte do Senhor Jesus
Cristo, tem três aspectos essenciais:

* O Perdão
“No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e
disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mun-
do.” (João 1:29) Quando Ele foi crucificado, Ele era o Cor-
deiro de Deus, tirando os nossos pecados e derramando o
seu sangue para nossa redenção. Todo cristão genuíno é fa-
miliarizado com este aspecto do “Perdão”. “Tendo cancela-

34
do o escrito de dívida que era contra nós e que constava de
ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o inteira-
mente, cravando-o na cruz” Col. 2:14

* A destruição das obras de Satanás


“E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim
importa que o Filho do homem seja levantado” (João 3:14)
Muitos cristãos não são familiarizados com o segundo aspec-
to da morte do Senhor Jesus Cristo, que na cruz o Senhor
Jesus foi crucificado, sob a forma de uma serpente a fim de
destruir as obras da antiga serpente e a sua serpentina (vene-
no da serpente, a rebelião do diabo) em nós. Este é o aspec-
to destruidor das obras de Satanás (1 João 3:8) “E, tendo
despojado os principados e potestades, os exibiu publica-
mente e deles triunfou na mesma cruz.” Col. 2:15

* Reprodução e Regeneração
“Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo,
caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá
muito fruto.” (João 12:24) O terceiro aspecto da morte do
Senhor Jesus, é o aspecto da reprodução e regeneração, afim
de libertar a vida de Deus em nós. A vida divina que estava
confinado em Jesus, tal como a vida de um grão de trigo. A
vida divina foi posta em nós, e somos agora muitos grãos
produzidos a partir de um só, somos Filhos de Deus “nasci-
dos de novo” (João 1: 12-13; João 3:3), “Novas Criaturas”
(2 Co. 5:17-21)... Esses novos grãos, que somos, são muitos
e bons para fazer um novo pão, que é para constituição do
“Corpo de Cristo” (1 Co. 10:17), a Igreja!
Antigamente, éramos pecadores com a natureza corrompi-
da com o veneno da serpentina, estrangeiros à vida divina.
Mas através da sua morte, o Senhor Jesus Cristo removeu to-
dos os nossos pecados, a nossa natureza corrompida foi trata-
da, e a vida divina nos foi dada (2 Pe. 1:3-4). Agora, temos que
nos edificarmos em um só corpo (Ef. 4:11-15), o corpo de

35
Cristo, a Igreja. Glória a Deus!
O Servo de Deus deve ter Jesus como modelo. Um dia, Tiago
e João queriam que Jesus mandasse vir fogo do céu como
Elías fez, porém Jesus reprovou o seu pedido (Lucas 9:56).
Pedro, no monte da Transfiguração queria manter Jesus com
Moisés e Elías no mesmo nível, porém Deus (Pai) dos céus
falou: “Ao meu Filho somente ouvis!” Marcos 9:2-8
Paulo disse o que ele olhava como ganho, agora ele olha
como perda perante a excelência do conhecimento (gnosis -
conhecimento superior) de Cristo (Fil. 3:8). Pois ele era fari-
seu inclinado na perfeição da lei e discípulo de um dos exce-
lentes fariseus, Gamaliel (Actos 22:3). Se ele apostava na lei,
também entendeu que a lei era para conduzir-nos a Cristo
como um aio, um guia, um tutor somente (Gal. 3:24-25).
Pois a realidade é Cristo, tudo que era dos profetas, da lei era
sombra das coisas vindouras em Cristo (Heb. 10:1).
“O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e
em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus
santos; Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as ri-
quezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo
em vós, esperança da glória; A quem anunciamos, admoes-
tando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em
toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem per-
feito em Jesus Cristo;” Col. 1:26-28

c. Porquê Pregar?

“Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconci-


liou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério
da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconci-
liando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação.”
2Co.5:18
Deus é Amor, Ele derramou este amor na pessoa de Jesus
como um sacrifício supremo e agradável a Deus, para que

36
recebamos a adoção de filho... A salvação é a história do
amor de Deus exprimido à sua criatura, o homem. E nós
devemos publicar esta história e apresentar esta verdade para
a liberdade de muitos.
Verso 2. O Senhor fez andar o profeta ao redor deles, ele
viu que eram muito numerosos e estavam sequíssimos. Deus
quer que consideremos as coisas como Ele as considera. O
problema aqui é de termos a noção da necessidade, somente
se vê a necessidade quando se considera tudo. No dia em
que entrava triumfalmente em Jerusalém, foi ao Templo e
considerou tudo em redor, como já era tarde saiu para Betâ-
nia com os doze (Marcos 11:11), porém no dia seguinte, Ele
expulsou os que no templo vendiam e compravam, Ele dizia:
“Não está escrito: A minha casa será chamada casa de
oração...” Marcos 11:15-17
Para além das revelações do Espírito Santo, muitas pre-
gações minhas partem das conversas com as pessoas, da ob-
servação, e no meio destas o Espírito Santo coloca-me muito
esta pergunta: “O que vais fazer diante desta situação, desta
falta de conhecimento?” dali Ele me insipira uma mensagem,
quando a mensagem sai, ela vem sempre com uma nova luz.
A Observação é uma grande qualidade para o Servo de Deus.
Paulo não disse que a natureza vos ensine? (1 Co. 11:14)

™ Princípio: Considere sempre as coisas como Deus


as considera!

Verso 11. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-


se, e pereceu a nossa esperança. Onde está a esperança do
mundo, por onde está caminhado este mundo. Deus quer
que os homens venham a salvação, pouco tempo temos para
executar a missão do nosso Senhor, que é a esperança do
mundo. (Marcos 16:15-18; Mat. 28:18-20) Deus está usando
a sua paciência como diz: “O Senhor não retarda a sua pro-
messa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo

37
para conosco, não querendo que alguns se percam, senão
que todos venham a arrepender-se.” 2 Pe. 3:9
Muita gente está secando, morrendo sem esperança, en-
quanto que Deus quer salvar a todos. Não entendendo a
mente de Deus, muitos servos e cristãos fecham o céu para
aqueles que querem entrar nele, não apresentando lhes a gra-
ça de Deus, como faziam os fariseus (Mat. 23:13), isto por
condenar os fracos (pecadores) ao invés de orar para eles e
pregar-lhes o Evangelho, a Boa Nova do perdão dos seus
pecados em Cristo Jesus. Os servos e outros cristãos tomam
atitudes de juizes diantes deles e dizem por exemplo:
“Aquele ai nunca vai se converter”; “este bêbado só deve ser
o próprio Deus a lhe evangelizar”; “aquele já está perdido”,
etc. Com que direito falamos estas coisas? Se nós também
um dia éramos secos como eles, e que a graça do Senhor
Jesus tirou-nos de onde estavamos?
Então, Deus disse a Ezequiel de profetizar sobre os ossos.
O que devemos todos fazer, profetizar a vida para com aqueles
que se perdem, porque quando não existe palavra, não existe
futuro. Deus em tudo tem uma palavra que sustenta a sua
acção, o que se fará. (Heb. 1:3) A tua profecia vai trazer a exis-
tência o que não existe na vida dessas pessoas. É por isso Deus
disse lhe: “Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do
homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o Senhor Deus:
Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre estes
mortos, para que vivam.” (Ez. 37:9) O fôlego da vida é o
Espírito Santo. Ele espera o movimento da nossa palavra para
criar o que não existe, pelo que disse: “Envias o teu fôlego, e
são criados; e assim renovas a face da terra.” (Salmos 104:30)
Deus sabendo isto disse-lhe profetiza, ó filho do homem!

™ Princípio: Quando não há palavra, não há futuro!

Razões importantes para pregar o Evangelho e Ganhar


Almas:

38
ƒ Porque cremos e acreditamos no que Jesus fez na cruz,
Ele salvou-nos pela sua graça. Por isso a nossa Fé, o nos-
so amor para com Ele, leva-nos a proclamar a verdade
aos outros. “Animados deste espírito de fé, conforme está
escrito: Eu cri, por isto falei, também nós cremos, é por
isso falamos.” 2 Co. 4:13

ƒ Porque esperamos a sua vinda, o seu regresso, e como será


repentina a sua vinda, devemos ganhar Almas, avisar os que
nós amamos, as nossas cidades, o nosso país, continente e o
mundo. “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se
mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho
do homem…Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os
anjos do céu, mas unicamente meu Pai… Vigiai, pois, porque
não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor… Quem é,
pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu
sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-
aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar
servindo assim.” Mat. 24:27, 36, 42, 45-46

ƒ Porque é a sua última instrução, seu mandado e devemos


obediência ao Senhor. “E, chegando-se Jesus, falou-lhes,
dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Por-
tanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensi-
nando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho man-
dado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a con-
sumação dos séculos. Amém.” Mat. 28:18-20 Senhor Jesus
fez coincidir o fim do mundo com a pregação do evangel-
ho no mundo inteiro, pelo que disse: “E este evangelho do
reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a
todas as nações, e então virá o fim.” Mat. 24:14

Sozinho, nenhum homem pode entender a necessidade


da salvação, podem saber que existe um Deus, mas não sa-

39
berão como aproximar-se deste Deus. “Porque, qual dos
homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do ho-
mem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas
de Deus, senão o Espírito de Deus.”1 Co. 2: 11
Esta é a razão pela qual se deve pregar o Evangelho a to-
dos os homens, porque o homem não tem conhecimento do
que lhe diz respeito para ser completo e efectivo. Podem ser
sábios, filósofos, doutores, cientistas, etc. Eles não poderão
conhecer as coisas do homem sem que o Espírito Santo as
revela. Não importa como os homens do Mundo podem ser
educados, eles não conhecem as coisas do homem. As coisas
do homem não se referem às matérias tais como o casamento,
as casas, as comidas, os meios de transporte, etc., porque não
é necessário usar o espírito humano a fim de conhecer tais
coisas. Estas não são as coisas do homem a que Paulo referiu.
De acordo com a Bíblia, quais são as coisas do homem?

ƒ Quando a Bíblia fala do homem, ela diz-nos que o ho-


mem foi criado à imagem e semelhança de Deus. O pri-
meiro aspecto das coisas do homem é que o homem foi
criado por Deus na sua imagem a fim de lhe expressar
(Gen. 1:26).

ƒ Mas o homem criado por Deus para ser sua expressão,


tornou-se caído e pecador. A maioria dos filósofos não
realizam que são caídos e pecadores. Mas a queda de ho-
mem é um elemento importante das coisas do homem.

ƒ Como aqueles que foram criados por Deus e que se tor-


naram caídos, e deste modo necessitamos do arrependi-
mento, necessitamos da salvação e necessitamos da rege-
neração. Estas são também as coisas do homem.

ƒ Agora como salvos e regenerados, devemos amar o Sen-


hor, vivermos para Ele, expressamo-Lo, e cumprir o Seu

40
propósito eterno. Estes são mais aspectos das coisas do
homem.

d. Como Pregar?

“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo…”


2 Co. 5:20
Somos embaixadores, diplomatas da parte de Deus, de-
vemos Pregar com consistência, coerência e pleno entendi-
mento. Deus é glorificado quando sabemos o que estamos a
fazer, e entendemos porque é que devemos o fazer. Porque
sabemos que Deus não quer que o ímpio pereça na sua ini-
quidade. “Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do
ímpio? Diz o Senhor Deus; Não desejo antes que se
converta dos seus caminhos, e viva?” Ez. 18:23
O embaixador não fala outra coisa, senão expressar os
desejos e a posição do seu governo. Ele não tem uma opi-
nião própria, nem tem uma opinião contrária, porque é um
simples representante. Antes de tomar uma posição ele deve
referir à posição do seu governo. É por isso, o Servo de
Deus deve ser consistente e coerente com relação a Palavra
de Deus que é o veículo da vontade de Deus.
Verso 7. O profeta disse: Profetizei, pois, como se me
deu ordem. Ezequiel era profeta porque profetizava da parte
de Deus, o que Deus lhe dizia, e Deus se manifestava, como
foi o caso de Samuel... (1 Sam.3:19-20)

™ Princípio: Diz e faz sempre o que Deus ordena,


sem omissão, pois Ele sabe porquê!

Quando começar a pregar o que Deus lhe mandar, se le-


vantará oposições, críticas, perseguições, incompreensões.
Pois vai falar do que os olhos não viram, os ouvidos não ou-
viram e que nunca subiu no coração dos homens. A sua
obediência a Deus será a sua segurança, porque é melhor

41
obedecer a Deus do que os homens (Actos 4:19). Os ho-
mens quererão que fiques com eles no statu quo, não tra-
zendo as novidades do Senhor para esta geração, poi ele
mesmo disse: “Eis que faço novas todas as coisas.” (Ap.
21:5), quando Deus quer que tu vás com Ele. Pensa em Pe-
dro em Actos 10, quando Deus quis fazer uma nova coisa
com os gentios, os seus ensinamentos, a sua religião lhe dizia
que não devia comer coisas impuras, mas Deus disse-lhe que
eram agora coisas para comer, pois Deus tinha quebrado o
antigo padrão, Ele é soberano. Portanto, Cornélio recebeu o
mesmo Espírito Santo como eles no princípio. Com este
episódio, Deus inaugurava uma nova era para o Evangelho,
demostrando que a salvação era para todos em Cristo Jesus.
Pedro, por causa disso, foi julgado em Jerusalém porque foi
com Deus.
Os homens querem que tu fiques com eles, porém, vais tu
com Deus! Com o seu servo, Deus quer fazer uma coisa nova,
não limitas Deus com a tua religião. Deus é maior que isso!
Acontece que quando os homens se levantam contra o
que o Senhor faz, também Ele (Deus) faz uma coisa, como
está escrito: “E assim como eles rejeitaram o conhecimento
de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento
depravado, para fazerem coisas que não convém; estando
cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de
inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade; sendo mur-
muradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores,
soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes
ao pais; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural,
sem misericórdia; os quais, conhecendo bem o decreto de
Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas prati-
cam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as
praticam.” Rom. 1:28-32
O problema está no coração do homem que rejeita a Pala-
vra de Deus, os seus ensinamentos, o conhecimento de Deus.
Portanto, Deus vai assim endurecer este coração rebelde, para

42
a sua própria destruição. Agora, quando é o próprio Deus a
fazer isso, como poderemos salvar alguém das suas mãos? A
verdade é que Deus pode rejeitar uma pessoa para não lhe
usar mais. Pelo que disse: “O meu povo está sendo destruído,
porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o
conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas
sacerdote diante de mim.” Oséia 4:6.
A história do sacerdote Eli e do menino Samuel fala por
si. (1 Sam. 2:13-36; 1 Sam. 3)
O Servo de Deus deve:

ƒ Pregar com o seu coração, entendendo que é um


instrumento na mão de Deus, pois Ele conhece
quais são as Palavras certas e ungidas para tocar
os corações.

ƒ Pregar como que é a última pregação, não deve-


mos perder o nosso tempo no púlpito, pensando
que teremos mais uma outra ocasião, deixa o
Espírito Santo lhe usar efectivamente e plena-
mente hoje. Aproveitando de todas as ocasiões da
vida.

ƒ Pregar no seu meio (Etnos), pregar com a lingua-


gem do seu meio, se é médico, advogado ,
científico, universitário, camponês, estudante,
etc... ganha os do seu ramo de vida também, da
sua classe social, etc.

3. O Servo e a Leitura

“ O que adquire o entendimento ama a sua alma...” Prov.


19:8
A leitura é muito importante na vida de um servo, pois o
que Deus já revelou não vai lhe revelar mais quando entrar

43
em contacto com a mesma. Se Deus revelou um outro servo,
e entrou em contacto com a mesma revelação, se não aceitar
aquela revelação, será como que não aceitou a palavra da-
quele que a revelou (O Espírito Santo). Pois o acaso não
existe com Deus, Ele faz tudo com propósito.
Deus nos dá a liberdade de verificarmos na sua Palavra
escrita (Bíblia), porque a Palavra Rhema (a Palavra Revelada)
é sempre confirmada pela Palavra Logos (as Escrituras). O
Servo de Deus deve ser como os cristãos de Beréia. Pelo que
disse: “Ora, estes [os cristãos] de Beréia eram mais nobres
que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a
avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as
coisas eram, de fato, assim.” Actos 17:11
Quais são os seus hábitos, as suas ansiedades? As suas re-
postas determinarão o que será do seu serviço para Deus.
Eu, por hábito, tenho sempre um novo livro na minha cabe-
ceira. A leitura é a maneira de semearmos na nossa mente. O
que é que semeia em sua vida? Quem semeia o tempo na
leitura ceifará o conhecimento.

™ Princípio: Tudo é semente.

Sabendo que tudo é semente, o Servo de Deus deve ser


cauteloso com o que ele vai permitir que seja semeado na sua
vida. Pois a terra para semear no homem é o seu coração, e o
homem tem três vias de acesso ou portas de entrada para o
seu coração, que são os olhos, os ouvidos e a boca.

ƒ Os Olhos, o que tu vês tem uma influência nas


tuas emoções, tua atitude, tua educação. O servo
de Deus deve ser um bom observador para notar
as necessidades para trazer o milagre, ele não deve
olhar tudo, mas deve ver bem. Existe uma dife-
rença entre olhar e ver. Porque alguém pode olhar
e não ver. “Olhar” leva a sensualidade e a superfi-

44
cialidade porque é somente uma função dos ol-
hos, porém “Ver” leva a consideração e obser-
vação. Ver é uma função do coração, é ter a visão.
Alguém pode ser cego e fazer grandes coisas,
porque tem visão, mesmo se não faz o uso dos
seus olhos físicos. “É uma coisa terrível ter as
vistas e não ter visão.” Helen Keller

ƒ Os Ouvidos, o que ouvimos tem influenciado po-


sitiva ou negativamente às nossas vidas. Pensa na
educação da escola, passamos tempo ouvindo
coisas que moldam as nossas vidas. O servo de
Deus deve ser disciplinado no que ele permite en-
trar através dos seus ouvidos. A Palavra de Deus
é o que devemos ouvir e não críticas sobre os ou-
tros, as ofensas, etc... porque tudo é semente, o
que for semeado se ceifará certamente. Portanto,
encontraremo-nos depois em situação de agirmos
e falarmos como ouvimos, teremos a mesma lin-
guagem do que ouvimos sempre. Por isso, a Pala-
vra de Deus deve abundar em nossos corações
para termos a linguagem de Deus.

ƒ A Boca. O que falamos contamina-nos, encerra-


nos nas prisões da vergonha e do compromisso.
Porque falavamos coisas que não podiamos con-
trolar e tudo virou contra nós depois, como um
“efeito boomerang”. Encontramo-nos muitas
vezes em situações que criamos com as nossas
próprias palavras irreflectidas.

A leitura, para o Servo de Deus, deve ser disciplinada, isto


é, uma leitura temática, para que os conhecimentos sejam
consolidados. A consitência é importante para ligar o que
Deus disse (a sua Palavra) e quer (a sua Vontade).

45
Com todas as revelações que temos da Palavra de Deus
hoje, não devemos nos tornar como Oral Roberts disse:
“Um Eco dos homens e não a Voz de Deus.”
Quando aprendemos bem, com os conhecimentos conso-
lidados, o Espírito Santo vai começar com o que sabemos e
vai aumentar o que falta. Podemos dar o caso de um livro
que estamos a ler ou uma pregação que estamos a acompan-
har, e logo num instante, no meio disto, o Espírito Santo
inspira-nos uma mensagem a partir de uma palavra do autor
ou do pregador, que Ele vai nos iluminar, dando-nos mais
detalhes, para além da pregação que estamos a ouvir ou do
que estamos a ler. Isto é para responder a uma situação, uma
dúvida que tinhamos, etc. Portanto, Deus faz isso com um
propósito, porque existem verdades que levam tempo para
penetrar.
Jesus disse: “Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós
não o podeis suportar agora. Quando vier, porém, aquele, o
Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque
não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos
anunciará as coisas vindouras.” João 16:12

4. O Servo e o Mundo secular

Existem revelações que receberemos a partir da obser-


vação, da natureza, do que está ao nosso redor, as infor-
mações, as notícias e os programas educativas (Docu-
mentários). O servo de Deus deve ser informado, actualiza-
do para saber com que movimento Deus vai passar na sua
geração.
Como vê o mundo?
1. Deus usou Moisés para escrever os cinco primeiros li-
vros da Bíblia (o Pentateuco) porque viveu no Egipto, cresceu
na casa de Faraó, no pleno conhecimento das leis faraónicas e
religiosas, aprendeu a escritura (foi no Egipto onde foi inven-
tado a escritura – “hieróglifo”, e o papel – “papiro”);

46
2. Deus usou a visão grega de colonizar o mundo pelo o
saber e a sua língua (Alexandre Magno, o Grande), pelo que a
Palavra de Deus foi traduzida em grego;
3. Deus usou as estradas romanas para levar a sua palavra
em todos recantos do império romano;
4. Vamos falar da impressão de livros em grande quanti-
dade, a tradução da Bíblia do latim em outras línguas com a
invenção da tipografia com caracteres móveis de Johannes
Gutenberg (~1400-1468).
5. O avivamento espiritual com os generais de Deus, co-
mo John Wesley, Smith Wigglesworth, John G. Lake, Billy
Graham, das crusadas e campanhas (Evangelismo) dos sécu-
los passados, a Colonização;
6. As Médias, Revistas, Panfletos e Folhetos, a Rádio e Te-
levisão, hoje a Internet, CD, DVD, MP3, iPod, iPad, Podcast...

Os estudiosos do conhecimento dividem o saber humano em


3 formas

Em primeiro lugar, temos o saber-puro. O conhecimento


geral e abstracto do mundo que nos rodeia. O conhecimento
que procura saber como as coisas são e como se relacionam.
Os gregos designavam este saber por sofia (σoφíα) e os ro-
manos por sapientia.
A Palavra de Deus dá-nos o saber-puro, o saber que esta-
va no princípio com Deus. É por isso que devemos meditá-
la. É esta Palavra que criou o mundo (João 1:3) e ela sustenta
todas as coisas (Heb.1:3) O conhecimento da Palavra de
Deus liberta-nos da prisão do diabo (João 8:32), daquilo que
nos é mortal (Salmos 107:20; Oséias 4:6) Deus disse a Josué:
“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita
nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme
a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar
o teu caminho, e serás bem sucedido.” (Josué 1:8) Conhecer
a Palavra de Deus é conhecer Deus. (João 1:1-2; Oséias 6:3)

47
Depois temos o saber-agir. Trata-se de um conhecimento
prático que se baseia na ética e nos valores universalmente
aceites. É aquele saber que se apoia no conhecimento do
justo e do injusto. Do bem e do mal. Enfim, é um saber que
nos leva a discernir e escolher os meios mais adequados para
realizar o bem, concretizar um projecto e atingir um objecti-
vo. Os gregos designavam esse saber por frónesis
(Φρόνησις) e os romanos por prudentia. Eis os principais
valores: grande respeito pelas leis do País e pelos direitos dos
outros; a integridade e a responsabilidade em todas as áreas
da sociedade; disciplina e a dedicação ao trabalho.
Quando conhecemos a Palavra de Deus devemos praticá-
la, isto e ter o Saber-agir, Jesus disse que devemos praticar a
Palavra (Mat.7:24, 26). Deus disse a Josué: “Não se aparte da
tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para
que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele
está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e
serás bem sucedido.” (Josué 1:8)
Hoje, temos a graça de termos a sabedoria (sofia) e a pru-
dência (frónesis) pelo facto de estarmos em Cristo. Ele é a
nossa sabedoria e a nossa salvação. Pelo que disse: “Segundo
as riquezas da sua graça, que ele fez abundar para conosco
em toda a sabedoria (sofia) e prudência (frónesis).” Ef. 1:7-8
Finalmente, temos o saber-fazer. Os gregos denominavam
esse saber por tekné (τέχνη) e os romanos por ars, artis. É um
saber realizável. Um conhecimento que se baseia na aptidão
criativa das pessoas, no domínio das tecnologias e a na capa-
cidade de transformar as matérias-primas. Segundo um artigo
da wikipédia “A tekné grega, bem como a ars latina referiam-
se não só a uma habilidade, a um saber fazer, a uma espécie
de conhecimento técnico, mas também ao trabalho, à pro-
fissão, ao desempenho de uma tarefa. O técnico era aquele
que executava um trabalho, fazendo-o com uma espécie de
perfeição ou estilo, em virtude de possuir o conhecimento e a
compreensão dos princípios envolvidos no desempenho”.

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O Servo de Deus tem o Saber-fazer a partir da Unção do
Espírito Santo. Porque Deus é aquele que cumpre em nós
todas as nossas obras. (Isaías 26:12) Deus nos unge, nos ca-
pacita para podermos fazer o que é excelente, a tekné para
nós vem do Espírito Santo. Deus disse a Moisés:“Eis que eu
tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de
Hur, da tribo de Judá, E o enchi do Espírito de Deus, de
sabedoria, e de entendimento, e de ciência, em todo o lavor,
Para elaborar projetos, e trabalhar em ouro, em prata, e em
cobre, E em lapidar pedras para engastar, e em entalhes de
madeira, para trabalhar em todo o lavor. E eis que eu tenho
posto com ele a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de
Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que
são hábeis, para que façam tudo o que te tenho ordenado. A
saber: a tenda da congregação, e a arca do testemunho, e o
propiciatório que estará sobre ela, e todos os pertences da
tenda… Assim trabalharam Bezalel e Aoliabe, e todo ho-
mem hábil, a quem o Senhor deu sabedoria e entendimento,
para saberem exercer todo ofício para o serviço do san-
tuário, conforme tudo o que o Senhor tem ordenado.” (Ex.
31:2-7; Ex. 36:1)“Não por força nem por poder, mas pelo
meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.” Zac. 4:6
Como Servos de Deus devemos ser sensíveis para tirar
proveito de tudo quanto está na nossa disposição com o fim
de acabarmos com a grande comissão. Pois isso depende de
nós. Pelo que Jesus disse:“E este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as
nações, e então virá o fim.” (Mat. 24:14)

49
PARTE 2

O Servo de Deus
e o Poder de Deus

“Eis que meu Servo prosperará,


rescerá, elevar-se-á, será exaltado.”

ISAÍAS 52:13

D EUS espera o seu Servo prosperar acima de tudo, para


demostrar-lhe a sua suprema grandeza, como instru-
mento na sua mão. Deus é quem toca o instrumento, lhe
aguça para brilhar cada vez mais, Deus é quem apresenta a
sua majestade, a sua glória. Ele é o criador de tudo que
existe, mas a sua criação não vê toda sua glória, por causa da
mentira e da ilusão que está neste Mundo.
Como nenhum de nós dava conta disto, e como os meni-
nos que somente entendem o que vêem, ouvem e sentem,
éramos escravos do Mundo. Paulo disse: “Assim também
nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à
servidão debaixo dos rudimentos do mundo; mas, vindo a
plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que estavam

51
debaixo de lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E,
porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o
Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.” Gal. 4:3-6
“Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que
fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não
nos conhece; porque não o conhece a ele. Amados, agora
somos filhos de Deus…” 1 João 3:1-2
Entendemos, agora, que o Poder de Deus temo-lo pela
posição, por estarmos em Cristo. Portanto, o Poder é para
todos os cristãos nascidos de novo (João 3:3), aqueles que
são novas criaturas (2 Co. 5:17). O Poder é a autoridade que
temos como Filhos e Representante de Deus na terra (Sal-
mos 115:16), para que a vontade de Deus, nosso Pai, se
cumpre na terra. (Mat. 6:10)
O Poder de Deus está à disposição de todos, porque
Deus quer que andassemos no seu Poder. O Poder é procu-
rado por todos, porque é este “dominar” que o homem per-
deu no jardim do Éden.“E disse Deus: Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine
sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o
gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move
sobre a terra...” (Gen. 1:26), é por isso a busca do poder é
legitimo para todos os homens, que seja em África, na Amé-
rica ou na Europa, que seja nas aldeias da floresta equatorial
ou nas grandes cidades do mundo. O homem perdeu este
poder. Há quem o busca na magia, no ocultismo, na feitiça-
ria ou bruxaria, etc. Há quem vai buscá-lo por vias longe de
Deus e acaba recebendo um semblante de poder das mãos
do diabo, com muitas consequências, pois “O ladrão não
vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que
tenham vida, e a tenham com abundância.” (João 10:10). Po-
rém como diz o verso acima, Jesus é aquele que restaura esta
vida, este poder em nós, quando lhe recebemos, somos no-
vas criaturas e o seu Espírito Santo vem habitar em nós.
Porque o andar no poder deve ser a vida do cristão, do Filho

52
de Deus e muito mais do Servo de Deus. O supernatural
deve tornar-se natural na vida de um cristão.

1. Jesus, a referência

“Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cris-


to.” 1 Co. 11:1
O Senhor Jesus é o modelo enviado do céu com que de-
vemos edificar as nossas vidas. Como foi ordenado a Moi-
sés, de construir o Tabernáculo segundo o modelo que Deus
lhe mostrara (Ex. 25:40; Actos 7:44). Também nós de igual
modo recebemos o modelo de Deus, a saber Cristo vindo do
céu.
João disse: “O Verbo [a Palavra] se fez carne e habitou
entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14) Somos, hoje,
filhos de Deus como Jesus (João 1:12-13; Rom. 8:29),
significa dizer que podemos viver a vida que Ele viveu.
Razão pela qual Paulo rogava os cristãos de serem seus
imitadores e imitadores daqueles que vivem esta vida que
Deus derramou em nós. “Tornai-vos todos meus imitadores,
irmãos, e observai aqueles que assim andam conforme nos
tendes por modelo.” Fil. 3:17
Jesus era efectivo porque sabia que tinha nEle o poder de
Deus, porque Ele é o Filho de Deus. Ele sabia como usar e
canalizar o poder de Deus na sua vida. Agora como Ele é,
somos nós também neste mundo (1 João 4:17). O problema
connosco é, não termos o conhecimento deste Poder que
temos desde já, e não sabermos como usar e canalizar o
mesmo. É por isso que devemos contemplar e conhecer
Cristo (2 Co. 3:18; Fil. 3:8).
“O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o se-
gundo homem é do céu. Como foi o primeiro homem, o
terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, co-
mo é o homem celestial, tais também os celestiais. E, assim

53
como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer
também a imagem do celestial.” 1 Co. 15:47-49

a. O Modelo de Vida de Pode

Guiado pelo Espírito Santo depois do seu baptismo, Je-


sus ia pregando, ensinando e curando os doentes, esta deve
ser a vida de todos os servos de Deus, a trilogia Ensinar-
Pregar-Curar, pelo que disse: “Percorria Jesus toda a Galiléia,
ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e
curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o po-
vo.” Mat. 4:23
Jesus ensinava publicamente (Sermão no Monte – Mateus
5, 6 e 7), mas também em privado, somente os seus discípu-
los (A Oração dominical – Lucas 11). Ensinava em lugar
como no monte, na beira do mar, nas sinagogas, nas casas, e
curava os doentes, operava milagres. “Jesus lhes respondeu:
Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (João
5:17) “Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade vos
digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o que
vir o Pai fazer; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz
igualmente.” João 5:19
Para o cristão, a palavra de Deus deve ser a primeira
fonte do seu conhecimento, e o milagre não deve ser um
evento, mas um modo de viver, porque somos salvos para
andarmos no Poder de Deus. A recomendação aqui é se-
guirmos a Jesus o nosso modelo, a referência do tipo de Ser-
vo em quem Deus se agrada. A cura, os milagres e os sinais
devem acompanhar a pregação, e não os Servos andarem
atrás deles. Pois são um sinal de que Deus está por detrás da
sua palavra para confirmá-la (Marcos 16:20).
O servo deve saber como estar atento com o mover do
Espírito Santo para ter o conhecimento da verdade presente
ou da palavra da hora. (Pode ser uma palavra de conheci-
mento, ou de sabedoria...)

54
Os ensinamentos devem preparar os servos para a conti-
nuação da obra de Cristo, da edificação do corpo de Cristo,
para firmar os cristãos na fé, pelo que Ele deu uns como
apóstolos, e outros como profetas, e outros como
evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista
o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao
estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de
Cristo; para que não mais sejamos meninos, inconstantes,
levados ao redor por todo vento de doutrina, pela
fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação
do erro; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em
tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Ef. 4:11-15
Depois de ter formado e ensinado os seus discípulos, Je-
sus disse-lhes: “Disse-vos estas coisas por figuras; chega,
porém, a hora em que vos não falarei mais por figuras, mas
abertamente vos falarei acerca do Pai. Naquele dia pedireis
em meu nome, e não vos digo que eu rogarei por vós ao Pai;
pois o Pai mesmo vos ama; visto que vós me amastes e
crestes que eu saí de Deus. Saí do Pai, e vim ao mundo;
outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai. Disseram os seus
discípulos: Eis que agora falas abertamente, e não por figura
alguma.” João 16:25-29
Por fim, Jesus disse-lhes:“Já não vos chamo servos,
porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas
chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai
vos dei a conhecer.” João 15:15

b. A vida de Oração e de Fé

“De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi


a um lugar deserto, e ali orava.” Marcos 1:35
De madrugada, Jesus ia num lugar deserto para orar, este
era o seu hábito.

55
Os discípulos olhavam no sucesso que Ele tinha de dia,
pesquisaram sobre a sua vida e encontraram algo interes-
sante que fazia a diferença entre Jesus e eles, “a oração”, pe-
lo que solicitaram-no que lhes ensinasse como orar. “Estava
Jesus em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um
dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como
também João ensinou aos seus discípulos.” (Lucas 11:1) Era
tão notável para os discípulos, a vida de oração de Jesus, que
queriam o mesmo conhecimento e as informações sobre a
oração. E Jesus não recusou-lhes este pedido. Uma pergunta
sobre-sai então, porque Jesus orava, se Ele é Filho de Deus,
e Deus? Na terra, Jesus era limitado como qualquer homem,
Ele foi chamado também Filho do homem. Pois, como
Deus, Ele não precisa orar, mas como homem, Ele necessi-
tava do auxílio do céu.
Portanto, Jesus não fez nenhum milagre sendo ele o Deus
Todo Poderoso, mas o fazia com a autoridade de filho do
homem. Porque a terra foi dado aos filhos dos homens.
“Pois assim como o Pai tem vida em si mesmo, assim
também deu ao Filho ter vida em si mesmo; e deu-lhe
autoridade para julgar [declarar justiça, liberdade, o direito de
viver], porque é o Filho do homem.” João 5:26-27
Deus é integro com a sua palavra, para quebrar o que Ele
propositadamente tinha estabelecido quando criou o ho-
mem. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes
do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e
sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a
terra.” (Gen. 1:26) A autoridade, o domínio sobre a terra foi
dado ao homem (Adão) e aos filhos dos homens. Pelo que a
Bíblia disse:“Os céus são os céus do Senhor, mas a terra,
deu-a ele aos filhos dos homens.” Salmos 115:16
Isto significa dizer que desde que Deus proferiu aquelas
palavras “domine ele sobre toda a terra”, o céu depende da
terra, e Deus soberanamente não intervem nos negócios da

56
terra sem ser convidado. Jesus disse aos discípulos:
“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a
tua vontade, assim na terra como no céu…” (Mat. 6:9-10)
Dali, se o homem não orar o céu não vai mexer, este é o
princípio chave da Oração, que implica este pedido: Que
venha o seu Reino, seja feita a tua vontade! Portanto, deve-
mos entender o papel da oração e o seu impacto no mundo
em que vivemos, sem a oração, Deus não vai mover! Deve-
mos sempre orar para permitir ao céu de agir a nosso favor
aqui na terra, Jesus disse:“Pois o que ligares aqui na terra
será ligado no céu.” (Mat. 16:19) Paulo disse: “Orai sem ces-
sar.” (Tess.5:17)

™ Princípio: se o homem não orar o céu não vai


mexer.

Jesus associava a Oração com a Fé. “Porque em verdade


vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e
lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que
se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. Por
isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede
receber, e tê-las-eis.” Marcos 11:20-24
A oração e a fé são da nossa responsabilidade. Porque tu
deves orar, não uma outra pessoa, tu deves crer e ninguém
vai crer para ti! Jesus, diante do sepulcro de Lázaro, orou
porque ninguém podia orar para que acontecesse o milagre
da ressureição (João 11:41-42). Tu és a pessoa que deve orar
para aquele caso, para aquela situação.

ƒ A oração é a prova da nossa Fé. Quando oramos,


exprimimos a nossa fé, porque cremos que Deus vai
fazer, é por isso oramos. “Elias era homem sujeito às
mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que
não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu

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sobre a terra. E orou outra vez e o céu deu chuva, e a
terra produziu o seu fruto.” Tiago 5:17-18

ƒ A Oração funciona com uma boa atitude (Confiança)


sabendo que Deus nos ouve sempre. “E Jesus, levan-
tando os olhos para cima, disse: Pai, graças te dou, por
me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves,
mas eu disse isto por causa da multidão que está em
redor, para que creiam que tu me enviaste.” João
11:41-42

ƒ A Oração funciona também com um coração


compassivo (o Perdão) porque a oração pode ser
bloqueada por seu próprio coração, que não consegue
perdoar. “Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes
alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai
que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas.” Marcos
11:25-26

c. Os seus Sentimentos

“Tende em vós aquele sentimento que houve também em


Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não
considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar,
mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de
homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até
a morte, e morte de cruz.” Fil. 2:5-8

Fazer sempre a vontade de Deus

Jesus não se deixava conduzir pelos sentimentos, mas


procurava fazer a vontade de Deus (Pai) que lhe enviou.
Nesta vida devemos procurar como sair do que é simples-
mente bom para o melhor. Muitas vezes o que é bom nos

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retem cativo dos homens, e chamamos isso costumes, tra-
dições e cultura. Mas Deus está nos esperar no que é melhor.
É necessário entender que a vontade de Deus não se revela
colectivamente. Deus chamou Abraão fora da sua casa, da
sua parentela, levou Moisés na terra dos Midianitas para lhe
falar sozinho em Horeb. “O que é precioso encontra-se
sempre debaixo da terra, é preciso cavar.” “Uma profundeza
chama uma outra profundeza.”
Jesus, na questão da vontade de Deus, é o modelo perfei-
to. Aos doze anos de idade quando Maria e José o procura-
va, depois dEle ter ficado no templo em Jerusalém, Ele
disse-lhes:“Por que é que me procuráveis? Não sabeis que
me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lucas 2:49)
Ele disse aos seus discípulos: “A minha comida é fazer a
vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.” (João
4:34) Porque era a vontade de Deus que lhe tinha trazido
aqui na terra, para a cruz. “Pelo que, entrando no mundo,
diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me
preparaste; não te deleitaste em holocaustos e oblações pelo
pecado. Então eu disse: Eis-me aqui para fazer, ó Deus, a tua
vontade.” Heb. 10:5-7

A Fidelidade

Jesus era fiel ao Pai. Ele fazia o que via o Pai fazer (João
5:19-20). O Servo de Deus deve saber que, o importante é
ser fiel àquele que lhe enviou. Portanto, ele deve fazer con-
forme lhe foi mandado, “como Moisés foi divinamente
avisado, quando estava para construir o tabernáculo; pois diz
ele: Vê que faças todas as coisas conforme o modelo que te
foi mostrado no monte.” (Heb. 8:5) Porque Deus controla
tudo, e depois dEle considerar tudo, a sua glória desce. Moi-
sés depois de levantar o tabernáculo, então a nuvem cobriu a
tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o
tabernáculo…” Ex. 40:34

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Quando fazemos fielmente segundo a sua vontade, Deus é
glorificado. Deus quer que vamos com Ele, os sentimentos
fazem-nos ficar com os homens. Queremos ser bem vistos
pelos homens, não querendo ofuscar ninguém, acabamos pas-
sando ao lado da glória que Deus tem para as nossas vidas.

A Compaixão para as Almas

Jesus veio para salvar as almas, e a sua compaixão levava-


lhe a perdoar os homens, porque não sabiam o que faziam.
Um dia, depois dEle não ter sido recebido numa aldeia de
samaritanos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor,
queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma,
como Elias também fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os,
e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do
homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para
salvá-las. E foram para outra aldeia. (Lucas 9:54-56)

Submissão a Deus

Jesus era submisso ao Pai. Se Deus amou tanto o mundo


que deu o seu filho unigénito – Jesus Cristo (João 3:16), po-
rém Jesus amou o Pai de tal maneira que cedeu a sua divini-
dade para fazer a vontade do seu Pai, pelo que Paulo disse:
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de
Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia
aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por
isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um
nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus
se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e
debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é
o Senhor, para glória de Deus Pai.” Fil.2:5-12

60
Um dia, Tiago e João propuseram lhe um um pedido, de
uma exaltação egoísta, porque eram os mais conchegados de
Jesus, eles queriam um outro favor para além do que já tin-
ham. Mas Jesus lhes fez saber que isso não dependia dEle.
“E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu,
dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos.
E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? E eles lhe disse-
ram: Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua
direita, e outro à tua esquerda. Mas Jesus lhes disse: Não sa-
beis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo, e ser
batizados com o batismo com que eu sou batizado? E eles lhe
disseram: Podemos. Jesus, porém, disse-lhes: Em verdade, vós
bebereis o cálice que eu beber, e sereis batizados com o ba-
tismo com que eu sou batizado; Mas, o assentar-se à minha
direita, ou à minha esquerda, não me pertence a mim conce-
dê-lo, mas isso é para aqueles a quem está reservado. E os
dez, tendo ouvido isto, começaram a indignar-se contra Tiago
e João. Mas Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os
que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, e
os seus grandes usam de autoridade sobre elas; Mas entre vós
não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser
grande, será vosso servo; E qualquer que dentre vós quiser ser
o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem
também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate de muitos.” Marcos 10:35-45
O Servo de Deus não deve ser oportunista e procurar a
exaltação a todo custo. A exaltação é vontade de Deus
(Isaías 52:13), muito mais para seu Servo que deve servir a
todos, como Jesus.

O Exemplo da Humildade

“Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos


todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, Le-
vantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cin-

61
giu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os
pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que
estava cingido.” (João 13:3-5) Neste episódio das escrituras, o
Senhor Jesus ensinou-nos através do seu próprio exemplo,
mesmo depois de saber que o Pai tinha depositado nas suas
mãos todas as coisas, Ele demostrou o seu amor pelo que diz:
“Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua
hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que
estavam no mundo, até o extremo os amou.” (João 13:1) O
Amor verdadeiro é humilde, entrega-se!
Quando o Senhor lavou os pés dos discípulos, Ele tinha
posto de lado suas vestes. Nas Escrituras, as vestes
significam o que fazemos e como agimos. Tudo o que
fazemos e agimos no entanto se torna o nosso vestuário. Se
tiver um bom comportamento, boas atitudes, terá um
excelente vestuário, algo que é apreciável e glorioso.
No entanto, se quiser ministrar a lavagem dos pés
spiritual para os outros, deve deixar de lado o que tem como
títulos, o seu ego, o que tem feito, e como tem se
comportado, a sua atitude.
Se o Servo é orgulhoso, egocêntrico, nunca poderá ministrar
a lavagem dos pés a ninguém. O Servo de Deus deve ser
humilde e deixar de lado suas vestes, seus títulos e saber que ele
é servo pela vontade de Deus, por causa da soberania de Deus.
Colocar de lado suas vestes significa humilhar-se, esvaziar-se,
tirar alguma coisa fora de si mesmo. “De sorte que haja em vós
o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, o
qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual
a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo…” Fil. 2:5-8

2. O Servo de Deus e a Unção

“Vós tendes uma unção do Santo, e todos tendes conhe-


cimento.” 1 João 2:20

62
Da Cruz a Pentecostes

“Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem


de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai...” Ac-
tos 1:4
O Servo de Deus é chamado a entender a passagem da
Cruz a Pentecostes. É muito importante entendê-la, porque
é durante este período que o Senhor Jesus Cristo demostrou
o poder da nova aliança, o que há de ser. Jesus soprou sobre
os discípulos e disse-lhes: Recebeis o Espírito Santo (João
20:22). Jesus mostrou-lhes a glória de Deus, a sua natureza e
a sua pessoa transfigurada com o seu corpo glorificado, a
nova criatura que Ele se tornara depois da ressurreição.
Era um período para os discípulos estarem juntos, espe-
rando a promessa de Deus. Tempo de ouvir a Deus e não
distrair-se com o mundo, um tempo precursor de uma
grande mudança no curso das coisas no mundo. É por isso,
Jesus foi até buscar os seus discípulos no caminho de
Emaús (Lucas 24:13), a busca daqueles que com Pedro,
voltaram para pesca (João 21:3-22), e naquela praia Ele de-
mostrou-lhes a sua providência, pois o que era necessário
para eles: era permanecerem juntos, orando e esperando
por Deus naquele momento crítico. Porque com relação as
necessidades da vida secular, Ele toma conta de nós, mas
Ele espera que lhe amassemos, ouvindo a sua voz, fazendo
a sua vontade.
Os discípulos deviam estar escondidos, para mostrarem-
se ao mundo com poder, quando o tempo chegar. Esta é a
imagem de Elías, que se escondia e mostrava-se. E quando
se mostrava o poder e a providência de Deus, eram manifes-
tos. O fogo desce do céu e a chuva cai!
Um princípio com Deus, “mostra-te, esconde-te”. Porque
tudo tem seu tempo, devemos entender os tempos para sa-
ber como agir, como os filhos de Issacar (1 Cro.12:32).
Entre a Cruz e Pentecostes os discípulos deviam esconder-se

63
para sair com o Poder do Espírito Santo como prometido
por Deus. “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam
todos reunidos no mesmo lugar.” Actos 2:1

Porquê Pentecostes?

Pentecostes (Hag Shavuot em Hebreu) tem muitos


nomes na Bíblia (a Festa das Semanas, festa da colheita, e
das Últimas primícias). Celebrado no quinquagésimo dia
após a Páscoa, Shavuot é tradicionalmente um período de
alegria, das acções de graças e apresentação das ofertas do
novo grão de trigo de verão em Israel. O nome “Festa das
Semanas” foi dado porque Deus ordenou aos judeus que
contassem sete semanas completas (ou 49 dias) a partir do
segundo dia da Páscoa (Lev. 23:15-16), e em seguida apre-
sentar as ofertas do cereal novo ao Senhor como um estatu-
to perpétuo.
Shavuot era originalmente um festival para expressar gra-
tidão a Deus pela bênção da colheita. E porque ocorria no
final da Páscoa, que adquiriu o nome de “Últimas Primícias”.
A celebração é também ligada à doação dos Dez Mandamen-
tos e, portanto, tem o nome “Matin Torá” ou “Dar da Lei”.
Os judeus acreditam que foi exatamente neste momento que
Deus deu a Torá ao povo através de Moisés no Monte Sinai.
E considera-se como a primeira occorência poderosa de
Pentecostes. A última occorência poderosa de Pentecostes
foi no dia da vinda do Espírito Santo (Actos 2:1), portanto,
entre as duas occorências existem semelhanças e diferenças:

1. Uma manifestação do Poder de Deus com ventos,


trovões e relâmpagos, etc. O fogo foi visto sobre o monte
Sinai (Ex. 19:16-25; Ex. 20) e o fogo estava nas cabeças dos
discípulos (Actos 2:1-4);
2. Uma linguagem (a Lei) foi dada na primeira e as
Línguas (ou linguagem) do Espírito na segunda;

64
3. Na primeira a consequência foi a morte de três mil pes-
soas (Ex. 32:28), na segunda três mil almas foram ganhos a
Cristo pela pregação do Evangelho (Actos 2:41).

Na Antiga Aliança, a Lei foi dada para guiar o povo, que


o povo devia guardar na sua boca.“Não se aparte da tua
boca o livro desta lei...” (Josué 1:8), na Nova Aliança o
Espírito Santo é quem nos guia, “quando vier aquele
Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade;
porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido, e vos anunciará o que há de vir.” João 16:13
Os discípulos deviam esperar a promessa do Pai, a vinda
do Espírito Santo, para iniciar uma nova era, a das novas
coisas segundo o plano e vontade de Deus. João Baptista,
quando falava do baptismo que Jesus baptizaria (Mat. 3:11),
ele olhava na renovação da experiência do Sinai. Assim,
precisamente cinquenta dias após a morte de Jesus na
Páscoa, repetiu-se a experiência com poder e grandes
manifestações divinas, sobre todos aqueles que aceitaram a
renovação da aliança com Deus. “Ao cumprir-se o dia de
Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De
repente veio do céu um ruído, como que de um vento
impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E
lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se
distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos
ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar
noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que
falassem.” Actos 2:1-4
Depois da Salvação, Pentecostes é um ponto crucial na
Nova Aliança porque:

1. Deus quis nos revestir do seu poder, para testemunhar


da sua glória diante da criação.“Mas recebereis a virtude [po-
der] do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e

65
Samaria, e até aos confins da terra.” (Actos 1:8) Aquele que
está em Cristo torna-se representante visível de Deus Todo
Poderoso, que nele habita. “E eis que sobre vós envio a
promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém,
até que do alto sejais revestidos de poder.” Lucas 24:49
2. Com Pentecostes, Deus iniciou a era daqueles que o
adoram em espírito e em verdade. Porque Deus é Espírito, e
importa que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade. (João 4:24) A vinda do Espírito Santo deu ao ho-
mem o poder de orar em todos lugares e orar continuamente
(1 Tess.4:17-19). A intensidade da oração aumenta na vida
de uma pessoa com a presença do Espírito Santo (Rom.
8:26). Portanto, precisamos do Espírito Santo para orar,
porque oramos por causa dEle, que cria em nós o querer e o
realizar (Fil. 2:13). Oramos porque é vontade de Deus que
venha o seu reino e se faça a sua vontade na terra. Mat. 6:10
3. O Espírito Santo vem para que juntos glorifiquemos a
Jesus (João 16:14), tendo uma relação íntima com o Senhor
Jesus, nos ajuda a olhar para Jesus e ter uma comunhão
com Ele. Porque o poder de Deus é achado em Jesus e o
Espírito Santo revela-nos a pessoa de Jesus Cristo. “Mas
todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um es-
pelho a glória do Senhor, somos transformados de glória
em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Sen-
hor.” 2 Co. 3:18
4. Ele vem nos revelar a Cristo para podermos lhe seguir.
Como podemos seguir sem que haja alguém para nos guiar.
Portanto, o Espírito Santo vem para nos guiar, nos ensinar
todas as coisas (João 14:26) e nos conduzir em toda verdade
(João 16:13). O Espírito santo vem para que crescamos em
Cristo, para nos tornar filhos de Deus. Isto acontece quando
morremos quanto a carne, ao velho homem. Porque a vida na
carne é para a morte, mas a nossa vida agora é com o Espírito
Santo, pelo que disse: “Porque, se viverdes segundo a carne,
morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do

66
corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espíri-
to de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom. 8:13-14

O artesão da pentecostes é o Espírito Santo, e estamos na


dispensação do Espírito Santo para a glória de Jesus Cristo,
que o introduziu. Pelo que Jesus disse: “Se me amais, guardai
os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O
Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque
não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habi-
ta convosco, e estará em vós... Mas aquele Consolador, o
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto
vos tenho dito.” João 14:15-17, 26
“Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá;
porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas,
quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, conven-
cerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado,
porque não crêem em mim; Da justiça, porque vou para meu
Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe
deste mundo está julgado.Ainda tenho muito que vos dizer,
mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier
aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade;
porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará,
porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.
Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de
receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” João 16:7-15

Quem é o Espírito Santo?

“E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do


homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século
nem no futuro.” Mat.12:32

67
O Espírito Santo é a pessoa da divinidade que menos con-
hecemos, muitas vezes lhe confundem com uma força ou um
poder, ect. Por isso os homens falam dEle como se fosse uma
coisa. Mas Ele é uma pessoa tão real como cada um de nós.
Ele é quem nos revela o senhor Jesus. Quando dissemos, por
exemplo, o Senhor falou-me, tocou-me, é o Espírito Santo
que nos fala, nos toca, quando clamamos o nome de Jesus,
Ele vem! Porque Ele está de accordo com o Pai e o Filho. Ele
é tão igual ao Pai e ao Filho. A Bíblia disse: “Porque três são
os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e
estes três são um.” (1 João 5:7). O Espírito Santo é Deus!
A Bíblia disse: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado,
foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.”
(Marcos 16:19) Se Jesus está a direita do Pai neste momento,
então, quem está em mim? Quando todos dissemos que
Cristo está em nós. Sim, Cristo está em mim na pessoa do
Espírito Santo, que vem em nome de Jesus Cristo. “...O
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome...” (João
14:26) “Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós
somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de
Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo,
derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” Actos 2:32-33
O Espírito Santo é santo, manso, sábio e poderoso. Ele
não é uma força, nem um poder, nem uma influência, po-
rém, Ele é Deus Todo Poderoso. Ele é também conhecido
como o Espírito de Deus (Jó 33:4; 2 Cro. 24:20; Rom. 8:14;
1 Co. 12:3), como o Espírito de Cristo (Rom. 8:9). Ele é uma
pessoa que nos fala por dentro, porque habita em nós. Ele
está sempre presente e sempre pronto para nos ajudar. Ele é
o amigo mais chegado do que um irmão (Prov. 18:24), a pes-
soa em quem podemos contar (Parakletos). Ele nos revela as
coisas profundas de Deus, a sabedoria de Deus que o
mundo não conheceu, a saber Cristo! A Biblia disse:
“Porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as
profundezas de Deus.” 1 Co. 2:7-10

68
O Espírito Santo tem sentimentos, Ele ama (Rom. 15:30),
se entristece (Ef. 4:30). Ele age de maneira independente e
soberana, Ele tem uma personalidade e vontade própria (1
Co. 12:11). Ele é quem deve nos guiar (João 16:13; Rom.
8:14), nos conduzir, nos ungir (Lucas 4:18), nos ajuda nas
nossas fraquezas (Rom. 8:26-27). Porque Ele é quem cumpre
em nós todas as nossas obras (Isaías 26:12). Todos os
cristãos precisam fortemente dEle para viver esta vida que o
Pai nos concedeu em Cristo Jesus. O Espírito Santo ajuda-
nos viver a vida divina em nós.“Ora, o Senhor é o Espírito; e
onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos
nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a
glória do Senhor, somos transformados de glória em glória
na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2
Co.3:17-18) O Espírito Santo produz em nós o fruto da
convivência com Deus. Portanto, o fruto do Espírito é:
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança. (Gal. 5:22)

Como a Bíblia simboliza (apresenta) o Espírito Santo?

Para os homens é mais fácil compreender Jesus Cristo,


Deus-Filho, porque ele tomou um corpo humano. Mas co-
mo podemos entender a Deus-Pai e Deus-Espírito Santo,
quando ambos não têm forma física? A Bíblia usa símbolos,
imagens para nos ensinar sobre a pessoa e a obra do Espíri-
to. Ao considerar alguns desses símbolos, lembre-se que o
Espírito Santo é uma pessoa real, a terceira pessoa da Trin-
dade divina. Os escritores bíblicos colocam o Espírito Santo
ao lado do Pai e do Filho. Estes símbolos são:

Água

O pecado torna-nos sujos, o Espírito lava e limpa-nos.


Falando a Nicodemos, o fariseu, Jesus disse: “Em verdade,

69
em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do
Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” (João 3:5) Ao
utilizar a palavra “água”, ele não está ensinando que nós nos
tornamos cristãos no baptismo, mas sim Ele está falando da
actividade de purificação do Espírito Santo. As palavras de
Jesus estão enraizadas nas passagens do Antigo Testamento
como Salmos 51:7-11 e Ezequiel 36:25-27. David orou, La-
va-me e ficarei mais alvo que a neve ... Cria em mim um co-
ração puro, ó Deus, e renova um espírito reto dentro de
mim... Não me lances fora da tua presença, e não retire de
mim o teu santo Espírito. Ezequiel falou-nos da promessa
de Deus, que diz: Então aspergirei água pura sobre vós, e
ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos
os vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um co-
ração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei
da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração
de carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito...
Na conversão, o Espírito conduz-nos a Cristo, cujo sangue
lava os nossos pecados e, em seguida, ele nos dá um coração
novo e vem viver dentro de nós. O Espírito continua a la-
var-nos do pecado por seu trabalho de santificação. Paulo
escreve sobre a regeneração e santificação em Tito 3:5, Ele
nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do
Espírito Santo.

Vento

Jesus compara o trabalho do Espírito com o do vento na


sua conversa com Nicodemos. “O vento sopra onde quer,
ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde
vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.” (João 3:8). O
Espírito Santo veio de repente no dia de Pentecostes, como
o sopro de um vento violento (Atos 2:1). A obra do Espírito
é misterioso e poderoso. Ele quebra a teimosia do pecador.
Ele muda os pecadores em santos.

70
Fogo
O Espírito Santo veio em Pentecostes, não só como o
vento, mas também como línguas de fogo que repousava
sobre a cabeça de cada crente (Atos 2:3). Antecipando o
Pentecostes, João Batista falou sobre Cristo que baptizaria
com o Espírito Santo e com fogo (Mat. 3:11). O Fogo fala
de pureza e poder. O Espírito convence do pecado, ele
queima o lixo do pecado para nos tornar mais semelhantes a
Cristo. A pregação ungida pelo Espírito dos apóstolos vira-
ram o mundo de cabeça para baixo; coisas semelhantes têm
acontecido, por meio da pregação, em tempos de avivamen-
to. (Atos 17:6)

Óleo
No Antigo Testamento, profetas, sacerdotes e reis eram
ungidos com o óleo, quando assumissem funções públicas.
O Espírito Santo desceu sobre Cristo - a palavra significa
"ungido" – no dia do seu baptismo pouco antes de começar
o seu ministério. Pouco tempo depois, ele leu na sinagoga de
Nazaré, de Isaías 61, “O Espírito do Senhor está sobre mim
porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres...”
(Lucas 3:21-23, Lucas 4:14-21). A palavra cristão vem de
Cristo, o Espírito Santo que ungiu Cristo, unge seus segui-
dores também. O apóstolo João chama o Espírito, a unção.
“Vós tendes a unção da parte do Santo, e todos tendes con-
hecimento.” (1 João 2:20) Ele nos prepara para servir o Sen-
hor.

Pomba
Os quatro evangelhos descrevem o Espírito Santo descer
como uma pomba sobre Cristo no dia do Seu baptismo
(Mat. 4:16). A pomba é um símbolo de pureza, inocuidade
mansidão e ternura, vemos todas essas qualidades na vida de
Cristo. (Mat. 11:28-30)

71
Selo
Assim como um pastor marca suas ovelhas com o seu se-
lo próprio, Deus coloca a sua marca de propriedade sobre os
crentes. O Espírito Santo é o próprio selo. Tendo crido,
fostes marcados nele com um selo, o prometido Espírito
Santo (Ef.1:13). Ninguém pode arrebatar as ovelhas de Deus
de suas mãos poderosas ou das mãos trespassado de Cristo
(João 10:28-30). O selo também mostra que somos crentes
autênticos. O selo é o Espírito de adoção que nos garante
que somos de Deus e fazemos parte da sua família para
sempre (Rom. 8:15-16). Além disso, o Espírito Santo é o
penhor da nossa entrada na herança (Ef. 1:14). Não pode-
mos perder a herança, nem podemos ser perdidos no ca-
minho para a herança (Ex. 31:2-5).

O que é a Unção?

“Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de


Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, E o enchi do Espírito de
Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência, em todo
o lavor, Para elaborar projetos, e trabalhar em ouro, em prata,
e em cobre, E em lapidar pedras para engastar, e em entalhes
de madeira, para trabalhar em todo o lavor.” Ex. 31:2-5
O Senhor Deus pediu a Moisés de construir o tabernácu-
lo, segundo o modelo que somente ele tinha visto, porém
para materializar essa visão divina, era necessário um espírito
superior e uma capacitação divina. Deus, para o efeito cha-
mou a Bezalel, que Ele lhe encheu do Espírito de Deus.
Aqui é sub-entendido ungido com a Unção do Espírito San-
to para poder elaborar projecto, e trabalhar em ouro... para
trabalhar nesses objectos divinamente inspirados que nen-
hum olho tivera visto antes. Projecto que Deus apresentou
somente a Moisés. Disto entendemos que a Unção é para o
serviço, para elaborar projecto, para materializar uma visão,
etc.

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Temos três tipos de unção no antigo testamento:

1. A Unção Sacerdotal para serviço do tabernáculo, do


templo. Reservado para os sacerdotes, levitas, Arão e seus
filhos... (Ex. 30:30; Ex. 40:15)
2. A Unção dos Profetas para profetizar diante de Deus e
dos homens (1 Reis 19:16)
3. A Unção Real para os reis. Saul, David, Salomão, Jeú...
foram ungidos reis por ordenança de Deus. (1 Sam. 15:1; 1
Sam. 16:3; 2 Reis 9:3,6)

Hoje temos a nossa disposição uma Unção Superior,


porque não somos mais ungidos com o azeite preparado
com mãos humanas (sombra das coisas vindouras), mas com
o azeite divinamente preparado, a unção do Espírito Santo.
Pois somos ao mesmo tempo Profetas (Actos 2:17), Sacer-
dotes e Reis, pois o nosso Sacerdócio é Real em Cristo Jesus.
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação
santa, o povo todo seu para que proclameis as grandezas
daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz.” (1 Pe.2:9)
A Unção é a capacitação sobrenatural para efectuar uma
tarefa da parte de Deus.
O Servo de Deus deve entender por onde ele começa ac-
tuar. Na Nova Aliança, o Servo de Deus começa a agir a par-
tir do repouso de Deus, ele deve actuar em plena Paz de
Deus, pelo que diz: “Senhor, concede-nos a paz, porque
todas as nossas obras tu as fazes por nós.” (Isaías 26:12) Se
Deus faz em nós todas as nossas obras, devemos ter plena
confiança porque Deus nunca falhará e Ele sabe fazer mel-
hor do que nós. O repouso de Deus para nós é Cristo, o
nosso sábado. Deus, depois de criar o homem no sexto dia
da criação, repousou no sétimo dia, isto para imprimir na
mente do homem que ele deve começar tudo a partir do
plano terminado de Deus. Deus é o Alfa e o Omega, o

73
princípio e o fim de tudo, o autor e consumidor da nossa fé.
Portanto, procuremos, pois, entrar naquele repouso. Heb.
4:11

™ Princípio: Deus, quando começa uma coisa, saiba


que Ele já a tinha terminado.

O conhecimento leva o Servo de Deus a apropriar-se do


poder do Espírito Santo. Porque quando sabemos que Ele
nos ungiu, podemos usar a sua unção, o seu poder para
cumprirmos com o que Ele propôs na nossa vida. “Quanto a
vós, a unção que dele recebestes permanece em vós. E não
tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a
sua unção vos ensina todas as coisas, assim é ela verdadeira e
não mentira. Permanecei nele, como ela vos ensinou.” 1
João 2:27

™ Princípio: Não por força nem por poder, mas pelo


meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.(Zac. 4:6)

Como cristão, o Servo de Deus tem desde já o poder e a


autoridade, porque é filho de Deus, e como enviado, o Servo
de Deus é ungido para ser capaz, para ter a ousadia de cum-
prir com a sua missão. Deus já te equipou, usa o que tens! O
Espírito Santo é a garantia do teu sucesso. Pelo que diz:
“Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz
o Senhor dos exércitos.” (Zac. 4:6) Portanto, O Espírito
Santo coopera connosco e confirma a palavra para a glória
do Senhor Jesus. “E eles [os discípulos], tendo partido,
pregaram por todas as partes, cooperando com eles o
Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se
seguiram.” Marcos 16:20
A unção refere-se também a aprovação do Senhor.
Quando Deus aprova uma pessoa, Ele lhe unge. “Amaste a
justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te

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ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus
companheiros.” Heb.1:9
A Unção vem do Espírito Santo, e está desde já em nós.
Muitos pensam que se deve aumentar a unção, indo atrás da
unção. Viajar aqui e acolá para ter mais, ao risco de misturá-
la com um fogo estranho. O que devemos buscar é que o
Espírito Santo se revela em nós cada vez mais, pois Ele já
está em nós, dando lhe acesso às nossas vidas para que Ele
nos usa. O importante, é permanecer com o Espírito Santo,
despojamo-nos do nosso velho homem que lhe tem blo-
queado, dando-lhe mais acesso às nossas vidas para poder
passar e agir livremente, assim Ele nos levará a viver na di-
mensão divina.“... ele nos tem comunicado as suas preciosas
e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis
participantes da natureza divina, tendo escapado da
corrupção que há no mundo pela cobiça.” 2 Pe.1:3-4
“A Unção é quando um homem é separado dele mesmo e
está cheio da glória de Deus, que o homem pode falar como
se fosse Deus ele mesmo; actuar como se fosse Deus ele
mesmo.” Oral Roberts

a. Jesus e a Unção

“Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o


livro, escolheu a passagem onde está escrito: O Espírito do
Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para
anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de
coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a
restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para
publicar o ano da graça do Senhor.” Lucas 4:17-19
A Unção do Espírito Santo é para o serviço e o Espírito
Santo vem para nos capacitar. “Mas recebereis poder, ao
descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até
os confins da terra.” (Actos 1:8) O Senhor Jesus pôs isso

75
claro em Galiléia (Lucas 4:18-19) que quando o Espírito
Santo vem sobre uma pessoa, Ele lhe capacita para o serviço,
para o cumprimento da vontade de Deus aqui na terra. Jesus
disse aos seus discípulos de não ausentarem-se de Jerusalém
até que viesse o Espírito Santo, porque sabia que sem Ele
nada podiam fazer, pelo que disse: “Eu sou a videira; vós
sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá
muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” João 15:5
Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi
guiado pelo mesmo Espírito, no deserto (Lucas 4:1), e desde
aquele instante, Ele sempre andou com o Espírito Santo. Ele
pregava com a unção e trabalhava sempre no poder do
Espírito Santo. Paulo encoraja-nos:“Enchei-vos do Espíri-
to!” (Ef. 5:18) Jesus nunca pregou sem a unção, sem que o
Espírito Santo esteja sobre Ele, e fluindo através suas pala-
vras e acções. Jesus era guiado por Ele.
Jesus dizia: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai
está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de
mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as
obras.” João 14:10
João Baptista disse:“Porque aquele que Deus enviou fala
as palavras de Deus; pois não lhe dá Deus o Espírito por
medida.” João 3:34
Pedro disse:“...Concernente a Jesus de Nazaré, como
Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual
andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os
oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele.” Actos 10:38
Paulo disse:“Pois todos os que são guiados pelo Espírito
de Deus são filhos de Deus.” Rom. 8:14

b. Entender o Baptismo do Espírito Santo

“Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós se-


reis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes
dias.” Actos 1:5

76
A vida que recebemos de Deus deve culminar no baptis-
mo do Espírito Santo, que é o ponto essencial desta vida,
porque a verdade é que em Cristo, Deus veio morar em nós.
A conclusão disto acontece com o baptismo do Espírito
Santo. Como no baptismo pelas águas, nos identificamos
com Cristo na sua morte e ressurreição, somos purificados,
mas deve vir logo o baptismo no Espírito Santo. Pelo que
disse: “Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis
purificados; de todas as vossas imundícias, e de todos os
vossos ídolos, vos purificarei. Também vos darei um coração
novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da
vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de
carne. Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que
andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças,
e as observeis.” Ez. 36:25-37
Com o baptismo do Espírito Santo, Deus identifica-se a
nós e nós a Ele. O céu vem em nós, isto é, uma espécie de
mistura entre Deus e o homem, como a mão numa luva.
Porque somos o santuário do Espírito Santo, a morada de
Deus em Cristo Jesus (2 Co. 6:16-18), e co-participantes da
natureza divina (2 Pe. 1:3-4) assim os discípulos podiam di-
zer: “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...”
(Actos 15:28) Formamos uma equipe com Deus por causa
da “justiça de Deus” (2 Co. 5:21) que nos tornemos em Cris-
to Jesus. Fomos baptizados com água para nos identificar-
mos a Cristo, tal como Ele é somos nós neste mundo, e em
nós, Deus mandou o seu Espírito para estar em nós, como
Ele foi com Jesus. Deus identifica-se com a nova pessoa que
somos em Cristo, para que seja efectivo a palavra “Cristo em
nós esperança da glória.” (Col. 1:26-27)
Deus está esperando a todos no baptismo do Espírito
Santo. Muitos cristãos ficaram ao pé da cruz e não foram
para Pentecostes. Mas, isto é um dom para todos os cristãos,
e é uma recomendação do Senhor Jesus, também Deus
prometeu isto pela boca do profeta Ezequiel (Ez. 36:26-27) e

77
o profeta Joel (Joel 2:28), entendendo isso, João Baptista
pediu este baptismo, mas não lhe foi concedido porque não
era ainda o tempo. “E eu [João Baptista], em verdade, vos
baptizo com água, para o arrependimento; mas aquele que
vem após mim [Jesus Cristo] é mais poderoso do que eu;
cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o
Espírito Santo, e com fogo... Então veio Jesus da Galiléia ter
com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas
João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por
ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe:
Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a
justiça. Então ele o permitiu.” (Mat. 3:11, 13-15) Este bap-
tismo foi garantido a partir do dia de Pentecostes, e isto é
para todos os sedentos, para aqueles que querem dEle nas
suas vidas (Isaías 44:3; João 7:37-39).
O baptismo do Espírito Santo é importante porque nos
abre as portas dos mistérios de Deus, dos dons espirituais (1
Co. 12:1-11) e da compreensão da Palavra de Deus (Jó 32:8).
Também quando o Espírito Santo vem, Ele ajuda-nos nas
nossas fraquezas (Rom. 8:26).
Deus nos baptizou nEle mesmo para sermos capazes de
representá-lo validamente diante da criação como Filhos
bem amados de Deus. “Porque a criação aguarda com
ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus.” (Rom.
8:19) Ele vem completar a nossa natureza, para nos vislum-
brar o que viveremos eternamente, para podermos entrever
a vida divina em nós.
O sinal exterior do baptismo do Espírito Santo é a nova
língua que Ele nos dá, como o selo do novo ser que somos
nEle. “Na lei está escrito: Será por gente de língua
estrangeira e por lábios estrangeiros que falarei... Assim, as
línguas são sinal ...” 1 Co. 14:21-22

ƒ Este sinal foi visto no dia de Pentecostes. “E todos fo-


ram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar nou-

78
tras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia
que falassem.” Actos 2:4

ƒ Na casa de Cornélio, onde Deus demostrou que a


salvação era para todos os que crêem em Cristo Jesus,
tanto para os judeus como os gentios. “E, dizendo Pe-
dro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre to-
dos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da cir-
cuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, ma-
ravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se der-
ramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam fa-
lar línguas, e magnificar a Deus. Respondeu, então, Pe-
dro: Pode alguém porventura recusar a água, para que
não sejam batizados estes, que também receberam co-
mo nós o Espírito Santo?” Actos 10:44-47

ƒ Há quem foi baptizado do Espírito Santo com a


imposição das mãos. “Recebestes vós o Espírito Santo
quando crestes? Responderam-lhe eles: Não, nem se-
quer ouvimos que haja Espírito Santo. Tornou-lhes ele:
Em que fostes batizados então? E eles disseram: No ba-
tismo de João. Mas Paulo respondeu: João administrou
o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que
cresse naquele que após ele havia de vir, isto é, em Je-
sus. Quando ouviram isso, foram batizados em nome
do Senhor Jesus. Havendo-lhes Paulo imposto as mãos,
veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e
profetizavam.” Actos 19:2-6

ƒ Paulo falou longamente das línguas como referência


para todos nós. “Porque o que fala em língua desconhe-
cida não fala aos homens, senão a Deus; porque nin-
guém o entende, e em espírito fala mistérios... Dou gra-
ças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós
todos.” 1Co.14:2, 18

79
c. Orar em Língua, uma maneira de ter intimidade com
Deus.

“Orai no Espírito Santo.” Judas 20


Paulo fez uma grande experiência com o Espírito Santo,
pelo que escreveu uma grande parte do novo testamento
com mais revelações do que os próprios discípulos de Jesus.
A vida da nova aliança foi escrita por ele. O segredo de Pau-
lo era a oração em línguas, que lhe proporcionou uma
grande intimidade com o Espírito Santo. “O que fala em
língua edifica-se a si mesmo.” 1 Co. 14:4
O Espírito Santo deu-nos uma língua para comunicar
com Ele sem barreira nem obstáculo. Falamos então a mes-
ma linguagem. Sabemos no mundo que a comunicação é
muito importante, pelo que é a base de todo relacionamento
e intimidade. Portanto, Deus quer comunicar efectivamente
connosco, porque as nossas línguas humanas faltam este
elemento conciliador entre os conceitos que expressamos e
os conceitos que os ouvintes recebem nas suas cabeças ou-
vindo-nos. Portanto Deus tratou este problema dando-nos a
sua língua.
Quando começamos a falar em língua, é óbvio, como pa-
ra todas línguas, não começamos a falar com perfeição, mas
crescendo dominamos a língua. É por isso que devemos fa-
lar muito em língua. O falar em língua traz uma outra di-
mensão na nossa oração, porque a partir desta língua a
oração torna-se realmente uma conversa entre Pai e filho.
Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé,
orando no Espírito Santo. Judas 20

O Objectivo das Línguas, o descanso de Deus

“Na verdade por lábios estranhos e por outra língua fa-


lará a este povo; ao qual disse: Este é o descanso, dai descan-
so ao cansado; e este é o refrigério...” Isaías 28:11-12

80
O descanso de Deus, orando no repouso. Isto é o dom
de Deus, como disse: “Porque nós, os que temos crido, é
que entramos no descanso... Portanto resta ainda um repou-
so sabático para o povo de Deus... Ora, à vista disso, procu-
remos diligentemente entrar naquele descanso, para que nin-
guém caia no mesmo exemplo de desobediência.” (Heb. 4:3,
9, 11) Porque com as línguas o Espírito Santo ora através
nós. “Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na
fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir co-
mo convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com
gemidos inexprimíveis.” Rom. 8:26
Paulo experimentou as línguas e descobriu que era uma
maneira para permanecer diante de Deus orando sempre
sem esforçar-se. Quando se ora em língua, a nossa mente
não trabalha como disse: “Porque se eu orar em língua, o
meu espírito ora, sim, mas o meu entendimento fica in-
frutífero.” (1 Co. 14:14) Mas orando em língua, dissemos
mistério a Deus e não entramos na fadiga mental por forçar
a nossa mente a pensar no que havemos de dizer. A ciência
comprovou isso, scaneando o cerebro de uma pessoa
(Pastor Gerry Stoltzfoos - Freedom Valley Worship Center,
Pennsylvania) quando estava orando em inglês, e quando
orava em línguas. A conclusão foi que a parte do cérebro
que controla a communicação (o centro de discursos) fica
sem actividade quando se ora em línguas (no Espírito).
Estudo levado a cabo pelo Professor Andrew B. Newberg,
M.D. na Universidade de Philadelphia – Estados Unidos.
(http://www.youtube.com/watch?v=NZbQBajYnEc&featu
re=related)
Assim, orando em Espírito temos confiança que dissemos o
que é verdadeiro a Deus, pois é pelo Espírito da verdade que
falamos a Deus. Oramos e dissemos coisas que o nosso enten-
dimento não poderá suportar. Porque as vezes oramos para as
coisas que devem acontecer no futuro, que hoje não podemos
entendê-las. Como não nos esforçarmos orar em línguas, de-

81
vemos aproveitar deste dom, orando sempre no Espírito.
Porque fazendo assim carregamo-nos com o poder do Espírito
Santo, recuperamos as forças quando sentimo-nos fracos espi-
ritualmente. “Com toda a oração e súplica orando em todo
tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a
perseverança ...” (Ef. 6:18) Porque com o Espírito Santo não
podemos falhar, não somente não podemos falhar, mas vamos
progredir, avançar e brilhar pelo o seu poder. (Isaías 45:1-3)

Línguas de intimidade para receber revelações

“...falamos a sabedoria de Deus em mistério, que esteve


oculta, a qual Deus preordenou antes dos séculos para nossa
glória... como está escrito: As coisas que olhos não viram,
nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem,
são as que Deus preparou para os que o amam. Porque Deus
no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha
todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. Pois, qual
dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do
homem que nele está? assim também as coisas de Deus, nin-
guém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós
não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito
que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que
nos foram dadas gratuitamente por Deus...” 1 Co. 2:7, 9-12
O Espírito Santo quer te revelar o que os olhos não vi-
ram, nem os ouvidos ouviram, nem subiu no coração do
homem... o que deve saber para viver feliz e ter sempre o
louvor na sua boca. O seu propósito em vida, a intenção de
Deus ao te criar. A vontade de Deus para ti!
Paulo disse, a sabedoria com que falamos não é desse
mundo. Em si mesmos, os homens não são capazes de con-
hecer esta sabedoria. Ela deve ser revelada através do Espíri-
to Santo. Deus revela-nos as coisas profundas e ocultas atra-
vés do Espírito Santo, porque estas são coisas, que os olhos
não viram, os ouvidos não ouviram, nem subiram no co-

82
ração do homem. Isso significa que o homem não tem nen-
huma ideia, nem jamais pensou sobre essas coisas, essa sa-
bedoria. São coisas totalmente misteriosas, ocultas em Deus
e além da compreensão humana. Mas Deus revela-nos as
mesma através do Espírito Santo, que sonda todas as coisas,
até mesmo as profundezas da mente de Deus.
O que nos foi revelado é diferente do que nos foi ensina-
do. Ensinar relacionona-se a nossa mente; revelar relaciona-
se com o nosso espírito. Para perceber as coisas profundas e
ocultas que Deus preparou para nós, o nosso espírito é mais
adequado do que a nossa mente. Quando temos uma íntima
relação com Deus, amando-lhe, Deus se aproxima de nós e
o Espírito Santo nos revela todos os segredos de Cristo, que
é a nossa herança. Isto é revelar as coisas ocultas preparadas
pela sabedoria de Deus em Cristo, coisas que nunca tinham
subido no coração do homem algum.
As profundezas de Deus referem-se às coisas profundas
de Deus, que estão em Cristo para nós, como nossa herança
predestinada, soberanamente preparada e doada por Deus.
Essas nunca têm subido no coração do Homem, mas são-
nos reveladas em nosso espírito pelo Espírito de Deus. Por
conseguinte, devemos ser espirituais a fim de sermos
participantes dessas. Devemos entender que nascemos por um
propósito, e este propósito é a base de uma aliança pessoal com Deus.
O propósito da nossa vida tem a ver com um povo, um
lugar, um tempo, uma coisa, uma visão, o que o Espírito
Santo nos revela. Ele nos guia para descobrirmos o tesouro
que Deus depositou em nós. “Temos, porém, este tesouro
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de
Deus, e não da nossa parte.” 2 Co. 4:7

d. A unção! Provisão para cumprir com o seu propósito

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito


Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como

83
em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra.” Actos
1:8
Recebereis o Poder [Dunamis ou dynamis], palavra grega
que significa “poder”, “capacidade”, “abilidade”, “potencia-
lidade”, “potência”, “força”, e “faculdade”. Disto temos pa-
lavras como dínamo, dinâmico, dinamismo e dinamite, etc.
Quando o Espírito Santo vem em nós, Ele cria em nós
um dinamismo sem precedente, uma actividade que é fora
do comum, por causa da sua unção, que é o motor (dínamo)
da glória de Deus em nós. Entendemos então o que se pas-
sou com o Pedro, que foi tímido diante de uma moça e ne-
gou Jesus por medo da morte (Lucas 22:57), mas quando
desceu o Espírito Santo sobre eles, Pedro recebeu o duna-
mis, levantou-se diante de uma multidão e pregou o Evan-
gelho de Jesus Cristo com toda ousadia. “Pois Deus não nos
deu o espírito de timidez, mas de poder , de amor e de pru-
dência.” (2 Tim. 1:7) Resultado, três mil almas foram acres-
centados à Igreja naquele mesmo dia (Actos 2:1-41).
Como vimos acima, a unção é para efectuar uma tarefa
com efectividade da parte do Espírito Santo. Se Deus nos
criou é para realizarmos uma coisa, que somente a nossa
pessoa pode realizar. O propósito da nossa vida e vinda aqui
na terra. Testemunho de que Deus é verdadeiro em tudo. Se
Deus fez para mim, fará para ti também! Se Ele tem um
plano para mim, também tem um plano para ti, para cada
um de nós!
Assim sendo, o importante para o filho de Deus depois da
salvação é a descoberta deste propósito, e o Espírito Santo
no-lo revela quando o buscamos de todo o nosso coração
(Jer. 29:11-13). E quando Ele nos revela esta visão, Ele mes-
mo nos unge, nos capacita para podermos realizá-lo. Se pode
vê-lo, pode tê-lo! Porque “Não é por força nem por poder,
mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.” (Zac.4:6)
O propósito da vida em outras palavras é o “chamamen-
to” ou a “chamada” de uma pessoa. Isto pode ser para mi-

84
nistrar no corpo de Cristo (Ef. 4:11) ou num outro ramo da
vida, como uma árvore que deve dar seus frutos em sua épo-
ca para a glória de Deus (João 15:5-8). No propósito da vida,
Deus tem sempre um ponto de contacto por onde vai fluir a
sua unção, pois o propósito precede a própria pessoa, é a
razão pela qual Deus envia uma pessoa. No mundo existe
pessoas ocupadas e não efectivas, porque não se encontram
no lugar da sua unção, do seu chamamento. Alguns exem-
plos práticos para entendermos o que se trata:

ƒ Um Servo pode ser músico cristão e pregar. Mas, ele


não foi chamado para ser pregador, pois a sua unção
está na música, ele pode pregar bem e com poder, mas o
lugar ou a fonte do poder está na música, onde o Espíri-
to Santo derrama a unção na sua vida. Pregar pode ser
atraente, mas também pode constituir uma distracção
para ele, se deixar de cantar para somente pregar, ele
poderá se tornar não efectivo.

ƒ Um Servo pode ter um chamamento de doutor (Mestres


segundo Ef. 4:11), mas na igreja local, ele pode ser pas-
tor, aqui estamos perante o ministério e a função, a sua
unção estará, deste modo, no seu chamamento, no seu
ministério. Portanto a unção vai influenciar as suas
funções pastorais também. Porém, se ele deixar de estu-
dar a Palavra de Deus como um doutor da Palavra de
Deus, ele poderá se tornar não efectivo, e poderá não
ter mais revelações tremendas.

ƒ Um cristão pode estar a pensar sempre na cura divina, ou


sentir-se constrangido quando estiver diante dos doentes,
enfermos. Saiba que Deus está lhe chamando a trabalhar
com o dom de cura (1 Co. 12:9). Ele será efectivo, se en-
tender que deve orar para que isso se cumprisse. Pois
Deus está procurar um homem que vá para Ele, impon-

85
do as mãos sobre os doentes para ficarem curados, e não
tendo somente bons pensamentos sobre estes.

ƒ Uma pessoa pode ser um empregado insatisfeito por


muitos anos, simplesmente porque Deus lhe criou para
ser empregador, para dar empregos aos outros. A sua
unção é para criar e não ser criado. Ele será efectivo no
dia em que irá abandonar o emprego para constituir
uma empresa.

ƒ Uma pessoa pode existir por muitos anos no mundo e


começar a viver efectivamente só depois de encontrar-
se com Deus. (A vida de Abraão é conhecida a partir do
dia em que foi chamado por Deus, tendo 75 anos de
idade.)

A unção é par nos tornar efectivos no que Deus nos cha-


ma a fazer, a vida dentro do seu propósito é a mais efectiva
que existe, e se vive sem esforçar-se porque a unção está pre-
sente para lhe completar. A unção é que faz, por exemplo, a
diferença entre os músicos com boas vozes (que cantam bem)
e os músicos ungidos, que, quando cantam as pessoas são to-
cadas pelo poder do Espírito Santo. Portanto, é importante desco-
brir a fonte da sua efectividade, da sua unção. Isso nos levará a ser o que
realmente somos e actuaremos dentro dos nossos limites. Para Sansão,
este ponto estava no seus cabelos (Juizes 16:19), para Jeremias
era o seu ministério – enviado com profeta das nações (Jer.
1:5), João Baptista era a voz que clama no deserto para prepa-
rar o caminho do Senhor (Mat. 3:3).
Tu serás conhecido a partir do que fazes!

3. Prosperidade e o Servo de Deus

“Para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da


sua graça em bondade para conosco em Cristo Jesus.” Ef. 2:7

86
a. Será que existe um Evangelho da Prosperidade?

“Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar


por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça,
e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cris-
to.” Rom.5:17
Não existe um Evangelho da Prosperidade, mas, existem
somente Servos de Deus prosperos. Quando o Servo é
prospero, o seu testemunho fala alto, porque não se pode
esconder a prosperidade.
O Mundo fala do evangelho da prosperidade, como uma
maneira de exaltar a pobreza, tanto espiritual como financei-
ra e material, porque o Mundo tem o seu padrão (cliché) pa-
ra os Servos de Deus, e gostaria de vê-los miseráveis e de-
pendentes, para os controlar. O Mundo confunde pobreza à
humildade, e proseridade à arrogância. Esta é uma percepção
errada das coisas, porque o Evangelho é o Poder de Deus
para salvação [soteria] de todo aquele que crê. (Rom.1:16)
Por salvação [soteria em grego] Paulo não está dar somente
ênfase no perdão dos pecados, mas na plenitude desta pala-
vra soteria que abrange também os favores, a saúde e a
prosperidade, tudo que está na disposição de todo aquele
que crê.
Sabia que a nossa maneira de pensar pode limitar o poder
de Deus? Porque o homem é tal como pensa (Prov. 23:7), e
Deus respeita os nossos pensamentos. Portanto, se o ho-
mem pensar que a pobreza é uma boa coisa, ele será pobre,
mas, vai ser prospero quando pensar na prosperidade. Isto
leva-nos a entender o problema do homem, que tudo de-
pende do que ele acredita em seu coração, os seus pensa-
mentos.
Mas a verdade do evangelho é que em Cristo, somos os
Filhos abençoados de Deus (Ef. 1:3), os Justos de Deus que
vivem pela fé (Rom. 1:17), aqueles que recebem a
abundância da graça de Deus (Rom. 5:17), aqueles que Cris-

87
to resgatou da maldição da lei (Gal. 3:13-14). Ora, a mal-
dição da lei tinha a ver com a pobreza, as doenças, e a morte
espiritual (separação com Deus). Em Cristo, somos aben-
çoados como foi Abraão, e de nós, Deus disse:“Passam eles
os seus dias em prosperidade e em paz descem à sepultura.”
Jó 21:13
O Evangelho, bem entendido e bem crido, prospera a to-
dos sem excepção, porque o próprio Evangelho não tem
outra alternativa senão cumprir em nós o que diz, e diante de
Deus, não há distinção de pessoas (Rom. 2:11). O Evangelho é
o poder de Deus em acção. A Bíblia tem-nos recordado
aqueles que andaram com Deus no passado, como foram
abençoados pela Palavra de Deus, e os seus testemunhos são
comprovados na história (Heb. 12:1-2). Temos Abraão, Isaque,
Jacó-Israel, José, David, Salomão, Daniel, etc. David disse:
“Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o
justo, nem a sua descendência a mendigar o pão.” (Salmos
37:25)
João escreveu a Gaio, e disse-lhe: “Amado, peço a Deus
que prosperes em tudo e tenhas saúde, assim como tua alma
prospera.” 3 João 1:2
O Servo de Deus que prospera é simplesmente aquele
que entendeu, que é Filho de Deus antes de ser Servo de
Deus. O Servo que não prospera, é aquele que permanceu
somente na revelação do serviço. Este vai pensar que é ser
humilde servir a Deus deste modo, que depois torna-se es-
colha própria ou voto de pobreza, olhando bem, isto é uma
outra forma de orgulho. O Senhor Jesus deu-nos uma
parábola de muitas lições. A Parábola do filho pródigo (Lucas
15:11-32). Nesta parábola temos dois filhos com atitudes dife-
rentes.
O primeiro filho, o menor sabia que era Filho e que tinha
uma herança junto do Pai, herança que também pediu e o
Pai não lhe negou seus bens. Porém, perdeu tudo e começou
a pensar em tornar-se Servo do seu Pai, e o Pai não lhe

88
deixou pensar assim. O Pai, porém, disse aos seus servos:
Trazei-me depressa a melhor roupa e vesti-lha, e ponde-lhe
um anel no dedo e sandálias nos pés;
O segundo filho, o mais velho, pensava somente no
serviço para o Pai, que não recebeu a sua herança,
permaneceu servindo o Pai. Porém, quando o menor voltou,
ele teve ciúme e indignou-se por causa da festa dada em
honra do irmão menor, pelo que reclamou junto do Pai,
dizendo que ele nunca lhe deu um cabrito para alegrar-se
com os seus amigos. O Pai disse-lhe: Filho, tu sempre estás
comigo, e todas as minhas coisas são tuas. Ele era muito
mais Servo do que Filho.
Naquele dia, este Pai recuperou dois filhos perdidos, o
primeiro se tinha perdido no mundo, no pecado longe do
Pai, e o segundo, perdido em serviços na casa do seu próprio
Pai.
O problema de muitos Servos tem a ver com essa
revelação. Muitos deles pensam que servindo a Deus, terão
mais privilégios que os outros, por causa da posição
ministerial. Esta é a maneira do mundo de ver as coisas e
não a maneira de Deus. Acontece que muitos ficam
desapontados com os mesmos ministérios, os mesmos
serviços.
O Senhor Jesus deu mais uma outra parábola, a dos
trabalhadores contractados em diferentes horas do dia. (Mat.
20:1-16) O proprietário da vinha contractou a todos para o
mesmo salário de “um denário”, acontece que os que vieram
primeiro esqueceram-se do contracto e murmuraram. “Ao
anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama
os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos
últimos até os primeiros. Chegando, pois, os que tinham ido
cerca da hora undécima, receberam um denário cada um.
Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber
mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um.
E ao recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo:

89
Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes
a nós, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte
calor.” Mat. 20:8-12
O Servo deve ter o conhecimento verdadeiro e crer bem.
Porque se Deus é bom, devemos saber que também, Ele tem
princípios. A Prosperidade é realmente uma ideia de Deus
(Deut. 8:17-18), não temos outra alternativa senão sermos
prosperos e abençoados, quando obedecemos à Palavra de
Deus.“Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta
terra.” Isaías 1:19
“Se o ouvirem, e o servirem, acabarão seus dias em
prosperidade, e os seus anos em delícias.” Jó 36:11

b. Um Princípio para prosperar

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de mui-


tos dias o acharás.” Ecl.11:1
Deus escondeu o potencial da grandeza e de multipli-
cação em cada coisa (Gen. 1:11). Para prosperidade e para
todos, tudo é semente, e isso depende da nossa percepção
das coisas. Se obedecermos os princípios, daremos muito
fruto (João 15:8). Os princípios são para simplificar-nos a
vida. “Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires
a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se
aquela, ou se ambas serão igualmente boas.” (Ecl. 11:6) Tu-
do é semente!
Prosperamos através do princípio de Sementeira e Ceifa,
dando e recebendo, semeando e colhendo. Deus prometeu
isso a Noé, dizendo:“Enquanto durar a terra, não mais
cessarão a sementeira e a colheita...” (Gen. 8:22) Ele estabe-
leceu deste modo um princípio imutável, um princípio que
funciona para todos.
O servo deve, nesta matéria, pregar pelo exemplo, assim
muitos o seguirão. Deus está por detrás da sua palavra para a
cumprir. Nós não chegamos até ao foco do problema, que

90
realmente Deus anseia a nossa prosperidade. Quando Ele
chega ao ponto de pedir-nos lançar o nosso pão sobre as
águas, porque depois de alguns dias o acharamos (Ecl. 11:1),
quando todos sabemos o que acontece com um pão nas
águas. Este princípio é extremamente importante e a nossa
ignorância nesta materia é repreesível. Em conclusão, isso
leva-nos a entender que não temos tido plena confiança em
Deus, pelo que Ele nos exorta: “Pagai integralmente os
dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em
minha casa. Fazei a experiência [provai-me] - diz o Senhor
dos exércitos - e vereis se não vos abro os reservatórios do
céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além
do necessário.” Mal. 3:10
Devemos realizar que, se o Servo de Deus não prosperar,
ele não vai inspirar os outros a prosperarem. Também, se os
Servos não prosperarem, o Evangelho também não pode
expandir-se como se deve.
A distracção nesta matéria faz com que o Evangelho hoje
seja desprezado, porque o seu impacto não é visível, quando
o ouro e a prata pertencem ao nosso Deus e Pai (Ageu 2:8).
Os homens procuram as coisas que funcionam. Devemos
ser honestos connosco mesmos e viver o padrão do nosso
Deus, e para ali chegar, Deus colocou o princípio da
Sementeira e Ceifa (Gen. 8:22). O que é requerido de nós, é
somente a aplicação do princípio, praticar a Palavra de Deus.
Se não aplicarmos este princípio, olharemos nas pessoas,
andaremos atrás das pessoas para nos dar, a nossa oração
será meramente um pedido de bençãos, um pedido do que
Deus pode nos dar. Isso torna-nos mendigos. Infelizmente é
o caso de muitos. Mas a Palavra de Deus diz que somos
filhos de Deus, um Sacerdócio Real, Reis para o nosso Deus
(Ap. 1:5), e não podemos ser mendigos das coisas que são
nossas em Cristo Jesus (1Co. 3:21-23). Devemos ser
pragmáticos e não teóricos.
Os Reis não mendigam, mas são homens de princípios!

91
Os Servos devem focalizar no doador (Deus) e não no
dom, olhar aquele que dá e não no que ele pode dar. Como
que devemos focalizar muito mais na face de Deus e não nas
suas mãos. Muitos servos olham nos homens e não olham
para o Deus que toca os homens. Eles buscam a mão de
Deus ao invés de buscar o coração de Deus. É por isso
muitos ficam desapontados de ver que as pessoas não dão
como eles esperam. O coração de Deus é compassivo, cheio
de amor para aqueles que se perdem, razão pela qual Deus
quer que o nosso testemunho seja glorioso e que o mundo a
nossa volta possa ver o que Deus pode fazer em nós, para
que toda glória seja para Ele.

c. Objectivos da Prosperidade

Com a prosperidade dos seus Servos, Deus quer demonstrar


a suprema riqueza da Sua graça para com os homens em Cristo
Jesus. Portanto, a nossa prosperidade tem como objectivos:

1. O Testemunho de que Deus não mudou (Heb. 13:8).


Ele deseja o nosso bem-estar, saúde e vida abundante hoje,
como foi nos séculos passados e será também para os sécu-
los vindouros. (Ef. 2:7)
2. A Pregação do Evangelho do Reino no mundo inteiro,
assistir e abençoar os necessitantes (órfãos e viúvas), ser uma
bênção para os outros. Sabendo que isto necessita meios e
fundos.

Como Deus é a nossa fonte, Ele deu-nos um princípio


que devemos entender e aplicar, semear e colher, deve se
esperar um milagre depois de semear. Porque semeia-se
sempre pouco, mas ceifa-se sempre abundantemente. “Dai, e
dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia,
recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida
com que medirdes, sereis medidos vós também.” Lucas 6:38

92
A medida é a do coração, como tratamos as coisas de
Deus. Jesus, um dia, louvou uma velha que tinha depositado
somente duas moedas no cofre das ofertas (Marcos 12:41-
44) , porque deu de todo o seu coração e tudo quanto tinha.
Nunca devemos esquecer que tudo provêm de Deus, pelo
que disse: “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e
pão para comer, também dará e multiplicará a vossa
sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça.” (2 Co.
9:10) Porque a medida com que medimos deve ser o fruto
do conhecimento e do reconhecimento de tudo quanto
Deus é, e tem feito nas nossas vidas. Pois Ele é quem nos dá
a força para adquirirmos riquezas, Ele dá-nos a vida! “Antes
te lembrarás do Senhor teu Deus, porque ele é o que te dá
força para adquirires riquezas; a fim de confirmar o seu
pacto...” Deut. 8:18
Muitos não pensam em esperar milagres depois de pagar
o dízimo, de dar as ofertas, ou depois de semear. Sabias que
podes semear com um objectivo particular e recebê-lo como
esperaste? (Pensa em João 3:16 onde Deus semeou o seu
filho unigénito para ceifar muitos filhos que crêem em nome
de Jesus Cristo). Semear é a demostração de uma grande Fé
(Heb. 11:1). Pois a Fé confia em Deus como fonte de tudo.
O dízimo, hoje, não é mais um preceito da lei, porque já
não estamos debaixo da lei, mas é um princípio da Fé para a
nossa prosperidade. Porque Abraão não estava debaixo da
lei, mas, pela Fé pagou o dízimo de tudo a Melquisedeque,
rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo [uma imagem de
Jesus Cristo], que saiu ao seu encontro quando regressava da
matança dos reis, e o abençoou,… E os que dentre os filhos
de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de
tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que
estes também tenham saído dos lombos de Abraão; E, por
assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe
dízimos, pagou dízimos, porquanto ele estava ainda nos
lombos de seu pai quando Melquisedeque saiu ao encontro

93
deste. (Heb. 7:1-10) Pagamos os dízimos, damos as ofertas,
semeiamos para nossa própria bênção e prosperidade,
porque é um princípio divino. (Isaías 1:19)
Na nova aliança, o dízimo é a semente para a nossa
abundância e prosperidade. Porém, muitos servos não pa-
gam o dízimo, nem ofertam, mas esperam receber, o que
não deve ser assim. O Servo deve ser o exemplo em dar,
semeando sempre para inspirar os outros. Lembre-se sempre
que a obediência à voz de Deus vale mais do que o sacrifício.
(1 Sam. 15:22) Deus quer da sua prosperidade. Aplica os
princípios e sê prospero!

4. O Servo e a Disciplina Pessoal

“Se, pois, alguém se purificar deste erros, ele será um va-


so de honra, santificado, útil ao Senhor e preparado para to-
da a boa obra.” 2 Tim. 2:21
Somos chamados a não entristecer o Espírito Santo
(Ef.4:30), pois muitos não sabem, que somos aqueles que
Lhe tem entristecido bastante, porque que Ele está em nós, e
muito mais quando não Lhe obedecemos nas pequenas
coisas. Pois, é como não querendo ouvir alguém que sabe
melhor do assunto que nós, e que está vendo o nosso erro,
mas, entretanto, não Lhe demos ouvidos. Por exemplo,
Deus deu-nos uma boca e dois ouvidos, para falarmos
pouco e ouvirmos muito. Portanto, se devemos falar pouco,
quem deve nos falar então, para ouvirmos muito? Deus é
quem nos fala muito, mas não Lhe demos sempre ouvido.
“Deus fala de um modo, sim, de dois modos, mas o homem
não atenta para isso.” Jó 33:14
Porque é que Deus falava através dos profetas, mesmo
sabendo que os filhos de Israel não iriam Lhe ouvir? Era
para ter um testemunho contra eles. Porque Deus falou-lhes
com a lei, não lhe ouviram, mandou os profetas, para serem
dois a falarem a mesma coisa, mas mesmo assim, não

94
ouviram, mandou o Seu filho unigénito (Jesus Cristo - A
Palavra), não Lhe ouviram e Lhe mataram. Mas, para nós em
Cristo, Deus resolveu o problema de uma outra maneira. Ele
pôs em nós o seu Espírito (Ez.36:27), para sermos seus
filhos obedientes. (1 Pe.1:14)
A obediência é tudo quanto Deus requer de nós, e a
obediência vai com a nossa disciplina. A disciplina leva o
servo à integridade, honestidade e fidelidade. O Servo de
Deus é suposto viver uma vida de um padrão elevado para
inspirar os outros.
Jesus disse: “Vós sois o sal da terra... Vós sois a Luz do
mundo...” Mat. 5:13-14
O Servo de Deus é uma figura pública, portanto, tudo que
ele faz é sujeito a apreciações, interpretações, e comentários.
Ele não pode impedir, nem proibir isso, pois, não pode
controlar o que os homens pensam e falam. Portanto, o Servo
de Deus pode controlar-se a si mesmo. A disciplina lhe é
requerida tanto em público como em privado.

a. Disciplina no ministério.

ƒ A disciplina pessoal na oração, meditação e estudo da


Palavra, sanctifição e consagração. “Ocupa-te destas
coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que o teu
progresso seja manifesto a todos.” 1 Tim.4:15

ƒ A disciplina na sua interacção com o mundo secular, os


seus hábitos, atitudes, comportamentos e sua personali-
dade. O Servo deve ser um exemplo de pureza, cari-
dade, honestidade e integridade para o mundo.

b. Vida de família

Muitos Servos têm desassociados a sua vida de família


com a vida ministerial. Procedendo deste modo, tiram o sa-

95
bor da vida que devem apresentar ao mundo, como luz e
esparança para muitos. Em fim, vida de familia acaba sempre
ter um impacto no ministério, na missão e na visão. Deus
sabe porque é que deu a mulher, os filhos que temos. Adão
não pediu a Eva, Deus deu Eva a Adão, e Deus sabia “por-
quê”. Casa-se para a vida! Os Pais são o modelo dos filhos.
O servo deve ter consciência de que existe o maligno, que
sempre procurou devorar como um leão que anda a redor.
O Servo deve saber cuidar da sua familia e não deixar o es-
paço para o diabo. Se o maligno pode chegar no ponto de
destruir o seu lar, saiba que já está a destruir o seu ministério.
“É preciso que compreendamos que nosso testemunho
pode levar pessoas a grandes vitórias ou a tremendos
fracassos. Somos observados, tanto por aqueles que conosco
vivem como por aqueles com quem lidamos em nosso dia-a-
dia. Portanto, coloquemos nossas vidas diante do Senhor.
Peçamos a Ele que nos revista de Sua graça e que nos ajude
a ser um bom exemplo para todos, especialmente os nossos
filhos, para que alcancem as vitórias almejadas e desfrutem
de uma vida feliz com Deus.” Paulo Roberto Barbosa
“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado,
excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja
irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio,
honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;Não dado ao vinho,
não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas
moderado, não contencioso, não avarento;Que governe bem
a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a
modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua
própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); Não neófito,
para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do
diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que
estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do
diabo. Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de
língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de
torpe ganância; Guardando o mistério da fé numa

96
consciência pura. E também estes sejam primeiro provados,
depois sirvam, se forem irrepreensíveis. Da mesma sorte as
esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em
tudo. Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e
governem bem a seus filhos e suas próprias casas. Porque os
que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma
boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.”
1 Tim. 3:1-13
“Ebenézer. Até aqui o Senhor nos ajudou!” 1 Samuel 7:12

97
Table des matières

Dedicatória ....................................................................................7
Agradecimentos ............................................................................9
Nota de Enaltecimento .............................................................13
Prefácio ........................................................................................15
Introdução ...................................................................................17

PARTE 1

O Servo de Deus e a Palavra de Deus ....................................21


1. O Servo de Deus e a Bíblia ..............................................21
2. Deus e a Sua Palavra .........................................................24
a. Quando Pregar? .............................................................29
b. O Que Pregar? ..............................................................32
c. Porquê Pregar? ..............................................................36
d. Como Pregar? ................................................................41
3. O Servo e a Leitura ...........................................................43
4. O Servo e o Mundo secular .............................................46

PARTE 2

O Servo de Deus e o Poder de Deus .....................................51


1. Jesus, a referência ..............................................................53
a. O Modelo de Vida de Pode .........................................54
b. A vida de Oração e de Fé ............................................55

99
c. Os seus Sentimentos .....................................................58
2. O Servo de Deus e a Unção ............................................62
a. Jesus e a Unção ..............................................................75
b. Entender o Baptismo do Espírito Santo ...................76
c. Orar em Língua, uma maneira de ter
intimidade com Deus........................................................80
d. A unção! Provisão para cumprir com o seu propósito
.............................................................................................83
3. Prosperidade e o Servo de Deus .....................................86
a. Será que existe um Evangelho da Prosperidade? .....87
b. Um Princípio para prosperar ......................................90
c. Objectivos da Prosperidade .........................................92
4. O Servo e a Disciplina Pessoal ........................................94
a. Disciplina no ministério. ..............................................95
b. Vida de família ..............................................................95

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