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___/___/2021
Professor: Matéria: Ano/Turma: Bimestre: Tipo de Prova: Valor: Nota:
Gleice Teixeira Ensino Religioso 6º I Apostila

I ETAPA – I BIMESTRE Assim, um filhote de tigre, por exemplo,


tem a disposição natural para se tornar um tigre
adulto, reproduzindo as características da
1. Explicação mítica sobre a natureza espécie. O mesmo acontece com o ser
humano.
Os mitos são narrativas (histórias), geralmente sem Para os gregos antigos, tudo surgia
autoria definida, transmitidas oralmente ao longo das da phýsis e a ela retornava.
gerações.
Na Grécia antiga, os mitos eram apresentados na forma JEAN-EDOUARD ROZEY/SHUTTERSTOCK
de poema-canção. O poeta-cantor contava histórias antigas
sobre a origem de tudo, sobre a criação do universo e o Mãe e filhotes de tigre de bengala. De acordo com a phýsis, os filhotes
têm disposição natural para atingir a forma "adulta" da mãe.
surgimento do ser humano. Essas histórias apoiavam-se em
explicações sobrenaturais, mágicas, e descreviam as ações
dos deuses sobre o mundo. Por exemplo, segundo os mitos 1.2 "Explicação" mítica e explicação racional
gregos, um raio era a manifestação de raiva ou ódio de um
Para se ter uma ideia do que significou a mudança de
deus; a noite surgiu do deus Caos e os deuses podiam ter
atitude ou de mentalidade da fase dos mitos para a fase
filhos com humanos.
filosófica, vamos comparar a narrativa mítica a respeito do
Por meio das narrativas míticas, as pessoas de uma
surgimento do fogo no mito de Prometeu com a explicação
comunidade tinham conhecimento da cultura de seu povo,
racional ou científica. (É necessário pesquisar sobre o Mito de
dos seus heróis, de seus valores religiosos e morais. Essas
Prometeu)
narrativas possuíam valor educativo.
No mito de Prometeu, os seres humanos recebem de
Os mitos permanecem vivos ainda hoje, embora
um deus o segredo do fogo, como se a chama fosse
tenham origem muito antiga. Eles podem ser encontrados
produzida milagrosamente pelos deuses. Mas, para o
em sociedades tradicionais de várias partes do mundo, como
pensamento racional ou científico, o fogo é produto de
os povos indígenas do Brasil, e em diversas religiões, as
reação química (por exemplo, a queima da madeira por meio
quais muitas vezes se apoiam em histórias míticas.
de um processo conhecido como combustão, em que a lenha
é transformada em carvão e do qual o gás oxigênio e o calor
1.1 O início da filosofia: a explicação racional da
fazem parte). O ser humano começou a dominar o fogo
natureza quando descobriu que poderia produzi-lo pelo atrito entre
alguns materiais, como pedras ou pedaços secos de madeira.
Os primeiros filósofos viveram entre o final do século
Você percebe que essas duas explicações são muito
VII a.C. e meados do século V a.C., em colônias gregas,
diferentes?
principalmente na Ásia Menor. Eles são conhecidos como
Claro que na Pré-história, época em que o fogo foi
filósofos pré-socráticos, porque são anteriores ao filósofo
descoberto, não havia ciência da forma como a entendemos
Sócrates (c. 470-399 a.C.), ou naturalistas, porque se
hoje. Mas, a partir do surgimento da filosofia, a ciência se
dedicaram a investigar a natureza (phýsis, natureza em
desenvolveu com maior velocidade, impulsionada pela razão.
grego). Esses filósofos buscavam explicar os fenômenos
Os cientistas atuais também buscam explicações racionais
naturais, como a chuva, as estações do ano e o ciclo da vida.
para os fenômenos da natureza e da sociedade, como a
As explicações filosóficas eram diferentes das narrativas
ocorrência de tsunamis, as estiagens ou as crises
míticas. Os filósofos não tentavam encontrar nos deuses as
econômicas. É por isso que alguns estudiosos acreditam que
respostas para as dúvidas ou para as perguntas que faziam a
o pensamento científico teve início com os filósofos da
respeito do mundo. Eles não diziam simplesmente "Isso é
natureza na Grécia antiga.
assim porque tal deus quer". Em vez disso, buscavam na
própria natureza as explicações para os fenômenos naturais.
Para ler e refletir
Assim, esses filósofos estudavam a natureza para
encontrar os princípios mais gerais de sua organização. Quer  Ulisses
dizer, para eles, existiam regras naturais, independentes da
Autor: Fernando Pessoa. Livro: Mensagem. Ano: 1934.
vontade dos homens e dos desejos dos deuses, e o ser
humano era capaz de investigá-las.
O poema trata do mito de Odisseu (em latim, Ulisses),
Para os pré-socráticos ou naturalistas, apesar de essas
o herói da Odisseia, livro atribuído ao poeta grego Homero.
regras serem independentes da vontade humana, o homem
Os poetas gregos narravam várias histórias míticas em
conseguiria compreendê-las. E como o ser humano poderia
versos que eram cantados pelos rapsodos (cantores da
investigá-las e entendê-las? Por meio da razão. Para eles, o
Grécia antiga). Por meio dos versos musicados, o mito era
ser humano só poderia compreender a essência da natureza
transmitido para um público maior ao longo de várias
e entender as suas leis se a observasse racionalmente e
gerações.
refletisse sobre ela.
Assim, para os naturalistas, as reflexões e observações
"O mito é o nada que é tudo.
racionais levariam a um conhecimento mais próximo da
O mesmo sol que abre os céus
verdade, isto é, com base nessas explicações, os homens
É um mito brilhante e mudo –
poderiam enxergar melhor a realidade.
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

CONHEÇA UM POUCO MAIS Este, que aqui aportou,


Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
A phýsis grega Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.
A expressão phýsis tem origem grega e foi traduzida
como "natureza". Ela era entendida como uma força
Assim a lenda se escorre
criadora, responsável pelo nascimento e o desenvolvimento
A entrar na realidade,
de todos os seres. A expressão phýsis também indicava a
E a fecundá-la decorre.
disposição natural de todo ser em desenvolver plenamente
Em baixo, a vida, metade
suas características.
De nada, morre."

PESSOA, Fernando. Mensagem. Introdução, notas explicativas e


bibliográficas de Carlos Felipe Moisés. São Paulo: Difel, 1986. p. 13.
Fique atento! mesmo princípio). Tales de Mileto foi o primeiro filósofo
naturalista da história da filosofia.
Fernando Pessoa "brinca" com a aparente contradição
entre a realidade e a fantasia do mito. Para alguns, o mito é
apenas uma fantasia, uma criação da imaginação. Mas, para
as comunidades organizadas pelas narrativas míticas, ele é a
narração de acontecimentos reais. Para essas pessoas, o
mito é a narração de um fato verídico. Por isso, o poema é
iniciado com o seguinte verso: "O mito é o nada que é tudo".

1.3 A descoberta da natureza


Pode-se dizer que a partir dos pré-socráticos a natureza
começou a ser entendida de maneira diferente. Como se ela
tivesse sido descoberta. Isto é, esses filósofos perceberam
que a natureza tem uma existência própria, independente
dos deuses e dos homens. A natureza tem as suas regras e
leis, que podem ser compreendidas e estudadas pelo ser DREAMWORKS/EVERETT COLLECTION/GRUPO KEYSTONE
humano.
Além disso, houve outra mudança importante. Antes Cena do filme A fuga das galinhas, do diretor Peter Lord, 2000. Os
personagens desse filme foram feitos com massinha de modelar.
dos filósofos naturalistas, o universo era compreendido como
Nesse caso, a massinha é capaz de assumir várias formas. Ela é o
algo em parte natural e em parte sobrenatural e mágico. Nas princípio comum de tudo que é mostrado nesse filme.
narrativas míticas, poderes invisíveis estavam presentes em
todas as partes. No pensamento filosófico e científico, o
sobrenatural desaparece, tudo o que nos cerca passa a ser 2. O que é religião
natural e pode ser investigado racionalmente.
"A ciência tem início quando se compreende que o
universo é um todo natural, com comportamentos imutáveis
Texto 1: Religião de costume ou religião de escolha?
e próprios - comportamentos que podem ser determinados
pela razão humana, mas que estão além do controle da ação
humana. Chegar a esse ponto de vista foi uma grande
conquista." Observa-se, hoje, uma grande valorização das diferentes
CORNFORD, F. M. Antes e depois de Sócrates. Tradução de Valter Lellis culturas e formas de manifestação do humano. Vêm se
Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 9.
ampliando, também, o reconhecimento e o respeito pelas
diferentes religiões e suas maneiras de vivenciarem e de se
relacionarem com o Supremo e o Transcendente. Esse
1.4 Investigando a origem da natureza
reconhecimento e valorização da diversidade religiosa têm
possibilitado um questionamento maior em relação à
liberdade religiosa e à consequente escolha.

Cristianismo Judaísmo Hinduísmo Islamismo Budismo

BONDADE

Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,


ou por sua origem, ou sua religião.

Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas


aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor
SCOTT HAILSTONE/GETTY IMAGES chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu
oposto.
Alpinista escalando rochedo na ilha de Kalymnos, Grécia, 2012. Do alto de
um rochedo, podemos observar melhor os diferentes elementos que
compõem nosso planeta: a água, o ar, a terra e as rochas. Esses A bondade humana é uma chama que pode ser oculta,
elementos foram muito importantes para o pensamento dos filósofos pré- jamais extinta.
socráticos.

Como foi visto na etapa anterior, os primeiros filósofos


Segundo a Constituição Brasileira, cada indivíduo tem
investigaram a natureza (phýsis). Para eles, todas as coisas
e todos os seres tinham um princípio ou uma origem direito à livre escolha de sua religião. Como é entendido, o
comum. Em grego, princípio (ou origem) recebe o nome respeito pela denominação religiosa e o poder religioso sobre
de arché. os sujeitos são influências que interferem na liberdade
Para que a ideia da arché fique mais clara, vamos religiosa de cada um. Esta liberdade se vê vinculada a uma
utilizar um exemplo. Quando você era menor, já deve ter série de preceitos e doutrinas. Muitos desses sujeitos ainda
brincado de massinha. Imagine que todas as coisas no não sabem como lidar com isso.
mundo sejam formadas de massinha. E que a própria
Estudos atuais sobre os fenômenos religiosos têm
massinha tenha a propriedade de modelar as casas, os
fortalecido o conhecimento e o reconhecimento das
carros, os animais, os seres humanos, as árvores, a caneta,
diferentes religiões. Esses estudos têm apresentado uma
o caderno, enfim, tudo. Nesse caso, a massinha é a origem
reflexão mais clara e de muito respeito para com a
de tudo e está presente em todas as coisas. Quando as
identidade religiosa de cada sujeito. O surgimento de novas
coisas e os seres perdem o formato que possuíam (de
religiões, o pluralismo religioso, a presença pública das
árvore, caneta, animal etc.) e deixam de existir, eles voltam
religiões na sociedade vêm contribuindo para o livre arbítrio,
a ser apenas massinha. A massinha, então, é o elemento
compreendendo melhor até mesmo os que se dizem sem
presente no surgimento, no desenvolvimento e no fim de
religião.
todas as coisas.
No exemplo, a massinha seria o princípio (arché) de
tudo. Os primeiros filósofos se perguntavam, então: qual é a 2.1 Entre a herança e a liberdade
origem da natureza? Qual é sua arché? A arché explicaria
tanto as diferenças entre os seres e as coisas da natureza Sabe-se que, apesar de predominar a religião de
(por causa das variadas formas assumidas por esse princípio costume, no Brasil, existem religiões que primam pelo ato
comum) quanto a sua unidade (porque tudo carrega o da escolha. Encontram-se, sobretudo, hoje, denominações
religiosas que criam seus filhos em meio a uma liberdade religião. Ao longo do Paleolítico - período que se iniciou há
muito tranquila, possibilitando uma escolha e opção dois milhões de anos e terminou há dez mil anos - o homem
desejada. pré-histórico elaborou formas de lidar com o desconhecido
que revelam que ele acreditava num mundo sobrenatural e
Conforme Reginaldo Prandi a religião que se professa em poderes mágicos. Há pelo menos duas evidências sobre
hoje já não é aquela na qual se nasce, mas a que se isso:
escolhe. A religião que alguém elege para si, hoje, escolhida ─ A primeira são os desenhos que os primeiros humanos
de uma plural idade em permanente expansão, também não faziam nas cavernas, que era uma forma de lidar com o
é necessariamente mais a que seguirá amanhã. desconhecido.
─ A outra evidência é o sepultamento dos mortos, mais
Segundo o padre José Ivo Follmann, estudioso em uma indicação de que a crença na existência de um mundo
Ciências das Religiões, existem quatro tipos de religião: transcendental surgiu com o próprio ser humano.
1) religião de herança vivida como um costume ou O homem de Neanderthal, há cem mil anos, também
tradição; manifestava preocupação com o que haveria além da morte.
2) religião de herança, mas assumida em seu conteúdo Quando sepultavam alguém, os neandertaloides punham
fundamental através de formação, escolha e consciência; junto objetos que o morto pudesse precisar na outra vida.
3) religião de herança, mas onde o sujeito vive numa Há também algumas pinturas em pedra que expressam a
atitude de abertura e busca, experimentando outras preocupação do homem pré-histórico com o além.
religiões ou mesmo escolhendo, por opção, outra;
4) sem religião de herança, podendo escolher, ou não, a
sua religião na fase adulta.

Muitas religiões colocam as pessoas numa espécie de


"horizonte fechado" desde o nascimento, não possibilitando
alternativas. O indivíduo é marcado pela religião de seus
pais e deve carregá-la consigo até o fim da vida e passá-la
adiante. Não fazendo isto, sente-se culpado e considerado
infiel, pois não segue os costumes. A religião de costume
tende a se esvaziar no seu conteúdo e, sem um bom
trabalho de formação, acaba limitando a consciência
religiosa.

2.2 A função do Ensino Religioso


O pastoreio, a agricultura e as religiões

Há casos em que a identidade religiosa é cultivada


autenticamente desde o nascimento. Em algumas religiões
de matrizes africanas, os conhecimentos religiosos são
passados de pai para filho, ou seja, na gestação a criança já As condições de vida no Neolítico, há 10 mil anos, fazem
vai sendo preparada nas futuras obrigações e surgir dois tipos de religião:
responsabilidades religiosas. Na religião Católica, também, O primeiro é a religião dos povos pastores, que de um
os pais procuram batizar seus filhos logo ao nascer. Como modo geral, acreditavam na existência de deuses celestes.
bons religiosos, até a idade adulta são conduzidos a seguir
Lá do céu os deuses-astros acompanhavam a procura e a
os exemplos dos pais e mães. São encaminhados sob
orientações e costumes religiosos gerais como: ser localização dos pastos férteis para os animais. Escutar e
batizado, fazer primeira comunhão, receber a crisma, entre interpretar os sinais do céu era vital para esses povos. Os
outros sacramentos. sinais divinos, que passaram a ser anotados, iam se
Observando as leis e critérios em que cada religião se
transformando num texto. Daí a importância da palavra,
fundamenta, vemos claramente que os sujeitos, na grande
maioria, nascem num berço já determinado com uma opção característica das religiões de origem pastoril.
religiosa ou por algum costume religioso. Muitos dão O segundo tipo de religião é a dos povos agrícolas. Eles
continuidade, mas outros, ao chegarem à idade adulta, acreditavam que os deuses eram a própria natureza e que os
preferem o ato da escolha de sua opção pessoal. Embora ciclos das estações e a fertilidade da terra eram
haja grande respeito pela tradição religiosa dos pais, muitos
manifestações divinas. A dependência dos fenômenos
jovens e adultos deixam para trás essa herança, buscando
outros costumes religiosos. naturais fez com que valorizassem e transmitissem cada
O Ensino Religioso nas escolas é convocado, por lei, a aprendizado sobre os desígnios da natureza. Por conta disso,
exercer um papel importante em todo o Brasil. Hoje já há a tradição se transformou no valor fundamental das religiões
explícita mudança na maneira de ver o Ensino Religioso não
desses povos.
mais restrito a uma determinada orientação religiosa, mas
observa-se um grande esforço em apresentar e estudar a
diversidade religiosa nas escolas. Este fato, sem dúvida, Autor desconhecido
estará contribuindo com a livre escolha e o respeito por
todos os costumes religiosos.
Dessa maneira vemos a grande importância do diálogo 3. A importância da família na formação religiosa
com o diferente. O diálogo inter- religioso é uma prática
fundamental na vida de todos os sujeitos. O conhecimento
sobre as diversas religiões e o diálogo ajuda a fortalecer a
identidade religiosa, além de possibilitar grande estímulo Texto 1: A importância da famíli
para a religião de escolha. Aqueles que vivem a sua religião
só por costume ou tradição acabam não tendo coragem de
dialogar sobre a mesma, perdendo a oportunidade de Para os cristãos, e também para muitos adeptos de
conhecer e aprender a respeitar a dos outros. outras religiões, como muçulmanos, judeus
e hindus, a família representa uma das
Adevanir Aparecida Pinheiro, coordenadora dos projetos no uniões mais vitais. É da família bem
Programa Gestando O Diálogo Inter- Religioso e o estruturada e amorosa que provém a força
Ecumenismo, da Unisinos em São Leopoldo, RS. Mundo necessária para que o indivíduo se faça
Jovem. Junho/2006. pessoa de bem, segura e consciente de seus
direitos e deveres na sociedade.
3.1 Como surgiram as religiões No último século, porém, diversas
críticas foram feitas à família. Muitos
Texto 1: Como surgiram as religiões consideram-na uma instituição autoritária e
repressora do indivíduo. Alega-se que a
família quer exercer controle sobre a
pessoa, impedindo-a de realizar-se livremente e ser feliz.
Não se conhece uma época ou civilização que não tenha
Há dois fatores a serem analisados nesta questão. Por
um lado, essa felicidade que as pessoas do mundo atual
querem é muitas vezes um prazer egoísta. É fazer o que se
quer sem ter de dar satisfações a ninguém. A vida em
família envolve preocupação com o outro, responsabilidade,
cuidado e também por vezes ceder aos próprios desejos em
prol da convivência familiar e da boa harmonia entre todos.
O homem e a mulher contemporâneos não aceitam bem
isso, porque a sociedade de consumo prega uma ideia de
prazer absoluto, sem compromisso nem preocupação com
ninguém.
Por outro lado, é verdade que a família às vezes é
autoritária e não respeita as opiniões, os gostos e as
vocações dos indivíduos. Houve época (e ainda há religiões
em que isso acontece) em que os pais escolhiam com quem
os filhos iriam casar-se ou que profissão deveriam seguir.
A melhor proposta é aprendermos a viver numa família
democrática, na qual todos possam expressar-se livremente
e ainda assim ser amados e respeitados. Mas, sobretudo,
que todos se preocupem com todos, que haja união e
alegria de estarem juntos e que a família possa ser o refúgio
e o aconchego para o homem, a mulher, a criança, o idoso e
o jovem.
É preciso revalorizar a família. Muito da insegurança, da
depressão e da solidão que vemos no homem e na mulher
contemporâneos vêm do esfacelamento dos laços familiares.
Existem os lares desfeitos e as pessoas que moram
sozinhas, mas, ainda que a família more junto, existem
casos em que fica cada um num canto, ninguém sabe do
outro. Muitas vezes pai, mãe, filhos e avós mal se veem e
malconversam entre si. A desculpa é que a vida é corrida,
que há muito trabalho e é preciso cuidar da sobrevivência.
Mas de que adianta sobreviver sem amor? Trabalhar para
usufruir sozinho? Ganhar dinheiro, viajar, consumir sem ter
alguém para compartilhar?

Autor Desconhecido

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