EMPATIA

Definição:
“Capacidade de identificação com a disposição e a estrutura psicológica de outra pessoa.
Tentativa de entender as razões e o significado da comunicação verbal e extraverbal do
outro. Habilidade de perceber e acompanhar os sentimentos de outra pessoa” (L.
Fechner).

Empatia envolve:
- Colocar-se no lugar da pessoa;
- Olhar a situação no referencial do outro;
- Ler a comunicação verbal e extraverbal além do que ela transparece;
- Compreender apesar de não concordar.

Para desenvolvermos uma atitude realmente empática precisamos:

- Buscar nosso próprio amadurecimento;
- Conhecer nossos limites e nossas reais possibilidades.

Indicadores de empatia:
Exercício:
Leia as indicações abaixo marcando aquelas que correspondem ao seu comportamento
usual. Verifique depois a proporção de frases marcadas em relação às que ficaram em
branco.
1. Dou atenção às pessoas mesmo quando não sou solicitado.
2. Presto atenção com interesse quando sou solicitado.
3. Fico calmo perante a agressividade.
4. Imponho limites quando necessário, dando as devidas explicações.
5. Fico calmo frente à ausência de expressão verbal.
6. Falo somente o necessário. Evito o excesso de atividade verbal.
7. Ouço atentamente, demonstrando interesse pelas necessidades da outra pessoa, sem
emitir respostas imediatas.
8. Adoto uma postura confortável ao prestar atenção, sem demonstrar pressa.
9. Faço companhia às pessoas, na medida do possível.
10. Olho diretamente para as pessoas.
11. Presto atenção às minhas expressões faciais.
12. Atendo os pedidos, na medida do possível.
13. Digo palavras de conforto, sem fazer falsas promessas e sem cercear a liberdade de
expressão.
14. Demonstro disponibilidade para ajudar.
15. Presto atenção às queixas, mesmo que aparentemente absurdas e sem fundamento na
realidade.
16. Atendo o chamado das pessoas o mais prontamente possível, sem deixá-las esperar
mais que o necessário e sem empurrar o encargo para outra pessoa.
17. Dou oportunidade para perguntas e expressão de sentimentos.
18. Dou oportunidade para a pessoa tomar suas próprias decisões.

Não esqueça: A empatia é uma habilidade e, portanto, pode ser desenvolvida!

EMPATIA
O desafio da comunicação interpessoal
Sérgio Bandeira de Mello e Silva

A tecnologia atualmente empregada na comunicação, com satélites e

megacomputadores, internet, micros, contrasta com as dificuldades da comunicação
interpessoal. Mais exatamente com as barreiras da compreensão que continuam existindo.
A empatia, em princípio, deve ser entendida como uma atitude de disponibilidade
para compreender. Disponibilidade corajosa.
Empatia é "sentir com". É diferente de simpatia, que significa atração que uma
pessoa, ideia ou coisa exerce sobre alguém. (Novo Dicionário Aurélio)
A empatia é uma atitude de procura, de 'sintonia fina' com o outro ou outros. Na
simpatia, o elemento sedução está mais presente e, na empatia, a compreensão. Melhor
ainda, compreensão e respeito.
É mais fácil percebermos o que a empatia não é. A partir dessa percepção, a
expressão 'sintonia fina' terá mais sentido.
Não é manipulação, nem sedução, embora possa ser usada para esse fim. Não é
competição. Não é modismo. Não é tentativa de parecer original, inteligente ou sensível.
Tudo isso, aliás, provém de uma vertente suspeita, chamada carisma.
E então, como explicar empatia?
 É comum dizer-se que a empatia é um "movimento de colocar-se no lugar do outro
para compreendê-lo. Compreender o que está dizendo, mas também o que está sentindo.
É um ato heroico e solidário de compreender o quadro referencial do outro. É um esforço
para identificar os sinais que ele usa. Algumas vezes são violentos ou estão disfarçados
em brincadeiras.
Temos uma tendência natural para julgar, apreciar, aprovar ou desaprovar "a
priori" as afirmações do outro. Esta é uma barreira, o maior obstáculo à comunicação,
que está dentro de nós. A nossa reação é apreciar o que foi dito do nosso ponto de vista,
do nosso quadro de referências, da nossa valoração pessoal e dos nossos preconceitos.
Em seguida, classificamos nosso interlocutor através de nossa onipotente coleção
de carimbos e rótulos, o que torna a comunicação um monólogo a dois, ou, dois
monólogos simultâneos. Um não escuta o que o outro diz. Cada um está em sintonia com
suas próprias preocupações, sendo que a principal é se defender.
Por outro lado, ouvindo com compreensão, com empatia, procurando a ideia, o
conceito, a atitude do ponto de vista da outra pessoa, a comunicação se torna real e
extremamente rica. Somente a empatia é capaz de mudar o jogo de esconder para a
aventura de descobrir juntos.
Para tanto é necessário sentir com o outro e procurar apreender o seu quadro de
referências em relação ao assunto sobre o que está falando.
Falarmos de empatia no ouvir. Ouvir com os ouvidos, com os olhos, com a pele,
com a mente, com o coração.
E a empatia no falar?
No falar, a empatia se caracterizará pelo mais profundo respeito às características
do outro. Para isso é necessário escolher e selecionar os códigos acessíveis ao outro.
Códigos que vão facilitar a compreensão dele. Escolher a abordagem e o canal mais
adequado ao outro (visual, auditivo e cinestésico).
O processo de comunicação é uma troca. É intercâmbio de informações, uma
negociação. Não deve ser de cartas marcadas. Expressar empatia no falar e manter o
profundo interesse em clarear o assunto e não em atingir ou até "agredir o outro".
Não estamos falando só de opiniões ou ideias genéricas, mas de atitudes, posturas,
crenças, expectativas. Com isso percebemos que a empatia é contrária a qualquer de
radicalismo, fanatismo e preconceito.
Empatia não é ambiguidade, ao contrário, é sim com cara de sim e não com cara
de não.
 O 'não', dito com empatia, nunca é rejeição pessoal. Será apenas uma negativa a
uma proposta, a uma ideia, opinião. Nada mais. Observe as crianças ao seu redor. São os
nossos professores a arte de dizer não com naturalidade.
No dia-a-dia de nossa relação com clientes, colegas e colaboradores, no trabalho
e em outras situações, devemos procurar estabelecer, incansavelmente, o máximo de
empatia na comunicação. A empatia é a condição fundamental que possibilita um clima
de convivência prazeroso e estimulante.
A EMPATIA é a única resposta digna do grande desafio da relação humana!