Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA – DHI

Prof. Msc. Rafael Prata.

História Antiga I.

Discente: Priscila Antônia dos Santos.

CARDOSO, Ciro Flamarion. A Grécia Antiga: o mundo das “póleis”. In: A Cidade-Estado
Antiga. São Paulo: Ática, 1985, p.16-40.

Ciro Flamarion Cardoso (1942-2013) foi um historiador brasileiro, egiptólogo com


vasta produção acadêmica
Pr no campo da História Antiga. Publicou obras como “O Egito
Antigo” (1982), “Sociedades do Antigo Oriente Próximo” (1986), “A Cidade-Estado Antiga”
(1985) etc. Possui também estudos relacionados às Metodologias da História, como a obra
“Domínios da História” (1997) etc. O Estudo Dirigido refere-se ao capítulo “A Grécia Antiga:
o Mundo das Póleis” do Livro “A Cidade-Estado Antiga” (1985), trazendo discussões desde a
origem das Cidades-Estados, seu apogeu e término.

De acordo com Cardoso (1985), o início da civilização grega é marcado pelo fluxo
migratório indo-europeu na região da Grécia Continental e Ilhas do Mar Egeu, ocorrendo
contato entre este, e o já existente povo Minoano na Ilha de Creta, aproximadamente entre
2.200 – 2100 a.C. Em torno do ano 1.500 a.C. surgiram os Palácios como centros
administrativos durante a civilização Micênica. Em decorrência de intensas migrações entre
1.200 – 1.100 a.C. vieram as invasões dóricas com a destruição dos centros palacianos,
observando-se também um retrocesso em relação às artes e comunicação com o
desaparecimento da escrita.

Durante a Época Arcaica têm-se o início das Cidades-Estados, com divisões sociais
gregas mais acentuadas. Os centros de organizações sociais existiam na forma de “genos”,
composto por famílias patriarcais autodeclaradas descendentes de heróis ou deuses, as quais
compartilhavam a mesma terra, possuindo bens (rebanhos, terras etc.) e originando as famílias
reais. Os camponeses sem terra eram chamados de Tetes, ainda existiam os “Trabalhadores da
Coletividade” que eram artesãos, profetas, médicos e entre outros, os quais prestavam
serviços quando solicitado. O “genos” surge como uma diferenciação social que dará origem
a Pólis Aristocrática.

Entre os séc. VIII – VII a.C. as Póleis enfrentam dificuldades, com o crescimento
demográfico e monopólio da aristocracia resultando numa crise agrária. A partir desse
problema, foram empreendidas expedições em busca de terras cultiváveis e outros
suprimentos (minérios) no contorno Mediterrâneo, onde foram criadas várias colônias gregas.
Apesar do processo de colonização surgir a partir de um problema, ocasiona a expansão do
comércio marítimo controlando rotas marítimas e consolidando uma economia monetária.

Em decorrência da grande diferenciação social, a qual privilegiava a aristocracia, os


artesãos comerciantes (espécie de “classe média”) passaram a reivindicar esse monopólio
aristocrata surgindo legisladores que fizeram algumas reformas políticas e sociais, como por
exemplo, a “Revolução Hoplítica” e as “Assembleias Populares”, as quais manifestavam a
insatisfação dos grupos não privilegiados. Neste contexto surgem os governos tiranos, com
líderes populares de origem nobre que lutavam pelos interesses das massas populares. O autor
adverte sobre uma “lembrança deformada da tirania”, pois há interpretações, as quais os
tiranos seriam usurpadores do poder, incorporando assim a própria visão aristocrática,
enquanto na prática se percebe que a tirania foi essencial para o estabelecimento da força
política do “demos”.

O período Clássico é marcado pelo desenvolvimento das Póleis em regimes


democráticos ou oligárquicos, o primeiro vigorava em Atenas, por exemplo, e o segundo em
Esparta. Foi uma época de diversos conflitos entre as Cidades-Estados, com formações de
várias ligas militares aliadas para estabelecer um dos regimes. As Póleis chegam ao fim após
um longo período de envolvimento em guerras, assim como o crescimento da escravidão e
crises mercantis. Por fim, ocorreu a invasão dos Macedônios e sucessivas tentativas de
unificação levando à ruína as cidades autônomas.

O texto lido provoca a seguinte reflexão: a Grécia constituía-se em civilização,


enquanto regiões autônomas (socialmente, politicamente etc.) entre si. Contudo, tentativas de
unificação para formação de um império ocasiona o seu fim, ou seja, a Civilização Grega
existia na pluralidade de suas Cidades-Estados independentes.

Você também pode gostar