Você está na página 1de 4

NOME: EDUARDO DA SILVA PEREIRA

MATRICULA: 19216090081

POLO: PIRAÍ

MATÉRIA: HISTÓRIA ANTIGA

1. SIRACUSA

As fontes históricas apoiadas na arqueologia nos provam que as cidades gregas


se espalharam por todo mar mediterrâneo se estendendo aos mares Adriático e Negro, e
uma das cidades gregas que ajudou muito nessa expansão foi a grande pólis de Siracusa.

Fundada por coríntios no litoral sul‐oriental da Sicília nos anos 730 a. C, se


tornou a segunda cidade mais populosa, rica e poderosa do mundo grego, perdendo
apenas para Atenas (FLORENZANO, 2018, p. 247).

Diferente do imaginário popular, a Grécia na antiguidade não era um reino ou


uma nação como no conceito moderno, ou seja, “o território onde vive esse
agrupamento de pessoas; país” (dicionário online Michaelis) e sim várias cidades-
estados fundadas em decorrência da colonização helênica, que não perdiam a identidade
helênica original, tornando se o que podemos chamar de nação helênica, haja visto, que
segundo o dicionário online Michaelis nação significa “grupo social com autonomia
política que ocupa um território definido e está ligado por tradições culturais e
históricas, geralmente com uma língua comum, porém não necessariamente com a
mesma etnia ou religião, tendo governo, Constituição nacional e leis compartilhadas”.
Mas mesmo aqueles que têm noção sobre as cidades-estados da Grécia antiga, mas não
tem um conhecimento mais apurado da formação da civilização grega, imaginam que
politicamente e economicamente essas pólis gregas possuíam as mesmas características,
como exemplo a democracia.

Conforme Juliana Figueira da Hora em seu artigo “Siracusa: cidade


monumental...”, o poder político em todo a Sicília era relacionado à tirania, o que
resultou no “êxito em estabelecer a defesa do território frente aos cartagineses e em
manter, em certa medida, a unidade das colônias gregas.” (da Hora, 2016, p. 54). Da
Hora fala do inicio da colonização Siracusana, mas mesmo no auge da cultura grega
Siracusa era governada por tiranos.

2. SIRACUSA E A COLONIZAÇÃO GREGA

A cidade-estado de Siracusa foi uma das grandes difusoras da cultura grega


através de fundação de colônias, principalmente na Sicília, o que lhe rendeu destaque no
mundo heleno arcaico, criando rivalidades com outras cidades-estados gregas.

A chegada da primeira geração de siracusanos partindo de Ortígia, partindo da


ponta sul da Sicília para a fundação de Herolos, rumo à expansão da colonização, foi
interpretada por alguns pesquisadores como violenta e militarizada, resultando na
expulsão dos nativos (FLORENZANO, 2018, p. 261-262), questão revista atualmente.

Outras cidades foram fundadas pelos siracusanos, como Acrai que ocorreu
“setenta anos depois da fundação de Siracusa. No cálculo dos especialistas, em 664 a.C.
Este dado é comprovado pelo achado de cerâmica grega datada de logo depois dessa
data” (FLORENZANO, 2018, p. 263, apud TORELLI, COARELLI 1984, p.290).

Sua localização privilegiada proporcionou a Siracusa o controle de rotas


importantes de acesso ao interior da Sicília, indicando a intenção de Siracusa de se
apossar de todo o território, o que ficou demonstrado pela fundação das já mencionadas
Ortígia, Herolos e Acrai, bem como as cidades de Casmena, fundada por volta de 643
a.C e Camarina, fundada por volta de 598 a.C.. Todas registradas por Tucídides em uma
de suas obras (FLORENZANO, 2018, p. 263).

Por muito tempo, como supracitado, se defendeu a tese do expansionismo militar


violento pelos Siracusanos devido ter sido sempre governada por tiranos, os quais
chegaram a dominar grande parte da Sicília. E hoje há grande debate e pesquisa sobre a
ocupação dessas áreas e do modo como se deu (FLORENZANO, 2018, p. 273).

Segundo Juliana Figueira da Hora em outro artigo seu intitulado “Realocação


populacional e Tirania: um estudo de caso – Siracusa nos séculos VI e V a.C.”:

“A política utilizada pelos tiranos em Siracusa visava atingir e manter o


poder mediante não apenas a submissão e escravidão dos derrotados, como
era comum na Grécia, mas também por intermédio de uma política de
deslocamento de populações, conduzindo os indivíduos das cidades
derrotadas e integrandoos por meio da força, a outras cidades. Ao agir assim,
o tirano “refundava” a cidade original e pleiteava as “honras heróicas”
devidas ao fundador ou oikista, em grego. A realocação trouxe uma nova
configuração a Siracusa. A população transferida convivia com a população
original em meio a situações de tensão social e choques culturais.”, (DA
HORA, 2011, p. 9).

3. TIRANIA E COLONIZAÇÃO
Para começarmos a compreender a expansão grega através de Siracusa, devemos
buscar entender o conceito de tirania nos tempos em que os siracusanos dominavam e
subjugavam outros povos.
Da Hora diz que para entendermos o conceito de tirania para os gregos, devemos
estudar as fontes que relatam a história dos tiranos grego do período arcaico,
especificamente os séculos VI e V a.C., e em Siracusa a forma de governo através da
tirania teve vigência do período das colonizações até o período helenístico, sendo no
período das colonizações endêmico (DA HORA, 2011, p. 10).

4. CONCLUSÃO
Portanto a pesquisa buscou demonstrar brevemente a existência e a consistência
do regime tirânico nos séculos VI e V a.C., na Grécia antiga, a qual proporcionou a
expansão de Siracusa, pois estabeleceu o controle sobre a população nativa e a ameaça
de invasões, ficando assim demonstrado que a Democracia grega, tão conhecida por nós
e debatida por séculos por estudiosos e pesquisadores, e apesar de ter sido construída
durante toda evolução da civilização grega até chegar ao período helenístico, não teve
vigência em todas as cidades-estados gregas na antiguidade, e que tal cultural apesar de
possuir suas autonomias politicas representadas em suas cidades-estados, que em eram
geralmente independentes e muitas vezes rivalizavam, como a clássica entre Atenas e
Esparta, possuía certa unidade em suas tradições étnicas, culturais e religiosas.

REFERÊNCIAS

DA HORA, Juliana Figueira. Realocação populacional e Tirania: um estudo de caso –


Siracusa nos séculos VI e V a.C., Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São
Paulo, Suplemento 12: 7-14, 2011. Disponível em: <
https://www.revistas.usp.br/revmaesupl/article/view/113563/111518>. Acesso em: 06
de mar. de 2020.

DA HORA, Juliana Figueira. “Siracusa: cidade monumental...”. Praesentia 17, p. 49-


61, 2016. Disponível em: <https://scholar.google.com/scholar?hl=pt-
BR&as_sdt=0%2C5&q=siracusa&btnG=>. Acesso em: 27 de fev. de 2020.

FLORENZANO, Maria Beatriz Borba. A ORGANIZAÇÃO DA KHORA NA SICÍLIA


GREGA SUL‐ORIENTAL: SIRACUSA DIANTE DE SUA HINTERLÂNDIA (733 ‐
598 A.C.). Cadernos do LEPAARQ Vol. XV | n°29, 2018. Disponível em:
<periodicos.ufpel.edu.br › index.php › lepaarq › article › download>. Acesso em: 04 de
mar. de 2020.

NAÇÃO. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Brasil: Melhoramentos, 2020.


Disponível em: < http://michaelis.uol.com.br/busca?id=YkLK1>. Acesso em: 27 fev.
2020.

Você também pode gostar