COLÉGIO ESTADUAL “PAES DE CARVALHO”

Diretor: Alinne.
Docente: Mauricio Sousa Silva. Disciplina: História.
Aluno: _________________________________________________________________.
Série: 1º Ano. Turno: Tarde Data: 23/03/2021. Apostila: 01

GRÉCIA ANTIGA: ESPARTA espartana, formada provavelmente pelas famílias dos

Fundação de Esparta conquistadores dórios. Os quais estavam proibidos de
A Grécia Antiga tinha como uma de suas se dedicarem à agricultura, ao comércio ou a qualquer
características diversas cidades-estados independentes. outra atividade que não fosse a política e a guerra:
As duas principais pólis gregas foram: Esparta e eram verdadeiros soldados profissionais.
Atenas. Fundada pelos Dórios por volta do século IX
a.C., Esparta está localizada na região da Lacônia,
sudeste do Peloponeso. Os povos que desta região que
não se submeteram a dominação espartana foram
transformados em servos do Estado, denominados
hilotas. A guerra passou a constituir uma importante
fonte de renda para o governo da cidade, pois, os
povos vencidos eram obrigados a pagar tributos para
Esparta.

A estrutura política
Segundo a tradição espartana, as leis que
regiam a vida dos espartanos foram estabelecidas pelo
Hoplita (guerreiro) Espartano.
oráculo de Delfos e transmitidas a eles pelo legislador
httppseudea.blogspot.com. Acesso em. 08.04.22.
Licurgo. Devido seu caráter sagrado e a estrutura
oligárquica da sociedade essas leis sofreram poucas
Os periecos: habitavam a periferia da cidade
alterações ao longo da história de Esparta. A estrutura
– era composta por populações livres, porém sem
política se organizava da seguinte forma:
direitos políticos, embora lhes coubesse administrar as
comunidades, fora da cidade de Esparta; onde viviam.
• Diarquia: dois reis vitalícios, devendo um deles
Os periecos eram obrigados a pagar tributos ao estado
comandar o exército, enquanto ambos presidem a
espartano. Eram obrigados a prestarem serviço militar
Gerúsia e as cerimônias religiosas públicas.
no exército espartano, contudo isso não lhe conferia
• Gerúsia: conselho dos Anciãos, composto de 30
cidadania.
anciãos (gerontes) com cargos vitalícios, eleitos entre
os aristocratas com idade superior aos 60 anos de
Os hilotas: O hilota era uma exceção no
idade.
mundo do trabalho compulsório grego. Não era
• Ápela: a Assembleia do povo formada por espartanos
estrangeiro, descendia de uma população grega
da reserva com idade acima dos 30 anos, era
subjugada, que trabalhava em estado de servidão em
responsável por aprovar as decisões da Gerúsia.
terras que anteriormente haviam sido suas. Essa
• Os Éforos (vigilantes): a partir do século VIII a.C.
categoria social em Esparta era tão numerosa que
passaram a contar com uma autoridade absoluta,
chegava a superar a população livre. Os hilotas
dirigindo o governo da cidade-estado, sendo
participavam do exército obrigatoriamente, ainda que
responsáveis por prevenir e reprimir qualquer revolta
utilizassem apenas o equipamento leve: espada curta,
hilota.
punhal e adaga, como os jovens. As revoltas de hilotas
eram frequentes, para prevenir essas rebeliões, os
Composição social e cidadania
espartanos exerciam, anualmente, matanças de hilotas
A sociedade espartana foi marcadamente
nas aldeias; realizadas por jovens espartanos, as
militarista, além de conservadora, aristocrática.
Kriptias constituíam também uma das etapas da
Contudo, tal militarismo tinha um caráter mais de
educação dos futuros cidadãos.
defesa, pois, a principal preocupação era manter sob
controle a imensa massa da população submetida à
Educação espartana
servidão, os hilotas. As principais categorias sociais
A cultura educacional em Esparta buscava
eram:
forma os cidadãos espartanos de criança para o serviço
militar. As mulheres espartanas, embora não fossem
Espartanos: Os espartanos ou esparciatas se
consideradas cidadãs, eram mais atuantes na sociedade
transformaram na camada dominante na cidade
com a participação em exercícios físicos e militares,
além de terem como uma de suas funções gerar filhos
fortes e saudáveis. Vale ressaltar que os espartanos
praticavam a eugenia. Essa cultura militarista entrou
em conflito com a cidade-estado de Atenas na
denominada guerra do Peloponeso.
EXERCÍCIOS
1. (Unesp) Apesar de sua dispersão geográfica e de
sua fragmentação política, os gregos tinham uma
profunda consciência de pertencer a uma só e mesma
cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário,
considerando-se a ausência de qualquer autoridade
central política ou religiosa e o livre espírito de
invenção de uma determinada comunidade para
resolver os diversos problemas políticos ou culturais
que se colocavam para ela.
(Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998.
Adaptado.)
O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da
história grega da Antiguidade:
a) a predominância da reflexão política sobre o
desenvolvimento das belas-artes.
b) a fragilidade militar de populações isoladas em
pequenas unidades políticas.
c) a vinculação do nascimento da filosofia com a
constituição de governos tirânicos.
d) a existência de cidades-estados conjugada a padrões
civilizatórios de unificação.
e) a igualdade social sustentada pela exploração
econômica de colônias estrangeiras.
2. (UFSCAR) Com efeito, como os atenienses
molestavam consideravelmente os peloponésios de um
modo geral, e principalmente o território dos
lacedemônios [espartanos], estes pensaram que a
melhor maneira de os afastar seria retaliar mandando
um exército contra os aliados de Atenas, especialmente
porque tais aliados poderiam assegurar o sustento do
exército e estavam chamando os lacedemônios para vir
ajudá-los, criando condições para que eles se
revoltassem. Em adição, os lacedemônios estavam
contentes por terem um pretexto para mandar os
hilotas para longe, a fim de impedi-los de tentar
revoltar-se na situação presente (...) realmente, por
medo de sua juventude e de seu número – na verdade,
a maioria das medidas adotadas pelos lacedemônios
visava sempre protegê-los contra os hilotas (...).
(Tucídides. História da Guerra do Peloponeso, século V
a.C.)
Sobre o momento histórico a que se refere Tucídides, é
correto afirmar que
a) os hilotas representavam os soldados de elite do
exército espartano protegendo a cidade na ausência da
guarda dos trezentos.
b) o principal objetivo de Atenas era transformar
Esparta em um Estado cosmopolita para explorar seus
recursos naturais.
c) a preocupação dos lacedemônios era controlar a
população de lacônia, que eles subjugaram quando
chegaram ao Peloponeso.
d) os exércitos atenienses eram compostos
essencialmente por hilotas, geralmente agricultores que
viviam em cidades.
e) os lacedemônios tinham por objetivo
consolidar a aliança entre as cidades gregas que faziam
parte da Liga de Delos.
3. (MACKENZIE) Foram características econômicas e
sociais da Cidade-Estado Esparta, no período Arcaico:
a) a posição do indivíduo na comunidade era definida
pelo seu grau de parentesco com o patriarca e sua
economia era natural e coletivista.
b) as classes sociais ligadas ao comércio, ao mesmo
tempo que adquiriam maior poder econômico,
procuravam ampliar seu domínio social.
c) a existência de uma oligarquia aristocrática, que
monopolizava o poder militar, político, religioso e
econômico com o hilotismo.
d) a proibição da escravidão por dívidas pela oligarquia
dominante estimulou a vinda para a cidade de artesãos
estrangeiros, a fim de promover o comércio e
atividades culturais.
e) cidade marítima dominada por camponeses
proprietários de minifúndios, que permitia aos
estrangeiros, Metecos, a realização de atividades
culturais.
4. (FUVEST) Em certos aspectos, os gregos da
Antiguidade foram sempre um povo disperso.
Penetraram em pequenos grupos no mundo
mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e
acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na
sua organização política. No tempo de Heródoto, e
muito antes dele, encontravam-se colônias gregas não
somente em toda a extensão da Grécia atual, como
também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual
Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa
setentrional da África e no litoral mediterrânico da
França. No interior desta elipse de uns 2500 km de
comprimento, encontravam-se centenas e centenas de
comunidades que amiúde diferiam na sua estrutura
política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem
então nem em nenhuma outra altura, no mundo antigo,
houve uma nação, um território nacional único regido
por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia
(ou um sinônimo de Grécia).
(I. Finley. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial
Presença, 1972. Adaptado.)
Com base no texto, pode-se apontar corretamente
a) a desorganização política da Grécia antiga, que
sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de
povos mais unidos e mais bem preparados para a
guerra, como os egípcios e macedônios.
b) a necessidade de profunda centralização política,
como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para
que um povo pudesse expandir seu território e difundir
sua produção cultural.
c) a carência, entre quase todos os povos da
Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de
formular estratégias adequadas de estruturação e
unificação do poder político.
d) a inadequação do uso de conceitos modernos, como
nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia
antiga, que vivia sob outras formas de organização
social e política.
e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do
patriotismo e do nacionalismo, como forma de
consolidar política e economicamente o Estado
nacional.