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Escola Estadual Raul de Leoni

Luís Felipe Soares Marciano

Civilização Grega

26/03/2024
Turma 101
Cidades-Estado na Grécia Antiga

A pólis era a cidade-Estado nos períodos arcaico e clássico da Grécia Antiga.

O que eram

As pólis gregas eram as cidades-Estado da Grécia Antiga. Estas cidades possuíam


um alto nível de independência, ou seja, tinham liberdade e autonomia política e
econômica.

Principais características das pólis gregas:

• Nas pólis não existia separação entre as áreas rural e urbana, nem existiam
relações de dependência. Muitos habitantes das pólis, principalmente da nobreza,
habitavam em casas de campo.

• O centro político-administrativo das pólis era a Acrópoles (geralmente a região


mais alta da cidade-Estado). Nas Acrópoles havia o templo principal da pólis, os
edifícios públicos, a Ágora (espaço em que ocorriam debates e decisões políticas) e
a Gerúsia. A administração da pólis era função da aristocracia local (composta pelos
mais ricos).

• Ao redor da pólis havia uma espécie de cinturão rural, onde eram produzidos
grande parte dos alimentos necessários para a manutenção da pólis. Esta
organização reforçava ainda mais a autonomia das pólis.

• As áreas ocupadas pelas pólis não eram de grande extensão. Em média tinham de
200 a 500 km². Atenas, uma das pólis mais populosas e prósperas da época, era
uma exceção, pois possuía cerca de 2.500 km².

• A pólis criava uma identidade social única por meio de espaços comunitários para
socialização, festivais específicos, marcos fronteiriços, códigos de leis escritas,
moedas com imagens específicas da cidade, guerras contra inimigos comuns e
produção de bens distintivos.

• Cada pólis tinha uma história comunitária comum ou 'memória cívica' comemorada
em estátuas públicas de deuses locais, líderes, benfeitores e campeões esportivos
para reforçar sua identidade.

• Pólis mais ricas e importantes fundaram colônias no exterior em regiões como


Magna Grécia e Jônia, tornando-se cidades 'mãe' que espalharam sua identidade e
forneceram transferências simbólicas de identidade por meio da colonização.
As principais pólis (cidades-Estado) da Grécia Antiga (exemplos):

- Atenas

- Esparta

- Tebas

- Skyros

- Olímpia

- Quios

- Samos

- Elida

- Cranon

- Lesbos

- Mantineia

- Larissa

- Lemnos

- Tasos

- Potideia

- Heracleia

- Corinto

- Rodes

Fontes de referência:

ARRUDA. José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Editora Ática, 1988.

GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013.


Periodização da Civilização Grega

Grécia Antiga

A Grécia Antiga formou uma das maiores civilizações da Antiguidade, legando para
a humanidade contribuições muito importantes em diversas áreas do conhecimento.

Grécia Antiga ou civilização grega é como conhecemos a civilização formada pelos


gregos no sul da Península Balcânica e que se estendeu por outras partes do
Mediterrâneo, além das Cíclades, pela Ásia Menor e por regiões costeiras no Mar
Negro. A história grega iniciou-se oficialmente com o período homérico, por volta de
1100 a.C. e estendeu-se até a transformação da Grécia em protetorado romano, em
146 a.C.

A história grega é compreendida em cinco períodos criados pelos historiadores,


sendo o clássico o momento de auge dos gregos. Nesse período houve grande
desenvolvimento das pólis, destacando-se Atenas e Esparta. Os gregos levaram à
humanidade uma série de contribuições significativas em áreas do conhecimento,
como história, filosofia, literatura, teatro etc.

Períodos da Grécia Antiga

A periodização é uma estratégia utilizada pelos historiadores para facilitar-se a


assimilação e a organização do conhecimento histórico. No caso de civilizações da
Antiguidade, como os gregos, datações aproximadas foram criadas levando-se em
consideração determinadas características ou acontecimentos que são estudados.

No caso dos gregos, a datação estipulou a divisão em cinco períodos, que são:

Período pré-homérico (2000-1100 a.C.): período de formação do povo grego.


Marcado pela existência de duas grandes civilizações — minoica e micênica.

Período homérico (1100-800 a.C.): o “mundo grego” passa por uma grande
ruralização com a invasão dórica, e existem pouquíssimos registros sobre essa
fase. A vida gira em torno do genos, e há um grande recuo civilizacional.

Período arcaico (800-500 a.C.): marcado pelo surgimento da pólis, o modelo da


cidade-estado da Grécia. O aumento populacional leva os gregos a mudarem-se à
procura de novos locais. O alfabeto fonético surge.

Período clássico (500-338 a.C.): período de maior desenvolvimento dos gregos,


marcado pelo florescimento da cultura grega, como a filosofia. Esse período
presenciou a rivalidade entre duas grandes cidades-estado gregas: Atenas e
Esparta.
Período helenístico (338-136 a.C.): a Grécia foi conquistada pela Macedônia,
iniciando-se a fase da difusão da cultura grega pelo Oriente. Seu fim ocorreu
quando a Grécia converteu-se em um protetorado dos romanos.

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/grecia-antiga.htm

Esparta: Uma Cidade-Estado Distinta

ESPARTA

Esparta, localizada na Lacônia, foi uma das grandes cidades da Grécia Antiga.
Liderou a Liga do Peloponeso e rivalizou com a Atenas no período clássico.

A cidade de Esparta foi uma das principais e maiores da Grécia durante o período
clássico. Acredita-se que Esparta tenha sido fundada no século X a.C. e que tenha
se expandido territorialmente a partir do século VIII a.C. Suas leis, conhecidas no
período clássico, supostamente foram criadas por Licurgo, um legislador espartano.

Esparta era uma cidade militarizada, com rígida disciplina social e que usava da
força para controlar o grupo dos hilotas, os escravos que trabalhavam nas terras
dos esparciatas. Um grupo intermediário era os periecos, composto por homens
livres que sobreviviam de diferentes ofícios. Esparta era uma pólis aristocrática, e
somente os esparciatas eram considerados cidadãos.

Origem de Esparta

A cidade de Esparta foi uma das mais importantes pólis da Grécia Antiga e estava
localizada na Lacônia (também chamada de Lacedemônia), na Península do
Peloponeso, que fica no sul da Grécia. A ocupação humana dessa região remonta
ao Período Neolítico, mas a cidade de Esparta surgiu somente no Período Homérico
da Grécia Antiga.

Na narrativa mitológica, a cidade de Esparta foi fundada por Lacedemon, que é filho
de Zeus. Ele teria se casado com Esparta, filha de Eurotas, um descendente do rei
Lélex, o primeiro rei da Lacônia. Ao suceder Eurotas, Lacedemon deu seu nome à
região (Lacedemônia), e o nome de sua esposa foi usado para nomear uma nova
cidade.

Estima-se que a cidade foi desenvolvida na Lacônia no século X a.C., tendo sido
fundada pelos dórios, um povo indo-europeu que chegou à Grécia por volta de 1200
a.C. Uma vez estabelecida a cidade de Esparta, seus habitantes procuraram
expandir os seus domínios, e, assim, acredita-se que, por volta do século VIII a.C., a
região da Messênia foi conquistada pelos espartanos.

Essa expansão territorial fez de Esparta a pólis com o maior território sob o seu
domínio, controlando cerca de 8500 km².

Sociedade de Esparta

A expansão territorial de Esparta sobre toda a Lacônia e sobre a Messênia, além de


ter transformado o território espartano no maior sob o domínio de uma pólis,
também contribuiu para moldar a hierarquia social da cidade de Esparta. Durante a
expansão, uma série de populações foram subjugadas e colocadas sob o domínio
espartano.

Essas populações foram colocadas em condição de escravidão e acabaram


formando a classe dos hilotas. Os hilotas eram a classe mais baixa da sociedade
espartana, que vivia nas terras dos aristocratas da cidade e tinha de cultivá-las para
sobreviver. Uma parte do que era produzido pelos hilotas ficava com os esparciatas,
aqueles considerados cidadãos.

Os hilotas eram o grupo mais numeroso da sociedade espartana e, por isso, eram
colocados sob regime de terror, pois os esparciatas utilizavam-se frequentemente
da violência para manter os hilotas produzindo e para impedir que eles se
rebelassem contra a escravidão. A revolta dos hilotas era um temor real da
aristocracia espartana, uma vez que só a exploração desse grupo é que garantia o
estilo de vida dela.

Os esparciatas, por sua vez, eram a classe dos cidadãos espartanos. Eles
formavam a aristocracia em Esparta e somente eles tinham direito de participar da
política na cidade. Os esparciatas chamavam a si mesmos de homoioi, que significa
“iguais”, e acredita-se que, no auge da cidade de Esparta, eles corresponderam a,
no máximo, nove mil pessoas.

Os esparciatas eram o corpo de elite do exército de Esparta, pois dedicavam toda a


sua vida ao treinamento militar. Esse treinamento iniciava-se aos sete anos de idade
e seguia durante toda a vida, o que fazia dos soldados espartanos os melhores e os
mais disciplinados de toda a Grécia. É exatamente por isso que os esparciatas
mantinham um controle rígido sobre os hilotas.

O estilo de vida deles, dedicado exclusivamente ao treinamento militar e à política,


dependia da exploração do trabalho de alguém para produzir alimentos e a riqueza
necessária para seu sustento. Cada esparciata tinha direito a um lote de terra
chamado de kleroi, e, como dito, o cultivo dessa terra era feito pelos hilotas.

Por fim, uma classe intermediária na sociedade espartana era a dos periecos. Ela
era formada por homens livres que não tinham direito a envolver-se com a política
da cidade. Os periecos, basicamente, eram o grupo que, durante a expansão
espartana, não se tornou cidadão, mas também não foi subjugado como escravo
(como ocorreu com os hilotas).

Os periecos tinham liberdade de locomoção, diferentemente dos hilotas, e


trabalhavam em diferentes ofícios como comerciantes, ferreiros, produtores de
armas para as tropas espartanas e em outras atividades econômicas não realizadas
pelos esparciatas. Os periecos, assim como os hilotas, poderiam fazer parte do
exército, caso fossem convocados.

Principais acontecimentos de Esparta

A cidade de Esparta teve um grande protagonismo na história grega, portanto,


inúmeros acontecimentos marcantes na Grécia tiveram os espartanos como
personagens importantes. Por volta do século VII a.C., Esparta já se transformava
em uma grande cidade. Os séculos VI a.C. e V a.C. marcaram seu auge.

Nesse momento, Esparta era a cidade mais poderosa do Peloponeso e uma das
mais poderosas da Grécia. Essa força garantiu sua influência no sul da Grécia e
permitiu-lhe ocupar a liderança da Liga do Peloponeso. Essa liga foi uma aliança
militar e política formada pelas pólis da Península do Peloponeso.

Dentro dos acordos da Liga do Peloponeso, um dos mais importantes era a aliança
militar, em que todas as cidades-membros prontificavam-se a defender umas às
outras em caso de guerra. Esse acordo era muito benéfico para Esparta porque lhe
garantia alianças militares importantes para manter os hilotas sob controle.

Tradicionalmente, conhecemos Atenas como rival de Esparta na Grécia, mas, além


dela, havia a cidade de Argos como rival de Esparta também, e as duas cidades
entraram em guerra várias vezes. Enquanto cidade militarizada, a guerra foi uma
realidade frequente na história espartana, e três grandes conflitos aconteceram no
seu auge. Foram eles:
● Guerras Médicas (492-490 a.C. e 480-479 a.C.): travada em duas fases, nas
quais os espartanos uniram-se com grande parte das cidades gregas
(incluindo Atenas) para resistir à invasão dos persas. A guerra foi motivada
quando Atenas decidiu apoiar as cidades jônicas a rebelarem-se contra os
persas na Ásia Menor. Os espartanos tiveram papel importante em batalhas
como a das Termópilas, conduzida pelo rei Leônidas I, e em Plateia. Os
gregos venceram.
● Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.): travada entre Esparta e seus aliados
contra Atenas e seus aliados. Sua causa principal foi o fortalecimento de
Atenas e seu enriquecimento à frente da Liga de Delos, e seu estopim foi a
interferência ateniense em duas pólis aliadas de Esparta. Os espartanos
venceram.
● Guerra de Corinto (395-387 a.C.): quando Esparta lutou contra Atenas,
Argos, Corinto e Tebas, sendo isso causado pela expansão espartana na
Grécia. Teve final inconclusivo.

Outro momento significativo da história espartana deu-se com a Batalha de Leuctra,


em 371 a.C., quando Esparta e Tebas lutaram entre si por causa da insatisfação
tebana com a hegemonia espartana. Tebas venceu essa batalha, colocou-se como
força hegemônica na Grécia, deixando Esparta em segundo lugar.

Depois disso, a cidade nunca recuperou o poder dos séculos anteriores. Os


espartanos foram posteriormente subjugados por macedônicos e romanos, e o
último grande episódio envolvendo essa cidade na Antiguidade foi o saque que
sofreu dos visigodos no século IV d.C.

Política de Esparta

Durante seu período clássico, a política espartana organizava-se da maneira como


veremos a seguir. Primeiramente, como já sabemos, a participação na política era
um privilégio dos esparciatas, um grupo de até nove mil homens que poderiam
opinar nas decisões e ocupar os cargos políticos que existiam nas instituições
espartanas. A organização espartana e suas leis, segundo a tradição da cidade,
eram derivadas do legislador Licurgo, um personagem que não se sabe ao certo se
existiu.

A política de Esparta fazia dela uma pólis aristocrática, uma vez que só a
aristocracia local era considerada cidadã. A cidade era baseada em uma diarquia,
ou seja, possuía dois reis, que detinham o cargo de maneira hereditária. Os reis
cumpriam importante papel religioso, e, nos períodos de guerra, um rei juntava-se
às tropas e ia para o campo de batalha, enquanto o outro ficava cuidando da cidade.

As outras instituições espartanas foram:


● Apela: a assembleia espartana, onde os cidadãos tomavam as decisões.
Somente os cidadãos, isto é, os esparciatas com mais de 30 anos,
participavam dela. Eles também elegiam os membros da Gerúsia, um
conselho de anciãos que faziam as leis da cidade.
● Gerúsia: conselho de anciãos formado após eleição na Apela. Eram eleitos
28 esparciatas com mais de 60 anos, que se reuniam com dois gerontes que
ocupavam o cargo de maneira vitalícia. Supervisionavam a administração de
Esparta, faziam as leis para serem votadas na Apela e cumpriam as leis
espartanas.
● Conselho dos Éforos: eram os representantes de fato do governo
espartano. Eram cinco esparciatas que presidiam a Apela e a Gerúsia, eleitos
anualmente para cumprimento de suas obrigações.

Fonte:
https://escolakids.uol.com.br/historia/esparta-uma-cidade-organizada-como-um-exer
cito.htm

Comparação entre Educação Ateniense e Espartana

Diferenças entre Atenas e Esparta na educação

Na Grécia Antiga, Atenas e Esparta representavam as diferenças fundamentais


entre os dois sistemas de educação. Enquanto Atenas enfatizava a importância do
conhecimento e do crescimento intelectual, Esparta se concentrava fortemente na
disciplina militar e na força física. Embora ambos os sistemas tenham
desempenhado papéis essenciais na formação do mundo antigo, suas abordagens
divergentes refletiam suas visões distintas sobre a vida e a sociedade.

Educação Ateniense: A educação em Atenas focava na formação de cidadãos


completos, contemplando aspectos físicos, intelectuais e artísticos. A primeira etapa
educacional, denominada “paideia”, ocorria entre os 7 e os 14 anos e era centrada
na música (incluindo poesia e canto) e na ginástica, sendo estas atividades
consideradas fundamentais para a formação do caráter. A segunda etapa, por volta
dos 13 aos 16 anos, era mais focada no desenvolvimento intelectual, com
ensinamentos de gramática, retórica, filosofia, matemática e astronomia.

Educação Espartana: Contrariamente, Esparta adotou um sistema educacional


que visava produzir o melhor guerreiro. O “agoge” era o programa educacional para
os meninos espartanos que começava aos 7 anos e durava até os 30. Este período
de treinamento incluía aptidão física, resistência à dor, técnicas de sobrevivência,
além de treinamento militar e disciplina. A leitura e a escrita eram ensinadas, mas
eram secundárias em comparação ao treinamento físico e militar.

Comparação

Embora ambos os sistemas de educação valorizassem a formação do caráter e a


aptidão física, o foco e a ênfase eram bastante diferentes. Atenas buscava o
desenvolvimento equilibrado do indivíduo em vários campos de conhecimento e
habilidades, enquanto Esparta era singularmente focada na produção de soldados
altamente disciplinados e aptos fisicamente.

Conclusão

Atenas e Esparta representam dois modelos contrastantes de educação, cada um


refletindo as prioridades e valores de suas respectivas sociedades. A diversidade
dessas abordagens fornece um vislumbre fascinante da complexidade e variedade
da vida na Grécia Antiga.

Fontes:

● [1] Hanson, Victor Davis. “The Western Way of War: Infantry


Battle in Classical Greece”. University of California Press, 2000.
● [2] Marrou, Henri-Irénée. “A History of Education in Antiquity”.
Sheed and Ward, 1956.
● [3] Guthrie, W. K. C. “A History of Greek Philosophy”. Cambridge
University Press, 1962.
● [4] Plutarch. “Lives”. Clough, Arthur Hugh, revisor. John Dryden,
tradutor. Modern Library, 2001.
Conflito Armado entre Esparta e Atenas

Guerra do Peloponeso

A Guerra do Peloponeso foi o conflito envolvendo Esparta e Atenas, as duas


principais cidades-estados gregas, e determinou o fim do domínio grego sobre o
mundo antigo.

A Guerra do Peloponeso foi um conflito entre as cidades-estados gregas Atenas e


Esparta, no século V a.C., pela disputa do domínio da Grécia Antiga. As duas cidades
encabeçavam as principais alianças militares da época: a Liga de Delos, liderada por
Atenas, e a Liga do Peloponeso, comandada pelos espartanos.

A guerra durou aproximadamente 30 anos e foi decisiva para o fim da Era Clássica
grega. A guerra foi vencida por Esparta, mas seu domínio sobre a Grécia não durou
muito tempo. Os espartanos não conseguiram impedir a invasão dos macedônicos,
liderados por Filipe II.

Resumo sobre a Guerra do Peloponeso

● Guerras Médicas: a vitória grega sobre os persas destacou a liderança das


cidades-estados Atenas e Esparta.
● Liga de Delos (Atenas) x Liga do Peloponeso (Esparta).
● Guerra do Peloponeso colocou em confronto dois mundos: Atenas (cultura,
democracia, comércio marítimo) x Esparta (militarismo, oligarquia,
agricultura).
● Esparta venceu Atenas, mas não teve forças para manter seu domínio sobre a
Grécia Antiga e acabou derrotada pelos macedônios.
● Helenismo: cultura grega expandiu-se para outros povos e misturou-se com
outras culturas.

Contexto histórico da Guerra do Peloponeso

Entre os séculos VI a.C. e V a.C., os gregos entraram em confronto com o império


persa, começando as Guerras Médicas (os gregos chamavam os persas de medos).
As cidades-estados gregas uniram-se para derrotar o exército inimigo. A vitória
grega representou não apenas o seu domínio sobre o mundo antigo, como também
trouxe inúmeras mudanças na organização das cidades-estados com a ascensão de
Atenas e Esparta.
Temendo o retorno dos persas para vingar a derrota na guerra, foi fundada a Liga de
Delos, aliança militar entre as cidades gregas sob a liderança de Atenas para
combater o ataque inimigo. Cada cidade deveria contribuir com dinheiro,
armamentos e soldados para o tesouro comum, que seria guardado em Atenas. Os
atenienses utilizaram os recursos desse fundo para fortificar a cidade e investir em
construções públicas e obras de arte.

O crescimento de Atenas provocou uma reação de Esparta. Para responder à aliança


militar liderada pelos atenienses, os espartanos formaram a Liga de Peloponeso. A
rivalidade entre as duas cidades-estados desencadeou a Guerra do Peloponeso, em
431 a.C.

Disputas com Corinto

A rivalidade entre Atenas e Esparta interferiu nas rivalidades entre as cidades


gregas. Corinto e Megara entraram em guerra por causa da fronteira entre elas.
Ambas estavam sob o domínio de Esparta, que decidiu não interferir no conflito.
Megara procurou apoio de Atenas, que prontamente aceitou participar da guerra.
Esparta reagiu à interferência ateniense apoiando os corintos.

O conflito entre Corinto e Megara acabou em 436 a.C. com a assinatura de um


tratado chamado Paz dos Trinta Anos. Esse tratado determinava que atenienses e
espartanos não deveriam invadir a área de influência do oponente e as cidades
pertencentes a cada liga não poderiam mudar de lado.

Início da Guerra do Peloponeso

A Guerra do Peloponeso começou com a quebra do Tratado de Trinta Anos por


conta das rivalidades entre as cidades gregas e do apoio de Esparta e Atenas
nesses confrontos regionais. O tratado foi rompido em 440 a.C., quando a cidade de
Samos, que fazia parte da Liga de Delos, revoltou-se contra Atenas. Os espartanos
realizaram uma assembleia para decidir se aproveitavam essa revolta para atacar os
atenienses, mas a maioria decidiu pela não intervenção. A revolta de Samos foi
derrotada por Atenas.

A cidade de Córcira, que não pertencia a nenhuma das ligas militares, entrou em
guerra contra Corinto. Percebendo que o inimigo era mais forte, os córciros pediram
ajuda para Atenas. Depois de muito relutar em entrar naquela guerra, já que Corinto
fazia parte da Liga do Peloponeso, os atenienses concordaram em ceder 10 navios
que só seriam utilizados por Córcira caso os corintos atacassem-na. Mesmo com o
envio desses navios por Atenas, Corinto atacou os córciros, mas foram derrotados.
Os corintos reclamaram para Esparta sobre a intervenção de Atenas naquele
conflito. Novamente os espartanos decidiram não reagir ao ataque.
A cidade de Megara entrou na Liga do Peloponeso e foi punida por Atenas com um
bloqueio comercial. Essa atitude dos atenienses provocou a realização de uma
assembleia em Esparta para discutir uma reação ao imperialismo de Atenas.
Diplomatas atenienses foram enviados para Esparta e participaram da assembleia.
A princípio, não se queria a guerra, mas a pressão das cidades pertencentes à Liga
do Peloponeso fez com que Esparta declarasse guerra a Atenas.

Principais acontecimentos da Guerra do Peloponeso

A guerra aconteceu principalmente na região de Corinto e da Ática. Os espartanos


tinham vantagem avançando por terra, enquanto os atenienses respondiam pelo
mar utilizando trirremes. As outras cidades gregas aproveitaram o combate para
rebelarem-se em busca de alguma vantagem.

Outro acontecimento da guerra foi o período de trégua. O Tratado de Nícias foi


assinado entre as duas cidades e garantiria a paz por 50 anos, ou seja, a Guerra do
Peloponeso foi marcada por intensos combates, mas também por períodos de
trégua.

Fim da Guerra do Peloponeso

A Guerra do Peloponeso foi longa e exigiu esforço máximo de Atenas e Esparta para
conseguir a vitória. Em 404 a.C., os atenienses renderam-se. O século de Péricles,
caracterizado pelo apogeu de Atenas e pela fundação da democracia, foi destruído
nessa guerra. Esparta saiu vitoriosa, mas enfraquecida por conta da longa duração
da guerra e do esforço empreendido. Isso facilitou sua conquista pela Macedônia.

Consequências da Guerra do Peloponeso

A Guerra do Peloponeso marcou o fim do Período Clássico da Grécia Antiga. Marcou


também a invasão dos macedônios liderados por Filipe II e, após sua morte, pelo
seu filho Alexandre, o Grande.

A cultura grega que se consolidou em seu território foi levada para outras regiões e
misturou-se com as culturas de outros povos. Esse contato da cultura grega com
culturas estrangeiras foi chamado de helenismo.

Importância da Guerra do Peloponeso

A importância da Guerra do Peloponeso está no conflito entre as duas maiores


cidades-estados da Grécia Antiga. As forças gregas que se uniram para atacar
outros povos e expandir o domínio sobre o Mediterrâneo, no século V, atuaram
dentro da própria Grécia. A guerra mostrou também que, apesar da criação das ligas
de Delos e do Peloponeso, não houve total submissão das cidades menores em
relação a Esparta e Atenas.

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/guerra-peloponeso.htm

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