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“Filosofar é reaprender a ver o mundo”

Maurice Merleau-Ponty (filósofo francês / 1908-1961)


FILOSOFIA ANTIGA
“A Filosofia nasce do espanto”
(Aristóteles – filósofo grego – 384-322 a.C.)

1- Filósofos Pré-Socráticos (Texto 1)


Mudança da visão divina de mundo para a visão racional de mundo.

Nasce a Filosofia como alicerce dessa nova visão de mundo. Seu significado (dado
pelo filósofo Pitágoras): PHILOS (amor) + SOPHIA (saber) = AMOR PELO
SABER.

Os filósofos Pré-Socráticos construíram teorias racionais para entendimento da


realidade. A seguir, alguns desses filósofos e suas teorias: Thales de Mileto (século 7/6 a.C.) –
ÁGUA como princípio de tudo; Anaximandro (século 6/5 a.C.) – ÁPEIRON (ilimitado) como princípio; Anaxímenes (século
5 a.C.) – AR como princípio; Pitágoras (século 5 a.C.) – os NÙMEROS são a chave de tudo; Heráclito (século 5/4 a.C.) –
a vida é um DEVIR ETERNO; Parmênides (século 5/4 a.C.) – o SER é IMUTÁVEL; Demócrito (século 4/3 a.C.) – os
ÁTOMOS estão em tudo.
FILOSOFIA ANTIGA
2- Os Sofistas - século 5 a.C. (Texto 2)
Eram filósofos que dominavam a arte da oratória e dos argumentos convincentes.

Viveram na Grécia no auge de um regime de governo no qual os homens livres decidiam os


interesses comuns a todos os cidadãos.
Nessa época só era considerado cidadão aquele que possuísse alguma propriedade, tivesse
escravos e não fosse estrangeiro. As mulheres estavam excluídas deste processo.

Nesse tipo de democracia as propostas que os cidadãos defendiam publicamente eram


feitas através de discursos em plena ágora (praça pública). Assim, falar bem, com
argumentos convincentes, era determinante.

Aí entram os Sofistas, que dominavam a oratória e o uso habilidoso das palavras. Eles
foram “professores particulares” dos cidadãos gregos.

Para eles não importava a finalidade do discurso, e sim o convencimento de quem o


escutava.
Alguns pensadores sofistas foram Górgias (483?-376 a.C.), Hípias (século 5 a.C. e
Protágoras (485?-410? a.C.).
FILOSOFIA ANTIGA
3- Sócrates - 470-399 a.C. - (Texto 2)
Sócrates dizia que o verdadeiro saber só se consegue através da
constatação da própria ignorância. É dele a célebre frase “só sei
que nada sei”, que sintetiza a sua filosofia.

Partindo desse princípio, ele criou um método simples, aplicável em


qualquer situação, para se adquirir conhecimento. Este método é
composto de dois passos complementares:
1- IRONIA: constatação da própria ignorância;
2- MAIÊTICA (parto em grego): busca das fontes do conhecimento.

Sócrates usava o recurso do diálogo para fazer com que seus interlocutores se
convencessem da verdade que ele queria mostrar. Era a dialética socrática (TESE –
ANTÍTESE – SÍNTESE).
O principal aspecto de sua filosofia é a busca pelo Bem na vida em sociedade. O Bem e a
Verdade são aí inseparáveis, e conhecer é igual a conhecer o Bem.

Para esse filósofo, a finalidade da vida é a felicidade, que está na capacidade do ser
humano estabelecer para si as próprias leis e regras de conduta. Esta é a condição do
homem verdadeiramente livre.
FILOSOFIA ANTIGA
4- Platão- 427-347a.C. (Texto 3)
Um dos aspectos mais importantes da filosofia de Platão é a sua
Teoria das Ideias, com a qual procura explicar como se desenvolve
o conhecimento humano.
Segundo ele, o processo de conhecimento humano se dá por meio
da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para
o mundo das ideias e essências.

Ao admitir a existência de dois mundos (o chamado Dualismo Platônico) – o mundo das


ideias imutáveis, eternas, e o mundo das aparências sensíveis, mutáveis – Platão concebe
ao mundo sensível uma certa realidade, mas ele só existe porque participa do mundo das
ideias, do qual é uma cópia ou, mais exatamente, uma sombra.

Em uma de suas obras mais famosas – “A República”– o filósofo explica com clareza o que
seria o mundo da razão e o mundo dos sentidos. Ele criou uma alegoria (o Mito da Caverna)
para explicar como o ser humano pode chegar ao verdadeiro conhecimento ou como pode
ficar preso ao mundo das aparências.

Com essa metáfora, Platão apresenta o que considera as três etapas do saber: a opinião
(o processo da saída da caverna), o conhecimento (a constatação da verdade do mundo
exterior) e a contemplação (capacidade de extrapolar essa verdade, numa busca pelo
Bem, pelo Belo e pela Justiça).
FILOSOFIA ANTIGA
5- Aristóteles - 384 - 322 a.C. (Texto 3)
Apesar de discípulo de Platão, Aristóteles não seguiu os passos do
mestre com relação à sua concepção de que existe um mundo das
ideias que abrange tudo que existe.
Para ele a realidade está no que percebemos e sentimos através
dos sentidos. Ele concorda que existe uma razão inata, mas não
ideias inatas. Estas nós construímos com a experiência.

Aristóteles dizia que tudo na natureza há uma relação de causa e efeito. A principal causa
da finalidade, pois ela nos instiga a querer saber não apenas os porquês das coisas, mas
também a intenção, o propósito por trás delas.
Ele foi considerado o pai de todas as ciências, pois sua filosofia foi construída a partir de
uma observação minuciosa da natureza que, mais tarde, daria respaldo para o
comportamento científico de ordenar tudo (em grupos, subgrupos, categorias, etc.).
Aristóteles via a Ética e a Política como ciências a serviço da felicidade humana.
No campo da Ética ele pregava a moderação como forma de se ter uma vida equilibrada e
harmônica.
Sua definição de Política: objetiva descobrir a maneira de viver que leva à felicidade, sua
situação material e depois a forma de governo e as instituições sociais capazes de
assegurá-la.
FILOSOFIA MEDIEVAL
1- Características do período - século 5 a século 15 (Texto 4)
A Idade Média teve início na Europa com as
invasões germânicas (bárbaras), no século 5,
sobre o Império Romano do Ocidente.

Esse período se caracteriza pela economia


ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia
da Igreja Católica, sistema de produção feudal e
sociedade hierarquizada.
Ele foi marcado pela desorganização da vida política,
econômica e social do Ocidente, agora transformado
num mosaico de reinos bárbaros.
O período medieval não foi, porém, a "Idade das Trevas", como se acreditava. A Filosofia
clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos. Sob a influência da Igreja, as
especulações se concentram em questões filosófico-teológicas, tentando conciliar a fé e a
razão
O pensamento na Idade Média foi muito influenciado pela Igreja Católica. Desta forma o
teocentrismo (Deus como centro de tudo) acabou por definir as formas de pensar, sentir, ver
e agir.
São muitos os filósofos medievais (praticamente todos membros da Igreja Católica). Dois
dos mais importantes são Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
FILOSOFIA MEDIEVAL
2- Santo Agostinho - 354-430 (Texto 4)
Muito influenciado por Platão, pelos estóicos (filósofos gregos que
defendiam que a única atitude do sábio deve ser o aniquilamento da
paixão, dando lugar à razão) e pelo neoplatonismo (pensadores gregos
que defendiam ser possível unir as preocupações filosóficas com as
religiosas), Santo Agostinho também estava entre os adeptos do ceticismo
(a corrente de pensamento dos céticos, que não aceitam qualquer coisa
como verdade).
Santo Agostinho, que se tornou Bispo de Hipona (cidade do norte da
África), ficou conhecido por "cristianizar" Platão, fazendo vários paralelos
entre a parte espiritualista dele (que diz existir um mundo transcendente) e
as Sagradas Escrituras.
Ele ressalta a distinção entre o corpo, sujeito à sorte do mundo, e a alma, que é atemporal, e
com a qual se pode conhecer Deus. .

Santo Agostinho dizia ainda que antes de Deus ter criado o mundo a partir do nada, as ideias
eternas já existiam na sua mente. Deus é a bondade pura e já conhece o que uma pessoa vai
viver antes dela viver.
Para ele, chegarmos à verdade divina e à salvação da alma depende do uso que fazemos
do livre arbítrio – a faculdade que o indivíduo tem de determinar, de acordo com a sua
própria consciência, a sua conduta.
FILOSOFIA MEDIEVAL
3- São Tomás de Aquino - 1227-1274 (Texto 4)
São Tomás diz que o que cai imediatamente no alcance do saber
humano é composto. O homem se eleva do composto ao simples, do
posterior ao anterior. A substância composta é matéria (existência) e
forma (essência).
Ele é considerado um dos mais importantes pensadores da Igreja
Católica, uma vez que foi um dos responsáveis por organizar todo os
saber produzido ao longo da Idade Média.
São Tomás é famoso por ter “cristianizado” Aristóteles, à semelhança do que fez Santo
Agostinho com Platão. Ele transformou o pensamento desse sábio num padrão aceitável pela
Igreja Católica, principalmente no uso da razão e da lógica para explicar a existência e
supremacia de Deus.
Segundo Santo Tomás, a razão pode provar a existência de Deus através de cinco vias,
todas de fundo realista.
A primeira via se fundamenta na constatação de que no universo existe movimento e todo
movimento tem uma causa. A segunda via diz que todas as coisas ou são causas ou são
efeitos, não se podendo conceber que alguma coisa seja causa de si mesma. A terceira via
ressalta que todos os seres estão em permanente transformação, alguns sendo gerados,
outros se corrompendo e deixando de existir. A quarta via se baseia nos graus hierárquicos
de perfeição observados nas coisas. A quinta via se fundamenta na percepção de que há
uma ordem em todas as coisas.

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