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EPISTEMOLOGIA E HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

 1. Fundamentos Epistemológicos e Históricos da Psicologia

Roney Gusmão Leonardo Lopes

 2. O que é conhecimento?

Na Grécia antiga, notava-se a mitologia como forma de explicar o mundo; entre tribos
indígenas, explicações místicas; entre o conhecimento popular reina a superstição; na
sociedade contemporânea, mitos sofisticados criados pela mídia, internet, horóscopo
etc. A mitologia perdeu credibilidade, solicitando o conhecimento científico para
apoiar as ideias na sociedade. O contexto histórico revela as formas encontradas pelo
homem para leitura do mundo.

 3. Filosofia e Psicologia

O que de filosófico tem a psicologia?

A subjetividade influenciando os fenômenos mentais. A tentativa inicial foi


compreender a relação entre ESTÍMULO FÍSICO e a PERCEPÇÃO. Para Fechner, a
quantidade de estímulos mentais depende da quantidade de estímulos físicos. Este
estudo é designado PSICOFÍSICA. No início do século XIX, Kant afirmava que a
psicologia jamais se tornaria ciência, pois os processos psicológicos não eram
mensuráveis ou experimentáveis.

 4. O método de estudo de Wundt era o da introspecção analítica: Considerava as


sensações e os sentimentos formas da experiência.

A tentativa de consolidar a psicologia como ciência desencadeou em correntes,


como: estruturalismo, funcionalismo, behaviorismo e gestalt.

 5. Psicologia: bases epistemológicas

O termo psicologia (Ψυχολογια), corresponde a psiqué (alma) + logos (lógica,


estudo). Para os antigos, alma significa sopro (fôlego) derivado de uma força mística
que deveria ser melhor entendida. Características comuns a maioria das religiões são:
reconhecimento de uma força sobrenatural, a mediação sacerdotal, o uso de rituais
para estabelecer uma relação com o sagrado e um senso comunitário. Consideraremos
o pensamento grego por ter sido estruturante da concepção psicológica ocidental. Na
ideia grega, corpo e alma eram entidades separadas.

 6. A Grécia Antiga

Fatores que estimularam o surgimento da filosofia: a vida urbana (a pólis grega), o


surgimento do calendário, da escrita, dos espaços públicos, das leis, da política e da
democracia, da educação por meio do discurso. Essas características sociais
despertaram o interesse por compreender o homem e sua inserção na sociedade. As
riquezas geraram crescimento que exigiam organização social. Nesse contexto, as
reflexões filosóficas introduzem o homem em suas reflexões, surgindo as primeiras
tentativas de sistematizar a psicologia. Vídeo: Grécia Antiga – parte II

 7. Filósofos Pré-socráticos Preocupavam-se em definir a relação do homem com o


mundo através da percepção. Idealistas: a ideia forma o mundo. Materialistas: a
matéria que forma o mundo já é dada para a percepção.

Os pré-socráticos se centravam nas manifestações físicas, enquanto que a alma


(psiqué), sempre era transportada para um campo místico. Pré-socráticos: Heráclito,
Parmênides, Pitágoras, Demócrito

 8. O nascimento da subjetividade Pitágoras (480-410 a.C.) acreditava ser impossível a


criação de verdades universais. "o homem é a medida de todas as coisas, das que são
enquanto são e das que não são enquanto não são”. Para ele, o que é dito, é dito numa
circunstância e o seu valor limita-se a este momento. É importante mencionar os
exageros do relativismo subjetivista dos sofistas. Estas posições levaram ao ceticismo,
a indiferença total das coisas exteriores.
 9. Período Cosmológico

Tales (640-540 a.C.): Preocupado com o movimento e transformação das coisas.


Acreditava que a água era a substância elementar que nutre a vida.

Heráclito (540-475 a.C.): Entendia que o mundo não poderia ser explicado de modo
simplório. Observa que o mundo está em constante mudança e que o permanente era
apenas ilusão dos sentidos. O conflito e a contradição eram forças essenciais do
devenir.

Pitágoras (570-496 a.C.): Os números são a essência permanente das coisas. Os


conceitos matemáticos são imóveis e expressam a regularidade e ritmo que regem o
mundo.

 10. Anaxágoras (499-428 a. C.): Acreditava que “tudo está em tudo, pois em cada
coisa há uma parte de todas as coisas”. A diversidade deriva da combinação dos
elementos do todo. Influencia a psicologia na concepção acerca da complexidade das
relações na formação dos sujeitos. Demócrito (460-370 a. C.): Considerava o universo
composto por átomos materiais indivisíveis. Considerava o pensamento humano como
determinado por agentes externos (determinismo).
 11. Como uma onda Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo
passa, tudo sempre passará A vida vem em ondas como um mar Num indo e vindo
infinito Tudo que se vê não é igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o
tempo todo no mundo Não adianta fugir, nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta
vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar.

 12. Psique na mitologia grega Psiquê é uma personagem da mitologia grega,


personificação da alma. Seu mito a cita como uma bela mortal por quem Eros, o deus
do amor, se apaixonou. Tão bela que despertou a fúria de Afrodite, deusa da beleza e
do amor, mãe de Eros . A deusa mandou seu filho atingir Psiquê com suas flechas,
fazendo-a se apaixonar pelo ser mais monstruoso existente. Mas, ao contrário do
esperado, Eros acaba se apaixonando pela moça - acredita-se que tenha sido espetado
acidentalmente por uma de suas próprias setas. Com o próprio deus do Amor
apaixonado por ela, suas setas não foram lançadas para ninguém. O tempo passava,
Psiquê não gostara de ninguém, e nenhum de seus admiradores tornara-se seu
pretendente.
 13. Sócrates (469-399 a. C.)

Para Sócrates, o fim da filosofia é a educação moral do homem. Discutiu o limite que
separa o homem dos animais. Entendeu a razão como principal característica humana.
A razão permitia aos homens conterem os instintos. Para ele, o conhecimento
fundamental era o “conhece-te a ti mesmo”. Para Sócrates todo o saber deve estar
dirigido para o conhecimento da realidade do homem. Ele era capaz de achar
problemas em qualquer situação e estava muito mais preocupado em questionar do
que em solucionar. Por ser filho de uma parteira, dizia-se um parteiro.

 14. “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.” sócrates A morte
de Sócrates por Jacques Louis David (1787).

 15. Platão (427 – 347 a. C.) O mundo das ideias é fixo, situado num mundo mutável;
O ideal existe apenas na imaginação do sujeito; O mundo material é apenas uma cópia
imperfeita desse mundo ideal. Platão conclui que o mundo das ideias é o mundo real.
O mundo material é imperfeito, perecível e degenerável; O homem seria um ser
dualista composto de mente x corpo. O mundo real (sensível) é finito, enquanto que o
mundo das ideias (suprassensível) transita entre gerações e se mantém dinâmico; A
concepção de bom x mau; belo x feio; digno x medíocre... Se mantém e perpassa
gerações; Esta concepção influenciou a moralidade cristã ocidental. A alma (psiqué)
está dissociada do corpo e, portanto, se eterniza.
 16. Essa divisão seria o que mais tarde foi chamada de faculdades da alma. Como
consequência desse princípio, a sociedade ideal três categorias de homem: 1) a dos
servos, ou escravos – onde estariam também incluídos os industriais, os comerciantes
e os agricultores, responsáveis pelo sustento, ocupariam a parte inferior da sociedade,
pois exerceria apenas funções ligadas à satisfação das necessidades orgânicas desse
grupo seria a temperança; 2) a dos soldados homens da emoção, coração, ocuparia o
segundo lugar na escala social o seu grande distintivo; 3) intelectual o homem das
ideias esse é o que deveria governar, seria o soberano - para isso, deveria ter sabedoria
e prudência, sem esquecer a justiça, pois é esta que vai assegurar a harmonia nas
relações dos indivíduos e das classes. A tendência de supervalorizar o intelectual e
desvalorizar o que ématerial trouxe repercussões muito sérias para toda a sociedade
ocidental pelo dualismo: trabalho intelectual.
 17. A Escola de Atenas (Scuola di Atenas ) foi pintada por Rafael entre 1509 e 1510.
 18. Houve cristianização das ideias platônicas: negatividade da carne, concepção de
pecado, imaterialidade do espírito, fugacidade da matéria...; Em Platão, o homem tem
três faculdades: a racional na cabeça, a passional ou colérica no coração e no baixo
ventre como estomago que é a alma apetitiva ou concupiscível, que tem objetivo de
suprir as necessidades primárias do homem; A razão deveria controlar toda a alma
apetitiva, pelo controle racional, pode-se reprimir as paixões (deixar levar-se por...);
Nesse sentido, o homem deveria se dedicar a tudo aquilo que valoriza o mundo
racional e ético (Vídeo – mito das cavernas); Este ideário influencia a própria
concepção de política em Platão, ao comparar o organismo social com o corpo
humano.
 19. Meghan Vogel, 17 anos, ficou em último lugar na corrida de 3200 metros quando
ela alcançou a competidora Arden McMath, cujo corpo já não aguentava mais correr.
AO invés de ultrapassá-la para não ficar em última, Vogel colocou o braço de
McMath nos seus ombros, carregou 30 metros, e então empurrou-a para a linha de
chegada antes de atravessá-la.
 20. Aristóteles (384 – 322 a. C.) Não acreditava na existência de idéias inatas e nem
no mundo das idéias. A criança, ao nascer, não traz nenhuma bagagem de
conhecimento. Vem como um papel em branco – onde nada foi escrito: uma "tabula
rasa". Subordina tudo ao mundo sensível. Na ideia de Aristóteles “não há nada em
nossa mente sem que antes tenha passado pelo sentido”; Assim a base epistemológica
de Aristóteles advém do mundo sensível: Primeiro olho, capturo a ideia, depois
abstraio (do latim, “isolar”, “separar”); Para ele, mente e corpo são indivisíveis. A
alma (psiqué) e o corpo compõem uma unidade, portanto, ambos são finitos.
 21. Epicuro (341 – 271 a. C.) Para Epicuro, a felicidade é o prazer resultante da
satisfação dos desejos; Transporta a essência para a meterialidade do ser humano; As
angústias humanas se situam nas preocupações religiosas e as superstições; Todo o
universo, inclusive o homem, é composto materialmente; Para alcance da felicidade,
cabe alimentar certos desejos e moderar outros; Contentar-se com pouco seria o
segredo para ser feliz.

 22. Idade Média (Séc. V-XV) Escassa produção filosófica e científica, devido ao
caráter teocêntrico desta época; A fé cristã sempre tinha a última palavra; Perdeu-se a
noção de individualidade do ser humano; Os servos eram considerados propriedade,
vistos como um todo coletivo e não como indivíduo; A ética nesse período também
adquiriu significado individualizante. Perderam-se reflexões coletivistas capazes de
valorizar o homem como
 23. A Patrística É a filosofia dos primeiros padres da Igreja. A preocupação central
era aluta contra o paganismo, as heresias e a defesa dos dogmas cristãos. Faziam uso
do platonismo para a elucidação dos dogmas. Entre esses encontram-se: Santo
Ambrósio (340-397), Trier - Alemanha; São Jerónimo 2 (347-419), Stribo Dalmácia;
Santo Agostinho (354-430). Destaca-se, aqui, Santo Agostinho, que distingue a
presença do passado, a presença do presente e a presença do futuro. A presença do
passado é coberta pela memória; a presença do presente é a própria percepção; a
presença do futuro é a prospecção. No estudo da memória, fala, ainda, sobre o
esquecimento, definindo-o como a "presença de uma ausência".
 24. A Escolástica Afirma que não pode haver contradição entre as verdades
provenientes da experiência dos sentidos, porta de todo o conhecimento, e as verdades
da fé, pois provêm da mesma fonte: Deus. Quanto á educação, Tomás de Aquino
entende que a alma possui cinco gêneros de potência ou faculdades: a negativa, a
sensitiva, a apetitiva, a locomotiva e a intelectual. Põe em relevo o papel da vontade
para dominar a natureza falível do homem. No entanto, sua vitória depende da ajuda
da Providência Divina, e as regras estão estabelecidas na Sagrada Escritura.
 25. A escolástica discorda de Platão, pois não concebe o conhecimento (ideias) como
inatas ao ser. Porém, encontram-se, no início do cristianismo, adeptos de Platão, no
que concerne a esse ponto. Assim, vê-se, em São Paulo - epístola aos romanos 2,14 -
"Os pagãos, que não têm Lei, fazendo naturalmente as coisas que são da Lei, embora
não tenham a Lei, a si mesmos servem de Lei: eles mostram que a obra da Lei está
escrita em seus corações, dandolhes testemunho a sua consciência, bem como os seus
julgamentos com os quais eles se escusam". Assim, São Paulo admite a existência das
ideias inatas.

 26. Renascimento (Séc. XIII=XVII) classe em A burguesia, ascensão, discordava do


teocentrismo, valorizando o antropocentrismo; Retoma-se elementos da cultura grega
(quanto à racionalidade) e romana (no campo do direito); Surge a noção de
individualidade; Isto não quer dizer que o cristianismo tenha sido extinto, ele perdura
até os dias atuais, mas ocorre uma sobrevalorização da ótica racionalista; Há o
surgimento de uma linha de investigação crítica.
 27. O pensamento renascentista

A burguesia estimula a busca de novos caminhos ao conhecimento; No plano


geográfico, houve a expansão geográfica, devido aos grandes descobrimentos. No
plano espiritual, verificou-se a queda do dogmatismo. No plano religioso, deu-se a
Reforma e Contra-Reforma. No plano das ciências, por exemplo, a biologia evoluiu
com a dissecação dos cadáveres. No plano literário, houve a recuperação da estética
grega. No plano da Astronomia, foi confirmado o sistema heliocêntrico. Houve ainda
mudanças no sistema econômico, com a afirmação do mercantilismo, no sistema
político, com a

 28. A ciência chegou à Idade Moderna num estágio primitivo de desenvolvimento. A


causa desse atraso deveu-se, basicamente, porque todo o conhecimento foi, na Idade
Média, tutelado pela Igreja e deveria estar de acordo com a Revelação Divina contida
na Sagrada Escritura. O Renascimento veio, assim, despertar a consciência para a
formação do espírito científico. A organização do método científico foi condição para
desenvolvimento das ciências. Utilizava a observação, a experimentação e a
quantificação, o que resultou na organização do método científico, cujo uso foi
priorizado a partir de então. Diz-se, dos cientistas da época, que tiveram imensa
paciência na observação e grande audácia na formulação das hipóteses. O despertar da
Ciência
 29. O desvendar dos segredos da anatomia, até então desconhecida, deu incremento
às pesquisas sobre as sensações, através do estudo dos órgãos dos sentidos. Os
estudiosos do assunto chegaram à conclusão que seria impossível deixar de lado, por
exemplo, o olho que vê e o objeto visto. Para eles, existem processos complexos que
intervêm entre o objeto físico e a percepção psicológica do mesmo. Seria preciso,
assim, estudar a natureza do organismo que reage, pois este está interposto entre a
percepção e o seu estímulo externo. Com isto, teriam encontrado a resposta à grande
questão do dualismo: mente x corpo, físico x psíquico, material x imaterial, que tanto
preocupou os filósofos antigos como os da época. A Psicologia Científica
 30. A quantificação ocupou lugar de destaque e foi a novidade da época. O
astrônomo mediu o curso das estrelas e dos planetas e estabeleceu o sistema
heliocêntrico, etc.; o químico quantificou as reações químicas, o fisiologista mensurou
as reações psicofísicas no animal e no homem, e assim por diante. A psicofísica
tentou, entre outras coisas, determinar o tempo gasto entre um estímulo e a resposta.
Procurou-se, ainda, medir qual a interferência de variáveis múltiplas (maior ou menor
atenção, ambiente mais ou menos barulhento, maior ou menor quantidade de luz), no
tempo de reação do indivíduo. Essas medidas são utilizadas, ainda, nos testes
vocacionais, em que se mede a aptidão para determinadas profissões. Além da
quantificação, a estatística colaborou com a ciência, no que concerne à comparação de
dados e na eliminação de tendências pessoais ou subjetivas nas pesquisas, tornando os
resultados mais objetivos e, portanto, mais confiáveis. O campo estava preparado para
o desabrochar da psicologia científica, experimental. O seu aparecimento é um
prolongamento do aparecimento do método científico.
 31. O empirismo crítico

Os filósofos do empirismo crítico possuíam as mesmas preocupações dos filósofos


gregos: desejavam saber de que era feito o mundo e como era possível, ao homem,
conhecê-lo. Investigaram a natureza dos fenômenos psíquicos e como esses se
relacionam com o mundo dos objetos. O empirismo se baseia na experiência,
contrastando com o racionalismo que se baseia na razão inata.

 32. Precursor do rompimento com o dogmatismo católico. Parte do princípio que,


antes de se aceitar qualquer verdade, esta deve ser questionada. A dúvida era,
portanto, usada como método de estudo, por isso foi chamada de dúvida metódica.
Para ele, a ação do corpo tem função mecânica, no entanto, a alma pensante, que o
homem possui, atua e modifica estes mecanismos. Descartes achava que somente as
ideias matemáticas e religiosas são inatas. Descartes, filosoficamente, se mantém,
entre os nativistas e empiristas, pois, ao mesmo tempo que aceita que algumas ideias
René Descartes (1596-1650) “Penso, logo, existo”.
 33. Segue a tendência aristotélica no concernente à aquisição do conhecimento. O
conhecimento é o resultado da sensação e se fundamenta na experiência sensível.
Hobbes tem uma visão materialista do homem. O homem não seria livre, pois estaria
condicionado por um determinismo natural. Hobbes era antiliberal, antidemocrata e a
favor da monarquia absolutista. Justificava sua posição, afirmando que o egoísmo é
natural ao homem, assim como a sua autopreservação, ou seja, a busca incessante
daquilo que é necessário e cômodo à sua existência. Associa a ideia de amor ao prazer
(epicurismo) e a do ódio ao desprazer. Tinha uma visão pessimista do homem.
Acreditava, ainda, que, basicamente, a sua natureza era má e que agia motivado pela
sede, medo, fome e amor-próprio. Thomas Hobbes (1588-1679) “O homem é lobo do
homem, em guerra de todos contra todos".
 34. A criança, ao nascer, é uma "tabula rasa" - papel em branco - todo conhecimento é
adquirido através da experiência. As sensações, imagens e idéias formam o conteúdo
da mente. A percepção sensorial consciente constitui, portanto, a base do
conhecimento e recebe, quase que passivamente, a influência de estímulos externos.
Pode-se dizer que Locke foi filosoficamente empirista, isto John Locke (1632-1704)
 35. Rousseau Para Rousseau, a causa dos problemas está no surgimento da (1712-
1778) propriedade privada; A desigualdade corrompe o indivíduo; Fato que inibe a
legitimidade do contrato social; O contrato social só é válido se o povo consentir na
sua constituição: “respeitar as leis é obedecer à vontade geral e , ao mesmo tempo, a si
mesmo...”; Vontade individual (egoísta) X Vontade coletiva; Defendeu a democracia
direta.
 36. Reconhece que o homem não é só, Immanuel Kant, razão pura, mas também
prática. Sua consciência moral é uma (1724-1804) realidade em que a razão atua
sobre a ação. Kant afirma que não se pode conhecer a natureza e a alma a não ser
através de suas manifestações (fenômenos) e, portanto de forma empírica Kant
reconhece o poder do intelecto somente em relação à experiência, pois qualquer outro
conhecimento fora dela é inválido, sem fundamento. “O homem não é nada além 0
conhecimento, para ser daquilo que a educação faz dele.” científico, tem que ser
empírico.
 37. A organização econômica proposta pelo capitalismo altera o modo de inserção
humana na sociedade. Diferente da sociedade feudal, que considerava o mundo como
algo estático, agora o homem adquire status central. A busca por matérias-primas e a
necessidade de maximizar a produção valorizou o racionalismo. O capitalismo tornou
todos os seres humanos em potenciais consumidores. Para aquisição de lucro, era
necessária uma apropriação da natureza potencializada pela ciencias. A era capitalista
 38. Nesse contexto, as preocupações se voltam ao próprio homem. Hegel: valoriza a
história para compreensão do homem; Darwin: entende a compreensão do homem por
meio do evolucionismo; Rousseau: defendeu a democracia.
 O surgimento da máquina gerou no homem a sensação de controle do ESPAÇO e do
TEMPO. Este fato gerou o desejo por entender também o homem numa ótica
racionalista. À medida que se torna possível mensurar os fenômenos
 39. Fez uso do materialismo já utilizado no período cosmológico da Grécia Clássica.
Percebe os efeitos nefastos do capitalismo que confisca o direito sociais e políticos
dos cidadãos. Propõe o socialismo como meio de viabilizar o acesso aos recursos
necessários à vida. Marca o pensamento moderno, inspirando muitos em reflexões e
mobilizações contrárias ao modelo de organização desigual do sistema. Entende que a
base suficiente para a vida humana está na matéria, negligenciando aspectos
subjetivos que são Karl Marx (1818-1883)

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