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A EVO COLOCIA

fTl oda e qualquer praduçâ* humana - urna cadeira, uma religião um computador,
Por trás dequalquer I uma obra de arte, uma teoria científica -. tem por trás de sÍ a contribuiçâo de
produção material I inúmeros seres humanos, que, num ternpo antàrior ao presente, fizeram inda-
ou espirituaf existe
gaçÕes, realiz-aram descobertas, inventaram técnicas e desenvolveram ideias, isto e, por
história"
trás de qualquer produção material ou espiritual, existe história.

PsrcorosrA TA

Compreander i'i.1 I o nosso mundo significa recuperar


sua história. O passado e o futuro como base constitutiva e
corrrc) proieto. Por pessoal e nos tornamos pouco
compreensíveis se não perspctiva de futura para entender
quem sornos e por que somos de determinada f*nna.
Essa história pode ser mais ou menos longa para os diferentes âspectos da produção
humana. No caso da Psicologia, como ciência, a história tem por volta de 130 anos ape-
nâ§, se considerarmos o ano de 1879 em que §filhen^r Wundt (1832-1920) instaloü o
Laboratório de Psicologia Experimental, em Lcipag,Àlemanha.
Mas queremos reconhecer aqui que n*da $uge por mágica ou genialidade, pois tudo
e fruto de um processo histórica. Na história da Psicologia, duâs vertentes de história
sâo importantes. Uma vertente é quando retqrmamos a história grega, em um período
anterior à era cristã; a outra é quando retomamos o desenvolvimento da modernidade
que é, efetivamente, a responúvel pelo surgimento da Psicologia corno ciência. Por anü-
guidade, vamos primeiro aos gregos.

0 nnuruDo psrcolÕçrco ENTRE os cREGo§


Não havia Psicologia na Grécia,4.ntiga §la eo vai efetivamente surgir ccm \üfundt, na
Âlemanha do final do seculo XIK Àssim, estamcs apenâs reconhecendo com essa volta
âos gregos que â preocupaçâo cüfir a alma e a rarão humanas já existia entre os gregos
antes da era crista.
A €voLUÇÂo oa crÊxcr* rslccrócrcn ] trl

Á história do pensamento humano tem um rnomento áureo na Antiguidade, entre


os gregos, par[icularrnente no período de 7ffi a.C. até a dominação romanâ, às vesperas
da era cristã.
Os gregcs íorarn o pÕvo mais evoluído nessa epoca. Uma produção minimâmen-
te planeiada e b,em-sucedida perrnitiu a construção das primeiras cidades-Estados
{pólis). Â manutenção dessas cidades implicava a necessidade de mais riquezas, as
quais alirnentâvãm também c poderio dos cidadãos (membros da classe dorninante Partenolr
na Grécia ,&ntiga). ,{ssim, iniciaram a conquista de novos territórios (Mediterrâ-
nea, Ásia Menor, chegando quâse ate a China), que gerarâm riquezas na forrna de
escrâvús para trabalhar nas cidades e na forma de tributos pagos petros territórios
conquistados.
As riquezas geraram crescimento, e esse crescimento exrgia soluçoes práticas pâra a
arquitetura, para a agricultura e para a organização social. Isso explica os avanços na Física,
na Geometria, na teoria politica (inclusive com a criaçáo do conceito de democracia).
Tais avanços permitiram que o cidadão se ocupâsse das coisas do espírito corno â
Filosofia e a arte. Alguns homens, como Platão e Àristóteles, dedicaram-§e â comPre-
ender esse espíritc empreendedor do conquistador grego, ou seia, a FÍlosofia começou a
especular em torno do homem e da sua inrerioridade.
Éentre os filósofos gregCIs que surge a primeira tentativa de sistematizar um pen-
sarnento scbre o espÍrito humano, ou seja, a hurnana- O próprio terrno
psicolosiâ vem do grega psyché, que que signi{ica razãc. P*kolocia
Termogue deeigna o
 alma ou espírita era concebida como a parte imaterial do ser hurnano e abarcaria estudcdaakna- lloje,
o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensaçác não secoacebe rnais
eapercepção. * .
omundopsQuko
comosir&rirnade
Os filósofos pre-socráticas.(assim chamados por ant«ederem a filórcfo grego Sa- drna,e simsob,reos
crates) preocupâvam-se em definir a relação do homem com o mundo por meio da rqistror§mbdkos
percepçãc. Discutiam se o mundo existe por+re o homem o vê ou se o homern vê um eernockxado:qre
vamol cgtstruindo
mundo que iá existe. Havia uma oposição entre os idealistas {para os guais a ideia forma a partir de nossas
o mundo) e os materialistas (para cs quais a matéria que forma o mu*do já é dada para vivências no murudc
a percepçáo). material esocial

Mas é com Sócrates Wg-3Wa"C-i que as ideias mbre o mundo pskológicoganha-


rarn certa consistência. Sua princrp*l o lirnite qüe sepânt o ser
humano dos animais" Dessa forma, posfulavaquea característica hurnana era
a razão. A raráo permitia âo ser hurnano sobrepor-se am instintos, que seriam a base
da irracionalidade. Ào definir a razão como peculiaridade hurnana ou como essencia
humana, Sócrates abre urn caminho pâra â teorizaçãasobre a consciência, naquele rn*-
ment*, n0 campc da Filoso§a.
O passo seguinte loi dado pelo filósofo Platáo (422-YZ aCJ, discipulo de Sócrate§,
que procurou definir um "lugar" para a razão em nosso próprio corpo. Definiu esse lugar
como sendo a cabeça, onde se encontra a alma humana- rt medula seria, portanto o ele-
mento de ligação da alma corn o corpo. Esse elemento de ügação era necessário porque
Platáo concebia a alma separada do corpo- Quando alguern rnCIrria, a matéria {o corpo)
desaparecla, mas â alma ficsva livre para ocupar autro corpo-
Âristoteles {354-322 a"C.}, tarnbérn discÍpulo de Platão, foi urn dos mais impnrtantes
pensadores da história da Filosofia. Sua contribuição foi lnovadora ao postular que alma
e corpo nãc podem ser diswiados. Para Âristóteles, apsyché seria o princípío ativo da
vida' Tudo aquila que cresce, §e reproduz e se alimenta possui a suapsy{héou
alma. Des-
sa forma, os vegetais, os anirnais e o ser humano teriam alma.
Os u"g*t*i, teriam a alma
YegetatiYa, que §e define pela função de alimentação e reproduçaolOs
animais teriarn
essa alma e a alma sensitivâ, que tern a função de percepçãc
e rnovimento. E o ser huma-
no teria os dois nÍveis anteriores e a alma racional, que tem a Íunção pensante.
Esse fitgmfo chegou a estudar as diferenças entre a razão,
a percepçào e as sensaçÕes.
slstlmatizado no De Anima,que pode ser consideiado o primeiro
IY Tt *estiá-
tado das jdeias psicológicas.
tra-

Portanto, 2300 anos antes do advento da Psicologia científica,


os gregos já haviam
farmulado duas "teorias": a platônicâ, postulava aimortaiidade
eüe da aimã e á concebia
separada dc corpa e a aristotéliça, que afirmava a mortalidade
da alma e sua ,elação de
pertencimento ao corpo.

O nlturuos pstcoLóçrco
§ü IMPÉRto fiCIM*No E NA lp*DE Msprn
Íl

. {l \

.dffi.
rdf

Mapa do lmpério
Romano na ldade
Média.

Ás vésperas da era cristã, surge um novo impório que iria


dorninar a Grécia, parte
da Europa e do Oriente Médio: o Imperio Rornano. Uma
das principais caracterÍsticas
desse período é o aparecimento e o desenvolvimentr:
do cristianismo - uma força reli-
giosa que pa§sâ a força politica dominante. Mesmo com
as invasÕes bárbaras, po, uolt"
À e voruçÀo oa crÉr.;crn esrcorócrcn j ls

de 40Ü d.C., que levarn à desorganizaçáo economica e ao esfacelamento


dos territórios
româncs, o cristianismo sobreviveu e até se fortaleceu, tornando-se a religião
principal
da ldacle Média, período que então se inicia.
Âs ideias sobre o mund* psicológico, nesse período, estao relacionaclas cle perto
ao
conhecimento religiaso, já que, ao lado do poder econômico e poiítico, a Igreia Católica
também monopolizava o saber.
Nesse sentido, dois grandes filósofos representam esse perÍodo: Santo Agostinhcr
(354-43ü) e Sao T'on'rás de Aquino
{LZZS-1224}.
Santo Agostinho, inspírada em Platàc, também fâzia uma cisáei entre alma
e corpo.
EntretanÊo, para ele, a alma nãc era sornente a sede da razão, ryus a prova
de uma ma-
nifestação divina no heimem. A alma era imortal por ser o eiemento que liga
o homem
a Deus. E, sendo a aima tambem a sede do pensamento, a Igrqa
passa â ú p.*u.rpn. lio Ii:rr15 is fi11i-11y1i;

tambem com suâ compreensào.


São Tbmás de .&quinci viveu ern
um periodo que prenurlciava a ruptura da igreja Católj-
ca, oâparecimento do prctestantisrno * uma época que prepârava a transição para
o capita-
lismo, ccm a revolução francesa e a revoluSo industiial na ingtaterra" Essa
crise econômica
e social levou a* questianamento da Ig§a e dos conhecimenios
produzidos por ela. Dessa
forma, foi preciso encontrar novas justificativas para a relação entre
l)eus e o homem.
São Tornás de Aquino foi buscar em Àristóteles a distinção entre essência
e exis-
tência' ,{ssim como o filósofo grego, ele cor-rsiderâ que o ser humano,
em sua essência,
busca a perfeição por rneio de sua existência. Porem, introduzindo pontCI
o de vista
religioso, ao contrário de Àristóte]es, aíirma que son'lente Deus seria capaz
de reunir a
essência e a existência, em termos de igualdade. Portanto, a busca
de peÀiçao pelo ho,
mem seria a busca de Deus. Estavam lançados os ârgumentos racioÀais para justificar
os dogmas da lgreia.

o.ruruNDo psrcüLoçrco No Rrn**sctmsNTo


Pouco mais de 200 anos após a morte de Sáo Tomás de Aquinà, tem início
uma época
de transf<rrmações radicais no mundo europeu. É o Renascimento ou Renascença o
mercantilismo leva à descoberta de novas terras (a Âmérica, o caminho para
âs indias,
a rota do Pacífico), e isso propicia a acurnulação de riquezas p*la, ,r*çoes
em forma-
ção, como França,ltáfia, Espanha, ing]aterra. Na transição para o capitalismo, comeÇa a
emergir uma novâ íorma de organizaçáo econômica e social. Dá-sá, também,
um pro-
cessa de valorização do homem. ,t
Âs transformaçfies clcorrem em tod*s os setores da prottução humana. por volta
de
1300, Darrte escreve a llivina camédía; entre 1 475 e 147 8,l.eonardo
da Vínci pinta o qua-
órt> Arcunciefia; em 1484, Boticelli pinta o Nascímento'de Vênwern
1501, Michelangelo
esculpe ç Davi;e' em 1513, Maquiavel escreve A Príncipe* obra clássica da polÍtica.
As ciências tambérn conhecem um grande avanÇo. Em 1543, Copêrnicc causa
uma
revalução no conhecimentc humano mostranclo que o nossü planeta nãa é
o centro do
universo. Em i610, Galileu estuda a queda das corpos, realizándo as primeiras
experi-
ências da Física modema. Esse avanço na produçáo de conhecirnentos
propicia o inÍcio
da sistematização do conhecirnento cien*fico começam a se estabelecer
-
regrâs básicas para a construção do conhecimento científico.
méterdos e
36 jeslcor-ocrns

Nesse periodo, René Descartes (1596-1659), um das filósoíos


que mâis contribuiu
pâra o avânÇo da ciência, postula â §epafâÇâG entre mente
ialrna, espírito) e Çorpo, afir-
fflando que o §er humâno possui uma substância material
e uma suÀstância pensante, e
que GcorpCI, desprovid<l.da espiritc, é apenas uínâ máquinâ.
Esse dualismo mente-corpo
torna possível o estudo do corpo hurnano morto, o que erâ
impensâvel nos séculos ante-
rÍores (o corpo era ccnsiderado sagrado perâ igr$a, por
ra. * cede da arrna). Dessa forma,
possibilita o avanço da Ânatcmia e da risiolágia, que iria
contribuir em nluito para o

,l
A oRI6EM un PslçsL06rA c[NTírr{A

A imagem rerau ü
modode produção
fe*dat"Warkingin the
felds, em Sreviarum
ürirrtant-

No XIX, destacâ-se o papel da ciência


e seu avãnço torna-se necesyário.O crescimento
da nnva ardern econômica o capitalismo * traz
-
csn§lgÕ ô processa de industrialização, para o qual
. :a ciância deveria dar respostas e soluçÕes práti_
çâs no câmpo da tecnica. Há, então, um impulso
m*ita,grande pâra o desenvolvimento da ciência,
colno urn sustentáculo da nova ordem econôm!
:ca e sqcial, e dos problemas colocados por ela.

, '. Pqra sma melhor ccmpreensão, retomemos al-


gUmas características das iociedades feuclal e capt-
talista emergente sendo esta responsável por mu-
danças que marcariam a história da humanidade.
sociedade feudal, com modo de produçáo
.Nl
vof§dc para a subsistência, a terra era a princi-
'pai fonte de produção. Â relaçáo entre o senhor
e o servo era típica de uma economia fechada, na
qual urna hierarqr.ria rígida estava estabelecida,
náa havenda mobilidadã social. Era uma socieda_
de estável, em que predcminava uma visâo de um
unlv€rso estático - um mundo natural organiza_
do e hierárquico, no qual a verdade era sempre
decorrente de revelaçÕes. Nesse mundo viyia um
homem cujo lugar social era definido a partir do
36 lpsrcor-ocres

Nesse periodo, René Descartes (i596-1659), um dos íilósoÍirs


que mais contribuiu
pãra o âvânÇü da ciência, postula a separaçâa entre mente
{alma, espirito) e Çorpo, afir-
mando que o ser humano possui urna substfurcia rnaterial
e urna substância pensante, e
mente-corpo
séculos ante-
Dessa forma,
muito pffa o

seja, como conhecimento


clara no mundo empirico,
a crença na ci-
para problemas da
isto é, a certezs de que em
individuais,
pessoal ou na
A rmagenr retratâ 0
vlvenclas-
modo de produção
feudai.Workingin the
f;elds, em Ereviarum
Çrimani.

:.i:destaca-se o papel da ciência


torna-se necessário- O crescimento
-ocapitalismo*traz
industrialização, para o qual
respostas e soluçÕes práti-
da tecnica. Há, então, um impulso
o desenvolvimento da ciência,
da nova ordem econômi-
colocados por elâ.
t '?l cornpreensão, retomemos al-
sociedades feudal e capi-
esta responsável por mu-
história da humanidade.
com modo deproduçáo
a terra era a princi-
 relação entre o senhor
uma econornia fechada, na
rígida estâvâ estabelecida,
social. Era uma socidâ-
umavisão de um
- um mundo natural organiza-
no qual a verdade era semPre
Nesse mundo vivia um
social era definido a pârtir do
A rvoruçÃo oa crÉwCra asrcoiócrce I 37

nâscimento. Â razãoestavâ subrnetida à fé como gaffintia de centralizaçào do poder. Â


aut*ridade era o criterio de verdade. Esse mundo fechado e esse universo finito refleliam
e justificavarn a hier*rquia social inquestionáveldo feudo.
O capitalismo pôs esse mundo em mcvirnento, com a necessidade de abastecer mer-
cadas e produzir cada vez mals. Buscriu novâs matérias-primas na Natureza; criou ne-
cessidades; contratou o trabalho de m*itos que, por suâ vez, tornavam-se consurnidnres
das mercadorias produzidas; questicnou as hierarquias para derrubar a nobreza e o clero
de seus lugares há tantos séculos estabilizados.
O universo tarnbém foi posto em movimento. O Sr:l tornou-se o centr<> do universo,
que passou a ser visto sem hierarquizaçÕes. O ser humano, por sua vez, deixclu de ser
o centro do univers* {antropacentrisrno}, passando â ser concebido cornti um ser livre,
capâz de c+nstruir seu futuro. () servc,liberto de seu vínculo com a terra, pôde escolher
seu trabalho e seu lugar social. Conr isso, o capitalismo tornou todi:s os homens consu-
midores ern potencial das mercadorias produzidas.
O conhecimento tornou-se independente da fê. Os dogmas da lgreja f'oram queslio-
nados. O mundo se moveu. Â racionalidadehumanâ apareceu, então, con:o a grande
possibilidade de construçáo do conhecimento.
 burguesiâ, que disputava o poder e surgia como
nova classe sociale econômica, defendia a emancipa-
ção do ser humano pâra emancipar-se também. Era
preciso superar a ideia de universo estável parâ po-
der transformá-lcl. Era preciso questicnar a Natureza
conlo algo dado para viabilizar â sua exploração em
busca de rnaterias-primas.
Estavam dadas as condiçÕes rnateriais para o de-
senvalvimenta da ciência moderna. As ideias domi-
nantes ferrnentaram essa construção: o conheciu:en-
to como fruto da razão; a pos.sibilidade de desvendar a
Natureza e suas Ieis peia observaçâo rigorosa e obieti-
va. À.busca de um mét<;do rigoroso, que possibilitasse
a observação pârâ a descoberta dessas leis, apontava a
necessidade cle os homens construírem novâs formas
de produzir conhecirnento - que náo era
belecido pelos dogmas religiosos e/ou pela
eclesial. Sentiu-se necessidade da ciência. Dominara natuíeza,
Nesse período, surgem homens como Hegel, da Histó- consrnrir tábricas o
ria para a conlpreensão do ser humano, e í*:út1] capitalismo moveu o

sua tese evolucionista. ,4. ciência avança ta*to que §e para a visáo de mundo para produzir
mercadorias e
inundo. Â partir dessa epoca, a noção de verdade a contar com
necessidades.
o avalda ciência. Â própria Filosofia adapta-se aos c$lTt o surgimento dcr
Positivismo de Âugusto Comte, que pcsfulava a r§or científíco na
construção dos conhecirnentos nas ciências propunhao metodo
da ciência natural, a Fisica, ccmo modelo de
Em rneados do sécuiq: XlX, os prablemas e até então estudados
exclusivamente pelos filasofos, passam a ser pela Fisiologia e pela
Neurofisiologia em particular. Os avanços que essa área levararn à
formulaçãa de teorias sobre ç sistema ÍIervüso central, demonstrando que o pensamen-
to, as percepçoes e o.s sentimentas humanos eram produtos desse sistema.
38 lpsrcorocrns

à É preciso lembrar que esse rnundo capitalista trouxe consigo a máquina. Áh! má-
; winat Que criaçâo fântástica!E foi tao íântástica que passou
a determinar a Íbrma de ver
mundl como uma máquinr; o *unào io** um relógio.
3
:::d:'-!a ser pensâd11mo uma máquina,
Ê passou Todo o universo
isto é, podemos cernhecer o seu funciona-
$ mento' a sua regularidade, o que ncls plssibilita
- cÍe pensar atingiu também ai ciências
o ccrnhecirnento de suas leis. Essa forma
humanas. ru.n o psiquismo humano
passa a ser necessário compreender
os rnecanismos e *"onh*cer
funcionam*nto a, maquina de
pensar do ser humano seu cerebrc.
- Âssim, a Psiceilogia comeÇâ a trilhar os
- caminhos
da Fisiologia, da Neuroanatomia e da
Neurofisiologia.
Âlgurnas descobertas são extrema*.nt relevantes
pâra a psicologia. por exemplo, por
volta de 1846' a Neurologia de.Tcbre que
a dcença *.nLi é fruto da açâo
direta ou indireta
de diversos fatores sohre as células cerebrais.
A rreurnfisiologia procura
clecifrar a máqr:rna de  Neuroanatomia descobre que a atividade
pensar do ser hunurro.
motora nem sempre está Iigada à consci-
ência' por não estar necessariamente na
dependência dos.*.,t o, cerebrais superiores.
Por exempl*, quando arguem encclstâ
a mao em ,*u .úpu iuente, primeiro afasta_a
chapa para depois perceber que se queimou. da
Esse fenô**no chama-se reflexo, e
Io que chega à medula espirihal, anies o estírnu-
de chegar aos centros cerebrais superiores,
uma ordem para â t'esposta, que é aíâstara recebe
mão.
o caminho natural que cls fisiologistas da epoca seguiam, quando
passâvam â se inte-
ressar pelo fenômeno psicológico enquantu
*rtud*.iãniin.", a psicofisica. Estuda-
va-rn' pôr exemplo, a fisiologia do
comc fenômeno da Fisica, e a percepÇão,
olho e a percepção das ,rr. "raÂs cores eram esfudadas
como'ferô;;;;à; psicorcgia.
Porvolta de 186{J,temos a formulação de uma
importante lei no campo da psicofísica.
É a L-ei de Fechner-webel; que estabele..l
entre estimulo e sensação, permitindo
â §ua rnensuração. segundo Fechner rytar*o
e weber,'a air*r*rrç, q* sentimos ao âumentar
intensidade de iluminaçãc de uma lânpada â
de 100 para 110 watts será a rnesma senti-
da quando aumentâmos a intensidade àe
iluminaçãá d" tOm para 1 1ü) watts, isto
percepção aumenta em progressão aritmética, é, a
ençanto o estímulo varia em
geométrica. [Ç*a*
Essa Iei teve muita importância na histôria da Psicologia porque
instaurou a possibilida-
de de medida do fenômeno psicológico, que
o até então era considerado impossível.
Dessa
formâ, os fenômenos psicológicos vào
adquirindo status de científicos, por-
que, pffa a concepção de ciência da
época, o que não era mensurável não
era passível de estudo científico.
Outra contribuição muito impor_
tante nesses primórdios da psicolo-
gia científica é a de Wilhelm Wundt
(iS32- 1926). Wundt cria na Univer_
sidade de Leipzig, na Álemanha, o
primeiro laboratóric para realizar
experimentos na área de psicofisio_
logia" Por esse fato e por suâ extensa
produção teórica na área, ele é con_
Na Universidade de Leipz(
{Alemanha! Wundr dremonsrrou que às reaçÕes do corpo siderado o pai da psicologia moder-
correspondenr lenômenos mentais.
ftâ 0u cientifica-
t'

A EvoruÇÃo D^ ctÊNCr pstcoróÇtcÂ


I 39
wundt desenvolve a concepção do paralelicmo
psicofísico, segunda a qual aos fe-
nômecos mentais correspondàm íenômenos organiios. por exemplo,
ffsica' como uma picada àe aguiha na pele uma estimulação
de urã irairriJ..ro, teria uma correspondência
na mente dele' Para explorar â mente
àu consciência do indivíduo, wundt cria
todo que denomina introspeccionicmc. urn mé-
Nesse método,oexperimentadorperguntaao
suieito' especialmente treinado parâ a auto-observaçao,
á, .r*inhos percorridos no seu
interior por smâ estimulação sensorial (a
picada daffi_lpu exemplo).

A rxpEntÊNctA DA su'urnvtn*D§
Nem sempre e nem tçdas os grupos scciais sentern e pensam a suâ existéncia da mesmâ
maneira.
seobservarrnoscom cuidado as construções
do periodo êudal e mesmodo inícioda
Renascimento, verificamos que a vida
privaàa,não ,*rr- rrg* de importância
hoie- os quartos não erarn em espaço que tem
reyrvadl " para chegar a
de-música, atravessava-se aposentos {*.o.*irü*u.
de dormi* Hop.nous"rlorrut*çoes
uma sara
privada {quartos, banheiroi da área sepâram a área
sccial {sala e d";b"i. o;"mânce e o drama
no século xvIII e vão valorizando s'rgem
a experiência pessoar. surgem
as biografias.
Esse movimento está íundamentado
nas necessidades e no desenvolvimento
forrnas de produção capitalista que das
se desenvolvem ocupando o lugar
medievais' os humanos passam a ser das formas
tomados cada và mais como indivíduos,
isolados e livres- o capitarismc impôs
sua forma de pensar cada humano
consumidor e produtor individual, Iivre como
para vender sua força de trabalho. passam
a ser vistos corno sujeitos, ativos,
.*prrà, de escolher a trajetória de sua vida, de
construir uma identidade para si e dã viver,
pensar e sentir sua experiência como
subjetividade individualizada"
Hoje, isso tudo pode nos parecer óbvio,
pois nos sentimos e nos pensamos assim:
somos um só e não nos confundimos
com ninguém. sabemos de nossas vidas
mos rnuit'bern quem somo§: um e sabe,
sujeita únicá- Mas estamos aqui afirmando,
panhados pelos estudos de Figueireá" acom_
subjetivaç*o ÍSW-Íg{N.Sao paJo, Escuta,
{! t!:rr* a*-**r*ç, _ quatro securos dc
Z00Z FIGUEIREDO, L C. M.eSANTI, p
Pstcobgia - urna {Nova} intrcdugio.sao p.aurg: L. R.
rau., zúã1, qu* ,r** sempre foi assim.
E' maís ainda, que hoje emalgum lugar
do pr*""t* não se sentir assim. Á
presença, o sentimento e a ideia de "rg"éí'Ão*
eu é algo da *oaãrria"aE

Âlém das formas capitalistas que incentivaram


e fomentarâm essa forma de ser, há
umaexperiência importante vivida que,
com certeza, forialeceu a criação das
pitalistas. No'{ ...) Renascimento teria forrnas ca-
surgido umâ experiência de perda de referências.
A fatrência do mundo medieval e a abertura
do ocidente ao restante do mundo teriam
lançado o homem europeu , i.l I I 'condição de desarnparo: (FIGUEIREDO,
SÂNTI, P I-. R" Psícolagía amíé (nova) L. C.M.e
- introduçao. Sâo paulo: Educ, Zmg.)
40 | rsrcorocr*s

No tempo medieval a verdade era uma só. A inÍluência da tgreja Católica, na Europa,
era forte e autoritária o suficiente para que os humanos nâo tivessem dúvidas sobre cr
que deveriam pensar e como deveriam agir e sentir. Quem pensou diferente morreu
queimadcl ou enforcado! O Sol girava em torno da Terra, que era o centro do Universo.
Os humanos nasceriln de Adão e Eva. Â hierarquia social também era Íixa: servos, no-
bres e clero. Quem nascia etrl um desses estratos, nele rnorreria. Corpo era inviolável
e
não se pensaya em explorar a nafureza ern busca de recursos materiais.
O eapitalismo colocou esse mundo medieval em movirnento. Questionou, até para
poder se impor como forma dominante de prcdução da vida, a hierarquia social fixa,
incentivando as pessoas a trabalharem e se esforçarem para mudar de lugár social. Estava
garantida a mobilidade social (pelo menos prornetida!). As verdades naã eram somente
as da lg§a Católica; havia agora novos pensamentos religiosos e logo a burguesia in-
ventaria a ciência parg dizer verdades que fragilizâssem a verdade católica. O corpo e a
Dcsacraliados nafureza podiam ser explorados, pois estavam dessa€ralizador. Os órgãos das sentidos
Queperderamo ganhararn destaque comô forma de captar o mundo. Â produção se diversi{icou e mui-
caráter sagrado.
tas coisas comeÇaram a surgir como mercadorias. Ideias, mercadorias, lugares sociais,
verdades-.. tudo se rnultiplicou e o homem passou a ter de escolher. Nesse processo,
a
ideia e a vivência daiubletividade foram se fortalecendo.

"Tbdç * mçuimento de duvidor íraz a eaidência fu que" ao m{nss e*qurrítío uin ser

existent E mesma se mril próprio corpo existe. R euidêrcia prítxeira é a de um 'eu' e ele será
apartir de agora o {*ndammta de tadoo conftecimento."

FIGLiE'IRID0, L' C. l\'1" e SÀNTI,P. L.R. Psicotogia - tutla (nova) introtluçãa- Sào Paulo: Edue .2{X}8. i;
Vocês devem estar reconhecendo, não? Âí estavam as ideias de l)escarres, que pede
ser tomado colno inauguradcr da rnodernidade. "Penso, Ioga existoi' Mas vejam que
in-
teressante, nas ideias de Descartes estão presentes: a valorização da razão (racionalismo
como característica da modernidade); a ideia do ser singular que tem a experiência da
razáo (individuaiismo); e a ideia de que a representaçáo do mundo e algo interno ao in_
divíduo (experiência subjetiva).
T'udo ia bem, mas essa experiência subjetiva entra em crise. O sujeito que cqnhe-
ce pode não conhecer tudo. o que podemos conhecer? o que consigo p"nio, e o que
consigo ser com isso? O destina humano estava agorâ nas rnaos dos púprios hupanos.
Cada um buscando garantir sua verdade não poderia deixar de produzir cçn{iitos. A
prome§sa e a crenÇa da liberdade pârâ pensar o que quiser também não se realizaram
dessa maneira, e os humanos, sócios em um conjunto social, comeÇarem a produzir
ÍLrrmas de pressão e controle para garantir a manutenção e a continuidade da sgciedacle.
Essa situação social faú com que a subjetividade entre em crise.

Âssim, os irumanos passâvam a ter necessidade de construir uma ciência que estu-
dasse e prodtlzisse visibilidade para a experiência subjetiva. Surge assirn a psicoiogia.
A Psicologia e preiduto das dúvidas do homem moderno, esse humano que se valo-
rizou enquanto indivÍduo e que se constituiu como suieito capaz de se responsabilizar
e
escolher seu destino.
A Filosofia que af então ünha algo a dizer sobre essas experiências e a Fisioiogia que
pcdia estudar cientificamente as sensaçoes, fonte da subjetividade humana, ,* .ãún**
como pensamentos para fundar, no Íinal do século xIX, a psicologia.
\,

A tvoruçÂo o,q OÊi.iila rslcorocrcrt I 4l

VorrnruDo n WuNDT
() berçu da Psicologia cienií{lca Íbi a Alernanha do final do seculo XIX. W'undt,
\X,bber e Fecirner trahralharanr juntos na L.lniversidade de Leipzig. Seguiram para a Ale-
tlanha tluitos r:studiosos clessa nova ciência, como o ingies Edward I1. Titchener e o
arnericirlro \X'illiam Jamrs.
Silu sÍr.r/rt.s de ciencia e obtido à iledicla que se "liberta"'da FilosoÍia, que marcou sua
histriliir atc ac1ui, e atrai nüvos estucliersos e pesquisadores, que, sob os nov()s paclreies de
ptrrdlrçltri dt: r ilrrlrt,cirncrrlrl, l)assant a:
. deflnir ser-r objeto de estudo (c comportâmento, a vida psíquica, a consciência);

' delimit-ar sí'u campo de estudo, difbrenciando-o de outras áreas de conhecimento,


con-x) a Fikrsr:Íia e a Fisiologia;

" tirrmular n-ietoclos cie estudcl desse objeto;


" Íirrmular teorias côrno um corpo consistente de conhecimentos na área.
' Essas teorias devem obedecer aos critérios básicos da metodologia científica, isto e,
deve-se }:ttscar a neutralidacle clc conhecimento científico, os dados devem ser passíveis
cte comprctrraÇão, e o conhecirnento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida
p:rra outlos r:xperimentos e pesquisas na área.
Hrnboul a Psir:eilogi;"1 cientí{'ica tenha nascido na Alemanha, é nos Estadns Llnidos
que cla enr:ontra campo para um rápido crescimento, resultado do grande avanço eco-
ntiurico que colocou este país na vanguarda do sistema capitaiista. Nos Estados Unidos
sllrqeln as primeiras atrordagens ou escoias de Psicologia, as quais deram origern as inú-
rrlerãs leclrias que existem alualrnente
alxlrrlagens sào: o Funck:nalismo, de Wüliam ]ames (1842- i 910); o Estruturalisrno, de
[:,ssas
Edward ' iltchener (1 867- 1927); e o Associacionismo, de Edward L_ I horndike { 1 87+ 1 949).

O "euN(toNALtsMo
C) Funcionalismo é considerado conxr a primeira sistemâtização genuinamente "O que fazem os
aillelricana de conirecimentos em Psicologia. Uma sociedade qüe exigia o pragmatismo homens"e"por que o
íazem"?
parâ sell clestlnvoivitnento econÔmico acaba por exigir dos eientistas americanos o rles-
ttro espirito. i)esse modo, para a escola funcionaiista de'W. |ames, importa responder'b
que lirzen"l os homens" e "por que o fazem'i Para responder a isso, ]ames elege a consciên-
cia como o centro cte snas preocupaçoes e busca â compreen§ãcl de seu funcionâmento,
na meclida em que o hrimem a usa para adaptar-se ao meio.

O ssrnuruRÂ LtsMü
O Estruturalismo está preocupado com â compreensáo do mesrno fenômeno que
o Funcionalismo: a consciência. fuías, cliÍêrentemente de W. ]ames, Titchener irá estu-
clá-la em seus aspectos estrutr-rrais, isto ó, os estadcs elementares da consciência como ..- os estados

estruturas do sistenlir neryoso central. Essa escola Í'<li inaugurada por Wundt, mas f'oi elementares da
consciência como
Jltchener, ser: seguidt)r, euem usou ü termo estruturalismo peia primeira yez, no sentido
estíuturas do sistema
ctre diÍlrenciá-la cto Funcionalismo. O método de observaçào de Titchener, assirn como nervoso central.
o de Wundt, é o introspeccionismo, e os conhecimentos psicológicos produzidos são
r:ntinentemente experimentais, isto é, produzidos a partir do laboratório.
42 ] rsrcolocras

O n§socrnctoNrsMo
() principal rcpresentante do Associacionismo
e Eclward L. T'hornclike, i,rportante
por ter sido o formulaclor de uma prinreira
[eoria de aprencliz.]gem na pri.rrjs,*.
prcdução de conhecimentos pautauu-r*
po, uma visão de utilidade desse conhecime*ro,
s*
rnuit. mais do que por questÕes filosaficas qu*
p*rpurrrm a t r;cnlugiu.
o ternro associacionismo origina-se.da colcepçág de
que a aprendizaqem se ciá por
um proce§iso de associação de ideias das
-
apreneler um conteúdo compiexo, â pessüâ
mais simpies às rnais comple"ras. Assinr,
para
precisaria primeiro aprender as ideias r.nais
simples, que estariam associadas aqulie
conteúclo.
Todo comportamento
I'hornclike fôrrnulou a t.eirÇo Efeito que
de um organismo seria de grande utilidacle para a psicologia
comportame*talista. De ucoid,, com essa
vivo (de um homern, rei, todo ;;;;;"*ent. de .lm organismr;
pombo, rato) tende vivo (um homem, urn pomb*, unl rato
etc.) tende o r. .Jp",,, se nós Íecr)mpensarmos
a se repetir, se nó5 (efbito) , organism. assim que
ele emitir o comportâmento. por
recompenSarmos outro lado, t, c*mporta-
(efeito) o organismo mento tenderá a nào. acontecer, se o organismoior
castigJc-(eÍêito) após a sua ocorrên-
assim que ele ernitir o cia' E' pela Lei do Eít'ito, o organismo
irãassociar essas situaçÕes coÍr' outras
comportamento. Por exempkr' se ao apertarmos um semelhantes.
dos botoes do rádio f<irmos "premraclos,'com
em outras oyrrtu*iãades apertaremos inúsica,
o mesmo b;;;;,;;;;;'como senerariz_arcmos essâ
aprendizage'n para <;utrcs aparerhos,
como gr^r^d;r;;,;kyr:i:i digitais etc.

MÉrono orJETtvo s crENTfFtco


os pioneiros cla Psicologia, sem dúvida, procuraram,
clc-ntro das possibilidacles, atingir
criléri,s científirros e firrmular teorias. Mai
aqui .ru" ,* i"rpc.rrtante esclarercimento.
A co*cepção cle ciência moderna se deparou.com
uma ggande questáo: Como pro_
duzi| cor:heàirnento sobre o ser humano
sà ei própric cie,-,tf,ta é também
est,ct.? com* garanti. que a Psicologia pude!;:";;;,rrrr,".rn-,",rto seu objeto cle
a suhjerividade? objeri'o sobre
Essa questáo
firiresolvida com o método- um método
obietiv. eempírico que levasse
à 'sistematização cuidadosa do que
se observou garantiria a possibilidar{e
e' portanto' de de replicaçào
com
sucessivas veriãcaçoes, poã*.i**os
chegar à verclade
'erificaÇãrl.
cientÍfica' É exatamenl":ttl experiência que produzirá uma cisâo no
muncio, colocandcr
de um lado.a subjetiviclade
{objàto da rsicàlo[a} e d" *ut.,, * oul"riuidr.te (conhecimerr-
to a partir cle metodo científico).
F{oje"
nós ainda pensamos o nrundo assim
dividido. euando alguém ihe diz que ,,acha
que..lvoce pocle resp.nder: Isso é u ,uu r,"rráá,;;;;;;;**rao,
Mas se alguem lhe mostra'e.sultados e ou seia, e subjerivo.
dados J"Ã!ui,r'ii.n pruuur arg.,
sím, e rnuito objetivo e posso tomar você dirá:
como verdade coletiva.
objetividade e subjetividade passaram a
estar em carnpos separados, e essa
mia permaneceu ,il ciência e *a psicorogia por dicoto-
todo o s*culo XX. Ma.s e no próprio
seculo xx que sutgiram tambem
as tentatlva, a* *p*o, * ai.oton"rio
ciêl"rcia e o peflsamento moderno,
que câructerizou a
com o uso de u* n,ruo meiodo científico:
rno hist<irit:o e clialetico. o materialis-

E'sse metodo uniu srrbjetividade


e obietividade em urn mesmo processü,
a realidade conlo elrl pertnanente entendender
movimento, na qual sujeito e mund* estào
em rela-
ção e sã, tran'çítrrrnados por.essa relação. caracterizad";;i;;;."ssr-rpostos
(de que a realidade existá marerialisras
independentemente de norurrld"i*s
e cla razào humana e que
A t voru,ç Ào ne c tirur l pçt( ()l t-lcrca i
41

existem leis na realidade que pÕdem ser conhecidas), pela concepÇâo dialética (a ccntra-
diçao e sua constante superação sâer a base do movimento de transformação constante
da realidade) e pela concepção historica (o mundo se constrói em seu rnovimento e que
podemos conhecê-lo estudando-o exatamente em seu processo de transformaÇão), o ülé-
todo se contrapunha ao positivismo e ao empiricismo e inaugurava novas possibilidades
de compreerrsão da subietividade. A subjetividade que so pode ser compreendida como
movimento constante do ser humano em sua relaçfur ccrn o mundo material e social.
Com essas possibilidades dadas pela história da sociedade e do ser humano moderno
e que a Psicologia vai se desenvolver,'construindo teorias que, quando baseadas no pensa-
mento dicotÔmico, vão escolher este ou aquele aspecto, ou seia, vamos encontrar teorias
que vâo privilegiar a obietividade hurnana (aquilo que no ser humann e empírico e pode
ser obietivamenteconhecido) ou a subietividade humana (entendendo que sáo experiên-
cias e dinâmicas internas ao ser humano que devem ser conhecidas pela Psicologia ou, até
mesmo, que o mundo deve ser lido a pariir da percepção que o homem tem deL).
Outras teorias vào conviver com essas e váo procurar estudar o ser humano na suâ
relaçâo permaneÍlte e constitutiva com o munda. Objetividade e subletit,idade váo apare-
ceq então, nessas teorias como diferentes âmbitos de um mesmo prücesso de transfor-
-
mação der mundo peios humancrs, em que eles se transformâm âo transf,ormar o mundo.
São cliversas as psicologias, mas, sem dúvida, todas elas se unificam cômo firnnas de
dar r,'isibilidade a unra experiência subjetiva. É a dimensão subietiva da realidade o objeto
que unifica as diversas tecrias no campô da Psicologia.

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