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1. Períodos:
- Pré-Homérico (2000 - 1 100 a.C.):
Caracterizado pela penetração de povos indo-europeus na Grécia: aqueus (2000 - 1
200 a.C.), eólios (1 700 a.C.) e Jônios (1 700 a.C.); civilização minoica continua a
prosperar (3000 - 1 400 a.C.) e a civilização micênica é formada (1600 - 1 200 a.C.);
dóricos invadem a Hélade no final do período (1 200 a.C.).
- Homérico ou Idade Média Grega (1100 - 800 a.C.):
Marcado pela ruralização, ausência de escrita e formação dos genos; período da
criação das obras de Homero, Ilíada e Odisseia.
- Arcaico (800 - 500 a.C.):
Há a formação da pólis, a colonização grega, o aparecimento do alfabeto fonético além
de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho, do comércio e da
indústria.
- Clássico ou Século de Péricles (500 - 338 a.C.):
Divisão da Grécia em dois polos:
- Liga do Peloponeso: liderada por Esparta
- Liga de Delos: liderada por Atenas
=> Unidos, derrotaram os Persas, nas Guerras Médicas.
Guerras Médicas: Liga do Peloponeso e de Delos x Persas.
- Vitória dos gregos.
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2. A Pólis Grega:
No sentido clássico, Polis, significava um "estado que se governava a si mesmo".
Era o modelo das antigas cidades gregas, desde o período arcaico até o período
clássico, vindo a perder importância durante o domínio romano.
Polis é a Cidade, entendida como a comunidade organizada, formada pelos cidadãos
(no grego “politikos”), isto é, pelos homens nascidos no solo da Cidade, livres e
"iguais".
A polis tornava os homens iguais através da lei.
As poleis, definiram um modo de vida urbano que seria a base da civilização ocidental,
Foi um elemento fundamental na constituição da cultura grega, a ponto de se dizer
que o homem é um "animal político".
A pólis teria surgido no século VIII a.C. nas comunidades gregas da Ásia Menor, a partir
de onde teria se espalhado pelo mundo grego.
A vida na polis dividia-se em duas esferas:
Esfera privada: dizia respeito a seu patrimônio, ao casamento, à sua família e expressa
pela sua casa;
Esfera pública: expressa pelo espaço público urbano (ou político, pois era o espaço da
polis) e suas instituições. Estas, dado que deliberavam e executavam diretrizes e regras
para a cidade, constituíam-se efetivamente como instituições políticas.
Ambas as esferas eram soberanas em si mesmas: assuntos privados não diziam
respeito às discussões públicas, e vice-versa.
A maioria das pólis gregas eram pequenas, com populações de aproximadamente 20
mil habitantes ou menos na sua área urbana. Contudo, as principais cidades eram bem
maiores, no século IV a.C., estando entre elas Atenas, com estimados 170 mil
habitantes, Siracusa com aproximadamente 125 mil habitantes e Esparta com apenas
40 mil habitantes.
A Grécia Antiga nunca foi um estado unificado com governo único.
As diversas poleis eram cidades-estado independentes, politicamente autônomas.
Cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário,
sua moeda.
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3. A Democracia Grega:
Do grego antigo: Demos = povo; Kratos = poder, autoridade, governo. Logo,
demokratia significava que o povo é o poder no estado.
Inicialmente a palavra "demos" significava gente comum, porém, com o decorrer do
tempo passou a representar "o povo em seu conjunto; uma democracia, um corpo de
cidadão que atuava através de assembleia".
Atenas foi o berço da democracia.
Sólon e Clístenes são considerados os “pais da democracia” grega.
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Sólon
Em 594 a.C., iniciou uma reforma das estruturas social, política e econômica da pólis
ateniense.
Criou a eclésia (assembléia popular), da qual participavam todos os homens livres
atenienses, filhos de pai e mãe atenienses e maiores de 30 anos.
Dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual).
Proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento.
Modificou o código de leis de Drácon, que já não era mais seguido por causa de sua
severidade. A punição do roubo, que era a morte, passou a ser uma multa igual ao
dobro do valor roubado.
Criou o tribunal de justiça.
Desagradou a aristocracia, que não queria perder seus privilégios oligárquicos, e o
povo, que desejava mais que uma política censitária, e sim a promoção de uma
reforma agrária.
Clístenes
Confirmou as reformas políticas de Sólon.
Em 508 a.C., reformou a constituição grega, promovendo uma reforma política que
estendeu a cidadania a todos os cidadãos atenienses, permitindo, assim,
independentemente do critério de renda, o direito de voto e ocupação dos mais
diversos cargos.
Incluiu certo número de metecos (estrangeiros) e libertos (ex-escravos) no corpo de
cidadãos.
Eliminou as castas religiosas, e os privilégios de nascimento na religião ou na política.
A democracia ateniense era exercida através da representação direta, ou seja,
qualquer cidadão tinha direito de intervir, debater, propor emendas, votar todo tipo
de proposta.
As eleições para cargos públicos eram por sorteio, possibilitando igualdade de
oportunidade, pois tantos ricos como pobres tinham lugares nos conselhos e tribunais.
Assim, os cidadãos adquiriam experiência política e administrativa, interferindo, de
certa forma, na estrutura de poder e classes.
A assembleia soberana atuava como autoridade máxima e qualquer cidadão tinha
direito de intervir, debater, propor emendas, votar todo tipo de proposta, inclusive
sobre guerra e paz, impostos, cultos, obras públicas e outras questões de maior ou
menor importância.
Em Atenas, saber ler, escrever e aritmética eram atributos comum a toda população
livre.
4. A Cultura Grega:
a) A Arquitetura e a Escultura Gregas:
Eram a expressão máxima da criatividade dos gregos.
Os templos constituíam o principal e quase único requinte das cidades-Estado.
Relativamente pequenos, não se destinavam a abrigar fiéis;
guardavam apenas a estátua da divindade, seus tesouros e as oferendas recebidas.
Muitos templos eram retangulares, cercados de colunas, e neles predominavam as
linhas retas.
Uma característica importante da arquitetura grega era a ausência do arco e da
abóbada.
Na arquitetura identificam-se três estilos:
Dórico: o principal e mais antigo, caracterizado pela simplicidade e pela solidez.
Jônico: com construções mais leves e graciosas.
Coríntio: destacou-se no século IV a.C.. Mais rebuscado que os anteriores, era marcado
pela riqueza e abundância de detalhes.
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b) O Teatro Grego:
É um dos aspectos mais significativos da cultura grega antiga.
Até os dias atuais, artistas, dramaturgos e demais envolvidos nas artes cênicas sofrem
a influência suas influências.
Diversas peças teatrais criadas na Grécia Antiga são até hoje encenadas.
Nasceu em Atenas no século VI a.C., provavelmente nas festas dedicadas ao deus
Dioniso.
A princípio, sua narrativa estava voltada para temas religiosos e mitológicos. Com o
tempo, durante o Período Clássico, as encenações passaram a tratar de assuntos
ligados aos valores e comportamentos humanos ou a falar dos problemas e fazer
críticas aos costumes e à vida política.
Principais estilos: tragédias, comédias e drama satírico (tragicomédia).
As encenações eram feitas por homens, que usavam máscaras.
Os escritores trágicos mais importantes foram:
Ésquilo, autor de Os Persas e Sete contra Tebas;
Sófocles, cujas principais obras são Édipo Rei, Electra e Antígona;
Eurípedes, que escreveu As bacantes e Medéia;
Aristófanes, que na comédia se destacou como autor de A paz e As vespas.
c) Os Jogos Olímpicos:
Realizados a partir de 776 a.C.
Realizados de quatro em quatro anos.
Reunia gregos das mais diversas cidades em Olímpia para a realização de um festival
de competições em honra a Zeus (o mais importante deus grego).
Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.
Grande importância: interrompiam guerras entre cidades (“trégua sagrada”) para não
prejudicar a realização dos jogos.
Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos.
Mulheres não podiam participar, seja como esportistas, seja como espectadoras.
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d) Os primeiros Historiadores:
Mitologia: inicialmente, para explicar suas origens, os gregos recorriam aos mitos e às
lendas, que, em geral, descreviam as façanhas de deuses ou de heróis, dotados de
poderes extraordinários. Com o tempo, surgiu a preocupação em relatar
acontecimentos históricos sem recorrer às narrativas míticas.
Heródoto (484-425 a.C.), o “pai da história”: preocupação em relatar acontecimentos
históricos.
Após passar um longo tempo viajando pelo Egito, pelo Império Persa e por muitos
outros lugares, escreveu sua obra com base nas informações obtidas.
Deixou-se, muitas vezes, levar em seus relatos por explicações místicas e lendárias.
Apesar disso, revelou uma atitude crítica em relação às fontes.
Tucídides (460-400 a.C.) pode ser considerado o fundador da história científica.
Escreveu a História da Guerra do Peloponeso, composta de oito livros, dos quais alguns
se perderam.
Em seu trabalho não havia lugar para mitos, lendas ou deuses.
Sua intenção era apresentar os acontecimentos históricos de tal maneira que sua obra
jamais perdesse o valor.
No período helenístico, destacou-se Políbio, que viveu no século II a.C.
Sua principal obra, História geral, narra a conquista dos territórios dos reinos
helenísticos pelos romanos.
e) A Filosofia Grega:
A palavra filosofia significa “amor” ou “amizade pela sabedoria” (do grego philo ou
philia = amor, amizade; sophia = sabedoria).
Os primeiros filósofos viveram na Jônia, região da Ásia Menor, onde estavam em
contato direto com as sociedades orientais, particularmente a do Egito e as da
Mesopotâmia.
Nesse período, as principais preocupações diziam respeito à natureza do mundo e ao
sentido da vida.
Destacou-se o matemático e astrônomo Tales de Mileto.
Outros filósofos desse primeiro momento foram Pitágoras, Anaximandro, Heráclito,
Parmênides e Demócrito.
Na segunda metade do século V a.C., a atenção dos pensadores deslocou-se para os
problemas da vida social e política.
Essa nova tendência iniciou-se com uma corrente filosófica denominada sofista.
Os sofistas popularizaram a filosofia e discutiram questões importantes, como a
escravidão e a guerra.
Segundo os sofistas, não existem verdades absolutas; haveria apenas verdades
particulares, válidas para cada situação.
Protágoras, o mais destacado entre eles, afirmava: O homem é a medida de todas as
coisas.
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