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O Padréo Grupanalitico Eduardo Luis Corteséo Foot durante 0 Workshop de Inves- tigagio Grupanalitica de Londres (Cor- tesfo 1967, pp. 35-36) que me ocorreu, enquanto procedia & investigagfio se- mAntica de matriz, sondar as origens, no Jatim, espanhol, francés, inglés ¢ portugués e pesquisar a significagao se- mfntica da palavra padrdo com a inten- G0 de estabelecer uma eventual relagao entre 0 dois vocébulos. Padrao é derivado do termo francés medieval «patron» ¢ este por seu turno 6 origingrio do latim «pater» ¢ «patro- nus». Neste sentido padréo pode signi- ficar imitagao, copiar, parecer-sé com, esbogar, desenhar, planear um padrdo (para), ou prefigurar. Contudo em la tim poese & hipétese que o tronco semantolégico seja oriundo de pd, que provavelmente vera do sinscrito onde pa (a semente) teria a conotagio de ~ gemear, nutrir fomentar. E nesta Giltima concepgao que cunhei 0 conceito de padrao grupanalitico, nO sentido de algo que ° is transmite na toatriz grup! conotagies derivadas da primeira signi- e «patrons» — a minha defi- niggo. Realmente 0 grupanalista nfo se deve oferecer como um protector, ou modelo; nem deve dirigit activa: mente ou didacticamente. rorkshop de Londres, Quando, no We clorifiquei o meu conceito de padréo grupanalitico, tive ocasifo de referir que a designagéo de atitude do grupa nalista (que inclufa as suas comunica- Ges verbais e néo-verbais, intervengdes, interpretagdes € procedimento analitico) constitufa um factor espectfico, aden- tro de um contexto caracteristico — 4 matriz do grupo. Sugeri, ento, que uma tal atitude se poderia designar por Pa dro (tendo descrito algumas das impli- cagdes seménticas). Porque, argumen- tava, existem qualidades mais especifi- cas na atitude grupanalitica que % traduzem essencialmente pelo padrio analitico que o analista transmite 80 grupo. Este é tinico e ele & também 9 finico componente do grupo que o pode prefazer. Por outro Jado um tal pro- cedimento esté condicionado ¢ é rela- tivo porque o analista transmite © P& dro em resposta a0 gTUpO; constituin- doe num elo transmissor, inserido num dialéctico de equilfbrio ¢ mo- se estabelece. Se nfo tombar no inconveniente de sentir-meia ten- oxigénio e processos sentando agora 0. padrio —_ 7 coragio que bombeia o sangue, com os seus atributos de «pacemaker», Po- siderar todos estes meca- dendo-se consi ‘ nismos ¢ como tinicos ¢ espe- cificos mas, também, mutuamente inter- tes. Haveria ainda que distinguir (como expliquei 00 Workshop de Londres) entre o padrao erupanalitico ¢ | de grupo e outros tipos de padrao. Estes padrées so usualmente referidos 3s atitudes, comportamentos ¢ comunica- as quais, por resultado de seleccionados ou assumidos pela matriz grupal ainda que outras atitudes ou padrdes se encontrem suprimidos. Exemplo 6-II —__ Recordo um grupo cuja matriz grupanalitica continha uma predomi- nancia de engenheiros, ¢ em que 08 * outros membros do grupo se encon- travam de alguma forma envolvidos ‘em trabalhos de investigagdo e en- sino, ¢ em que emergi 0 que pode- tfamos designar como um padrdo de comunicagéo, durante algum tempo, e que se caracterizava pelo. uso ver~ bal de analogias electrotécnicas ou da fisica at6mica, além de uma mar- cada ambivaléncia para o que era designado como 0 «método cien- tifico», em que o método grupana- Iftico e psicanalftico eram obviamente criticados com severidade. Nala A destringa ent, « nicagao padrio pron * de comy. -se exemplificar, neste mee Podes dida em que o padrio a » ha me. transmitido pelo analisia it. na interpretacdo da resisténg transferéncia (mesmo num ene de juizo critica clementar quale pessoa pode constatar que nio sey) tratar para discutir ou pér em causa princfpios epistemolégicos mas sim, como no tratamento grupanalitico, para tentar efectuar um escrutinio interior tanto sobre o sentido das suas motivagées mérbidas como dos pré- prios sintomas que as exprimem). Neste exemplo as implicagdes da resisténcia ¢ da neurose de transfe- réncia grupal eram evidentes mas é caso para dizermos que a transferén- cia est4 implicada no processo grupa- nalitico ainda que uma determinada matriz possa utilizar padroes «sui generis» para a denotar. Estas significagdes de -padroes de ‘comportamento, padrées modelares ou mesmo padrées superegoicos (referen- tes a tendéncias para seguir ditimes omnipotentes, ditatoriais ou autorité- rios do Superego internalizado ou intro- jectados numa eventual relagdo inade- quada na anélise) nada tem que ver com a significago seméntica € analftica com que procurei moldar 0 meu con ceito de'padrao, Outras instancias sio oferecidas, por exemplo, por conceitos como «specific dynamic pattern», termo criado por Franz Alexander (1950) para designar 0 conflito ou configuragio di- nfimica nuclear e espectfica que seria pertur- singuler para uma ago psicossomética ou neurose de brgio. Ou o «expressive pattern» formu- tado por Rado na sua conceptualiza- go de «adaptational psychodynamics» (1956); ou ainda, a modificagao de pa- drées de interacgo familiar sugerida por Brody (1956). Sobre o meu conceito de padrio comunicado no Workshop de Londres, S. H. Foulkes (1967, p. 34) escreveu: «It was interesting how the Work- shop, through the emphasis Cortesio placed on the paternal meaning of the word «pattern» which was news to us all, brought about a special concern in our discussion, with the deliberately implied maternal mea- ning of matrix. Our discussion was, for a while, centred much on this. From this, it followed that we became interested in the meaning of «pattern» a concept which so far had not been particularly defined or used in group analytic theory. It would carry us too far to communi- cate further about this, but our subsequent discussions were then on patterns and I will briefly give a few of our descriptions and conclusions here because they might be of some current interest. What Corteséo has in mind may deserve separate consi- deration and might be provisionally defined as «the specific, particular imprint which the therapist makes on the group matrix» (S. H. F.). No I Simpésio Europeu de Grupand- lise (Cortesio, 1971) tive ocasiao de esclarecer que a definico de Foulkes ho traduz a minha ideia porque no se trata realmente do «imprint which the therapist makes as rather te imprint he conveys». Neste sentido o analista € «con- veyor», isto é, um transmissor, como que um catalizador, e de forma alguma 6 um «causador» ¢ certamente que nfo pode ser um «leader» com quem al- guém se identifique, nem t€o pouco um «padrio» para propésitos de adaptagao e conformismo. . padrao grupanalitico pode ser defi- nido genericamente mas mesmo assim guardar pequenas variagdes formais; mas sempre na condigao de que a signi- ficagdo analitica especifica nio seja adulterada. Tais variagdes formais pon- tuais dizem respeito a pequenas altera- g6es técnicas e de estilo que variam na- turalmente de um grupanalista para outro. Atrayés do padrao grupanalitico o analista propaga na matriz do grupo um cunho especial que se define por regras latentes'e atitudes especificas. As sess6es sdo geralmente trés vezes na semana e © analista procura fazer as sess6es com regularidade (evitando au- séncias e interrupgdes) ¢ € pontual. Os membros do grupo sentam-se com ‘ele num cfrculo de oito ou nove cadeiras. Nao prescreve medicamentos, nfo ofe rece conselhos, nem interfere ou opina sobre a vida dos analisandos. Procura cingir as suas intervencdes, tanto quanto possivel, a interpretagdes, Nao se deixa envolver em atitudes emocionais, con- vicgdes € preconceitos dos analisandos e diligencia, em ‘vez disso, interpretar os diferentes contextos ¢ as ra(zes in- conscientes em que essas atitudes ¢ comportamentos foram moldados. E é ‘o padrito ug pode vir estimular osteo par fértil, um modo aa suster, numa matriz e sé tora dele idor. Portanto 0 padréo grupanalitico s6 é funcional e eficiente quando jntegrado. pelo grupo e nunca como um padro imposto, contra-natura. Devemos também dizer que pela sua atitude analitica, abstendo-se de res- ponder, perguntar ou dialogar numa si- tuagaio de arealidade costuméria», mas oferecendo, em vez disso, a sua colabo- ragdo através da interpretaglo, o ana- lista transmite no grupo um padrao €s- pecifi¢o que fomenta a regressio na matriz. grupanalitica. Neste teor meta- » psicolégico vai-se movimentar a moti- vagiio. inconsciente € © proceso pri- mério transparece. imbufdo nas. associa- gdes de ideias ou_no. contetido Jatente de sonhos. Reaparecem relagdes de objecto-arcaicas, investidas com impul- sos do Id, metamorfoseadas, mas con- servando a energia (ou o afecto) inves- tido ‘na relacio de objecto primitiva com todo o seu vigor ¢ idiossincrasia. B também Obvio que o grupanalista transmitindoo padréo grupanalitico desde o infcio nfio pode mais tarde tor- nar-se um assistente passivo, no pro- cesso grupanalitico (para cuja propa gactio ele desempenhou um’ papel € oferecer uma contribuigao particular, ainda que nfo absolutos). Necessitaré de cooperer com a matriz grupanalitica na manutengaio do nfvel de anélise, recor- rendo a interpretacio de tal forma que pode comutar nfveis de comunicagao (e, j4 se ve, os cont P em tais nfveis), tetdos imp No quadro 1-II (ver pégii 5 © padrao grupanalitico fy ceauen ent) em trés dimensdes: a sua ntuens do fung&o e 0 propésito. aa A natureza do padrao grupanaliti qualifica-se e organiza-se no peg lista como Pessoa com atributos singu- lares, determinados pela sua persona. lidade e carécter e pela representagao internalizada de matrizes familiares e socio-culturais que o nutriram e influen- ciaram, Além disso o seu treino anali- tico pessoal (anélise didéctica) remode- laram tanto a organizagao metapsicolé- gica interna como a de relagdes de objecto. De tal modo que encontraré, em princfpio, disponibilidades para en- cetar, manter ¢ levar a cabo com outros a-anélise de processos, estruturas ¢ fungoes a que a Pessoa, dele analista, nio é alheia. Para a sua natureze de transmissor contribui, também, 0 Curso de Forma- go em que apreende os fundamentos te6ricos e técnicos des teorias da psi- icados * canélise e grupantlise, A supervisio individual e em grupo, € 0 ponto de encontro de trés afluentes: a maturidade do candidato em elaboragio na sua grupanilise;-o enriquecimonto cientifico assimilado no Curso de Formagao; ¢ @ experiéncia recriadora de descoberta ¢ estimulagdio, emergindo no confronto ¢ na convivéncia com o grupo de super- visti e/ou o supervisor. Opera-se de tal feigfo, uma procura, a dois ou em grupo, latente na comunicac3o do grupo do analista em supervisdo. Por contemporaneidade da informa- ao cientifica pretendo significar um ‘Jemyeu 0 azuazo00 ‘wpuypuadopyy op o MAREE! wMOUCING OP OPmOP su “ei SuDWIGLE tas OpMEOI RAGES We Ce “Hes op fp ou Pnpjsipus opsooy quis soesooid 9p squopuadopsor uy iy op seen oe S| yee opm mas ° “ . ‘ooyayteundns® oss20014 op ‘wpougizods “s2gsojaudsaruy taal Pe oumdo opong ‘wreyqna00 an ‘eagiuaasoyey “woypwa oydouz0jur epepjouvsoduseju0p on, ee ‘opmusodng soojunvaay ceonyreuedrus ai ‘ogSemuoy Sp 8m, a somo ‘weqwuednss Om Op “yoossod cee |e cpp prone: (oudoid) 3g 02 opSuquosoxdoy, “0409200 9 opepqwuosod, OOLLFIVNVaNUS OYNaVd 04 OLISCZONa Z OYONNA ‘VZTUNLYN II OxavaAd ‘co, residindo no grupanalista Tr con- como Pessoa © \ : dicionada e € dependente de varidveis que influem nos binémios da atit /contra-atitude, résisténcia/contra-resis- téncia € transferéncia/contra-transfe- réncia. ‘A Atitade € 0 modo de significar um propésito (*). A atitude, que s° traduz por comportamentos yerbais ¢ nfo-ver- bais do analista determina contra-ati- tudes na matriz grupenelitica. Do mes- mo modo a atitude de um ou vérios membros do grupo pode determinar contra-atitudes noutros membros ou no. proprio grupanalista. Esta é uma forma elementar, mas relevante, de descrever formas ‘de comportamento e comunica- 80 adentro da matriz grupal ¢ em que ‘a motivaciio inconsciente ¢ a transfe- réncia nao sio conspicuas. Nos grupos de psicoterapia: € mestio no inicio da grupantlise, o analista ou um membro do grupo fazem ocasional- —_— . (@) Este conceito de atitude permite tam- bém, outras instincias, destringar entre catitude terapeutica e accao ica (Cor fesdo 1980a). A atitude terepéutica sendo ificar_ um ito presae uum modo de signi pbc, também, ibitidade; Speacko porsts 2 qual ae petenders a, ‘8 qual se eré oer. 2 expt teraptutce implica cxistencia de eit aeaarennaes Sh Metpetaeets mente intervengdes no sentid em foco atitudes e¢ contain adentro da matriz (como por exem, a atrasos, posigdes, siléncios, etc.). me ‘A Resisténcia opera também aden. tro do bindmio resisténcia/contra. cresisténcia, A resisténcia dos pacientes desencadeia a contra-resisténcia do ana- lista sobretudo quando € comunicada no nivel inconsciente. A resisténcia insere-se num contexto mais lato da neurose de transferéncia e, na teoria da técnica grupanalitica que tenho desen- yolvido, deve-se considerar com as- pectos positives para 0 manejo da ela- boragdo terapéutica do processo grupa- nalitico. Pela superviséo, ou pela sua experiéncia, 0 analista pode-se aperce- ber tanto da resisténcia como da contra- sresisténcia ¢ utilizé-las no trabalho in- terpretativo. ‘A Transferéncia insere-s¢ nO bind- mio transferéncia/contra-transferéncia. Estes conceitos vio ser abordados nos capftulos respectivos pelo, que agora nao os desenvolverei mais a fim de evi- tar naturais sobreposigdes (*). Estabelecida a natureza do padréo grupanalitico podemos agora descrever a sua Fungi, que,se exprime por In- terverigdes € Interpretagdes. No capitulo sobre a'Interprétagao terei ocasido de me referir aos contextos das interven- — (@) Pora, a definigho, revisto e investiga- gho da resistencia, transferéncia ¢ contra- “ranseréncia na contextura psicanalitica © da grupandiise € contudo de referix, desde 4h, os trabalhos de Bouvet (1956, 1959), Foul- kes (1964, p, 179), Nunberg (1965, vol. 2, p. 118), Cortesio (1971, 19812), Sandler (1973, Pe 37-49, 61-71), Neyraut (1974), Yassky 1979), Searles (1979), Epstein (1980) © Fer- Feira (197M, 1980). ——= dz cées, interpretagies e da interpretacio comutativa. ‘Todavia sfo de referir alguns dos trabalhos sobre Interpretagao no con- texto grupanalitico com referéncia, em dois deles (Cortesio, 1972, 1975), & interpretagéo no setting psicana- Iftico. Sio as contribuigdes de Foulkes (1965, 1968, 1970), Blay Neto (1968), Zimmermann (1970) e Corte- séo (1971, 1972, 1974 ©, 1974¢, 1975, 1979, 1981). A interpretagéo grupanalftica desem- penha um papel especificador na comu- nicagfio adentro da matriz grupanalf- tica e é emanente do padréo grupanali- tico. A sua significado insere-se nos contextos mais latos da teoria da comunicagao (Ruesch, 1980; Cosnier, 1981), incidindo nos contetidos mani- festo e latente; no contexto e na mensa- gem, operando também no elo-duplo ou registo-duplo, 0 «double-bind» (Bate- son, 1956, Ruesch, 1980), este ditimo, ‘como terei ocasifio de referir, nfio sendo de forma dlguma especifico nos pro- cess0s de comunicaciio na esquizofrenia, A problemética da comunicagao com eloduplo na matriz grupanalitica e @ fungdo do padrio grupanalitico colo- cam-se também no problema técnico de ver, ou nao, membros do grupo ou familiares fora da situagdo grupanali- tica. No Workshop de Londres ilustrei esta questo tentando demonstrar ser Possivel definir o conceito de grupa- nélise tipica numa feigdo em que a si- tuago teraptutica grupanalitica se pode considerar como equivalente & situagéo terapéutica individual na psicanélise t{pica. ‘Além da definiggo da natureza, fungdo © propésito do padréo grupa- nalitico propuz (numa das reunides de trabalho do Workshop em Abril de 1967) que a defini¢fo do processo grupanalitico implicava a andlise € eventual resolugéo da neurose de transferéncia, E que esta, que diz respeito, essencialmente, aos aspectos do comportamento regressive do in- dividuo ¢ contudo inserida na rela- 0, comunicagio e elaboragao da matriz grupanalitica. E que por tal razio, e porque & distinta da neurose de transferéncia do modelo psicana- Iitico, propuz designé-la por neurose de transferéncia grupal. Disse tam- bém, entéo, que neste sentido © para promover a limpidez e assépsia do processo analitico entendia ser neces- sfrio que os contactos € encontros entre todos os membros do grupo, incluindo o analista, se confinassem. a propria situagao terapéutica du- rante todo o tratamento. Considerei este factor como fundamental. por- que de outro modo alterava-se o processo de anélise — da’ «realidade interna» do individuo, na «realidade interna» do grupo—contrapondo gratificagdes das defesas © resistén- cia que iriam alterar a genuinidade do processo analitico. E exemplifi- quei com vérias instncias em que a entrevista individual do paciente ou de um familiar foi — como no exem- plo que vou citar —como que uma espécie de «revelagéo»: para mim, -a, desviando-a. ou. bloqueando-a; ©) estimula’ motivagies ‘¢ impulsos para situagdes andlogas nos outros membros do grupo (como se fosse uma resposta. a um «novor padrio gtupanalitico). Estes impulsos © motivagdes n0s ‘outros’ membros ‘do grupo podem alids tomar tanto a forma de «é im- perioso’ que se passe. 0 mesmo comigo» como «é imperioso que: tal nunca se passe comigo». Exemplo 7-IL Numa sessfo de grupanflise Maria do Sameiro prosseguia comunicando sobre a relaco triangular entre ela, Humberto (0 marido) ¢ a mie deste. A elaboragio terapéutica eo tra- balho de interpretacao langavam al- guma luz sobre a significacio desta sua matriz pessoal internalizada que, "Por seu turno, correspondia & formagio de uma outra situ triangular pretérita entre ela, seu paj © sua mie, A comunicacio repetitive deste conflito, e dos afectos, emogies e-vivéncias que o acompanhavam, tinham sido gradualmente assimila- dos na matriz grupanalitica na me- dida em que estimulavam a matriz pessoal internalizada de cada um, neste caso a situagao edipiana, O es- tabelecimento da neurose de transfe- réncia grupal processou-se porque na matriz grupanalitica e pela acgao do pedro grupanalitico o analista se oferecia, implicitamente, como figura de ttansferéncia’e induzia uma situa- g&o regressiva em que a realidade interna de M. Sameiro (configurada na sua matriz internalizada) passou a «reviver» e a re-actuar 0 mesmo con- flito nesta nova situagdo, terapéutica. As fantasias'e tracos de meméria de M. S. estimulavam fantasias ¢ tra- gos de meméria nos outros membros do grupo. De tal modo que as ma- trizes internalizadas de cada um (rea- jidades . internas) se encontravam cometidas num novo molde da neu- tose de transferéncia grupal. Ora foi no auge, digamos, deste momento de anélise que M. S. comegou a dar - mostras- de resisténcia ao process analitico e a insistir em como o ma- rido, Humberto, era «dominado» pela respectiva mae, e que ele se encon- trava «extremamente.perturbado» ¢ desejava desligar-se da mie mas... SO zinho nfo era capaz. Em outra sesso M. S. levanta de novo o problema de que o marido 14 tem que ser ajudado pois esté «ex. tremamente perturbado». E no fim de sessio M.'S. pergunta ao analista ge. este: poderia «orientars o Hum berto. O grupanalista diz a M.S, que Humberto Ihe telefone. Este assim faz e é entrevistado. Nesta entrevista apura-se essen- cialmente: 1 — Que Humberto se sente ligado afectivamente & mulher, principal- mente numa base intelectual; conse- gue dialogar com ela de forma tinica, «como com ninguém». Sexualmente sente-se muito atraido por ela mas tem sentimentos de inferioridade ¢ inadequagiio. 2— Que a mie representa a esta- bilidade doméstica, a economia, a ordem caseira, 0 que & reforgado pelo facto de H. entender que M..S. no tem vocago doméstica ¢ nao lhe mantém a «interioridade do lar em ordem» (H. no esté disposto a prescindir de uma certa presenga da mie dentro de si): Assevera que M. S. Ihe poe com frequéncia a.al- ternativa de escolha entre a mie ou ela, mas H. procura furtar-se a uma declararfo formal neste. sentido, até que, sob presséo e cenas emocionais violentas, acaba por lhe dizer que a prefere a ela, M. S.. 3— Humberto revela também que @ sua configuracao do grupanalista era a de uma figura protectora, res- peitada, mas também temida e, cen- sora. Esta configuragdo era forjada em grande: parte pela transmissio a H. da configuragéo transferencial de M. S.e noutra parte pela relagio in- fantil internalizada de H. com seu proprio pai. Apareceram também nesta entre- vista elementos de passividade e de- sejo de competigo de Humberto com M, ‘Sameiro através do grupa- nalista, denotados (entre outras for- mas) pelo desejo de H. de fazer tam- bém grupanélise comigo aceitando com relutncia a sugestiio que Ihe ofereci para procurar outro grupe- nalista: Ora, todo este material da entre- vista floriu como uma «revelagao» j4 que, em grande parte © em muito da sua esséncia, era completamente diverso da «informagaio» que M. S. tinha gradualmente comunicado du- rante a sua anélise, Ao ser desenvolvida ao grupo a eclosaio desta entrevista com H..(quer no elo da minha comunicagéo quer - no da comunicacao de M. S.) a ela- porago terapéutica da «realidade interna» a matriz grupanalitica alte rou-se profundamente. Assim M..S. reagiu através de: protestos contra 0 analista, por entender que este to- mara «afinal» o partido de H., desfa- vorecendo-a. Mostrava-se abalada, dura, agressiva e emocionada. Entre outras razSes parece ter acontecido que H. safra da entrevista com:o ana- lista’ sentindo-se fortalecido, refor- gando a sua defesa da mae ¢ mos- trando mais distincia em relagio a M.S. Por seu turno alguns membros do grupo expressaram fantasias de que 15 © analista tinha poderes para actuar e modificar um ou outro componente da matriz pessoal de cada um, Con- comitantemente outros membros do grupo comunicaram o temor de que © analista tivesse realmente tais po- deres. O que se ilustrou neste exemplo ocor- reno territ6rio da contra-transferéncia e numa das componentes desta, pode-se considerar como um acting out na con- tra-transferéncia (*); Como disse atrés, o analista expe- riente deve estar atento A sua contra- -fransferéncia, principalmente as impli- cagdes inconscientes. E no caso do acting out deve saber integré-lo na elaboragéo terapéutica, o que neste exemplo se tornou possivel, tendo até estimulado o desenvolvimento do pro- cesso grupanalitico. Um tal maneio do acting out deve ser feito pela fungio do padrao grupanalitico, também nou- tras situagdes de acting out que sio uma constante na evolugao do ‘processo gru- panalitico. Foulkes (1965), Cortesio (1967 b), Blay Neto (1970). Como refiro nos capitulos sobre’ Pro- cesso Grupanalitico ¢ sobre Interpreta- ¢40, outra fungiio do padréo grupana- Iitico 6 também promover insight. As destringas entre insight como conhe- cimento cognitivo e insight «yerda- deiro» e emocional ‘sao revistas por Sandler (1973, pp. 115-120) em que conclui por dizer: <*) Um exemplo com material clinico de tratamento psicanalftico 6 dado por Cortesfio G975a, pp. 25-27), organizado, conceptual adentro do qual o paciente pode efectivamente situar-se ¢ também 3 sua experiéncia subjectiva dele pré- prio e de outros», ‘Uma outra fungfio do padrio grupa- nalitico consiste em fomentar o props. sito de operar modificacées significati- ‘vas no paciente. Realmente a abundan- cia de insight nfo conduz necessaria- Mente a.uma modificacao de estruturas ¢ fungao do Self. Um dos propésitos essenciais da tera- pia grupanalftica, tal como a descrevo a0 longo deste trabalho, consiste em Proporcionar ao indivfduo uma estru- turagio, diferenciagio e funcionamento do Self dotado de autonomia relativa ¢ de dependéncia coerente e natural. Unia paciente que procurou a grupa- nélise depois de um tratamento psica- nalitico declaraya que, apés este tiltimo, se podia compreender a’si propria mas néo podia aplicar um tal conhecimento. Esta situagio, como descrevi no Ca- pitulo I, é também mencionada por Ti- cho (Richards, 1980, p. 623). Greenson (1967, p. 191) sintetiza a discrepancia entre alteragdes de fundo e abundancia de insight com elegan- cia e estilo: «There was a marked discrepancy between the copiousness of insight and the paucity of change». A aquisigao de insight ¢ a sua consis- tencia impregnada numa alteragao pro- funda do Self € ilustrada no seguinte exemplo: Exemplo 8-IT — M. Carolina, de 67 anos, fizera na casa dos 40, uma longa grupanilise que the permitiria curar uma colite ulcerosa de longa evolu¢ao bem como estabilizar uma predisposi¢ao ciclo- timica que ocasionava surtos depres- sivos e hipomanfacos periédicos. Vol- tara & consulta cerca de vinte anos depois de ter terminado a sua grupa- nélise ¢ entrou para um grupo de psicoterapia grupanalitico _ (grupo pés-andlise) (*) Os outros membros do grupo, todos de idades muito in- feriores 4 de M. Carolina, numa das sessdes apreciavam 0 modo como ela- borara o luto da morte do filho tanto como o insight que demonstrava e a reorganizago e diferenciagao do Self. ‘Anunciara ter empreendido uma acti- yidade no campo da pintura e res- tauragio de obras artisticas em que se empenhava com potencialidades artisticas e criadoras que, até certo ponto, tinham sido para ela, e para 0s seus amigos ¢ familiares, uma reve- lagdo.. — (*) Hii cerca de dex anos concebi © pus ‘em funcionamento 0 que designe! por grupo ise a fim de oferecer Aqueles pa- cients We, tendo completado uma gris ise previa comigo, mostravam necessi Made, agora, de apoio psicoterapeutico. O grupo pos-andlise tem frequéncia semanal ¢ S5 pacientes, usualmente, necessitam de uma stadia curta ¢ ocasional ainda que se poss Tepetir. N&o se pretende perpe'uar a terapia analitica mas tio somente oferecer um apoio psicoterapéutico de curta durag&o. Este pro- Cedimento tem-se mostrado eficiente. Como nessa sessio se estivesse anali-ando na matriz grupanali.ica, 0 significado da represséo e da expres- so da sexualidade, seus derivativos e sublimacao, M. Carolina pronun- ciou esta frase, que no seu contexto de singeleza continha uma mensa- gem transcendente que estimulou e impressionou tanto os outros mem- bros do grupo como a mim préprio: «As pessoas encontram o amor na vida e superam a morte dos que lhe so queridos e a ideia da sua propria morte, criando sempre qualquer coisa de novo quando tém consideragio pela sua sexualidade...». Definido o padréo grupanalitico quanto A sua natureza e & sua fungdo pode-se determinar agora o seu Propé- sito. Este vai induzir e manter, na ma- triz grupanalitica, o processo grupana- litico promovendo a elaboragdo tera- péutica e a reconstrugdo. Nestas encon- tramos, como tenho vindo a descrever, similitudes de forma e conteido de processos comuns'de génese (**) de estruturas e fungdes do Self. O padrao grupanalftico tem, assim, © propésito de promover a des- coberta do ‘Self (Self-discovery) na medida em que opera um afrouxa- mento da represdo a nivel do Ego tanto na organizagao intra-psiquica, como nas relagdes de objecto e, ainda, na propria neurose de trans- feréncia grupal. — ‘Uma reviséo ¢ formulagto da teoria *) poicsnalitica do desenvolvimento genético Prvolutivo € feita, recentemente, por Widlo- ‘her (1980), no seu livro Genése et change- ment, —_—_— 7 2 eae iia, pons dade, cardcter © valor como Pessoa. Estes conceitos © significagées que uso na teoria grupanalitica so con- com as nogées construi- das adentro da teoria psicanalitica ¢ sio notoriamente diferentes dos usos que thes so dados quer na psicolo- gia de K. Yung, quer noutras. San- dler (1963, pp. 11-13 (*). — (*) Exemplos de conceptualizacbes do Self aparentadas as construgdes psicanaliticas, cas destas divergentes, sio descritas por Caine, Wijesinghe ¢ Winter (1981). A rele- vancia dos valores sécio-culturais que se- gundo estes autores condiciona a nogéo pes Fie crate de matrices eujas variacbes si mals ou menot rerago Patrio ¢ 0 proceso erupanaliticos, A. B, C.D, E, F, H representam Descrito nas dimensdes da sua natu. reza, fungao e propésito, o padrao gru. panalitico pode ser definido do seguinte modo: © PADRAO GRUPANALITICO CONSISTE NA NATUREZA DE ATITUDES ESPECIFICAS QUE 0 GRUPANALISTA TRANSMITE E SUSTEM NA MATRIZ GRUPANA- LITICA, COM UMA FUNGAO IN. TERPRETATIVA, QUE FOMENTA E DESENVOLVE O PROCESSO GRUPANALITICO. ‘A ELABORACAO TERAPEU- TICA DAQUI RESULTANTE FA- Self, & sbordada noutro contexto lak (1 avalia a relacio ou concomitantes ¢ sua grupo e GA o = VORECE O PROPOSITO DE IN. DUZIR A SIGNIFICACAO E DIFERENCIACAO DO SELF IN- DIVIDUAL. Na Figura 1211 e no Quadro 2.11 sdo esquematizadas e descritas as cor- relages de matrizes, padrao e processo sgrupanaliticos. QUADRO 2-11 —<—<< CORRELACAO DE MATRIZ, PADRAO E PROCESSO GRUPANALITICOS 1, Cada membro do grupo possui, quando inicia a grupanilise, a represen- taco internalizada de matrizes socio- culturais e familiares. 2, Pela elaboracdo terapéutica, na nourose de transferéncia grupal, aquelas representagSes sio gradualmente assi- miladas —nas dimensies de tempo e de espago —e analisadas na contextura de processos comuns nas dimensdes metapsicoldgica ¢ de relagao de objecto. 3. O processo grupanalitico fomenta, concomitantemente, a significagéio indi- vidual, da diferenciagio do Self’ para cada membro do grupo de feigdio tinica © especifica. Nao hé dois Selves idén- ticos, ainda que o processo analitico Ponha em foco similitudes de forma € contetido na génese de estruturas e fun- goes. 4. O grupanalista assume uma con- figurago e significaggo ecpecificas pela transmissio, inducdo ¢ sustimento do padrao grupanalitico. Na Figura 13-II é esquematizada, na grupanilise, a confluéncia do Padréo, da Matriz e do Processo Grupanalitico. Fig. 13:11—Na Grupandlise ., O Padrio . sustém 0 Processo . em elaborapio na Matriz M. oo 19 RESUMO BA i ito de apodrio grupanalitico», ta ; faz, o desenvolvimento do conceito » tal como 4 er a on ris no corpo da teoria grupanalitica (Londres, 1967) € posteriorment, ree do seu trabalho, vai lustrando através de exemplos praticos, como 0 padrio, introduaido pelo grupanalista através das suas caracteristicas pessoais (personalidade, caric. ter, representacdes internalizadas das suas matrizes familiar séclo-cultural, bem como da grupandlise pessoal ¢ formario tedrica) vai provocar, adentro da matriz do grupo, através das suas intervengies e interpretodes, a elaboracio terapéutica e a reconstrugao. 0 pedro & entéo amplamente definido através da sua natureza, funcdo e propésito, RESUME L’Auteur dévellope le concept de «patron groupanalytiques (pattern) qui a été intron duit par lui méme dans Pensemble thedrique de la groupanalyse, (Londres, 1967) et qu’il a aprofondit et developé apres. Toute le long de son text il rend plus clair ce concept par des exemples practiques. Il nous montre comme le groupanalyste en introduizant son patron, decloche & partir de ses interventions et ses interpretations au dedans de la matrice du group, ta elaboration the- rapeutique et la «reconstruction». Le patron groupanalytique Sorganise a partir des caracteristiques personnelles du froupanalyste, telles que, sa personalité, son caractére; les representations internalistes de ses matrices individuel, familial et socio-culturelle, aussi, bien que de sors information théorique et de sa groupanalyse personnelle. Pour terminer PAuteur nous presente une définition de la nature, ta function et tes objectifs du patron, groupanalytique. SUMMARY’ oe The author devellops the concept of egroupanalytic pattern» introduced by himself in a theory of sroupanalytic techique (London, 1967), which has béen enlarged and worked through since that date, : Through his work he uses practical examplés to show how the’ 4 is ‘patterns introduced &y the eroupanalyst through his personal features (personelity, character, internalized repre- — 20 pIBLIOGRAFIA ALEXANDER: F. 1950) — Prychoromatic BATESON, G. et - tise Toward schizophrenia, Dahov Sea 13: a” BOUVET, M. (1959) bated et trans- fert. Rev. Fr. Psychan., BOUVET, M; MARTY, Ps a (1380) ~ Transfert, contre-transfert et réa- s. Rev. Fr. Psychan,, 20:494. a B. (1956) — Moiificafon of family fmferaction patterns by a group interview Seinique, IJ. Gr. Poychoth, 13847, CAINE, T. Ms WIJESINGHE OBA, WIN- TER, D. A. (1981)— Personal styles in neurosis, Routledge & K. Paul, CORTESAO, B. L. (196) ‘Some further ‘thoughts on the concept of group matrix gad pattern. “GROUP ANALYSIS, 1:35. 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