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Civilização Clássica:

Grécia

• A civilização grega (ou helênica)


desenvolveu características marcantes que
a diferenciaram de seus contemporâneos.
Desenvolveu, por exemplo, uma nova
forma de pensar (a filosofia), de fazer
política (a democracia) e a arte (a
dramaturgia). Que elementos culturais dos
gregos antigos podem ser encontrados em
nosso cotidiano?
Civilização Clássica
• É conhecido como Antiguidade Clássica, Era Clássica ou ainda Período Clássico o longo período
histórico, situado na Antiguidade, em que as civilizações grega e romana se destacaram.

• Clássicas porque de Grécia e Roma veio o modelo de vida do mundo ocidental. Tais civilizações
legaram um riquíssimo repertório de modo que a cultura clássica é ainda considerada fundamental
para a construção de toda a cultura ocidental contemporânea.

• A Era Clássica vai se iniciar com o primeiro registro da poesia do grego Homero, nos séculos VII-VIII
a.C., e finalizar com o início da Idade Média.

• Nesse espaço de tempo a sociedade grega passou de uma coleção de cidades-estados pouco
coordenadas a metrópole de um imenso império legado por Alexandre o Grande, que por sua vez
acabou conquistado por Roma e finalmente se torna o centro do Império Bizantino. A língua grega
representava o que a língua inglesa é atualmente, um idioma amplamente conhecido pelos mais
diversos povos, servindo para a difusão e troca de informações. Jesus teria algum conhecimento de
grego; os livros do Novo Testamento (de acordo com a maioria dos pesquisadores) foram
originalmente escritos em grego; decretos, avisos, sinais, livros, mesmo moedas das mais diferentes
terras carregavam inscrições em grego, do Afeganistão ao Sudão, da península arábica às atuais
Geórgia e Armênia.

• As polis gregas produziram inúmeros intelectuais importantes para nossa cultura ocidental, como
Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito e vários outros na filosofia; Heródoto na história;
Anaximandro na geografia; Hipócrates na medicina; Ésquilo, Sófocles e Eurípedes no teatro; Apeles
na pintura; Fídias na escultura; Arquimedes na matemática; Aristarco, Eratóstenes e Hiparco na
astronomia, e a lista se prolonga.
GRÉCIA ANTIGA
• 80% território grego é montanha.
Terras férteis se concentram nos
vales.
• Território com notável presença de
mar de águas calmas e cheio de
ilhas: um convite à navegação.
• Tais condições dão um caráter
fragmentar ao território da Grécia,
o que influiu na fragmentação
política helênica.
• Grécia não constituiu um
Estado unificado, mas um
conjunto de pólis
independentes, muitas vezes
rivais.
PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA DA GRÉCIA
História da Grécia Antiga dividida em 5 períodos:
• Micênico (1650 a. C. a 1150 a. C.) – migração e assentamento de povos como os
aqueus, que fundaram a cidade de Micenas; edificação de palácios, templos e
fortalezas; utilização da escrita.
• Homérico (1150 a. C. a 800 a. C.) – novas populações invadiram a Grécia; destruição do
mundo micênico; desaparecimento do uso da escrita; transmissão oral da cultura;
formação das novas comunidades.
• Arcaico (800 a. C. a 500 a. C.) – formação da pólis; colonização grega de outras regiões,
com fundação de cidades como Bizâncio, Marselha, Siracusa e Nápoles; realização dos
primeiros Jogos Olímpicos; introdução do alfabeto fenício adaptado pelos gregos;
difusão da escrita fora dos círculo dos escribas profissionais.
• Clássico (500 a. C. a 338 a. C.) – consolidação da pólis – cidades-Estados; guerras greco-
pérsicas; apogeu das cidades como Atenas (que desenvolveu a democracia) e Esparta
(que desenvolveu um governo oligárquico); guerras entre cidades gregas.
• Helenístico (338 a. C. a 146 a. C.) – crise da pólis grega; invasão e domínio da Grécia
pelos macedônios; expansão militar e cultural macedônia.
PRIMEIROS
POVOADORES
• A partir de 2000 a. C., diversos
povos (aqueus, jônios, eólios e
dórios) começaram a se
estabelecer na região sul dos
Balcãs, dominado a população já
existente nessa região e dando
origem a uma mescla de etnias e
culturas.
• Ao longo dos anos, devido ao
tempo de convivência, foi se
construindo uma certa unidade
cultural, a do povo heleno
(grego).
Pólis: a cidade-Estado
• A partir do séc. VIII a. C., formaram-se diversas cidades-
Estados independentes (com seu governo, leis, calendário,
moedas).
• Na área urbana havia um centro com praças, edifícios
públicos, templos, casas, oficinas etc. Era onde se
concentrava o núcleo político e religioso, além da atividade
artesanal e comercial de alimentos e de produtos como
tecidos, roupas, sandálias, armas, artigos de cerâmica e
vidro.
• Na área rural, a população se dedicava a atividades
agropastoris, como o cultivo de oliveiras, videiras, trigo e
cevada e a criação de cabras, ovelhas, porcos e cavalos.
• Messênia, Tebas, Mégara e Erétria eram algumas cidades-
Estado gregas. As que mais e destacaram foram Esparta e
Atenas pela liderança que exerceram sobre as demais em
certas épocas.
• Havia conflitos e diferenças entre as pólis, mas, dentre os
elementos que integravam suas populações na Hélade: a
mesma língua (apesar de diferentes dialetos), base religiosa
comum, participavam dos Jogos Olímpicos, etc. Por isso, se
reconheciam como helenos e chamavam povos com outra
língua e costume de bárbaros.
COLÔNIAS GREGAS
• Do séc. VIII até o séc. VI a. C., inúmeros
gregos deixaram suas cidades e partiram
para diversas regiões do litoral
Mediterrâneo, mar Egeu e Negro.
• Motivação: questões sociais originadas
no problema de posse da terra,
dificuldades na agricultura e aumente
da população, fugir da miséria.
• Fundaram cidades (colônias para
povoamento) – apoíkias.
• Colônias se tornaram centros
comerciais, pois dispunham de portos
estratégicos para rotas de navegação.
• Colonização grega acabou
favorecendo desenvolvimento
navegação marítima, impulsionou
comércio e produção artesanal,
contribuiu para intercâmbio
cultural entre gregos e outros
povos.
ESPARTA: GOVERNO OLIGÁRQUICO
• Localizada na península do Peloponeso, numa região de solo apropriado ara
cultivo.
• Esparta não teve área urbana importante e era uma cidade de caráter militarista
e oligárquico (governo em que um grupo reduzido de pessoas poderosas domina
de acordo com seus próprios interesses).
• Principal objetivo de esparta era fazer de seus cidadão modelos de soldados
(corajosos, bem treinados fisicamente, obedientes às leis e autoridades).
• A sociedade espartana se dividia em:
• Esparciatas – cidadãos espartanos que eram homens livres que
permaneciam à disposição do exército ou dos negócios públicos, podendo
participar do governo da cidade. Tinham deveres com o Estado, eram
proprietários das terras ao redor da cidade (cada lote de terra era
propriedade da família e era inalienável).
• Periecos – pessoas livres dedicadas ao comércio e artesanato.
Descendiam dos conquistados pelos esparciatas, não tinham direitos
políticos, não participavam dos órgãos do governo, mas deviam pagar
impostos.
• Hilotas – viviam presos à terra dos esparciatas, devendo cultivá-la e não
podiam ser expulsos do lugar. Eram desprezados socialmente. Eles
frequentemente promoviam revoltas. Para contê-los, os espartanos
organizavam expedições anuais de extermínio (kriptias) para matar os
considerados perigosos.
• Esparta era governada por dois reis, com função militar e religiosa. A
administração política era feita por três órgão:
• Gerúsia – conselho vitalício de anciãos, constituído pelos dois reis e mais
28 esparciatas maiores de 60 anos, para administrar, legislar e fazer
justiça.
• Ápela – assembléia formada por cidadãos espartanos maiores de 30 anos.
Eles elegiam os membros da Gerúsia e aprovava ou rejeitava as leis
encaminhadas por eles.
• Conselho dos Éforos – formados por 5 membros eleitos anualmente pela
Ápela. Eram os verdadeiros chefes de governo, pois coordenavam as
reuniões, controlavam a vida econômica e social da cidade, podiam vetar
os projetos de lei e fiscalizar as atividades do rei.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=vRVvL_ODvjo
ATENAS: DA MONARQUIA A DEMOCRACIA
• Situa-se no centro da planície da Ática. O centro original da cidade ficava em uma colina alta, a acrópole
(lugar mais alto da pólis), com uma proteção natural contra ataques.
• De solo pouco fértil, os atenienses lançaram-se à navegação marítima – excelentes marinheiros que
dominavam o comércio do Mediterrâneo.
• A sociedade ateniense se dividia em:
• Cidadão – homens maiores de 21 anos, filhos de pai e mãe ateniense. Dentre eles tinham grandes e
pequenos proprietários de terra, grandes e pequenos comerciantes etc. Tinham direitos políticos e
participavam do governo da cidade.
• Metecos – pessoas que viviam em Atenas, mas não tinham nascido na cidade. Não tinham direitos
políticos, não podiam ser donos de terra, mas podiam trabalhar com comércio e artesanato.
Pagavam impostos para poder viver na cidade e podiam ser convocados para o serviço militar.
• Escravos – prisioneiros de guerra, comprados de estrangeiros no mercado de escravos, ou eram
filhos de escravos que já viviam na cidade.
• Em Atenas viviam muitos escravos (400 mil no final do séc. IV a. C. Calcula-se que uma família
rica chegava a ter 20 escravos para serviços domésticos. A família que não tivesse, pelo menos,
um escravo demosntrava levar vida de pobreza.
• Os escravos urbanos estavam protegidos por leis contra abusos e brutalidades.
ATENAS: REFORMAS DE DRÁCON E SÓLON
• Até meados do séc. VIII a. C., Atenas era governada por um
rei que acumulava as funções de juiz, de sacerdote e chefe
militar. Posteriormente o poder oi passado para as mãos
dos representantes da aristocracia.
• Aristocracia era dona das melhores terras, por isso era
muito rica.
• Aristocracia emprestava dinheiro aos pequenos
proprietários que quando não podiam pagar suas
dívidas, perdiam suas terras e tornavam-se escravos.
• Diante da concentração e abuso de poder da aristocracia,
os atenienses (comerciantes, artesãos, camponeses)
começaram a exigir reformas políticas e sociais.
• Nos séculos VII e VI a. C. surgiram reformadores como
Drácon, que impôs leis escritas para acabar com as
vendetas, e Sólon, que libertou os cidadãos
transformados em escravos.
• Essas reformas foram conquistas da população que se
revoltou contra o governo aristocrático, exigindo
participação política no governo da cidade → esse
processo culminou numa nova forma de governar a
cidade de Atenas, chamada de democracia (todo
cidadão – homens atenienses de 21 anos – tem o
mesmo direito perante a lei).
• Clístenes (510-507 a. C.) foi um dos princiais
responsáveis pela instituição da Democracia.
• Democracia ateniense era elitista, patriarcal e
escravista (escravos que sustentavam a riqueza dos
senhores).
• Eclésia – Assembleia do povo. Nela se aceitava ou
rejeitava os projetos para cidade.
• Conselho de 500 – 500 cidadão eram sorteados
anualmente para elaborar os projetos para cidade.
• Estrategos – espécie de chefes de governo em
tempo de paz que executavam os projetos. Em
tempos de Guerra eles comandavam os exércitos.
• Péricles (499-429 a. C.) introduziu várias mudanças
na vida democrática da cidade como estratego e
nesse período Atenas atingiu seu apogeu.
• Diferenças da democracia ateniense para a nossa
na atualidade?
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=uxNDnqw5ooM
ALIANÇAS E GUERRAS:
LUTAS PELA
HEGEMONIA GREGA
No Período Clássico, a Grécia atingiu grande desenvolvimento
econômico e cultural.
GUERRAS GRECO-PÉRSICAS
• Ascensão econômica e cultural da Grécia provocou disputas
por rotas comerciais, mercados e matérias-primas entre
gregos e persas.
• Sob reinado de Dario e Xerxes, os persas se
expandiram sobre cidades gregas. Surgiu, então, um
longo conflito entre eles → Guerras Grego-Pérsicas ou
Guerras Médicas (499-475 a.C.).
• Tais guerras proveram solidariedade entre os gregos
que reforçaram a percepção da sua identidade
cultural, contrastando-a com a dos persas.
• Sob a liderança inicial de Atenas e Esparta, as cidades
gregas se uniram e deterão a invasão persa. No final,
Atenas se tornou poderosa e exerceu hegemonia
sobre a Grécia
HEGEMONIA ATENIENSE

• Era intenso o comércio que Atenas


realizava com outras cidades, utilizando
principalmente o transporte marítimo (ler
trecho pg. 110).
• Líderes de Atenas organizaram a Liga de
Delos → aliança entre as cidades-Estados
gregas para proteção contra os persas.
• Os aliados contribuíam com navios,
soldados e dinheiro.
• Com a liderança de Atenas na liga,
aos poucos as outras cidades foram
se subordinando ao seu poder, tanto
que Péricles usou parte do tesouro
da liga para embelezar Atenas,
construindo tempos e obras públicas
• Com o fim da ameaça persa, algumas cidades tentaram
se dissociar da Liga, mas foram impedidas pelas
lideranças atenienses.
• Corinto, Mégara e Tebas, sob o comando de Esparta,
rebelaram-se contra Atenas e findaram uma aliança
HEGEMONIA DE político-militar → Liga do Peloponeso.
• Teve início a Guerra do Peloponeso (431-304 a.C.) que
ESPARTA durou 27 anos. No fim do conflito Atenas saiu
derrotada.
• Os aristocratas espartanos, vitoriosos na Guerra do
Peloponeso, estenderam sua influência sobre o mundo
grego por cerca de 30 anos (404-371 a.C.).
HEGEMONIA TEBANA
• A hegemonia de Esparta foi interrompida
por novas revoltas entre as cidades gregas,
agora comandadas pela cidade de Tebas,
que contava com um poderoso exército.
• Ao vencer os espartanos, Tebas
exerceu hegemonia entre os gregos de
371 a 362 a.C. Mas todas essas guerras
internas debilitaram as cidades gregas
e suas instituições públicas e o mundo
grego já não era mais o mesmo.
DOMÍNIO MACEDÔNIO
• Aproveitando-se da “crise” da pólis, o rei Felipe da
Macedônia preparou um forte exercito para conquistar a
Grécia. Os macedônios venceram os gregos finalmente, em
338 a.C.
• Seu filho, Alexandre (o Grande), assumiu o trono após a
morte do pai e deu continuidade a expansão macedônia.
• Após controlar a Grécia, Alexandre estendeu seu domínio
sobre a Ásia Menor, Egito, Mesopotâmia, Pérsia e regiões da
Índia, tudo isso em 10 anos. Assim o Império Macedônio foi
um dos maiores da Antiguidade.
• Alexandre não conseguiu montar um governo estável para
administrar seu vasto império. Após sua morte, em 323 a.C.
(pouco antes de completar 33 anos), seus generais passaram
a disputar o poder entre si e o Império Macedônico se
fragmentou.
• O general Ptolomeu passou a governar o Egito,
recursando-se submeter a Macedônia, e se tornou
fundador da longa dinastia à qual pertenceu Cleópatra.
CULTURA GREGA E SEU
LEGADO: AS BASES DA
CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
• Costuma-se dizer que os gregos lançaram
os principais alicerces da civilização
ocidental. As raízes gregas estão na
política, na filosofia, nas ciências, nas
artes, na educação, na linguagem (radicais
gregos na nossa língua: macro, micro,
cosmo, biblio, etc.).
• O esplendor cultural grego ocorreu
especialmente me Atenas, no período
Clássico (V-IV a.C.).
• As expressões artísticas (escultura,
arquitetura, teatro) em Atenas eram
públicas, patrocinadas pela cidade-
Estado para a comunidade.
ARQUITETURA
E ESCULTURA
TEATRO E LITERATURA
HISTÓRIA FILOSOFIA
E CIÊNCIAS
JOGOS OLÍMPICOS
ATIVIDADE
Escolha uma das questões abaixo (a que você mais se identificar ou a que mais despertar
sua curiosidade) e redija um texto sobre ela no seu caderno. Não esqueça de fazer o
cabeçalho.
Depois você vai me enviar a foto do seu texto anexando ela nesse link do Google
Formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfMPc6P7TbN-
sbYEcQG3g1kDl_s5rv0D0Yevioz8FHOExPyWg/viewform

AS QUESTÕES PARA VOCÊ ESCOLHER UMA:


• Como era o teatro na Antiguidade grega?
• Como eram os jogos olímpicos na Antiguidade grega?
• Como a filosofia se desenvolveu na Antiguidade grega?
• Como era a vida da mulher na Antiguidade grega?
• Como era a vida do escravo na Antiguidade grega?
• Como era a educação na Antiguidade grega?
• Quais foram as principais obras de arte da Antiguidade grega?
• Como era a guerra na Antiguidade grega?

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