História da Cultura

e das Artes

Módulo 1 – A cultura de Ágora

 O Homem da democracia de Atenas

1- O Século V a. C. (O tempo)

Grécia Antiga
Inserida na bacia do
Mediterrâneo, a Península
Balcânica possui um solo
montanhoso e agreste e um
litoral extenso e recortado.
As condições geográficas
influenciaram o povoamento,
criando pequenas comunidades
isoladas pelas montanhas, mas
(manual pág.11) comunicantes pelo mar.
No século V a. C., toda a bacia do Mediterrâneo era dominada
pela superioridade da Civilização Grega. Essa superioridade não
se devia a qualquer poder político-militar, pois ao contrário de
outros povos, os Gregos não construíram impérios, mas cidades-
-estados, autónomas entre si. O seu prestígio resultava antes do
seu regime político – a democracia- e do seu modo de vida,
onde o trabalho na terra, na oficina ou no comércio era
equilibrado pelo ócio (a diversão, o entretenimento) e neste as
atividades culturais (como o teatro, a música, os jogos, a poesia,
a filosofia… ).
2- Atenas (O espaço)

Entre as cidades-estados gregas, sobressai, no séc. V a.C., a de

Atenas, que após as Guerras Persas, em 449 a.C. viveu um tempo
de paz e prosperidade económico-cultural que, conjugado com a
governação de homens dotados – como a de Péricles- contribuiu
para elevar a cidade a “escola” da Grécia.
 (manual págs.14/15)

A polis era constituída por:

• Acrópole, situada na parte mais alta da cidade, era o centro
da vida religiosa e onde se encontravam os templos.
• Ágora ou praça pública, era a parte mais baixa da cidade,
onde se encontravam as zonas residenciais, administrativas e
comercias.
• Zona rural, com campos, pastos e bosques, servia mais para
abastecer a cidade de produtos agrícolas.
No séc. V a. C., em Atenas, apenas 10% dos habitantes (350 000)
eram considerados cidadãos de pleno direito, sendo os
restantes mulheres e filhos menores, metecos (estrangeiros
livres) e escravos ( prisioneiros de guerra e filhos de escravos).
3. A ágora ( O local)
A ágora, era o nome que os gregos davam à praça pública da
cidade, era o verdadeiro centro cívico das cidades gregas.

A palavra “ágora” tem origem no

termo grego agorien, significando
“discutir, deliberar, decidir”. No
entanto, o seu significado foi
evoluindo, até que a partir do séc.
IV a.C., passou a referir-se
principalmente, a “comprar”.

(manual pág.16)
A democracia
Era na ágora que o cidadão grego convivia, onde decorriam as
discussões políticas e os tribunais populares: era, portanto, o
espaço da cidadania. Por este motivo, a ágora era considerada
um símbolo da democracia direta(*), e da democracia ateniense.
Todos os cidadãos tinham igual voz e direito a voto.

Em Atenas, (*)os cidadãos participavam diretamente da vida da

cidade. Por exemplo, a decisão de criar um imposto especial para
investir na construção de um anfiteatro devia ser tomada pelos
cidadãos reunidos na assembleia. Em Atenas havia uma
democracia direta.
 Limites da democracia ateniense (manual pág.17)

A democracia ateniense apresenta algumas contradições e

limitações:
• Só os cidadãos podiam participar no governo da
cidade;
• Existência de escravos numa forma de governo que
defendia a igualdade de direitos;
• Imperialismo exercido por Atenas (não respeitavam os
direitos das outras cidades);
• Existência da condenação ao ostracismo(1) e à morte;
• Limitação à liberdade de expressão: quem conspirasse
contra a democracia era condenado ao ostracismo.

(1) Julgamento do povo de Atenas que bania por dez anos um cidadão suspeito.
4. A organização do pensamento (manual pág.19)

O ambiente da pólis, voltado para a formação dos cidadãos,

criou condições para surgirem e se desenvolverem, sobretudo
em Atenas, ramos do saber tão importantes como a História e a
Matemática. Foram, porém, os filósofos, como Sócrates, Platão e
Aristóteles quem nos legou a parte mais importante e universal
da cultura grega – a FILOSOFIA.

Sócrates foi um dos mais influentes

pensadores da Grécia Clássica,
concentrou as suas reflexões no mundo
visível e concreto, sendo considerado o
fundador da “lógica”.
Platão (429-347 a.C.), foi o principal
continuador de Sócrates (486-399 a.C.)
Foi defensor de uma sociedade perfeita,
assente na justiça.

Aristóteles (384-322 a.C.), foi aluno de

Platão e era dotado de um espírito
enciclopédico, interessava-se por
conhecer todas as coisas, as materiais e
espirituais.
 5. O grego Péricles(*)
(495/492 – 429 a.C.)

Foi um célebre e influente estadista, orador e estratego (general)

da Grécia Antiga, um dos principais líderes democráticos de
Atenas e a maior personalidade politica do séc. V a. C. (manual pág.20)

(*)Significa em grego “cercado de glória”

Durante os 30 anos da sua magistratura, Péricles orientou a sua
atuação em duas direções:

• A nível interno, procurou consolidar a democracia e trazer a

ordem, a paz e a prosperidade dos Atenienses.

• Fê-lo, reduzindo os poderes das velhas classes eupátridas

(classe social de primeira/bem nascidos) de modo a incentivar
a participação dos mais pobres na vida democrática.
• Preocupou-se, também, com a reconstrução da cidade.

• A nível externo, procurou assegurar a defesa de Atenas e

outras cidades gregas contra inimigos estrangeiros,
reforçando o poder bélico e interventivo da Liga de Delos(*).
(*)Apequena ilha de Delos, situa-se no centro do grupo de ilhas do mar Egeu.
A Liga de Delos congregava os aliados de Atenas contra Esparta.

• Privilegiando sempre os interesses de Atenas, cresceram as

rivalidades com outras cidades-estado, o que acabaria por
conduzir Atenas a uma guerra desastrosa com Esparta –
Guerra do Peloponeso – Guerra Mundial da Antiga Grécia.

(manual pág.11 - mapa)

Foi no segundo ano da Guerra do Peloponeso (27 anos) que
Péricles morreu, vitima de uma epidemia de peste que havia
afetado Atenas.