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Universidade do Vale do Itajaí – Univale

Curso de Psicologia – Campus Florianópolis


Disciplina: História da Psicologia
Professora: Larissa Fernanda Dittrich
Aluno: Lucas Corrêa Leite

Referências: FREIRE, Izabel Ribeiro. Raizes da psicologia. 15. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2014. 140 p. ISBN 9788532619143
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T.
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed., reform..e ampl. São Paulo,
SP: Saraiva, 1999. 368 p. ISBN 8502029002.

Homens Sábios do Ocidente


Sócrates, nascido em Atenas viveu entre os anos 436 aC até 336 aC, na cidade de
Alópece na Grécia. Uma das figuras mais importantes e populares da Grécia antiga que
ainda nos dias atuais tem um papel fundamental para o alicerce do saber, filosofia como
raiz. Sua principal linha de raciocínio era o autoconhecimento, que era imperfeito, mas
era a única forma de levar uma vida virtuosa. Antes de buscar o conhecimento externo,
o mundo exterior, o homem precisa conhecer a si mesmo, reconhecer sua ignorância.
Para Sócrates a moral é o ápice do conhecimento e está diretamente relacionada com
a virtude como citado anteriormente, quem pratica e vive com os preceitos morais
conclui-se que ele é bom. Então quando mais sábio, mais difícil de cometer um ato de
maldade. Já uma pessoa ignorante é um praticante da maldade e a virtude consequência
do saber, sinônimo de felicidade.
Umas de suas principais preocupações era diferenciar os animais da raça humana,
que basicamente seria a razão. Sempre disseminando suas ideias com os mais jovens em
praças públicas procurava descobrir a verdadeira essência das coisas através do diálogo
crítico.
Conceito utilizado por muitos filósofos pós-socráticos e didática principal de
Sócrates consistia em ter conhecimento da própria ignorância a famosa frase “sei que
nada sei”. Em seus diálogos que fazia com as pessoas, dialogava sobre diferentes
assuntos de forma confusa e questionável. Logo após, sua argumentação deveria
esclarecer as coisas feita através de um questionamento e da indução de casos
particulares até chegar na generalização dos conceitos e assim acreditava que dava luz
ao conhecimento, dado assim “maiêutica” o nome de seu método, que veio do termo
grego “maieutike”, arte de parterjar em homenagem a sua mãe que era parteira.
Pelo fato de Sócrates ser um homem pensante em sua época, criticava os costumes,
tradições, a religião, o regime político vigente na época, no caso a democracia e até
mesmo a ciência física. Gerando assim uma revolução filosófica na Grécia e em toda
parte ocidental custando também sua vida no fim das contas.
Platão, discípulo de Sócrates (427-347 aC) foi quem documentou todas os diálogos e
registros que temos até hoje de Sócrates. Nascido em Atenas na Grécia, foi o melhor
aluno de Sócrates e sua linha de raciocínio era a existência de dois mundos: o das ideias,
sendo inteligível, perfeito e permanente, e o material que é passageiro, imperfeito e
mutável. Em suas teses indaga que a alma antes de encarnar a carne ela pertencia ao
mundo das ideias e que no ato de encarnação as ideias são esquecidas. Assim então o
conhecimento era readquirido através da experiência, da educação para aprender o que
está dentro. O mundo material é apenas uma cópia do mundo inteligível e com sua
experiência de vida percebeu que este mundo terreno está sempre em mutação, já o
mundo das ideias seria perfeito, eterno e imutável. Teoria essa dada como teoria da
reminiscência.
Na mesma linha de raciocínio explicava a dicotomia do ser humano entre a mente e o
corpo. O corpo seria uma parte inferior do homem e do universo, já a mente seria o belo
e o bem. A alma seria imortal, mas unida ao corpo e continha três partes: a racional que
em sua época relacionava as pessoas que deveriam governar, pessoas poderosas com
senso de justiça e detentoras do saber. Outra ligada aos afetos que atribuía aos soldados,
homens de emoção e coragem e a última parte era a sensual, ligada à base da sociedade,
trabalhadores que buscavam à satisfação de suas necessidades orgânicas.
A partir dessa tendência que Platão trazia de supervalorizar o intelectual trouxe
repercussões na sociedade ocidental. Ao sobrevalorizar trabalhos intelectuais como no
campo da arte, letras, a filosofia e outras áreas que ocupassem a mente seriam nobres,
pessoas de altos cargos que simbolizassem inteligência e finesse. Já o trabalho braçal
seria desvalorizado e dado com inferior ao dito anteriormente.
Com a visão dualista platônica dos dois mundos: o das ideias, que é perfeito e
imutável e o outro mundo seria o material, imperfeito, surgiram duas correntes
filosóficas. Uma seria a essência e outra da existência, essas duas vertentes vão nortear
o pensamento pedagógico e são antagônicas.
A pedagogia da existência retrata o homem no seu tempo, espaço, como ele
realmente é não como deve ser, priorizando a felicidade.
A da essência busca a evolução mental do indivíduo, como ele deve ser e a educação
é o caminho para leva-lo ao mundo ideal. Visando levar o homem para o mundo
perfeito, destruindo tudo o que está ligado ao plano material, para uns, e para outros
buscar eficiência no mundo material.
Aristóteles (384-322 aC) de Estagirita, Macedônia é discípulo de Platão e contraria
as ideias de seu mestre. Considerava que o homem ao ser trazido para o mundo material
ele viria como um papel em branco, uma “tabula rasa”. O conhecimento é adquirido
através da experiência pois ele deve passar pelos sentidos. Aristóteles identifica os
degraus para a aquisição do conhecimento que são os órgãos de sentidos e sensações.
Quando há estímulos nos órgãos dos sentidos, impressões, provocam reações, como de
bem-estar, gustativas, visuais e etc. Denominadas essas impressões como sensações, um
elemento mais simples e primitivo do conhecimento.
Para Platão a mente e o corpo são indivisíveis como forma e matéria. A matéria seria
a forma em potencial, enquanto o objeto é a forma atualizada. Assim seria impossível
dizer onde é pura forma ou onde é a pura matéria numa visão material, concreta. O nível
mais alto é a forma pura e o objetivo da matéria é adquirir forma.
A forma no homem é identificada numa atividade específica e pensante. É essa forma
que cria, molda o homem para uma forma original. A educação deve estar presente nesta
forma humana e pretende alcançar a sua essência e com isso deve ultrapassar a matéria
que o homem tem à sua disposição.
Aristóteles admitia que a alma era imortal, que a psyché seria o princípio ativo da
vida e tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui a própria alma. Os
vegetais teriam a alma vegetativa, que se define pela função de alimentação e
reprodução. Os animais teriam a alma sensitiva, que tem a função de percepção e
movimento. E o homem teria os dois níveis anteriores e a alma racional, que tem a
função pensante.
Aristóteles escreve duas obras citando sobre os sentidos e sensações, a memória, o
sono, a insônia a geriatria, a extensão e brevidade da vida, a juventude e a velhice, a
vida e a morte e a respiração. Primeiros tratados sistemáticos de psicologia que se tem
conhecimento até nos dias atuais. Para a psicologia, a memória foi a mais utilizada
desses sentidos citados por Aristóteles, os princípios de associação como a associação
por igualdade, contraste, contiguidade temporal e espacial. Essas associações obedecem
a uma lei, não são por acaso. Assim então, mais um passo para o esclarecimento da
questão central do período foi dada “como se adquire conhecimento”. Aristóteles
chegou nessa conclusão através do raciocínio e da intuição.

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