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Lidar com o diferente? Simples assim...

Quando o diferente se apresenta a nós, temos, por instinto, uma reação de defesa, mesmo que seja leve e
rápida; o diferente nos tira da zona de conforto, do familiar, do esperado, do previsível.
Na nossa jornada de vida, o diferente surge com a convivência com os outros. Esse outro por mais
semelhante que seja, não é igual a nós. E, é nessa relação com o outro, paradoxalmente necessário e
ameaçador, que construímos a nossa alteridade, o ser único que somos. “Detesto filme de terror, me
deixa nervosa! Ah, deixa disso, filme de terror é uma bobagem!”
Assim posto, aceitar o diferente faz parte, pois só assim nos tornamos pessoas com opiniões, desejos e
sensações individuais. “Então, você pede o canelone e eu vou pedir o risoto.”
A nossa construção como seres “únicos, diferentes” é um aprendizado sofrido e contínuo, pois tendemos
à lei do menor esforço, mas esse desenvolvimento é imperativo para sermos reconhecidos como
queremos ser.
Por que, então, é difícil lidar com o diferente?
Para lidarmos com o diferente, sem senti-lo como ameaça, é fundamental gostarmos de nós mesmos,
conhecer nossas fraquezas e potencialidades, conhecer nossas características e aceitá-las. Acolher aquilo
que gostamos e não gostamos em nós mesmos; para depois vermos o que fazer com o que não
gostamos.

O outro, esse ser diferente, é independente, pensa, tem sensações e emoções que você não controla. Esse
outro é tão diferente para você, quanto você para ele. “Ela faz sempre a mesma coisa, é sempre difícil
trazer novas sugestões!” (E você já mudou a abordagem para lidar com ela?)

O outro se torna ainda mais ameaçador quando tomamos a sua ideia e o seu comportamento como se
fossem definitivos e o representassem por completo. “ O outro, e cada um de nós somos mais do que
nossas ações e ideias. “Eu gosto de verde e você vermelho, mas me sinto relaxada neste ambiente azul
da sua sala.” Somos uma multiplicidade de sensações, percepções, ideias, comportamentos que forma
um conjunto muito maior.

A nossa origem já revela a diversidade intrínseca do nosso ser.

Aprender a lidar com o diferente é conviver com o diferente primeiro dentro de nós mesmos, e depois
externamente; a aproximação suaviza o contato e passamos a perceber as diferenças e semelhanças
simultaneamente.

Você me enxerga e eu te enxergo porque somos diferentes; eu não preciso sucumbir a você, nem você
sucumbir a mim; dialogamos e nos disponibilizamos a integrar o diferente.

Dar um salto para cima, olhar de helicóptero, ou para o lado, mudar de perspectiva, simples assim;
ampliar o horizonte para enxergar convergências ou possibilidades para compor ideias diferentes.

Conta uma estória anônima:


Um sujeito colocava flores no túmulo de um parente, quando viu um oriental colocando um prato de
arroz na lápide ao lado. Ele dá uma risada, vira-se para o oriental e pergunta:
- Você acha mesmo que o seu defunto virá comer esse arroz?
O oriental pensa um pouco, e responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores.

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