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01 GRÉCIA ANTIGA: O BERÇO HISTÓRIA I

DA CIÊNCIA E DA DEMOCRACIA

INTRODUÇÃO
As civilizações grega e romana também são conhecidas
como civilizações clássicas, pois deram a base para uma série
de princípios que seriam herdados pelo mundo ocidental. Basta
lembrarmos do Renascimento Artístico e Cultural dos séculos XIV
ao XVI, o qual propôs a retomada dos valores antigos em oposição
ao “período das trevas” medievais. A civilização grega tem o mérito
de desenvolver a Filosofia, na qual os homens adquirem uma
consciência de sua capacidade de transformação da natureza e
do mundo à sua volta. O pensamento filosófico grego inaugura o
racionalismo ocidental. Lembremos, por exemplo, os nomes de
Aristóteles e Platão. Ademais, o teatro grego também teria uma
influência inegável na dramaturgia ocidental.
Politicamente, os gregos inauguraram o regime político
representativo, ou seja, as bases daquele sistema que chamaríamos
hoje de democrático. É necessário, entretanto, lembrar que na
Antiguidade Clássica a escravidão era uma instituição aceita
socialmente. O sistema representativo grego era extremamente
limitado e o seu esplendor filosófico e artístico somente foi
possível graças ao trabalho escravo que garantia a ociosidade de
uma elite governante.
A Grécia Antiga ia muito além do atual território do Estado
grego, e chegou a ser incorporada ao Império de Alexandre e
ao Império Romano. O seu território se localizava na Península PERÍODO HOMÉRICO
Balcânica, onde a região apresentava um relevo montanhoso e o
seu litoral era bastante recortado, facilitando o comércio marítimo, (SÉC. XII – VIII A.C.)
mas, também, o isolamento político entre as regiões. São formadas, neste período, comunidades gentílicas ou genos,
que eram compostas por membros com relações familiares. As
propriedades de terras eram coletivas e os líderes eram os paters
(patriarcas).
Até o século IX a.C, houve um forte crescimento populacional,
provocando graves consequências como escassez de terras,
expansão do comércio e do artesanato, além do declínio da
agricultura coletiva. Neste processo, formam-se as propriedades
privadas de terra, surgem os Eupátridas/Paters (bem nascidos) – e
donos de terras -, crescem os números de escravos por dívidas e
ocorre a expansão para terras no sul da Itália (Sicília).
A concentração fundiária provocou o início da colonização
grega e produziu a 2ª Diáspora grega, que significou uma política
expansionista (imperialista) e o fim do Período Homérico.

PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO
(SÉCULO XX – XII A.C.)
Este período recebeu uma forte migração indo-europeia
(Aqueus em 2000 a.C.; Eólios em 1700 a.C.; Jônios em 1500 a.C.).
Com isso, formou-se a famosa sociedade creto-micênica, iniciando
a formação da língua e da religião grega.
As principais cidades que surgiram foram Micenas, Cnossos e
Troia. No aspecto político, constituiu-se uma talassocracia.
O período acabou quando os dórios (outro povo indo-europeu)
invadiram a Grécia e destruiram a sociedade creto-micênica. Por
consequência destas invasões, ocorreu a chamada 1ª Diáspora
grega (XII – X a.C), levando a dispersão da população creto-
micênica pelo interior e litoral da península.

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HISTÓRIA I 01 GRÉCIA ANTIGA: O BERÇO DA CIÊNCIA E DA DEMOCRACIA

PERÍODO ARCAICO Com isso, foi criado um ambiente de DEBATES (retórica/


discursos) surgindo a DEMOCRACIA (consenso entre os cidadãos)
(SÉC. VIII – VI A.C.) e fazendo da política a principal atividade do cidadão, que
participava diretamente dela.
Neste período ocorreu a formação da pólis (cidade-estado),
que tinha como características a autonomia política, econômica e
militar. O surgimento de cidades-Estados se deu pelo isolamento ESPARTA
geográfico, o que não impediu que tivessem a mesma cultura
O sistema democrático não foi hegemônico em toda a Grécia,
(língua, religião...), já que se originou dos creto-micênicos. Cada
já que com a existência de diversas pólis (cidades-estados gregas),
pólis tinha como organização espacial a seguinte ordem: espaços
cada qual com alto nível de independência - tendo autonomia
públicos: ágora (praça) / acrópole (templos); espaços privados:
política e econômica -, outros modelos são formados. Além de
propriedades. As cidades-Estados que mais se destacam são:
Atenas, outra pólis que se destaca nesse contexto é Esparta.
Atenas e Esparta.
Na cidade-Estado espartana, constituiu-se uma sociedade
militarista, governada por dois reis(diarquia) controlados por um
ATENAS conselho aristocrático formado por 28 anciãos (gerúsia), uma
Fundada pelos jônios na região da Península de Ática, sua assembleia militar votava as leis propostas pela gerúsia (ápela)
evolução populacional levou a uma grande transformação social. e, finalmente, quem detinha o poder de fato eram 5 vigilantes que
A sociedade ateniense era organizada em Eupátridas (proprietários controlavam a vida pública e particular (éforos).
das melhores terras, bem nascidos), Demiurgos (comerciantes), A sociedade espartana era constituída por ESPARTANOS
Georgóis (proprietários das piores terras), Thetas (sem terras, ou ESPARCIATAS (donos das melhores terras, além de
maioria da população) e Escravos (principalmente por dívidas). desempenharem função política e militar), PERIECOS (seres livres
e sem direitos) e HILOTAS (massa trabalhadora pertencente ao
Estado, não tinham direitos ou qualquer proteção legal)

PERÍODO CLÁSSICO
Período que significou o apogeu e declínio do mundo grego
com a ampliação da democracia ateniense, da produção filosófica
e por dois conflitos: Guerras Médicas (496-448 a.C.) e Guerra do
Peloponeso (431-404 a.C.).
As Guerras Médicas simbolizaram o enfrentamento da Pérsia
com a Grécia, pois se objetivava o domínio sobre o comércio no Mar
Egeu. A 1ª etapa do conflito ficou marcada por Atenas rechaçar o
ataque persa, devido a sua superioridade marítima e pela derrota
espartana para os persas na Batalha de Termópilas. A 2ª etapa
O primeiro sistema político ateniense foi a Monarquia (séc. X a.C.), marcou a liderança de Atenas através da Confederação de Delos
que tinha como líder o Basileu (chefe militar e administrativo) e sua (Aliança militar e que dava aos atenienses o direito de cobrança de
origem social era dos eupátridas. Posteriormente, o modelo de governo tributos). Com isso, Atenas comanda a vitória final sobre os persas
passou a ser uma Oligarquia (séc. VIII a.C.), governada pelos Arcontes (batalhas de Salamina e Plateia/Paz de Címon) e obteve como
(9 líderes) e tinham ajuda do Areópago, um conselho de eupátridas. consequência, o início do Imperialismo Ateniense (450 – 430 a.C.).
Dentro deste conselho havia três grupos políticos: planície (eupátridas):
Esta fase imperialista ateniense marcou a transferência do
ideais conservadores, litoral (demiurgos): princípios democráticos;
Tesouro de Delos e do Exército de Delos para Atenas, com isso,
montanha (georgol/theta): adeptos a ideias mais radicais.
o governante ateniense Péricles (Século de Ouro ou Século de
Os debates entre os três partidos produziram a exigência de uma Péricles) aumentou a participação dos cidadãos, aumentou o
maior participação política, iniciando o processo de uma reforma número de escravos (tempo livre para o cidadão) e criou, com
legislativa no séc. VII a.C. A primeira reforma foi produzida por DRÁCON os recursos do imperialismo, a mistoforia (“salário político”, que
(621 a.C). A partir da elaboração das leis draconianas, ocorreu a permitia a participação de todos os cidadãos, inclusive, os pobres).
transcrição das leis orais (conservadoras). Posteriormente, SÓLON Ou seja, imperialismo e democracia são faces da mesma moeda de
(594 a.C.) estabeleceu o fim da escravidão hipotecária (dívidas), criou Atenas do século V a.C.
a BULÉ (Conselho dos 400), formou a ECLÉSIA (assembleia popular),
Esparta, como resposta ao Imperialismo ateniense, criou a
estabelecendo o critério de renda como acesso a ela.
Confederação do Peloponeso (432 a.C.), uma aliança militar de
Após as primeiras reformas, os TIRANOS assumem o poder sem cidades do Peloponeso liderada por Esparta, que tinha como
votação (golpe): PSÍSTRATO (561-527 a.C.); HIPIAS E HIPARCO (527- objetivo a derrota de Atenas. Com isso, ocorreu a Guerra do
510 a.C.); ISÁGORAS (510-508 a.C.). Entretanto, a democracia surgiu Peloponeso, que consistia na disputa pela liderança da Grécia entre
com as reformas promovidas por CLÍSTENES (508 a.C), onde ocorreu a Atenas e Esparta. A vencedora do conflito foi Esparta, que iniciou
divisão da região da Ática (cidade/litoral/interior), a divisão dos DEMOS o Imperialismo Espartano. Porém, logo depois, perdeu para Tebas,
(10 unidades distribuídas igualmente pelas três regiões.), a reforma da que tinha formado a Liga de Tebas. Entretanto, o imperialismo
BULÉ (Conselho dos 500, 50 membros de cada demo.), a ampliação de Tebas também não se estabeleceu, pois Atenas e Esparta se
da ECLÉSIA (6000 cidadãos, assembleia), a criação dos ESTRATEGOS uniram para derrotar os tebanos.
(poder executivo e militar com mandato anual), estabeleceu o
O resultado de tantos conflitos foi o “Suicídio Grego”, que levou
OSTRACISMO (exílio de dez anos) e a LEI DEMOCRÁTICA: “Todo
ao enfraquecimento e a uma crise da Grécia e facilitou a dominação
cidadão é igual perante a lei”. Entretanto, vale destacar que somente
da região por outros povos, primeiramente, os macedônios.
os homens livres, nascidos em Atenas eram considerados cidadãos.
Mulheres, metecos, escravos, ex-escravos e crianças não eram
cidadãos, sendo assim excluídos de participação política.

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PERÍODO HELENÍSTICO (IV – II A.C.) 03. (ENEM) Assim o alcance de uma reivindicação que surge desde
o nascimento da cidade na Grécia antiga: a redação das leis. Ao
Um grande elemento na expansão do pensamento grego pelo escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes permanência e
mundo foi o período helenístico (Império de Alexandre, o Grande). fixidez. As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível de
Neste período surgiu o helenismo, conceito que normalmente ser aplicada a todos da mesma maneira.
define o período histórico e cultural no qual a civilização grega VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
se expandiu no mundo mediterrânico, euroasiático e no Oriente, 1992 (adaptado).
fundindo-se com a cultura local durante o período Alexandrino.
Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente
no mundo contemporâneo, buscava garantir o seguinte princípio:
a) Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos.
b) Transparência — acesso às informações governamentais.
c) Tripartição — separação entre os poderes políticos estatais.
d) Equiparação — igualdade de gênero na participação política.
e) Elegibilidade — permissão para candidatura aos cargos
públicos.

04. (ENEM)
TEXTO I
Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém
que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil;
nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós
mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e
sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar
EXERCÍCIOS a hora da ação.
PROPOSTOS TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

TEXTO II
01. (ENEM) O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária
Um cidadão integral pode ser definido nada menos que pelo
preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do
direito de administrar justiça e exercer funções públicas; algumas
poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a
destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal
argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual,
modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes
assim como do jogo político.
pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992
(adaptado).
intervalos de tempo prefixados.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.
Na configuração política da democracia grega, em especial a
ateniense, a ágora tinha por função Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.)
quanto para Aristóteles (no século IV a.C.), a cidadania era definida
a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol pelo(a)
da cidade.
a) prestígio social. d) local de nascimento.
b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado
expostas por seus magistrados. b) acúmulo de riqueza. e) grupo de parentesco.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para c) participação política.
deliberar sobre as questões da comunidade.
05. (ENEM) Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como
d) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os
destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor inúmeros
rumos a serem tomados em caso de guerra.
versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos
e) congregar a comunidade para eleger representantes com séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais temas
direito a pronunciar-se em assembleias. como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas
peças, os grandes personagens falavam em verso e os demais em
02. (ENEM) A utilidade do escravo é semelhante à do animal. prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a
Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades representar peças de caráter religioso.
da vida. A natureza faz o corpo do escravo e do homem livre de Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e
forma diferente. O escravo tem corpo forte, adaptado naturalmente situações, o teatro é uma forma
ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado
ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão. a) de manipulação do povo pelo poder, que controla o teatro.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985. b) de diversão e de expressão dos valores e problemas da
sociedade.
O trabalho braçal é considerado, na filosofia aristotélica, como c) de entretenimento popular, que se esgota na sua função de
a) indicador da imagem do homem no estado de natureza. distrair.
b) condição necessária para a realização da virtude humana. d) de manipulação do povo pelos intelectuais que compõem as
c) atividade que exige força física e uso limitado da racionalidade. peças.
d) referencial que o homem deve seguir para viver uma vida ativa. e) de entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela
televisão.
e) mecanismo de aperfeiçoamento do trabalho por meio da
experiência.

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06. (ENEM) Alexandria começou a ser construída em 332 a.C., por de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes
Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um polo de cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros
estudos sobre matemática, filosofia e ciência gregas. Meio século cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças,
mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um museu — pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente,
que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca reuniu entre epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia.
200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou a cidade Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado).
no maior núcleo intelectual da época, especialmente entre os
anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques de Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as
romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou perda duas civilizações elas são semelhantes no aspecto de que:
de quase todo o seu acervo. a) As ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes
RIBEIRO, F. Filósofa e mártir. Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, epidemias dizimaram suas populações.
abr. 2010 (adaptado).
b) As cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi
A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel concebida em Tebas.
fundamental para a produção do conhecimento e memória das c) As duas civilizações tinham cidades autônomas e
civilizações antigas, porque independentes entre si.
a) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas d) Os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas
narrativas dos seus grandes feitos. cidades-Estado da Grécia.
b) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e deu e) As cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como
origem às universidades modernas. na Grécia.
c) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do
conhecimento e permitiu sua transmissão a outros povos. 09. (ENEM) A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos
d) transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo
importante da Antiguidade. os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação
à população total dos homens livres podia variar muito, sendo
e) reuniu os principais registros arqueológicos até então
bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas
existentes e fez avançar a museologia antiga.
democracias.
CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.
07. (ENEM) Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto
de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os Nas cidades-estado da Antiguidade Clássica, a proporção de
cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte
— esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as critério para a participação política:
qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes
a) Controle da terra.
à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das
qualidades morais e à prática das atividades políticas." b) Liberdade de culto.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994. c) Igualdade de gênero.
d) Exclusão dos militares.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite
compreender que a cidadania: e) Exigência da alfabetização.
a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois
é condenável que os políticos de qualquer época fiquem 10. (ENEM PPL) Quando se trata de competência nas construções
entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de e nas artes, os atenienses acreditam que poucos sejam capazes de
trabalhar. dar conselhos. Quando, ao contrário, se trata de uma deliberação
política, toleram que qualquer um fale, de outro modo não existiria
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais a cidade.
superiores, fruto de uma concepção política profundamente BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado).
hierarquizada da sociedade.
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política De acordo com o texto, a atuação política dos cidadãos atenienses
democrática, que levava todos os habitantes da pólis a na Antiguidade Clássica tinha como característica fundamental o(a)
participarem da vida cívica. a) dedicação altruísta em ações coletivas.
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o b) participação direta em fóruns decisórios.
tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades
c) ativismo humanista em debates públicos.
vinculadas aos tribunais.
d) discurso formalista em espaços acadêmicos.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se
dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os e) representação igualitária em instâncias parlamentares.
problemas da cidade.
GABARITO
08. (ENEM) No período 750–338 a.C., a Grécia antiga era composta
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que
01. C 03. A 05. B 07. B 09. A
eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas
02. C 04. C 06. C 08. C 10. B
características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia,
Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes
de todas as cidades-Estado. No período 1200–1600 d.C., na parte
da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, ANOTAÇÕES
há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros

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