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TÉRMINO

INÍCIO
16MAR24 SÚMULA ICC Nº 365/2024 31MAR24

Ataq u e a ti vo em
o de ensino
estabelecpiamretnet II

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA


DIVISÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
SÚMULA DE ICC Nº 365/2024
ATAQUE ATIVO EM ESTABELECIMENTO DE ENSINO - PARTE II 2

Dando continuidade à ICC anterior, falaremos agora sobre a forma de ação dos policiais
militares envolvidos em um incidente crítico de ataque ativo em estabelecimento de
ensino, desde o momento do conhecimento do incidente, sendo essa a fase de
resposta, até o restabelecimento da sensação de segurança por parte dos envolvidos,
na fase de recuperação do incidente. Como resposta a este tipo de ocorrência,
considerando a estatística dos casos ocorridos no Brasil, o primeiro policial a ter
contato com o incidente é o atendente do COPOM, cuja missão será a de orientar o
solicitante sobre a maneira mais segura de prosseguir.

Identifique o incidente com três perguntas essenciais:

O local é uma unidade escolar?


Há algum meio de ferir (arma branca, arma de fogo ou improvisada) ou alguém
foi ferido?
A pessoa com a arma está ameaçando você ou outros?

Se todas as respostas forem positivas, gere a ocorrência imediatamente, enviando a


viatura mais próxima ao local. A rapidez de resposta é crucial para evitar fatalidades e
lesões. Como primeiro ponto de apoio e contato com a PMESP, você, policial militar
do COPOM, deverá fornecer as primeiras formas de ação para o solicitante,
acolhendo-o no momento do caos.

Ao lidar, com um incidente crítico de ataque ativo em uma escola, o policial militar do
COPOM deverá orientar o solicitante para garantir a segurança de todos, conforme
treinamento próprio.

Agora, se a sua equipe for a primeira a chegar ao local, a sua missão como interventor
será a de formar a Equipe de Contato, atuando diretamente contra o atacante, para
impedir a continuidade da ação homicida. Para isso, sua equipe deve adentrar à
edificação com rapidez e segurança, utilizando os procedimentos de varredura em
ambiente confinado. Se a localização do atacante for conhecida, quer seja por
indicação fidedigna, quer seja por indícios, como barulho de disparos, a equipe deverá
se dirigir diretamente ao ponto de perigo, utilizando o conceito de velocidade de
deslocamento em vez de velocidade de varredura.
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Um ataque ativo, naturalmente, é um incidente que atrairá uma grande quantidade de unidades
de serviço (US) de diversos programas de policiamento e inclusive de outras forças policiais para o
seu local de ocorrência. Contudo, no ambiente interno da escola, é recomendado que apenas as
duas primeiras US que chegarem ao local atuem como equipes de contato. Isto porque um
grande número de policiais no local causará uma superconvergência de recursos, o que, aliado à
dinâmica inicial caótica de um incidente crítico, poderia aumentar os riscos da ocorrência de
fogo cruzado entre diversas equipes de contato.

As US devem preferir o uso de suas armas principais no ambiente interno, evitando o uso do fuzil
devido ao risco de projéteis atingirem outras pessoas. Para disparos precisos a distâncias
superiores a 5 metros, é recomendado o uso de submetralhadora ou espingarda calibre 12GA. É
aconselhado o uso de tecnologias e equipamentos não letais, como as Armas de Incapacitação
Neuromuscular (AIN), usadas pela PMESP quando o atacante estiver efetuando a ação com armas
brancas ou improvisadas. As US que entrarem no ambiente devem realizar varreduras e localizar o
atacante, priorizando a segurança. Ao encontrar uma porta trancada, deve-se informar ao COPOM
e continuar a busca em outro local, pois pode ser uma área segura da escola. O mesmo vale para
portas barricadas.

Durante o momento de resposta, até que a ameaça do ataque ativo seja contida (por rendição,
apreensão ou outra forma), as equipes no local devem orientar os feridos a realizar compressão em
seus ferimentos, buscando reduzir eventuais hemorragias; no entanto, não devem interromper a
busca pelo atacante para auxiliar ou resgatar essas pessoas, pois, nesse momento, a maior
preocupação é a localização do agressor para cessar sua ação, não sendo possível providenciar
socorro às vítimas numa velocidade superior à que são produzidas pelo causador do incidente.
Existe o risco de o atacante se encontrar encurralado em um ambiente específico, buscando um
local seguro para ele mesmo, o que caracteriza uma modalidade de incidente crítico policial de
marginais barricados. Nesse caso, a atuação da equipe deve ser adaptada para essa situação. Outra
possibilidade é a tomada de reféns por parte do atacante, que desiste do intuito de ataque
indiscriminado e busca uma solução por meio de negociação. Nesse caso, as ações previstas na
Diretriz PM3-001/02/13 (Ocorrências que exigem a atuação do GATE) devem ser seguidas.
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Policial militar, caso esteja na terceira equipe a chegar ao local, situação observada por meio
do encontro de viaturas no ambiente ou por ciência de que o ambiente interno está sendo
vistoriado por equipes suficientes, você será o responsável pela gestão emergencial dos
recursos até a chegada do CGP ou CFP, organizando a área externa para acolhimento de civis,
militares, autoridades e serviços de socorro no local, impedindo o acesso de quaisquer outras
pessoas ao ambiente interno, isolando a unidade de ensino e mantendo as vias de acesso
desimpedidas – de forma a permitir a passagem e socorro de feridos e mantendo as ruas
liberadas para acesso de viaturas de socorro. O oficial que chegar no apoio deverá obedecer e
atender à mesma orientação, só atuando na equipe de resposta/contato no interior do
evento se for uma das duas primeiras unidades que chegar. Após a estabilização do incidente
– com a efetiva contenção do atacante - o policial militar mais antigo no local será o
responsável pela gestão e organização externa. Você deve ter em mente que são necessárias
cinco áreas principais a serem mantidas e organizadas pelas equipes externas, sendo elas:

1 - Posto de comando: que poderá ser uma viatura, mas definida e identificada, assim poderá
incorporar todas as informações e ser o principal local que todos se direcionarão para passar
ou obter informações.

2 - Área de concentração de vítimas (ACV): um local próximo, mas protegido das vistas de
curiosos, com espaço amplo para condução e direcionamento dos feridos e socorristas,
preferencialmente organizado e direcionado pelas equipes de socorro (UR, USA ou SAMU).

3 - Área de preparação: um local para recebimento e chegada de novas equipes, autoridades,


viaturas e outros que possam se deslocar para o ambiente. Deve ser organizado para evitar
uma aglomeração descoordenada que impeça saída de viaturas de emergência, como
socorristas, bem como receber todos os recursos no local.

4 - Área de recebimento de familiares: um local próximo, contudo, afastado da zona segura


para feridos, à qual os familiares dos estudantes ou autoridades escolares (professores,
diretores etc.) possam se deslocar para entregar e obter informações. O objetivo principal é
evitar tumulto e desespero em relação aos familiares e possíveis vítimas.

5 - Área de recebimento da imprensa: local mais afastado da zona crítica e da zona segura
de feridos, com o objetivo de receber os profissionais de imprensa e repassar as informações
e notas, evitando diversas narrativas.

A organização da área externa permite um melhor controle e gestão do incidente crítico,


evitando tumultos e liberando vias para acesso a socorristas e feridos, bem como, evitando
pessoas estranhas ao local crítico do incidente mantendo-o preservado para providências e
questões legais.
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O principal ponto de contato e ação da PMESP deve ser em relação à prevenção do


incidente, atuando em conjunto com a sociedade civil, especialmente com as unidades
escolares, preferencialmente por meio da Ronda Escolar, que deverá transmitir a visão
institucional da PMESP para atuação em incidentes críticos envolvendo ataques ativos em
escolas, desde a resposta que será dada até a forma de prevenção e atuação no momento do
incidente. Todo policial militar é responsável por repassar as informações de prevenção desta
modalidade de incidentes, buscando sua maior vocação: salvar vidas. A prevenção é a
melhor forma de ação nessa modalidade de incidente, começando pelo caminho do ataque,
mencionado na ICC nº 364, orientando e sugerindo à escola que se mantenha atenta aos
menores sinais, os quais foram demonstrados na instrução anterior.

IMPORTANTE
A resposta ao ataque deve ser dada pelos funcionários e professores, no primeiro momento,
por isso, a PMESP deverá orientá-los que, caso haja uma ação e ataque em suas unidades,
acionem imediatamente o telefone de emergência 190 ou aplicativo “190 SP”, e busquem
permanecer em local seguro, protegendo o ambiente em que se encontram e efetuando seu
bloqueio, aguardando o contato posterior dos policiais que forem encaminhados para o
atendimento da ocorrência, que serão orientados a contatar o solicitante após cessar o
perigo.
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VERIFICAÇÃO IMEDIATA
(conforme o estabelecido no parágrafo único, do art. 27, das I-22-PM)

1. Os policiais militares, ao efetuarem as varreduras para busca e localização ao atacante e se depararem com uma porta
trancada ou bloqueada, deverão fazer uso de equipamentos para sua abertura?
Não, a porta pode estar trancada por ser uma área segura para a escola, logo, deve cientificar que a polícia se encontra no local e
prosseguir para outros locais de busca a fim de evitar mais fatalidades.

2. Ao chegarem no local do incidente de ataque ativo em estabelecimento de ensino, ao perceberem que já se encontram
duas US no local, que adentraram ao prédio em busca do atacante, os policiais militares deverão adotar quais providências?
Os policiais militares serão responsáveis pela gestão emergencial dos recursos até a chegada do CGP ou CFP, organizando a área
externa para acolhimento de civis, militares, autoridades e serviços de socorro no local, impedindo o acesso de quaisquer outras
pessoas ao ambiente interno, isolando a unidade de ensino e mantendo as vias de acesso desimpedidas – de forma a permitir a
passagem e socorro de feridos e mantendo as ruas liberadas para acesso de viaturas de socorro.

Referências (de leitura não obrigatória)

São Paulo. Polícia Militar do Estado de São Paulo. Instrução Continuada de Comando Nº 254 – Atirador Ativo. Disponível em:
<https://www6.intranet.policiamilitar.sp.gov.br/unidades/dec/?page_id=1669>. Acesso em: 11 mar. 2024.

São Paulo. Polícia Militar do Estado de São Paulo. Instrução Continuada de Comando Nº 328 - Atirador Ativo (Agressores Ativos)
Continuação da ICC nº 254 Disponível em: <https://www6.intranet.policiamilitar.sp.gov.br/unidades/dec/?page_id=1669>. Acesso em: 11
mar. 2024.

RACORTI, ANDRADE, A. E. R. Ataques Ativos: análise do fenômeno e propostas de atuação em amplo espectro. Velho general, 2023.
Disponível em: https://velhogeneral.com.br/2023/04/07/ataques-ativos-analise-do-fenomeno-e-propostas-de-atuacao-em-amplo-espectro/.
Acesso em: 11 mar. 2024.
ANDRADE, A. E. R. Treinamento do Policial Militar da Matriz Operacional I para atuar como primeiro interventor em ataques ativos.
2023. Dissertação (Mestrado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública) - Centro de Altos Estudos de Segurança, Polícia Militar
do Estado de São Paulo, São Paulo, 2023.

RACORTI, V. S. Proposta estratégica para atualização, difusão e emprego da doutrina de gerenciamento de incidentes na Polícia
Militar do Estado de São Paulo. 2019. Tese (Doutorado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública) - Centro de Altos Estudos de
Segurança, Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2019.
1.1.POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Guia de Bolso SICOE. Disponível em:
http://prdwascr.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/intranetcb/wp-content/uploads/2022/02/Pocket-SICOE-2020-1.pdf. Acesso em 06 mar. 2024.

DESENVOLVIMENTO

RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO RESPONSÁVEIS PELA DIAGRAMAÇÃO:


Cap PM Wellington Michel dos Reis da Silva, CPChq; 2° Sgt PM Vinnicius H. R. de Oliveira;
Cap PM Adriano Enrico Ratti de Andrade, do 44º BPM/I; Sd PM Luciane Siqueira de Souza Oliveira, ambos da DEC.
Cap PM Pedro Alexandre de Faria Gobbi, do 4º BPChq.
RESPONSÁVEIS PELA REVISÃO:
RESPONSÁVEIS PELA REVISÃO TÉCNICA
Cel PM Victor Alessandro Ferreira Fedrizzi;
Cel PM Valmor Saraiva Racorti;
Ten Cel PM Anísio Araújo dos Santos;
Maj PM Luciana Greanin Rostello, ambos do CPChq.
Maj PM Alex Gal Paiva;
Cap PM Jardel Teodoro Ferreira, todos da DEC.

EDUCANDO PARA
SERVIR E PROTEGER

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