Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
as_ origens
_2lf----
capitulo 1___ _
r ::::::1:oq:=~~:c~-==~::.,a=::
leçio que se opm atn.vés da perda dos livros de muitoS autOres, do.s qUiWi
não c011SCrvamos maiS que: os dtulos do que cscrcvcram. ou pcqucll05 frag-
menios, que llio pc:nnitcm formar dele; uma idéia adequada.• nc:m que te-
nham fe:i10 alguma co.alribulção miovadora para o pc:rummc:nco bislÓrico.
O único hist0riador do século IV AC. do qual nos chegou uma obra suficien-
te: foi Xenofonte:, "polígrafo• a quem se deve desde: um tratado de equitação,
11é liVIOS que Finlc:y qualiflc:a como Tllo5olia popular (num sentido pcjon.-
tivo)", e que se iornau fam050 pela. narração de suas própria5 façaDba.s na
An11buis - livi:o que atnbuiu a um ral de Tcmisiógcnc:s de: Siracusa, com o
fim de COJ'nar mais confiáveis 06 eloglo5 de .si mcffllQ que faz em suas pági-
nas - e: por sua contribuição à biografia de Sócrates. De sua Hc:Uenica, uma
história da Gtt:ci:i, de 411 11. 362AC., que p,etc:ndia ser algo como uma con-
tinuação de Tucídides, dcvc-sc miar numa história da historiografia, pOl' seu
valor como fome de notícias, poráa. não num livro como este.
as origens
1• -Que homem scri. tio néscio ou ncgllgentc que não qucin conhecer
como e mediante que tipo de organização política quase todo o mundo
l;dbitado, domloado cm cinquenta e três anos nãocomplctos, caiu sob um
úaic:o império,o dos romano&l ( ...)Assim como,com vistas a este domioio,
será possível, através da nossa história. comprccndcr c:lanmcntc t0dos os
acoutedmentos, do mesmo modo, também,quamas e quão grandes vanra-
geos propcm:iona aos cstudi050$ o tipo de história pragmática" (Pob'bio,
Hisforia&,1,1-2)
capítulo 1
. .
seja possível assinalar muitos antecedentes intelcc[Uajs a estes es-
quemas, corno vimos ao &lar de Platão e Aristóteles, tampouco se
pode esquecer .que os gregos tinham vivido a experiência de se
verem Sllbmetidos succssiwmente à pressão de uma série de impé-
rios - Pérsia, laccdcnÍônia, Macedônia e Ronia - e eram conscientes
da transitoriedade de tais construções políticas.•~
Quando passamos dos historiadores gregos aos romanos, a
dificuldade P'[8 interpretar o pensamento que anima as suas obras
- para pôr em relação sua visão do pas511do com sua "economia po-
lítica" - aumenta. Temos, cm primeiro lugar, o problema dos proê-
mios: seguindo um costume que deriva dos retóricos gregos, os his-
toriadores latinos fazem precesla suas obras de exposições filosófi-
cas, onde se insiste cm sua preC>cupa.ção pela imparcialidade e cm
seu propósito moralizador, exposições que pouco ou nada têm a ver
com a obra cm si. Pelo que se refere à imparcialidade,é difícil admi-
tir encontrá-la nos grandes historiadores da etapa final da Repúbli-
ca e do primeiro século do Império, cujos vínculos com a política
eram claros. É dilicil atribuir objetividade e propósitos moralizaclC>
rcs a Salústio (87- c.35 aC.),político nubulcnto,acusaclo de crimes
e abusos; a um Tito Uvio (59 aC. - 17 dC.), a quem se considen.va
como um defensor do regime implantado por Augusto, ou a um Tá-
cito (c. 58 - c. 120 dC.), que expressava o r.lnCOr da classe senato-
rial, reduzida a um papel político secundário pelos imperadores, o
que explica que nos tenha deixado uma imagem hostil e deforma-
da dos reinados de Tibério, Clíudio e Nero."
Uma obra como a de Tito livio pode integrar-se perfeita-
mente dentro do esforço de construção de wn passado histórico,
levado a cabo nos tempos de Augusto, com o propósito de legiti-
mar o fim da República e o estabelecimento de um novo sistema
político. Um esforço que se manifestou na política de restauração
de monumentos, de colocação de estãtuas e inscrições, ou no
apoio dado à composição da Eneida, que havia de criar um mito
nacional romano, de acordo com os propósitos de Augusto, de
quem Virgílio havia anunciado que "faria renascer o século de
ouro". Não se trata de reduzir os motivos dos historiadores a seus
interesses políticos imediatos, nem de supô-los como sim.pies por-
ta-vozes de um partido, mas sim de situar sua obra numa pcrspcc·
tiva mais ampla, cm termos de elaboração pela classe dominante
de wna hegemonia cultural, um de cujos clcmcntos básicos era o
que se tem chamado de o •historicismo romano", segundo o qual,
as origens
-1 • Convém lnslstir cm que Rio se fala aqui da hiscória acrita durante a Ida-
de M&ila, mas sim apenas da que cOtICSponde ao muodo feudal europeu.
N""ao no5 rcícrimos nem à rtca liten.run. hisr:órica do Império bizantino,
nem à hiscoriogiafia i;calizada no imbi10 culturlll. islimico,com um concci-
lO mais amplo do universo e uma visio social mais rica. Scguk, co1t10 se fu
neste livro, o lio condutor que leva até ;u; nossas concepções, obriga a pies-
cindir de tendl:ncias e liguras que ficam à margem desta linha genélica,por
R1lli' valiosas que sejam. O exemplo mais notivcl é o de lbo JaldlÍn (1332
• 1382), historiador JlOttC.afrlcano de asccmlcncJa sevilhana, que nos seus
Mukaddima nos ofereceu WJl3. inuoduçio à metodologia da história,con-
cebida como "ID!ormação acerca da oq:u,iZlçio social", e que acertou czn
cstabclcccr um vasto esquema cíclico, que bita de explicar como 05 pó-
voi; da.s csicpci; e cios dc:scrtos conquistam a.s tenas aráveis cio$ sedcnthios
e fundam vuto5 imp&ios, que são, por sua vez, dcstruídos por novas inva-
sões nômades, p,:occdcnra de 5Wlll mesmas terras de origem, ao fim de al-
gumas gerações, quando os novos reinos "bárbaros" pcrdcn.m já a sua Vita-
lidade. De t0clo modo, lbn Jaldún é uma figura solitária, sem pieccdcotes
na cultwa iSlãmica nem influencia consklcrávcl nela. Descoberto cm JIIC2.-
clos do século XIX, foi um predecessor genial, porém sua iniportáncia pua
a história da História é escusa. (Há uma lnduçio de Ibn Jald6n publicada
recentemente pelo Pondo de Cultura Econõmica, México, com o dtulo de
Jnt10ducc:ión a la bi510ria universal. Veja também:Yves l.aco:ite, EI nacl-
lllicnco dei tercct mundo: lbn JaldlÍn, Península, Batcelona., 1971).
as origens
T
asoligens
4-
cap.(tulo 1__ .......
i já não sob o vl:u ela lcua, mas cm pie.Da libcnladc do Espírito, quando, dc.-
pWS da dcsuuiçlo e cancelamento do falso evangelho do Filho de Pcrdi-
ç!o e de seus profetas, m que ensinam a muitos acerca da justiÇ:l sedo
como o csplcrl!1or do firmamento e como u estrelas pam sempre. O pri-
mcuo pcriodo, que floresceu. sob a Lei e a circuncisão, começou com
Adão. O segundo, que floresceu sob o Evanaclho, começou com Qzias. O
1crcciro, no que se pode entender a panir do nümcro das gcraç3cs, come-
çou cm tempos de Sio Bento. ( ...)A letra do Amigo TcstamcnlO parece, por
wna cena propriedade de semelhança, pcnenccr ao Pai.A letra do Novo
Tcs1amcnro pertence- ao filho.Assim,a comptt;cnsão cspirirual que proce-
de de ambos pertence ao Espírito Santo. De maneira semelhante, a on:lcrn
dos casados que floresceu no primeiro icmpo parece pcncnccr ao Pai, por
urna propriedade de semelhança, a ordem dos que predicam no segundo
tempo.ao Fdho, e assim a ordem d05 moogcs, a quem os últimos grandes
tempos tem sido conccdklos, pertence ao Espírito Santo" (da b:positio in
Apocalypsitn, f. 5 i:-v, tomado da tradução publicada in Bernud McGinn. Vi-
sinos oi thc End, Columbia University Press,NovaYork, 1979,pp. 133-134).
as origens
_capítulo 1 - as origens
I.J. Yansina, "La t.radition ocal.c et sa méchodologiC", em Histoire g6-
nerale de l'Afriquc, I, M&hotlologic et préhistoirc africainc,
Unesco, Paris, 1980,pp. 167-190; a citação textual de p. 173. ca-
rolinc Humphrcy,~The uses of gen!!alogy:A historical srudy ofthe
nomadic and sctlentarised Bury:at•, em Pasto mi production and
society, Crunbridge University Press, Cambridge, 1979, pp. 235·
260. Sobre o sentido das genealogiaS medievais e as mudanças
que experimentaram, L. Genicot, Lcs généalogics (I'ypologic dcs
sources du moyen ãgc ocCidental, fase. 15), Brcpols, Thmhout,
1975, pp. 35-44.
2. Alcjanclro Lipschutt, Los muros pintados de Bonampak. Ensc-
ii.anzas sociológicas, Editorial Univcrsicaria, Santiago do Chile,
1971.N.A. Maschin, EI principado de Augusto, Akal, Madri, 1978,
pp. 310-315. Sobre a coluna Tmjana: R. Bianchi Bandinclli, "UI co-
lumna Trajana: documcnco artístico y documento político (o ela la
libcrtad clcl artista)", cm Dei helenismo a la Edad Media, Akal,
Madri, 1981,pp. 113-127;c Lino Rossi, fujan 's Columns and chc
Dacian Wk rs, Thamcs and Hudson, Londccs, 1971 (dcscriçio de-
talhada de seu conteúdo cm pp. 130-l56).Algo parecido podcr-
sc-ia dizer dos programas iconográficos das igrejas cristãs medie-
vais, interpretando-os no contexto de sua realidade social.
3. Sobre as listas de reis sumérios: Gcorgcs Roux, Ancicnt haq, Pcn-
guin, Harmondsworth, 1966, pp. 104-106; Hartmut Schmõkcl, El
país de los siímcros, Eudcba, Buenos.Aires, 19n2,pp.158-162.
Sobre Gilgamesh: Rouz, Ancicnt lraq, pp. I 14-l I7;H.Frankfort et
ai., Befi:Jre Philosophy. Toe lntcllcctual Advcnturc of Ancient
Man, Penguin,Harmondsworth, 1964,pp. 223-227;y Herbert Ma-
son, Gilgamesh, Houghton Mifflin, Boston, 1971,pp. 89-96.Sobrc
a função social da religião e do mito nas sociedades mesopotãmi-
cas:Tholtild Jacobscn, em frankfort et ai., Beforc Philosophy, pp.
200-216 (e 165-ln). Sobre a instituição divina da rcaleza:Hcnri.
frankfort, La royallté et Ies clieux, Payot, Paris, 1951, pp. 309-329.
Sobre a identificação inicial de ."poder secular• e •poder sacerdo-
"º""
tal", sua diferenciação posterior e: necessária aliança:JoscfKlím~
Sociedad y cultura en la antigua Mcsopotamia, Akul, Madri'
e
1980, pp. 171-174; E. Dhonne, MI.cs rcligions de Babylonie e;
d'Assyricw, cm Lcs ancienncs rcligions orientales, II, PUF, Paris,
1949, pp. 198-203. Sobre o mito do dilúvio: Edmond Solbetgcr,
Toe Babylonian Lcgcnd of thc Flood, British Muscum, Londres,
19713,Ch'ao-Ting Chi,Key EconomicArcas in Chincsc History,
Allen and Unwin, lonclres, 1936 (citado pela reimpressão de Kel-
lcy, Nova York, 1970), pp. 46-53; e sobre inundações de deitas
quase diluvianos: Karl W. Butzcr, Early Hydmulic Civili:z:ation in
Egypt: A Study in Cultural Ecology, Chicago Univcrsity Piess,
Chicago, 1976, pp. 51-56. Sobre Egito, também: Stcphcn Toulmin
e Junc Goodfield, Thc Discovcry of Tum~:. Penguin, Harmonds-
worth, 1967,pp. 26-32. Uma visão distinta da tI2<.licional, que nos
oferece o panorama de uma evolução que iria desde as listas de
reis e autênticos ~anais", aparece na obra póstuma de Hcrbcn
Buctcr:fidd, Toe Origins of History,Eyre Mcthuen, Londres, 1981,
ainda que &.Item nela as justificatiws a suas colocações (sobre as
listas de reis,pp. 23-38;sobre as crônicas religiosas e laicas mcso-
pori.micas, pp. 29-43; sobre os "anais dos impérios pré-clássicos·
- cgípicios, hititas e mcsopotim.icos -, pp. 44-79). N""ao se fulará
aqui das antigas crônicas chinesas, que versavam sobre o primei-
ro soberano que trouxe a concórdia a uma sociedade turbulenta
e dividida, e reordenavam o pasaado com a finalidade de mostrar
que a monarquia era fundamento imprescindível para a paz so-
cial Qcan I.agcrwcy, "La cosmologic ancicnnc de Ia Chinc", cm
François Châtelct, org., HistoiIC eles idéologics, Hachcnc, Paris,
1878, 1, pp. 61-62; há tradução cm espanhol, publicada por Zyx).
Ver também Buttedidd, Origins of History, pp. 138-151.
4. Sobre a lcicuca dos hicroglifos maias pelos sacerdotes, J. Eric S. ·
Thompson, Maya Hicroglyphs without Tcars, British Muscum,
1980, pp. 63-64 (fato que não se veria substancialmente afetado
se adotássemos a interpretação alternativa clcsscs hicroglifos por
Y. Knórozov).A descrição do conteúdo dessa literatura histórica.
aqui citada é ele Santo Mazzarino,11 pcnsiero storico classico, La-
tcrza, Bari, 19744, I, p. 167. Sobre uma ªliteratura política" mcso-
podmica:"Klíma., Socicda.d y cultura cn Ia antigua Mcsopotamia,"
pp. 250-251- Os textos de Heródoto que se utilizam para funda-
mentar esta lcitur.1. são de Historia, II, lO0;Il,3 e 4,c Il,99,quc
na edição que uso - a traduzida e anotada por Carlos Schradcr,
--f-
.....
Grcdos, Madrid, 1977-1981 -, encontram-se nas pp. 280-284 e
388, respectivamente, do tomo 1. Sobre a transmissão da escrita
da Mcsopod.mia à Grécia:]. D. Hawkins, ~Toe Origin and Disscmi-
nation ofWriting inWestcm.Asian, cm P. R.S. Moorcv, org., lbe
Origins of Civilization, aarendon Press, Oxford, 1979, pp. 128-
166; sobre a influência dessas culmra.s orientais no nascimento
da cii!:ncia e filosofia jônicas, por meio dos magos: M. L. Wcsc,
Early Grcek Philosophy and the Oricnt, CJarendon Prcss, Ox-
ford, 1971.Arnaldo Momigliano afirma que uma influência direta
da cultura oriental, especialmente da persa, no nascimento da
história grega C-Easccm clements in Pos-ExilicJcwish,and Greek,
Historiography", cm Essays in Ãncicnt and Modem Historio-
graphy, Basil Blackwell, Oxford, 1977,pp. 25-35).Sobre a influên-
cia na artc:John Boardman, Toe Grccks Ovcrscas, Pcnguin, Har-
mondsworth, 1968, pp. 80-101 (há trodução em espanhol pela
Alianza Editorial).
5. Uma boa visão de conjunto da historiografia clãssic:a pode se en-
contrar,por exemplo,em Stephen Usher, Toe Historians of Grec-
ce nnd Rome, Hamish Hamilton, Londres, 1969, ainda que dema-
siado limitada ao escudo individual dos grandes autores, defeito
comum à antologia comencacla de M. I. F'mley, Toe Greek Hisco-
rians: the cssence of Herodotus, Thucydides, Xenophon, Poly•
bius, Chacto andW"mdus, Londres, 1969, e ao livro,muito inferior
a estes, de Denis RoUSStl, Los historiadores griegos, Siglo XXI,
Madri, 1975, ou ao capítulo sobre fontes de V.V. Struvc,Historia
de la antiga Grecia, Akal, Madrl, 1979, pp. 699-765. Tocalmence
inútil é o trabalho de A. Toynbee, El pensamiento histórico grie-
go, Sudam.ericana, Buenos Aires, 1967, em que se mistura ataba-
lhoadamente, de Heródoto ao Evangelho.Acerca do que se tratou
neste parágrafo, ver Gian Franco Gianotti, Mito e storia ncl pen-
siero grcco, Loescher, Turim, 1976, texto que nos permite acom-
panhar desde os momentos em que o mito se insere na história,
justificando-a - o que pode ser visto, por exemplo, na história das
cinco raças de homens que se encontra em Hesíodo, Los tmba-
jos y los dias, versos 166-201 -, passando por sua critica, pela
obra cm boa pane dos historiadores, até sua continuidade em
Platão - ver, sobtc este assunto,John E Callahan, •Diatectic, myth
and history in the philosophy of Plato•, em H. F. North, org., ln-
terprctations of Plato, Brill, Lciden, 1977, pp. 64-85 - e seu uso
deliberado comà•história ideológica•, por Isócratcs.Também, M.
notas
-1286
.....
cm Studies ln Historiography, WcinfcW and Nicolson, Londres,
1969, pp. 127-142, e ~Grcck Historiogn.phy~, pp:3-4.
8.As citações de Tucídides procedem e.la tradução da Historia de la
gucm dei Peloponeso realizada por F1211Cisco Rodíguez Adrados
(Hemando, Madri, 1952-1967),1,pp.87, 106-107, e lli,p.147 (que
correspondem a I, 1, 22 e vn, 27). Sobre os falseamentos de fatos:
Santo Mazzarino, U pcnsiero storico classico, I,pp. 247 e 253-257.
Sobre os propósitos preditivos: Châtclct, Naissance de l'histoirc,
l,pp. 202-205. Os elogios de Finlcy enconttam-sc cm "Tucidides el
moralista", cm Aspectos de la antigüedad, Aricl, Ban::clona, 1975,
pp. 6:H9 (a citação é da p. 79), e Uso y abuso de la historia, Cri-
tica, Barcelona, 1977, pp. 40-44. Elogios semelhantes cm Struvc,
Historia de la antigua Grccia, p. 711. O da "modernidade~ é de
Roussel, Los historiadores griegos, pp. 100-104. Uma valomção
positiva, não demasiado convincente, cm L Cánfora, "De Ia logo-
grafia jonia a la historia ática~, em Ranuccio Bianchi Bandinelli,
org., Historia y civflización de los griegos, m: Grccla cn la q>o-
ca de Pericies.Historia, literatura, filosofia, Icar:ia-Bosch,Barcelo-
na, 1981,pp.371-407 (no tomo V da mesma obra: La crisis de la
polis.Historia, 'literatura, filosofia, pp. 51-52, C.Mossé nos &.la da
fuga de escravos atenienses e de sua b'2n5Cendência). Uma wlora-
ção mais equilibrada, com uma história da evolução de Tucídides
como mestre de historiadores, que chega a seu auge com o ro-
mantismo, em A. D. Momigliano, "Historiography on Written Tradi-
tion and Historiography on Oral Tradition•, em Studies in Histo-
riogra.phy, pp. 211-220.Corno complementos,!oram usados clivcr-
506 estudos de H. D. Westlake, Greek Historians and Greek His-
tory, Manchester University Press, Manchester, 1969, e Nicole Lo-
raux, •To11cyclide n'est pas un coll.cgueª, em Quademi di Storia,
Bari,n" 12 (juJ.-dez. 1980),pp. 55-81.
9. Sobre a relação entre todos estes aspectos: Momigliano, uGreek
Historiographyª, pp. 6-7 (que chega a afinnar que uTucídides, Hi-
pócrates e Eurípides se assemelham fortemente•), e George
Thomson, La filosofia de Esquilo, Ayuso, Madri, 1970. Sobre os
sofistas:W. K. e. Guthrie. Toe Sofists, Cambridge University Press,
Cambridge, 1971; Ellen Meiksins Wood e Neel Wood, Class Ideo-
logy and Ancient Political lheory. Socrates, Pia to and Aristotle
in Social Contexc, Basil BJackwell, Oxford, 1978, pp. 87-94; Maria
Untersteiner, I sofisti, lampugnani Nigri, Milão, 19673,etc.A cita-
ção de Platão é de A República, 493 a, tomada da tradução de J.
··1·
~-
notas
Hus, La historia en Roma, Siglo XXI, Buenos Aires, 1975 (que faz
pouco mais que colecionar tópicos e levar a sério os textos retó-
ricos dissimuladores); a de M. L. W.: Laistner, The Grcat Roman
Historians, Univcrsity of catifornia Prcss, Berkeley, 1971 (que cni
no tratumcnto dos historiadores como autores a estudar indivi-
duabnente); os capítulos de Kovaliov sobre historiografia em His-
toria de Roma, Akal, Madri, 1979-' (cujas colocações são muito
superficiais, aferradas tão-somente aos problemas da sociedade
escravista); e o volume coletivo deT.A. Oorey, org., Lacin Histo-
rians, Rotlcdge and Kegan Paul, Londres, 1966.Sobre o tema dos
proêmios.Anconio La Penna, Sallustio e la "rivoluzione~ roma-
na, Fcltrindli, Milão, 197:Y, pp.15-67.
16. Sobre a política ~historicisca~ de Augusto, N.A. Maschin, E1 prin-
cipado de Augusto, pp. 28-336. Sobre a formação do histc>ricis-
mo, nwna visão mais ampla,Antonio La Pcnna,"Potcre politico cd
egemcnoia culwrale in Roma antica dall'ctà dellc guerre puniche
all'età. degbiAntonini" ,em Aspetti dei pensiero storico latino, Ei-
naudi,Turin, 1978, pp. 5-41, e o volume de Luca Ganali, org., Po-
tere e consenso nella Roma diAugusto.Guida storica e critica,
Latcrza, Bari, 1975, e em especial: Luca Canali, "li 'manifesto' dei
regime augustc0N, em pp. 233-256. Sobre Livio e sua influência
posterior. T. A. Dorcy, org. Llvy, Routlcdgc and Kcgan Paul, Lon-
dres, 1971 e sobretudo P G. Walsh, Livy. His Historical Aims and
Methods, Clmbridge Univcrsity Prcss. Clmbridge, 1970.As cita-
ções específicas que se fazem são das pp. 287 e 271.
17. Este parigrafo se baseia sobretudo no esplêndido esrudo de An-
tonio La Pcnna, Sallustio e la "rivoluzzione" romana, já citado,
em seu "Storiografia di senatori e storiografia di letterati", em As-
petti dei pensiero storico latino, pp.43-U>4.Também - em rela-
ção aos aspectos históricos, mas não historiográficos - em P.A.
Brunt, Social Conflicts in the Roman Republic, Chatto and Win-
dus, Londres, 1971. Sobre Tácito, foi usado Ronald Symc, 'Illcito,
I,Paideia,Brescia, 1967.O texto citado éTácito,Anales, m,28.
18. Sobre os "historiadores menores~, Stcphen Usher, Toe Hi5to-
rians of Greccc and Rome, pp. 235-257;paraAmiano Marcelino,
R. C. Blockcy, Ammianus Marcellinus. A Study of his Histori~
graphy a.nd Political Tooughc, l.atomos., Bruxelas, 1975 (por
notas
----r-
"ºcos
Annales du Haut Moycn Ãgc, Brcpols,Turnhout, 1975 (L Gcni-
coc, org., Typologic dcs sourccs du moycn ãge occidcntal, fase.
14) e SmaJlcy, Historians in thc Middle Ages, PP- 56-68. Sobre
monges e regulação do tempo horário: H. E. Hnllam, •nic Medie-
val Social Piccurc", cm E. Ka.mcnka e R.S. Ncalc,orgs., Fcudalism,
Capitalism and Bcyond, Edward Arnold, Londres, 1975, pp. 2~
49. Sobre a regro de Sio Bento e uma ~Regula Magistri• anterior:
Gilcs Constablc, ªThe Study é,f Monastic History Tociay•, em Vil-
clac Munloch e G. S. Cousc, orgs., Essays on the Reconstruction
of Medieval History, McGriU-Queen's Uniw:rsity, Montreal/Lon-
dres, 1974, pp. 19-51 (em resumo, pp. 33-35). Sobre os relógios
medievais: H.Alan Uoyd, ~McchanicalTimckcepcrs", cm C.Singer
et ai., A History of Tuchnology, m, Clrucndon Press, Oxfotd.,
1957, pp. 648-675, e Lynn White Jr., Technologie médievale ct
transformations sociales, Mouton, Paris/La Haya, 1969, pp. 129-
134. Sobre cronologia, em geral, Gucnée, Histoire ct culture his-
toriquc, pp. 51-53, 147-165.
21. O texto de Daniel usado é 7: 1-9. Pua sua interpretação •roma-
na6vcr o comentário de São Jerônimo em Migne, Patrologia, se-
rie latina, XXV (Obras ele San Jerónimo, V. Gamier, Paris, 1884),
530, e Santo Mazzarino, El fin dei mundo antiguo, Uteha, M6ci.-
co, 1961,pp. 35-39.O torto elo Apocalipse de São João é 20: 1-15.
Sobre os modelos proféticos, Smalley, Historians in che Middle
Ages, pp. 29-38, e Trompf, Toe ldca of Rccurrcnce in \lbccm
Thougth, pp. 207-221 e 335.337. A ilustd.Çio da roda das idades
a que se alude é de Londrcs,Britlsh Musewn,MSYatcsThompson
31, f. 76 r., e se reproduz cm Smallcy, ainda que sem uma leitura
adequada dos textos. Sobre o tema dos quatro impérios e as seis
idades elo mundo, Karl Heinrich Krügcr, Dic Universalchroni-
lren, Brepols,Tumhout, 1976, pp. 24-27 (Gcnicot, org., 'fypologie
des sources du moyen âge occidental, &se. 16), e Abilio Barbcro
e Marcelo Vigil, La formación dei feudalismo en la Península
Ibérica, Critica, Barcelona, 1978, pp. 249-258.
22. Sobre ~ renCXão cristã acerca da decadência do Império e do fim
do mundo: H. I. Marrou. Décadence rof!laine ou antiquité cardi-
ve'l, pp. 120-125, e Santo Mazzarino, E1 fin dei mundo antiguo,
pp. 26-39. Sobre o pensamento histórico de Santo Agostinho: Pe-
ter Brown, Augustine of Hippo, Univcrsicy of Califomia Press,
Berkeley, 1969, p. 306 e passim; R.A. Marlrus:, uAugustinc. Man in
history and society~cmA. H.Annstrong,org., Toe Cambridge His-
tory of La ter Grcck and Early Medieval Philosophy. Cambridge
University Press, Cambridge, 1970, pp. 406-419;José Oroz, "L'atti-
tude de SaintAugustin à l'égartl de Rome" ,em I:idéologie de J'im-
perialisme romain, Les BeUes Letrres-Université de Dijon, Paris,
1974, pp. 146-157; John Ferguson, Utopias of the Classic:11
World,Thames and Hudson, Londres, 1975, pp. 181-188. O texto
de La cidad de Dios usado foi o da edição de la Patrologi n de
Migne, serie latina, XIJ (Gamier, Paris, 1900), Obras de San Agus-
tín, tomo VII, em que a crítica às interpretações da semana cósmi-
ca, por exemplo, encontram-se em 666-669. Sobre Paulo Orósio:
Santo Mazzarino, EI findei mundo antiguo, pp. 51-56. O texto
das Historiae adversus paganos, em Migne, Patrologia, serie Ja-
tina,XXXI,Paris, 1846, 663-1174. O capítulo sobre a tomada e sa-
que de Roma, de onde extraímos a citação textual, 1163-1165.
23.A obra de Gregório deTours foi usada na versão inglesa,TI1e His-
tory on the Franks, Penguin, Harmondsworth, 1974, tradução e
estudo introdutório de LewisThorpe;este estudo introdutório foi
usallo como fonte de informação. A citação textual de IX-5 (p.
483 desta edição).A obra histórica de Isidoro de Sevilla em Cri:;.
tóbal Rodriguez Afonso, Las historias de los godos, vándalos y
suevos de Isidoro de Sevilla, estudo, edição crítica e tradução de
C. R.A., C. E. I. San Isidoro, León, 1975; Paul Merritt Basset, "1111:
Use of History in the 'Chronicon' of Isidore of Seville", em.His-
tory and Theory, XV (1976), n" 3, pp, 278-292:A. H.Armstrong,
org., TI1e Cambridge History of Later Greek and Early Medie-
val Philosophy,pp. 555-564.Sobre a historiografia asturiana e sua
interpretação política, A. Barbeiro e M. Vigil, La fonnación dei
feudalismo en la Península ibérica, pp. 236-247 e 263-278. Para
uma visão muito mais acadêmica da evolução desta historiogra-
fia medieval hispânica, até chegar ao trabalho totalmente anacrô-
nico.já que inútil do ponto de vista social.que é a "GeneraJ esto-
ria" deAlfonso X,Francisco Rko,Alfonso e! Sabia e la "General
estoriaH, Ariel, Barcelona, 1972, em especial pp. 15-44. Sobre
Beda:Antonia Granclsen, Historical Writting in England, c. 550-
c. 1307, pp. 13-28 (apesar de apresentar uma trivialidade tão in-
compreensível como a afirmação de que "Becla foi influenciado
por três disciplinas acadêmicas fundamentais, historiografia, cro-
nologia e hagiografia", que, logicamente, não podiam ser conce-
bidas por Beda como "disciplinasH separáveis, senão como carac-
terísticas da história). O texto empregado foi o da edição de Leo
no"5
fv!n;!et~u;~ :~he::~~;n;:~::ad~d~;~:.~~~iu:
grafia a ser citada sobre a influência do joaquinismo é intenniná-
vcl: Rccvcs e Hirsch-Rcich, 1he Figurnc of Joachim of Fiore (pp.
297-329, por exemplo, sobre Dante); sobre Campanclla, FranCCII
A. Yates, Gionlano Bruno et la tradizione ermetica, Latcna.,
Bari, 1969, p. 417; sobre a heresia do espírito livre, Robert E. Lcr-
ner, 1he Heresy of d1c Frcc Spirit in thc la ter Middlc Ages, Uni-
vcISity of California Prcss, Berkeley, 1972; sobre os hussitas, Ro-
bert Kalivoda, Husitská idcologic, NCAV, Praga, 1961, pp. 232-
240, 282-284; sobre a periodização nos primeiros humanistas e
cm Petrarca,Trompf, 1hc Itlca ofHistorical Rccurrcnce, pp. 335-
337, etc.; Marjoric E. Rccvcs, ~Some Popular Prophccies from thc
Fourtccnth to d1c Scvcntcenth Ccnturics", cm G.J. Cuming e D.
Baker, cds., Popular Belicf and Practicc, pp. 107-138. Não vejo a
utilidade de distinguir entre a profecia herética e a profecia
como critica do presente, como faz Robert E. l.crncr, ~Medieval
Prophecy and Rcligious Disscntft, en Past and Prcscnt n" 72
(agosto 1976), pp. 3-24. O problema da influência de Joaquim foi
largamente debatido. Uma avaliação completa cm MarjÕrie Rec-
vcs, ªTilC Originality and Influcnce of Joachim of Aorcft, e11 Tra-
ilictio, XXXVI (1980), pp. 269-316. Uma visão distinta e mais res-
tritiva, em E. Ranfolph Daniel, ªToe Double Proccssion of the
Holy Spirit in Joacbim of Fiorc's Understanding of Historyft, cn
Spcculum, 55 (1980), nD 3, pp. 469-483. Um estado da qUCSG.O
dos escudos sobre Joaquim e o joaquinismo, cm M. W. Bloom.fiel,
~Rcccnt Scholarship on Joachim of Piore and his lnfluence~, cn
Anna Williams, org., Prophecy and Millenarianism. Essays in
Honour of Marjorie Rccvcs, l.ongman, Londres, 1980, pp. 221-
52. Convém defender-se, em contrapartida, os CXCC$0$ que co-
metem Cohn o Harry Lcvin (Thc Myth of the Golden Age in the
Renaissancce, Oxford Univcrsity ~ . Nova York, 1969, p. 151),
na interpretação das escolas do joaquinismo, levando-as arbitra-
riamente até Comtc,Tolstoi ou Marx. Para a Itilia há supões in-
teressantes em Dclio Cantimori, Eretici italiani dcl cinqucccnco.
Ricerchc storiche, Sansoni, Florencia, 19783. Os franciscanos
pcnsanm que a sociedade do milênio podia surgir nas novas ter-
notas
capitulo 2 - do renascimento à
ilustração
1. Felix Gilbert, Machiavclli e Guiccianlini. Pcnsiero politico e sto-
riografia a Fircnzc ncl Cinqueccnto, Einaudi, Turin, 1970 (cita-
ção textual da p. 175). O grande livro cio conjunto sobre o tema •
é. sem dúvida, o ele Rich Cochrane, Historians and Historio-
graphy in the Icalian Renaissance, Chicago Univcrsity Press,