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ESCUTA

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Ouvir é diferente de
escutar. Ouvir é biológico, ouvimos sons ao nosso redor, ruídos, barulhos. Escutar é
diferente, escutar é dar atenção para quem está falando com a gente. A escuta é a
competência de ouvir e de interpretar o que ouvimos. Escutar é uma atitude interna.

O estudo da escuta foi intensificado a partir da escuta reflexiva, uma técnica


descrita pelo psicólogo Carl Rogers, na década de 1940. Esta consiste em repetir o que
foi dito para se certificar de que a interpretação está correta, dando a chance para o
interlocutor fazer esclarecimentos. Os psicólogos Richard Farson e Thomas Gordon,
inspirados por Rogers, criaram e disseminaram a escuta ativa.

A ideia é que, mais do que ouvir com atenção, você também consiga transmitir a
seguinte mensagem: “estou ouvindo de verdade e me importo com o que você está
dizendo”.

A partir dessa conceituação vários autores distinguiram diferentes tipos de


escuta.

1.1. TIPOS DE ESCUTA

Escuta fechada: escuto a pessoa, mas o que ela diz não vai mudar nada em mim.
Escuto apenas para confirmar minha própria opinião. Escuto, mas permaneço fiel ao
que sinto e penso. Escuto, mas o que quero mesmo é convencer o outro de que eu
estou certo. Na escuta fechada eu me fecho para o mundo do outro. Eu uso o outro
apenas para confirmar a minha posição, a minha verdade é o que importa. Outros
autores colocam essa escuta como “escutar fingindo”.
Escuta seletiva: minha atitude é de ser objetivo na ação do escutar, eu abro a
minha mente para o que me interessa, eu pergunto, sou curioso, eu considero os
argumentos que a outra pessoa explora e exploro isso junto com ela para validar o que
penso. Eu analiso e respeito os argumentos, mesmo que sejam contra as minhas
próprias ideias e teorias, mas com a posição de que minha ideia é melhor. Neste modo
de escutar, os valores, crenças, julgamentos e conhecimentos prévios são utilizados
como referências para compreender o mundo e aquele que fala. Busca reconfirmar,
por vezes, opiniões obsoletas e velhos modos de ser. A atenção não está voltada para
o interlocutor, mas para você mesmo, seus pensamentos e ideias.

Escuta atenta: consiste em uma pessoa transmitindo a mensagem e a outra


ouvindo, compreendendo e interpretando com atenção as informações fornecidas,
seja de forma verbal ou não verbal. É “ouvir para escutar”. Você está motivado e
interessado na conversa e, por isso, presta total atenção ao que está sendo dito. Seu
foco está no outro. Você começa a assimilar e entender melhor o que a pessoa está
falando.

Escuta empática: minha atitude interna é de me colocar no lugar da outra


pessoa, eu me interesso pelas experiências e sentimentos da outra pessoa. A escuta
empática me faz compreender mais profundamente a outra pessoa. Eu busco
compreender melhor como é a realidade dela. Faço perguntas. Isso não quer dizer que
eu concorde com o ponto de vista dela, quer dizer que eu reconheço o direito que ela
tem de pensar como pensa e ser como é, sem querer que ela seja do jeito que eu
quero. É “ouvir para compreender”, a forma mais profunda de escuta. Você está tão
focado no outro que consegue decodificar não só a linguagem verbal, como também a
não-verbal. Tom de voz, pausas, olhar, gestos e postura, por exemplo, passam a
compor a comunicação.

Passo a passo da escuta empática:

1. Escute com cuidado e curiosidade. Se preciso anote;


2. Faça perguntas abertas para entender e explorar melhor o assunto;
3. Reformule e resuma as ideias ditas, com as suas próprias palavras;
4. Faça espelhamento – use as mesmas expressões, velocidade de fala e tom de
voz, por exemplo;
5. Explore mais com perguntas de follow-up;
6. Acolha algum sentimento que possa surgir, se for necessário.
Escute

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