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Habilidades sociais

Existem várias definições para o termo habilidade social. Caballo (2008), define o termo
como, “um conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto
interpessoal que expressa sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos desse
indivíduo de modo adequado à situação, respeitando esses comportamentos nos demais, e
que geralmente resolve os problemas imediatos da situação enquanto minimiza a
probabilidade de futuros problemas”. Logo, um comportamento pode ser considerado apto
em um contexto e\ou situação e não ser considerado apto em outro.

Segundo Del Prette e Del Prette (2001), as habilidades sociais envolvem desempenho
social competente, sendo que esse pode ser prejudicado pela ansiedade, crenças errôneas
e por uma avaliação equivocada do ambiente.

Trabalhando a dificuldade em dizer NÃO

1. Pratique Antes:
○ Antes de dizer "não" numa situação difícil, ensaie o que vai dizer. Isso ajuda
a se sentir mais seguro.
2. Seja Direto e Claro:
○ Fale de maneira direta e clara. Não precisa enrolar, só vá direto ao ponto.
3. Use Palavras Positivas:
○ Em vez de só dizer "não", explique de uma maneira positiva. Por exemplo,
"Agora não consigo fazer isso, mas obrigado por pensar em mim."
4. Não Peça Desculpas Demais:
○ Não se desculpe muito por dizer "não". É normal cuidar de você mesmo.
5. Defina Seus Limites:
○ Saiba seus próprios limites e comunique de forma firme. Pode ser limites de
tempo, energia ou recursos.
6. Diga "Não" sem Culpa:
○ Não se sinta culpado por dizer "não". Cuidar de si mesmo é importante.
7. Use Palavras Firmes:

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○ Seja claro e use palavras firmes, como "Eu não posso" ou "Isso não funciona
para mim agora."
8. Peça Tempo se Precisar:
○ Se sentir pressionado, peça um tempo para pensar antes de responder.
9. Priorize Você Mesmo:
○ Dizer "sim" o tempo todo pode ser demais. É ok priorizar suas próprias
necessidades.
10. Aprenda com Experiências Anteriores:
○ Pense em situações passadas. O que aprendeu? Use essas experiências
para ajudar no futuro.
11. Celebre Suas Conquistas:
○ Quando conseguir dizer "não" de maneira boa, celebre! Reconheça suas
conquistas.

Classificação das Habilidades Sociais

Comunicação Verbal: Pode ser definida como uma troca de informação verbal entre duas
ou mais pessoas.

Sensibilidade Perceptiva (comunicação não verbal): Envolve a capacidade de decodificar o


significado de comportamentos não verbais, por meio de gestos, posturas, expressões
faciais, movimentos dos olhos, paralinguagem, dentre outros comportamentos não verbais.

Capacidade Reforçadora: Refere-se à habilidade de fornecer e de receber feedback positivo


e negativo.

Auto Apresentação Positiva: É uma habilidade social que consiste na capacidade de


apresentar-se de forma adequada nas diferentes situações sociais, envolvendo aspectos
relacionados às regras de demonstração e à aparência (Portella; Stingel e Bastos, 2005).

Capacidade Empática: É a capacidade de compreender e sentir o que alguém pensa e


sente em uma situação de demanda afetiva, comunicando-lhe adequadamente tal
compreensão e sentimento (Del Prette e Del Prette, 2001).

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Assertividade: É a capacidade de expor de maneira objetiva, clara e direta o que se pensa,
sente ou quer sem ser passivo tampouco agressivo. A assertividade está relacionada com a
habilidade de dizer e agir conforme a ética e o bom senso que necessário em cada
momento.

Para Del Prette (1999), a assertividade está relacionada à produção de uma imagem
positiva de si mesmo e sentimentos de respeito, enquanto a não assertividade relaciona-se
a uma imagem negativa de si e sentimentos de menos valia. Quando falta assertividade
para uma pessoa, é comum que ela enxergue o mundo repleto de culpas e erros.
Geralmente, esses erros são justificados pelas ações dos outros e não de si, é praticamente
penoso construir atitudes assertivas . Muitas vezes, para estas pessoas, é preferível andar
em círculos, fugir do confronto, justificar a culpa em situações externas, não agir, do que
assumir claramente uma naturalidade. É comum a presença de problemas somáticos, como
dores de cabeça, asma, problemas gástricos e fadiga.

Pesquisas demonstraram que o aprendizado de respostas assertivas inibirá ou


enfraquecerá os sintomas físicos e a ansiedade previamente experimentada em relações
interpessoais específicas. Quando a pessoa se torna mais capaz de afirmar-se e fazer
coisas por iniciativa própria, ela reduz apreciavelmente sua ansiedade ou tensão anteriores
em situações críticas e aumenta seu senso de valor como pessoa.

Estilos de Comportamentos

Comportamento Passivo (não asserção): Dois conceitos de não-asserção são úteis no


desenvolvimento de respostas mais adaptativas às situações da vida que exigem asserção.

O primeiro diz respeito àqueles indivíduos cujos comportamentos são geralmente


adequados e proporcionam autocrescimento, mas que em algumas situações se sentem
altamente ansiosos, o que os impede de dar respostas adequadas a estas situações.
Identificamos esta categoria como não-asserção situacional.

A segunda categoria, não-asserção generalizada, inclui aquelas pessoas cujos


comportamentos são tipicamente não-assertivos. Este indivíduo frequentemente visto como

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acanhado, tímido ou reservado, acha-se incapaz de afirmar seus direitos ou agir de acordo
com seus sentimentos na maior parte ou em quase todas as situações. Ele não faz nada
que perturbe os outros. Constantemente ele está voltado para os outros ou sente culpa se
nega algo a alguém. Sempre fez o que seus pais quiseram que fizesse. Sente que não tem
idéias próprias e está sempre com medo dos outros.

Comportamentos de passividade:
● Dificuldade em dizer não para as pessoas (quando pedem favores e não quer
executar, por exemplo);
● Achar mais fácil ceder aos desejos alheios do que expressar os seus próprios (e
também suas necessidades);
● Não sermos bons em tomar decisões, geralmente deixando os outros as tomarem
por nós;
● Ter pouco contato visual ao se comunicar (conversas, palestras, etc.);
● Evitar confronto (expressar desagrado ou insatisfação, exemplo: preço de produto
errado no supermercado, não falar, deixar “passar”).

Comportamento Agressivo: Muitas vezes o indivíduo agressivo deseja se levantar sem ferir
outras pessoas, mas não aprendeu respostas que sejam apropriadamente assertivas, fácil
interpretar-se mal um comportamento agressivo e manter uma baixa estima por pessoas
agressivas. Os conceitos de “geral“ e “situacional“ podem ser aplicados ao
comportamento agressivo de maneira semelhante à nossa discussão sobre não-asserção.

O indivíduo geralmente agressivo caracteriza-se por um comportamento que é tipicamente


agressivo com os outros em todas as situações. Ele pode parecer, de fachada, ter muita
autoconfiança, estar no controle de toda situação, ser forte e capaz de lidar com a vida de
sua própria maneira.

A pessoa situacionalmente agressiva responderá com agressão apenas sob certas


condições. Ela poderá, geralmente, reconhecer esta condição e voluntariamente buscar
assistência para o problema específico ou responder rapidamente à sugestão de alguém de
que deve mudar.

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Comportamentos de agressividade:
● Perder “a razão” com frequência (estourar por qualquer coisa, tem o “pavio curto”);
● Tomar decisões pelos outros (mesmo que esses não tenham pedido por isso);
● Preocupar-nos apenas com as nossas necessidades em detrimento das
necessidades dos outros;
● Elevar o tom de voz ou gritar para conseguir o que queremos;
● Xingar, ameaçar, depreciar, fazer bullying para rebaixar a outra pessoa e obter o que
queremos;
● Usar o confronto para termos o que julgamos que merecemos;
● Olhar fixo para tentar amedrontar a outra pessoa.

Comportamento Assertivo: Os Componentes Do Comportamento Assertivo

Olhar nos olhos: Olhar diretamente para a outra pessoa com a qual você está falando é um
modo eficaz de declarar que você é sincero sobre o que está dizendo e que suas palavras
são dirigidas, a ela.

Postura do corpo: O “peso“ de suas mensagens será aumentado se você olhar de frente
para a pessoa, ficar de pé ou assentado apropriadamente perto dela, curvar-se para ela,
manter a cabeça ereta.
Gestos: Uma mensagem acentuada por gestos apropriados adquira uma ênfase especial
(gestos muito exuberantes podem parecer fora de propósito).

Expressão facial: Já viu alguém tentando expressar raiva enquanto sorri ou dá risada?
Simplesmente não convence. Asserções eficazes requerem uma expressão que combine
com a mensagem.

Tom de voz, inflexão e volume: Um sussurro monótono dificilmente convencerá outra


pessoa de sua seriedade, enquanto um ímpeto gritado bloqueará seu campo de
comunicação por suscitar resistência na outra pessoa. Um relato num nível correto, num
tom coloquial bem modulado, será convincente sem intimidar.

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Escolher a hora apropriada: a expressão espontânea será normalmente seu objetivo, pois a
hesitação pode diminuir o efeito de uma asserção. Mas tem que haver um critério, contudo,
para selecionar a ocasião certa. Por exemplo, se você quer falar ao seu chefe, isso deverá
ser feito na privacidade do escritório dele e não na frente do pessoal do escritório, onde ele
pode responder defensivamente.

Comportamentos assertivos:
● Saber pedir ajuda;
● Tomar decisões quando necessário;
● Expressar desagrado, insatisfação, restringindo-se ao estritamente necessário e
relevante;
● Saber ouvir críticas e fazer críticas construtivas;
● Preocupar-se em respeitar as nossas próprias necessidades e as dos outros;
● Respeitar nossos sentimentos, valores e ética.
● Iniciar, manter e encerrar conversações;
● Falar em público;
● Pedir favores; recusar pedidos;
● Aceitar elogios;
● Desculpar-se ou admitir ignorância;
● Pedir mudança de comportamento do outro e enfrentar críticas;
● Ser empático com os outros;

“Emprestando Alguma Coisa“ (exemplificando)


Helen é uma universitária atraente, brilhante e excelente estudante, amada pelos
professores e colegas. Ela mora numa república com seis moças, dividindo seu quarto com
duas. Todas as moças namoram regularmente. Uma noite, enquanto as colegas de quarto
de Helen se preparavam para encontrar os namorados (Helen planeja uma noite tranqüila
elaborando um trabalho escolar), Maria diz que vai sair com um cara muito legal e espera
dar uma boa impressão. Ela pergunta a Helen se pode usar um colar novo e caro que Helen
acabou de ganhar de seu irmão que presta serviço militar na Marinha. Helen e seu irmão
são muito amigos e o colar significa muito para ela. Sua resposta é:

Não-Assertiva: Ela “engole em seco“ seu medo de o colar ser perdido ou danificado, e seu
sentimento de que seu significado especial o tornava muito importante para ser emprestado

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e diz: “Claro“. Ela se desvaloriza, reforça Maria por fazer um pedido excessivo e se
preocupa toda à noite (o que traz pouca contribuição para o trabalho escolar).

Agressiva: Helen mostra indignação pelo pedido da amiga, diz-lhe “absolutamente não“ e
começa a censurá-la severamente por atrever-se a fazer uma pergunta “tão cretina“. Ela
humilha Maria e faz papel ridículo. Mais tarde se sente incomodada e com sentimento de
culpa, o que interfere no seu estudo. Maria se sente ferida e esses sentimentos manifestam-
se mais tarde, estragando o seu encontro, pois não consegue se divertir, o que intriga e
desencoraja o rapaz. Daí em diante o relacionamento de Helen com Maria passa a ser
bastante tenso.

Assertiva: Ela fala do significado do colar e, gentil, mas firmemente, diz que aquele pedido
não pode ser atendido, pois a jóia é muito pessoal. Mais tarde ela se sente bem por ter sido
sincera consigo mesma e Maria, reconhecendo a validade da resposta de Helen, faz grande
sucesso com o rapaz, sendo ela também mais honesta e franca com ele.

Desenvolvendo o comportamento assertivo

A chave para o desenvolvimento da asserção é a prática de novos padrões de


comportamento. Comece com asserções simples, nas quais você esteja certo de ser bem
sucedido. Assim ganhará mais confiança e treino para lidar com outras mais complexas. É
geralmente muito útil e reconfortante contar com ajuda e orientação de outra pessoa, talvez
um amigo, professor ou terapeuta profissional.

Tenha sempre em mente que a mudança de comportamento leva a uma série de mudanças
de atitude em você mesmo e de outras pessoas e situações em relação a você.

● Expresse opiniões pessoais, inclusive discordantes;


● Reflita os seus sentimentos e o que os causou antes de responder a um conflito;
● Avalie se vale a pena ou não comentar sobre o que a pessoa faz (talvez é algo
pouco corriqueiro);
● Se for falar, seja sucinta (o), explique em poucas palavras o que se precisa;
● Aponte o comportamento que te incomoda (ou te agrada) e não a pessoa;

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● Expresse os seus sentimentos associados ao comportamento da pessoa, não
critique a pessoa;
● Apresente o que pode ser mudado para melhorar a relação entre vocês (amizade,
namoro, casamento e etc.);
● Solicite e forneça feedbacks positivos e/ou negativos de forma construtiva;
● Se a pessoa quiser mostrar o ponto de vista dela, ouça e não interrompa.
● Lembre-se que a pessoa não tem obrigação de concordar com você;
● Imponha os seus limites dizendo não quando necessário;

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