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1.

Leia atentamente os documentos abaixo:

Documento 1 Documento 2

Documento 3

"Foi no Renascimento que se sistematizou uma forma de representar o espaço real e


tridimensional (realidade) partindo de uma abstração matemática que ficou
conhecida como perspectiva. Na Renascença, quase toda pintura obedecia a esse
método de representação. A perspectiva era um expediente geométrico que produzia
a ilusão da realidade, mostrando os objetos no espaço em suas posições e tamanhos

1
corretos. A perspectiva capta os fatos visuais e os estabiliza, transformando o ponto
fixo de um observador para o qual o mundo todo converge.”

Disponível em https://goo.gl/814GFE

Ao comparar os três documentos apresentados, é CORRETO afirmar que:


a) Os pintores do Renascimento desconheciam as correlações possíveis entre a
Geometria e a produção artística.
b) A busca da tridimensionalidade realista foi a tônica da arte usada na construção
de Igrejas durante a Idade Média, aspecto perpetuado pela Renascença.
c) A técnica da perspectiva inventada no Renascimento encontra-se ainda presente
em recursos atuais de produção de imagens, tais como a fotografia e o cinema.
d) Durante a Renascença, a fotografia era uma técnica disseminada enquanto
recurso voltado à representação de lugares, pessoas e paisagens.
e) As técnicas utilizadas na pintura de tipo renascentista originaram-se na América e
expandiram-se para a Itália e França após o século XIV.

2. Leia atentamente o trecho e as informações no quadro a seguir:

Nas cidades gregas e em Roma durante a Antiguidade, existiram duas principais


maneiras de governar. Numa, a sociedade era governada por uma só pessoa: o rei ou
monarca. Era a monarquia. Noutra, a sociedade era dirigida por um grupo pequeno de
homens ricos. Era a aristocracia. Em algumas cidades da Grécia, como em Atenas, foi
experimentada uma terceira forma de governo. Era a democracia.

KONDER, Leandro. Muito além das Urnas. Revista Ciência hoje das crianças, nº 64.
Adaptado
Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/muito-alem-das-urnas - Acessado
04/09/2015

2
Indivíduos com direito
Dados
a voto
estatísticos População Total
Números
aproximados %
absolutos
ATENAS (Vº
240 mil 38 mil 15,8%
século a.C.)
143
Brasil – 2014 203 milhões 70,4%
milhões

Com base no texto, no quadro e em seus conhecimentos, responda ao que se pede:

a) O que era necessário para que um indivíduo participasse das decisões políticas
durante a democracia em Atenas?
b) Analise as motivações que explicam a diferença do percentual existente entre
indivíduos com direito a voto na democracia ateniense e no modelo democrático
existente no Brasil atual.

3. Leia o texto a seguir e observe com atenção a imagem da pintura a óleo de um rei
francês em um campo de batalha. Os dois estão relacionados ao período dos Estados
Absolutistas Modernos:

“Como é importante que o público seja governado por um só, também importa que
quem cumpre essa função esteja de tal forma elevado acima dos outros que
ninguém se possa confundir ou se comparar com ele; não se pode retirar do seu
chefe a mínima marca da superioridade que o distingue...”.
RIBEIRO, R. J. A ética no Antigo Regime. São Paulo: Moderna, 1999. p. 54.

3
Sobre os Estados Absolutistas, assinale a alternativa CORRETA:
a) a formação de exércitos permanentes, profissionais e centralizados era o objetivo
militar de Estados Absolutistas que pretendiam defender suas fronteiras
estabelecidas.
b) os exemplos mais característicos de Estados Absolutistas, nos quais o poder do
monarca era concentrado efetivamente na Europa, eram a Itália e a Alemanha.
c) a política econômica dos Estados Absolutistas combatia as propostas que
defendiam a unificação de impostos, moedas, pesos e medidas em todo seu
território.
d) diferentes representações artísticas traziam a imagem idealizada de monarcas dos
Estados Absolutistas, caracterizando-os como indivíduos semelhantes aos seus
súditos.
e) a justificativa do poder exercido pela nobreza nos Estados Absolutistas buscava se
afastar do princípio da origem divina que lhe conferiria um caráter ilimitado.

4. O texto a seguir trata da sociedade medieval. Leia-o com atenção e, em seguida,


responda ao que se pede.

“Os defensores são um dos três grupos porque Deus quis que se mantivesse o mundo:
e assim como aqueles que rogam a Deus pelo povo são chamados oradores e os que
lavram a terra e fazem aquelas coisas que permitem aos homens viver e manter-se,
são chamados lavradores, assim, os que tem de defender a todos são chamados
defensores”.

4
Afonso X, o Sábio. Las Siete Partidas. In: PEDRERO-SANCHEZ, Maria Guadalupe. História
da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: UNESP, 2000. p. 99-100.

Analise DOIS aspectos POLÍTICOS do feudalismo, destacando o papel exercido pelos


senhores na sociedade feudal.

5. Leia com atenção o texto a seguir sobre o fim do período medieval.

... o final do milênio medieval costuma ser visto sob a forma de uma crise profunda e
generalizada. Brutal, a mortalidade provocada pelo bacilo da peste espalha-se rápida
e maciçamente. Os doentes sucumbem em alguns dias, sem remédio nem alívio
possíveis. No dizer das testemunhas, toda organização social, até os laços familiares,
foi violentamente perturbada por isso.

BASCHET, J. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo:


Globo, 2006, p. 247-248. Adaptado.

Acerca da chamada “Crise do século XIV”, assinale a alternativa CORRETA:


a) a expansão agrícola que precedeu a crise do século XIV foi realizada à custa de
arroteamentos, o que contribuiu para minimizar o impacto ambiental e conter o
processo inflacionário.
b) a diminuição da produtividade levou a uma maior exploração da mão de obra
camponesa. Nesse momento a teoria das três ordens foi responsável pela aceitação
do aumento da tributação, evitando, assim, as revoltas camponesas.
c) os deslocamentos de camponeses que fugiam para as cidades ajudaram na
eliminação da epidemia nas zonas rurais, já que a peste apenas atingia as
populações mais pobres e desnutridas.
d) tentando fazer frente à crise do século XIV, a Igreja transferiu sua sede de Roma
para Avignon, na França. Essa medida contribuiu para manter a unidade da
cristandade, a autonomia e o caráter universalista da Igreja.
e) nesse contexto, a fome e as epidemias contribuíram para o processo de
desintegração do feudalismo e o fortalecimento do poder dos reis, que aos poucos
foram tomando para si a autoridade administrativa e militar até então em mãos
senhoriais.

6. Esse é um fragmento de uma obra produzida no século I a.C.

“Os romanos apossavam-se de escravos através de procedimentos extremamente

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legítimos: ou compravam do Estado aqueles que fossem vendidos “debaixo de lança”
como parte do botim; ou um general poderia permitir àqueles que fizessem
prisioneiros de guerra conservá-los, juntamente com o resto do produto do saque”.
Dionísio de Halicarnasso. História Antiga dos Romanos, IV, 24. - Citado em CARDOSO, C.
Trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 2003. p. 141.

Em relação à escravidão na Roma antiga, assinale a alternativa CORRETA:


a) Os escravos possuíam entre si uma forte identidade étnica e cultural, pois
apresentavam uma origem territorial africana única.
b) O número de escravos diminuiu fortemente com o processo expansionista, pois
havia a prática de libertá-los em massa para que se tornassem soldados.
c) A utilização da mão de obra escrava dos derrotados de guerra foi ampliada com o
término da prática de escravizar indivíduos livres por dívidas.
d) Revoltas de escravos durante a crise republicana, como a liderada por Espártaco,
se caracterizaram por serem movimentos urbanos limitados à cidade de Roma.
e) A escravidão foi abolida em definitivo pelo Édito Máximo do imperador Otávio
Augusto no contexto em que o Cristianismo tornou-se a religião oficial.

7. Observe os quadrinhos abaixo:

O quadrinho do cartunista Gilmar, publicado em 2010, expõe uma crítica


contemporânea ao que se apresentou como “democracia” na Atenas da antiguidade
clássica. Das alternativas abaixo, qual expressa de modo consistente tal crítica?

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a) A apatia da população, que não tinha o hábito de participar das decisões tomadas
nas assembleias dirigidas pelos cidadãos.
b) A contradição envolvendo um ideal democrático e a exclusão real da participação
política de sujeitos considerados “não cidadãos”.
c) A equivalência entre a forma democrática ateniense e a que é utilizada atualmente
na sociedade brasileira desde a Constituição de 1988.
d) A necessidade de se constituir, na sociedade grega da antiguidade, uma forma de
democracia representativa, na qual cada eleitor escolhia seus representantes.
e) O favorecimento sistemático de representantes de partidos políticos que nem
sempre representavam a maioria da população.

8. O processo histórico denominado Revolução Inglesa ou Revolução Gloriosa teve


como palco a Inglaterra no período de 1640 a 1688, lançando as bases da Monarquia
Parlamentar Inglesa. Sobre a Revolução Inglesa, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Esse foi um momento marcado pelo fortalecimento do Parlamento através da
Carta de Direitos que limitava o poder do soberano.
b) A religião oficial do Estado continuou sendo o Anglicanismo, contudo, prevaleceu a
liberdade de culto.
c) Ambas as revoluções propunham a centralização do poder nas mãos do monarca
em detrimento do parlamento.
d) O Parlamento representava os interesses de uma elite relacionada com o comércio
a qual conseguiu inúmeras liberdades.
e) O sistema parlamentar inglês é um modelo de representatividade que influenciou
na organização de constituições em diversos países do Ocidente.

9. Observe as figuras e as informações abaixo e, em seguida, atenda ao que se pede


em relação à chegada dos europeus na América.

(...) Sabemos, graças aos textos da época, que os índios dedicam grande parte de seu

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tempo e forças à interpretação das mensagens, e que essa interpretação tem formas
extremamente elaboradas, relacionadas às diversas espécies de adivinhação. (...) Em
todos os casos, esses presságios e adivinhações gozam de enorme prestígio e, se for
preciso, arriscarão a vida para obtê-los, sabendo bem que a recompensa vale o risco.

TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins


Fontes, 1993. p. 88-91.

a) Qual era a visão dos europeus sobre os nativos americanos?


b) Cite e analise DUAS práticas coloniais aplicadas pelos europeus frente à diferença
cultural entre eles e os povos americanos.

10. Observe as seguintes figuras e leia o texto a seguir:

No final da Idade Média, a Europa Ocidental passou por transformações sociais,


políticas e econômicas relacionadas ao desenvolvimento do comércio e das cidades.
E, no âmbito da cultura, as cidades italianas constituíam um ambiente propício para a
consolidação de um movimento de transformação cultural, o chamado
Renascimento.

a) Disserte sobre uma transformação socioeconômica que possibilitou a afirmação


da cultura renascentista na Península Itálica.
b) Cite e analise um aspecto da cultura renascentista que entrava em conflito com os
ensinamentos da Igreja.
c) Analise um aspecto do Renascimento no âmbito das artes.

11. Leia o texto a seguir:

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“A sociedade dos fiéis forma um só corpo; mas o Estado compreende três. A lei
humana impõe duas condições: o nobre e o servo não estão submetidos ao mesmo
regime. Os guerreiros são protetores das igrejas. Eles defendem os poderosos e os
fracos, protegem todo mundo, inclusive a si próprios. Os servos, por sua vez, têm outra
condição. Esta raça de infelizes não tem nada sem sofrimento. Fornecer a todos
alimentos e vestimenta: eis a função do servo. A casa de Deus, que parece una, é,
portanto, tripla: uns rezam, outros combatem e outros trabalham. Todos os três
formam um conjunto e não se separam: a obra de uns permite o trabalho dos outros
dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros.”

LAON, Adalbéron de. In: LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. São
Paulo: Edusc, 2005, p. 257-258.

O trecho acima foi escrito pelo bispo Adalbéron de Laon em 1030 com o objetivo de
explicar a organização social que existiu no período medieval dividida em estamentos.
Sobre a sociedade estamental é CORRETO afirmar que:
a) A igreja católica defendia e justificava a divisão social da sociedade estamental.
b) A sociedade estamental caracterizava-se pela possibilidade de ascensão social.
c) Nesta sociedade o estamento mais privilegiado era o dos servos.
d) Nesta organização os servos eram sustentados pelos estamentos clerical e
senhorial.
e) A sociedade estamental era pautada em uma hierarquia social igualitária.

12. Com as grandes navegações, portugueses e espanhóis cruzaram o oceano


Atlântico chegando ao continente americano, a que denominaram Novo Mundo.
Nessas terras, estabeleceram colônias que ficaram conhecidas como América
portuguesa e América espanhola. Acerca da colonização nesses dois territórios,
assinale a alternativa CORRETA:
a) Na América portuguesa as riquezas encontradas no início da colonização foram
ouro, prata e pedras preciosas, o que levou a coroa a se posicionar favoravelmente
à exploração do território encontrado.
b) Na América espanhola o início da colonização foi marcado pelo estabelecimento
de feitorias – entrepostos comerciais que armazenavam mercadorias, alimentos,
armas – que se espalhavam pela costa.
c) Sob ameaça de invasão estrangeira, foi estabelecido na América espanhola um
sistema administrativo centralizado e uma política de povoamento pautada na
plantation açucareira.

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d) Para a administração da América portuguesa, inicialmente foram estabelecidas as
capitanias hereditárias, que fracassaram, sendo criadas, posteriormente, o governo-
geral e as câmaras municipais.
e) Tanto na América portuguesa quanto na América espanhola, durante todo o
processo de colonização, o contato com as populações nativas foi pacífico,
baseado exclusivamente em diplomacia e negociações.

13. Observe as imagens abaixo:

Considerando seu conhecimento sobre os dois movimentos a que se referem as


imagens, é CORRETO afirmar que:
a) A composição social dos dois movimentos era diferente e, por isso, os dois
defendiam o fim da desigualdade de classe e raça.
b) Os líderes dos dois movimentos se mantinham afastados do povo, evitando a
participação dos pobres, escravos e sendo contrários à escravidão.
c) Os negros e ex-escravos mantinham-se na liderança dos dois movimentos,
defendendo o fim do pacto colonial e a independência do Brasil.
d) A presença dos negros nos dois movimentos foi decisiva para o projeto de
resistência social e luta armada contra Portugal e a burguesia brasileira.

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e) A diferença social entre os dois movimentos foi fundamental para os dois projetos,
que se distinguiam, sobretudo, no que se refere à defesa do fim da escravidão.

14. Esta é a imagem atribuída a Zumbi dos Palmares

O dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, é considerado em muitas


cidades brasileiras, o dia da Consciência Negra. A figura de Zumbi dos Palmares é
especialmente reivindicada pelos movimentos sociais como símbolo de resistência e
de luta contra a opressão sofrida pelos negros. Acerca desta questão responda ao
que se pede:

a) O que foi o Quilombo dos Palmares?


b) Cite e analise DUAS OUTRAS formas de resistência à escravidão.

15. Ao analisar o conceito de “república”, o filósofo Renato Janine Ribeiro afirma que:

“República é um conceito romano, como democracia é um termo grego. Vem de res


publica, coisa pública. Surgiu em Roma substituindo a monarquia, mas monarquia e
república não se definem pelo mesmo critério. Monarquia se define por quem manda:
significa o poder (arquia) de um (mono) só. Já a palavra república não indica quem
manda, e sim para que manda. O poder aqui está a serviço do bem comum, da coisa
coletiva ou pública. Ao contrário de outros regimes, e em especial da monarquia, na
república não se busca vantagem de um ou de poucos, mas a do coletivo.”

RIBEIRO, Renato Janine. A república. São Paulo: Publifolha, 2001, p. 18.

Sobre o conceito de república romana e o legado para o Brasil, assinale a alternativa


CORRETA:

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a) A base e estrutura do Direito Civil Brasileiro republicano, com seus modelos,
métodos e conceitos são heranças eminentemente romanas.
b) Assim como na república brasileira, o poder político em Roma era controlado
democraticamente por um presidente.
c) As causas das reformas políticas são as mesmas desde a época do Império
Romano e estabeleceram as bases da monarquia brasileira.
d) A república romana abriu espaço para uma nova forma de organização política,
assim como no Brasil, que viveu a passagem para a monarquia.
e) A mão de obra escravista deixou de ser aplicada, assim como na república
brasileira, que utilizou o trabalho assalariado dos plebeus.

16. Leia:

“Os reinos germânicos tiveram entre si semelhanças e diferenças. Possuíram, em


relação ao antigo Império Romano, caracteres comuns (elementos de permanência),
bem como, outros que os individualizaram (elementos de ruptura). Houve a
convivência entre o germano e o romano”.
GUERRA MARTINS. M. Os povos bárbaros. São Paulo, Ática, 1997. p. 17.

A partir da leitura do trecho acima, marque a opção CORRETA sobre o contexto do


período inicial da Idade Média (entre os séculos V e VII):
a) Igreja Católica teve sua influência política e socioeconômica enfraquecida devido a
sua forte relação com o Império Romano que não existia mais.
b) Os Estados organizados pelos invasores bárbaros se caracterizavam por uma forte
estabilidade política e por fronteiras territoriais bem definidas.
c) Com a diminuição de fatores que geravam o aumento da mortalidade, como
guerras, epidemias e fome, ocorreu uma alta demográfica populacional.
d) A sociedade vivenciou um processo de desmilitarização com a diminuição
contínua da importância dos exércitos controlados pelos grandes proprietários de
terras.
e) A produção econômica concentrava-se fortemente em atividades rurais
desenvolvidas em grandes propriedades que visaram à autossuficiência.

17. A Reforma Protestante foi um movimento religioso que ocorreu no período de


transição da época medieval para a moderna. Esse período foi marcado por inúmeras
transformações no que se refere à mentalidade e às relações sociopolíticas. Sobre
esse contexto, assinale a resposta INCORRETA:

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a) A crise econômica feudal possibilitou a emergência de questionamentos da
população em relação aos dogmas impostos pela Igreja Católica. Os clérigos
estavam mais preocupados com o poder político e com recursos materiais.
b) O Movimento Renascentista abriu espaço para questionar o papel exercido pela
Igreja Católica. O Heliocentrismo contribuiu para diminuir o monopólio da produção
intelectual da Igreja.
c) A venda de títulos eclesiásticos e de indulgências era uma prática oficializada pelos
representantes do clero, cuja ampliação e popularização desse comportamento
fortaleceu o poder da Igreja Católica.
d) Houve a criação de instituições religiosas cristãs que apresentavam novos
preceitos relacionados à base doutrinária da Igreja Católica. O Luteranismo, o
Calvinismo e o Anglicanismo foram religiões protestantes surgidas no século XVI.
e) As novas atividades praticadas pelos comerciantes burgueses no ambiente das
cidades como, por exemplo, a prática da usura, eram consideradas de caráter
pecaminoso pelo clero católico.

18. Sobre a atuação da Igreja Católica na passagem entre a Antiguidade e a Idade


Média (séculos V/VI), podemos afirmar que ela:
a) conseguiu terminar, de forma definitiva, com a Igreja Cristã Ortodoxa predominante
no Oriente, recuperando seu caráter universalista.
b) mantinha sob sua guarda uma boa parte da produção intelectual existente no
Ocidente, sobretudo em manuscritos nas bibliotecas de mosteiros.
c) enfrentava a continuidade das perseguições oficiais por parte de diversos Estados
que surgiram da fragmentação do Império Romano do Ocidente.
d) concentrava suas pregações religiosas nas áreas urbanas em expansão após o
término do período de intensos conflitos militares.
e) criticava ativamente a exploração dos trabalhadores rurais nas grandes
propriedades de terras que produzia para sua autossuficiência.

19. O mapa a seguir constitui-se como um documento do século XVII e revela o Brasil
conhecido e cartografado naquele contexto. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, muitas
atividades propiciaram o aumento do espaço conhecido e habitado do território hoje
chamado Brasil.

Este é o Mapa de João Teixeira Albernaz II, intitulado Província do Brasil, datado de
1666. Ali é possível ver o litoral do Brasil, desde a Barra do Pará, até o Rio Grande,
incluindo algumas missões jesuíticas na fronteira do Rio da Prata.

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A respeito da expansão territorial, assinale a alternativa CORRETA:
a) A pecuária desempenhou um importante papel para o povoamento do Sertão e
com o tempo, os vaqueiros seguiram o curso dos rios, especialmente do Rio São
Francisco.
b) O desconhecimento em relação às bacias hidrográficas existentes, fez com que a
ocupação se mantivesse restrita ao litoral da Colônia.
c) Os jesuítas instalaram suas missões na região nordeste, visto que a Coroa
Portuguesa proibia a presença das aldeias na região ao sul do Rio de Janeiro.
d) A colonização portuguesa manteve-se localizada na região nordeste,
permanecendo as terras abaixo do Trópico de Capricórnio dominadas pela
Espanha.
e) Não houve nenhuma ocupação da região da Amazônia, o que fez com que esta
parte do Brasil ficasse inexplorada até o final do século XIX.

20. A notícia abaixo, publicada em uma revista semanal brasileira, informa acerca de
um importante problema contemporâneo. Observe:

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"Homem carrega cartaz com a inscrição "terrorista não é muçulmano" durante
marcha a favor da paz que reuniu 10 mil pessoas em Toulouse, na França, em 21 de
novembro de 2015."

"Os atentados terroristas em Paris serviram de estopim para uma nova onda de
discurso de ódio direcionado ao islã. Na França, a desconfiança e a hostilidade aos
muçulmanos se solidificam, enquanto nos Estados Unidos a islamofobia ganha
legitimidade no debate político e, até no Brasil, muçulmanos são alvos de agressões
físicas."

Carta Capital, 01/12/2015

O problema evocado na notícia possui uma raiz histórica profunda e secular. Em que
cenário histórico podemos situar essa raiz?
a) nas sucessivas guerras entre cidades-estado gregas no século V a.C.
b) nos conflitos provocados pelas chamadas expansões bárbaras no século V.
c) na relação entre mundo árabe e cristão desde a expansão árabe no século VIII.
d) na expansão marítima europeia no século XV.
e) na ocupação dos territórios americanos pelos europeus no século XVI.

21. Leia o texto a seguir:

“Os termos ‘colônia de exploração’ e ‘colônia de povoamento’ ainda são amplamente


utilizados. Nessa perspectiva, as chamadas colônias de exploração são o resultado do
esforço econômico coordenado pelos novos Estados modernos, as colônias se
constituem em instrumento de poder das respectivas metrópoles. (...) É nesse
contexto, e só neste contexto, que se torna possível compreender o modo como se
organizam nas colônias as atividades produzidas e as suas implicações sobre os

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demais setores da vida social”.

Fernando Novais, citado por BICALHO, M. F. Dos ‘Estados nacionais’ ao ‘sentido da


colonização’: história moderna e historiografia do Brasil colonial. In: ABREU, M, SOIHET, R.,
GONTIJO, R. (orgs). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de
História. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. p. 77-78.

Com base em seus conhecimentos e levando em consideração que a colonização de


europeus na América não foi uniforme, responda ao que se pede:

a) Identifique UMA semelhança ECONÔMICA entre o processo de colonização realizado


pelos ingleses e pelos espanhóis na América.
b) Identifique UMA característica que evidencie diferenças entre o processo
colonizador realizado por ingleses e espanhóis na América.

22. Leia atentamente o trecho a seguir. Ele faz parte do Voto do Padre Antônio Vieira
sobre as dúvidas dos moradores de São Paulo acerca da administração dos índios, de
1694.

“São, pois, os ditos índios aqueles que, vivendo livres e senhores naturais das suas
terras, foram arrancados delas por uma violência e tirania e trazidos em ferros com a
crueldade que o mundo sabe, morrendo natural e violentamente muitos nos
caminhos de muitas léguas até chegarem às terras de São Paulo, onde os moradores
delas ou os vendiam, ou se serviam e se servem deles como escravos”.

VIEIRA, A. (Pe.) Escritos instrumentais sobre os índios. São Paulo: Educ; Loyola; Giordano,
1992. p. 102.

Sobre a escravização das populações indígenas no início do processo de colonização


na América Portuguesa, assinale a alternativa CORRETA:
a) a maior parte da população indígena existente dentro do território vivia em núcleos
urbanos próximos dos rios e do litoral Atlântico.
b) essas populações indígenas apresentavam um padrão cultural e linguístico
bastante unificado, não havendo grandes diferenciações.
c) as chamadas “Bandeiras” só aprisionavam os indígenas quando seu objetivo
principal de encontrar riquezas minerais não era alcançado.
d) a retirada dos indígenas de suas terras e seu aldeamento nas missões jesuítas
contribuíram para a dissolução de suas crenças religiosas.

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e) a mão de obra dos indígenas foi utilizada de forma predominante em atividades de
caráter artesanal e comercial controladas por colonizadores.

23. O principal documento da poesia épica da Grécia Antiga é atribuído ao lendário


Homero. Trata-se da obra Odisseia, que narra em cerca de 12 mil versos a aventura do
herói Ulisses, Rei de Ítaca, em seu retorno para casa após o fim da Guerra de Tróia.

Leia o texto abaixo, extraído do canto 13 da Odisseia, disponível na versão adaptada


pela escritora Ruth Rocha:

"Ulisses acabou de contar sua história ao rei dos feácios. O rei pediu para que todos
trouxessem muitos presentes para o hóspede, comentando que depois poderiam
cobrar impostos do povo para pagar os presentes. Foram todos para o porto, onde a
nau preparada para a viagem estava à espera. Ulisses deitou-se sobre as cobertas
arrumadas para ele e enquanto os marinheiros começaram a remar, adormeceu.
Quando a estrela da manhã surgiu no céu a embarcação aproximou-se do porto de
Ítaca. Os marinheiros desembarcaram-no e colocaram em torno dele os presentes
que havia recebido. Regressaram, em seguida à Feácia, mas não chegaram ao seu
destino porque Poseidon [o deus dos mares] estremecedor da terra, furioso com os
feácios por terem desobedecido sua vontade, transformou o barco e todos os seus
tripulantes em um rochedo em frente à cidade de Esquéria. Ulisses estava espantado
pois, depois de vinte anos, não reconhecia sua própria terra. A deusa Palas Atena
apareceu sob a forma de um pastor e lhe disse que estava em Ítaca. Ulisses tentou
enganar o pastor contando histórias, mas Palas Atena transformou-se em uma bela
mulher e disse quem era. Ajudou Ulisses a esconder seus tesouros numa gruta e lhe
contou o que estava acontecendo com sua mulher Penélope e seu filho Telêmaco. A
deusa deu a Ulisses o aspecto de mendigo, para que ele pudesse andar pela ilha sem
que desconfiassem de quem ele era. Recomendou que ele procurasse o porqueiro
Eumeu, seu antigo e fiel escravo. Eumeu recebeu aquele mendigo disfarçado muito
bem, mas lamentava o tempo todo a ausência do seu senhor, a quem considerava
morto. Enquanto comiam e bebiam o porqueiro continuou a falar bem de seu amo
Ulisses e mal dos pretendentes... Mas Ulisses não queria ainda que o porqueiro o
reconhecesse e afirmou a Eumeu que Ulisses voltaria em breve."

ROCHA, Ruth. Odisseia. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000, pp. 66 e 67.

a) Identifique UMA característica da sociedade grega da antiguidade expressa no


texto literário.
b) Localize a parte do texto na qual a característica apontada por você aparece com

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clareza.
c) Comente como o tema selecionado manifestou-se na vida social da Grécia antiga.

24. Desde o descobrimento, a América Portuguesa recebeu inúmeros grupos sociais


que ocuparam seu espaço acompanhando o lento processo de colonização. Do
contato entre os grupos surgiu uma sociedade muito diferenciada, composta por
diversos segmentos. A partir de listas de população elaboradas em 1831 para diversos
municípios mineiros, apresentamos um quadro que representa uma amostra da
população do sudeste brasileiro. Observe-o:

Composição geral da População

População População População de cor livre


branca escrava (liberto/pardos/índios)

25% 55% 20%

Baseando-se nos dados acima, marque a afirmativa que está CORRETA acerca do
processo de colonização do Brasil no século XVIII:
a) A maioria da população possuía origens europeias, sobretudo devido à grande
presença de colonos europeus.
b) A presença escrava na colonização do Brasil foi reduzida, uma vez que a presença
indígena era superior. Os índios, durante todo o período colonial, compunham a
larga base da sociedade colonial.
c) O processo de alforria de escravos ocorrido durante todo o período transformou a
composição da população, que passou a ter a maioria livre.
d) Se somarmos o percentual de escravos com os de cor livres podemos concluir que
a sociedade colonial possuía 75% de população originária da escravidão.
e) A sociedade colonial baseava-se no regime de castas, não havendo possibilidade
de miscigenação entre seus diferentes grupos.

25. O mapa abaixo informa sobre rotas mercantis que conectavam Europa medieval,
Ásia e África, entre os séculos XI e XII:

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Considerando-se a natureza e a incidência das rotas indicadas no mapa, é possível
concluir que:
a) A Idade Média foi um período marcado por uma economia rural, fechada e
pautada pela ausência de trocas comerciais.
b) A possibilidade de oferta de produtos de luxo oriundos do norte da África e Ásia nas
principais cortes europeias é posterior à expansão marítima do século XV.
c) Cidades como Roma, Paris e Londres são construções modernas e representativas
do estilo de vida contemporâneo, portanto, sem elos com o mundo pré-capitalista.
d) Durante a Idade Média existia uma circulação de produtos e pessoas, o que
favoreceu a formação de redes mercantis que conectavam diversas cidades.
e) O Mar Mediterrâneo serviu, durante a Idade Média, como barreira geográfica
natural, o que favoreceu o isolamento das diferentes regiões europeias.

26. Observe as imagens abaixo:

19
A partir das imagens acima, marque a opção CORRETA sobre as representações
referentes ao período medieval:
a) As imagens buscam desconstruir representações estereotipadas da Idade Média,
que a associam a um período marcado pelo teocentrismo e pelo obscurantismo na
ciência.
b) As imagens reforçam as representações iluministas sobre a Idade Média,
construídas no século XVIII e ainda presentes no senso comum.
c) O nome da página do Facebook, Repensando a Idade Média, sugere que as
controvérsias em torno do período medieval foram superadas na atualidade.
d) As imagens usam da ironia para afirmar a tese de que o terraplanismo e a crença
no curandeirismo predominaram no imaginário social do homem culto medieval.
e) As imagens sugerem que as representações estereotipadas sobre o período
medieval foram criadas na atualidade, através das redes sociais.

27. Leia os textos abaixo:

“Cada ateniense faz parte, ao mesmo tempo, de quatro sociedades distintas: é


membro de uma família, de uma fratria, de uma tribo e de uma cidade. (...) A criança,
a princípio, é admitida na família, pela cerimônia religiosa celebrada dez dias depois
do nascimento. Alguns anos depois, ingressa na fratria por nova cerimônia (...). Enfim,
na idade de dezesseis anos, ou de dezoito, apresenta-se se para ser admitido na
cidade. (...) A partir desse instante está iniciado no culto público, e se torna cidadão
(...). O cidadão era reconhecido por sua participação no culto da cidade, e dessa
participação provinham todos os seus direitos políticos e civis”.

COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes. p.113-170.

“Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à


pessoa humana (...) Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a
todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação
familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, (...), região e local de
moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade
em que vivem.”

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

A partir da leitura dos textos, responda à questão CORRETA sobre a cidadania:

20
a) A cidadania é um direito fundamental e universal, garantido a todas as crianças
desde os primórdios da formação da civilização grega na antiguidade.
b) A garantia de direitos universais à criança, independentemente de sua região e
local de origem, é um princípio presente no ECA e originado na democracia
ateniense.
c) Cidadania é um princípio que tem assumido diferentes significados ao longo da
história, e sua definição deve ser compreendida a partir das particularidades de
cada sociedade.
d) Enquanto no ECA os direitos são restritos às crianças e adolescentes, na
democracia ateniense crianças, mulheres, homens e escravos eram considerados
cidadãos com plenos direitos.
e) Ainda que se refiram a contextos históricos distintos, os dois textos se aproximam
por defenderem a restrição do exercício da cidadania e da garantia de direitos às
crianças e aos adolescentes.

28. Analise as imagens e textos abaixo e em seguida responda:

Trecho 1
O Brasil foi o destino de pelo menos 40% de todos os africanos que chegaram como
cativos nas Américas entre os séculos XVI e XIX. Destes, cerca de 60% entraram pelo
Rio de Janeiro, ou seja, quase um quarto de todos os africanos escravizados nas
Américas. A cidade do Rio de Janeiro pode ser considerada o maior proto
escravagista da história da humanidade, sendo que somente pelo Cais do Valongo
estima-se em um milhão o número de africanos cativos ali aportados.

Dossiê de Candidatura Sitio Cais do Valongo, 2016, https://goo.gl/Xb9ADL.

Trecho 2
Pela magnitude do que representa, coloca-se como o mais destacado vestígio do

21
tráfico negreiro no continente americano. O tráfico de africanos escravizados é
considerado o maior processo de migração forçada da história da humanidade e seu
conteúdo de dor e tragédia faz do Cais do Valongo um sítio histórico de memória
sensível. Há, também, outro aspecto relevante que confere autenticidade ao sítio,
consubstanciado na reapropriação simbólica que a população local, em especial
afrodescendentes, fazem do cais. Ele é hoje um lugar de memória da dor causada
pela escravatura e de celebração da sua herança na construção da nação brasileira.

Dossiê de Candidatura Sitio Cais do Valongo, 2016, https://goo.gl/Xb9ADL.

a) A partir da leitura das imagens e dos textos, destaque UM elemento da sociedade


colonial que se encontra em discussão.
b) Qual a importância de se preservar a memória e a cultura material relacionada ao
Cais do Valongo?

29. Leia o seguinte texto:

O mercantilismo envolve um conjunto de práticas e teorias econômicas desenvolvidas


ao longo da Idade Moderna. Nesse contexto histórico, observamos a relevante
associação entre os Estados nacionais, que buscavam meios de fortalecer seu poder
político, e a classe burguesa, que era responsável pelo empreendimento das
atividades comerciais. Essa experiência de longo prazo teve grande importância para
a acumulação primitiva de capitais.

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiag/mercantilismo.htm>.


Acesso em: 28 ago. 2014.

Sobre o mercantilismo, assinale a alternativa INCORRETA.


a) O termo “mercantilismo” se refere a um conjunto de práticas econômicas
marcadas pelo controle do Estado.
b) O mercantilismo era a política econômica típica dos Estados no Antigo Regime, que
também foram marcados pelo Absolutismo e pela sociedade estamental.
c) Uma das características desse período é a adoção de padrões comuns de
comércio, como a criação de tributos, moedas, pesos e medidas compartilhados, o
que facilitava o controle centralizado.
d) O colonialismo era um de seus elementos fundamentais, pois, com o monopólio
comercial as colônias mantinham-se em situação periférica e complementar à
Metrópole.

22
e) A teoria da balança comercial favorável defendia uma maior entrada de produtos
importados, de forma a fomentar o comércio e aumentar o acúmulo de capitais.

30. Leia as afirmações a seguir.

A História chamada de Antiga faz parte do repertório cultural do Ocidente. Ela


representa para nós uma espécie de História das nossas origens. A História Antiga é
vista como o ponto inicial de nossa jornada através da História.
GUARINELLO, N. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013. p. 8. Adaptado.

Existe em nossa atualidade uma série de características que podem ser consideradas,
de alguma forma, “heranças” recebidas da Antiguidade greco-romana. Entre elas,
assinale a alternativa CORRETA:
a) a introdução da participação das mulheres nas decisões políticas de seus países
através do voto direto.
b) a criação do ideal de República a partir da experiência vivenciada na cidade grega
de Atenas.
c) a retomada de referências culturais e artísticas que têm sido reinterpretadas desde
o Renascimento.
d) a maioria dos países ser composta de cidades-estados, independentes entre si, e
não estados de caráter mais nacionalizado.
e) o princípio jurídico do direito romano do “olho por olho, dente por dente” que
prevalece nas relações diplomáticas internacionais.

23
Gabarito:

Resposta da questão 1:
[C]

A técnica da perspectiva, como o texto explica, ao usar de elementos geográficos


para buscar a noção de realidade, foi e é utilizada por diferentes expedientes
artísticos, como a fotografia e o cinema.

1. Resposta da questão 2:
Em Atenas eram considerados cidadãos os homens, maiores de 21 anos e que
fossem atenienses natos, ou seja, 15% da população;

No Brasil atual, o acesso à cidadania, no que tange ao direito ao voto, é amplo: todo e
qualquer cidadão brasileiro (nascido ou naturalizado), ao atingir a idade mínima
necessária, pode votar.

Resposta da questão 3:
[A]

Somente a proposição [A] está correta. A questão menciona a formação dos Estados
Nacionais na Baixa Idade Média culminando no Absolutismo da Idade Moderna. Os
Estados Modernos surgiram através de uma aliança entre rei e burguesia. A burguesia
foi beneficiada com a proteção do Estado e a unificação da moeda visando facilitar o
comércio, no entanto, os burgueses pagavam impostos para manter o aparato
estatal. O Estado, cujo poder estava personalizado na figura do rei, montava e
equipava o exército e a marinha e mantinha a burocracia estatal. No geral, a teoria do
direito divino dos reis, justificava o poder dos monarcas.

Resposta da questão 4:
Poder político descentralizado prevalecendo o poder local dos nobres que eram os
senhores feudais. Com o enfraquecimento da esfera de atuação do Estado, as
relações pessoais tornavam-se mais fortes. Essas relações, conhecidas como “feudo-
vassálicas” ou de suserania e de vassalagem, originaram-se das tradições romanas e
germânicas e consistiam no ato de um senhor doar bens, sobretudo terras e direitos a
outro senhor em troca de alguns favores e obrigações.

Resposta da questão 5:
[E]

24
Somente a proposição [E] está correta. A questão aponta para o final da Idade Média,
em especial o século XIV caracterizado por muitas tragédias como a “Grande Fome”
que dizimou 12% da população europeia e a Peste Negra que matou 33% da
população da Europa. Apesar deste declínio populacional, os senhores feudais
continuaram cobrando a mesma quantidade de impostos sobrecarregando os
camponeses sobreviventes, daí as revoltas camponesas como as Jacqueries na
França. Neste cenário de crise que ameaçava os interesses da elite, iniciou-se o
processo de formação dos Estados Nacionais através de uma aliança entre rei e
burguesia centralizando o poder nas mãos dos reis.

Resposta da questão 6:
[C]

A partir da expansão territorial empreendida por Roma durante a República, a prática


do escravismo de guerra substituiu a prática da escravidão por dívida e assumiu o
papel de base da economia romana.

Resposta da questão 7:
[B]

A questão aponta para as contradições da democracia grega na antiguidade. Apesar


de representar um avanço em relação a Grécia aristocrática, a democracia grega
antiga surgiu no período clássico, possuía uma cidadania muito restrita, apenas 10%
eram cidadãos, mulheres, escravos e estrangeiros não eram considerados cidadãos,
ou seja, não tinham direitos políticos. Gabarito [B].

Resposta da questão 8:
[C]

As revoluções inglesas do século XVII buscavam a descentralização do poder, a partir


da formação de uma Monarquia Parlamentarista que limitaria o poder do Rei inglês.

Resposta da questão 9:
a) Uma visão etnocêntrica que colocava a cultura europeia como sendo superior à
cultura ameríndia, considerada selvagem e pagã.
b) Catequização: processo do ensino religioso católico que contribuiu para o
aculturamento indígena;
Ensino da língua portuguesa: processo de substituição das línguas indígenas pelo
português.

25
Resposta da questão 10:
a) A reabertura do Mar Mediterrâneo, proporcionada pela ocorrência das Cruzadas,
favoreceu o enriquecimento de mercadores e comerciantes. Tal segmento social
passou a apoiar práticas que denotavam luxo e riqueza, como o colecionamento de
obras de arte, o que incentivou a prática do mecenato, principalmente na Península
Itálica.

b) Concepção antropocêntrica de mundo, em oposição à concepção teocêntrica


proposta pela Igreja Católica.

c) Influência da cultura greco-romana, humanismo, valorização do corpo humano.

Resposta da questão 11:


[A]

A Igreja Católica, durante a Idade Média, usava a palavra e a vontade de Deus


(expressas nas escrituras e interpretadas como melhor lhe convinha) para justificar a
divisão social existente, que prejudicava muito aos servos.

Resposta da questão 12:


[D]

Quando decidiu por efetivar a colonização brasileira, Portugal escolheu o sistema de


Capitanias Hereditárias, uma vez que já estava acostumado a adotar o mesmo nas
suas colônias africanas. Mas, no Brasil, tal sistema não funcionou, o que obrigou
Portugal a adotar, concomitantemente, o sistema de Governo Geral. As Câmaras
Municipais eram órgãos de poder local que surgiram durante o estabelecimento das
Capitanias Hereditárias e cresceram em atuação e importância ao longo do Período
Colonial brasileiro.

Resposta da questão 13:


[E]

A Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana eram diferentes, principalmente, em


suas bases sociais: o movimento mineiro era elitista enquanto o baiano era popular.
Por isso, a defesa da Abolição da escravatura só esteve presente na Conjuração
Baiana.

2. Resposta da questão 14:


O Quilombo dos Palmares foi o maior foco de resistência à escravidão no Brasil

26
colonial. Os quilombos eram comunidades de resistência criados por negros
fugitivos em meio às matas brasileiras.
Zumbi era a designação dada ao líder de um quilombo. Então, Zumbi dos Palmares
era o líder do Quilombo dos Palmares, fundado no interior do atual estado de Alagoas
para abrigar negros fugitivos e protegê-los dos seus senhores.
Nos quilombos, a vida era comunitária e a preocupação era evitar a descoberta dos
negros pelos senhores de escravos.

Poderiam ser citados: suicídios, abortos, fugas, atos violentos contra feitores e
senhores, práticas religiosas africanas, o desrespeito às ordens senhoriais e a prática
da capoeira, entre outras.

Resposta da questão 15:


[A]

O chamado Direito Romano (o conjunto de práticas legais e jurídicas adotado na


República Romana) influencia de maneira decisiva e direta o Direito Civil Brasileiro, em
especial nas áreas civil e penal.

Resposta da questão 16:


[E]

Uma característica econômica básica do Feudalismo foi a ruralização da economia


com vistas à subsistência, ou seja, a produção agrícola rural visando à
autossuficiência.

Resposta da questão 17:


[C]

As práticas corruptas da Igreja Católica – como a venda de indulgências, a venda de


cargos eclesiásticos e a simonia – foram uma das razões para o surgimento de
movimentos que contestavam a Igreja e, logo, não ampliaram seu poder.

Resposta da questão 18:


[B]

Somente a alternativa [B] está correta. A questão faz referência a transição do mundo
antigo para o período medieval. Neste contexto, no âmbito econômico havia uma
ruralização da economia com êxodo urbano já apontando para o mundo feudal. Na
política, ocorreu uma fragmentação do poder fortalecendo o poder local nas mãos

27
dos nobres, os senhores feudais. Em função das invasões bárbaras, a Europa
mergulhou na insegurança e no caos social. A Igreja católica foi a única instituição
que estava forte e atuou no sentido de construir uma unidade social em torno do
cristianismo. Esta instituição foi a mais importante na Idade Média Europeia, explicava
os fenômenos sociais e naturais ancorado na ideia do teocentrismo. Possuía o
controle intelectual tendo os mosteiros como bibliotecas copiando e traduzindo obras.

Resposta da questão 19:


[A]

Algumas atividades foram decisivas no processo de expansão territorial do Brasil


colonial. Podemos citar, como exemplos, a pecuária, as drogas do sertão e a
mineração. No caso da primeira, o avanço mais significativo foi para o interior da
região Nordeste.

Resposta da questão 20:


[C]

Na chamada Alta Idade Média, em especial a partir do século VII, quando a civilização
árabe, após o estabelecimento do Islamismo, passou a se expandir pela Europa
Ocidental, árabes e cristãos passaram a se enfrentar em diversos territórios, o que
levou a algumas guerras, como as Cruzadas e a Guerra de Reconquista.

Resposta da questão 21:


a) Uma semelhança econômica no âmbito europeu foi a política econômica
denominada Mercantilismo que era caracterizado pelo metalismo, intervencionismo,
protecionismo e balança comercial favorável. No Sul das Treze Colônias e em toda
América Espanhola prevaleceu a colônia de exploração através do sistema de
Plantation caracterizado pelo latifúndio, escravidão, monocultura e a economia
visava o mercado externo.

b) Uma diferença que poder ser observada é a questão religiosa. A Espanha era um
país católico enquanto a Inglaterra era protestante. Em função das guerras religiosas
na Inglaterra, refugiados religiosos puritanos foram para os Estados Unidos buscando
fugir da intolerância religiosa. Desta forma, a colonização inglesa diferenciou-se, em
muitos aspectos, da colonização exercida na América Portuguesa e Espanhola devido
à relativa negligência da metrópole com o pacto colonial. Enquanto nas Treze
Colônias (em especial no Norte) a autonomia colonial contribuiu o desenvolvimento
econômico, os ibéricos na América optaram por uma prática mercantilista

28
monopolista com a ambição de explorar as riquezas para serem exportadas para
metrópole a um preço mais baixo e revendidas na Europa a preços altos.

Resposta da questão 22:


[D]

Somente a alternativa [D] está correta. A questão aponta para a escravidão indígena
na América Portuguesa. Resolução a partir das incorretas. A maioria da população
indígena não residia em núcleos urbanos e no litoral e sim na zona rural e no interior.
Cada tribo possuía sua cultura e identidade e não havia unidade cultural entre os
nativos da América. As “Bandeiras” paulistas aprisionavam índios das missões do Sul e
vendiam boa parte para o Nordeste como escravos. Havia diversos tipos de bandeiras
tais como a caça ao índio, caça ao ouro, monções e o sertanismo de contrato. Na
América Portuguesa (Brasil) prevaleceu a escravidão do negro enquanto na América
Espanhola prevaleceu a escravidão indígena. Com a colonização e catequese os
nativos sofreram uma violência simbólica através do processo de aculturação.

Resposta da questão 23:


a) O texto apresenta algumas características da sociedade grega, tais como a
escravidão, a divisão em cidades-Estado e a mitologia;

b) Essa resposta vai depender da característica escolhida pelo aluno. No caso da


escravidão, por exemplo, o trecho seria: “(...) recomendou que ele procurasse o
porqueiro Eumeu, seu antigo e fiel escravo. Eumeu recebeu aquele mendigo
disfarçado muito bem, mas lamentava o tempo todo a ausência do seu senhor, a
quem considerava morto (...)”;

c) A Grécia costumava adotar dois tipos de escravidão: a de guerra e a por dívida. A


existência da escravidão ajudou a formar uma modalidade específica de trabalho
dentro da sociedade. Nesse sentido, em cada cidade-Estado os escravos eram
utilizados de acordo com as atividades econômicas exercidas.

Resposta da questão 24:


[D]

Os dados da tabela permitem concluir, sem sombra para dúvidas, que a população
negra (escravizada ou já liberta) era maioria absoluta no Sudeste brasileiro.

Resposta da questão 25:


[D]

29
É importante mencionar que o mapa faz referência aos séculos XI e XII, portanto
aponta para o início do Renascimento Comercial e Urbano quando iniciou a crise do
sistema feudal, surgiu a burguesia, também surgiram muitas cidades, intensificou o
comércio e o uso de moedas, tudo isso gerou a necessidade de criar diversas rotas de
comércio, tanto marítima quanto comercial conectando o ocidente com o Oriente.
Gabarito [D].

Resposta da questão 26:


[A]

Os intelectuais humanistas vinculados ao Renascimento Cultural (movimento cultural


bem amplo que ocorreu nos séculos XIV, XV e XVI na Europa), construíram narrativas
depreciativas em relação ao período anterior, a Idade Média, recebendo rótulos como
“uma noite de mil anos”, “idade das trevas”, entre outros. Não devemos concordar
com essas abordagens elaboradas pelos renascentistas, uma vez que na Idade Média
surgiram na Europa os Estados Nacionais Modernos, as línguas nacionais, as
universidades, entre outras realizações. Gabarito [A].

Resposta da questão 27:


[C]

A questão aponta para as diferenças entre democracia e cidadania no mundo grego


antigo e na contemporaneidade. A democracia Ateniense surgiu em 509 a. C,
Clístenes é considerado o fundador da Democracia. A democracia antiga possuía
uma cidadania bem restrita, mulheres, escravos e estrangeiros estavam excluídos,
essa regime democrático surgiu a partir de um modelo político oligárquico-
aristocrático. A democracia contemporânea tem como base teórica o Iluminismo, um
movimento filosófico do século XVIII defensor, entre outras coisas, de uma sociedade
de direitos em detrimento de uma sociedade estamental pautada em privilégios.
Desta forma, a cidadania deve ser analisada a partir de suas particularidades
históricas. Gabarito [C].

Resposta da questão 28:


a) Os textos destacam a questão da utilização da mão de obra escrava africana no
Brasil;

b) A importância reside na valorização da herança sociocultural negra para a


formação da sociedade brasileira.

30
Resposta da questão 29:
[E]

A teoria da balança comercial favorável defendia que uma Monarquia deveria


EXPORTAR mais do que IMPORTAVA para conseguir acumular metais preciosos.

Resposta da questão 30:


[C]

Somente a proposição [C] está correta. A questão aponta para a relevância da


Antiguidade Clássica, Grécia e Roma, como baluarte da civilização ocidental. O
Renascimento Cultural dos séculos XIV, XV e XVI retomou os valores humanistas,
antropocêntricos e racionais da Grécia e Roma antiga. Os gregos criaram a
democracia, filosofia, olimpíadas, concepções de arte entre outras contribuições.
Roma, por sua vez, possuía um espírito mais prático e utilitarista e nos deixou como
legado o latim, o cristianismo e o Direito.

31
1. Observe as figuras:

32
A quantidade de radiação solar incidente afeta
a) as estações do ano.
b) o eclipse solar.
c) o movimento de translação.
d) o movimento de rotação.
e) o efeito estufa.

2. Faça parte desta experiência.

Para essa experiência serão utilizados: mesa, lanterna, blusa preta e um espelho
grande, a experiência deve ser realizada à noite.

Procedimento: Coloque a lanterna em cima da mesa. Não deve haver nenhuma outra
fonte de luz no quarto. Com a blusa preta vestida, você deve se posicionar a cerca de
30 cm da lanterna. Agora você deve ir rodando lentamente para a esquerda até ficar
de costas para a luz projetada pela lanterna, posteriormente deve segurar o espelho e
incliná-lo de tal modo que ele reflita a luz projetada pela lanterna para a parte da
frente da sua blusa. Rode de novo para a esquerda até ficar de frente para a luz e,
enquanto roda, observe o que passa a acontecer com a parte da frente da blusa.

Resultado: quando você está virado para a lanterna, a projeção da luz na parte da
frente da sua blusa é brilhante e desaparece quando completa a meia volta e fica de
costas para a lanterna. Quando é utilizado o espelho para refletir a luz da lanterna,
esta volta a incidir na parte da frente da blusa, mas não é tão brilhante quanto
quando incidia diretamente.

33
Fonte: VANCLEAVE, Janice. Ciências da Terra para jovens: 101 experiências fáceis de
realizar. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1993. p. 29.

Qual processo a experiência está representando?


a) Movimento de translação
b) Precessão do equinócio
c) Movimento de rotação
d) Pôr do sol
e) Estações do ano

3. Observe a figura.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram no mundo em


consequência de desastres naturais entre 1970 e 2010, com um aumento significativo
dos atingidos nas últimas duas décadas. Desde o ano de 1990 até os dias de hoje,
foram contabilizados 8,2 mil casos de desastres, nos quais 5,6 bilhões de pessoas
foram atingidas.

Os desastres naturais vêm atingindo um contingente populacional cada vez maior em


função
a) da crescente concentração urbana e o grau de vulnerabilidade da população.
b) do aquecimento global e aumento dos eventos extremos.
c) do aumento do volume e concentração das chuvas nas áreas urbanas.
d) da falta de confiança pela população na previsão de tempo.
e) da retirada da cobertura vegetal e aumento do volume de precipitações.

34
4. Leia o gráfico abaixo.

a) Por que a zona intertropical possui os maiores totais de precipitação média anual?
b) Cite 2 tipos de precipitação.

5. Leia o texto a seguir e observe a figura.

Muitos “desastres naturais” são provenientes da dinâmica interna da Terra, como as


atividades vulcânicas, os terremotos e tsunamis associados. Vulcões e terremotos,
entretanto, apresentam distribuição bastante desigual ao longo da superfície
terrestre: enquanto algumas regiões do planeta, a exemplo do território brasileiro, não
apresentam vulcanismo ativo e atividade sísmica mais aguda, outras áreas
apresentam atividade vulcânica significativa com terremotos e tsunamis recorrentes.
Acontecimentos recentes de terremotos e tsunamis em países como Japão,
Indonésia e sudeste asiático de forma geral, endossam o que foi afirmado acima.

A figura a seguir ilustra duas regiões do planeta com atividades sísmicas muito
contrastantes: América do Sul e Sudeste Asiático, que estão posicionadas em suas
respectivas placas tectônicas. As setas sobre as placas tectônicas indicam as
direções predominantes de seus movimentos.

35
A partir da interpretação do texto e da figura, é CORRETO afirmar que:
a) O território brasileiro está posicionado em limites convergentes de placas
tectônicas, e sua posição em margem ativa explica a baixa atividade sísmica na
parte leste da Placa Sul Americana.
b) Todo o conjunto do arquipélago indo-malaio se encontra distante dos limites de
placas tectônicas, o que repercute em uma distribuição desigual da atividade
sísmica e vulcânica.
c) Enquanto o Brasil tem baixa atividade sísmica pelo fato de se encontrar em domínio
de margem passiva, com seu território contido na porção central da Placa Sul
Americana, a Indonésia encontra-se em margem ativa, o que explica a atividade
sísmica significativa nessa região do planeta.
d) A região indonésia figura como um típico domínio de margem passiva, e é essa
condição geotectônica que possibilita a ocorrência de atividade vulcânica intensa e
a alta recorrência de terremotos causadores de danos humanos.
e) Tanto o Brasil como o arquipélago indonésio estão posicionados em plataformas
continentais de margem passiva, e as diferenças na atividade sísmica se devem
unicamente à influência desigual de correntes de convecção que ocorrem no
manto subjacente aos níveis crustais dessas duas regiões.

6. Observe a seguinte tirinha da Mafalda:

36
Mafalda, na tirinha, comenta que “a Terra gira, gira...” O que caracteriza este
movimento?
a) Rotação: movimento que a Terra realiza em torno de si mesma, circulando ao redor
do seu eixo imaginário central.
b) Translação: movimento elíptico que a Terra executa ao redor do Sol, com uma
duração aproximada de um ano.
c) Precessão dos equinócios: movimento giratório realizado pela projeção do eixo de
rotação terrestre no sentido horário.
d) Nutação: variação periódica no eixo rotacional terrestre em função da influência da
gravidade da Lua sobre a Terra.
e) Deslocamento do periélio: variação da órbita terrestre ao redor do Sol; essa
diferença varia em função da influência da órbita de outros planetas.

7. Considerando as referências espaciais esboçadas na figura abaixo, é possível


afirmar que:

a) O quadrante A está nos hemisférios setentrional e oriental.


b) O quadrante B está nos hemisférios meridional e ocidental.
c) O quadrante C está nos hemisférios setentrional e ocidental.
d) O quadrante D está nos hemisférios meridional e oriental.
e) O quadrante E está nos hemisférios setentrional e meridional.

8. Observe a figura:

37
Todas as figuras estão associadas ao processo de
a) erosão.
b) lixiviação.
c) assoreamento.
d) voçorocamento.
e) laterização.

9. “E, mais do que tudo, a Gruta do Maquiné, tão inesperadamente grande, com seus
sete salões encobertos, diversos, seus enfeites de tantas cores e tantos formatos de
sonho, rebrilhando de risos de luz. Ali dentro a gente se esquecia numa admiração
esquisita, mais forte que o juízo de cada um, com mais glória resplandecente do que
uma festa, do que uma igreja.” João Guimarães Rosa

Disponível em: <http://mondego.com.br/gruta-do-maquine/>. Acesso em: 29 out. 2015.

38
A imagem apresenta uma das feições pendentes no teto de cavernas
a) aluviais.
b) calcárias.
c) graníticas.
d) tectônicas.
e) vulcânicas.

10. Analise as duas tirinhas abaixo.

Com base nos conceitos usados nas tirinhas, marque a resposta CORRETA:
a) As formações vegetais, sobretudo as florestais, contribuem para o fornecimento de
água para a atmosfera e o processo de desmatamento na Floresta Amazônica
pouco interfere na ocorrência de chuvas em outras regiões do Brasil e da América
do Sul.
b) Rios voadores é o nome dado ao transporte de umidade feito pelos ventos que
escoam entre 1500 e 3000 metros de altitude, a leste da Cordilheira do Andes, e que
provocam a ocorrência de chuvas do centro até o sudeste do continente sul-
americano.
c) A cobertura vegetal possui papel fundamental no clima e na disponibilidade
hídrica; dessa forma, preservar e restaurar as formações vegetais contribui para a
intensificação do aquecimento global.

39
d) O desmatamento da floresta Amazônica modifica apenas o ciclo hidrológico local,
pois as precipitações que ocorrem em outros locais da América do Sul dependem,
apenas, da atuação de outros sistemas atmosféricos.
e) Não existe relação entre a diminuição das áreas de vegetação natural e o
comprometimento dos recursos hídricos, uma vez que os reservatórios de água são
abastecidos pelas chuvas e pelos rios que são represados.

11. Observe as figuras:

Compare os ciclos da água em ambientes não urbanos e urbanos. Cite e explique


duas diferenças entre eles.

12. (...) desde pequenos ouvimos que o Sol nasce no leste e se põe no oeste. Nos livros,
existem até aqueles desenhos em que um homenzinho com os braços totalmente
abertos, em forma de cruz, nos ensina a colocar o direito na direção do nascer do Sol,
o "leste", para deduzirmos que o norte fica à nossa frente, o sul nas costas e o oeste na
direção do braço esquerdo, oposta ao leste.
O detalhe é que a aplicação desse método, como nos é apresentado pelo desenho
tradicional, raramente funciona.

Disponível em: <http://migre.me/rZES5>. Acesso em: 29 out. 2015.

O Sol nasce no leste e se põe no oeste somente em dois dias ao ano:


a) no começo e no término do horário de verão.
b) no início do perigeu e do apogeu da Terra.

40
c) no início do plantio e no início da colheita.
d) nos dias em que o Sol passa pelos polos.
e) nos equinócios de outono e primavera.

13. As Figuras 1, 2, 3, 4 e 5, a seguir, mostram a história tectônica da Terra nos últimos


250 milhões de anos de tempo geológico. Cada era, período e época da história
geológica da Terra teve uma distribuição de terra e mar, com regiões climáticas,
vegetação e fauna distintas, caracterizando uma geografia física diferente da que
presenciamos hoje.

Com base nas figuras apresentadas, responda:

Qual das formas representa o Continente Pangea?


a) Apenas a Figura 1.
b) Apenas a Figura 2.
c) Apenas a Figura 3.
d) Apenas a Figura 4.
e) Apenas a Figura 5.

14. Observe as figuras:

41
42
a) Relacione cada paisagem vegetal com o climograma correspondente.
b) Identifique os domínios morfoclimáticos e as características climáticas das
paisagens vegetais representadas acima.
c) Cite e explique DOIS riscos de degradação que afetam cada uma das duas
paisagens vegetais.

15. A área urbana da cidade de Juiz de Fora é cortada pelo rio Paraibuna.
Estabelecida ainda na Antiguidade, a relação entre rios e cidades vem sofrendo com
a urbanização um grande desgaste, pois os rios, de essenciais para o
desenvolvimento do tecido urbano, tornaram-se fontes de conflitos.

a) Cite DOIS fatores que mostram como a urbanização afeta a vazão de um rio.
b) Aponte DOIS fatores que mostram o conflito entre a urbanização e a presença de
rios.

16. Pulmão do mundo. No que você pensa ao ouvir essa expressão? Ora, só dá para
imaginar que a Amazônia é a maior produtora mundial do oxigênio que mantém a
Terra viva! Acontece que essa história de "pulmão do mundo" é uma enorme
bobagem. (...) E mais: florestas como a Amazônia, segundo os cientistas, são
ambientes em clímax ecológico. Isso quer dizer que elas consomem todo – ou quase
todo – o oxigênio que produzem.

Disponível em: <http://brasilnomundo.org.br/analises-e-opiniao/como-o-brasil-vai-


implantaros-
objetivos-do-desenvolvimento-sustentavel-ods/#.Viv8fCtmM0p>. Acesso em: 20 out.
2015.

O verdadeiro “pulmão do mundo” são

43
a) as algas marinhas, uma vez que produzem mais oxigênio pela fotossíntese do que
precisam na respiração.
b) as áreas cultivadas, porque impedem que os raios solares transformem o oxigênio
em gás carbônico.
c) as estepes e campos que, devido à vegetação de gramíneas, consomem menos
oxigênio do que produzem.
d) os bosques e florestas, porque seus arbustos promovem a absorção do oxigênio
através de suas folhas.
e) os continentes gelados que durante o degelo promovem a liberação de oxigênio
para a atmosfera.

17. Leia o texto e observe o mapa abaixo para responder ao que se pede.

“Em maio de 1973, o historiador alemão Arno Peters (1916-2002) convocou uma
entrevista coletiva em Bonn, então capital da República Federal da Alemanha
Ocidental. Diante de 350 jornalistas internacionais, ele anunciou um novo mapa do
mundo baseado no que chamou de projeção Peters. Foi uma sensação imediata, e
logo a notícia estava na primeira página da imprensa internacional. No Reino Unido, o
Guardian publicou uma matéria intitulada 'O Bravo Mundo Novo do Dr. Peters',
anunciando o novo mapa e sua projeção matemática como 'a projeção mais
honesta do mundo até hoje inventada'.
Para quem viu pela primeira vez o mapa em 1973, sua novidade estava na aparência.
Para aqueles acostumados à projeção de Mercator, os continentes do hemisfério
norte tinham o tamanho aumentado, enquanto a África e a América do Sul
assumiam a aparência de lágrimas caindo em direção à Antártica.”

BROTTON, Jerry. Uma História do Mundo em Doze Mapas. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. p.
379-380. Adaptado.

44
Sobre a projeção de Peters, marque a alternativa CORRETA:
a) Ao publicar sua projeção, Arno Peters deu maior destaque aos países de latitudes
elevadas, próximos aos polos, antes subjugados pela projeção de Mercator.
b) A visão de mundo defendida por Arno Peters em sua projeção acabou com as
desigualdades econômicas entre países dos Hemisférios Norte e do Sul do planeta.
c) A projeção de Arno Peters foi muito divulgada pela imprensa internacional porque,
pela primeira vez, representou os contornos dos continentes com exatidão.
d) A projeção de Arno Peters atendeu aos anseios dos países mais pobres do
Hemisfério Sul, pois materializou cartograficamente maior igualdade entre as
nações.
e) Os contornos e os tamanhos relativos aos continentes foram preservados na
projeção de Arno Peters, que por esta razão foi chamada pela imprensa de “O
Mundo Real”.

18. Observe a figura.

45
A figura ilustra um processo comum nos cursos d’água. Ele pode ser denominado por:
a) Assoreamento.
b) Lixiviação.
c) Erosão.
d) Intemperismo.
e) Rastejamento.

19.

46
Essas figuras demonstram que:
a) a presença de carbono na atmosfera torna suportável a radiação solar.
b) as atividades humanas contribuem para eliminar o carbono da natureza.
c) há maior quantidade de carbono presente nos seres vivos que no húmus.
d) o carbono retorna ao meio físico quando utilizado como fonte de energia.
e) o dióxido de carbono atmosférico é indissolúvel na água da chuva.

20.

De acordo com a representação morfológica, a área em destaque é


a) um arquipélago.
b) um planalto.
c) um tsunami.
d) uma cratera.
e) uma escarpa.

21. Observe as imagens abaixo.

47
Essa sequência de Robert Crumb foi publicada pela primeira vez em 1979, na revista
CoEvolution Quarterly (mais tarde Whole Earth Review).

a) Analise essa sequência e cite 3 transformações do espaço geográfico


representado.

Em 1988, Crumb desenhou um epílogo, que seria publicado na Whole Earth Review.
Três vinhetas, com três futuros possíveis.

A figura abaixo apresenta um dos cenários imaginados por Crumb, com o título de “O
pior cenário: desastre ecológico”.

b) Como a sociedade poderá evitar que o cenário criado por Crumb se torne uma
realidade?

48
22. Observe a figura a seguir:

Sobre o sistema fluvial, é correto afirmar que:


a) a erosão fluvial é menor na área de deposição, em função do menor fluxo de
drenagem e capacidade de transporte.
b) o divisor de drenagem delimita a área da bacia hidrográfica, definindo a área de
escoamento e infiltração no seu interior.
c) o ganho de água num sistema fluvial se dá pelo fluxo que chega aos oceanos, a
evaporação e pelo escoamento de águas pluviais.
d) os rios depositam seus sedimentos adjacentes aos seus canais, principalmente no
período das secas, em função do menor volume de águas.
e) os sedimentos transportados pelo sistema fluvial são importantes na manutenção
da qualidade e quantidade de água.

23. Observe o diagrama abaixo. Esse diagrama representa a relação entre o


intemperismo físico e químico e o clima.

49
Sobre o intemperismo físico e químico, podemos afirmar:
a) as regiões localizadas em baixa latitude e que possuem climas úmidos possuem
intemperismo químico menos intenso.
b) nas florestas tropicais úmidas e nos climas de monções, o intemperismo químico é
mais significativo do que o intemperismo físico.
c) nas regiões áridas e frias, onde o intemperismo químico predomina, as rochas
tendem a ser mais pontudas, angulares e recortadas.
d) o intemperismo físico é elevado nos climas úmidos de latitudes medianas, sendo
evidenciado pela profundidade dos solos e formas arredondadas.
e) o intemperismo químico é considerado mais intenso em regiões de baixa
temperatura e média precipitação.

24.

50
A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa corresponde ao
tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos,
bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida.
Em outras palavras, a Pegada Ecológica é uma forma de traduzir, em hectares (ha), a
extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza”, em média,
para se sustentar.
A Pegada Ecológica mede a quantidade de recursos naturais biológicos renováveis
(grãos, vegetais, carne, peixes, madeira e fibra, energia renovável, entre outros) que
utilizamos para manter nosso estilo de vida. E nos diz se esse consumo está dentro
dos limites do planeta, da biocapacidade, da capacidade dos ecossistemas em
produzir recursos úteis e de absorver os resíduos gerados pelo ser humano.

Disponível em: <http://www.wwf.org.br/informacoes/?35722/cartilha-pegada-


ecologica#>. Acesso em: 5 nov. 2015.

a) Com base na figura, quais territórios produtivos foram considerados na pegada


ecológica?

b) O Brasil é o país com uma das maiores biodiversidades do mundo, o que nos
coloca em uma posição privilegiada no cenário mundial, como um dos maiores
“credores ecológicos” do planeta. Mas essa biodiversidade diminuiu nas últimas
décadas, enquanto a Pegada Ecológica aumentou.
Disponível em: <http://www.wwf.org.br/informacoes/?35722/cartilha-pegada-
ecologica#>. Acesso em: 5 nov. 2015.

51
A situação de desequilíbrio descrita nesse texto contribui para:

25. Considere o trecho e as imagens abaixo e, na sequência, responda:

“O hemisfério norte que vê a (estrela) Polar, não vê o Cruzeiro do Sul. Isso acontece
também em Portugal, situado bem mais ao norte (no entorno de 40° N) do Trópico do
Câncer. No entanto, nota-se indistintamente nos dicionários portugueses e brasileiros
a presença única do verbo nortear (NORTEar) como orientar-se para o Norte e
também dirigir, orientar, guiar. Na noite do hemisfério sul, o encontro da direção Sul
apoiado pelo Cruzeiro do Sul deveria enquadrar apenas na ideia de ‘SULear-se’,
palavra que não consta dos dicionários brasileiros”.

CAMPOS, Márcio D'Olne. SULearvsNORTEar: Representações e apropriações do espaço


entre emoção, empiria e ideologia. (1999). Disponível em:
https://www.sulear.com.br/texto03.pdf. Acesso em 27/10/2020.

a) Destaque DOIS aspectos que nos possibilitam afirmar o caráter eurocêntrico da


Projeção de Mercator.
b) Joaquin Torres García afirmou que “(…) nuestro Norte és el Sur” (nosso Norte é o Sul)
para se referir à sua obra. Diante do exposto, cite TRÊS aspectos do caráter
ideológico-geográfico presente no termo “sulear”.

26.

52
Para essa experiência foram utilizados: lápis, copo de papel, canudo, massa de
modelar, prancha de madeira de 30 cm de comprimento, terra e recipiente com 4 de
água.

Procedimento:
Com o lápis, fazer um buraco perto do fundo do copo de papel.
Cortar o canudo ao meio e inserir uma das metades no buraco que foi feito no copo.
Vedar o buraco com massa de modelar.
Pousar a prancha de madeira no chão e colocar terra embaixo de uma de suas
extremidades, de modo a elevá-la cerca de 5 cm.
Cobrir a prancha de madeira com uma camada fina de terra.
Assentar o copo sobre o lado mais elevado da prancha, com o canudo apontado para
baixo.
Tampar a extremidade do canudo com um dedo, enquanto enches o copo com água.
Destampar o canudo e observar o movimento da água.
Limpar a prancha e depois cobri-la novamente com terra.
Aumentar a inclinação da prancha para cerca de 15 cm. Colocar o copo sobre a parte
mais elevada.
Tampar a extremidade do canudo com um dedo, enquanto enches o copo com água.
Destampar o canudo e observar o movimento da água.

Resultados: A terra é arrastada pela água corrente. Quando a inclinação aumenta, a


quantidade de terra arrastada pela água é maior.

VANCLEAVE, Janice. Ciências da Terra para jovens: 101 experiências fáceis de realizar.
Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1993.

53
a) Na experiência, por que quando se aumenta a inclinação aumenta também a
quantidade de terra arrastada pela água?
b) Além da declividade, na natureza, há outros fatores que interferem na quantidade
de terra arrastada numa encosta. Cite dois desses outros fatores.

54
27. Leia a tabela a seguir. Ela apresenta as horas de luz solar em algumas latitudes
do Hemisfério Sul.

Horas de luz solar no Hemisfério Sul

20 de
março e 22 21 de 21 de
Latitude
de dezembro junho
(Graus)
setembro (horas) (horas)
(horas)

0 12 12 h 12 h

11 h 25
10 12 12 h 35 min
min

10 h 48
20 12 13 h 12 min
min

10 h 41
23,5 12 13 h 35 min
min

10 h 4
30 12 13 h 56 min
min

40 12 14 h 52 min 9 h 8 min

7 h 42
50 12 16 h 18 min
min

5 h 33
60 12 18 h 27 min
min

66,5 12 24 0h

70 12 24 0h

80 12 24 0h

90 12 24 0h

55
Essa variação na duração das horas de luz solar, no Hemisfério Sul, ocorre em função:
a) da excentricidade da Terra.
b) da precessão dos equinócios.
c) do clima equatorial da Terra.
d) do eixo inclinado da Terra.
e) do solstício de verão.

28. Observe os títulos de matérias jornalísticas a seguir.

G1 TRIÂNGULO E ALTO PARAÍBA

Tremores de terra são registrados em Pedrinópolis e Nova Ponte

https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2020/06/08/tremores-de-terra-
sao-registrados-em-pedrinopolis-e-nova-ponte.ghtml. Acesso em 01/11/2020

G1 BAHIA

Terremoto de 4,6 de magnitude é registrado na Bahia

https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/08/30/moradores-relatam-tremor-de-
terra-em-varias-cidades-da-bahia.ghtml. Acesso em 01/11/2020

G1 MINAS GERAIS

Moradores de Itabirito e Ouro Preto sentem tremores de terra de magnitude 2.7

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/08/08/moradores-de-itabirito-
e-ouro-preto-sentem-tremores-de-terra-de-magnitude-27.ghtml. Acesso em
01/11/2020

G1 BAHIA

Laboratório de sismologia aponta 17 casos de tremor de terra na Bahia em quadro

56
dias; confira

https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/09/01/laboratorio-de-sismologia-
aponta-17-casos-de-tremor-de-terra-na-bahia-em-quatro-dias-confira.ghtml.
Acesso em 01/11/2020

Sobre a ocorrência de sismos (terremotos) é CORRETO afirmar que:


a) Tecnicamente os terremotos recebem o nome de erosão superficial. Sua origem
está associada ao tectonismo, ao vulcanismo e principalmente ao intemperismo.
b) Tectonismo são movimentos das placas biônicas, congruentes ou dissonantes, as
quais acomodam tais placas gerando abalos sísmicos ou terremotos.
c) Erupções vulcânicas, ao liberarem uma grande quantidade de energia nuclear
acumulada no interior da Terra, também podem provocar terremotos.
d) No passado acreditava-se que o Brasil era imune a ocorrências de abalos sísmicos.
O monitoramento revela que, embora modestos, os sismos são comuns no país.
e) Escala Richter é usada para se medir a intensidade dos terremotos. No Brasil já foi
registrado um terremoto com magnitude na Escala Richter acima de 9,0.

29. “Movimento de Massa, também denominado como deslizamento,


escorregamento, ruptura de talude, queda de barreiras, entre outros, se refere aos
movimentos de descida de solos e rochas sob o efeito da gravidade, geralmente
potencializado pela ação da água”.

Fonte: Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).

Dessa forma, considerando as condições de clima, relevo, solos, vegetação e


ocupação humana associados aos movimentos de massa que ocorrem no Brasil,
analise as alternativas a seguir e assinale a única CORRETA.
a) Os climas de verões secos e invernos chuvosos nas regiões de topografia
acidentada no sudeste do país são responsáveis por tais processos.
b) A cobertura vegetal nativa exerce um papel importante ao facilitar o processo de
erosão desenvolvido pela água das chuvas.
c) Os solos profundos e porosos, típicos das encostas, são os responsáveis pela maior
capacidade de absorção da água infiltrada.
d) Atividades como cortes em talude, aterros, ocupações habitacionais, entre outras,
reduzem a vulnerabilidade nas encostas para tais processos.
e) Ocupações irregulares, sem a infraestrutura adequada, em áreas de relevo
íngreme favorecem a ocorrência de movimentos de massa.

57
30. Assim como nos últimos anos, o ano de 2019 foi marcado por condições
meteorológicas extremas. Analise os recortes dos noticiários abaixo e responda:

a) Considerando os movimentos de circulação geral da atmosfera e as estações do


ano, apresente os sistemas atmosféricos responsáveis pelas condições
meteorológicas extremas indicadas nas manchetes.

b) Relacione a ocorrência desses eventos extremos aos efeitos das mudanças


climáticas globais.

58
Gabarito:

Resposta da questão 1:
[A]

As estações do ano são resultado da combinação entre o movimento de translação e


a inclinação do eixo da Terra em 23. Na representação, a radiação solar encontra-se
na perpendicular ao Trópico de Câncer, portanto, trata-se do solstício de verão no
hemisfério norte. No hemisfério sul é solstício de inverno, visto que a radiação solar
apresenta disposição mais oblíqua em relação à superfície.

Resposta da questão 2:
[C]

A experiência está representando o movimento de rotação que a Terra realiza tendo


como referência seu eixo inclinado de 23. O movimento de rotação proporciona a
sucessão dos dias e noites, assim trata-se de um fenômeno que regula as condições
de tempo e tipos climáticos, fundamentais para o desenvolvimento da biodiversidade
do planeta. O movimento também ocasiona os diferentes fusos horários da Terra.

Resposta da questão 3:
[A]

O progressivo número de pessoas atingidas por desastres naturais no mundo é


causado pela conjugação de fatores como: fenômenos naturais (furacões,
escorregamentos, terremotos de alta magnitude, etc.), avanço da degradação do
meio ambiente (desmatamentos, poluição dos recursos hídricos, excessivo consumo
de recursos naturais, mudanças climáticas etc.), crescimento demográfico,
urbanização desordenada e grande número de aglomerados subnormais (moradias
precárias, inclusive as localizadas em sítios de risco como morros sujeitos aos
deslizamentos e planícies fluviais sujeitas às enchentes).

Resposta da questão 4:
a) Porque a zona intertropical, situada entre a latitude 23 N e 13 S, recebe maior
intensidade de radiação solar cujo calor é responsável pela elevada umidade e
precipitação.
b) Precipitação é o retorno do vapor de água atmosférico para a superfície da Terra e,
portanto, pode-se citar: chuva, neve e granizo. A precipitação líquida, ou seja, a chuva
pode ser classificada em orográficas, frontais e convectivas.

59
Resposta da questão 5:
[C]

O Brasil localiza-se no centro da placa da América do Sul, distante as áreas de


contado entre placas tectônicas, assim, os abalos sísmicos são de baixa e média
intensidade e ligados principalmente às falhas geológicas locais. O país também não
apresenta vulcanismo e dobramentos modernos. Na área coberta pelo Atlântico,
ocorre divergência entre as placas tectônicas, a margem continental sul-americana é
passiva, nestas áreas os terremotos são de baixa intensidade e insuficientes para
provocar tsunamis. Já a Indonésia localiza-se numa zona de convergência entre
placas tectônicas com margem ativa, assim o país está sujeito a vulcanismo ativo,
terremotos de alta magnitude e tsunamis.

Resposta da questão 6:
[A]

Os quadrinhos da Mafalda destacam o movimento de rotação da Terra, que o planeta


realiza entorno do seu eixo inclinado em 23 em relação ao plano da órbita. A duração
do movimento de rotação é de 24 horas (dia terrestre).

Resposta da questão 7:
[B]

Conforme o sistema de coordenadas geográficas, quadrante B está nos hemisférios


meridional, sul ou austral (latitude aumenta no sentido sul; 15 e 20 de latitude sul) e
ocidental ou oeste (longitude aumenta no sentido oeste; entre 50 e 45 de longitude
oeste).

Resposta da questão 8:
[A]

As figuras (blocos diagramas) representam diferentes tipos de erosão, ou seja, o


desgaste da superfície com remoção de partículas minerais. A erosão fluvial é
causada por rios que escavam vales. A erosão marinha (abrasão) causada pela a
ação de ondas e correntes no litoral. A erosão eólica é provocada pela ação do vento,
dominante em regiões áridas e semiáridas. A erosão glacial provocada pela
movimentação de geleiras em zonas glaciais e dobramentos modernos. E os
deslizamentos, escorregamentos ou movimentos de massa nas encostas com maior
declividade.

60
Resposta da questão 9:
[B]

O relevo e a estrutura geológica de Carste caracterizam-se pelo predomínio do


calcário (rocha sedimentar) que sofre intemperismo químico devido à infiltração de
água com ácidos, levando a formação de cavernas com espeleotemas como
estalactites, estalagmites e colunas.

Resposta da questão 10:


[B]

Na Amazônia, 50% da umidade é oriunda da evapotranspiração da Floresta


Amazônica, o que torna a MEC (Massa Equatorial Continental) muito úmida. Quente e
acentuadamente úmida, a MEC transporta umidade e nuvens (“rios voadores”) da
região amazônica em direção ao Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Seu
fluxo é canalizado para a direção sul em decorrência de uma barreira de relevo, a
Cordilheira dos Andes. Os “rios voadores” são fundamentais para a regularidade das
chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e até em países vizinhos como a Bolívia, Paraguai e
Argentina. E as chuvas são essenciais para o abastecimento de água, energia
hidrelétrica e agronegócio.

Resposta da questão 11:


Quanto ao ciclo da água, uma diferença importante é que em ambiente não urbano
(rural ou natural), o escoamento superficial da água é menor, uma vez que a
vegetação intercepta, favorece a infiltração e absorve uma quantidade maior de
água. Em ambiente urbano, com a impermeabilização do solo por concreto e asfalto,
o escoamento superficial da água é maior, devido à diminuição da infiltração, o que
favorece a ocorrência de enchentes. Outra diferença importante está na infiltração,
em ambiente não urbano é maior, alimentando o lençol freático, propiciando maior
quantidade de água subterrânea. No ambiente urbano, com menor infiltração, ocorre
o rebaixamento do lençol freático, diminuindo a quantidade de água subterrânea.

Resposta da questão 12:


[E]

Com precisão, o Sol nasce a leste e se põe a oeste apenas nos equinócios de Outono
e de Primavera quando a radiação solar incide exatamente na perpendicular sobre a
linha do equador.

Resposta da questão 13:

61
[A]

Como mencionado corretamente na alternativa [A], a Pangea, nome dado a um único


continente na história geológica da Terra, é representado na figura 1. Estão incorretas
as alternativas seguintes por que representam a separação dos continentes.

Resposta da questão 14:


a) A paisagem vegetal A (Floresta Amazônica) corresponde ao climograma 2
(clima equatorial). A paisagem vegetal B (Floresta de Araucária) corresponde ao
climograma 1 (clima subtropical).

b) O domínio morfoclimático da Araucária (2) apresenta Floresta Ombrófila Mista


(Mata de Araucária com espécies acicolifoliadas e latifoliadas) e clima subtropical,
ou seja, verão quente, inverno frio e chuvas bem distribuídas ao longo do ano. O
domínio morfoclimático da Amazônia (1) apresenta Floresta Ombrófila Densa (na
fotografia, uma mata aluvial com inundação periódica por rios e com espécies
latifoliadas perenefólias) adaptadas com clima equatorial, quente, muito úmido e
com chuvas abundantes e bem distribuídas ao longo do ano.

c) A Mata de Araucária foi devastada em 97% e na atualidade os remanescentes


apresentam riscos como a supressão de madeira, avanço da agropecuária e a
contestação de limites de unidades de conservação no Sul do Brasil. A Amazônia foi
devastada em 20%, o desmatamento decorre da expansão da grilagem de terras,
agronegócio (pecuária bovina de corte e soja), mineração (incluindo garimpos
ilegais), exploração de madeira e novas hidrelétricas.

Resposta da questão 15:


a) A urbanização brasileira foi rápida e desordenada, levou a impermeabilização da
superfície por excesso de concreto, edifícios e asfalto, assim, diminuiu a infiltração
de água no solo. Por sua vez, o aumento do escoamento superficial da água em
pouco tempo costuma elevar a vazão dos rios causando transbordamento e
provocando enchentes.

b) A urbanização brasileira foi caracterizada pela especulação imobiliária conduzida


por corporações que atuam no espaço urbano como as incorporadoras imobiliárias e
construtoras. Assim, rios foram canalizados e retificados. Matas ciliares foram
destruídas. Os espaços das planícies fluviais foram ocupados por empreendimentos
econômicos e habitacionais. O poder público também ocupou as várzeas com
avenidas para a circulação de veículos.

62
Resposta da questão 16:
[A]

O grande “pulmão do mundo” são as algas marinhas, que produzem muito mais
oxigênio do que precisam na respiração. Portanto, é incorreto se referir às florestas
como “pulmão do mundo”, na verdade, elas apresentam papel muito importante no
sequestro de carbono e no equilíbrio hídrico.

Resposta da questão 17:


[D]

A projeção de Arno Peters, publicada em 1973, é equivalente, ou seja, preserva as áreas


proporcionais entre os continentes, sendo ideal para a comparação das extensões
territoriais e para representar a distribuição de fenômenos naturais e
socioeconômicos. A projeção fez justiça em relação a área dos países e tornou-se
popular nos países emergentes e subdesenvolvidos intertropicais que tiram suas
áreas reduzidas na projeção de Mercator. Todavia, a projeção distorce as formas.

Resposta da questão 18:


[A]

A figura representa o fenômeno do assoreamento, isto é, o acúmulo de partículas


minerais (areia, silte, argila, matéria orgânica etc.) no fundo de um rio. O
desmatamento em larga escala e o uso incorreto do solo na agropecuária,
aumentam a erosão, o material erodido é transportado, resultando no assoreamento.
Na imagem, observa-se a extensão do leito original do rio, em grande medida
assoreado.

Resposta da questão 19:


[D]

Entre as principais fontes de energia da atualidade estão os combustíveis fósseis


como carvão mineral, o petróleo, o gás natural e o gás de folhelho (“xisto”). Assim, o
carbono armazenado na crosta terrestre retorna à atmosfera, contribuindo para a
intensificação do efeito estufa, que leva ao aquecimento global.

Resposta da questão 20:


[A]

63
A figura representa um arquipélago (conjunto de ilhas que apresentam a mesma
base geológica), uma vez que conforme a figura, a área circundada está acima do
nível do mar.

Resposta da questão 21:


a) Dentre as transformações do espaço geográfico, pode-se citar: a substituição da
paisagem natural pela antropizada; a evolução das telecomunicações e transporte
dando um sentido de integração; a presença das atividades econômicas
transformando o espaço.
b) Para que o desastre ecológico de Crumb não se torne realidade, é necessário
substituir o atual modelo de produção capitalista dependente da dilapidação de
recursos naturais por sistemas produtivos mais eficientes e com menor impacto
ambiental.

Resposta da questão 22:


[B]

Como mencionado corretamente na alternativa [B], o divisor de drenagem, interflúvio


ou divisor de água é o limite da bacia hidrográfica. Estão incorretas as alternativas:
[A], porque a erosão fluvial é menor na área de deposição em função do
aplainamento do relevo; [C], porque a perda de água se dá pela evaporação e
descarga nos oceanos; [D], porque os depósitos são feitos na foz; [E], porque os
sedimentos causam assoreamento do leito e, portanto, não garantem a manutenção
da água.

Resposta da questão 23:


[B]

Como mencionado corretamente na alternativa [B], o intemperismo químico é mais


significativo em áreas de clima úmido, como o monçônico e o tropical. Estão
incorretas as alternativas: [A] e [D], porque em climas úmidos o intemperismo
químico é mais intenso; [C] e [E], porque em regiões áridas e frias, predomina o
intemperismo físico.

Resposta da questão 24:


a) Entre os territórios produtivos: urbano, florestal, agrícola, pastagens e das águas.
b) O Brasil é um dos países do mundo com maior cobertura vegetal natural, solo e
recursos hídricos. O desmatamento e o aumento do consumo geram perda de
biodiversidade e aumentam a pegada ecológica do país, uma vez que se reduz a

64
capacidade do meio ambiente em absorver os impactos e renovar os recursos
naturais.

Resposta da questão 25:


a) A projeção cilíndrica equatorial conforme de Mercator preserva os contornos,
mas distorce as áreas proporcionais. A projeção originou-se no período de
expansão do capitalismo comercial, na qual os Países Baixos eram uma potência
importante, tal como outros países europeus que colonizaram a América Latina,
África e Ásia. Seu caráter eurocêntrico pode ser evidenciado pelo hemisfério norte
estando proeminente em relação ao hemisfério sul e a Europa na posição central.

b) O mapa “América Invertida” procura destacar uma visão de mundo diferente da


convencional, que prioriza o hemisfério sul em relação ao norte, uma vez que o
habitual é carregado de ideologias que subordinam os países localizados ao Sul. O
termo “sulear” apresenta vários aspectos ideológicos como a valorização do
hemisfério sul, onde está localizada parte da América do Sul, da África e da Oceania,
cuja referência astronômica é o Cruzeiro do Sul. Se propõe descolonizar o pensamento
e a percepção espacial. Além disso, pode ser utilizada para favorecer a integração
social, cultural e econômica dos “países do Sul” sem subordinações intelectuais e
geopolíticas em relação aos “países do Norte”, ex-potências coloniais e potências
imperialistas que já fizeram diversas intervenções no mundo emergente e
subdesenvolvido.

Resposta da questão 26:


a) Com o aumento da inclinação (declividade), é acelerado o escoamento
superficial da água devido à força da gravidade, elevando a quantidade de terra
transportada.
b) Além da declividade, outros fatores concorrem para aumentar ou reduzir a erosão
do solo na natureza. São exemplos, o tipo de solo (os arenosos são mais frágeis), a
cobertura de vegetação (cujas copas diminuem o impacto da água e as raízes
protegem o solo), a eventual atividade agropecuária e a presença de urbanização.

Resposta da questão 27:


[D]

Como mencionado corretamente na alternativa [D], a variação na duração do dia


ocorre em função do eixo inclinado da Terra que em sua trajetória ao redor do sol,
registra diferentes durações do período claro e escuro atingindo a máxima diferença
nos solstícios de verão e inverno, com exceção das áreas situadas próximas à Linha
do Equador onde a duração do dia é igual à da noite. Estão incorretas as alternativas:

65
[A], porque excentricidade da Terra é a diferença entre a distância da Terra ao sol no
periélio e afélio; [B], porque a precessão dos equinócios é um movimento em que a
Terra completa uma volta em torno do eixo de sua eclíptica; [C], porque no clima
equatorial registra-se a mesma duração do dia e noite durante o ano; [E], porque o
solstício de verão ocorrido em 21/12 é um dos fenômenos representados na tabela,
mas não explica sua causa, que é a inclinação do eixo da Terra.

Resposta da questão 28:


[D]

O Brasil apresenta terremotos de baixa e média magnitude na Escala Richter. A


principal causa são falhas geológicas locais principalmente em bacias sedimentares,
mas podem também ocorrer em áreas cristalinas. São exemplos áreas do Rio Grande
do Norte, Bahia, Minas Gerais (Montes Claros), Mato Grosso e Acre. O país não
apresenta terremotos de alta magnitude, uma vez que está distante dos limites entre
as placas tectônicas, localizando-se no centro da placa da América do Sul.

Resposta da questão 29:


[E]

Os deslizamentos de terra, escorregamentos ou movimentos de massa ocorrem


devido a fatores naturais como o relevo com alta declividade presente em morros,
serras e escarpas, além de climas com maior índice pluviométrico (equatorial,
tropical, subtropical e temperado). Ocorrem deslizamentos naturais, mas são muito
potencializados com o desmatamento que desprotege o solo e a urbanização
desordenada. No Brasil, os deslizamentos são concentrados nos Planaltos e Serras de
Leste e Sudeste nos mares de morros e complexos serranos. Os estados mais
atingidos são Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina,
Bahia e Alagoas. Entre os impactos, perda de vidas humanas, destruição de moradias
e danos à infraestrutura.

Resposta da questão 30:


a) As manchetes relativas as ondas de calor referem-se ao verão no hemisfério
norte, Europa e Alaska (Estados Unidos). Os episódios estão vinculados a
dominância de massas de quente e frentes quentes provenientes da Zona
Intertropical. As manchetes relativas às ondas de frio referem-se ao inverno nos
Estados Unidos, período em que são mais comuns massas e ar frio e frentes frias
oriundas do Ártico.

66
b) Para parte da comunidade científica, a maior frequência de episódios de
temperaturas extremas está associada aos efeitos do Aquecimento Global. As
temperaturas acima da média, por vezes, estimulam a propagação de incêndios
florestais que atingem extensas áreas, com perdas de vidas humanas, destruição de
moradias, danos à infraestrutura e perda de biodiversidade.

67
A televisão
(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto)

A televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
Oh! Oh! Oh!
Agora todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais
Oh! Oh! Oh!

O sorvete me deixou gripado


Pelo resto da vida
E agora toda noite
Quando deito
É boa noite, querida

Oh! Cride, fala pra mãe


Que eu nunca li num livro
Que o espirro
Fosse um vírus sem cura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!

68
A mãe diz pra eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada
Oh! Oh! Oh!
A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada
Oh! Oh! Oh!

É que a televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais

Oh! Cride, fala pra mãe


Que tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala pra mãe!

Titãs. Televisão. Lp. Gravadora WEA, 1985.

1. As estrofes 1 e 5 do texto acima permitem afirmar que a inteligência do sujeito está,


respectivamente, relacionada:
a) ao discernimento e à liberdade.
b) à liberdade e à emoção.
c) à memória e à informação.
d) à cognição e à leitura.
e) à violência e à ordem.

2. O que é um meme?
Por Nova Escola
02/06/2015

69
Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava nem aí para a cultura
digital? O renomado (e polêmico) biólogo britânico Richard Dawkins, um dos
principais cientistas que estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na
semana passada para uma palestra e explicou a origem do conceito, cunhado em
seu best-seller O gene egoísta, de 1976.
O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção natural acontece a partir
dos genes. Eles “buscam” a sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e
de se reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria terminar o livro
com a proposta de que a cultura também se espalha como os genes. O meme é o
equivalente cultural do gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por
meio da imitação.
Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele disse que não se
importa com a apropriação: “A internet é um fenômeno novo, que não existia quando
eu criei o meme. É um belo ambiente para o meme espalhar!”, disse.

Texto adaptado. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-


um-meme#. Acesso em: 18 jul. 2019.

Com base no texto, pode-se dizer que meme:


a) É um termo recente, criado no contexto da internet, para nomear conteúdos digitais
satíricos, que apresentam a característica de se propagar rapidamente.
b) É um termo criado fora do contexto da internet para descrever informações
genéticas que são capazes de se espalhar rapidamente de um organismo para
outro.
c) É um termo que, embora nascido fora do contexto da internet, foi aplicado ao
mundo multimídia pelo próprio criador do termo, através de uma comparação do
conceito de gene na biologia.
d) É um termo proposto fora do contexto da internet, sendo uma analogia ao conceito
biológico de gene, em alusão à sua capacidade de se propagar de um indivíduo
para outro.
e) É um termo de origem grega, cunhado por um biólogo, para nomear conteúdos
culturais que se propagam, exclusivamente pela internet, através das redes sociais.

3. Texto I

A televisão
(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Belloto)

A televisão

70
Me deixou burro
Muito burro demais
Oh! Oh! Oh!
Agora todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais
Oh! Oh! Oh!

O sorvete me deixou gripado


Pelo resto da vida
E agora toda noite
Quando deito
É boa noite, querida

Oh! Cride, fala pra mãe


Que eu nunca li num livro
Que o espirro
Fosse um vírus sem cura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!

Oh! Cride, fala pra mãe!


A mãe diz pra eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada
Oh! Oh! Oh!
A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada
Oh! Oh! Oh!

É que a televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais

Oh! Cride, fala pra mãe

71
Que tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala pra mãe!

Titãs. Televisão. Lp. Gravadora WEA, 1985.

Texto II

Estorvo (fragmento)

Vejo tumulto defronte ao edifício do meu amigo. Aglomeração, um camburão, duas


joaninhas, um rabecão, vários carros de reportagem, guardas desviando o trânsito. No
meio do povo, compreendo que houve um crime, alguém morreu esfaqueado e
estrangulado. Vem chegando a sirene de um segundo camburão, e o empurra-
empurra acaba por me levar ao miolo do acontecimento. Uma corda vermelha isola a
calçada do velho prédio, formando uma espécie de ringue. A televisão entrevista o
zelador sob a marquise da portaria. Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para
o chão e não fala direito, parece um condenado. Penso que é ele o criminoso, mas em
seguida me convenço de que está somente muito envergonhado pelo seu edifício. O
repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim com a
cabeça, mais confessando que assentindo. A entrevista é prejudicada por uma
baixinha com cara de índia e lenço na cabeça, que se desvencilha de um policial e
investe contra o zelador, gritando “diga que conhece meu filho, miserável!”. O policial
levanta a índia baixinha e deposita-a fora do cordão de isolamento. Ela passa outra
vez sob o cordão e agora se dirige ao público. Diz “não tem televisão aí?” e diz
“ninguém vai me entrevistar?”. Um rapaz que se apresenta como repórter do Diário
Vigilante pergunta o que fazia o suspeito no local do crime. Ela diz “que suspeito o quê”
e “que local do crime o quê”, e diz “meu filho veio me ver, foi detido entrando no prédio,
se fosse suspeito estaria fugindo”, e diz “onde é que já se viu suspeito fugir para
dentro?”. Sem mais nem mais, começo a ficar a favor da mãe índia. O do Diário
Vigilante vai fazer outra pergunta, mas ela o interrompe e diz que trabalha no 204 há
quinze anos, que todo mundo sabe quem ela é, que aquele miserável ali conhece o
filho dela e não o defende porque tem preconceito de cor. Vai atacar de novo o
zelador, mas é suspensa pelo policial. Outro repórter de tevê indaga ao zelador se a
vítima era homossexual. O zelador resmunga “isso aí eu não sei porque nunca vi”. A
índia responde à Rádio Primazia que prenderam o filho porque ele estava sem
documento. Diz “meu filho estava voltando da praia, não é crime ir na praia, ninguém

72
vai na praia com carteira de trabalho metida no calção”. Um sujeito atrás de mim diz
que também é de jornal e pergunta “afinal a bichona era artista ou o quê?”. Ela
responde “a bichona sei lá, parece que era professor de ginástica”. Aproxima-se o
repórter da TV Promontório dizendo “ouvimos também a mãe do principal suspeito”. Aí
a índia perde a razão, agarra as lapelas do repórter e desata a chorar no microfone e
berrar “ele não é criminoso!, meu filho é um moço decente!”, mas o cameraman, que
está trepado no capô da camionete, grita “não valeu, não gravou nada, troca a
bateria!”. A índia para de chorar, olha para o setor da imprensa e diz “imagine meu
filho, que até é doente, estrangulando um professor de ginástica”. Volta o repórter da
TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele achou bem forte.

BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

Os textos I e II possibilitam a reflexão sobre a TV como meio de comunicação. Os


enfoques de cada um desses textos são, respectivamente, sobre:
a) a recepção e a produção.
b) o canal e o referente.
c) o código e a mensagem.
d) o sinal e a recepção.
e) o símbolo e a entrevista.

A seguir, você lerá trechos de Um livro de instruções e desenhos de Yoko Ono, da


artista plástica, compositora e escritora Yoko Ono (Tóquio, 1933-). Esses trechos estão
na primeira parte do livro, intitulada “Música”, em que a autora fornece “instruções”
para que seus leitores componham músicas.

Texto 1:
Composição da batida
Ouça uma batida de coração

Texto 2:
Composição do amanhecer
Pegue a primeira palavra que vier
à sua cabeça.
Repita a palavra até o amanhecer.

Texto 3:
Composição do sanduíche de atum
Imagine mil sóis no
céu ao mesmo tempo.

73
Deixe-os brilhar por uma hora.
Então, deixe-os derreter gradualmente
no céu.
Faça um sanduíche de atum e coma.

(ONO, Yoko. Grapefruit – A Book of Instruction and Drawings by Yoko Ono. Nova Iorque:
Simon & Schuster, 2000[1964].).

4. Os verbos utilizados nos três textos acima, no imperativo, possuem sentido de


a) ordem, como nas leis que os cidadãos são obrigados a cumprir para o bem-estar
geral.
b) sugestão, como opções que podem ser escolhidas para serem seguidas ou não.
c) pedido, como nos textos de horóscopo e nas dicas dadas por amigos e familiares.
d) determinação, como nos editais de concurso, que mostram normas de
participação.
e) imposição, como nas regras de jogos, que têm de ser obedecidas para o sucesso
da empreitada.

Importância da atividade física

Introdução
Mas o que é atividade física? De acordo com Marcello Montti, atividade física é
definida como um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica
envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que
envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas,
além de atividades mentais e sociais, de modo que terá como resultados os
benefícios à saúde.
No Brasil, o sedentarismo é um problema que vem assumindo grande
importância. As pesquisas mostram que a população atual gasta bem menos
calorias por dia do que gastava há 100 anos, o que explica por que o sedentarismo
afetaria aproximadamente 70% da população brasileira, mais do que a obesidade, a
hipertensão, o tabagismo, o diabetes e o colesterol alto. O estilo de vida atual pode ser
responsabilizado por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte por
derrame cerebral, as principais causas de morte em nosso país. Assim, vemos como a
atividade física é assunto de saúde pública.

Por que a preocupação com o sedentarismo?


Na grande maioria dos países em desenvolvimento, grupo do qual faz parte o
Brasil, mais de 60% dos adultos que vivem em áreas urbanas não praticam um nível

74
adequado de exercício físico. Esse problema fica mais claro quando levamos em
conta os dados do censo de 2000, que mostram que 80% da população brasileira vive
nas cidades.
As pessoas mais sujeitas ao sedentarismo são: mulheres, idosos, pessoas de
nível socioeconômico mais baixo e indivíduos incapacitados. Observou-se que as
pessoas reduzem, gradativamente, o nível de atividade física a partir da adolescência.
Em todo o mundo observa-se um aumento da obesidade, o que se relaciona
pelo menos em parte a falta da prática de atividades físicas. É o estilo de vida
moderno, no qual a maior parte do tempo livre é passado assistindo televisão, usando
computadores, jogando videogames, etc.

Quais são os benefícios da atividade física?


A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se
manifestam sob todos os aspectos do organismo. Do ponto de vista músculo-
esquelético, auxilia na melhora da força e do tônus muscular e da flexibilidade,
fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso de crianças, pode ajudar no
desenvolvimento das habilidades psicomotoras.
Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de
gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes,
diminuição do colesterol total e aumento do HDL-colesterol (o “colesterol bom”).
Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo
importantes para a redução da mortalidade associada a elas. A pessoa que deixa de
ser sedentária e passa a ser um pouco mais ativa diminui o risco de morte por
doenças do coração em 40%. Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de
vida é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida.
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das
substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o
cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse. Além disso,
auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da
autoestima. Há redução da ansiedade e do estresse, o que ajuda no tratamento da
depressão.
A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo,
tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar.
Interessante notar que quanto maior o gasto de energia em atividades físicas
habituais, maiores serão os benefícios para a saúde. Porém, as maiores diferenças na
incidência de doenças ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos.
Entre os últimos e aqueles que se exercitam mais, a diferença não é tão grande. Assim,
não é necessária a prática intensa de atividade física para que se garantam seus
benefícios para a saúde. O mínimo de atividade física necessária para que se alcance
esse objetivo e de mais ou menos 200 kcal dia. Dessa forma, atividades que consomem

75
mais energia podem ser realizadas por menos tempo e com menor frequência,
enquanto aquelas com menor gasto devem ser realizadas por mais tempo e/ou em
maior frequência.

Como é feita a escolha da atividade física adequada?


A escolha á feita individualmente, levando-se em conta os seguintes fatores:

- Preferência pessoal: o benefício da atividade só é conseguido com a prática regular


da mesma, e a continuidade depende do prazer que a pessoa sente em realizá-la.
Assim, não adianta indicar uma atividade com a qual a pessoa não se sinta bem.
- Aptidão necessária: algumas atividades dependem de habilidades específicas.
Para conseguir realizar atividades mais exigentes, a pessoa deve seguir um
programa de condicionamento gradual, começando de atividades mais leves.
- Risco associado à atividade: alguns tipos de exercícios podem associar-se a alguns
tipos de lesão, em determinados indivíduos que já são predispostos a ela.

Atividade física em crianças e jovens


Nesses grupos, além de ser importante na aquisição de habilidades
psicomotoras, a atividade física é importante para o desenvolvimento intelectual,
favorecendo um melhor desempenho escolar e também melhor convívio social. A
prática regular de exercícios pode funcionar como uma via de escape para a energia
“extranormal” das crianças, ou seja, sua hiperatividade.
[…]

Considerações finais
Para finalizar devemos ressaltar que a prática de atividade física deve ser
sempre indicada e acompanhada por profissional qualificado: fisioterapeutas ou
profissionais de educação física. Caso a pessoa sinta algo diferente é mandatório
informar ao profissional responsável. Outro ponto importante, que não deve ser
esquecido, é a adoção de uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes,
verduras e fibras. Deve-se preferir o consumo de carnes grelhadas ou preparadas
com pouca gordura e evitar o consumo excessivo de doces, comidas congeladas e os
famosos lanches de “fast-foods”. E lembre-se: beber muito líquido (de preferência
água e sucos naturais).
A atividade física consiste em exercícios bem planejados e bem estruturados,
realizados repetitivamente. Eles conferem benefícios aos praticantes e tem seus riscos
minimizados através de orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares
aumentam a longevidade, melhoram o nível de energia, a disposição e a saúde de
um modo geral. Afeta de maneira positiva o desempenho intelectual, o raciocínio, a
velocidade de reação, o convívio social. O que isso quer dizer? Há uma melhora

76
significativa da sua qualidade de vida!
O que precisamos ressaltar é o investimento contínuo no futuro, a partir do qual
as pessoas devem buscar formas de se tornarem mais ativas no seu dia a dia, como
subir escadas, sair para dançar, praticar atividades como jardinagem, lavagem do
carro, passeios no parque. A palavra de ordem é MOVIMENTO.

5. Na Introdução do texto, é dito que “No Brasil, o sedentarismo é um problema que


vem assumindo grande importância”.

Pode-se falar sobre a locução verbal que:


a) seu verbo auxiliar está no presente do indicativo.
b) sua conjugação refere-se ao momento passado.
c) seu verbo principal está no futuro do pretérito.
d) seu complemento é “um problema”.
e) seu sujeito é “o sedentarismo”.

A terceira parte de Um livro de instruções e desenhos de Yoko Ono, da artista plástica,


compositora e escritora Yoko Ono (Tóquio, 1933-), é intitulada “Evento”. Nele, Yoko Ono
fornece “instruções” para que seus leitores produzam eventos.

Evento do cheiro I
Envie o cheiro da Lua.

Evento do cheiro II
Envie um cheiro para a Lua.

6. No texto, o Evento I tem um “cheiro” determinado, em contraposição ao Evento II.


Sobre tal fato podemos dizer que:
a) Sintaticamente isso é visível pela troca de preposições.
b) O elemento que complementa o nome “cheiro” é “da”.
c) O cheiro determinado deve ser enviado para a Lua.
d) Semanticamente, o “cheiro” do Evento I é indeterminado.
e) A determinação está representada pelo artigo definido.

O monstro da procrastinação
Penélope Salles
Blog Posgraduando.com

Assim como eu, você tem um monte de coisas para fazer: textos para ler, um
artigo para escrever, e-mails importantes para responder, casa para limpar (porque a

77
vida não está fácil para ninguém)? E nessa hora o que você sente é aquela vontade
de conferir a última novidade do Facebook? Ou de ver um vídeo no YouTube, passar
aquela fase do Candy Crash ou ainda tirar aquela soneca boa no meio da tarde?
Quem nunca?
Infelizmente a perfeita consciência disso não faz as coisas acontecerem como
num passe de mágica. É preciso muito mais que força de vontade para deixar o
monstro peludo da procrastinação de lado e fazer aquilo que realmente é necessário.
Vou falar de cinco estratégias que tenho adotado e que têm me ajudado nesta
batalha diária contra este monstro terrível:

1. Listas
Faça uma lista de tudo o que precisa ser feito no dia e selecione aquelas que
são prioritárias. Não se esqueça de listar até mesmo aquelas atividades consideradas
mais “chatas”, mas que são importantes. Eu sei que muita gente já faz isso, mas a
necessidade de planejar o dia a dia só surgiu quando eu percebi que não tinha tempo
suficiente para fazer tudo o que precisava. Este hábito facilita e muito a minha vida, já
que tenho que me dividir entre o mestrado, a monitoria, o cuidado com a casa,
família.
Costumo toda noite, antes de ir dormir, fazer uma lista de tarefas para o dia
seguinte na minha agenda. Você pode usar o bloco de notas no celular, o Evernote no
computador ou a ferramenta que melhor se adeque à sua rotina. Com a lista de
atividades em mãos, fica mais fácil visualizar o que precisa ser feito. Se não sabemos
exatamente o que fazer, vamos deixar para mais tarde e aí a procrastinação vai
tomar conta.

2. Objetivos claros
É claro que sem força de vontade não fazemos nada nessa vida, mas para
agirmos precisamos ter claro quais são os nossos objetivos.
Por que é importante fazer o fichamento do texto X? É importante porque vou
utilizá-lo para a produção do meu artigo. Por que ler o livro Y? Porque ele será
discutido na próxima aula. E assim por diante. Dessa forma, até mesmo as tarefas
mais simples e corriqueiras acabam sendo ressignificadas e a partir daí não serão
mais ignoradas.

3. Prazos pré-estabelecidos
Ao sabermos a data de uma prova, nos descabelamos e começamos a estudar
desesperados, não é mesmo? Nada como uma boa pressão para nos mexermos
rapidinho. Então, é preciso estabelecer prazos para as tarefas a serem realizadas e
depois determinação para cumpri-los.

78
Você tem que ler um texto X para a aula? Defina um prazo para realizá-lo.
Precisa escrever um artigo? Estabeleça uma data para terminá-lo. Você precisa
preparar uma apresentação para um seminário? Determine o dia que precisará
concluí-lo. E por fim, cumpra os prazos e você se sentirá feliz por ter conseguido
vencer mais uma batalha contra este monstro.

4. Fuja das Distrações


Você já percebeu que é só iniciar uma tarefa importante, como escrever o
projeto do mestrado, terminar a leitura de um livro, estudar para a prova, que tudo ao
redor acaba distraindo a nossa atenção? Uma hora é o Facebook, outra é Whatsapp,
SMS, e-mails, TV e assim por diante. E essas pequenas distrações consomem tanto do
nosso tempo que no final acabamos não fazendo nada do que nos propomos a
realizar. Largue tudo, que isso não te pertence mais. Pelo menos nos horários que você
estabeleceu para cumprir as suas tarefas.
Eu mesma tenho que aplicar a Técnica Pomodoro para conseguir me
concentrar de verdade. Essa técnica é bem simples: você coloca um despertador (eu
coloco o timer da cozinha ou então, o despertador do celular) para tocar em 25
minutos. Enquanto isso você realiza uma tarefa e não faz outra coisa neste tempo. Se
lembrar de algo, anote num papel, mas depois continue sua tarefa até terminar o
tempo. Depois dos 25 minutos, descanse 5 e faça as coisas que estavam pendentes.
Você verá uma grande diferença na sua rotina.
Pronto! Você perceberá que priorizar uma tarefa só é melhor do que tentar
realizar várias ao mesmo tempo e não conseguir concluir nenhuma.

5. Recompensa
Apesar de soar um pouco estranho, a recompensa é a motivação para muitas
pessoas cumprirem as tarefas necessárias. Seria mais ou menos o seguinte: você se
propõe a fazer determinada atividade e, como forma de realizá-la, promete a si
mesmo uma recompensa no final. Embora nem todo mundo concorde com ela, acho
que é uma estratégia para nos motivarmos a realizar as tarefas mais difíceis ou mais
“chatas”.
Espero que estas dicas ajudem vocês a evitar a procrastinação.

7. No texto, encontramos verbos conjugados no modo imperativo, como “faça” e


“fuja”. A autora usou esse tempo verbal para expressar:
a) ordem.
b) pedido.
c) súplica.
d) conselho.
e) crítica.

79
8. Numa entrevista publicada na Folha Ilustrada, em 14 de marco de 2005, o escritor
mineiro Luiz Ruffato disse o que está transcrito abaixo:

“Estou indo de certa forma na contracorrente da literatura contemporânea brasileira.


Ela tende ou para o neonaturalismo ou para uma literatura que chamo de ‘egótica’,
muito centrada no eu. Tento caminhar em outra seara, a da literatura realista, que no
meu entender não é otimista nem pessimista. Ela estabelece uma reflexão sobre o
real a partir do real.”

De acordo com o que disse Luiz Ruffato em sua entrevista, o conceito de “realismo
contemporâneo” que ele defende pode ser explicado em qual das alternativas
abaixo?
a) Um realismo excessivamente elaborado, que busca o máximo de verossimilhança,
mesmo que, para tanto, a verdade seja sacrificada no texto.
b) Um realismo totalmente descompromissado das questões fundamentais do seu
próprio tempo, com vistas a fortalecer uma ideia de ficção baseada somente na
experimentação com a linguagem.
c) Um realismo que parta do real cotidiano para compreender a realidade, cuidando
de tomar certo distanciamento da matéria para não tomá-la de forma demasiado
personalista.
d) Um realismo de combate, fruto das reflexões profundas do escritor acerca da
realidade, com vistas a assumir uma postura de orientação para as tomadas de
posição pelo leitor.
e) Um realismo indiferente, cujo único compromisso e com a literatura que se
alimenta de testar os seus próprios limites.

A seguir, você lerá trechos de Um livro de instruções e desenhos de Yoko Ono, da


artista plástica, compositora e escritora Yoko Ono (Tóquio, 1933-). Esses trechos estão
na primeira parte do livro, intitulada “Música”, em que a autora fornece “instruções”
para que seus leitores componham músicas.

Texto 1:
Composição da batida
Ouça uma batida de coração

Texto 2:
Composição do amanhecer
Pegue a primeira palavra que vier
à sua cabeça.

80
Repita a palavra até o amanhecer.

Texto 3:
Composição do sanduíche de atum
Imagine mil sóis no
céu ao mesmo tempo.
Deixe-os brilhar por uma hora.
Então, deixe-os derreter gradualmente
no céu.
Faça um sanduíche de atum e coma.

9. A formação do modo imperativo afirmativo dos verbos repita, deixe e faça,


presente nos Textos 1, 2 e 3, é a mesma que encontramos no item:
a) Vai à farmácia para mim, menino?
b) Pega aquele livro em cima da mesa para eu ler?
c) Feche a janela da sala, por favor.
d) Guarda esse segredo, viu?
e) Arruma sua mala agora!

10. Nem luxo, nem lixo

Como vai você?


Assim como eu
Uma pessoa comum
Um filho de Deus
Nessa canoa furada
Remando contra a maré
Não acredito em nada
Até duvido da fé

Não quero luxo, nem lixo


Meu sonho é ser imortal
Meu amor!
Não quero luxo, nem lixo
Quero saúde pra gozar no final

A ideia central, defendida pelo eu lírico, na letra da canção de Rita Lee e Roberto de
Carvalho está mais bem explicada em:
a) liberdade só é possível com fé.
b) a imortalidade depende do sonho.

81
c) os bens materiais se justificam pela imortalidade.
d) o bem-estar é o principal valor da vida.
e) as dificuldades devem sempre ser enfrentadas.

Chiquinho Azevedo
(Gilberto Gil)

Chiquinho Azevedo
Garoto de Ipanema
Já salvou um menino
Na Praia, no Recife
Nesse dia Momó também estava com a gente

Levou-se o menino
Pra uma clínica em frente
E o médico não quis
Vir atender a gente
Nessa hora nosso sangue ficou bem quente

Menino morrendo
Era aquela agonia
E o doutor só queria
Mediante dinheiro
Nessa hora vi quanto o mundo está doente

Discutiu-se muito
Ameaçou-se briga
Doze litros de água
Tiraram da barriga
Do menino que sobreviveu finalmente

Muita gente me pergunta


Se essa estória aconteceu
Aconteceu minha gente
Quem está contando sou eu
Aconteceu e acontece
Todo dia por aí
Aconteceu e acontece
Que esse mundo é mesmo assim

82
11. No verso “Aconteceu e acontece”, no texto, a repetição do verbo indica que a
conclusão do texto se faz por uma transição entre:
a) A memória de um fato específico do passado e a afirmação de um conhecimento
geral sobre o presente.
b) A possibilidade de um acontecimento do passado e a esperança de que ele não se
repita no presente.
c) A dúvida sobre a comprovação de um fato no passado e a certeza de que ele
acontece no presente.
d) A distância entre um episódio que ficou na memória e a proximidade de sua
repetição no presente.
e) A confirmação, através do testemunho, de um fato passado e a hipótese de que ele
se repetirá no presente.

12. Leia a letra da canção abaixo e responda:

Joia

Beira de mar
Beira de mar
Beira de maré na América do Sul
Um selvagem levanta o braço
Abre a mão e tira um caju
Um momento de grande amor
De grande amor
Copacabana
Copacabana
Louca total e completamente louca
A menina muito contente
Toca a coca-cola na boca
Um momento de puro amor
De puro amor.

VELOSO, Caetano. Letra Só. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

A letra da canção Joia, de Caetano Veloso, tem o poder de representar algumas das
aproximações que o Tropicalismo procurou promover entre espaços, tempos e
referenciais culturais distintos, com o intuito de provocar uma reflexão acerca do
caráter híbrido da formação cultural brasileira.

83
Marque a única alternativa em que a afirmação sobre as funções dos elementos da
linguagem da canção esteja INCORRETA:
a) Existe uma oposição entre os termos “caju” e “coca-cola”. O primeiro é um
elemento natural, nacional e autóctone. O segundo é artificial, produto da sociedade
de consumo moderna.
b) Os termos “selvagem” e “menina contente” representam, respectivamente, o lado
primitivo, histórico e natural do país, e o lado moderno e civilizado, sujeito às
influências estrangeiras.
c) A letra da canção pode ser dividida em duas partes, cada uma representativa de
um espaço distinto, identificadas pelas expressões “Beira mar” e “Copacabana”.
d) “Beira mar” e “Copacabana” podem representar um deslocamento temporal no
mesmo espaço, já que a “beira mar”, séculos depois, transformou-se em
“Copacabana”.
e) Na letra da canção fica evidente que a caracterização da modernidade não leva
em consideração e nem dialoga com os elementos que representam o passado,
uma vez que, ao aceitar a primeira, torna-se obrigatório negar o segundo.

13. Texto 1

Quer virar um gênio da web? Saiba como criar seu meme para WhatsApp
Por Márcio Padrão
27/10/2018

No princípio, era o verbo. Depois, o e-mail, o link e o website. Logo em sequência, o GIF
do bebê dançando, um dos primeiros memes da internet. Desde então, essa forma de
comunicação dos novos tempos se alastrou como um tsunami em todas as nossas
conversas e redes sociais. Mas e você? Já fez algum meme?
Memes são conteúdos multimídia que se espalham (viralizam) rapidamente,
recriando fatos ou algum conteúdo original com um propósito humorístico ou de
sátira. Tudo vira meme na mão do povão: uma cena importante de "Game of Thrones",
um discurso político, uma derrota de um time de futebol ou uma foto bizarra de um
anônimo.
A graça dele é que justamente qualquer um com uma boa sacada pode criar um
meme ou participar de um que já está rolando na web. Se você quer fazer um,
lembre-se de que um bom meme geralmente possui essas características, segundo o
site "Thrillist":

Mensagem simples e eficiente

84
É preciso que a frase/imagem/áudio/legenda/GIF/vídeo traga uma mensagem curta
e clara, e com referências e contexto fáceis de identificar. De preferência, sobre algo
que ainda esteja fresco na memória das pessoas. Por isso, o autor do meme também
deve ser rápido se quiser "surfar" no assunto do momento.

Evolução

O meme não pode permanecer estático; seu sinal de sucesso é que ele deve ser
adotado e constantemente recriado pelo grande público, ou pelo menos por seu
público-alvo.

Maleabilidade

Ele deve ter em si elementos que ajudem em sua própria evolução, com detalhes que
podem ser alterados, mas mantendo o núcleo da ideia original. Por exemplo: se o
meme for o de uma placa de aviso com uma frase, que seja possível trocar a frase por
outra diferente sem que polua demais a imagem original.

Efeito

E o mais importante: tem que atingir um certo nível de popularidade e compreensão.


Em poucas palavras, tem que causar reação e interesse imediato nas pessoas, além
de atiçar nelas o interesse de repassar o meme ou de fazer outros parecidos.

Texto 2

O que é um meme?
Por Nova Escola
02/06/2015

Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava nem aí para a cultura
digital? O renomado (e polêmico) biólogo britânico Richard Dawkins, um dos
principais cientistas que estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na
semana passada para uma palestra e explicou a origem do conceito, cunhado em
seu best-seller O gene egoísta, de 1976.
O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção natural acontece a partir
dos genes. Eles “buscam” a sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e
de se reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria terminar o livro
com a proposta de que a cultura também se espalha como os genes. O meme é o

85
equivalente cultural do gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por
meio da imitação.
Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele disse que não se
importa com a apropriação: “A internet é um fenômeno novo, que não existia quando
eu criei o meme. É um belo ambiente para o meme espalhar!”, disse.

A partir da relação entre o Texto 1 e o Texto 2, podemos dizer que ambos conferem ao
meme a seguinte característica:
a) Difusão cultural, sendo capaz de se propagar entre as pessoas.
b) Efeito humorístico, sendo capaz de causar riso nas pessoas.
c) Natureza crítica, sendo capaz de apontar problemas sociais.
d) Aspecto informativo, servindo como divulgador de notícias.
e) Natureza biológica, fazendo parte da constituição genética das pessoas.

14. Leia o poema abaixo para responder à questão:

Meu povo, meu poema

Meu povo e meu poema crescem juntos


como cresce no fruto
a árvore nova

No povo meu poema vai nascendo


como no canavial
nasce verde o açúcar

No povo meu poema está maduro


como o sol
na garganta do futuro

Meu povo em meu poema


se reflete
como a espiga se funde em terra fértil

Ao povo seu poema aqui devolvo


menos como quem canta
do que planta

GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. José Olympio: Rio de Janeiro, 2000.

86
Marque a alternativa INCORRETA a respeito do poema:
a) Trata-se de um texto que pode ser rotulado como poema participante ou poesia
engajada.
b) O texto apresenta forte adesão à temática de interesse da coletividade, o que
afasta o eu-poético do individualismo sentimental.
c) A ideia-núcleo do poema é a da transformação. A esse núcleo estão associadas as
metáforas do poema.
d) Plantar equivale no poema à tarefa de abrir mão do presente em benefício do
futuro.
e) O eu-poético parece inclinado a unir os requintes do formalismo de vanguarda à
linguagem dos cantadores populares.

15. Leia o texto abaixo e responda:

O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da


Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute
sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal. A
narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o
nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem
somente para uma parede iluminada por uma fogueira. Essa ilumina um palco onde
estátuas dos seres como homem, planta, animais etc. são manipuladas, como que
representando o cotidiano desses seres. No entanto, as sombras das estátuas são
projetadas na parede, sendo a única imagem que aqueles prisioneiros conseguem
enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras (tal como
nós damos às coisas) e também à regularidade de aparições destas.

Fonte: Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-platao.htm.


Acessado em 18/10/2016.

A passagem do texto I que melhor se articula com a ideia central do “mito da


caverna” é:
a) “A televisão
Me deixou burro
Muito burro demais”.
b) “Que eu nunca li num livro
Que o espirro
Fosse um vírus sem cura”.
c) “A mãe diz pra eu fazer

87
Alguma coisa
Mas eu não faço nada”.
d) “A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada”.
e) “Oh! Cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar
Meu coração captura”.

A terceira parte de Um livro de instruções e desenhos de Yoko Ono, da artista plástica,


compositora e escritora Yoko Ono (Tóquio, 1933-), é intitulada “Evento”. Nele, Yoko Ono
fornece “instruções” para que seus leitores produzam eventos.

Evento do cheiro I
Envie o cheiro da Lua.

Evento do cheiro II
Envie um cheiro para a Lua.

16. No texto, há uma mudança de preposições do Evento I para o II, em que o “da”
passa a ser “para”. Sobre essas preposições podemos dizer que:
a) No Evento I, a Lua é a possuidora do cheiro.
b) No Evento I, a Lua é a mensageira do cheiro.
c) No Evento I, a Lua é para onde o cheiro é enviado.
d) No Evento II, a Lua é o agente do envio do cheiro.
e) No Evento II, a Lua é o lugar onde estava o cheiro.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o seguinte texto para responder à(s) questão(ões).

A ação sob um novo olhar

O cineasta Luc Besson é catalogado como o diretor francês que mais se parece
com um profissional americano de Hollywood, por seus longas serem carregados de
ação explosiva, além de quase sempre protagonizados por anti-heróis típicos de
produções da terra do Tio Sam. A presença de astros consagrados reforça essa
definição – basta lembrar filmes icônicos como Nikita (que virou até seriado nos EUA),
O profissional, O quinto elemento e as franquias Carga explosiva e Busca implacável.
A diferença de Besson está no modo inteligente como ele insere, num peculiar cinema
comercial, arte e reflexão sem parecer picaretagem, conseguindo atrair a simpatia de

88
diferentes públicos.
Lucy é o mais novo projeto com essa sua marca: a estrela Scarlett Johansson
surge numa história que, num primeiro momento, lembra um filme de super-herói.
Scarlett faz uma mulher acidentalmente envolvida na negociação de uma droga
experimental, que, ao entrar em sua circulação, faz com que ela aumente a utilização
de seu cérebro em 100%. A turbinada resolve então procurar um pesquisador (Morgan
Freeman) do assunto, ao mesmo tempo em que um traficante está à sua procura.
Com o filme colocado dessa forma, Lucy parece uma prima próxima da
personagem Viúva Negra, também interpretada por Scarlett na série de filmes com
super-heróis da Marvel – igualmente com cenas eletrizantes de luta. Mas Lucy (no
original) também faz uma reflexão em torno de questões como evolução, metafísica e
tempo. Percebe-se que Besson se diverte pelo jeito como desenvolve a narrativa: a
cada estágio de transformação de Lucy, o diretor intercala as explicações científicas
do 1tal pesquisador. Tudo de maneira a sustentar o conceito por trás da trama,
desenvolvido com extrema habilidade e num ritmo propositalmente acelerado com
objetivo de dar credibilidade ao improvável.

17. O texto acima é um exemplo do gênero textual:


a) resumo.
b) ensaio.
c) biografia.
d) resenha.
e) editorial.

18. Veja o post de Nayara de Almeida em seu Instagram e, em seguida, leia a tirinha
da cartunista Magô Pool:
TEXTO I

89
TEXTO II

A comparação entre o post da ativista Nayara de Almeida e a tirinha da cartunista


Magô Pool permite afirmar que
a) o post de Nayara no Instagram contraria a crítica ao ativismo digital veiculada pela
tirinha de Magô Pool.
b) o post de Nayara no Instagram exemplifica a crítica à mobilização digital presente
na tirinha de Magô Pool.
c) o post de Nayara reforça a ideia da tirinha de Magô de que não se faz ativismo real
na internet.
d) o post de Nayara resume a crítica ao ativismo digital veiculada na tirinha de Magô
Pool.
e) o post de Nayara valida a crítica feita à mobilização digital presente na tirinha de
Magô Pool.

Dois e dois: quatro

Como dois e dois são quatro


sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena

Como teus olhos são claros


e a tua pele, morena

90
como é azul o oceano
e a lagoa, serena

como um tempo de alegria


por trás do terror me acena

e a noite carrega o dia


no seu colo de açucena

- sei que dois e dois são quatro


sei que a vida vale a pena

mesmo que o pão seja caro


e a liberdade, pequena.

(GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010, p.171).

19. O poema “Dois e dois: quatro”, de Ferreira Gullar, é marcado pela repetição da
palavra “Como” (conjunção que, nesse caso, indica uma comparação baseada na
lógica da semelhança). Por outro lado, nele também aparecem as expressões
“embora” e “mesmo que”. Tais expressões podem significar:
a) Oposições que excluem os possíveis sentidos contidos na afirmação: “a vida vale a
pena”.
b) Ressalvas que remetem a uma realidade econômica e política desfavorável à vida,
mas que não impedem os sentidos contidos na afirmação: “a vida vale a pena”.
c) Explicações espirituais da vida humana.
d) Palavras supérfluas que não se conectam ao todo do poema e, portanto, não
alteram os possíveis sentidos contidos na afirmação: “a vida vale a pena”.
e) Conclusões totalmente pessimistas em relação à vida.

20. Esta é uma tabela de treinamento para iniciantes de corrida muito usada em
academias de ginástica. Observe-a para responder à questão.

91
TEMPO VELOCIDADE ESFORÇO
0'− 1' (1') 5 − 6 km h Leve
1'− 3' (2') 7 − 9 km h Mediano
3'− 4' (1') 10 − 12 km h Extremo
4'− 6' (2') 7 − 9 km h Mediano
6'− 7' (1') 10 − 12 km h Extremo
7'− 9' (2') 5 − 6 km h Leve
9'− 10' (1') 7 − 9 km h Mediano
10'− 11' (1') 10 − 12 km h Extremo
11'− 14' (3') 7 − 9 km h Mediano
14'− 15' (1') 10 − 12 km h Extremo
15'− 16' (1') 5 − 6 km h Leve
16'− 18' (2') 7 − 9 km h Mediano
18'− 19' (1') 10 − 12 km h Extremo
19'− 20' (1') 5 − 6 km h Leve
20'− 21' (1') 7 − 9 km h Mediano
21'− 22' (1') 10 − 12 km h Extremo
22'− 24' (2') 7 − 9 km h Mediano
24'− 25' (1') 5 − 6 km h Leve

Fonte: academia Smart Fit – texto


adaptado.

Depois da leitura da tabela, pode-se afirmar que:


a) no minuto 20 do treino, o atleta atingirá a velocidade máxima.
b) o atleta usa a tabela para exercitar-se durante, no mínimo, meia hora.
c) a menor velocidade que o atleta pode fazer durante o treino é 5,5 km h.
d) o atleta passa mais tempo em esforço extremo do que em esforço mediano.
e) nos três últimos minutos de treino, o atleta vai de um esforço mediano a leve.

O monstro da procrastinação
Penélope Salles
Blog Posgraduando.com

Assim como eu, você tem um monte de coisas para fazer: textos para ler, um
artigo para escrever, e-mails importantes para responder, casa para limpar (porque a
vida não está fácil para ninguém)? E nessa hora o que você sente é aquela vontade
de conferir a última novidade do Facebook? Ou de ver um vídeo no YouTube, passar
aquela fase do Candy Crash ou ainda tirar aquela soneca boa no meio da tarde?

92
Quem nunca?
Infelizmente a perfeita consciência disso não faz as coisas acontecerem como
num passe de mágica. É preciso muito mais que força de vontade para deixar o
monstro peludo da procrastinação de lado e fazer aquilo que realmente é necessário.
Vou falar de cinco estratégias que tenho adotado e que têm me ajudado nesta
batalha diária contra este monstro terrível:

1. Listas
Faça uma lista de tudo o que precisa ser feito no dia e selecione aquelas que
são prioritárias. Não se esqueça de listar até mesmo aquelas atividades consideradas
mais “chatas”, mas que são importantes. Eu sei que muita gente já faz isso, mas a
necessidade de planejar o dia a dia só surgiu quando eu percebi que não tinha tempo
suficiente para fazer tudo o que precisava. Este hábito facilita e muito a minha vida, já
que tenho que me dividir entre o mestrado, a monitoria, o cuidado com a casa,
família.
Costumo toda noite, antes de ir dormir, fazer uma lista de tarefas para o dia
seguinte na minha agenda. Você pode usar o bloco de notas no celular, o Evernote no
computador ou a ferramenta que melhor se adeque à sua rotina. Com a lista de
atividades em mãos, fica mais fácil visualizar o que precisa ser feito. Se não sabemos
exatamente o que fazer, vamos deixar para mais tarde e aí a procrastinação vai
tomar conta.

2. Objetivos claros
É claro que sem força de vontade não fazemos nada nessa vida, mas para
agirmos precisamos ter claro quais são os nossos objetivos.
Por que é importante fazer o fichamento do texto X? É importante porque vou
utilizá-lo para a produção do meu artigo. Por que ler o livro Y? Porque ele será
discutido na próxima aula. E assim por diante. Dessa forma, até mesmo as tarefas
mais simples e corriqueiras acabam sendo ressignificadas e a partir daí não serão
mais ignoradas.

3. Prazos pré-estabelecidos
Ao sabermos a data de uma prova, nos descabelamos e começamos a estudar
desesperados, não é mesmo? Nada como uma boa pressão para nos mexermos
rapidinho. Então, é preciso estabelecer prazos para as tarefas a serem realizadas e
depois determinação para cumpri-los.
Você tem que ler um texto X para a aula? Defina um prazo para realizá-lo.
Precisa escrever um artigo? Estabeleça uma data para terminá-lo. Você precisa
preparar uma apresentação para um seminário? Determine o dia que precisará

93
concluí-lo. E por fim, cumpra os prazos e você se sentirá feliz por ter conseguido
vencer mais uma batalha contra este monstro.

4. Fuja das Distrações


Você já percebeu que é só iniciar uma tarefa importante, como escrever o
projeto do mestrado, terminar a leitura de um livro, estudar para a prova, que tudo ao
redor acaba distraindo a nossa atenção? Uma hora é o Facebook, outra é Whatsapp,
SMS, e-mails, TV e assim por diante. E essas pequenas distrações consomem tanto do
nosso tempo que no final acabamos não fazendo nada do que nos propomos a
realizar. Largue tudo, que isso não te pertence mais. Pelo menos nos horários que você
estabeleceu para cumprir as suas tarefas.
Eu mesma tenho que aplicar a Técnica Pomodoro para conseguir me
concentrar de verdade. Essa técnica é bem simples: você coloca um despertador (eu
coloco o timer da cozinha ou então, o despertador do celular) para tocar em 25
minutos. Enquanto isso você realiza uma tarefa e não faz outra coisa neste tempo. Se
lembrar de algo, anote num papel, mas depois continue sua tarefa até terminar o
tempo. Depois dos 25 minutos, descanse 5 e faça as coisas que estavam pendentes.
Você verá uma grande diferença na sua rotina.
Pronto! Você perceberá que priorizar uma tarefa só é melhor do que tentar
realizar várias ao mesmo tempo e não conseguir concluir nenhuma.

5. Recompensa
Apesar de soar um pouco estranho, a recompensa é a motivação para muitas
pessoas cumprirem as tarefas necessárias. Seria mais ou menos o seguinte: você se
propõe a fazer determinada atividade e, como forma de realizá-la, promete a si
mesmo uma recompensa no final. Embora nem todo mundo concorde com ela, acho
que é uma estratégia para nos motivarmos a realizar as tarefas mais difíceis ou mais
“chatas”.
Espero que estas dicas ajudem vocês a evitar a procrastinação.

Fonte: posgraduando.com/blog/procrastinacao

21. Releia a seguir os dois últimos parágrafos do texto:

Apesar de soar um pouco estranho, a recompensa é a motivação para muitas


pessoas cumprirem as tarefas necessárias. Seria mais ou menos o seguinte: você se
propõe a fazer determinada atividade e, como forma de realizá-la, promete a si
mesmo uma recompensa no final. Embora nem todo mundo concorde com ela, acho
que é uma estratégia para nos motivarmos a realizar as tarefas mais difíceis ou mais
“chatas”.

94
Espero que estas dicas ajudem vocês a evitar a procrastinação.

O pronome “ELA”, grifado no trecho acima, refere-se a


a) recompensa.
b) motivação.
c) atividade.
d) estratégia.
e) procrastinação.

Quer virar um gênio da web? Saiba como criar seu meme para WhatsApp
Por Márcio Padrão
27/10/2018

No princípio, era o verbo. Depois, o e-mail, o link e o website. Logo em sequência, o GIF
do bebê dançando, um dos primeiros memes da internet. Desde então, essa forma de
comunicação dos novos tempos se alastrou como um tsunami em todas as nossas
conversas e redes sociais. Mas e você? Já fez algum meme?
Memes são conteúdos multimídia que se espalham (viralizam) rapidamente,
recriando fatos ou algum conteúdo original com um propósito humorístico ou de
sátira. Tudo vira meme na mão do povão: uma cena importante de "Game of Thrones",
um discurso político, uma derrota de um time de futebol ou uma foto bizarra de um
anônimo.
A graça dele é que justamente qualquer um com uma boa sacada pode criar um
meme ou participar de um que já está rolando na web. Se você quer fazer um,
lembre-se de que um bom meme geralmente possui essas características, segundo o
site "Thrillist":

Mensagem simples e eficiente

É preciso que a frase/imagem/áudio/legenda/GIF/vídeo traga uma mensagem curta


e clara, e com referências e contexto fáceis de identificar. De preferência, sobre algo
que ainda esteja fresco na memória das pessoas. Por isso, o autor do meme também
deve ser rápido se quiser "surfar" no assunto do momento.

Evolução

O meme não pode permanecer estático; seu sinal de sucesso é que ele deve ser
adotado e constantemente recriado pelo grande público, ou pelo menos por seu
público-alvo.

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Maleabilidade

Ele deve ter em si elementos que ajudem em sua própria evolução, com detalhes que
podem ser alterados, mas mantendo o núcleo da ideia original. Por exemplo: se o
meme for o de uma placa de aviso com uma frase, que seja possível trocar a frase por
outra diferente sem que polua demais a imagem original.

Efeito

E o mais importante: tem que atingir um certo nível de popularidade e compreensão.


Em poucas palavras, tem que causar reação e interesse imediato nas pessoas, além
de atiçar nelas o interesse de repassar o meme ou de fazer outros parecidos.

22. Um dos objetivos do texto é instruir o leitor a respeito de como fazer um bom
meme. Para isso, pode-se dizer que a seguinte estratégia textual é utilizada:
a) Abundância de verbos no imperativo, que têm a função de orientar o leitor quanto
às etapas que devem ser seguidas na criação de um meme.
b) Narração de acontecimentos relacionados ao tema, que tem a função de prender
a atenção do leitor para o conteúdo do texto.
c) Listagem das características principais do objeto do texto, que tem a função de
didaticamente apresentar as propriedades relevantes.
d) Organização das instruções em passos sequenciais, que têm a função de mostrar
ao leitor as fases importantes na criação de um meme.
e) Formalidade na linguagem, com o objetivo de convencer o leitor de que as
instruções fornecidas pelo texto são confiáveis.

23. Releia o trecho abaixo retirado do texto:

Tudo vira meme na mão do povão: uma cena importante de "Game of Thrones", um
discurso político, uma derrota de um time de futebol ou uma foto bizarra de um
anônimo.

Com base no trecho acima, podemos afirmar que:


a) A partir da utilização do termo povão, que, informalmente, refere-se à classe mais
baixa da população, é possível inferir que as classes mais ricas não se utilizam do
meme como forma de comunicação.
b) A partir da utilização do sinal gráfico de dois-pontos, é possível inferir que a
sequência por ele introduzida esgota as possibilidades de fonte de um meme.
c) O emprego do termo povão foi utilizado com o propósito de conferir informalidade
ao texto, como estratégia de aproximação do leitor.

96
d) O sinal gráfico de dois-pontos poderia ser substituído por um ponto, sem que tal
modificação constituísse desobediência ao padrão da escrita culta.
e) Todos os elementos elencados depois do sinal de dois-pontos são especificados
pelo emprego de adjetivos que os caracterizam, respectivamente: importante,
político, futebol e bizarra.

TEXTO I

“Guimarães Rosa escreveu sua obra no português do Brasil, uma língua muito mais
rica do que o português europeu, na medida em que assimilou um sem-número de
elementos provenientes dos idiomas dos índios e negros que desempenharam papel
de relevo na formação étnica e cultural do país. Entretanto, o autor não se limitou
apenas a reproduzir a linguagem falada no Brasil. E à síntese já existente, acrescentou
sua própria síntese: uma estrutura sintática bastante peculiar e um léxico que inclui
grande número de neologismos; vocábulos extraídos de idiomas estrangeiros ou
revitalizados do antigo português; e uma série de termos indígenas ou dialetais que
ainda não tinham sido incorporados à sua língua de origem [...]”.

COUTINHO, Afrânio. Guimarães Rosa e o processo de revitalização da linguagem. In:


COUTINHO, Eduardo F. (Org.). Guimarães Rosa: fortuna crítica. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1983.

TEXTO II

“Estou contando ao senhor, que carece de um explicado. Pensar mal é fácil, porque
esta vida é embrejada. A gente vive, eu acho, é mesmo para se desiludir e
desmisturar. A senvergonhice reina, tão leve e leve pertencidamente, que por primeiro
não se crê no sincero sem maldade. Está certo, sei. Mas ponho minha fiança: homem
muito homem que fui, e homem por mulheres! – nunca tive inclinação para os vícios
desencontrados. Repito o que, o sem preceito. Então – o senhor me perguntará – o
que era aquilo? Ah, lei ladra, o poder da vida. Direitinho declaro o que, durando todo o
tempo, sempre mais, às vezes menos, comigo se passou. Aquela mandante amizade.
Eu não pensava em adiação nenhuma, de pior propósito. Mas eu gostava dele, dia
mais dia, mais gostava. Diga o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele
fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego. Era ele estar por longe, eu só
nele pensava. E eu mesmo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não.
E eu mesmo entender não queria [...]”.

ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

97
TEXTO III

“A experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorrem todos os


narradores. E, entre as narrativas escritas, as melhores são as que menos se
distinguem das histórias orais contadas pelos inúmeros narradores anônimos. Entre
estes, existem dois grupos, que se interpenetram de múltiplas maneiras. A figura do
narrador só se torna plenamente tangível se temos presentes esses dois grupos.
‘Quem viaja tem muito que contar’, diz o povo, e com isso imagina o narrador como
alguém que vem de longe. Mas também escutamos com prazer o homem que
ganhou honestamente sua vida sem sair do seu país e que conhece suas histórias e
tradições. Se quisermos concretizar esses dois grupos através dos seus
representantes arcaicos, podemos dizer que um é exemplificado pelo camponês
sedentário, e outro, pelo marinheiro comerciante [...]”.

24. Marque a opção em que a afirmação sobre os textos acima esteja correta:
a) Para Walter Benjamin, a narrativa será menos eficiente tanto quanto mais se
confundir às histórias orais contadas pelos inúmeros narradores anônimos.
b) No trecho selecionado de Grande sertão: veredas, o narrador deseja fazer com que
seu interlocutor perceba sua dificuldade em aceitar dar o nome de “paixão” àquilo
que ele sente.
c) No texto de Afrânio Coutinho, o que importa é o conteúdo da prosa de Guimarães
Rosa, e não a forma da linguagem com a qual ela é construída.
d) Seguindo o raciocínio de Walter Benjamin e aceitando o que Afrânio Coutinho diz
em relação à prosa de Guimarães Rosa, podemos afirmar que o narrador do
fragmento de Grande sertão: veredas parece mais próximo do marinheiro mercante
do que do camponês sedentário.
e) De acordo com o fragmento de Walter Benjamin, o narrador não precisa
estabelecer nenhuma relação com a sua comunidade de ouvintes ou de leitores
para ser eficiente como contador de histórias.

25. Ainda em relação aos três textos apresentados, marque a opção correta:
a) O narrador do Grande sertão: veredas se situa no tempo presente e faz um
exercício de rememoração, de volta ao passado, para tentar compreender o que se
sucedeu com ele.
b) O narrador do Grande sertão: veredas desenvolve um monólogo cheio de certezas
indiscutíveis e ignora o seu interlocutor, como se o seu fluxo verbal fosse capaz, por
si mesmo, de fornecer todas as respostas para suas indagações acerca dos
caminhos que sua vida trilhou até ali.

98
c) Afrânio Coutinho afirma que a linguagem na prosa de ficção de Guimarães Rosa
faz com que ele se posicione entre os autores que menos relevância tiveram para a
renovação dos meios expressivos da literatura brasileira.
d) Para Walter Benjamin, os procedimentos narrativos das duas grandes famílias de
narradores não se aproximam em momento algum, fazendo com que seja simples
identificá-los em suas particularidades e em seus universos restritos.
e) O texto de Afrânio Coutinho é literário. O texto de João Guimarães Rosa é literário. E
o texto de Walter Benjamin é não-literário.

O monstro da procrastinação
Penélope Salles
Blog Posgraduando.com

Assim como eu, você tem um monte de coisas para fazer: textos para ler, um
artigo para escrever, e-mails importantes para responder, casa para limpar (porque a
vida não está fácil para ninguém)? E nessa hora o que você sente é aquela vontade
de conferir a última novidade do Facebook? Ou de ver um vídeo no YouTube, passar
aquela fase do Candy Crash ou ainda tirar aquela soneca boa no meio da tarde?
Quem nunca?
Infelizmente a perfeita consciência disso não faz as coisas acontecerem como
num passe de mágica. É preciso muito mais que força de vontade para deixar o
monstro peludo da procrastinação de lado e fazer aquilo que realmente é necessário.
Vou falar de cinco estratégias que tenho adotado e que têm me ajudado nesta
batalha diária contra este monstro terrível:

1. Listas
Faça uma lista de tudo o que precisa ser feito no dia e selecione aquelas que
são prioritárias. Não se esqueça de listar até mesmo aquelas atividades consideradas
mais “chatas”, mas que são importantes. Eu sei que muita gente já faz isso, mas a
necessidade de planejar o dia a dia só surgiu quando eu percebi que não tinha tempo
suficiente para fazer tudo o que precisava. Este hábito facilita e muito a minha vida, já
que tenho que me dividir entre o mestrado, a monitoria, o cuidado com a casa,
família.
Costumo toda noite, antes de ir dormir, fazer uma lista de tarefas para o dia
seguinte na minha agenda. Você pode usar o bloco de notas no celular, o Evernote no
computador ou a ferramenta que melhor se adeque à sua rotina. Com a lista de
atividades em mãos, fica mais fácil visualizar o que precisa ser feito. Se não sabemos
exatamente o que fazer, vamos deixar para mais tarde e aí a procrastinação vai
tomar conta.

99
2. Objetivos claros
É claro que sem força de vontade não fazemos nada nessa vida, mas para
agirmos precisamos ter claro quais são os nossos objetivos.
Por que é importante fazer o fichamento do texto X? É importante porque vou
utilizá-lo para a produção do meu artigo. Por que ler o livro Y? Porque ele será
discutido na próxima aula. E assim por diante. Dessa forma, até mesmo as tarefas
mais simples e corriqueiras acabam sendo ressignificadas e a partir daí não serão
mais ignoradas.

3. Prazos pré-estabelecidos
Ao sabermos a data de uma prova, nos descabelamos e começamos a estudar
desesperados, não é mesmo? Nada como uma boa pressão para nos mexermos
rapidinho. Então, é preciso estabelecer prazos para as tarefas a serem realizadas e
depois determinação para cumpri-los.
Você tem que ler um texto X para a aula? Defina um prazo para realizá-lo.
Precisa escrever um artigo? Estabeleça uma data para terminá-lo. Você precisa
preparar uma apresentação para um seminário? Determine o dia que precisará
concluí-lo. E por fim, cumpra os prazos e você se sentirá feliz por ter conseguido
vencer mais uma batalha contra este monstro.

4. Fuja das Distrações


Você já percebeu que é só iniciar uma tarefa importante, como escrever o
projeto do mestrado, terminar a leitura de um livro, estudar para a prova, que tudo ao
redor acaba distraindo a nossa atenção? Uma hora é o Facebook, outra é Whatsapp,
SMS, e-mails, TV e assim por diante. E essas pequenas distrações consomem tanto do
nosso tempo que no final acabamos não fazendo nada do que nos propomos a
realizar. Largue tudo, que isso não te pertence mais. Pelo menos nos horários que você
estabeleceu para cumprir as suas tarefas.
Eu mesma tenho que aplicar a Técnica Pomodoro para conseguir me
concentrar de verdade. Essa técnica é bem simples: você coloca um despertador (eu
coloco o timer da cozinha ou então, o despertador do celular) para tocar em 25
minutos. Enquanto isso você realiza uma tarefa e não faz outra coisa neste tempo. Se
lembrar de algo, anote num papel, mas depois continue sua tarefa até terminar o
tempo. Depois dos 25 minutos, descanse 5 e faça as coisas que estavam pendentes.
Você verá uma grande diferença na sua rotina.
Pronto! Você perceberá que priorizar uma tarefa só é melhor do que tentar
realizar várias ao mesmo tempo e não conseguir concluir nenhuma.

5. Recompensa

100
Apesar de soar um pouco estranho, a recompensa é a motivação para muitas
pessoas cumprirem as tarefas necessárias. Seria mais ou menos o seguinte: você se
propõe a fazer determinada atividade e, como forma de realizá-la, promete a si
mesmo uma recompensa no final. Embora nem todo mundo concorde com ela, acho
que é uma estratégia para nos motivarmos a realizar as tarefas mais difíceis ou mais
“chatas”.
Espero que estas dicas ajudem vocês a evitar a procrastinação.

Fonte: posgraduando.com/blog/procrastinacao

26. No texto, o autor emprega diversas vezes o pronome “você”. Esse uso tem o efeito
de:
a) tornar o tema mais apropriado para o leitor.
b) aproximar o texto do leitor.
c) chamar a atenção do leitor.
d) tornar o texto mais claro para o leitor.
e) tornar o texto mais útil ao leitor.

Estorvo (fragmento)

Vejo tumulto defronte ao edifício do meu amigo. Aglomeração, um camburão, duas


joaninhas, um rabecão, vários carros de reportagem, guardas desviando o trânsito. No
meio do povo, compreendo que houve um crime, alguém morreu esfaqueado e
estrangulado. Vem chegando a sirene de um segundo camburão, e o empurra-
empurra acaba por me levar ao miolo do acontecimento. Uma corda vermelha isola a
calçada do velho prédio, formando uma espécie de ringue. A televisão entrevista o
zelador sob a marquise da portaria. Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para
o chão e não fala direito, parece um condenado. Penso que é ele o criminoso, mas em
seguida me convenço de que está somente muito envergonhado pelo seu edifício. O
repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim com a
cabeça, mais confessando que assentindo. A entrevista é prejudicada por uma
baixinha com cara de índia e lenço na cabeça, que se desvencilha de um policial e
investe contra o zelador, gritando “diga que conhece meu filho, miserável!”. O policial
levanta a índia baixinha e deposita-a fora do cordão de isolamento. Ela passa outra
vez sob o cordão e agora se dirige ao público. Diz “não tem televisão aí?” e diz
“ninguém vai me entrevistar?”. Um rapaz que se apresenta como repórter do Diário
Vigilante pergunta o que fazia o suspeito no local do crime. Ela diz “que suspeito o quê”
e “que local do crime o quê”, e diz “meu filho veio me ver, foi detido entrando no prédio,
se fosse suspeito estaria fugindo”, e diz “onde é que já se viu suspeito fugir para

101
dentro?”. Sem mais nem mais, começo a ficar a favor da mãe índia. O do Diário
Vigilante vai fazer outra pergunta, mas ela o interrompe e diz que trabalha no 204 há
quinze anos, que todo mundo sabe quem ela é, que aquele miserável ali conhece o
filho dela e não o defende porque tem preconceito de cor. Vai atacar de novo o
zelador, mas é suspensa pelo policial. Outro repórter de tevê indaga ao zelador se a
vítima era homossexual. O zelador resmunga “isso aí eu não sei porque nunca vi”. A
índia responde à Rádio Primazia que prenderam o filho porque ele estava sem
documento. Diz “meu filho estava voltando da praia, não é crime ir na praia, ninguém
vai na praia com carteira de trabalho metida no calção”. Um sujeito atrás de mim diz
que também é de jornal e pergunta “afinal a bichona era artista ou o quê?”. Ela
responde “a bichona sei lá, parece que era professor de ginástica”. Aproxima-se o
repórter da TV Promontório dizendo “ouvimos também a mãe do principal suspeito”. Aí
a índia perde a razão, agarra as lapelas do repórter e desata a chorar no microfone e
berrar “ele não é criminoso!, meu filho é um moço decente!”, mas o cameraman, que
está trepado no capô da camionete, grita “não valeu, não gravou nada, troca a
bateria!”. A índia para de chorar, olha para o setor da imprensa e diz “imagine meu
filho, que até é doente, estrangulando um professor de ginástica”. Volta o repórter da
TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele achou bem forte.

BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

27. A realização de uma entrevista narrada no trecho de Estorvo relativiza a ideia de


não ficção que há no texto jornalístico. Identifique a passagem que melhor permite
essa afirmação.
a) “Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para o chão e não fala direito, parece
um condenado.”
b) “O repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim
com a cabeça, mais confessando que assentindo.”
c) “A entrevista é prejudicada por uma baixinha com cara de índia e lenço na cabeça,
que se desvencilha de um policial e investe contra o zelador, gritando ‘diga que
conhece meu filho, miserável!’”
d) “Outro repórter de tevê indaga do zelador se a vítima era homossexual. O zelador
resmunga ‘isso aí eu não sei porque nunca vi.’”
e) “Volta o repórter da TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele
achou bem forte”.

Chiquinho Azevedo
(Gilberto Gil)

102
Chiquinho Azevedo
Garoto de Ipanema
Já salvou um menino
Na Praia, no Recife
Nesse dia Momó também estava com a gente

Levou-se o menino
Pra uma clínica em frente
E o médico não quis
Vir atender a gente
Nessa hora nosso sangue ficou bem quente

Menino morrendo
Era aquela agonia
E o doutor só queria
Mediante dinheiro
Nessa hora vi quanto o mundo está doente

Discutiu-se muito
Ameaçou-se briga
Doze litros de água
Tiraram da barriga
Do menino que sobreviveu finalmente

Muita gente me pergunta


Se essa estória aconteceu
Aconteceu minha gente
Quem está contando sou eu
Aconteceu e acontece
Todo dia por aí
Aconteceu e acontece
Que esse mundo é mesmo assim

(GIL, Gilberto. Quanta. CD Warner Music, 1997. Faixa 6.)

28. No verso “Nessa hora vi quanto o mundo está doente”, do texto, pode-se inferir
que a doença do mundo está relacionada à predominância de valores:
a) Humanistas.

103
b) Democráticos.
c) Filantrópicos.
d) Financeiros.
e) Políticos.

29. Composição do sanduíche de atum

Imagine mil sóis no


céu ao mesmo tempo.
Deixe-os brilhar por uma hora.
Então, deixe-os derreter gradualmente
no céu.
Faça um sanduíche de atum e coma.

(ONO, Yoko. Grapefruit – A Book of Instruction and Drawings by Yoko Ono. Nova Iorque:
Simon & Schuster, 2000[1964].).

O texto acima pode causar um estranhamento em seu sentido porque:


a) afirma que é possível haver mil sóis ao mesmo tempo.
b) prevê que mil sóis brilhem.
c) diz que aquilo que aquece pode derreter.
d) transforma sol em um sanduíche de atum.
e) determina que todo leitor gosta de atum.

30. Muribeca

Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns
pregos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até
televisão. É a vida da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O
que é que eu vou dizer pras crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o
calçado? Que não tem mais história, livro, desenho? E o meu marido, o que vai fazer?
Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem as latas, sem as caixas? Vai
perambular pela rua, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar agora? Onde vou
procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer caldo, vou
inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a
gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil. Nem remédio pra dor de cabeça eu
tenho. Como vou me curar quando me der uma dor no estômago, uma coceira, uma
caganeira? Vá, me fale, me diga, me aconselhe. Onde vou encontrar tanto remédio
bom? E esparadrapo e band-aid e seringa? O povo do governo devia pensar três

104
vezes antes de fazer isso com chefe de família. Vai ver que eles tão de olho nessa
merda aqui. Nesse terreno. Vai ver que eles perderam alguma coisa. É. Se perderam, a
gente acha. A gente cata. A gente encontra. Até bilhete de loteria, lembro, teve gente
que achou. Vai ver que é isso, coisa da Caixa Econômica. Vai ver que é isso,
descobriram que lixo dá lucro, que pode dar sorte, que é luxo, que lixo tem valor. Por
exemplo, onde a gente vai morar, é? Onde a gente vai morar? Aqueles barracos, tudo
ali em volta do lixão, quem é que vai levantar? Você, o governador? Não. Esse negócio
de prometer casa que a gente não pode pagar é balela, é conversa pra boi morto. Eles
jogam a gente é num esgoto. Pr'onde vão os coitados desses urubus? A cachorra, o
cachorro? Isso tudo aqui é uma festa. Os meninos, as meninas naquele alvoroço,
pulando em cima de arroz, feijão. Ajudando a escolher. A gente já conhece o que é
bom de longe, só pela cara do caminhão. Tem uns que vêm direto de supermercado,
açougue. Que dia na vida a gente vai conseguir carne tão barato? Bisteca, filé, chã-
de-dentro – o moço tá servido? A moça? Os motoristas já conhecem a gente. Têm uns
que até guardam com eles a melhor parte. É coisa muito boa, desperdiçada. Tanto
povo que compra o que não gasta – roupa nova, véu, grinalda. Minha filha já vestiu
um vestido de noiva, até a aliança a gente encontrou aqui, num corpo. É. Vem parar
muito bicho morto. Muito homem, muito criminoso. A gente já tá acostumado. Até o
camburão da polícia deixa seu lixo aqui, depositado. Balas, revólver 38. A gente não
tem medo, moço. A gente é só ficar calado. Agora, o que deu na cabeça desse povo?
A gente nunca deu trabalho. A gente não quer nada deles que não esteja aqui jogado,
rasgado, atirado. A gente não quer outra coisa senão esse lixão pra viver. Esse lixão
para morrer, ser enterrado. Pra criar os nossos filhos, ensinar o nosso ofício, dar de
comer. Pra continuar na graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não faltar brinquedo,
comida, trabalho. Não, eles nunca vão tirar a gente deste lixão. Tenho fé em Deus, com
a ajuda de Deus eles nunca vão tirar a gente deste lixo. Eles dizem que sim, que vão.
Mas não acredito. Eles nunca vão conseguir tirar a gente deste paraíso.

FREIRE, Marcelino. Muribeca. In:_____. Angu de sangue. São Paulo: Ateliê, 2000. p. 23-
25.

No conto de Marcelino Freire, o tema central, que motiva o drama do narrador-


personagem, corresponde ao seguinte elemento da narrativa:
a) tempo.
b) espaço.
c) protagonista.
d) foco narrativo.
e) narrador.

105
Quer virar um gênio da web? Saiba como criar seu meme para WhatsApp
Por Márcio Padrão
27/10/2018

No princípio, era o verbo. Depois, o e-mail, o link e o website. Logo em sequência, o GIF
do bebê dançando, um dos primeiros memes da internet. Desde então, essa forma de
comunicação dos novos tempos se alastrou como um tsunami em todas as nossas
conversas e redes sociais. Mas e você? Já fez algum meme?
Memes são conteúdos multimídia que se espalham (viralizam) rapidamente,
recriando fatos ou algum conteúdo original com um propósito humorístico ou de
sátira. Tudo vira meme na mão do povão: uma cena importante de "Game of Thrones",
um discurso político, uma derrota de um time de futebol ou uma foto bizarra de um
anônimo.
A graça dele é que justamente qualquer um com uma boa sacada pode criar um
meme ou participar de um que já está rolando na web. Se você quer fazer um,
lembre-se de que um bom meme geralmente possui essas características, segundo o
site "Thrillist":

Mensagem simples e eficiente

É preciso que a frase/imagem/áudio/legenda/GIF/vídeo traga uma mensagem curta


e clara, e com referências e contexto fáceis de identificar. De preferência, sobre algo
que ainda esteja fresco na memória das pessoas. Por isso, o autor do meme também
deve ser rápido se quiser "surfar" no assunto do momento.

Evolução

O meme não pode permanecer estático; seu sinal de sucesso é que ele deve ser
adotado e constantemente recriado pelo grande público, ou pelo menos por seu
público-alvo.

Maleabilidade

Ele deve ter em si elementos que ajudem em sua própria evolução, com detalhes que
podem ser alterados, mas mantendo o núcleo da ideia original. Por exemplo: se o
meme for o de uma placa de aviso com uma frase, que seja possível trocar a frase por
outra diferente sem que polua demais a imagem original.

Efeito

106
E o mais importante: tem que atingir um certo nível de popularidade e compreensão.
Em poucas palavras, tem que causar reação e interesse imediato nas pessoas, além
de atiçar nelas o interesse de repassar o meme ou de fazer outros parecidos.

Texto adaptado. Disponível em:


https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2018/10/27/como-criar-seu-
memeparawhatsapp.htm . Acesso em: 18 jul. 2019.

31. Com base no texto, é possível dizer que um meme eficiente apresenta a seguinte
característica:
a) Enigmático, pois o que faz o sucesso de um meme é o interesse das pessoas em
decifrá-lo.
b) Atemporal, pois o que faz o sucesso de um meme é a sua capacidade de expressar
um conteúdo eficaz em todas as épocas.
c) Inflexível, pois o que faz o sucesso de um meme é sua capacidade de ser replicado
rapidamente sem que seu conteúdo esteja sujeito a mudanças.
d) Polêmico, pois o que faz o sucesso de um meme é o interesse das pessoas em
compartilhá-lo.
e) Acessível, pois o que faz o sucesso de um meme é a rapidez e facilidade com que
se pode compreendê-lo.

Estorvo (fragmento)

Vejo tumulto defronte ao edifício do meu amigo. Aglomeração, um camburão, duas


joaninhas, um rabecão, vários carros de reportagem, guardas desviando o trânsito. No
meio do povo, compreendo que houve um crime, alguém morreu esfaqueado e
estrangulado. Vem chegando a sirene de um segundo camburão, e o empurra-
empurra acaba por me levar ao miolo do acontecimento. Uma corda vermelha isola a
calçada do velho prédio, formando uma espécie de ringue. A televisão entrevista o
zelador sob a marquise da portaria. Deve estar ruim de filmar, pois o zelador olha para
o chão e não fala direito, parece um condenado. Penso que é ele o criminoso, mas em
seguida me convenço de que está somente muito envergonhado pelo seu edifício. O
repórter pergunta se a vítima costumava receber rapazes, e o zelador faz sim com a
cabeça, mais confessando que assentindo. A entrevista é prejudicada por uma
baixinha com cara de índia e lenço na cabeça, que se desvencilha de um policial e
investe contra o zelador, gritando “diga que conhece meu filho, miserável!”. O policial
levanta a índia baixinha e deposita-a fora do cordão de isolamento. Ela passa outra
vez sob o cordão e agora se dirige ao público. Diz “não tem televisão aí?” e diz
“ninguém vai me entrevistar?”. Um rapaz que se apresenta como repórter do Diário

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Vigilante pergunta o que fazia o suspeito no local do crime. Ela diz “que suspeito o quê”
e “que local do crime o quê”, e diz “meu filho veio me ver, foi detido entrando no prédio,
se fosse suspeito estaria fugindo”, e diz “onde é que já se viu suspeito fugir para
dentro?”. Sem mais nem mais, começo a ficar a favor da mãe índia. O do Diário
Vigilante vai fazer outra pergunta, mas ela o interrompe e diz que trabalha no 204 há
quinze anos, que todo mundo sabe quem ela é, que aquele miserável ali conhece o
filho dela e não o defende porque tem preconceito de cor. Vai atacar de novo o
zelador, mas é suspensa pelo policial. Outro repórter de tevê indaga ao zelador se a
vítima era homossexual. O zelador resmunga “isso aí eu não sei porque nunca vi”. A
índia responde à Rádio Primazia que prenderam o filho porque ele estava sem
documento. Diz “meu filho estava voltando da praia, não é crime ir na praia, ninguém
vai na praia com carteira de trabalho metida no calção”. Um sujeito atrás de mim diz
que também é de jornal e pergunta “afinal a bichona era artista ou o quê?”. Ela
responde “a bichona sei lá, parece que era professor de ginástica”. Aproxima-se o
repórter da TV Promontório dizendo “ouvimos também a mãe do principal suspeito”. Aí
a índia perde a razão, agarra as lapelas do repórter e desata a chorar no microfone e
berrar “ele não é criminoso!, meu filho é um moço decente!”, mas o cameraman, que
está trepado no capô da camionete, grita “não valeu, não gravou nada, troca a
bateria!”. A índia para de chorar, olha para o setor da imprensa e diz “imagine meu
filho, que até é doente, estrangulando um professor de ginástica”. Volta o repórter da
TV Promontório e pede-lhe para repetir a fala anterior, que ele achou bem forte.

BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

32. O texto aborda questões polêmicas através do ponto de vista das personagens
representadas pelo zelador e pela “índia”. Estas questões ficam melhor identificadas
como:
a) misoginia e antissemitismo.
b) ateísmo e discriminação.
c) racismo e homofobia.
d) doutrinação e política.
e) machismo e chauvinismo.

Chiquinho Azevedo
(Gilberto Gil)

Chiquinho Azevedo
Garoto de Ipanema
Já salvou um menino

108
Na Praia, no Recife
Nesse dia Momó também estava com a gente

Levou-se o menino
Pra uma clínica em frente
E o médico não quis
Vir atender a gente
Nessa hora nosso sangue ficou bem quente

Menino morrendo
Era aquela agonia
E o doutor só queria
Mediante dinheiro
Nessa hora vi quanto o mundo está doente

Discutiu-se muito
Ameaçou-se briga
Doze litros de água
Tiraram da barriga
Do menino que sobreviveu finalmente

Muita gente me pergunta


Se essa estória aconteceu
Aconteceu minha gente
Quem está contando sou eu
Aconteceu e acontece
Todo dia por aí
Aconteceu e acontece
Que esse mundo é mesmo assim

(GIL, Gilberto. Quanta. CD Warner Music, 1997. Faixa 6.)

33. A letra da canção de Gilberto Gil, apresentada acima, caracteriza-se,


predominantemente, por:
a) Descrever.
b) Narrar.
c) Dissertar.
d) Argumentar.

109
e) Simbolizar.

Texto I

Muribeca

Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns
pregos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até
televisão. É a vida da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O
que é que eu vou dizer pras crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o
calçado? Que não tem mais história, livro, desenho? E o meu marido, o que vai fazer?
Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem as latas, sem as caixas? Vai
perambular pela rua, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar agora? Onde vou
procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer caldo, vou
inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a
gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil. Nem remédio pra dor de cabeça eu
tenho. Como vou me curar quando me der uma dor no estômago, uma coceira, uma
caganeira? Vá, me fale, me diga, me aconselhe. Onde vou encontrar tanto remédio
bom? E esparadrapo e band-aid e seringa? O povo do governo devia pensar três
vezes antes de fazer isso com chefe de família. Vai ver que eles tão de olho nessa
merda aqui. Nesse terreno. Vai ver que eles perderam alguma coisa. É. Se perderam, a
gente acha. A gente cata. A gente encontra. Até bilhete de loteria, lembro, teve gente
que achou. Vai ver que é isso, coisa da Caixa Econômica. Vai ver que é isso,
descobriram que lixo dá lucro, que pode dar sorte, que é luxo, que lixo tem valor. Por
exemplo, onde a gente vai morar, é? Onde a gente vai morar? Aqueles barracos, tudo
ali em volta do lixão, quem é que vai levantar? Você, o governador? Não. Esse negócio
de prometer casa que a gente não pode pagar é balela, é conversa pra boi morto. Eles
jogam a gente é num esgoto. Pr'onde vão os coitados desses urubus? A cachorra, o
cachorro? Isso tudo aqui é uma festa. Os meninos, as meninas naquele alvoroço,
pulando em cima de arroz, feijão. Ajudando a escolher. A gente já conhece o que é
bom de longe, só pela cara do caminhão. Tem uns que vêm direto de supermercado,
açougue. Que dia na vida a gente vai conseguir carne tão barato? Bisteca, filé, chã-
de-dentro – o moço tá servido? A moça? Os motoristas já conhecem a gente. Têm uns
que até guardam com eles a melhor parte. É coisa muito boa, desperdiçada. Tanto
povo que compra o que não gasta – roupa nova, véu, grinalda. Minha filha já vestiu
um vestido de noiva, até a aliança a gente encontrou aqui, num corpo. É. Vem parar
muito bicho morto. Muito homem, muito criminoso. A gente já tá acostumado. Até o
camburão da polícia deixa seu lixo aqui, depositado. Balas, revólver 38. A gente não
tem medo, moço. A gente é só ficar calado. Agora, o que deu na cabeça desse povo?
A gente nunca deu trabalho. A gente não quer nada deles que não esteja aqui jogado,

110
rasgado, atirado. A gente não quer outra coisa senão esse lixão pra viver. Esse lixão
para morrer, ser enterrado. Pra criar os nossos filhos, ensinar o nosso ofício, dar de
comer. Pra continuar na graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não faltar brinquedo,
comida, trabalho. Não, eles nunca vão tirar a gente deste lixão. Tenho fé em Deus, com
a ajuda de Deus eles nunca vão tirar a gente deste lixo. Eles dizem que sim, que vão.
Mas não acredito. Eles nunca vão conseguir tirar a gente deste paraíso.

FREIRE, Marcelino. Muribeca. In:_____. Angu de sangue. São Paulo: Ateliê, 2000. p. 23-
25.

Texto II

Nem luxo, nem lixo

Como vai você?


Assim como eu
Uma pessoa comum
Um filho de Deus
Nessa canoa furada
Remando contra a maré
Não acredito em nada
Até duvido da fé

Não quero luxo, nem lixo


Meu sonho é ser imortal
Meu amor!
Não quero luxo, nem lixo
Quero saúde pra gozar no final

LEE, Rita Lee; CARVALHO, Roberto de. Nem luxo, nem lixo. In: LEE, Rita. Rita Lee. [LP]. Brasil:
Som Livre, 1980.

34. Embora os personagens representados nos textos I e II estejam na “mesma canoa


furada/remando contra a maré”, um elemento os torna diferentes. Identifique este
elemento:
a) a sensualidade.
b) pureza.
c) a ganância.

111
d) a fé.
e) o orgulho.

35. Pessoal Intransferível

Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo
sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos
maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. (...)

Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é
não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a
barra pesa. Difícil (...) é não trair sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você
está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes.
(...)

E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um
boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o
boi. Adeusão.

(NETO, Torquato. Os últimos dias de paupéria. São Paulo: Max Limonad, 1982, p. 63.)

Nas últimas linhas do texto, encontra-se uma comparação entre o “homem” e o “boi”.
Tal comparação pode ser lida como a afirmação de que:
a) O boi é um ser superior ao ser humano.
b) O boi é um ser mais corajoso que o ser humano.
c) Para tornar-se “homem” é preciso enfrentar os perigos da vida e poder expressá-
los.
d) O ser humano e o ser boi são seres indistintos.
e) O ser humano é mais bonito que o ser boi.

Importância da atividade física

Introdução
Mas o que é atividade física? De acordo com Marcello Montti, atividade física é
definida como um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica
envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que
envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas,
além de atividades mentais e sociais, de modo que terá como resultados os
benefícios à saúde.

112
No Brasil, o sedentarismo é um problema que vem assumindo grande
importância. As pesquisas mostram que a população atual gasta bem menos
calorias por dia do que gastava há 100 anos, o que explica por que o sedentarismo
afetaria aproximadamente 70% da população brasileira, mais do que a obesidade, a
hipertensão, o tabagismo, o diabetes e o colesterol alto. O estilo de vida atual pode ser
responsabilizado por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte por
derrame cerebral, as principais causas de morte em nosso país. Assim, vemos como a
atividade física é assunto de saúde pública.

Por que a preocupação com o sedentarismo?


Na grande maioria dos países em desenvolvimento, grupo do qual faz parte o
Brasil, mais de 60% dos adultos que vivem em áreas urbanas não praticam um nível
adequado de exercício físico. Esse problema fica mais claro quando levamos em
conta os dados do censo de 2000, que mostram que 80% da população brasileira vive
nas cidades.
As pessoas mais sujeitas ao sedentarismo são: mulheres, idosos, pessoas de
nível socioeconômico mais baixo e indivíduos incapacitados. Observou-se que as
pessoas reduzem, gradativamente, o nível de atividade física a partir da adolescência.
Em todo o mundo observa-se um aumento da obesidade, o que se relaciona
pelo menos em parte a falta da prática de atividades físicas. É o estilo de vida
moderno, no qual a maior parte do tempo livre é passado assistindo televisão, usando
computadores, jogando videogames, etc.

Quais são os benefícios da atividade física?


A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se
manifestam sob todos os aspectos do organismo. Do ponto de vista músculo-
esquelético, auxilia na melhora da força e do tônus muscular e da flexibilidade,
fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso de crianças, pode ajudar no
desenvolvimento das habilidades psicomotoras.
Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de
gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes,
diminuição do colesterol total e aumento do HDL-colesterol (o “colesterol bom”).
Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo
importantes para a redução da mortalidade associada a elas. A pessoa que deixa de
ser sedentária e passa a ser um pouco mais ativa diminui o risco de morte por
doenças do coração em 40%. Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de
vida é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida.
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das
substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o
cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse. Além disso,

113
auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da
autoestima. Há redução da ansiedade e do estresse, o que ajuda no tratamento da
depressão.
A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo,
tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar.
Interessante notar que quanto maior o gasto de energia em atividades físicas
habituais, maiores serão os benefícios para a saúde. Porém, as maiores diferenças na
incidência de doenças ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos.
Entre os últimos e aqueles que se exercitam mais, a diferença não é tão grande. Assim,
não é necessária a prática intensa de atividade física para que se garantam seus
benefícios para a saúde. O mínimo de atividade física necessária para que se alcance
esse objetivo e de mais ou menos 200 kcal dia. Dessa forma, atividades que consomem
mais energia podem ser realizadas por menos tempo e com menor frequência,
enquanto aquelas com menor gasto devem ser realizadas por mais tempo e/ou em
maior frequência.

Como é feita a escolha da atividade física adequada?


A escolha á feita individualmente, levando-se em conta os seguintes fatores:

- Preferência pessoal: o benefício da atividade só é conseguido com a prática regular


da mesma, e a continuidade depende do prazer que a pessoa sente em realizá-la.
Assim, não adianta indicar uma atividade com a qual a pessoa não se sinta bem.
- Aptidão necessária: algumas atividades dependem de habilidades específicas.
Para conseguir realizar atividades mais exigentes, a pessoa deve seguir um
programa de condicionamento gradual, começando de atividades mais leves.
- Risco associado à atividade: alguns tipos de exercícios podem associar-se a alguns
tipos de lesão, em determinados indivíduos que já são predispostos a ela.

Atividade física em crianças e jovens


Nesses grupos, além de ser importante na aquisição de habilidades
psicomotoras, a atividade física é importante para o desenvolvimento intelectual,
favorecendo um melhor desempenho escolar e também melhor convívio social. A
prática regular de exercícios pode funcionar como uma via de escape para a energia
“extranormal” das crianças, ou seja, sua hiperatividade.
[…]

Considerações finais
Para finalizar devemos ressaltar que a prática de atividade física deve ser
sempre indicada e acompanhada por profissional qualificado: fisioterapeutas ou
profissionais de educação física. Caso a pessoa sinta algo diferente é mandatório

114
informar ao profissional responsável. Outro ponto importante, que não deve ser
esquecido, é a adoção de uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes,
verduras e fibras. Deve-se preferir o consumo de carnes grelhadas ou preparadas
com pouca gordura e evitar o consumo excessivo de doces, comidas congeladas e os
famosos lanches de “fast-foods”. E lembre-se: beber muito líquido (de preferência
água e sucos naturais).
A atividade física consiste em exercícios bem planejados e bem estruturados,
realizados repetitivamente. Eles conferem benefícios aos praticantes e tem seus riscos
minimizados através de orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares
aumentam a longevidade, melhoram o nível de energia, a disposição e a saúde de
um modo geral. Afeta de maneira positiva o desempenho intelectual, o raciocínio, a
velocidade de reação, o convívio social. O que isso quer dizer? Há uma melhora
significativa da sua qualidade de vida!
O que precisamos ressaltar é o investimento contínuo no futuro, a partir do qual
as pessoas devem buscar formas de se tornarem mais ativas no seu dia a dia, como
subir escadas, sair para dançar, praticar atividades como jardinagem, lavagem do
carro, passeios no parque. A palavra de ordem é MOVIMENTO.

Copyright © 2005 Bibliomed, Inc. 28 de Julho de 2005.


Texto modificado. Disponível em: <http://www.boasaude.com.br/artigos-de-
saude/4772/-1/importancia-da-atividade-fisica.html>.
Acesso em: 26/out/2016.

36. Releia o parágrafo a seguir:

Interessante notar que quanto maior o gasto de energia, em atividades físicas


habituais, maiores serão os benefícios para a saúde. Porém, as maiores diferenças na
incidência de doenças ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos.
Entre os últimos e aqueles que se exercitam mais, a diferença não é tão grande. Assim,
não é necessária a prática intensa de atividade física para que se garantam seus
benefícios para a saúde. O mínimo de atividade física necessária para que se alcance
esse objetivo é de mais ou menos 200 kcal dia. Dessa forma, atividades que consomem
mais energia podem ser realizadas por menos tempo e com menor frequência,
enquanto aquelas com menor gasto devem ser realizadas por mais tempo e/ou mais
frequentes.

A partir da leitura do parágrafo, pode-se concluir que

115
a) os benefícios para a saúde são os mesmos entre os sedentários e os que praticam
pouca atividade física.
b) a prática de muita atividade física pode ser tão danosa quanto não praticar
qualquer atividade física.
c) a prática de muita atividade física ou pouca atividade física já traz benefícios para
a saúde.
d) a realização de uma atividade física correspondente a 200 Kcal dia consome muita
energia em muito tempo.
e) as atividades físicas devem ser praticadas com a maior frequência e intensidade
possíveis.

37. Levantados do chão


Chico Buarque

Como então? Desgarrados da terra?


Como assim? Levantados do chão?
Como embaixo dos pés uma terra
Como água escorrendo da mão?

Como em sonho correr numa estrada?


Deslizando no mesmo lugar?
Como em sonho perder a passada
E no oco da Terra tombar?

Como então? Desgarrados da terra?


Como assim? Levantados do chão?
Ou na planta dos pés uma terra
Como água na palma da mão?

Habitar uma lama sem fundo?


Como em cama de pó se deitar?
Num balanço de rede sem rede
Ver o mundo de pernas pro ar?

Como assim? Levitante colono?


Pasto aéreo? Celeste curral?
Um rebanho nas nuvens? Mas como?
Boi alado? Alazão sideral?

116
Que esquisita lavoura! Mas como?
Um arado no espaço? Será?
Choverá que laranja? Que pomo?
Gomo? Sumo? Granizo? Maná?

Fonte: http://www.chicobuarque.com.br/letras/levantad_97.htm

O poema-canção de Chico Buarque, produzido para o livro de fotografias de


Sebastião Salgado sobre o cotidiano do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e
gravado por Milton Nascimento em 1997, mobiliza a seguinte figura de estilo na sua
constituição:
a) Ironia, marcada pelas interrogações reiteradas.
b) Personificação, ao indagar se choverá laranja.

c) Metonímia, representada pelo “mundo de pernas pro ar”.


d) Catacrese, pelo emprego de “aéreo” para qualificar o pasto.
e) Antítese, pela combinação de “celeste” e “curral”.

O monstro da procrastinação
Penélope Salles
Blog Posgraduando.com

Assim como eu, você tem um monte de coisas para fazer: textos para ler, um
artigo para escrever, e-mails importantes para responder, casa para limpar (porque a
vida não está fácil para ninguém)? E nessa hora o que você sente é aquela vontade
de conferir a última novidade do Facebook? Ou de ver um vídeo no YouTube, passar
aquela fase do Candy Crash ou ainda tirar aquela soneca boa no meio da tarde?
Quem nunca?
Infelizmente a perfeita consciência disso não faz as coisas acontecerem como
num passe de mágica. É preciso muito mais que força de vontade para deixar o
monstro peludo da procrastinação de lado e fazer aquilo que realmente é necessário.
Vou falar de cinco estratégias que tenho adotado e que têm me ajudado nesta
batalha diária contra este monstro terrível:

1. Listas
Faça uma lista de tudo o que precisa ser feito no dia e selecione aquelas que
são prioritárias. Não se esqueça de listar até mesmo aquelas atividades consideradas
mais “chatas”, mas que são importantes. Eu sei que muita gente já faz isso, mas a

117
necessidade de planejar o dia a dia só surgiu quando eu percebi que não tinha tempo
suficiente para fazer tudo o que precisava. Este hábito facilita e muito a minha vida, já
que tenho que me dividir entre o mestrado, a monitoria, o cuidado com a casa,
família.
Costumo toda noite, antes de ir dormir, fazer uma lista de tarefas para o dia
seguinte na minha agenda. Você pode usar o bloco de notas no celular, o Evernote no
computador ou a ferramenta que melhor se adeque à sua rotina. Com a lista de
atividades em mãos, fica mais fácil visualizar o que precisa ser feito. Se não sabemos
exatamente o que fazer, vamos deixar para mais tarde e aí a procrastinação vai
tomar conta.

2. Objetivos claros
É claro que sem força de vontade não fazemos nada nessa vida, mas para
agirmos precisamos ter claro quais são os nossos objetivos.
Por que é importante fazer o fichamento do texto X? É importante porque vou
utilizá-lo para a produção do meu artigo. Por que ler o livro Y? Porque ele será
discutido na próxima aula. E assim por diante. Dessa forma, até mesmo as tarefas
mais simples e corriqueiras acabam sendo ressignificadas e a partir daí não serão
mais ignoradas.

3. Prazos pré-estabelecidos
Ao sabermos a data de uma prova, nos descabelamos e começamos a estudar
desesperados, não é mesmo? Nada como uma boa pressão para nos mexermos
rapidinho. Então, é preciso estabelecer prazos para as tarefas a serem realizadas e
depois determinação para cumpri-los.
Você tem que ler um texto X para a aula? Defina um prazo para realizá-lo.
Precisa escrever um artigo? Estabeleça uma data para terminá-lo. Você precisa
preparar uma apresentação para um seminário? Determine o dia que precisará
concluí-lo. E por fim, cumpra os prazos e você se sentirá feliz por ter conseguido
vencer mais uma batalha contra este monstro.

4. Fuja das Distrações


Você já percebeu que é só iniciar uma tarefa importante, como escrever o
projeto do mestrado, terminar a leitura de um livro, estudar para a prova, que tudo ao
redor acaba distraindo a nossa atenção? Uma hora é o Facebook, outra é Whatsapp,
SMS, e-mails, TV e assim por diante. E essas pequenas distrações consomem tanto do
nosso tempo que no final acabamos não fazendo nada do que nos propomos a
realizar. Largue tudo, que isso não te pertence mais. Pelo menos nos horários que você
estabeleceu para cumprir as suas tarefas.

118
Eu mesma tenho que aplicar a Técnica Pomodoro para conseguir me
concentrar de verdade. Essa técnica é bem simples: você coloca um despertador (eu
coloco o timer da cozinha ou então, o despertador do celular) para tocar em 25
minutos. Enquanto isso você realiza uma tarefa e não faz outra coisa neste tempo. Se
lembrar de algo, anote num papel, mas depois continue sua tarefa até terminar o
tempo. Depois dos 25 minutos, descanse 5 e faça as coisas que estavam pendentes.
Você verá uma grande diferença na sua rotina.
Pronto! Você perceberá que priorizar uma tarefa só é melhor do que tentar
realizar várias ao mesmo tempo e não conseguir concluir nenhuma.

5. Recompensa
Apesar de soar um pouco estranho, a recompensa é a motivação para muitas
pessoas cumprirem as tarefas necessárias. Seria mais ou menos o seguinte: você se
propõe a fazer determinada atividade e, como forma de realizá-la, promete a si
mesmo uma recompensa no final. Embora nem todo mundo concorde com ela, acho
que é uma estratégia para nos motivarmos a realizar as tarefas mais difíceis ou mais
“chatas”.
Espero que estas dicas ajudem vocês a evitar a procrastinação.

Fonte: posgraduando.com/blog/procrastinacao

38. O objetivo desse texto é apresentar uma técnica. Uma característica presente
nele que está ligada a esse objetivo é o uso de
a) depoimentos da autora.
b) subdivisões em etapas.
c) estrangeirismos diversos.
d) linguagem técnica.
e) perguntas retóricas.

Importância da atividade física

Introdução
Mas o que é atividade física? De acordo com Marcello Montti, atividade física é
definida como um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica
envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que
envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas,
além de atividades mentais e sociais, de modo que terá como resultados os
benefícios à saúde.
No Brasil, o sedentarismo é um problema que vem assumindo grande

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importância. As pesquisas mostram que a população atual gasta bem menos
calorias por dia do que gastava há 100 anos, o que explica por que o sedentarismo
afetaria aproximadamente 70% da população brasileira, mais do que a obesidade, a
hipertensão, o tabagismo, o diabetes e o colesterol alto. O estilo de vida atual pode ser
responsabilizado por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte por
derrame cerebral, as principais causas de morte em nosso país. Assim, vemos como a
atividade física é assunto de saúde pública.

Por que a preocupação com o sedentarismo?


Na grande maioria dos países em desenvolvimento, grupo do qual faz parte o
Brasil, mais de 60% dos adultos que vivem em áreas urbanas não praticam um nível
adequado de exercício físico. Esse problema fica mais claro quando levamos em
conta os dados do censo de 2000, que mostram que 80% da população brasileira vive
nas cidades.
As pessoas mais sujeitas ao sedentarismo são: mulheres, idosos, pessoas de
nível socioeconômico mais baixo e indivíduos incapacitados. Observou-se que as
pessoas reduzem, gradativamente, o nível de atividade física a partir da adolescência.
Em todo o mundo observa-se um aumento da obesidade, o que se relaciona
pelo menos em parte a falta da prática de atividades físicas. É o estilo de vida
moderno, no qual a maior parte do tempo livre é passado assistindo televisão, usando
computadores, jogando videogames, etc.

Quais são os benefícios da atividade física?


A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se
manifestam sob todos os aspectos do organismo. Do ponto de vista músculo-
esquelético, auxilia na melhora da força e do tônus muscular e da flexibilidade,
fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso de crianças, pode ajudar no
desenvolvimento das habilidades psicomotoras.
Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de
gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes,
diminuição do colesterol total e aumento do HDL-colesterol (o “colesterol bom”).
Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo
importantes para a redução da mortalidade associada a elas. A pessoa que deixa de
ser sedentária e passa a ser um pouco mais ativa diminui o risco de morte por
doenças do coração em 40%. Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de
vida é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida.
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das
substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o
cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse. Além disso,
auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da

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autoestima. Há redução da ansiedade e do estresse, o que ajuda no tratamento da
depressão.
A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo,
tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar.
Interessante notar que quanto maior o gasto de energia em atividades físicas
habituais, maiores serão os benefícios para a saúde. Porém, as maiores diferenças na
incidência de doenças ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos.
Entre os últimos e aqueles que se exercitam mais, a diferença não é tão grande. Assim,
não é necessária a prática intensa de atividade física para que se garantam seus
benefícios para a saúde. O mínimo de atividade física necessária para que se alcance
esse objetivo e de mais ou menos 200 kcal dia. Dessa forma, atividades que consomem
mais energia podem ser realizadas por menos tempo e com menor frequência,
enquanto aquelas com menor gasto devem ser realizadas por mais tempo e/ou em
maior frequência.

Como é feita a escolha da atividade física adequada?


A escolha á feita individualmente, levando-se em conta os seguintes fatores:

- Preferência pessoal: o benefício da atividade só é conseguido com a prática regular


da mesma, e a continuidade depende do prazer que a pessoa sente em realizá-la.
Assim, não adianta indicar uma atividade com a qual a pessoa não se sinta bem.
- Aptidão necessária: algumas atividades dependem de habilidades específicas.
Para conseguir realizar atividades mais exigentes, a pessoa deve seguir um
programa de condicionamento gradual, começando de atividades mais leves.
- Risco associado à atividade: alguns tipos de exercícios podem associar-se a alguns
tipos de lesão, em determinados indivíduos que já são predispostos a ela.

Atividade física em crianças e jovens


Nesses grupos, além de ser importante na aquisição de habilidades
psicomotoras, a atividade física é importante para o desenvolvimento intelectual,
favorecendo um melhor desempenho escolar e também melhor convívio social. A
prática regular de exercícios pode funcionar como uma via de escape para a energia
“extranormal” das crianças, ou seja, sua hiperatividade.
[…]

Considerações finais
Para finalizar devemos ressaltar que a prática de atividade física deve ser
sempre indicada e acompanhada por profissional qualificado: fisioterapeutas ou
profissionais de educação física. Caso a pessoa sinta algo diferente é mandatório
informar ao profissional responsável. Outro ponto importante, que não deve ser

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esquecido, é a adoção de uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes,
verduras e fibras. Deve-se preferir o consumo de carnes grelhadas ou preparadas
com pouca gordura e evitar o consumo excessivo de doces, comidas congeladas e os
famosos lanches de “fast-foods”. E lembre-se: beber muito líquido (de preferência
água e sucos naturais).
A atividade física consiste em exercícios bem planejados e bem estruturados,
realizados repetitivamente. Eles conferem benefícios aos praticantes e tem seus riscos
minimizados através de orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares
aumentam a longevidade, melhoram o nível de energia, a disposição e a saúde de
um modo geral. Afeta de maneira positiva o desempenho intelectual, o raciocínio, a
velocidade de reação, o convívio social. O que isso quer dizer? Há uma melhora
significativa da sua qualidade de vida!
O que precisamos ressaltar é o investimento contínuo no futuro, a partir do qual
as pessoas devem buscar formas de se tornarem mais ativas no seu dia a dia, como
subir escadas, sair para dançar, praticar atividades como jardinagem, lavagem do
carro, passeios no parque. A palavra de ordem é MOVIMENTO.

39. O texto começa com uma pergunta (“Mas o que é atividade física?”). Qual é o
objetivo principal desta pergunta para a construção textual?
a) Questionar o próprio texto.
b) Testar o conhecimento do leitor.
c) Introduzir a definição de um conceito.
d) Fazer uma advertência em relação ao título.
e) Apresentar os conselhos de Marcelo Montti.

Texto I

Muribeca

Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns
pregos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até
televisão. É a vida da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O
que é que eu vou dizer pras crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o
calçado? Que não tem mais história, livro, desenho? E o meu marido, o que vai fazer?
Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem as latas, sem as caixas? Vai
perambular pela rua, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar agora? Onde vou
procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer caldo, vou
inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a
gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil. Nem remédio pra dor de cabeça eu
tenho. Como vou me curar quando me der uma dor no estômago, uma coceira, uma

122
caganeira? Vá, me fale, me diga, me aconselhe. Onde vou encontrar tanto remédio
bom? E esparadrapo e band-aid e seringa? O povo do governo devia pensar três
vezes antes de fazer isso com chefe de família. Vai ver que eles tão de olho nessa
merda aqui. Nesse terreno. Vai ver que eles perderam alguma coisa. É. Se perderam, a
gente acha. A gente cata. A gente encontra. Até bilhete de loteria, lembro, teve gente
que achou. Vai ver que é isso, coisa da Caixa Econômica. Vai ver que é isso,
descobriram que lixo dá lucro, que pode dar sorte, que é luxo, que lixo tem valor. Por
exemplo, onde a gente vai morar, é? Onde a gente vai morar? Aqueles barracos, tudo
ali em volta do lixão, quem é que vai levantar? Você, o governador? Não. Esse negócio
de prometer casa que a gente não pode pagar é balela, é conversa pra boi morto. Eles
jogam a gente é num esgoto. Pr'onde vão os coitados desses urubus? A cachorra, o
cachorro? Isso tudo aqui é uma festa. Os meninos, as meninas naquele alvoroço,
pulando em cima de arroz, feijão. Ajudando a escolher. A gente já conhece o que é
bom de longe, só pela cara do caminhão. Tem uns que vêm direto de supermercado,
açougue. Que dia na vida a gente vai conseguir carne tão barato? Bisteca, filé, chã-
de-dentro – o moço tá servido? A moça? Os motoristas já conhecem a gente. Têm uns
que até guardam com eles a melhor parte. É coisa muito boa, desperdiçada. Tanto
povo que compra o que não gasta – roupa nova, véu, grinalda. Minha filha já vestiu
um vestido de noiva, até a aliança a gente encontrou aqui, num corpo. É. Vem parar
muito bicho morto. Muito homem, muito criminoso. A gente já tá acostumado. Até o
camburão da polícia deixa seu lixo aqui, depositado. Balas, revólver 38. A gente não
tem medo, moço. A gente é só ficar calado. Agora, o que deu na cabeça desse povo?
A gente nunca deu trabalho. A gente não quer nada deles que não esteja aqui jogado,
rasgado, atirado. A gente não quer outra coisa senão esse lixão pra viver. Esse lixão
para morrer, ser enterrado. Pra criar os nossos filhos, ensinar o nosso ofício, dar de
comer. Pra continuar na graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não faltar brinquedo,
comida, trabalho. Não, eles nunca vão tirar a gente deste lixão. Tenho fé em Deus, com
a ajuda de Deus eles nunca vão tirar a gente deste lixo. Eles dizem que sim, que vão.
Mas não acredito. Eles nunca vão conseguir tirar a gente deste paraíso.

Texto II

Nem luxo, nem lixo

Como vai você?


Assim como eu
Uma pessoa comum
Um filho de Deus
Nessa canoa furada
Remando contra a maré

123
Não acredito em nada
Até duvido da fé

Não quero luxo, nem lixo


Meu sonho é ser imortal
Meu amor!
Não quero luxo, nem lixo
Quero saúde pra gozar no final

LEE, Rita Lee; CARVALHO, Roberto de. Nem luxo, nem lixo. In: LEE, Rita. Rita Lee. [LP]. Brasil:
Som Livre, 1980.

40. Tanto o narrador do conto “Muribeca” (Texto I), quanto o eu lírico da canção “Nem
luxo, nem lixo” (Texto II) constroem seus discursos através do seguinte recurso em
comum:
a) a interlocução com uma segunda pessoa.
b) a argumentação racional e lógica.
c) o apelo emocionado que indica desespero.
d) a indiferença em relação aos valores materiais.
e) a esperança em dias melhores.

Gabarito:

Resposta da questão 1:
[A]

Resposta da questão 2:
[D]

Resposta da questão 3:
[A]

Resposta da questão 4:
[B]

Resposta da questão 5:
[A]

Resposta da questão 6:

124
[E]

Resposta da questão 7:
[D]

Resposta da questão 8:
[C]

Resposta da questão 9:
[C]

Resposta da questão 10:


[D]

Resposta da questão 11:


[A]

Resposta da questão 12:


[E]

Resposta da questão 13:


[A]

Resposta da questão 14:


[D]

Resposta da questão 15:


[D]

Resposta da questão 16:


[A]

Resposta da questão 17:


[D]

Resposta da questão 18:


[A]

Resposta da questão 19:

125
[B]

Resposta da questão 20:


[E]

Resposta da questão 21:


[D]

Resposta da questão 22:


[C]

Resposta da questão 23:


[C]

Resposta da questão 24:


[B]

Resposta da questão 25:


[A]

Resposta da questão 26:


[B]

Resposta da questão 27:


[E]

Resposta da questão 28:


[D]

Resposta da questão 29:


[D]

Resposta da questão 30:


[B]

Resposta da questão 31:


[E]

Resposta da questão 32:

126
[C]

Resposta da questão 33:


[B]

Resposta da questão 34:


[D]

Resposta da questão 35:


[C]

Resposta da questão 36:


[C]

Resposta da questão 37:


[A]

Resposta da questão 38:


[B]

Resposta da questão 39:


[C]

Resposta da questão 40:


[A]

127

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