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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Prof.

Marco Túlio
Curso Extensivo de História para ENEM 2021

EXTENSIVO ENEM 2022

CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE
CPF 09105644690

CLÁSSICA

Prof. Marco Túlio

AULA 01
07 DE FEVEREIRO DE 2021

AULA 00 – Civilizações da Antiguidade Clássica – Prof. Marco Túlio 1

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Sumário
1. O QUE É ANTIGUIDADE CLÁSSICA? 3

2. CIVILIZAÇÃO GREGA 4

2.1. Os períodos micênico (1650 a.C. a 1150 a.C.) e homérico (1150 a 800 a.C.) 4

2.2. Período arcaico (800 a.C. a 500 a.C.) 6

2.3. O período clássico (500 a.C. a 338 a.C.) 11


As guerras do período clássico 13
A religião e o pensamento filosófico 14

2.4. O período helenístico (338 a.C. a 146 a.C.) 15


A cultura helenística 15

2.5. O legado cultural dos gregos 17

3. CIVILIZAÇÃO ROMANA 21

3.1. Monarquia (753-509 a.C.) 22


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3.2. A República Romana (509-27 a.C.) 23

3.3. O Império Romano (27 a.C. a 395 d.C.) 30

4. LISTA DE QUESTÕES 39

5. GABARITO 61

6. LISTA DE QUESTÕES COMENTADA 61

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 101

8. REFERÊNCIAS 101

9. VERSÕES DAS AULAS 102

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1. O QUE É ANTIGUIDADE CLÁSSICA?


Nesta unidade iremos estudar Grécia e Roma, importantes sociedades da Antiguidade Clássica e
que sempre caem no vestibular. No dia a dia é muito comum utilizarmos o termo clássico para falar de
produções que consideramos de grande importância para a humanidade: quando o assunto é cinema, por
exemplo, existem filmes tidos como fundamentais para os amantes das telonas, como E o Vento Levou
(1939) e O Poderoso Chefão (1972); enquanto na literatura obras como Dom Quixote e A Divina Comédia
são consideradas essenciais por leitores do mundo todo. Mesmo no rock n’roll existem aquelas bandas
rotuladas como clássicas pelo seu caráter transgressor, como Beatles, Rolling Stones e Led Zeppelin.
Repare que todos os filmes, livros e bandas citados aqui são tidos como marcos da cultura
ocidental, da qual nós, brasileiros, também fazemos parte. Muito mais que ocupar uma posição geográfica
no mundo, ser ocidental significa compartilhar valores, crenças, experiências e visões de mundo com
outros países que também são categorizados dessa maneira. Na História, quando falamos de Antiguidade
Clássica, tomamos Grécia e Roma como pilares dessa cultura ocidental, afinal tratam-se de duas
sociedades que nos legaram vários elementos que julgamos fundamentais, como a democracia, a filosofia,
a república, a cidadania e o Direito, além de promoverem importantes contribuições em campos como a
geometria, teatro, astronomia, arquitetura, literatura e medicina. Além disso, você já pode ter se
deparado com o nome de várias divindades da mitologia greco-romana que deram o nome aos corpos
que orbitam em torno do Sol, como Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter (em grego, Hermes, Afrodite, Ares
e Zeus).
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Figura 1 - O Partenon, o mais conhecido templo da civilização grega e construído no século V a. C.

Deu para perceber a importância de se estudar este rico período da história humana, não é
verdade? Então vamos começar pela Grécia Antiga, mais especificamente pelo seu território e os períodos
que dividem sua história.

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2. CIVILIZAÇÃO GREGA
O tamanho atual do país denominado Grécia é bastante distinto do que os gregos antigos
concebiam como seu território. Para eles, gregos eram aqueles que falavam a língua grega, e onde
houvesse gregos, ali estava a Grécia. Em outras palavras, o mundo grego não se media por fronteiras
geográficas, mas pelo alcance de seu povo e sua cultura.
O surgimento da civilização grega se deu na Península Balcânica, região banhada pelos mares
Mediterrâneo, Jônico e Egeu, conhecida entre os gregos pelo nome de Hélade. O relevo acidentado e
montanhoso dificultou a comunicação entre habitantes de regiões distintas, ao passo que o solo pouco
fértil e o clima de longas secas fizeram com que muitos grupos humanos se lançassem ao mar em busca
de terras produtivas.
Mesmo antes da chegada dos gregos a região da Hélade já era ocupada há pelo menos desde 4500
a.C., sendo ali desenvolvidas monarquias de economia agrícola e pastoril e com grande influência cultural
do Oriente Próximo1. Na ilha de Creta, uma poderosa talassocracia2 se formou ao longo deste período,
que adotava a escrita hieroglífica devido aos contatos estabelecidos com o Egito. Os reis de Creta,
chamados de minos, ergueram palácios esplendorosos durante o auge da civilização cretense, cujas
ruínas impressionariam os gregos nos séculos seguintes.
Em aproximadamente 1400 a.C., os cretenses foram dominados pelos aqueus, povo indo-europeu3
que se instala na região e dá início à formação da civilização micênica. Apesar da destruição de Creta, seu
legado cultural não foi apagado pelos aqueus, que mantiveram seu sistema de escrita. Alguns
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historiadores consideram a existência de uma civilização creto-micênica, formada a partir da fusão de


ambas e influenciadora da formação da civilização grega.

2.1. Os períodos micênico (1650 a.C. a 1150 a.C.) e homérico (1150 a 800 a.C.)
A consolidação da civilização micênica, por volta do século XVII a.C., é considerada marco inicial da
história da Grécia Antiga, conhecida na época como Hélade. Os gregos de origem aqueia formaram uma
série de reinos independentes e fortemente militarizados, comandados por cidades cercadas por grandes
muralhas ou palácios fortificados. Micenas foi a mais influente dessas cidades, e por isso é a que dá origem
ao nome desta civilização.
A necessidade de terras férteis levou os micênicos a expandirem seus domínios ao longo da península
e para além-mar, promovendo diversos conflitos com outros povos que serviram de inspiração para outra
lenda grega, a Guerra de Tróia. Essa expansão só foi possível graças a centralização do poder em torno
dos palácios, que tinham funções religiosa, política, militar, administrativa e econômica. Os reis contavam
com uma extensa estrutura de funcionários, os escribas, que permitiam o forte controle do Estado sob
um extenso território.
Contudo, por volta do século XI a.C., a civilização micênica entrou progressivamente em decadência,
provavelmente motivada pela invasão dos dórios. Os luxuosos palácios foram abandonados, e os outros

1
Região asiática próxima ao Mar Mediterrrâneo, que atualmente abrange os atuais Síria, Líbano, Israel, Palestina e Iraque.
2
Estado ou outra forma de governo cujo domínio é exercido sobre os mares. Em nossa última aula, vimos uma civilização
oriental que também se destacou como uma talassocracia. Você se lembra qual foi?
3
Povos originados na Ásia Central. Ao final do período Neolítico, migram para regiões da Europa, Pérsia e península indiana.

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povos gregos – eólios, jônios e aqueus – se espalham para outras ilhas e a Ásia Menor4. Era o início do
que os historiadores chamam de período homérico.
Os dórios implantaram o sistema gentílico, baseado na coletivização do trabalho e da produção entre
os membros de uma mesma comunidade, chamada de génos. Todos eles obedeciam a um páter
(patriarca), liderança de uma sociedade basicamente composta por camponeses e guerreiros, com poucas
hierarquias sociais – bem diferente da sociedade palaciana do período anterior. Do ponto de vista
cultural, boa parte do legado micênico foi abandonado pelos dórios. O bronze, principal metal utilizado
até então, entrou em desuso com a introdução da metalurgia do ferro.
O período também foi marcado pelo desaparecimento da escrita, o que faz com que seja conhecido
como “época das trevas” entre os estudiosos, afinal muito pouco se sabe sobre ele. Entre os poucos
relatos que sobreviveram ao tempo estão os poemas Odisseia e Ilíada, ambos atribuídos a Homero, figura
que atualmente muitos historiadores duvidam de sua existência. Sabe-se que estes poemas foram
cantados ao longo de gerações por poetas chamados de aedos, que narravam sagas fantásticas de heróis
como Aquiles e Odisseu, repletas de monstros mitológicos e deuses temperamentais.
Para o historiador Jean-Pierre Vernant, o declínio da realeza palaciana no período homérico deu início
a um processo de grande transformação no pensamento político dos gregos, criando as bases para o
pensamento racional e o surgimento da filosofia:
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Quando no século XII antes de nossa era o poder micênico desaba sob o ímpeto das tribos dórias
que irrompem na Grécia continental, não é uma simples dinastia a sucumbir no incêndio que assola
alternadamente Pilos e Micenas, é um tipo de realeza que se encontra para sempre destruída, toda
uma forma de vida social, centralizada em torno do palácio, que é definitivamente abolida, um
personagem, o Rei divino, que desaparece do horizonte grego. A derrocada do sistema micênico
ultrapassa largamente, em suas consequências, o domínio da história política e social. Ele repercute
no próprio homem grego; modifica seu universo espiritual, transforma algumas de suas atitudes
psicológicas. O desaparecimento do Rei pôde desde então preparar, ao termo do longo, do sombrio
período de isolamento e de reconsideração dos fatos que se chama a Idade Média grega, uma dupla
e sólida inovação: a instituição da Cidade, o nascimento de um pensamento racional.
VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p. 10. Grifos meus.

4
Região da Anatólia que atualmente corresponde a parte da Turquia.

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2.2. Período arcaico (800 a.C. a 500 a.C.)


Entre os séculos VIII e VI a.C. formaram-se no mundo grego diversas cidades-Estado, cada uma delas
com suas próprias leis, formas de governo, costumes e divindades cultuadas. Essas cidades eram
chamadas individualmente de pólis, com sua economia baseada na agricultura e criação de animais, e a
maioria não apresentava grandes dimensões se comparadas aos parâmetros de hoje: seu território
variava entre 1000 e 3000 km², e sua população masculina geralmente não chegava a 5 mil.
Para entender melhor a relação dos habitantes com a cidade, vamos explicar passo a passo: cada
indivíduo é nascido em uma família, com pai, mãe e irmãos, certo? Na Grécia Antiga, o conjunto de
famílias formava uma unidade maior, chamada de clã, que se uniam devido a existência de um ancestral
comum. Os clãs, por também reconhecerem entre si certo parentesco devido a algum antepassado,
formavam as frátrias, e estas, pela mesma razão, constituíam as tribos da pólis. Assim sendo, cada
habitante estava ligado ao seu redor por fortes laços familiares e de solidariedade em vários níveis, e
aqueles que não faziam parte deles, os estrangeiros, não dispunham dos mesmos direitos que os demais.

Polis

Tribos
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Frátrias

Clãs

Famílias

Indivíduo

Embora apresentassem grandes variações entre si, as póleis5 gregas geralmente eram governadas
por uma restrita camada da sociedade, a aristocracia detentora da maioria das terras agrícolas. A esse
regime político damos o nome de oligarquia, que em grego significa “governo de poucos”.
Ao final do período arcaico, mais de uma centena de cidades-Estado havia sido fundada, muitas
delas resultante da expansão territorial dos gregos pelos mares Negro e Atlântico. As migrações se davam
por razões diversas: escassez de terras, invasões, derrota em alguma disputa política ou mesmo pela busca
de uma vida melhor. Os grupos que se instalavam em novas áreas permaneciam ligados à sua pólis de
origem, formando colônias gregas ou cidades-Estado.

5
Plural de pólis, ou seja, cidades-Estado.

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Aos poucos, naquelas cidades ligadas ao comércio marítimo verificou-se uma tendência em se
formar governos democráticos, enquanto em outros lugares prevaleceram governos oligárquicos.
Veremos a seguir Atenas e Esparta, principais exemplos destes dois modelos políticos.
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Figura 2 - Expansão grega no período arcaico.

Esparta: uma cidade-Estado oligárquica e militarizada


Localizada na península do Peloponeso, na região da Lacônia, a cidade-Estado de Esparta foi
fundada pelos dórios no século IX a.C., que dominaram os habitantes locais e da cidade vizinha, Messênia.
O solo fértil e a ausência de rios favoráveis à navegação contribuíram para que ali se estabelecesse uma
sociedade voltada para a atividade agrícola, com pouca expressividade comercial.
Os habitantes conquistados pelos dórios e seus descendentes foram submetidos a um regime de
servidão, e passam a serem conhecidos como hilotas, que em grego significa “aprisionados”. Os
esparciatas, classe composta pelos invasores dórios e seus descendentes, tomaram para si a propriedade
das terras cultiváveis, obrigando os hilotas a trabalharem nelas e entregarem metade de sua produção.
Entre essas duas classes sociais se situavam os periecos, categoria que reunia artesãos e comerciantes
obrigados a pagar impostos para a cidade-Estado.
Vale ressaltar que os hilotas não eram escravos, mas servos dos esparciatas (ou espartanos), e
em diversos momentos organizaram revoltas para se livrarem de seus dominadores.

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Única classe detentora de direitos políticos, descendiam dos


invasores dórios e eram os proprietários das terras cultivadas

Esparciatas pelos hilotas. Dedicavam-se às atribuições militares e políticas


da pólis.

Homens livres dedicados ao artesanato e atividades

Periecos comerciais. Não possuíam direitos políticos e eram obrigados


a pagar tributos.

Servos ligados aos esparciatas, eram obrigados a cultivar suas


Hilotas terras e a pagar tributos. Não possuíam direitos políticos.

Por se encontrarem em número dez vezes menor que os seus subjugados, a partir do século VI a.C.
os esparciatas buscaram isolar sua cidade-Estado de elementos externos que pudessem comprometer a
hierarquia social. Para isso, abriram mão de territórios de difícil administração e proibiram tanto a entrada
de estrangeiros quanto a saída de seus habitantes. Também investiram em uma rígida educação para a
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guerra, responsável por tornar Esparta na maior potência militar do período. Não por acaso, “espartano”
é um adjetivo até hoje empregado para definir alguém ou algo muito rigoroso e disciplinado.

Educação espartana
A preparação dos esparciatas em guerreiros começava logo após o seu nascimento. Os bebês
eram avaliados pelos anciãos, que autorizavam os pais a criá-los se constatassem boa saúde – do
contrário eram atirados de um penhasco! Enquanto cresciam, os jovens deveriam obedecer aos
mais velhos de maneira irrestrita, e só poderiam falar com a autorização destes. Este costume
espartano fez com que se espalhasse pela Grécia um ditado que dizia que “era mais fácil ouvir uma
estátua falar do que um lacônico”. O próprio termo lacônico – em referência a região da Lacônia –
tornou-se adjetivo utilizado para definir alguém que se exprime concisamente.
Aos sete anos, os garotos eram tirados de suas famílias para viverem em unidades militares, e
aquele que se destacava tornava-se o comandante dos demais. Eram constantemente chicoteados
para aprenderem a suportar a dor, além de serem incentivados a caçar hilotas a fim de que lhes
fosse desenvolvida a crueldade. Quando adquiriam mais idade, eram obrigados a andarem nus e
descalços, tomar banhos frios e dormir em camas feitas de junco6. Aos 20 anos, conquistavam
alguns direitos políticos, e aos 30 anos eram obrigados a se casarem. Suas obrigações militares só
se encerravam quando completavam 60 anos de idade.

6
Espécie de gramínea que costuma crescer em locais alagadiços.

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Hoplitas e as guerras na Grécia Antiga


A palavra hoplita remete à hóplon – forma como eram denominados os grandes e pesados
escudos côncavos manejados pelos soldados de infantaria nos combates travados na Grécia Antiga.
Os combatentes, chamados de hoplitas, avançavam lado a lado no campo de batalha, formando
uma parede de escudos, chamada de falange, que protegia tanto o que portava o objeto quanto o
indivíduo ao lado.
Os hoplitas eram cidadãos-soldados que eram recrutados para lutar em breves conflitos,
geralmente durante o verão. As guerras eram sazonais, afinal muitos combatentes não podiam se
afastar de suas atividades agrícolas durante muito tempo. Em Atenas, foi instituído o serviço
obrigatório dos 18 aos 20 anos de idade, mas homens de até 60 anos poderiam ser convocados para
guerras.
Já em Esparta, os esparciatas eram proibidos de conciliar qualquer atividade que limitasse a
carreira militar. Quando não estavam em guerra, eles permaneciam mobilizados em acampamentos
militares, onde realizavam treinamentos constantes.

A administração de Esparta era restrita aos eupátridas, a única classe a dispor de direitos políticos.
A Gerúsia (em grego, “conjunto dos mais velhos”) era um conselho composto por dois reis (diarquia)
descendentes das famílias mais poderosas e mais 28 homens maiores de 60 anos, os gerontes, que
ocupavam o cargo de maneira vitalícia. O órgão possuía funções legislativas e judiciárias, e seus membros
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eram escolhidos pela Ápela, assembleia formada por homens maiores de 30 anos. Embora esta tivesse
atribuições limitadas pelos interesses dos anciões, a Ápela também era responsável pela escolha dos
éforos, que exerciam o poder Executivo com mandato de um ano. Por ter uma restrita camada da
sociedade participante das decisões políticas da pólis, Esparta é classificada pelos historiadores e
cientistas políticos como uma oligarquia.

Gerúsia
♛♛ (diarquia)
+ 28 gerontes
Ápela
Conselho de Éforos
*****

Atenas: a construção da democracia


Situada na Ática, região sudeste da península grega, Atenas foi a mais importante cidade-Estado
da Grécia Antiga, sendo atualmente a capital da Grécia contemporânea. Embora ali tenha se estabelecido
como uma zona de cultivo de oliva e uva, o solo era pouco fértil, o que acabou por incentivar os atenienses
a desenvolverem um intenso comércio marítimo.

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Até o século VIII a.C., Atenas se manteve como uma monarquia hereditária fundamentada em
elementos religiosos, que progressivamente deu lugar a uma aristocracia composta pelos eupátridas, os
grandes proprietários daquela sociedade. Eram eles os únicos cidadãos da pólis, cuja estrutura social
formava uma pirâmide similar à que se encontra abaixo.
Como manteve sua autonomia durante a invasão
dos dórios no período homérico, Atenas conseguiu
conquistar toda a Ática ao longo dos séculos. A região Eupátridas
prosperou economicamente ao intensificar suas relações
comerciais no Mediterrâneo, em especial os comerciantes Georgóis
da pólis, chamados de demiurgos.
Havia também os georgóis, pequenos Demiurgos
proprietários da cidade-Estado. Ao longo do tempo,
muitos acumularam empréstimos junto aos eupátridas, Metecos
dando suas terras como garantia de pagamento. A
incapacidade de quitar suas dívidas levou muitos deles a
perder suas terras e se tornar escravos dos grandes
Escravos
proprietários. Por fim, uma outra classe existente em
Atenas era a dos metecos, estrangeiros sem direitos na
cidade-Estado.
Diante das crises sociais internas motivadas por este cenário, Drácon foi designado pelos
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aristocratas de Atenas para redigir um código de leis escritas, o que permitia com que todos os habitantes
da pólis tivessem acesso ao ordenamento jurídico que regia a sociedade. Contudo, os privilégios dos
aristocratas mantiveram-se intactos, assim como os problemas financeiros enfrentados pelos georgóis.
Seu código previa penas consideradas excessivamente rigorosas, e por isso atualmente utilizamos o termo
“draconiano” com este mesmo sentido.
Em 594 a.C., o poeta Sólon foi convocado para promover novas reformas. A partir da sua atividade
como arconte da cidade, a sociedade ateniense deu seus primeiros passos rumo à consolidação de uma
democracia. Vejamos os pontos mais importantes:

- Fim da escravidão por dívidas e cancelamento das pendências financeiras dos georgóis;
- Abrandamento das penas do código draconiano – até então, um simples roubo era punido com
morte;
- Aboliu direitos políticos por nascimento, sendo a sociedade dividida em quatro classes, a partir de
sua renda anual. Aos mais ricos eram reservados os cargos públicos de destaque, mas todos os
cidadãos, incluindo os mais pobres, possuíam direito à participação política;
- Criou a Bulé (Conselho dos Quatrocentos), a Eclésia e o Helieu, instituições das quais falaremos
mais adiante;

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Após a saída de Sólon do poder, Atenas passou por um


período chamado de tirania, ou seja, governado por figuras
que tomaram o poder pela força e desfrutavam de grande
apoio da população mais pobre, uma vez que se apresentavam
como defensores de seus interesses contra os patrícios. Um
dos mais famosos governantes deste período foi Psístrato,
responsável pela distribuição de terras de aristocratas entre os
camponeses.
Clístenes, que assume o poder em 510 a.C., foi o último
grande reformador do período arcaico. Considerado “pai da
democracia ateniense”, distribuiu o poder entre os cidadãos
ao dividir os cargos da Eclésia (Assembleia) em demos, ou seja,
pequenas porções territoriais de Atenas. Todo cidadão deveria
participar dos rumos da cidade, e por isso eram reconhecidos
como iguais perante a lei (isonomia). Para evitar o surgimento
de novos tiranos, a pólis grega também adotou o conceito de
ostracismo, que consistia em exilar, por dez anos, os cidadãos
que por meio de votação fossem considerados perigosos para
Atenas. Figura 3 - Sólon, legislador de Atenas. Fonte: Shutterstock.
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Os jogos olímpicos
A cada quatro anos os gregos organizavam jogos por cinco dias em homenagem a Zeus, o mais
importante deus mitologia, na cidade de Olímpia. Acreditava-se que um de seus filhos, o semi-deus
Héracles, foi o criador do evento para celebrar o pai.
Participavam destes eventos somente os homens gregos livres, o que excluía mulheres e
escravos. Várias cidades gregas enviavam seus representantes, que participavam de provas como a
corrida com armas, a luta, as corridas de cavalo e biga e o pentatlo (corrida, luta e arremessos de
dardo, disco e peso). Os vencedores eram premiados com uma coroa de louros.
Até 494, quando foram interrompidos, no período dos jogos olímpicos não havia conflitos entre
as cidades-Estado, uma vez que ali se celebrava a aproximação dos homens com os deuses. Eles são
uma cerimônia religiosa, mas que ao mesmo tempo reafirma uma identidade helênica (ou seja,
grega), amparada em crenças e valores compartilhados pelos seus participantes. Em 1896, a fim de
reaproximar os povos, as olimpíadas foram restituídas pelo francês Pierre de Fredy, o barão de
Coubertin.

2.3. O período clássico (500 a.C. a 338 a.C.)


O período clássico costuma ser lembrado como o apogeu da democracia ateniense, momento
no qual os cidadãos participavam diretamente do governo da pólis. Assim sendo, diferentemente
da nossa democracia representativa, na qual elegemos um conjunto de indivíduos que nos
representam por um determinado mandato, os atenienses fundaram uma democracia direta, na
qual participavam de todas as decisões políticas. Para permitir a presença de homens livres
empobrecidos, o governo pagava uma indenização aos cidadãos, chamada de mistoforia. A

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medida foi instituída por Péricles, cujo governo também podemos destacar a construção de
grandes obras públicas, como o Parthenon, e pelo envolvimento de Atenas na Guerra do
Peloponeso.
Mas como os cidadãos teriam tempo para decidir sobre todos os assuntos da pólis? Bem, a
verdade é que esta categoria correspondia a uma pequena parcela da população: apenas homens
livres, filhos de pais atenienses e maiores de 18 anos eram considerados cidadãos. Ademais, nem
todos votavam: no ano de 431 a.C., cerca de 42 mil indivíduos eram considerados cidadãos em
Atenas, mas o número de votantes não ultrapassava 25 mil. Não eram considerados cidadãos:

▪ Os estrangeiros (metecos), que geralmente eram comerciantes ou artesãos de Atenas,


atividades geralmente desprezadas pelos cidadãos. Além dos impostos comuns a todos os
habitantes da pólis, eram obrigados a pagar taxas especiais e prestarem serviço militar.
Embora boa parte da riqueza de Atenas se devesse a esses indivíduos, eram tratados como
pessoas “de segunda classe”, não sendo permitido a eles o casamento com mulheres
atenienses.
▪ Os escravos, geralmente prisioneiros de guerra ou seus descendentes. Não eram
considerados seres humanos, mas “instrumentos vivos”, utilizados em tarefas diversas no
campo e no centro urbano. Podemos dizer que a escravidão sustentava a democracia
ateniense, afinal ela permitia que os donos de cativos se dedicassem exclusivamente às
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atividades políticas.
▪ As mulheres, que não participavam dos debates públicos e políticos, apenas de eventos
como festas religiosas e peças de teatro. As mulheres das camadas mais altas da sociedade
costumavam passar a maior parte de suas vidas confinadas no gineceu, nome dado aos
aposentos femininos.

As leis da pólis eram votadas na ECLÉSIA, uma assembleia que se reunia em praça pública,
chamada de ágora, pelo menos dez vezes por ano, com sessões que durava o dia inteiro. Suas
atividades eram norteadas por um princípio que chamamos de isegoria, ou seja, o
reconhecimento de que todos os cidadãos possuíam o direito de se manifestarem e de serem
ouvidos. Contudo, isso não significa que todos realmente fizessem uso da fala, que geralmente
era restrita àqueles que dominavam a arte da retórica. Alguns homens livres, conhecidos como
sofistas, ganhavam a vida ensinando indivíduos a desenvolverem sua capacidade de
argumentação, a fim de que fossem devidamente integrados nos debates da pólis.
As leis votadas na Eclésia eram preparadas pela BULÉ, um conselho composto por mais ou
menos 500 membros com mandato de um ano e escolhidos por sorteio. Esta instituição possuía
mais reuniões que a Eclésia, e se dedicava a analisar projetos de lei, a administração pública,
assuntos diplomáticos e de natureza militar. Também havia as MAGISTRATURAS, que aplicavam
as decisões da Eclésia e Bulé; a HELIEU, tribunal popular com milhares de juízes que eram
sorteados anualmente; e o AREÓPAGO, conselho de nobres com cargos vitalícios que julgava
alguns crimes religiosos e civis. O uso de sorteio orientava pelo princípio da isocracia, ou seja, de
que todos os cidadãos tinham o mesmo direito de ter acesso aos cargos políticos.

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Um dos discursos mais emblemáticos de toda a história humana certamente foi o de Péricles,
durante a participação de Atenas na Guerra do Peloponeso. Confira um trecho:

Nossa forma de governo não se baseia nas instituições dos povos vizinhos. Não imitamos os outros.
Servimos de modelo para eles. Somos uma democracia porque a administração pública depende da
maioria, e não de poucos. Nessa democracia, todos os cidadãos são iguais perante as leis para
resolver os conflitos particulares. Mas quando se trata de escolher um cidadão para a vida pública,
o talento e o mérito reconhecidos em cada um dão acesso aos postos mais honrosos. [...] Usamos a
riqueza como um instrumento para agir, e não como motivo de orgulho e ostentação. Entre nós, a
pobreza não é causa de vergonha. Vergonhoso é não fazer o possível para evitá-la. Todo o cidadão
tem o direito de cuidar de sua vida particular e de seus negócios privados. Mas aquele que não
manifestar interesse pela política, pela vida pública, é considerado um inútil. Em resumo, digo que
nossa cidade é uma escola para toda Hélade, e cada cidadão ateniense, por suas características,
mostra-se capaz de realizar as mais variadas formas de atividade.
TUCÍDEDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília/São Paulo: UnB/Hucitec, 1986, cap. 37-41, Livro II.

Se atente para duas coisas:


→ Quais são os elementos da democracia ateniense destacados por Péricles?
→ Como o autor descreve Atenas em relação às demais poleis da Hélade?
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As guerras do período clássico


A prosperidade comercial de Atenas permitiu com que fosse desenvolvida uma política
expansionista pelos mares Egeu e Mediterrâneo, interferindo diretamente na dinâmica de outras cidades-
Estado. Entre os anos de 500 e 479 a.C., o domínio desta região foi disputado entre gregos e persas nas
chamadas Guerras Médicas, que tiveram as seguintes etapas:

▪ Primeira Guerra → Após os persas dominarem a cidade grega de Mileto, muitos foram
deportados para a Mesopotâmica. Dario I, rei da Pérsia, também conquistou as regiões da
Trácia e a Macedônia, mas foi vencido pelos atenienses após tentar surpreendê-los
desembarcando na planície de Maratona.
▪ Segunda Guerra → Décadas depois, o rei persa Xerxes I organizou um novo ataque, mas foi
vencido pela Liga de Delos, uma confederação que reunia diversas cidades-Estado gregas.

A Liga de Delos permaneceu mesmo após a derrota dos persas, com o intuito de proteger as
cidades da Hélade contra novos ataques. Não demorou muito para que a força política e militar de Atenas,
líder desta confederação, passasse a incomodar outras poleis, sobretudo quando esta utilizou o dinheiro
da Liga para financiar suas próprias fortificações. Assim sendo, algumas dessas cidades formaram a Liga
do Peloponeso, liderada por Esparta.
Em 431 a.C., após avanços de Atenas sobre territórios da cidade de Corinto, uma das cidades
pertencentes a Liga do Peloponeso, pressiona Esparta a reagir, o que dá início a Guerra do Peloponeso.

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Na primeira fase do conflito, Atenas apostou que suas fortificações aguentariam os ataques
espartanos, transferindo toda a sua população para o centro urbano. A consequência dessa concentração
de pessoas foi a disseminação de uma epidemia que dizimou uma infinidade pessoas.
Após dez anos de conflito, Atenas e Esparta firmaram Paz das Nícias, rompido após a tentativa
ateniense de invadir a Sicília. Apoiados pelo Império Persa, Esparta conseguiu derrotar Atenas,
extinguindo a Liga de Delfos e derrubando os muros desta cidade. Apesar do fim da guerra, diversos
outros conflitos entre as cidades-Estado gregas contribuíram para fragilizar esta região, o que permitiu
sua conquista por Filipe II, rei da Macedônia.

OBS: As Guerras Médicas foram narradas pelas Histórias de Heródoto de Helicarnasso, ao passo que
o general Tucídides descreveu sua experiência na Guerra do Peloponeso.

A religião e o pensamento filosófico


Falamos agora a pouco de Platão, um dos filósofos mais conhecidos da Grécia Antiga. Também
mencionamos a mitologia grega, e sua relação com as olimpíadas. Mas como um povo que cultuava
deuses e se orientava por lendas fantásticas pode ter sido também o berço da filosofia ocidental e do
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pensamento racional?
Antes de seguirmos adiante com a nossa indagação, vale a pena dedicarmos um momento para
explicar a relação dos gregos com os seus mitos. Para começar, a palavra “mito” não indica uma mentira
ou fantasia, mas uma tentativa de explicar o mundo, dando sentido a ele. Assim sendo, a razão para a
queda dos raios seria a ira de Zeus, enquanto a calmaria ou fúria dos mares seria o reflexo dos humores
do deus Poseidon. Uma boa colheita era permitida por Deméter, deusa da agricultura e da fertilidade;
enquanto Ares, deus da guerra, era invocado pelos gregos antes de enfrentarem batalhas.
Embora fossem eternos, esses deuses possuíam muitas características humanas: sentiam ódio,
ciúmes, paixão e admiração, entre ele e também por mortais. Em verdade, a principal coisa que os
diferenciava dos humanos era o fato de serem imortais. Suas histórias, assim como de outros seres, eram
repassadas oralmente, de geração em geração, o que as fizeram ter várias versões ao longo dos séculos.
A maioria desses deuses eram considerados protetores das cidades, e cerimônias públicas eram realizadas
em sua homenagem. Em Atenas, por exemplo, acreditava-se que Atena, a deusa da sabedoria, teria sido
sua criadora, enquanto Ares era reverenciado pelos espartanos. Assim sendo, o mito também criava um
sentimento de pertencimento entre os membros da polis.
Mas onde entra o surgimento do pensamento racional? Como vimos agora a pouco, durante o
período arcaico os gregos se espalharam por diversos territórios, o que deu origem a diversas cidades-
Estado (poleis). Ao realizar negócios com o Oriente, se depararam não somente com novos produtos, mas
também técnicas e saberes desconhecidos, o que estimulou que homens como Tales de Mileto e Pitágoras
buscassem caminhos alternativos para explicar a realidade. Além disso, o desaparecimento do rei do
cenário grego também foi importante neste processo, afinal se antes tudo poderia ser explicado pela sua
vontade, figura que era considerada dotada de poderes divinos, a partir daí os homens tiveram que tecer
suas próprias explicações acerca dos fenômenos naturais e dos rumos da cidade. Assim sendo, o
surgimento do pensamento racional (e filosófico) está diretamente relacionado ao surgimento da polis.

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2.4. O período helenístico (338 a.C. a 146 a.C.)


Na Antiguidade, a Macedônia era uma região localizada a nordeste da Grécia, de solo pouco fértil
e sem saída para o mar. Em 338 a.C., enquanto se encontrava sob domínio do rei Felipe II, esta cidade-
Estado conquistou a península grega na Batalha de Queroneia, marco inicial do que chamamos de período
helenístico. Com isso, as cidades gregas perderiam sua autonomia política.

Helenístico e helênico não são a mesma coisa! Helenístico é o período da história da Grécia que vai
de 323 a.C. até 146 a.C., quando esteve sob domínio dos macedônicos. Já helênico refere-se aquilo
ou aquele natural da Hélade, nome dado pelos antigos a região que hoje conhecemos como Grécia.

Após o assassinato de Felipe II em 336 a.C., seu filho, Alexandre II, assume o poder do Império
Macedônico. Logo o jovem se revela um grande estrategista militar, cujo professor havia sido ninguém
menos que o filósofo Aristóteles, transmissor de diversos elementos da cultura helênica. Em poucos anos,
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seus domínios se estenderam até a Ásia Menor, onde derrotou o Império Persa, e também no Egito, que
o torna seu faraó e o homenageia com a fundação de uma cidade com seu nome, Alexandria.
Embora tenha formado o maior império da Antiguidade visto até então, Alexandre faleceu em 323
a.C., com apenas 33 anos de idade. A partir daí seus domínios foram divididos entre seus generais, dando
origem a três dinastias: os ptolomaicos, no Egito; os selêucidas, na Ásia, e os antigônidas, na Macedônia.
Pouco tempo depois, estes territórios foram conquistados por Roma.

A cultura helenística
A curta duração do Império Macedônico não o impediu de
transmitir suas próprias contribuições culturais sobre os territórios
conquistados, que em boa medida eram originados da Grécia, mas
também mantinham elementos vindos do Oriente. Esta mistura de
influências fez com que a cultura helenística fosse marcada por uma
arte mais realista, com cenas dramáticas e violentas exprimidas na
escultura, muito distintas do equilíbrio característico da arte grega no
período clássico. Já na arquitetura vemos o predomínio do luxo e da
monumentalidade, elementos valorizados pelo Império para explicitar
sua grandiosidade.
Também há neste período inovações na Matemática com
Euclides, matemático grego habitante de Alexandria, na Física com
Arquimedes de Siracusa e na Astronomia com Ptolomeu, cuja teoria Figura 4 - Laocoonte e seus filhos, uma das
mais famosas esculturas do período
geocentrista (ou seja, que o Sol girava em torno da Terra) se manteve helenístico. Fonte: Shutterstock.
inquestionada até a Idade Moderna.

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Hipátia e a Biblioteca de Alexandria


No século III a.C., durante a dinastia ptolomaica no Antigo Egito, foi criada na cidade de Alexandria
uma instituição denominada Mouseion, que reuniu músicos, filósofos, historiadores e outros
estudiosos. Era um templo dedicado às Musas, entidades mitológicas atreladas à inspiração artística
e científica.
O complexo contava com uma vasta biblioteca, dotada de milhares de rolos de papiros que
versavam sobre literatura, religião e diversas áreas do conhecimento. Judeus, egípcios, gregos e
indivíduos de diversas partes do Mediterrâneo circularam em Alexandria, que se tornou referência
para aqueles que buscavam se dedicar ao estudo de áreas como a filosofia, matemática, astronomia,
religião, poesia e artes.
Uma das frequentadoras da Academia de Alexandria foi Hipátia, filha de um dos últimos diretores
do Museu e a primeira matemática da humanidade. Atrelada à corrente filosófica neoplatônica e
dedicada aos estudos de aritmética de Diofanto de Alexandria, desenvolveu trabalhos de ciências
exatas e medicina, além de tornar-se professora de matemática e filosofia. Numa época em que as
mulheres tinham pouco acesso aos espaços intelectuais, ela chegou a ocupar a direção da
Academia, além de possivelmente ter sido desenvolvedora de instrumentos como o astrolábio,
utilizado em navegações nos séculos seguintes.
Como defendia o racionalismo científico, Hipátia de Alexandria acumulou inimizades e foi acusada
de ser anticristã. Em torno de 415, ela foi atacada por uma multidão que arrancou seus cabelos,
roupas, braços e pernas. Em seguida, seu corpo foi queimado.
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2.5. O legado cultural dos gregos


Os gregos legaram diversas contribuições culturais para a posteridade, sendo possível encontrar
suas influências na nossa vida política, na filosofia, no pensamento científico, nas artes e até mesmo em
expressões e palavras que utilizamos. Afinal de contas, você já deve ter se deparado com expressões da
mitologia grega como “presente de grego”, “voto de minerva” e “bancar o cupido”, não é verdade? Além
disso, muitas palavras que utilizamos também possuem radicais gregos, como biblio, cosmo, micro,
grama, entre outros.
Dessa maneira, não é exagero dizer que a Grécia Antiga lançou as bases da civilização ocidental.
Para compreendermos algumas de suas influências, leia o esquema a seguir:
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Teatro e Literatura
•Autores como Ésquilo, Sófocles, Aristófanes e Eurípedes foram responsáveis pela
criação de diversos gêneros teatrais, especialmente comédias e tragégias.
• Os gregos se apropriaram do alfabeto fenício, incluindo nele as vogais.

Filosofia e História
•A Filosofia se desenvolveu por volta do século VI a.C., impulsionando o
pensamento racional. Sócrates, Platão e Aristóteles foram alguns dos principais
filósofos da Grécia Antiga.
•Autores como Heródoto e Tucídides estabeleceram as bases para o ofício do
historiador.

Pensamento científico
• A partir do pensamento lógico, floresceram diversos campos do conhecimento. Na
Astronomia, Ptolomeu defendeu a ideia do sistema geocêntrico, ao passo que
Eratóstenes, na Geografia, calculou a medida da circunferência da Terra.
• Na Matemática, Euclides foi fundamental na fundação das bases da geometria,
enquanto Arquimedes legou contribuições à Física ao formular leis de flutuação dos
corpos e os princípios de funcionamento da alavanca e da roldana.

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Estilos arquitetônicos da Grécia Antiga


Você sabia que os gregos produziram três tipos arquitetônicos diferentes? Eles podem ser
identificados através das formas e detalhes de suas colunas. Vejamos a seguir:

Ordem dórica → Possui este nome em referência a


tribo dos dórios, que ocupou a Grécia durante o
período homérico. Suas colunas são robustas, e os
seus capiteis, ou seja, suas extremidades
superiores, não possuem adornos.

Figura 5 - O Pathernon, templo erigido em estilo dórico. Fonte:


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Shutterstock.

Ordem jônica → Com colunas menos maciças e


fortes que a ordem dórica, seu capitel é enfeitado
com volutas, ou seja, rolos em formatos de
espiral. Passa a impressão de graciosidade e
leveza.

Figura 6- O Erecteion, templo de Atenas em homenagem aos


deuses Atena e Poseidon. Fonte: Shutterstock.

Ordem coríntia → Possui este nome em referência


a cidade de Corinto. Acrescentou folhagens e
ramos às volutas espiraladas do estilo jônico, e
costuma ter ricos ornamentos em todo o edifício.

Figura 7- As cariátides do templo de Erecteion. Fonte: Shutterstock.

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Período Micênico ou Pré-Homérico (1650 a 1150 a.C.)


•Iniciado pela degradação de Creta pelos aqueus;
•Civilização de caráter palaciano e militarizado.

Período Homérico (1150 a 800 a.C.)


•Chegada dos dórios e destruição da civilização micênica → fim da
realeza palaciana;
•Período de criação dos poemas A Odisséia e A Ilíada.

Período Arcaico (800 a 500 a.C.)


•Formação da pólis grega;
• Esparta se destaca como uma oligarquia militarizada, enquanto Atenas
torna-se uma democracia.
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Período Clássico (500 a 338 a.C.)


- Apogeu da democracia ateniense;
- Período em que ocorrem as Guerras Médicas e a Guerra do
Peloponeso;
- Surgimento da filosofia ocidental.

Período Helenístico (338 a 146 a.C.)


- Dominação da Grécia pela Macedônia;
- Formada uma cultura helenística, que concilia valores gregos e
orientais.

(2016/Fuvest) O aparecimento da pólis constitui, na história do pensamento grego, um


acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, só no
fim alcançará todas as suas consequências; a pólis conhecerá etapas múltiplas e formas variadas.
Entretanto, desde seu advento, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C., marca um começo,
uma verdadeira invenção; por ela, a vida social e as relações entre os homens tomam uma forma
nova, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos.
Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1981. Adaptado.

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De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das transformações provocadas pelo surgimento da
pólis foi
a) o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de comunicação era baseada na
escrita e no uso de imagens.
b) o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o convívio familiar às relações
travadas nos espaços públicos.
c) a manutenção de instituições políticas arcaicas, que reproduziam, nela, o poder absoluto de
origem divina do monarca.
d) a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa organização social dificultava a construção de
identidades culturais.
e) a constituição de espaços de expressão e discussão, que ampliavam a divulgação das ações e
ideias de seus membros.
Comentários
- Atenas contava com a ágora, espaço público onde se reuniam os cidadãos da Eclésia para debater
os rumos da pólis. Todas as discussões ali promovidas eram norteadas pelo princípio da isegoria, ou
seja, o reconhecimento de que todos os cidadãos possuíam o direito de se manifestarem e de serem
ouvidos. Diante disso, vê-se a importância dada à oralidade nesta cidade, o que torna incorreta a
alternativa A, e correta a alternativa E.
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- O surgimento da polis está diretamente relacionado ao desaparecimento da figura do monarca


(basileu) no período arcaico, tornando necessário aos homens assumir a condução do destino de
sua comunidade a partir da tomada de decisões coletivas nos espaços públicos. Assim sendo, as
alternativas B e C estão incorretas.
- Embora a forte atividade comercial de Atenas contribuísse para a presença de estrangeiros
(metecos) na pólis, eram considerados cidadãos somente os homens livres e maiores de 18 anos
nascidos em Atenas, o que contribuía para que estes indivíduos compartilhassem da mesma
identidade cultural, marcada pelo predomínio da língua grega e a identificação com os deuses do
Olimpo. Com isso, a alternativa D está incorreta.
Gabarito: E.

(2018/Unesp) O aparecimento da filosofia na Grécia não foi um fato isolado. Estava ligado ao
nascimento da polis. (Marcelo Rede. A Grécia Antiga, 2012.)

A relação entre os surgimentos da filosofia e da polis na Grécia Antiga é explicada, entre outros
fatores,
a) pelo interesse dos mercadores em estruturar o mercado financeiro das grandes cidades.
b) pelo esforço dos legisladores em justificar e legitimar o poder divino dos reis.
c) pela rejeição da população urbana à persistência do pensamento mítico de origem rural.
d) pela preocupação dos pensadores em refletir sobre a organização da vida na cidade.
e) pela resistência dos grupos nacionalistas às invasões e ao expansionismo estrangeiro.
Comentários

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- O papel dos mercadores foi fundamental para o surgimento da filosofia, afinal o contato com
outros saberes e técnicas vindas do Oriente fez com que os gregos buscarem outras formas de
compreensão do mundo, até então significado pelos mitos. Contudo, não há por parte dos
comerciantes da Hélade o desejo de estruturar um mercado financeiro, expressão que nos remete
ao universo que envolve compra de ações, por exemplo. Trata-se de algo referente a dinâmica do
capitalismo financeiro, que surge somente na segunda metade do século XIX. A alternativa A,
portanto, está incorreta.
- Os legisladores de Atenas que contribuíram para a consolidação do regime democrático atuaram
na passagem do período arcaico para o período clássico, quando o poder monárquico já não mais
existia. Ademais, a ação de Sólon e Clístenes não buscou incentivar a concentração de poderes em
torno de um governante, mas o alargamento da participação dos cidadãos nas instituições
decisórias. Assim sendo, a alternativa B está incorreta.
- O pensamento mítico começou a ser suplantado nos espaços urbanos, em especial aqueles em
contato permanente com as rotas comerciais do Oriente, nas quais eram transmitidos não somente
mercadorias, mas conhecimentos. Assim sendo, a alternativa C está incorreta.
- A extinção do poder real (basileu) na Grécia do período arcaico fez com que em Atenas os homens
passassem a decidir os rumos da pólis coletivamente, despertando em alguns pensadores, incluindo
Platão e Aristóteles, a necessidade de refletir sobre essa condição. Assim sendo, a alternativa D está
correta.
- A utilização do termo “nação” para se referir às poleis da Grécia Antiga é um anacronismo, ou seja,
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não corresponde à realidade daquele período. Isso porque este conceito está atrelado à ideia de
um território delimitado, o que não existia entre os helênicos. Com isso, a alternativa E está
incorreta.
Gabarito: D

3. CIVILIZAÇÃO ROMANA
Situada na região central da Península Itálica, Roma foi fundada, segundo a lenda, no ano de 753
a.C. Ao longo dos séculos, esta cidade se tornaria sede do maior Império da Antiguidade, o Império
Romano, que no seu auge se estendia da Grã-Bretanha até o Rio Eufrates, do Mar do Norte ao Egito. Dessa
forma, o termo Roma significava, ao mesmo tempo, uma cidade e um Estado.
Uma das mais famosas lendas sobre a fundação de Roma é narrada pelo poeta Virgílio em Eneida.
Segundo a obra, Marte, o deus romano da Guerra, teve dois filhos gêmeos com a filha do rei Numítor, da
cidade de Alba Longa. Este foi destronado pelo seu irmão, Amúlio, que força a sobrinha Réia a se tornar
sacerdotisa. Desesperada, Réia abandona os filhos Rômulo e Remo no Rio Tibre, mas estes são
encontrados e amamentados por uma loba.
Quando atingem a idade adulta, os gêmeos retornam para Alba Longa, derrotam Numítor e
recolocam o avô no trono, que os autoriza a fundar uma cidade às margens do Rio Tibre. Após
consultarem os deuses quanto ao local mais apropriado, Rômulo foi agraciado com um sinal divino que
indicou onde deveria ser erguida a parte sagrada da cidade, mas Remo, enciumado, zombou dele e dos
deuses, o que levou o irmão a matá-lo. Dessa forma, Rômulo teria se tornado o primeiro rei de Roma.

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Este mito fundacional era de grande


importância para os romanos se afirmarem perante
os demais povos na Antiguidade, afinal os próprios
deuses teriam influenciado formação de sua cidade.
Entre os historiadores, a criação de Roma é
justificada pela ocupação de diversos povos na
Península Itálica ao longo dos séculos. Por volta do
ano 2000 a.C. os italiotas, denominação que inclui
diversas tribos (latinos, volscos, sabinos etc), se
instalaram na região do Lácio, no centro da Península
Itálica, onde fundaram diversas aldeias, incluindo
Roma. Em VIII a.C., os etruscos, provavelmente
egressos da Ásia Ocidental, conquistam o Lácio e Figura 8 - Representação do mito de fundação de Roma. Escultura de
Michelangelo Buonarroti, 500-480 a.C. Museu Capitolino, Roma.
tornam Roma uma cidade. Fonte: Shutterstock.

3.1. Monarquia (753-509 a.C.)


Após a conquista de Roma, os etruscos organizaram o poder em torno de uma monarquia, mas
poucas informações sobre os reis deste período chegaram até nós. Sabemos da existência de duas
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instituições que correspondiam ao poder legislativo: o Senado, também responsável pela fiscalização do
soberano, e a Assembleia Curiata. O primeiro era composto pelos anciões que chefiavam as famílias
tradicionais romanas (génos), enquanto a segunda era formada por homens adultos, com a função de
nomear funcionários do governo e ratificar ou não as decisões dos senadores. Vale destacar que o senado
é uma instituição romana ainda adotada em países como os Estados Unidos e o Brasil, que mantêm a ideia
de que é preciso atingir certa maturidade para ocupar o cargo.
No topo da hierarquia social da sociedade romana do
período se encontravam os patrícios, membros da
aristocracia rural e únicos a serem reconhecidos como
cidadãos. Grandes proprietários de terras e escravos,
apresentavam uma linhagem nobre, daí o fato de serem
PATRÍCIOS
identificados como patrícios, isto é, “aqueles com pais”. Os
clientes, por sua vez, eram homens livres que não dispunham
de terras, e por isso viviam prestando serviços aos patrícios
em troca de proteção militar e recursos financeiros.
CLIENTES
A maioria da população era composta por plebeus,
categoria de homens livres que incluía camponeses,
comerciantes, artesãos e pastores. Assim como os clientes,
PLEBEUS
também não dispunham de direitos políticos. O último nível
da pirâmide social romana era preenchido pelos escravizados,
que inicialmente não representavam um grande contingente
de pessoas. Eram postos nesta condição por serem incapazes
ESCRAVOS
de quitar suas dívidas, mas com a expansão militar no período
republicano, muitos prisioneiros de guerra também passaram
a engrossar o número de escravizados de Roma.

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Mulheres na Roma Antiga


Depois do que vimos sobre as mulheres gregas e sua reclusão, você deve estar se perguntando sobre
as mulheres romanas. Seriam também tão reprimidas? Elas nunca foram consideradas cidadãs, e,
portanto, não podiam exercer cargos públicos. No entanto, provavelmente por influência de
costumes etruscos, mais liberais com relação a elas, as romanas não viviam isoladas, como as
gregas, estavam sempre fisicamente presentes, tanto na vida doméstica, como na vida pública. As
mulheres romanas podiam ser educadas e chegaram a tomar parte de campanhas eleitorais, assim
como a escrever poesias.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. p.105.

3.2. A República Romana (509-27 a.C.)


Em 509 a.C., Tarquínio, o Soberbo, rei de descendência estrusca, foi deposto do poder pelos
senadores, que instalam a República em Roma. Brutus, líder da revolta responsável por expulsar os
etruscos do território, tornou-se o primeiro magistrado do novo regime.
A palavra República vem do latim res publica, que significa “coisa pública”, ou seja, governo
voltado para o bem comum. Na prática, contudo, a república romana foi marcada pela prevalência dos
interesses dos patrícios nas decisões governamentais, afinal essa nobreza agrária ocupava
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majoritariamente todas as instituições políticas. Assim sendo, podemos dizer que em Roma uma
oligarquia estava a frente do poder.
O SENADO, órgão mais importante da República, era composto por 300 patrícios que exerciam o
cargo de maneira vitalícia. Eram os responsáveis pela administração das finanças do governo, pela política
de guerra e pela elaboração das leis. Havia ainda três ASSEMBLEIAS:

▪ Assembleia Centurial → Composta pelos centúrias, grupo de cem soldados de maioria


patrícia, elegiam os magistrados que ocupavam os cargos mais importantes e votavam em
certas leis propostas pelo senado. Como Roma era uma zona desmilitarizada, suas reuniões
ocorriam no Campo de Marte, esplanada7 situada a noroeste da cidade.
▪ Assembleia curial → voltada para assuntos religiosos, este órgão era um resquício dos
tempos monárquicos, e por isso foi perdendo força com o passar do tempo.
▪ Assembleia tribal → elegia magistrados e votava em leis destinadas à Plebe.

Já os MAGISTRADOS eleitos pelas assembleias eram responsáveis pela proposição de leis e


administração da República. A seguir, alguns dos cargos mais importantes:

7
Campo largo e descoberto.

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▪ Cônsules → Eram eleitos dois cidadãos para o mandato de um ano, responsáveis por presidir
o Senado e a Assembleia.
▪ Pretores → Eram os responsáveis pela aplicação da justiça, o comando do Exército e o
governo das províncias.
▪ Censores → Encarregados da contagem da população romana e pela vigilância da conduta
moral dos cidadãos. Possuíam mandatos de cinco anos.
▪ Questores → Administradores das finanças públicas.
▪ Edis → Responsáveis pelo policiamento, a conservação de ruas e edifícios públicos.
▪ Pontífice máximo → chefe dos sacerdotes.
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▪ Ditador → Este magistrado só existia em tempos de guerra, e era escolhido pelo Senado.

A luta da plebe por direitos


A hegemonia dos patrícios no poder não foi silenciosamente aceita pelos demais membros da
sociedade, que com o passar do tempo ficam conhecidos como “povo” (populus). Entre os plebeus, em
especial os ricos comerciantes, havia o desejo de ocupar a magistratura, votar no senado e se casar com
patrícios, o que era proibido. Já os plebeus camponeses viviam o temor constante de serem escravizados
por dívidas acumuladas junto aos patrícios, além de reivindicarem o uso de terras conquistadas pelos
romanos de outros povos.
No ano de 494 a.C., a fim de pressionar os patrícios por direitos civis, os plebeus paralisaram suas
atividades de trabalho na cidade e ameaçaram desertar do Exército, o que comprometeria as defesas de
Roma. A grave crise econômica e social que se instalava levou os patrícios a reverem a participação dos
plebeus no governo e criar uma nova magistratura, o Tribuno da Plebe. O novo cargo permitia a esta
classe a eleger representantes com poder de vetar as decisões do Senado que dissessem respeito aos seus
interesses, salvo em períodos de guerra ou de ameaça institucional. Ademais, eram estes tribunos quem
presidiam as sessões da assembleia tribal.
A luta por direitos permaneceu nos anos seguintes, o que levou a aprovação da Lei das Doze
Tábuas, o primeiro código legal, em 450 a.C. Até então prevalecia o que o chamado direito
consuetudinário, isto é, baseado na tradição, sem gerar necessariamente leis escritas. Com isso, os
plebeus permaneciam marginalizados das decisões do senado e a mercê da palavra dos patrícios, afinal
não dispunham de um local para consultar as leis que regulavam a vida na República romana. A Lei das
Doze Tábuas reuniu toda a legislação existente até então em um texto escrito e acessível a consulta pelos
plebeus, fazendo diminuir as injustiças cometidas pelo desconhecimento da lei.

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Outras importantes conquistas dos plebeus ocorrem neste período, incluindo a proibição da
escravização por dívida (Leis Licínias), a possiblidade de casamentos entre patrícios e plebeus (Lei
Canuléia) e o maior acesso às magistraturas. O fato dessas mudanças beneficiarem principalmente a
plebe enriquecida pelo comércio mostra que a sociedade romana passava por mudanças significativas,
pois se até então a desigualdade social existente entre patrícios e plebeus se fundava na origem familiar,
a riqueza passa a ser um critério de distinção entre os romanos, o que permitiu a aproximação entre a
nobreza de sangue e os plebeus ricos, e estes, por sua vez, se afastam do povo.

A expansão territorial e suas consequências


Se internamente o cenário de Roma pode ser caracterizado pelos embates entre patrícios e
plebeus em relação a extensão da cidadania, sua política externa foi marcada pela conquista progressiva
de novos territórios na Europa, África e Ásia.
Entre os séculos V e III a.C., Roma conquistou toda a península itálica, o que garantiu o
abastecimento de sua população com produtos importantes. Em seguida, a disputa pela hegemonia
comercial no Mediterrâneo levou os romanos a travarem diversos conflitos com Cartago, que como vimos
na unidade anterior, era uma cidade de origem fenícia fundada por volta de 800 a.C. As Guerras Púnicas
ficaram conhecidas dessa maneira pelo fato dos romanos chamarem os fenícios de punos, e são divididas
em três momentos:
▪ Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.) → a fim de eliminar a influência comercial dos cartagineses
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na Sicília, os romanos travaram diversas batalhas navais que forçaram os governantes locais a se
submeterem aos seus domínios. Cartago, cujo exército era liderado por Amílcar Barca, foi
derrotada por Roma e obrigada a pagar indenizações, além de entregar as ilhas de Córsega,
Sardenha e Sicília.
▪ Segunda Guerra Púnica (218-201 a.C.) → Expandindo para a região da Península Ibérica8, os
cartagineses invadiram uma cidade aliada dos romanos, o que provocou reações por parte destes
últimos. Liderados pelo general Aníbal Barca, filho de Amílcar, os cartagineses reuniram sessenta
mil homens, quase dez mil cavalos e centenas de elefantes e partiram para Roma, passando pela
região dos Alpes. Mesmo dispondo de um exército numericamente inferior, Aníbal causou
milhares de baixas entre os legionários romanos, mas um ataque simultâneo na cidade de Cartago
o obriga a retornar para defendê-la. Derrotados pelas tropas romanas do general Cipião, o
Africano, os cartagineses foram obrigados a assinar um acordo de paz.
▪ Terceira Guerra Púnica (149-146 a.C.) → O acordo assinado por Cartago obrigava a cidade a pedir
a autorização de Roma antes de firmar novas rotas comerciais e iniciar guerras, mas nada disso
impediu que seus produtos continuassem a rivalizar com o de seus dominadores. Incomodado
com esta prosperidade econômica, os senadores romanos decidiram forçar uma nova guerra
invadindo a cidade. Os cartagineses reagiram, o que foi utilizado pelos romanos como pretexto
para destruir a cidade e escravizar sua população, afinal eles haviam violado o acordo.
Dizimado seu principal rival, Roma deu continuidade ao processo de expansão territorial nos
séculos seguintes, tomando regiões como Macedônia, Síria, Grécia, Gália Transalpina, Egito e a península
ibérica. Dessa forma, tornou-se o principal centro comercial do Mediterrâneo, dominando as rotas
comerciais de produtos como madeira, cobre, estanho, queijos, peles e especiarias produzidos pelos
territórios conquistados, divididos em províncias.

8
Situado no sudoeste da Europa, este território corresponde aos atuais Portugal, Espanha, Andorra e Gibraltar.

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A forma de dominação exercida pelos romanos não era única. Os povos aliados recebiam direitos
totais ou parciais, enquanto aqueles que resistiam, como foi o caso de Cartago, eram vendidos como
escravos ou pagavam tributos mais onerosos, recolhidos pelas autoridades provinciais. Ao variar o
tratamento dado aos territórios conquistados, Roma diminuía significativamente as chances daqueles que
se beneficiavam com sua dominação se juntarem a movimentos de contestação ao seu poder.
Para facilitar o controle sobre seus domínios, estradas foram construídas para ligar a sede do
governo às mais longínquas regiões, o que deu origem ao ditado “todos os caminhos levam à Roma”,
ainda utilizado atualmente.
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Figura 9 - Via Ápia, uma das mais importantes estradas do Império, chegou a ter mais
de 600 km de extensão. Fonte: Shutterstock

As vias pavimentadas permitiam o deslocamento rápido de tropas para conter levantes, muitas
delas compostas por soldados camponeses que vigiavam os povos conquistados habitando colônias
vizinhas.
Diferentemente da dominação exercida por Atenas diante de outros povos, basicamente pautada
na cobrança de tributos, os romanos exigiam principalmente que lhes fossem fornecidas tropas para seus
exércitos. Em contrapartida, aceitava que os conquistados que não resistiam ao seu domínio mantivessem
suas próprias leis e representantes locais. O convívio com diferentes povos contribuiu para que os
romanos assimilassem aspectos de outras culturas, em especial da grega, da qual são extraídos
elementos da mitologia, escultura e arquitetura. Como bem observou o poeta romano Horácio, a “Grécia
vencida conquistou seu rude vencedor”.
Roma conquistou territórios ao longo de toda a costa do mar Mediterrâneo, o que o tornou
conhecido entre os romanos como Mare Nostrum (“nosso mar”, em latim). Para a maior parte dos
historiadores, seu expansionismo contínuo teve como principal consequência a introdução do latifúndio9
escravo em larga escala, algo até então inédito na história da humanidade.
Como vimos neste e no capítulo anterior, o trabalho escravo não foi predominante nas relações
de produção da maioria das civilizações da Antiguidade, sendo empregado basicamente em âmbito
doméstico. Ao adotar uma política expansionista desenfreada durante o período da República, Roma
necessitou de um grande contingente de homens livres para compor as fileiras do Exército, o que só foi

9
Grandes propriedades rurais pertencentes aos patrícios.

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possível diante da substituição destes nas áreas agrícolas por escravos adquiridos de territórios
conquistados. Conforme aumentava ainda mais o seu território, obtinha novas terras férteis para os
patrícios, escravos e tributos, que eram utilizados para amparar financeiramente as forças militares para
novas conquistas.

NOVOS
TERRITÓRIOS

ESCRAVOS,
GUERRA TERRAS E
TRIBUTOS

RECURSOS
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O número de escravizados tornou-se tão elevado, que por volta do ano 43 a.C. é provável que
existissem 4.500.000 deles na península itálica, enquanto a população livre era de 3.000.000. Este
processo, contudo, não ocorreu sem resistências, já que muitas revoltas de escravos ocorreram nos
domínios romanos. A mais famosa delas foi liderada por Spartacus, que juntamente com um exército de
quase 80 mil escravizados, resistiu às tropas romanas por quase dois anos. Quando derrotado por Licínio
Crasso, em 71 a.C., ele e outros 6 mil seguidores foram crucificados ao longo das estradas da República.
Outro grupo extremamente afetado por este processo foi o dos plebeus mais pobres. Após
cumprirem o serviço militar obrigatório imposto pelo governo romano, muitos contraíam dívidas que os
obrigava a vender suas terras para os patrícios e se mudarem para as cidades, onde vivam em habitações
precárias, famintos e expostos a diversas doenças. Eram chamados de proletários, afinal a única riqueza
que possuíam era a sua prole, ou seja, os seus filhos.
A fim de solucionar estes problemas, os irmãos Tibério e Caio Graco, ambos tribunos da plebe em
momentos diferentes, buscaram implantar uma reforma agrária, ou seja, promover o acesso à terra pelos
mais pobres. O primeiro deles, Tibério Graco, tentou limitar o tamanho dos latifúndios e distribuir terras
para os camponeses, mas foi assassinado a mando dos grandes proprietários.
Dez anos depois, Caio Graco tentou dar continuidade às iniciativas de seu irmão, conseguindo
aprovar leis que promoveram a distribuição de terras de algumas regiões conquistadas. Além disso,
também implementou a Lei Frumentária, que limitava o preço do trigo vendido para os cidadãos mais
pobres. Suas ideias, contudo, enfrentaram forte resistência da nobreza romana, e não obtiveram total
apoio entre os plebeus. Para não ser assassinado pelas tropas enviadas pelo Senado, Caio pediu a um
escravo que o matasse.

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OBSERVAÇÃO: Na Roma Antiga não ocorreu nenhuma reforma agrária significativa, uma vez que ali
a aristocracia soube frear as pressões exercidas pelos plebeus e manter a estrutura fundiária
concentrada em suas mãos. Ademais, diferentemente da Grécia, não se buscou a instituição de um
regime democrático.

Sociedade romana e a cidadania


Durante sua fase expansionista, os cidadãos romanos eram classificados em três ordens:

▪ Plebeia: composta por cidadãos comuns, em sua maioria pobres;


▪ Equestre: Cavaleiros do exército que detinham algumas posses, sobretudo
comerciantes. Possuíam ligações com os nobres;
▪ Senatorial: grupo composto pelos patrícios, os únicos que podiam participar do
senado. Grandes proprietários rurais, eram proibidos de praticar o comércio por
não ser uma área muito valorizada.

Vale destacar que as posições sociais do mundo romano não eram instransponíveis, ou seja, existia
certa mobilidade social na Roma Antiga. Muitos homens livres que não eram cidadãos conseguiram obter
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certos direitos, enquanto vários escravos conquistaram sua liberdade e chegaram a ocupar postos do
Estado. Também era comum que os filhos dos libertos obtivessem o status de cidadãos.
Assim sendo, pode-se dizer que os critérios de cidadania na Roma Antiga se mostraram mais
abertos do que na pólis grega. Em 212 d.C., já na fase imperial, todos os habitantes livres dos domínios
romanos foram reconhecidos cidadãos pelo Édito de Caracala, aprovado pelo imperador de mesmo
nome.

Cidadania moderna e o legado romano


Como podemos avaliar a importância da experiência romana para o conceito moderno de
democracia? Para muitos estudiosos do século XX, a República romana foi encarada como uma
oligarquia corrupta, uma aristocracia endinheirada, comparada negativamente com a Atenas
democrática do século V a.C. Nas últimas décadas, entretanto, estudiosos têm mostrado que a vida
política romana era menos controlada pela aristocracia do que se imaginava e, de certa maneira,
Roma apresentava diversas características em comum com as modernas noções de cidadania e
participação popular na vida social. Os patriarcas fundadores dos Estados Unidos da América
tomaram como modelo a constituição romana republicana, com a combinação de Senado e Câmara
(no lugar das antigas assembleias). A invenção do voto secreto, em Roma, tem sido considerada a
pedra de toque da liberdade cidadã. O Fórum pode ser considerado o símbolo maior de um sistema
político com forte participação da cidadania. Lá, os magistrados defendiam seus pontos de vista e
tentavam conseguir o apoio dos cidadãos. O poder dependia desse apoio, a tal ponto que grupos
rivais competiam pelo controle dos lugares em que os cidadãos se reuniam. Os romanos tinham um
conceito de cidadania muito fluido, aberto, aproximando-se do conceito moderno de forma decisiva.
FUNARI, Pedro Paulo. A cidadania entre os romanos. In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. (orgs.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003, p. 76.

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A crise da República
As conquistas romanas fizeram com que militares de alta patente desfrutassem de grande
prestígio político no período republicano, utilizado para que galgassem posições políticas no governo. Os
generais Mário e Sila foram dois nomes que ganharam força entre as camadas populares, o primeiro
ligado aos interesses plebeus, e o segundo, dos patrícios. Da disputa entre ambos Sila sai vencedor,
proclamando-se ditador em 89 a.C. Em tese, o cargo só existiria nos momentos em que a República se
encontrasse ameaçada por alguma grave crise, e para evitar que seu ocupante se demonstrasse um
autoritário, seu cargo duraria por apenas seis meses. Contudo, Sila permanece no poder no poder até
uma idade avançada.
Após a renúncia do ditador em 79 a.C., uma juntar
militar composta pelos generais Júlio César, Pompeu e
Crasso assumiram o poder, dando início a um governo
conhecido como Primeiro Triunvirato. Embora inicialmente
dividissem a administração do território, a morte de Crasso
deu início a uma disputa entre outros dois generais, da qual
César saiu vencedor. Em 46 a.C., este general se proclama
Ditador Perpétuo, e promoveu a construção de estradas e
obras públicas, distribuiu terras conquistadas entre soldados
e estimulou a ocupação dos domínios romanos.
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Os amplos poderes de César incomodaram o Senado,


que trama seu assassinato em 15 de março de 44 a.C. Conta
a lenda que tempos antes de sua morte, um adivinho o havia
advertido para tomar cuidado com os “idos de março”,
forma como era conhecido esta data naquele tempo, mas foi
ignorado pelo ditador. Pois foi justamente neste dia,
enquanto se retirava de uma reunião com senadores, que
César foi assassinado com 23 facadas. Ao tomar consciência
de que um dos conspiradores era seu filho adotivo, Marcus
Julius Brutus, teria dito a famosa frase “Até tu, Brutus?”
antes de morrer, traduzida de diversas formas nos séculos
seguintes.
Os militares, no entanto, permanecem no poder por
meio da implantação de um Segundo Triunvirato formado
por Marco Antônio, fiel partidário de César, Otávio, sobrinho
Figura 10 - Estátua de Júlio César. Fonte: Shutterstock.
do ditador morto, e Lépido, chefe da cavalaria. Mas assim
como na tríade anterior, o governo foi duramente disputado
entre dois generais: Otávio, comandante dos territórios
romanos do ocidente, e Marco Antônio, comandante da
porção oriental.
Cada vez mais afastado de Roma, Marco Antônio se aliou politicamente a rainha egípcia Cleópatra,
de quem também se tornou amante. O caso amoroso só acirrou os ânimos entre os dois generais
romanos, afinal Marco Antônio era casado com a irmã de Otávio. Além disso, Cleópatra havia tido um
filho com César, Cesário, reconhecido pelo seu amante como herdeiro legítimo do poder de Roma, o que
foi considerado uma ofensa por Otávio.

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Em 31 a.C., muitos seguidores de Marco Antônio o abandonaram para apoiar o seu rival ao
considerarem excessiva a influência de Cleópatra sobre seus atos. Isso favoreceu a conquista do Egito por
Otávio, que o torna uma província de Roma. Diante da derrota, Antônio e Cleópatra cometeram suicídio,
enquanto Otávio assumiu sozinho o domínio do vasto território romano, dando início ao período imperial.

3.3. O Império Romano (27 a.C. a 395 d.C.)


Vencidos os opositores, Otávio foi chamado de o
“principal” pelo Senado, o que fez com que seu governo se
tornasse conhecido como Principado, ou Império, em
decorrência do costume de generais romanos vitoriosos serem
agraciados como “imperatores”. Também recebeu o título de
Augusto, ou seja, divino entre os seres humanos.
Seu reinado deu início a um longo período de poucos
conflitos internos e grande prosperidade econômica, chamado
pelos historiadores de Paz Romana (Pax Romana). Isso foi
possível graças a melhorias nos portos e estradas, a cunhagem de
moedas e a implantação do latim como língua oficial de todo o
Império, o que permitiu uma maior integração entre suas regiões.
O governo de Otávio foi marcado pela centralização do
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poder político e o início da adoração do imperador como um deus


romano, mas vale ressaltar que a monarquia não se torna
hereditária. Ele também foi marcado pelo desenvolvimento das
artes, sobretudo as letras, que eram patrocinadas por um político
chamado Mecenas. Entre os grandes nomes de destaque,
podemos citar os poetas Virgílio, Ovídio e Horácio e o historiador
Tito Lívio.

Figura 11 - AUGUSTO PRIMA PORTA, 19 a.C.


In: PROENÇA, Graça. História da Arte.

É durante o reinado de Otávio Augusto que ocorre o nascimento de Jesus, marco inicial do
calendário cristão.

O período que vai da ascensão de Otávio Augusto, no século I a.C., até o século III d.C., é conhecido
entre os historiadores como o Alto Império Romano, marcado por constantes conquistas territoriais e a
construção de diversas obras públicas, incluindo aquedutos, arenas, esgotos, estradas, templos e casas
de banho. A engenharia civil é o grande meio de expressão da arte romana, especialmente durante o
período imperial.
O desejo de retratar os grandes feitos, em especial suas exitosas campanhas militares, fez com que
os romanos produzissem uma série de monumentos comemorativos em vários pontos dos seus domínios.
Muitos destes assumiam a forma de arcos triunfais, revestidos de detalhes que contavam os eventos que
se buscava homenagear e exaltava os imperadores e generais envolvidos. Vale destacar que construções
em formato de arco são uma das grandes façanhas da arquitetura romana, estando presentes em diversas
edificações – incluindo a mais famosa delas, o Coliseu.

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Figura 12 - Arco de Constantino, localizado em Roma, glorifica as batalhas do imperador de


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mesmo nome. Fonte: Shutterstock.

Figura 13 - Um dos diversos aquedutos construídos pelos romanos. Fonte: Shutterstock.

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As diversões públicas
O período imperial não abrandou a dura situação dos plebeus habitantes do Império. Para evitar
que isso levasse a agitações populares, os governantes romanos promoveram a construção de
grandes locais para sediarem divertimentos públicos, incluindo jogos, corridas de bigas e lutas de
gladiadores, que geralmente contavam com escravos como participantes. No intervalo dos eventos
era comum a distribuição de alimentos para os plebeus, prática que ficou conhecida como “política
do pão e circo”.
O Coliseu, o mais conhecido desses espaços, foi erguido a mando do imperador Vespasiano a
partir do ano 70 d.C., e tinha capacidade para abrigar até 45 mil pessoas. A posição das pessoas da
plateia levava em conta sua posição na pirâmide social romana: a parte mais alta do anfiteatro era
preenchida pelos estratos inferiores, que incluíam mulheres, escravos e estrangeiros, enquanto o
Imperador se sentava bem próximo a arena central.
Apesar da segregação em relação aos seus assentos, os jogos foram um importante mecanismo
de participação da população romana na vida pública. Afinal de contas, diferentemente do que
costumamos ver em muitos filmes que se passam neste período, não eram os imperadores que
decidiam se a vida dos gladiadores derrotados nos combates seria poupada, mas sim os
espectadores, incluindo mulheres, escravos e estrangeiros.
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Figura 14 - O Coliseu, anfiteatro erguido no século I, em Roma. Os anfiteatros se difundiram por todo o Império Romano, apresentando uma
estrutura que permitia que as atrações fossem assistidas de qualquer ângulo. Fonte: Shutterstock.

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Do paganismo ao cristianismo
Durante boa parte de sua história, a religiosidade na civilização romana foi marcada por influências
etruscas e gregas, sobretudo no politeísmo (crença em vários deuses) e no antropormofismo – ou seja,
suas divindades possuíam feições e comportamentos humanos. Os romanos cultivavam entidades
abstratas, como a Fortuna (sorte), Spes (esperança) e Virtus (coragem e virtude), mas também divindades
equivalentes às cultuadas pelos gregos. Veja abaixo:

▪ Júpiter: senhor dos céus e das tempestades, corresponde ao deus grego Zeus;
▪ Juno: Protetora das mães e das esposas, corresponde à deusa grega Hera;
▪ Marte: deus da agricultura e da guerra, corresponde ao deus grego Ares;
▪ Baco: deus do vinho e das celebrações, corresponde ao deus grego Dionísio;
▪ Vulcano: deus do fogo e dos ferreiros, corresponde ao deus grego Hefesto.

Os romanos acreditavam não conhecer todos os deuses existentes, o que os permitia incorporar
entidades de povos conquistados, como foi o caso com os gregos. Em Roma, o imperador Adriano ordenou
a construção do Panteão, um templo circular voltado ao culto de diversas entidades.
A religiosidade romana era expressa por meio de oferendas oferecidas aos deuses nos tempos e
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em santuários domésticos. Durante o Império, o culto aos imperadores passou a ser estimulado nos
espaços públicos, que eram declarados “santos” após a morte.

Figura 15 - Panteão romano, templo de culto aos deuses em Roma. Com o advento do cristianismo, tornou-se uma Igreja. Fonte:
Shutterstock.

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A doutrina conhecida como cristianismo passou a ter grande importância na fase imperial da Roma
Antiga. Os evangelhos de Marcos e Lucas informam que o nascimento de Jesus teria ocorrido durante o
reinado de Otávio Augusto, em uma família pobre da Judeia, província romana situada no Oriente Médio.
Ali habitavam judeus que aguardavam a vinda de um Messias (ou seja, de um salvador), responsável por
trazer a paz mundial e unificar todos os povos. Para muitos de seus contemporâneos, Jesus de Nazaré –
cidade de seu nascimento – seria aquele quem cumpriria as profecias da Torá.
Aos 30 anos de idade, Jesus fez diversas pregações em vários pontos da região, acompanhado de
12 apóstolos escolhidos por ele e outros fiéis. Não demorou muito para que ele incomodasse autoridades
locais que representavam o Império Romano, afinal defendia a existência de um Deus único, uma cultura
de paz e o acolhimento de oprimidos. Os romanos, por sua vez, eram politeístas, fundadores de uma
sociedade marcada pela desigualdade e pelo uso recorrente da violência. Por fim, as pregações de Jesus
também desagradaram muitas autoridades do judaísmo, desacreditadas de que ele era de fato o seu
salvador.
Jesus falava de um “reino dos céus”, ideia perigosa demais para ser difundida no interior do
Império Romano. Pôncio Pilatos, prefeito da Judéia, foi encarregado de conduzir as investigações sobre
sua conduta, e permitiu que uma multidão decidisse se ele deveria ou não ser inocentado. De acordo com
o evangelho, aqueles espectadores preferiram salvar Barrabás, um notório ladrão da região, e condenar
Jesus a morte por crucificação, uma das penas mais cruéis e vergonhosas da época.
Após a condenação de Jesus, com 33 anos de idade, seus apóstolos passaram a difundir os seus
ensinamentos por todo o Império Romano. Para que não sofressem a repressão das autoridades do
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Império, as primeiras comunidades cristãs praticavam seus cultos secretamente, sobretudo em câmaras
subterrâneas utilizadas pelos romanos para depositarem seus mortos, chamadas de catacumbas.
Sabemos hoje da existência dessas cerimônias religiosas graças a diversos símbolos e imagens deixados
nas paredes desses locais, que muitos historiadores denominaram de arte paleocristã.
Ao longo dos séculos, os cristãos se opuseram a corroborar com as práticas romanas de cultuar os
seus imperadores, o que incluía a queima de incensos perante os bustos de seus governantes e reconhecê-
los como seus senhores. Isso permitiu que eles fossem facilmente identificados e duramente reprimidos:
alguns eram lançados aos leões durante espetáculos nas arenas, outros queimados, decapitados ou
apedrejados. Posteriormente, muitos destes indivíduos foram canonizados como mártires pela Igreja –
um reconhecimento do sacrifício que fizeram em nome de sua fé.
Em 313, o imperador Constantino aprovou o Édito de Milão, documento que findava a perseguição
aos cristãos, concedendo-lhes liberdade de culto. Embora se difundido a versão de que a medida foi
impulsionada a partir da conversão do próprio imperador ao cristianismo, vale ressaltar que já naquele
período esta religião havia conquistado um vasto número de fiéis, o que contribui para que Roma
reconhecesse o seu peso na sociedade. Leia um trecho da decisão:

Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a quem quer que seja,
a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de que a Divindade que nos céus reside
venha a ser favorável e propícia para nós e para todos os nossos súditos. Parece-nos ser medida
boa, razoável, não recusar a nenhum de nossos súditos, seja ele cristão ou adepto de qualquer outro
culto, o direito de seguir a religião que melhor lhe convenha. Assim sendo, a Divindade que cada
um reverenciar a seu modo, livremente, poderá também estender a nós sua benevolência e seus
habituais favores.
FREITAS NETO, José Alves de; FREITAS NETO, Célio Ricardo Tasinafo. História geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006. p. 83.

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Em 391, o imperador Teodósio reconheceu o cristianismo como religião oficial do Império


Romano, a partir da aprovação do chamado Édito de Tessalônica. Esta medida foi tomada tendo em vista
evitar a desagregação do Império Romano, da qual falaremos a seguir.

A crise do Império
A partir do século III d.C., o Império Romano passa a viver uma grave crise no interior de suas
fronteiras. Até então, sua economia havia sido baseada pelo sistema escravista, cuja mão de obra era
obtida a partir de conquistas militares. Contudo, a partir do século II a política expansionista de Roma
chega ao fim, o que afetou a arrecadação obtida pelo Império, importante para a sustentação de uma
extensa rede de funcionários, estradas e militares nas fronteiras. Diante desta crise administrativa, o
imperador Teodósio dividiu o Império em duas partes: a Ocidental, cuja sede continuaria a ser Roma, e
o Oriente, com capital em Bizâncio (atual Istambul). Cria-se uma forma de administração chamada de
tetrarquia (ou seja, quatro governantes), afinal ambas as porções contavam com um imperador, chamado
de augusto, e uma liderança chamada de césar.
No século IV d.C., o imperador Constantino reunificou as duas partes do Império e manteve a
capital em Bizâncio, cidade mais rica e sujeita a menores riscos de invasões. Objetivando criar uma “Nova
Roma” neste local, revestiu a cidade de grandes muralhas e promoveu a construção de luxuosos palácios,
praças, templos e estátuas. Com isso, a cidade ficou conhecida como Constantinopla. O centro do Império
Romano se deslocava para o Oriente, afinal outra grande consequência do fim da política de expansão foi
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a escassez de mão de obra escrava, que como vimos, era obtida por meio das guerras de conquista. Na
porção oriental do Império, o uso de escravizados nunca havia sido intensivo, o que a fez não ser afetada
pela crise.
Diante deste cenário, a saída para os grandes proprietários de terra foi adotar o uso do trabalho
livre, que gradualmente foi substituindo o escravismo pelo sistema de colonato. Esta forma de trabalho
funcionava da seguinte forma: os donos de terra permitiam que homens livres empobrecidos se
estabelecessem em suas propriedades para cultivá-las desfrutando de sua proteção, tendo em troca que
prestar serviços ou pagar taxas a ele.
O crescimento do colonato foi motivado pelas migrações dos povos germânicos, chamadas por
muitos naquele período de “invasões bárbaras”. O termo bárbaro era utilizado pelos romanos para definir
todo aquele que não fosse romano, em geral considerado atrasado e sem cultura, mas aqui vamos chamá-
los de povos germânicos, afinal eram tribos seminômades de guerreiros que por muitos séculos habitaram
a região da Germânia, nos limites do Império Romano.
O termo “invasão” também não é o mais indicado para definir a entrada dos povos germânicos no
Império, afinal muitos o fizeram de maneira pacífica, inclusive sendo contratados como mercenários para
lutar no exército romano. Com o passar dos séculos, muitos foram incorporando costumes e tradições
romanas e deixando as suas no Império, tanto pela prática do casamento, como pela presença significativa
dentro dos exércitos romanos e por sua influência sobre a língua latina.
A aproximação com os germânicos foi estimulada pelo Império, que viam neles aliados que
auxiliariam na defesa de suas fronteiras. Os visigodos, povo germânico instalado na Macedônia, foi
encarregado por Roma para barrar ataques dos hunos, originados da Ásia Central e temidos tanto por
germânicos quanto por romanos. Contudo, os visigodos sofriam maus tratos por parte dos oficiais
romanos, o que os levou a se revoltarem contra a autoridade do Império e saquear Roma, em 410. Em
seguida, ocuparam parte significativa da península ibérica e do sul da França, região conhecida como
Gália.

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Outros grupos também atravessaram a fronteira do Império e fundaram reinos no interior do


Império Romano. Os vândalos ocuparam a área da atual Espanha e o norte da África, enquanto burgúndios
se estabeleceram no vale do Rio Ródano, na atual Suíça, onde fundaram o Reino dos Burgúndios. Por sua
vez, os anglo-saxões criaram vários reinos na região da Bretanha, na atual Inglaterra, enquanto os francos
se estabeleceram na Gália.
Evidentemente, os romanos não assistiram a esse processo de forma passiva, sendo enviadas
tropas de legionários para conter a perda de territórios. Contudo, com o grande movimento dos povos
germânicos e a impossibilidade de deslocar os exércitos para tantos conflitos, não foi possível contê-los.
Àquela altura, muitas tropas romanas eram comandadas pelos próprios germânicos, inicialmente
contratados como mercenários. O interior do Império se tornava cada vez mais inseguro diante dos
diversos saques e disputas territoriais promovidos por esses povos, o que levou boa parte da população
a abandonar as cidades e se refugiar nos campos, onde se estabelecerem como colonos dos patrícios.
A cada novo reino fundado no interior do Império, a autoridade romana era comprometida
naquela região, o que dificultava a manutenção de sua moeda, a cobrança de impostos e até o seu sistema
de estradas. Os povos germânicos traziam consigo uma cultura ruralizada, sendo pouco afeitos ao modo
de vida urbano, até então a base do comércio de longa distância. Dessa forma, progressivamente se
verifica o declínio – mas não desaparecimento – das grandes cidades e do grande comércio, substituídos
por uma economia cada vez mais local e ruralizada.
Assim sendo, podemos dizer que o Império Romano vivenciou um longo processo de
desagregação até o ano 476 d.C., quando Rômulo Augusto, último imperador, foi deposto por Odoacro,
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rei de um povo germânico denominado hérulos.

As invasões germânicas são fundamentais, pois reconfiguraram o mundo europeu ocidental:


- a unidade política vigente no Império Romano foi quebrada, pois surgiram diversos reinos bárbaros
no território do Antigo Império;
- a adoção do direito consuetudinário, ou seja, concepção do costume como fonte das leis, se
manteve por boa parte da Idade Média, superando o direito romano. Embora este ainda fosse usado
em algumas regiões, já não havia mais um estudo específico sobre os princípios da legislação e
ordenamento jurídico como havia no período romano;
- a concepção da personalidade das leis sobrepor-se à da territorialidade, isto é, cada homem era
julgado, em qualquer local, segundo as leis de seu povo e não do lugar em que se encontrava. Essa
concepção enfraquecia a perspectiva de um modelo único que levava à particularização do Direito
e á adoção de costumes tribais como referência jurídica;
- O surgimento da ideia de obrigações recíprocas entre reis e guerreiros (comitatus), difundindo um
princípio que teria papel importante em um sistema econômico que surgiria séculos, o feudalismo;
- o nascimento, tempos depois, das línguas neolatinas como resultado da influência germânica
sobre o latim.
FREITAS NETO, José Alves de; FREITAS NETO, Célio Ricardo Tasinafo. História geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.
p. 83.

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Monarquia (753-509 a.C.)


•Período de dominação etrusca
• Sociedade dividida em patrícios, clientes, plebeus e escravos.

República (509-27 a.C.)


•Período de embates entre patrícios e plebeus sobre o alargamento da
cidadania.
•Expansionismo territorial → Guerras Púnicas.

Império (27 a.C. - 395 d.C.)


• Principado de Otávio Augusto → "Pax romana"
•Surgimento do cristianismo, que se torna religião oficial do Império.
• Desinteração do mundo romano, a partir das migrações germânicas.
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(1991/Fuvest) Várias razões explicam as perseguições sofridas pelos cristãos no Império Romano,
entre elas:
a) a oposição à religião do Estado Romano e a negação da origem divina do Imperador, pelos
cristãos.
b) a publicação do Edito de Milão que impediu a legalização do Cristianismo e alimentou a repressão.
c) a formação de heresias como a do Arianismo, de autoria do bispo Ário, que negava a natureza
divina de Cristo.
d) a organização dos Concilios Ecumênicos, que visavam promover a definição da doutrina cristã.
e) o fortalecimento do Paganismo sob o Imperador Teodósio, que mandou martirizar milhares de
cristãos.
Comentários:
- Os cristãos se recusavam a participar das cerimônias públicas de culto aos imperadores, que
incluíam, por exemplo, a queima de incensos perante bustos dos governantes. A alternativa A,
portanto, está correta.

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- O Édito de Milão, promulgado pelo imperador Constantino, deu fim às perseguições sofridas pelos
cristãos, concedendo-lhes a liberdade de culto. Assim sendo, a alternativa B está incorreta.
- O arianismo e a organização de concílios ecumênicos são elementos que envolvem o interior da
comunidade cristã, e não estão diretamente relacionados às perseguições promovidas pelo Império
Romano. Assim sendo, as alternativas C e D estão incorretas.
- O imperador romano Teodósio foi o responsável por tornar o cristianismo a religião oficial do
Império Romano, e por isso a alternativa E está incorreta.
Gabarito: A

(2019/G1 – cps - Adaptada) “Todos os caminhos levam a Roma”


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<https://abrilguiadoestudante.files.wordpress.com/2016/12/tabula_peutingeriana__emona.jpg?quality=100&strip=al
l&strip=info>. Acesso em: 06 mar. 2019.

A frase e o mapa fazem referência a uma característica marcante do Império Romano (30 a.C. a 476
d.C.). Assinale a alternativa que apresenta essa característica.
a) A grande extensão territorial do Império impediu a construção de qualquer sistema de ligação
entre a capital e a periferia, fazendo com que somente a cidade de Roma dispusesse de estradas
pavimentadas para a circulação de pessoas e bigas.
b) Em seu processo de expansão, o Império Romano fundou colônias nos cinco continentes e
estabeleceu órgãos administrativos que, em escala reduzida, reproduziam a administração central
e davam aos habitantes de todas as partes a sensação de viver na própria capital, a cidade de Roma.
c) Diferentes pontos do Império Romano estavam ligados à capital, a cidade de Roma, e entre si por
milhares de quilômetros de estradas pavimentadas por onde circulavam, principalmente, os
mensageiros do Império.

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d) O processo de desintegração do Império Romano levou à construção de estradas que tinham o


objetivo de facilitar a fuga dos habitantes da cidade de Roma, aterrorizados pela violência praticada
pelos povos germânicos, que saquearam a cidade.
e) Devido à grande influência do catolicismo na formação do Império Romano, os habitantes da
capital, a cidade Roma, financiaram a pavimentação de milhares de quilômetros de estradas que
eram utilizadas para a peregrinação à Terra Santa.
Comentários
- Como se vê no próprio mapa disponibilizado pela questão, o objetivo de ligar Roma às suas
províncias foi bem-sucedido, o que torna a alternativa A incorreta.
- Roma não estabeleceu colônias na Oceania, o que já torna incorreta a alternativa B. Ademais, ao
contrário do que é sugerido pela afirmativa, o Império contava com uma vasta rede de funcionários
distribuídos em suas províncias.
- Para facilitar o controle exercido sobre seus vastos domínios, estradas foram construídas pela
República romana para ligar a sede do governo às mais longínquas regiões, que permitiam o rápido
deslocamento de efetivos militares com o objetivo de conter levantes, e também os mensageiros
dos administradores romanos. Essa é a origem do ditado “todos os caminhos levam à Roma”,
utilizado mesmo nos dias atuais. Assim sendo, a alternativa C é a correta.
- Os deslocamentos e saques germânicos no período do Baixo Império levaram a destruição das
redes de estradas Romanas, contribuindo para o agravamento da crise administrativa do Império.
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Com isso, a alternativa D está incorreta.


- A construção das estradas romanas não visava atender razões religiosas, o que torna a alternativa
E incorreta. Ademais, elas são anteriores ao próprio cristianismo.
Gabarito: C.

4. LISTA DE QUESTÕES
1. (2020/Enem)
Com efeito, até a destruição de Cartago, o povo e o Senado romano governavam a República em harmonia
e sem paixão, e não havia entre os cidadãos luta por glória ou dominação; o medo do inimigo mantinha a
cidade no cumprimento do dever. Mas, assim que o medo desapareceu dos espíritos, introduziram-se os
males pelos quais a prosperidade tem predileção, isto é, a libertinagem e o orgulho.
O acontecimento histórico mencionado no texto de Salústio, datado de I a.C., manteve correspondência
com o processo de
a) demarcação de terras públicas.
b) imposição da escravidão por dívidas.
c) restrição da cidadania por parentesco.
d) restauração de instituições ancestrais.
e) expansão das fronteiras extrapeninsulares.

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2. (2020/Enem)
“Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava na sala de jantar. Na pequena célula cristã, dividia-se a
refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam e liam cartas de correligionários residentes em
locais diferentes do Império Romano (século II da Era Cristã). Esse ambiente garantia peculiar apoio
emocional às experiências intensamente individuais que abrigava.
(SNNET, R. Carne e Pedra. Rio de Janeiro; Record. 2008.)

Um motivo que explica a ambientação da prática descrita no texto encontra-se no(a)


a) regra judaica, que pregava a superioridade espiritual dos cultos das sinagogas.
b) moralismo da legislação, que dificultava as reuniões abertas da juventude livre.
c) adesão do patriciado, que subvertia o conceito original dos valores estrangeiros.
d) decisão política, que censurava as manifestações públicas da doutrina dissidente.
e) violência senhorial, que impunha a desestruturação forçada das famílias escravas.

3. (2019/Enem PPL)
Quando se trata de competência nas construções e nas artes, os atenienses acreditam que poucos sejam
capazes de dar conselhos. Quando, ao contrário, se trata de uma deliberação política, toleram que
qualquer um fale, de outro modo não existiria a cidade.
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BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado).

De acordo com o texto, a atuação política dos cidadãos atenienses na Antiguidade Clássica tinha como
característica fundamental o(a)
a) dedicação altruísta em ações coletivas.
b) participação direta em fóruns decisórios.
c) ativismo humanista em debates públicos.
d) discurso formalista em espaços acadêmicos.
e) representação igualitária em instâncias parlamentares

4. (2019/Enem)
A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-
estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos
homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas
democracias.
CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

Nas cidades-estado da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela
adoção do seguinte critério para a participação política:
a) Controle da terra.
b) Liberdade de culto.
c) Igualdade de gênero.

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d) Exclusão dos militares.


e) Exigência da alfabetização.

5. (2017/Enem)
TEXTO I
Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas juntas. Logo
depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem precedentes, porque a
exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas não podiam continuar bloqueados pela
oligarquia dos proprietários de terra por meio da força ou de pequenas concessões.
FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013 (adaptado).

TEXTO II
A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das principais
heranças romanas que chegaram até nós. A publicação dessas leis, por volta de 450 a.C., foi importante,
pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é um instrumento favorável ao homem
comum e potencialmente limitador da hegemonia e arbítrio dos poderosos.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).

O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na ideia de que
a
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a) discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia.


b) invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias.
c) formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.
d) definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.
e) criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.

6. (2017/Enem Libras)
TEXTO I
Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram denunciados como cristãos: perguntei a eles
mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda e uma terceira vez
a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram, mandei executá-los, pois eu não duvidava
que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos
romanos portadores da mesma loucura, pus no rol dos que devem ser enviados a Roma.
Correspondência de Plínio, governador de Bitínia, província romana situada na Ásia Menor, ao imperador Trajano. Cerca do
ano 111 d.C. Disponível em:www.veritatis.com.br. Acesso em: 17 jun. 2015 (adaptado).

TEXTO II
É nossa vontade que todos os povos regidos pela nossa administração pratiquem a religião que o apóstolo
Pedro transmitiu aos romanos. Ordenamos que todas aquelas pessoas que seguem esta norma tomem o
nome de cristãos católicos. Porém, o resto, os quais consideramos dementes e insensatos, assumirão a
infâmia da heresia, os lugares de suas reuniões não receberão o nome de igrejas e serão castigados em
primeiro lugar pela divina vingança e, depois, também pela nossa própria iniciativa.

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Édito de Tessalônica, ano 380 d.C. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo:
Unesp, 2000.

Nos textos, a postura do Império Romano diante do cristianismo é retratada em dois momentos distintos.
Em que pesem as diferentes épocas, é destacada a permanência da seguinte prática:
a) Ausência de liberdade religiosa.
b) Sacralização dos locais de culto.
c) Reconhecimento do direito divino.
d) Formação de tribunais eclesiásticos.
e) Subordinação do poder governamental.

7. (2016/Enem)
Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de
constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase todo o mundo
habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem seria tão
apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer outro
objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento?
POLÍBIO. História, Brasília: Editora UnB, 1985.
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A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a
a) ampliação do contingente de camponeses livres.
b) consolidação do poder das falanges hoplitas.
c) concretização do desígnio imperialista.
d) adoção do monoteísmo cristão.
e) libertação do domínio etrusco.

8. (2016/Enem PPL)
Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos povos; em
virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de si própria com a finalidade
de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em virtude da lei comum dos povos, são nossos
escravos aqueles que foram capturados na guerra e aqueles que são filhos de nossas escravas.
CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório na Antiguidade. São Paulo: Graal, 2003.

A obra Institutas, do jurista Aelius Marcianus (século III d.C.), instrui sobre a escravidão na Roma antiga.
No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma
a) mão de obra especializada protegida pela lei.
b) força de trabalho sem a presença de ex-cidadãos.
c) categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.
d) condição legal independente da origem étnica do indivíduo.
e) comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.

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9. (2016/Enem 2ª aplicação)
A Lei das Doze Tábuas, de meados do Século V a.C., fixou por escrito um velho direito costumeiro. No
relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o devedor; ou vendê-lo como
escravo “do outro lado do Tibre” — isto é, fora do território de Roma.
CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os plebeus
a) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.
b) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
c) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.
d) ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.
e) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.

10. (2015/Enem)
O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros
instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a
polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).
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Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função
a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
d) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.

11. (2014/Enem)
TEXTO I
Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios
interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós
mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido
pelo debate antes de chegar a hora da ação.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

TEXTO II
Um cidadão integral pode ser definido nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer
funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que
não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo
depois de certos intervalos de tempo prefixados.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

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Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV
a.C.), a cidadania era definida pelo(a):
a) prestígio social.
b) acúmulo de riqueza.
c) participação política.
d) local de nascimento.
e) grupo de parentesco

12. (2013/Enem)
Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração
para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus
interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas – os
decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de
Sólon.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo. Martins Fontes, 2000.

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à
a) adoção do sufrágio universal masculino.
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b) extensão da cidadania aos homens livres.


c) afirmação de instituições democráticas.
d) implantação de direitos sociais.
e) tripartição dos poderes políticos.

13. (2012/Enem PPL)


No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos, definida pelo
confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto esse que concedia a
essas convenções a qualidade de instituições públicas.
MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados
fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.

No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de prática
democrática:
a) Direta.
b) Sindical.
c) Socialista.
d) Corporativista.
e) Representativa.

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14. (2012/Enem PPL)


Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas.
BUARQUE, C.; BOAL, A. Mulheres de Atenas. In: Meus caros Amigos, 1976. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso
em: 4 dez. 2011 (fragmento).

Os versos da composição remetem à condição das mulheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela
época, em razão de
a) sua função pedagógica, exercida junto às crianças atenienses.
b) sua importância na consolidação da democracia, pelo casamento.
c) seu rebaixamento de status social frente aos homens.
d) seu afastamento das funções domésticas em períodos de guerra.
e) sua igualdade política em relação aos homens.

15. (2012/Enem)
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Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 14 set. 2011.

A figura apresentada é de um mosaico, produzido por volta do ano 300 d.C., encontrado na cidade de Lod,
atual Estado de Israel. Nela, encontram-se elementos que representam uma característica política dos
romanos no período, indicada em:
a) Cruzadismo – conquista da terra santa.
b) Patriotismo – exaltação da cultura local.
c) Helenismo – apropriação da estética grega.
d) Imperialismo – selvageria dos povos dominados.
e) Expansionismo – diversidade dos territórios conquistados.

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16. (2010/Enem PPL)


Alexandria começou a ser construída em 332 a.C., por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-
se um polo de estudos sobre matemática, filosofia e ciência gregas. Meio século mais tarde, Ptolomeu II
ergueu uma enorme biblioteca e um museu — que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca
reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou a cidade no maior núcleo intelectual
da época, especialmente entre os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques de
romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou perda de quase todo o seu acervo.
RIBEIRO, F. Filósofa e mártir. Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).

A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel fundamental para a produção do
conhecimento e memória das civilizações antigas, porque
a) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos.
b) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e deu origem às universidades modernas.
c) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do conhecimento e permitiu sua transmissão
a outros povos.
d) transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais importante da Antiguidade.
e) reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes e fez avançar a museologia antiga
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17. (2009/Enem)
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses
tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser
agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades
morais e à prática das atividades políticas".
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania:


a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer
época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção
política profundamente hierarquizada da sociedade.
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os
habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser
dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo
para resolver os problemas da cidade.

18. (2009/Enem PPL)


Em seu discurso em honra dos primeiros mortos na Guerra do Peloponeso (séc. V a.C.), o ateniense
Péricles fez um longo elogio fúnebre, exposto na obra do historiador Tucídides. Ao enfatizar o respeito
dos atenienses à lei e seu amor ao belo, o estadista ateniense tinha em mente um outro tipo de

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organização de Estado e sociedade, contra o qual os gregos se haviam batido 50 anos antes e que se
caracterizava por uma administração eficiente que concedia autonomia aos diferentes povos e era
marcada pela construção de grandes obras e conquistas.
PRADO, A. L. A.,Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro I, São Paulo, Martins Fontes (com adaptações).

O “outro tipo de organização de Estado e sociedade" ao qual Péricles se refere era


a) o mundo dos impérios orientais, que rivalizava comercialmente com a Atenas de Péricles.
b) o Império Persa, que, apesar de possuir um vasto território, tentou, em vão, conquistar a Grécia.
c) o universo dos demais gregos, que não viviam sob uma democracia, já que esta era exclusividade de
Atenas.
d) o Alto Império Romano, que, se destacava pela supremacia militar e pelo intenso desenvolvimento
econômico.
e) o mundo dos espartanos, que, desconhecendo a escrita e a lei, eram guiados pelo autoritarismo
teocrático de seus líderes.

19. (2000/Enem)
"Somos servos da lei para podermos ser livres." Cícero.
"O que apraz ao príncipe tem força de lei." Ulpiano.
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As frases acima são de dois cidadãos da Roma Clássica que viveram praticamente no mesmo século,
quando ocorreu a transição da República (Cícero) para o Império (Ulpiano). Tendo como base as sentenças
acima, considere as afirmações:
I. A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não levavam em
consideração as normas jurídicas.
II. Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os representantes
escolhidos pelo povo romano.
III. A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam quando começavam os direitos de
outro cidadão.
IV. Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana.
Estão corretas, apenas:
a) I e III.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.

20. (Enem Digital/2020)


Na Grécia, o conceito de povo abrange tão somente aqueles indivíduos considerados cidadãos. Assim é
possível perceber que o conceito de povo era muito destrutivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma
democrática vivenciado experimental da presidência dos atenienses no século IV e V a.C. pode ser
caracterizada, fundamentalmente, como direta.

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Naquele contexto, a emergência do sistema de governo mencionado no excerto promoveu o(a)


a) competição para escolha de representantes.
b) campanha pela revitalização das oligarquias.
c) estabelecimento de mandato temporário.
d) declínio da sociedade civil organizada.
e) participação no exercício do poder.

21. (2018/Unesp)
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(http://recursostic.educacion.es.)

O mapa do Império Romano na época de Augusto (27 a.C.–14 d.C.) demonstra


a) a dificuldade das tropas romanas de avançar sobre territórios da África e a concentração dos domínios
imperiais no continente europeu.
b) a resistência do Egito e de Cartago, que conseguiram impedir o avanço romano sobre seus territórios.
c) a conformação do maior império da Antiguidade e a imposição do poder romano sobre os chineses e
indianos.
d) a iminência de conflitos religiosos, resultantes da tensão provocada pela conquista de Jerusalém pelos
cristãos.
e) a importância do Mar Mediterrâneo para a expansão imperial e para a circulação entre as áreas de
hegemonia romana.

22. (2017/Unesp)
Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os Gregos tinham uma profunda
consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário,
considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa e o livre espírito de
invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos problemas políticos ou culturais que
se colocavam para ela.
(Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.)

O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade:


a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes.

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b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas.


c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos.
d) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação.
e) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras.

23. (2016/Unesp)
A cidade tira de seu império uma parte da honra, da qual todos vós vos gloriais, e que deveis
legitimamente apoiar; não vos esquiveis às provas, se não renunciais também a buscar as honras; e não
penseis que se trata apenas, nesta questão, de ser escravos em vez de livres: trata-se da perda de um
império, e do risco ligado ao ódio que aí contraístes.
(Péricles apud Pierre Cabanes. Introdução à história da Antiguidade, 2009.)
O discurso de Péricles, no século V a.C., convoca os atenienses para lutar na Guerra do Peloponeso e
enfatiza
a) a rejeição à escravidão em Atenas e a defesa do trabalho livre como base de toda sociedade
democrática.
b) a defesa da democracia, por Atenas, diante das ameaças aristocráticas de Roma.
c) a rejeição à tirania como forma de governo e a celebração da república ateniense.
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d) a defesa do território ateniense, frente à investida militar das tropas cartaginesas.


e) a defesa do poder de Atenas e a sua disposição de manter-se à frente de uma confederação de cidades.

Leia o texto para responder às questões de números 24 e 25.


A partir do século VII a.C., muitas comunidades nas ilhas, na Grécia continental, nas costas da Turquia e
na Itália construíram grandes templos destinados a deuses específicos: os deuses de cada cidade. As
construções de templos foram verdadeiramente monumentais. [...] Tornaram-se as novas moradias dos
deuses. Não eram mais deuses de uma família aristocrática ou de uma etnia, mas de uma pólis. Eram os
deuses da comunidade como um todo. A religião surgiu, assim, como um fator aglutinador das forças
cooperativas da pólis. [...] A construção monumental foi influenciada por modelos egípcios e orientais.
Sem as proezas de cálculo matemático, desenvolvidas na Mesopotâmia e no Egito, os grandes
monumentos gregos teriam sido impossíveis.
(Norberto Luiz Guarinello. História antiga, 2013.)
24. (2015/Unesp)
Segundo o texto, um papel fundamental da religião, na Grécia antiga, foi o de
a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e permitir a igualdade social.
b) estabelecer identidade e vínculos comunitários e unificar as crenças.
c) impedir a persistência do paganismo e afirmar os valores cristãos.
d) eliminar a integração política, militar e cultural entre as cidades-estados.
e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar as formas de culto populares.

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25. (2015/Unesp)
A relação estabelecida no texto entre a arquitetura grega e a arquitetura egípcia e oriental pode ser
justificada pela
a) circulação e comunicação entre povos da região mediterrânica e do Oriente Próximo, que facilitaram a
expansão das construções em pedra.
b) dominação política e militar que as cidades-estados gregas, lideradas por Esparta, impuseram ao
Oriente Próximo.
c) presença hegemônica de povos de origem árabe na região mediterrânica, que contribuiu para a
expansão do Islamismo.
d) difusão do helenismo na região mediterrânica, que assegurou a incorporação de elementos culturais
dos povos dominados.
e) força unificadora do cristianismo, que assegurou a integração e as recíprocas influências culturais entre
a Europa e o norte da África.

26. (2014/Unesp)
Os gastos militares intensificaram-se a partir dos séculos III e IV d.C., devido
a) ao esforço romano de expandir suas fronteiras para o centro da África.
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b) às perseguições contra os cristãos, que, bem sucedidas, permitiram o pleno retorno ao politeísmo.
c) à necessidade de defesa diante de ataques simultâneos de bárbaros em várias partes da fronteira.
d) aos anseios expansionistas, que levaram os romanos a buscar o controle armado e comercial do mar
Mediterrâneo.
e) à guerra contra Cartago pelo controle de terras no norte da África e na Península Ibérica.

27. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Roma, surgida de uma união de povos, sabia conviver com as diferenças e adotava, por vezes, uma
engenhosa tática para evitar a oposição e cooptar possíveis inimigos: incluir membros das elites de povos
aliados na órbita romana, com a concessão de direitos totais ou parciais de cidadania. Assim, havia povos
que se aliavam aos romanos e seus governantes tornavam-se seus amigos, enquanto outros lutavam e,
ao perderem, eram submetidos ao jugo romano.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002. p. 54.

O excerto permite afirmar corretamente que a concepção de cidadania no Império Romano


a) era condicionada à adoção dos elementos culturais romanos pelos povos conquistados.
b) foi ampliada conforme foram reproduzidas práticas inspiradas na democracia ateniense.
c) permaneceu restrita ao patriciado romano durante os períodos republicano e imperial.
d) apresentou certa fluidez nos critérios de inclusão de novos agentes na esfera pública.
e) concebeu a inclusão parcial de mulheres e cativos situados nos domínios romanos.

28. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)

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Admirados com a imponência dos palácios cretenses, os gregos criaram a história do minotauro e do
labirinto. Segundo a lenda, o rei Minos, de Creta, em vingança pela morte de seu filho Andrógeos na Ática,
começou a exigir como tributo sete meninos e sete meninas atenienses, que eram oferecidos, de tempos
em tempos, ao Minotauro, uma criatura assustadora, meio homem, meio touro, que os devorava. Esta
famosa lenda demonstra o quanto a civilização cretense impressionou os antigos gregos.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2002. p. 11.

Com base nas informações do texto, pode-se afirmar que


a) a produção mítica era decorrente da incompreensão do patrimônio arqueológico.
b) as figuras lendárias eram utilizadas para explicar as origens do poder político.
c) os gregos recorriam às narrativas míticas para significar vestígios do passado.
d) o apelo ao fantástico revela uma intenção de falseamento da memória coletiva.
e) a elaboração dos mitos impediu que os gregos compreendessem o tempo histórico.

29. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Costuma-se perguntar por que os romanos gastavam tantos fundos e trabalho para erigir essas imensas
fileiras de arcos, quando sabiam muito bem transportar água em tubulações, e, faziam isso dentro das
paredes de suas metrópoles em grau considerável. Uma resposta a essa questão pode ser encontrada
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quando a examinamos a partir do ponto de uma “visão política” da arte romana e da construção dos
aquedutos.
CALOSSE, J.P. Arte Romana. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2017. Adaptado.

Considerando a “visão política” a que refere o texto, a monumentalidade da arquitetura romana


expressava
a) a afirmação da autoridade por meio de obras reivindicadas pelos cidadãos urbanos.
b) a legitimação dos imperadores e o abastecimento do império em toda a sua extensão.
c) o reforço do poder do Senado e a garantia de saneamento aos cidadãos das cidades.
d) a influência das técnicas legadas pelos gregos a partir da adoção de grandes arcos.
e) a ostentação do poder dos imperadores e a afirmação da grandiosidade do Império.

30. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Chegado a Canopo, e tendo circundado o Lago Mareótis ele desembarca lá onde foi fundada a atual cidade
de Alexandria, a qual deveu seu nome a Alexandre. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito para fundar
uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar as mãos à obra fez com que ele próprio traçasse
o plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários dos deuses (deuses gregos e da Ísis egípcia) e do muro
externo. Ofereceu sacrifícios pelos projetos, sendo as vítimas favoráveis.
(PINSKY, Jaime (org.). 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2019.)

A fundação de Alexandria, narrada por Flávio Ariano no século I d.C., denota


a) a imposição das instituições democráticas sobre povos considerados bárbaros.
b) a valorização do pensamento mítico em detrimento dos saberes científicos.

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c) o abandono da construção de edificações monumentais no período helenístico.


d) a resistência dos egípcios à dominação promovida pelo Império helenístico.
e) o intercâmbio de saberes e crenças entre o mundo helênico e regiões do Oriente.

31. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


O poderio dos Atenienses aumentava cada vez mais, o que vinha provar ser mais vantajoso o equilíbrio
de forças entre os cidadãos e o governo. Basta este exemplo para demonstrá-lo: durante o tempo que os
Atenienses estiveram sob o poder dos tiranos não se distinguiram na guerra mais do que seus vizinhos;
logo, porém, que sacudiram o jugo, adquiriram sobre eles uma enorme superioridade. Isso prova que, no
tempo da servidão, se portavam com covardia com propósito deliberado, porque trabalhavam para um
senhor. Recuperando a liberdade, cada qual se dedicou intensamente a trabalhar com ardor para si
mesmo.
Heródoto. História, volume 2. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. p. 43.

O relato do historiador grego Heródoto, escrito na primeira metade do século V a.C.,


a) explicita o valor dos governos tirânicos em momentos extraordinários para garantir a concentração de
recursos militares utilizados na proteção da cidade.
b) considera que a coragem foi uma virtude desenvolvida pelos atenienses somente após a criação da
forma de governo que sucedeu o fim dos governos tirânicos.
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c) destaca o individualismo como um valor gerado pelo sistema democrático vigente em Atenas e que
conferiu a superioridade dos gregos em relação aos bárbaros.
d) associa a supremacia da pólis na Hélade ao desenvolvimento de um sistema de governo no qual os
cidadãos participavam da tomada de decisões de maneira direta.
e) identifica a transição do trabalho servil para o trabalho autônomo como um fator decisivo para a
consolidação da democracia ateniense e do poderio da pólis na Grécia.

32. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Temos um regime que nada tem a invejar das leis estrangeiras. Somos, antes, exemplos que imitadores.
Nominalmente, como as coisas não dependem de uma minoria, mas, ao contrário, da maioria, o regime
se denomina democracia. No entanto, se, em matéria de divergências particulares, a igualdade de todos
diante da lei é assegurada [...].
(TUCÍDIDES. A democracia grega vista por Péricles. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2019. p. 94.)

Sobre a democracia ateniense, na Antiguidade Clássica, é correto afirmar:


a) foi um modelo que passou a exercer grande influência sobre as demais regiões da Hélade durante o
período helenístico, quando foi difundido pelos macedônicos.
b) foi pautada pelo reconhecimento de que todos os habitantes de Atenas deveriam ser julgados
igualmente e dispunham do direito de deliberar sobre os rumos da cidade.
c) foi incorporada por todas as poleis gregas durante o período clássico, em razão da derrota da Liga do
Peloponeso e do modelo oligárquico na Guerra do Peloponeso.
d) foi um sistema político pautado na preocupação de garantir aos cidadãos da pólis condições de acesso
aos cargos políticos e de se manifestar na assembleia.

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e) foi forjado pela necessidade de alargamento do acesso à participação política e à propriedade, o que
contribui para o declínio das elites econômicas atenienses.

33. (2018/Unicamp)

A imagem acima retrata parte do mosaico romano de Nennig, um dos mais bem conservados que se
encontram até o momento no norte da Europa. A composição conta com mais de 160 m² e apresenta
como tema cenas próprias de um anfiteatro romano.
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(https://fr.wikipedia.org/wiki/Perl_(Sarre)#/media/File:Retiarius_stabs_secutor_(color).jpg. Acessado em 12/08/2016.)

A partir da leitura da imagem e do conhecimento sobre o período em questão, pode-se afirmar


corretamente que a imagem representa
a) uma luta entre três gladiadores, prática popular entre membros da elite romana do século III d. C, que
foi criticada pelos cristãos.
b) a popularidade das atividades circenses entre os romanos, prática de cunho religioso que envolvia os
prisioneiros de guerra.
c) uma das ações da política do pão e do circo, estratégia da elite romana que usava cidadãos romanos na
arena, para lutarem entre si e, assim, divertir o povo.
d) uma luta entre gladiadores, prática que tinha inúmeras funções naquela sociedade, como a diversão, a
tentativa de controle social e a valorização da guerra.

34. (2018/Unicamp)
Os gregos sentiram paixão pelo humano, por suas capacidades, por sua energia construtiva. Por isso,
inventaram a polis: a comunidade cidadã em cujo espaço artificial, antropocêntrico, não governa a
necessidade da natureza, nem a vontade dos deuses, mas a liberdade dos homens, isto é, sua capacidade
de raciocinar, de discutir, de escolher e de destituir dirigentes, de criar problemas e propor soluções. O
nome pelo qual hoje conhecemos essa invenção grega, a mais revolucionária, politicamente falando, que
já se produziu na história humana, é democracia.
(Adaptado de Fernando Savater, Política para meu filho. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 77.)

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Assinale a alternativa correta, considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga.
a) Para os gregos, a cidade era o espaço do exercício da liberdade dos homens e da tirania dos deuses.
b) Os gregos inventaram a democracia, que tinha então o mesmo funcionamento do sistema político
vigente atualmente no Brasil.
c) Para os gregos, a liberdade dos homens era exercida na polis e estava relacionada à capacidade de
invenção da política.
d) A democracia foi uma invenção grega que criou problemas em função do excesso de liberdade dos
homens.

35. (2018/Fuvest)
Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas gregas e orientais, alargaram o espaço da
civilização urbana da Antiguidade clássica, diluindo-lhe a substância [...]. De 200 a.C. em diante, o poder
imperial romano avançou para leste [...] e nos meados do século II as suas legiões haviam esmagado todas
as barreiras sérias de resistência do Oriente.
P. Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982.

Na região das formações sociais gregas,


a) a autonomia das cidades estado manteve se intocável, apesar da centralização política implementada
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pelos imperadores helenísticos.


b) essas formações e os impérios helenísticos constituíram se com o avanço das conquistas espartanas no
período posterior às guerras no Peloponeso, ao final do século V a.C.
c) a conquista romana caracterizou se por uma forte ofensiva frente à cultura helenística, impondo a
língua latina e cerceando as escolas filosóficas gregas.
d) o Oriente tornou se área preponderante do Império Romano a partir do século III d.C., com a crise do
escravismo, que afetou mais fortemente sua parte ocidental.
e) os espaços foram conquistados pelas tropas romanas, na Grécia e na Ásia Menor, em seu período de
apogeu, devido às lutas intestinas e às rivalidades entre cidades estado.

36. (2014/Unicamp)
O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito,
podemos afirmar que:
a) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não
compartilhavam dos valores destas mesmas civilizações.
b) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para qualificar povos que não falavam grego e
depois disso deixou de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo.
c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam como inadequados para a conquista, como os
vândalos, por exemplo.
d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que viviam da caça e da coleta, como os persas, em
oposição aos povos urbanos civilizados.

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37. (2017/Fac. Albert Einstein)


“Por muito tempo, entre os historiadores pensou-se que os gregos formavam um povo superior de
guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população local.
Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento mais
complexo. Segundo o pesquisador Moses Finley, a 'chegada dos gregos significou a introdução de um
elemento novo que se misturou com seus predecessores para criar, lentamente, uma nova civilização e
estendê-la como e por onde puderam'.”
Funari, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. Adaptado.
Segundo o texto, a formação da Grécia antiga ocorreu
a) de forma negociada, por meio de alianças e acordos políticos entre os líderes das principais tribos
nativas da península balcânica.
b) de forma gradual, a partir da integração de povos provenientes de outras regiões com habitantes da
parte sul da península balcânica.
c) de forma planejada, pela expansão militar dos povos nativos da península balcânica sobre territórios
controlados por grupos bárbaros.
d) de forma violenta, com a submissão dos habitantes originais da península balcânica a conquistadores
recém-chegados do norte.

38. (2016/Fac. Albert Einstein)


Observe a imagem.
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Maquete da acrópole de Atenas no período clássico.


Marcelo Rede. A Grécia antiga. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 25.

Entre as características da pólis grega, podemos citar a:


a) dimensão híbrida da acrópole, que conjugava espaços religiosos com grandes áreas de plantio e
produção de alimentos.
b) incorporação de elementos arquitetônicos de origem etrusca na construção das habitações populares.
c) conurbação, que provocava a junção de diversas aldeias e cidades numa mesma unidade
administrativa.
d) construção de templos e edifícios públicos em locais altos e o caráter fortificado da acrópole.

39. (2020/Famema)
Leia o excerto sobre a preparação dos rapazes na Grécia Antiga para exercer seu papel de cidadão e pai
de família. Dois tipos de iniciação persistiam nas épocas clássica e helenística em Atenas. A primeira, de

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origem mais arcaica, era a apresentação do adolescente à fratria¹ paterna, inicialmente em um sacrifício
oferecido pelo pai aos deuses Zeus e Atena. A segunda, provavelmente estabelecida na época clássica,
era o serviço militar, chamado efebia. Ambas tinham igual importância para os gregos do período, e era
indispensável que o jovem passasse pelas duas.
(Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia Antiga, 1996. Adaptado.)
¹fratria: grupo de pessoas que acreditavam ter o mesmo ancestral.

De acordo com o excerto, tornar-se cidadão em Atenas dependia


a) da formação intelectual e do pertencimento às tropas da cidade.
b) da aceitação pelo grupo familiar e da preparação para a guerra.
c) do casamento dentro da linhagem e do auxílio militar ao Estado.
d) de pagamentos feitos aos sacerdotes e do combate aos inimigos.
e) do reconhecimento pelas autoridades civis e da capacidade bélica.

40. (2021/Fac. Santa Casa)


A vitória total do cristianismo deu-se na época do imperador Teodósio, no final do século IV, que concedeu
aos cristãos numerosos privilégios [...]. Enfim, o cristianismo passou de religião do imperador para religião
oficial, primeiro convivendo com o culto aos deuses e, depois, proibindo de vez o paganismo.
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(Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma, 2019.)

Para alguns historiadores, a oficialização do cristianismo no Império Romano simbolizou o fim do Mundo
Antigo, pois
a) caracterizou o prevalecimento da lógica medieval de que Deus deve ser representado à imagem e à
semelhança dos reis e imperadores.
b) provocou conflitos internos à sociedade romana, que acabaram por fragmentar social e politicamente
o Império.
c) demonstrou, com o desencadeamento da perseguição aos pagãos, o início da intolerância religiosa da
Idade Moderna.
d) impediu a constituição de alianças e negociações com os povos germânicos, que eram politeístas.
e) revelou, com o triunfo do monoteísmo, o surgimento de uma nova mentalidade e a fusão entre Igreja
e Estado.

41. (2018/Fac. Santa Casa)


O povo não tem sempre o costume assinalado de pôr uma pessoa qualquer à sua frente, fomentando o
desenvolvimento da sua grandeza? [...] É, portanto, evidente que, quando a tirania se origina, é da
semente deste protetor, e não de outra, que ela germina. [...] Porventura não é também assim que aquele
que está à frente do povo e que, apanhando a multidão a obedecer-lhe, não se abstém do sangue dos da
sua tribo [...]? Acaso para um homem assim não é forçoso, depois disto, e fatal, que pereça às mãos dos
seus inimigos ou que se torne um tirano, transformando-se de homem em lobo?
(Platão. A República, 1987.)

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Platão (428 a.C. - 348 a.C.), em A República, identifica os vários tipos de governos e governantes da Grécia
Antiga. No texto, caracteriza-se a tirania como
a) uma tendência absolutista comum em Esparta, que valorizava o respeito total aos governantes.
b) uma etapa posterior à democracia, com a ascensão de legisladores dotados de pleno poder.
c) um fenômeno que resultava da relação ambígua entre governantes autoritários e a população.
d) uma forma de governo típica das pequenas cidades gregas, marcada pela irracionalidade dos
governantes.
e) uma estratégia de controle oligárquico, que favorecia os interesses das classes nobres da cidade.

42. (2021/Fac. Santa Casa)


Os gregos descobriram não somente a democracia, mas também a política, a arte de chegar a decisões
por meio da discussão pública e, em seguida, de obedecer às decisões como condição necessária para
uma existência social civilizada.
(Moses I. Finley. Démocratie antique et démocratie moderne, 1976. Adaptado.)
O historiador afirma que os gregos da Antiguidade
a) concediam ao conjunto dos habitantes da cidade o direito de participação nas assembleias.
b) eram contrários a resoluções de divergências entre cidades-estados pelo confronto militar.
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c) reconheciam como legítimas as deliberações públicas instituídas por mecanismos coletivos de


participação.
d) conceberam como incompatíveis o funcionamento da assembleia de cidadãos com a exploração da
escravidão.
e) postulavam a igualdade econômica dos cidadãos como condição necessária à igualdade de direitos.

43. (2019/Fac. Santa Casa)


A afirmação de que os gregos se haviam “alfabetizado” no final do século VIII a.C., embora seja
rigorosamente verdadeira, precisa ser modificada de forma considerável, porque, do contrário, nos levará
a interpretações errôneas. A verdade é que algumas pessoas, em algumas cidades, sabiam ler e escrever;
e sem dúvida a porcentagem dessas pessoas era maior nas democracias do que em outros regimes.
(J. T. Hooker. “Introdução”. In: Lendo o passado: a história da escrita antiga do cuneiforme ao alfabeto, 1996.)

A ligação entre a escrita e a organização política pode ser explicada pela


a) dependência das decisões coletivas às explicações filosóficas sobre a existência da humanidade.
b) participação nas guerras entre cidades gregas de indivíduos com ampla formação militar.
c) necessidade de conferir plena publicidade às manifestações da vida social para o conjunto dos cidadãos.
d) concessão aos comerciantes estrangeiros alfabetizados do direito de participação na assembleia dos
cidadãos.
e) fundamentação das leis da cidade nos textos religiosos de ampla circulação no mundo grego.

44. (2019/Fameca)

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A expansão da Macedônia significou que as cidades gregas perderam, para sempre, sua independência
política. A despeito das repetidas tentativas para reconquistar essa condição, as cidades-Estado foram
forçadas a submeter-se a uma monarquia. Apesar da crise grega, há triunfos intelectuais que precisam
ser considerados.
(Flávia M. S. Eyler. História antiga: Grécia e Roma, 2014. Adaptado.)

Constitui exemplo desses “triunfos intelectuais”:


a) o sincretismo do realismo da arte grega com a religiosidade dos macedônios.
b) a difusão da língua e do pensamento filosófico na região mediterrânea.
c) o predomínio da educação cívica e da militarização na sociedade helenística.
d) o fim da concepção teocêntrica e do poder divino no império conquistado.
e) a valorização do racionalismo e da democracia no governo macedônico.

45. (2017/Fameca)
A guerra era uma atividade importante para os homens e as mulheres da Antiguidade. Os guerreiros
vitoriosos levavam para suas cidades armas, escravos e objetos de valor saqueados dos povos vencidos.
O sucesso militar, por sua vez, honrava os soldados e seus comandantes. […] Essas guerras levaram Roma
a se aliar a outras cidades da mesma região, formando uma liga militar com objetivos defensivos. No
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entanto, com o crescimento de sua cidade, os romanos aproveitaram para impor o domínio às aliadas e
para conquistar algumas regiões próximas.
(Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.)

A partir do texto, pode-se afirmar que


a) os romanos consideravam a ação militar necessária, mas não respeitavam suas tropas e conquistas
externas.
b) a ação militar permitia a obtenção de riquezas, porém impedia o abastecimento agrícola de Roma.
c) os romanos dedicavam-se prioritariamente à guerra, pois consideravam a atividade política pouco
importante.
d) a ação militar era valorizada em Roma, que passou gradualmente da defesa ao ataque, até tornar-se
um Império.
e) os romanos atacaram seus vizinhos desde a fundação da cidade, pois desejavam construir um Império.

46. (2015/Fameca)
Leia os textos que tratam da iniciação de rapazes, respectivamente, em Atenas e em Esparta na
Antiguidade.
No ano seguinte, em uma assembleia realizada no teatro, fazem uma demonstração de manobras
militares perante o povo, recebendo então do Estado um escudo e uma lança; a seguir patrulham os
campos e ficam estacionados nos postos de guarda. [...] Transcorridos os dois anos, reúnem-se aos demais
cidadãos.
(Aristóteles apud Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, 1996.)

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[...] os chefes dos jovens levavam aqueles que lhes pareciam à primeira vista inteligentes durante certo
tempo ao campo [...], com punhais e apenas a comida indispensável, e sem mais nada. Eles, durante o
dia, espalhados por lugares encobertos, se escondiam e descansavam; de noite, descendo aos caminhos,
matavam a quantos hilotas surpreendiam.
(Plutarco apud Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, 1996.)

Os excertos permitem afirmar que


a) o ritual de iniciação variava nessas cidades, pois em Atenas cultivava-se a mente por meio da filosofia
e, em Esparta, o corpo físico.
b) o exercício da cidadania era alcançado apenas em Atenas, onde os jovens podiam participar da
assembleia e tomar decisões.
c) o serviço militar estava atrelado ao papel de cidadão apenas em Esparta, onde o isolamento gerou uma
sociedade guerreira.
d) a inserção na vida pública envolvia, tanto em Atenas quanto em Esparta, a preparação militar, ainda
que de formas diferentes.
e) a incorporação ao grupo social dependia, na sociedade ateniense e na espartana, dos laços
consanguíneos e da riqueza da família.

47. (2014/Fameca)
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É impossível apontar a “causa” da crise do Império Romano. Simplificar o problema é um equívoco. A


chamada crise do século III atingiu o setor interno, mas sua manifestação mais evidente foi a ameaça
exterior contra as províncias romanas.
(Maria Luiza Corassin. Sociedade e política na Roma antiga, 2001. Adaptado.)

Dois exemplos dessa “ameaça exterior” foram


a) o expansionismo macedônio na parte ocidental do Império e os ataques dos vikings.
b) a unificação dos árabes sob o Islã e a desestruturação do exército romano na África.
c) a política expansionista do Império Persa e as investidas dos germanos nas fronteiras.
d) o avanço do catolicismo no Oriente e os confrontos com as cidades-Estado gregas.
e) a hegemonia de Cartago na bacia do Mediterrâneo e as sucessivas invasões bárbaras.

48. (2013/Fameca)
Os romanos assimilaram o modelo de conhecimento grego e, mais do que isso, ajudaram a universalizá-
lo por meio de suas conquistas. Mas Roma foi muito além da pólis grega ao criar um Estado que unificou
diferentes povos do mundo mediterrâneo. Os gregos excluíram quase totalmente os estrangeiros da
cidadania, enquanto os romanos desenvolveram um sistema de leis e participação social válido em todo
o Império, ultrapassando o provincianismo típico da cidade-Estado grega. Os gregos distinguiram-se pelos
seus filósofos; o gênio de Roma encontrou expressão no direito e no governo universal.
(Flávio de Campos e Renan Miranda. A escrita da História, 2005.)

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Os autores destacam a
a) importância da expansão territorial grega para a difusão do racionalismo romano.
b) contribuição grega na política e na sistematização das leis e do conhecimento.
c) rivalidade entre a civilização grega e a romana, devido às divergências culturais.
d) exclusão dos estrangeiros do direito de cidadania nos limites do Império Romano.
e) herança cultural de gregos e romanos, apesar de suas diferenças políticas.

49. (2012/Fameca)
Leia o trecho.
Em 594 a.C., os aristocratas nomearam Sólon, um poeta, como chefe executivo para solucionar a crise e
evitar o conflito. Ele sustentava que os ricos proprietários de terra com sede de poder haviam destruído
a vida da comunidade, levando Atenas às portas da guerra civil.
(Renan Garcia Miranda e Flavio Campos. Oficina de História)

No contexto apresentado, podem ser apontadas como reformas instituídas por Sólon
a) a limitação do tamanho das propriedades e libertação dos atenienses escravizados por dívidas.
b) a ampliação dos poderes oligárquicos em Atenas e a restrição do direito de voto apenas aos cidadãos
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ricos.
c) a distribuição de terras exclusivamente nas colônias gregas na Ásia Menor e a introdução da prática do
ostracismo.
d) a criação do Conselho dos Quinhentos e o reconhecimento de Atenas como um espaço essencialmente
religioso.
e) o surgimento do primeiro código de leis escritas de Atenas e a extensão do direito de votos às mulheres.

50. (2009/Fameca)
Os Jogos Olímpicos, na Grécia Antiga, realizados a partir de 776 a. C., representavam
a) uma forma de homenagear Zeus, durante os quais vigorava uma trégua sagrada.
b) um momento democrático, com a participação de atletas estrangeiros, das mulheres e dos escravos.
c) disputas violentas entre atletas de cada cidade-estado e, por isso, foram proibidos pelos romanos no
século IV.
d) a preocupação dos espartanos e atenienses com a formação de uma raça pura.
e) uma atividade econômica essencial para os gregos, que geravam guerras entre as cidades-estado.

51. (Unesp/2020)
A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-se
geralmente ao adivinho. Inspirado pela musa, o adivinho vê o antes e o além: circula entre os deuses e
entre os homens, não todos os homens, mas os heróis, preferencialmente mortos gloriosamente em
combate. Ao celebrar aqueles que passaram, ele forja o passado, mas um passado sem duração, acabado.

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(François Hartog. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo, 2015. Adaptado.)

O texto afirma que a obra de Homero


a) questiona as ações heroicas dos povos fundadores da Grécia Antiga, pois se baseia na concepção
filosófica de physis.
b) valoriza os mitos em que os gregos acreditavam e que estão no fundamento das concepções modernas
de tempo e história.
c) é fundadora da ideia de história, pois concebe o passado como um tempo que prossegue no presente
e ensina os homens a aprenderem com seus erros.
d) identifica uma forma do pensamento mítico e uma visão de passado estranha à ideia de diálogo entre
temporalidades, que caracteriza a história.
e) desenvolve uma abordagem crítica do passado e uma reflexão de caráter racionalista, semelhantes à
da filosofia pré-socrática.

5. GABARITO
1.E 11.C 21.E 31.D 41.C 51.D
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2.D 12.B 22.D 32.D 42.C


3.B 13.A 23.E 33.D 43.C
4.A 14.C 24.B 34.C 44.B
5.E 15.E 25.A 35.D 45.E
6.A 16.C 26.C 36.A 46.D
7.B 17.B 27.D 37.B 47.E
8.D 18.B 28.C 38.D 48.E
9.E 19.D 29.E 39.B 49.A
10.C 20.D 30.E 40.B 50.A

6. LISTA DE QUESTÕES COMENTADA


1. (2020/Enem)
Com efeito, até a destruição de Cartago, o povo e o Senado romano governavam a República em harmonia
e sem paixão, e não havia entre os cidadãos luta por glória ou dominação; o medo do inimigo mantinha a
cidade no cumprimento do dever. Mas, assim que o medo desapareceu dos espíritos, introduziram-se os
males pelos quais a prosperidade tem predileção, isto é, a libertinagem e o orgulho.
O acontecimento histórico mencionado no texto de Salústio, datado de I a.C., manteve correspondência
com o processo de
a) demarcação de terras públicas.
b) imposição da escravidão por dívidas.
c) restrição da cidadania por parentesco.

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d) restauração de instituições ancestrais.


e) expansão das fronteiras extrapeninsulares.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal ao longo da história da civilização romana não ocorreu a demarcação
de terras públicas.
- A alternativa B está incorreta, afinal a escravidão por dívidas antecedeu o processo expansionista
descrito pelo texto.
- A alternativa C está incorreta, afinal os critérios de participação política no Império Romano se
mostraram mais fluidos que em os dos gregos e de outros povos da Antiguidade, chegando a reconhecer
como cidadãos todos os homens livres que habitavam seus domínios.
- A alternativa D está incorreta, pois o texto não descreve a recuperação de instituições em Roma, mas o
processo de expansão de seu território durante a fase republicana.
- A alternativa E é a resposta. Entre os séculos V e III a.C., Roma conquistou toda a península itálica, o que
garantiu o abastecimento de sua população com produtos importantes. Em seguida, a disputa pela
hegemonia comercial no Mediterrâneo levou os romanos a travarem diversos conflitos com Cartago, que
como vimos na unidade anterior, era uma cidade de origem fenícia fundada por volta de 800 a.C.
Gabarito: E
2. (2020/Enem)
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“Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava na sala de jantar. Na pequena célula cristã, dividia-se a
refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam e liam cartas de correligionários residentes em
locais diferentes do Império Romano (século II da Era Cristã). Esse ambiente garantia peculiar apoio
emocional às experiências intensamente individuais que abrigava.
(SNNET, R. Carne e Pedra. Rio de Janeiro; Record. 2008.)

Um motivo que explica a ambientação da prática descrita no texto encontra-se no(a)


a) regra judaica, que pregava a superioridade espiritual dos cultos das sinagogas.
b) moralismo da legislação, que dificultava as reuniões abertas da juventude livre.
c) adesão do patriciado, que subvertia o conceito original dos valores estrangeiros.
d) decisão política, que censurava as manifestações públicas da doutrina dissidente.
e) violência senhorial, que impunha a desestruturação forçada das famílias escravas.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o texto descreve a reunião de cristãos em um ambiente privado, e
não em um templo religioso.
- A alternativa B está incorreta, pois a cena descrita pelo texto sugere a perseguição contra os cristãos
pelas autoridades romanas.
- A alternativa C está incorreta, afinal a adesão do patriciado ao cristianismo contribuiu para encerrar as
perseguições ao cristianismo no Império Romano.
- A alternativa D é a resposta. Após a condenação de Jesus, aos 33 anos de idade, seus apóstolos passaram
a difundir os seus ensinamentos por todo o Império Romano. Para que não sofressem a repressão das
autoridades do Império, que condenou à morte milhares de cristãos nos momentos iniciais do

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cristianismo, as primeiras comunidades cristãs praticavam seus cultos secretamente, sobretudo em casas
e câmaras subterrâneas utilizadas pelos romanos para depositarem seus mortos, chamadas de
catacumbas.
- A alternativa E está incorreta, pois a violência sugerida pelo texto foi empreendida pelas autoridades do
Império Romano contra os praticantes do cristianismo.
Gabarito: D
3. (2019/Enem PPL)
Quando se trata de competência nas construções e nas artes, os atenienses acreditam que poucos sejam
capazes de dar conselhos. Quando, ao contrário, se trata de uma deliberação política, toleram que
qualquer um fale, de outro modo não existiria a cidade.
BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado).

De acordo com o texto, a atuação política dos cidadãos atenienses na Antiguidade Clássica tinha como
característica fundamental o(a)
a) dedicação altruísta em ações coletivas.
b) participação direta em fóruns decisórios.
c) ativismo humanista em debates públicos.
d) discurso formalista em espaços acadêmicos.
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e) representação igualitária em instâncias parlamentares


Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a atuação política era vista como um dever pelos cidadãos de Atenas.
- A alternativa B é a resposta. A democracia ateniense era direta, ou seja, os cidadãos participavam
ativamente das decisões políticas que afetariam os rumos da pólis. As leis eram votadas conjuntamente
na Assembleia (Eclesia), onde todos os participantes eram considerados iguais perante a lei (isonomia),
tinham o direito de tomar a palavra e de serem ouvidos (isegoria) e considerados igualmente capazes de
ocupar cargos públicos (isocracia).
- A alternativa C está incorreta, afinal o humanismo é uma corrente de pensamento que surgiu na
passagem da Idade Média para a Idade Moderna no Ocidente europeu.
- A alternativa D está incorreta, pois os debates políticos não aconteciam em instituições acadêmicas, mas
em praça pública – ou seja, na ágora.
- A alternativa E está incorreta, afinal o modelo democrático desenvolvido por Atenas baseava-se na ideia
de participação direta dos cidadãos, por isso não existiam representantes parlamentares.
Gabarito: B
4. (2019/Enem)
A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-
estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos
homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas
democracias.
CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

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Nas cidades-estado da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela
adoção do seguinte critério para a participação política:
a) Controle da terra.
b) Liberdade de culto.
c) Igualdade de gênero.
d) Exclusão dos militares.
e) Exigência da alfabetização.
Comentários
- A participação política na Antiguidade Clássica estava atrelada ao nascimento na pólis e em famílias
ligadas por gerações à cidade, o que as fazia ter controle total sobre as propriedades privadas. Assim
sendo, os critérios de cidadania acabaram por se relacionar ao controle da terra, o que torna a alternativa
A a resposta.
- A alternativa B está incorreta, afinal as cerimônias religiosas na Antiguidade Clássica eram públicas e
voltadas às divindades louvadas pela cidade.
- A alternativa C está incorreta, pois as mulheres foram mantidas marginalizadas das decisões políticas
nas poleis da Antiguidade Clássica.
- A alternativa D está incorreta, pois os militares também eram cidadãos.
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- A alternativa E está incorreta, afinal a participação política estava atrelada principalmente ao nascimento
na cidade-Estado e em família ligadas por diversas gerações a este espaço.
Gabarito: A
5. (2017/Enem)
TEXTO I
Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas juntas. Logo
depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem precedentes, porque a
exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas não podiam continuar bloqueados pela
oligarquia dos proprietários de terra por meio da força ou de pequenas concessões.
FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013 (adaptado).

TEXTO II
A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das principais
heranças romanas que chegaram até nós. A publicação dessas leis, por volta de 450 a.C., foi importante,
pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é um instrumento favorável ao homem
comum e potencialmente limitador da hegemonia e arbítrio dos poderosos.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).

O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na ideia de que
a
a) discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia.
b) invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias.
c) formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.

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d) definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.


e) criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal em Roma, onde foi aprovada a chamada Lei das Doze Tábuas,
manteve um regime oligárquico em seus domínios.
- A alternativa B está incorreta, afinal Roma manteve uma estrutura aristocrática, ou seja, com os patrícios
mantendo a supremacia nas decisões políticas.
- A alternativa C está incorreta, pois as sociedades precederam a formulação das leis no mundo antigo.
- A alternativa D está incorreta, afinal conflitos entre grupos sociais existiram tanto no mundo romano
quanto mundo grego, podendo ser destacado no primeiro as tensões entre patrícios e plebeus.
- A alternativa E é a resposta. A Lei das Doze Tábuas reuniu toda a legislação existente até então em Roma
em um texto escrito e acessível a consulta pelos plebeus, fazendo diminuir as injustiças cometidas pelo
desconhecimento da lei. O mesmo se verifica Atenas, quando as reformas empreendidas pelo legislador
Sólon buscaram diminuir as injustiças sociais – entre elas, a extinção da escravidão por dívidas.
Gabarito: E
6. (2017/Enem Libras)
TEXTO I
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Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram denunciados como cristãos: perguntei a eles
mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda e uma terceira vez
a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram, mandei executá-los, pois eu não duvidava
que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos
romanos portadores da mesma loucura, pus no rol dos que devem ser enviados a Roma.
Correspondência de Plínio, governador de Bitínia, província romana situada na Ásia Menor, ao imperador Trajano. Cerca do
ano 111 d.C. Disponível em:www.veritatis.com.br. Acesso em: 17 jun. 2015 (adaptado).

TEXTO II
É nossa vontade que todos os povos regidos pela nossa administração pratiquem a religião que o apóstolo
Pedro transmitiu aos romanos. Ordenamos que todas aquelas pessoas que seguem esta norma tomem o
nome de cristãos católicos. Porém, o resto, os quais consideramos dementes e insensatos, assumirão a
infâmia da heresia, os lugares de suas reuniões não receberão o nome de igrejas e serão castigados em
primeiro lugar pela divina vingança e, depois, também pela nossa própria iniciativa.
Édito de Tessalônica, ano 380 d.C. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo:
Unesp, 2000.

Nos textos, a postura do Império Romano diante do cristianismo é retratada em dois momentos distintos.
Em que pesem as diferentes épocas, é destacada a permanência da seguinte prática:
a) Ausência de liberdade religiosa.
b) Sacralização dos locais de culto.
c) Reconhecimento do direito divino.
d) Formação de tribunais eclesiásticos.
e) Subordinação do poder governamental.

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Comentários
- A alternativa A é a resposta, afinal ambos os textos sugerem a perseguição de grupos religiosos durante
o Baixo Império. Um deles trata da perseguição aos cristãos antes da aprovação do Édito de Milão (313),
outro da perseguição a grupos não cristãos após a criação do documento.
- A alternativa B está incorreta, afinal os templos dos grupos perseguidos pelas autoridades romanas não
eram considerados sagrados, sendo corriqueiramente destruídos.
- A alternativa C está incorreta, afinal os textos não versam sobre a sacralização das autoridades políticas.
- A alternativa D está incorreta, pois nenhum dos textos sugere que os religiosos castigados nos dois
períodos teriam sido julgados por tribunais eclesiásticos, mas punidos de maneira arbitrária.
- A alternativa E está incorreta, afinal os dois fragmentos sugerem a resistência de religiosos às
autoridades estatais e às crenças oficiais.
Gabarito: A
7. (2016/Enem)
Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de
constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase todo o mundo
habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem seria tão
apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer outro
objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento?
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POLÍBIO. História, Brasília: Editora UnB, 1985.

A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a
a) ampliação do contingente de camponeses livres.
b) consolidação do poder das falanges hoplitas.
c) concretização do desígnio imperialista.
d) adoção do monoteísmo cristão.
e) libertação do domínio etrusco.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, pois a fase expansionista de Roma foi marcada pelo aumento vertiginoso
do número de escravizados, obtidos a partir das chamadas guerras de conquista.
- A alternativa B está incorreta, afinal os soldados hoplitas a organização da infantaria em falanges era
uma técnica de batalha da Grécia Antiga, ao passo que os romanos organizavam seus combatentes em
legiões compostas por milhares de homens e com armas diversas.
- A alternativa C é a resposta. O relato do historiador romano Políbio refere-se ao expansionismo do
Império Romano durante sua fase republicana, período em que Roma submeteu vários povos aos seus
domínios.
- A alternativa D está incorreta, pois a introdução do monoteísmo como religião oficial do Império Romano
se deu em um contexto posterior ao do relato, que foi produzido dois séculos antes ao do nascimento de
Jesus Cristo.
- A alternativa E está incorreta, afinal a libertação do domínio etrusco se deu em um período anterior ao
início do expansionismo romano.

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Gabarito: B
8. (2016/Enem PPL)
Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos povos; em
virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de si própria com a finalidade
de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em virtude da lei comum dos povos, são nossos
escravos aqueles que foram capturados na guerra e aqueles que são filhos de nossas escravas.
CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório na Antiguidade. São Paulo: Graal, 2003.

A obra Institutas, do jurista Aelius Marcianus (século III d.C.), instrui sobre a escravidão na Roma antiga.
No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma
a) mão de obra especializada protegida pela lei.
b) força de trabalho sem a presença de ex-cidadãos.
c) categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.
d) condição legal independente da origem étnica do indivíduo.
e) comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal os escravizados exerciam múltiplos ofícios na sociedade romana
durante a Antiguidade, portanto não representavam uma obra de obra necessariamente especializada.
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- A alternativa B está incorreta, pois alguns cativos eram ex-cidadãos privados de sua liberdade diante do
acúmulo de dívidas não quitadas.
- A alternativa C está incorreta, afinal os escravizados eram oriundos de diversas partes do Império, sendo
obtidos principalmente por meio das guerras de conquista.
- A alternativa D é a resposta. Escravo era um status jurídico que privava os homens de sua liberdade na
Roma Antiga, podendo ser aplicado tanto entre aqueles que acumulassem dívidas que não fossem
capazes de quitar quanto em indivíduos vencidos nas guerras de conquista empreendidas pelo Império.
- A alternativa E está incorreta, afinal a consolidação da instituição escravista precedeu a criação das leis
escritas em Roma.
Gabarito: D
9. (2016/Enem 2ª aplicação)
A Lei das Doze Tábuas, de meados do Século V a.C., fixou por escrito um velho direito costumeiro. No
relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o devedor; ou vendê-lo como
escravo “do outro lado do Tibre” — isto é, fora do território de Roma.
CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os plebeus
a) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.
b) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
c) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.
d) ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.
e) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.

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Comentários
- A alternativa A está incorreta, pois apesar da pressão feita pelos plebeus em busca de direitos e do
acesso à terra, a estrutura fundiária de Roma se manteve inalterada ao longo de sua história.
- A alternativa B é a resposta. Os plebeus eram os principais atingidos pela escravidão por dívidas, afinal
o acúmulo de dívidas junto aos patrícios era extremamente recorrente. Tal situação permaneceu até a
aprovação das Leis Licínias, que proibiram a escravidão por dívidas.
- A alternativa C está incorreta, pois a possibilidade de casamento entre patrícios e plebeus foi assegurada
pela aprovação da Lei Canuleia.
- A alternativa D está incorreta, pois o acesso à cargos públicos pelos plebeus se deu em um contexto
anterior ao da criação da Lei das Doze Tábuas, a partir da criação do Tribuno da Plebe (494 a.C.).
- A alternativa E é a resposta. A pressão exercida pelos plebeus por direitos levou à aprovação da Lei das
Doze Tábuas, o primeiro código legal, em 450 a.C. Ela reuniu toda a legislação existente até então em um
texto escrito e acessível à consulta pelos plebeus, fazendo diminuir as injustiças cometidas pelo
desconhecimento da lei.
Gabarito: E
10. (2015/Enem)
O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros
instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a
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polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.


VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função
a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
d) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.
Comentários
- Como vimos ao longo da unidade, o período arcaico foi marcado pelo desaparecimento dos basileus do
cenário político grego, o que já torna incorreta a alternativa A.
- Embora a publicização das leis promovida pelo legislador Drácon tenha sido um importante passo para
a consolidação do regime democrático posteriormente, o fragmento de texto exposto pela questão não
trata deste assunto, e por isso a alternativa B está incorreta.
- Ágora era o nome dado ao local de reunião onde os cidadãos de Atenas se reuniam para deliberarem
sobre os rumos da pólis, e por isso a alternativa C é a correta.
- O exército não era a instituição que ocupava o centro das decisões políticas de Atenas, mas sim a Eclésia.
Assim sendo, a alternativa D está incorreta.
- Os debates da ágora eram orientados pela ideia de isegoria, ou seja, que todos os cidadãos possuíam o
direito de tomarem a palavra e de serem ouvidos neste espaço. Com isso, a alternativa E está incorreta.
Gabarito: C.

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11. (2014/Enem)
TEXTO I
Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios
interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós
mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido
pelo debate antes de chegar a hora da ação.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).

TEXTO II
Um cidadão integral pode ser definido nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer
funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que
não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo
depois de certos intervalos de tempo prefixados.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.

Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV
a.C.), a cidadania era definida pelo(a):
a) prestígio social.
b) acúmulo de riqueza.
c) participação política.
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d) local de nascimento.
e) grupo de parentesco
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal todos os homens livres maiores de 18 anos e filhos de pais
atenienses eram considerados cidadãos, independente do prestígio social.
- A alternativa B está incorreta, pois a riqueza pessoal não era critério de participação em Atenas, onde
camponeses e soldados eram também eram considerados cidadãos.
- A alternativa C é a resposta. Conforme sugerem os textos do enunciado, ser cidadão em Atenas era
participar das deliberações sobre os rumos da pólis em praça pública, onde vigoravam os princípios da
isonomia (igualdade perante a lei), isegoria (direito a tomar a palavra e a ser ouvido) e a isocracia (direito
de participação dos cargos públicos).
- A alternativa D está incorreta, pois os cidadãos eram ligados à pólis por meio de laços sanguíneos, e não
pelo nascimento em solo ateniense.
- A alternativa E está incorreta. Embora ser filho de pai e mãe atenienses fosse um dos critérios de
participação em Atenas, o texto versa sobre outros elementos referentes à ideia de cidadania
desenvolvida na cidade-Estado.
Gabarito: C
12. (2013/Enem)
Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração
para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus
interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas – os

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decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de
Sólon.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo. Martins Fontes, 2000.

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à
a) adoção do sufrágio universal masculino.
b) extensão da cidadania aos homens livres.
c) afirmação de instituições democráticas.
d) implantação de direitos sociais.
e) tripartição dos poderes políticos.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Seja em Roma ou nas unidades políticas da Grécia Antiga, os critérios de
cidadania foram conciliados com o regime de escravidão, limitando a ideia de que todos os homens
pudessem dispor de direitos políticos.
- A alternativa B é a resposta. Ao se inspirar nas reformas empreendidas pelo legislador Sólon, os plebeus
romanos buscavam o direito de participação política na República romana, que restringiu boa parte do
poder decisório à elite patrícia senatorial.
- A alternativa C está incorreta, afinal Roma e outras unidades de poder mantiveram sua estrutura
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oligárquica durante a Antiguidade.


- A alternativa D está incorreta, pois a ideia de direitos sociais remete à contemporaneidade, sobretudo
após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
- A alternativa E está incorreta, afinal o modelo de tripartição de poderes foi desenvolvido a partir do
século XVIII, influenciado pelos escritos políticos do filósofo iluminista Montesquieu.
Gabarito: B
13. (2012/Enem PPL)
No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos, definida pelo
confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto esse que concedia a
essas convenções a qualidade de instituições públicas.
MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados
fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.

No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de prática
democrática:
a) Direta.
b) Sindical.
c) Socialista.
d) Corporativista.
e) Representativa.
Comentários

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- A alternativa A é a resposta. Os rumos da cidade na Grécia Antiga eram deliberados no espaço público,
afinal os sistemas de governo baseavam-se na participação direta dos cidadãos, seja nas democracias,
seja nas oligarquias.
- A alternativa B está incorreta, pois inexistiam organizações sindicais na Antiguidade.
- A alternativa C está incorreta, afinal o socialismo foi um conjunto de ideias desenvolvidas a partir do
século XIX.
- A alternativa D está incorreta, pois o corporativismo confere ao Estado a responsabilidade de tutelar a
relação das classes produtoras, sendo uma concepção doutrinária gestada durante o século XX.
- A alternativa E está incorreta, os sistemas de poder oligárquico e democrático, predominantes na Hélade
durante a Antiguidade, baseavam-se na participação direta.
Gabarito: A
14. (2012/Enem PPL)
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas.
BUARQUE, C.; BOAL, A. Mulheres de Atenas. In: Meus caros Amigos, 1976. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso
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em: 4 dez. 2011 (fragmento).

Os versos da composição remetem à condição das mulheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela
época, em razão de
a) sua função pedagógica, exercida junto às crianças atenienses.
b) sua importância na consolidação da democracia, pelo casamento.
c) seu rebaixamento de status social frente aos homens.
d) seu afastamento das funções domésticas em períodos de guerra.
e) sua igualdade política em relação aos homens.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o texto não sugere a importância das mulheres para a educação das
crianças atenienses, mas sua submissão aos maridos diante de uma estrutura predominante patriarcal.
- A alternativa B está incorreta, afinal o modelo democrático não estava ligado ao matrimônio, mas à ideia
de que todos os cidadãos eram iguais perante a lei e deveriam deliberar conjuntamente sobre os rumos
da pólis.
- A alternativa C é a resposta. Sem serem consideradas cidadãs, as mulheres eram restringidas dos debates
públicos, podendo participar apenas de festas religiosas e peças de teatro. As mulheres das camadas mais
altas da sociedade costumavam passar a maior parte de suas vidas confinadas no gineceu, nome dado aos
aposentos femininos.
- A alternativa D está incorreta. Seja em tempos de guerra ou em períodos de paz, os gregos restringiram
a participação das mulheres no espaço público.
- A alternativa E está incorreta, afinal as mulheres não dispunham de direitos políticos na Antiguidade
Clássica.

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Gabarito: C
15. (2012/Enem)

Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 14 set. 2011.

A figura apresentada é de um mosaico, produzido por volta do ano 300 d.C., encontrado na cidade de Lod,
atual Estado de Israel. Nela, encontram-se elementos que representam uma característica política dos
romanos no período, indicada em:
a) Cruzadismo – conquista da terra santa.
b) Patriotismo – exaltação da cultura local.
c) Helenismo – apropriação da estética grega.
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d) Imperialismo – selvageria dos povos dominados.


e) Expansionismo – diversidade dos territórios conquistados.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o Cruzadismo se deu a partir do século XI, durante a Idade Média.
- A alternativa B está incorreta, pois a ideia de Pátria inexistia no Império Romano devido ao seu caráter
multicultural. Ademais, observa-se no mosaico espécies de animais de diferentes regiões.
- A alternativa C está incorreta, afinal não há elementos no mosaico que sugiram a influência helênica
sobre os romanos. Embora muito influenciados pela produção cultural grega, o mosaico representa
espécies de animais encontradas fora da Hélade.
- A alternativa D está incorreta, afinal os animais no mosaico não representam a selvageria dos povos
conquistados, mas sim o quão extenso e múltiplo era o Império Romano.
- A alternativa E é a resposta. Ao representar animais oriundos de diversas regiões, o mosaico exalta a
vastidão do Império Romano, cujo processo expansionista contemplou territórios dos continentes
europeu, africano e asiático. Muitos animais eram levados para regiões diversas do Império para se
tornarem atrações em espetáculos públicos, como leões, ursos, leopardos e tigres.
Gabarito: E
16. (2010/Enem PPL)
Alexandria começou a ser construída em 332 a.C., por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-
se um polo de estudos sobre matemática, filosofia e ciência gregas. Meio século mais tarde, Ptolomeu II
ergueu uma enorme biblioteca e um museu — que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca
reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou a cidade no maior núcleo intelectual

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da época, especialmente entre os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques de
romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou perda de quase todo o seu acervo.
RIBEIRO, F. Filósofa e mártir. Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).

A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel fundamental para a produção do
conhecimento e memória das civilizações antigas, porque
a) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos.
b) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e deu origem às universidades modernas.
c) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do conhecimento e permitiu sua transmissão
a outros povos.
d) transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais importante da Antiguidade.
e) reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes e fez avançar a museologia antiga
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal Alexandria se consolidou como um importante centro de produção
artística e científica, reunindo sábios vindos de várias partes do mundo.
- A alternativa B está incorreta, afinal as universidades modernas foram inspiradas pelas primeiras
universidades que surgiram a partir do século XII na Europa Ocidental.
- A alternativa C é a resposta. A curta duração do Império Macedônico não o impediu de transmitir suas
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próprias contribuições culturais sobre os territórios conquistados, promovendo certa “helenização” de


domínios no Oriente. Alexandria, cidade fundada durante o período helenístico, tornou-se um importante
centro cultural e artístico, frequentado por diversos sábios que se atrelaram às tradições de pensamento
da Grécia.
- A alternativa D está incorreta, afinal existiam diversos centros urbanos de destaque ao longo do
Mediterrâneo durante a Antiguidade.
- A alternativa E está incorreta, afinal a museologia é uma área cujas origens remetem aos “gabinetes de
curiosidades” dos séculos XV e XVI, coleções de objetos considerados interessantes pelo seu exotismo.
Ademais, os registros reunidos pela biblioteca de Alexandria não eram arqueológicos.
Gabarito: C
17. (2009/Enem)
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses
tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser
agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades
morais e à prática das atividades políticas".
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania:


a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer
época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção
política profundamente hierarquizada da sociedade.

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c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os
habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser
dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo
para resolver os problemas da cidade.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal Aristóteles sugere justamente que os cidadãos da pólis deveriam se
dedicar ao ócio e à vida pública, afastando-se de atividades laborais.
- A alternativa B é a resposta. Para Aristóteles, a condução da política deveria ser uma atribuição restrita
aos grupos sociais abastados da pólis, que por não terem que se dedicar às atividades produtivas,
possuíam melhores condições de atuar no espaço público. Assim sendo, o filósofo grego mostra sua
oposição ao modelo democrático desenvolvido em Atenas, que permitiu a participação de camponeses e
soldados nos rumos da cidade.
- A alternativa C está incorreta, pois Aristóteles sugere que o modelo aristocrático seria superior à ideia
de democracia consolidada em Atenas.
- A alternativa D está incorreta, afinal o tempo dedicado aos órgãos de justiça não era entendido como
livre. Além disso, Aristóteles mostra-se contrário à concepção de justiça desenvolvida em Atenas, que
considerava todos os cidadãos iguais perante a lei, dotados de direito de tomar a palavra e de ocuparem
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cargos públicos na pólis.


- A alternativa E está incorreta, afinal camponeses e outros cidadãos desprivilegiados economicamente
também participavam das decisões políticas. Uma forma encontrada em Atenas para estimular isso foi a
implementação da mistoforia, implementada durante o tempo de Péricles.
Gabarito: B
18. (2009/Enem PPL)
Em seu discurso em honra dos primeiros mortos na Guerra do Peloponeso (séc. V a.C.), o ateniense
Péricles fez um longo elogio fúnebre, exposto na obra do historiador Tucídides. Ao enfatizar o respeito
dos atenienses à lei e seu amor ao belo, o estadista ateniense tinha em mente um outro tipo de
organização de Estado e sociedade, contra o qual os gregos se haviam batido 50 anos antes e que se
caracterizava por uma administração eficiente que concedia autonomia aos diferentes povos e era
marcada pela construção de grandes obras e conquistas.
PRADO, A. L. A.,Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro I, São Paulo, Martins Fontes (com adaptações).

O “outro tipo de organização de Estado e sociedade" ao qual Péricles se refere era


a) o mundo dos impérios orientais, que rivalizava comercialmente com a Atenas de Péricles.
b) o Império Persa, que, apesar de possuir um vasto território, tentou, em vão, conquistar a Grécia.
c) o universo dos demais gregos, que não viviam sob uma democracia, já que esta era exclusividade de
Atenas.
d) o Alto Império Romano, que, se destacava pela supremacia militar e pelo intenso desenvolvimento
econômico.
e) o mundo dos espartanos, que, desconhecendo a escrita e a lei, eram guiados pelo autoritarismo
teocrático de seus líderes.

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Comentários
- A alternativa A está incorreta. O Império Persa não rivalizava com a supremacia comercial exercida por
Atenas na Hélade, porém buscou expandir seus domínios avançando sobre a região.
- A alternativa B é a resposta. No contexto das chamadas Guerras Médicas, o Império Persa (ou
Aquemênida) direcionou suas pretensões expansionistas sobre a Hélade, o que levou as poleis gregas a
organizarem contra o inimigo comum. Em Atenas, a ideia de superioridade do modelo democrático foi
reforçada por políticos e pensadores ligados à cidade-Estado, contrapondo-se às ideias de tirania e
barbárie com as quais representavam o Império persa.
- A alternativa C está incorreta, afinal outras cidades-Estado gregas também adotaram o sistema
democrático.
- A alternativa D está incorreta, afinal o Império Romano se consolidou séculos depois da Guerra do
Peloponeso.
- A alternativa E está incorreta, pois Esparta era uma oligarquia regida pelas suas próprias leis e governada
pelos esparciatas.
Gabarito: B
19. (2000/Enem)
"Somos servos da lei para podermos ser livres." Cícero.
"O que apraz ao príncipe tem força de lei." Ulpiano.
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As frases acima são de dois cidadãos da Roma Clássica que viveram praticamente no mesmo século,
quando ocorreu a transição da República (Cícero) para o Império (Ulpiano). Tendo como base as sentenças
acima, considere as afirmações:
I. A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não levavam em
consideração as normas jurídicas.
II. Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os representantes
escolhidos pelo povo romano.
III. A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam quando começavam os direitos de
outro cidadão.
IV. Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana.
Estão corretas, apenas:
a) I e III.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
Comentários
- A afirmativa I está incorreta, afinal um dos principais legados desta civilização é justamente o Direito
Romano, base para diversos ordenamentos jurídicos dos dias atuais.
- A afirmativa II está incorreta, uma vez que não há elementos nas frases de Ulpiano e Cícero que
corroborem com a ideia de que a lei era resultado de discussões de representantes do povo.

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- A afirmativa III está correta, afinal Cícero julga que a liberdade está condicionada a subordinação dos
indivíduos à legislação romana.
- A afirmativa IV está correta, afinal o jurista Ulpiano evidencia em sua frase que a vontade imperial
tinha o mesmo efeito de uma lei, embora o augusto se sobrepusesse a todas as instituições romanas.
Como somente as afirmações III e I estão corretas, a alternativa D é a resposta.
Gabarito: D

20. (Enem Digital/2020)


Na Grécia, o conceito de povo abrange tão somente aqueles indivíduos considerados cidadãos. Assim é
possível perceber que o conceito de povo era muito destrutivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma
democrática vivenciado experimental da presidência dos atenienses no século IV e V a.C. pode ser
caracterizada, fundamentalmente, como direta.
MANDUCO, A Ciência política São Paulo Saraiva. 2011.
Naquele contexto, a emergência do sistema de governo mencionado no excerto promoveu o(a)
a) competição para escolha de representantes.
b) campanha pela revitalização das oligarquias.
c) estabelecimento de mandato temporário.
d) declínio da sociedade civil organizada.
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e) participação no exercício do poder.


Comentários
– A alternativa A está incorreta. A democracia grega não é representativa, ou seja, os cidadãos participam
diretamente das deliberações acerca dos rumos da pólis.
– A alternativa B está incorreta, pois o sistema democrático buscou garantir igualdade de participação dos
cidadãos na cidade, ideia diametralmente oposta à verificada nos regimes oligárquicos (ou seja, naqueles
em que apenas uma restrita camada de indivíduos possui direitos políticos).
- A alternativa C está incorreta. Apesar da existência de cargos temporários no regime democrático, o
texto não versa sobre essa questão.
– A alternativa D está incorreta. A consolidação do regime democrático em Atenas permitiu que as
decisões políticas passassem a ser tomadas coletivamente na ágora.
– A alternativa E é a resposta. O desenvolvimento do regime democrático na Grécia Antiga baseou-se na
garantia de igualdade de participação entre os cidadãos da pólis no espaço público.
Gabarito: D

21. (2018/Unesp)

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(http://recursostic.educacion.es.)

O mapa do Império Romano na época de Augusto (27 a.C.–14 d.C.) demonstra


a) a dificuldade das tropas romanas de avançar sobre territórios da África e a concentração dos domínios
imperiais no continente europeu.
b) a resistência do Egito e de Cartago, que conseguiram impedir o avanço romano sobre seus territórios.
c) a conformação do maior império da Antiguidade e a imposição do poder romano sobre os chineses e
indianos.
d) a iminência de conflitos religiosos, resultantes da tensão provocada pela conquista de Jerusalém pelos
cristãos.
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e) a importância do Mar Mediterrâneo para a expansão imperial e para a circulação entre as áreas de
hegemonia romana.
Comentários
- A partir da análise do mapa acima, conclui-se que a alternativa A está incorreta, uma vez que toda a
costa norte do continente africano foi dominada pelos romanos, bem como regiões do Oriente Próximo.
- A alternativa B está incorreta pelo fato de ressaltar a resistência de Cartago e Egito diante do
expansionismo romano no período republicano, mas que já se encontravam sob seus domínios durante
o principado de Augusto.
- A afirmativa C está parcialmente correta, afinal o mapa exposto pela questão retrata o império
romano, que como vimos nesta unidade, foi o maior da Antiguidade. Contudo, os domínios de Roma se
concentraram no entorno do Mar Mediterrâneo, do qual os territórios chinês e indiano se encontram
bem afastados. Mesmo que o candidato fique em dúvida quanto aos limites deste vasto império,
algumas noções geográficas sobre o posicionamento da Índia e China no mapa-múndi o auxiliam a
constatar que estes territórios não foram representados na imagem, e que com isso a alternativa C está
incorreta.
- A alternativa D é uma “pegadinha”, afinal induz o vestibulando a associar o mapa à expansão islâmica
ocorrida durante a Idade Média, após a desagregação do Império Romano do Ocidente. Vale destacar,
no entanto, que a conquista muçulmana parte da península arábica até a península ibérica, passando
por toda a região costeira do norte da África; e diferentemente do expansionismo romano, não
contemplou territórios da Europa banhados pelo Mediterrâneo, com exceção da porção territorial já
mencionada. O cerco de Jerusalém promovido pelos cristãos e mencionado na alternativa só viria a
ocorrer no ano 1099, muitos séculos após o término do principado de Otávio. Devido a isso, a
alternativa D está incorreta.

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- Conforme destaca o mapa acima, ao longo do período republicano os romanos estenderam seus
domínios por todo o litoral do Mar Mediterrâneo, que devido a isso torna-se conhecido por eles como
“mare nostrum” – nosso mar, em latim. Seu expansionismo se inicia a partir das chamadas Guerras
Púnicas, nos séculos III e II a.C., conflito resultante das disputas travadas com Cartago pela hegemonia
comercial no Mediterrâneo. Após a derrota dos cartagineses, Roma se torna o principal centro
econômico da Antiguidade, controlando rotas de produtos como trigo, madeira, cobre, peles,
especiarias e metais preciosos. Assim sendo, a alternativa E está correta.
Gabarito: E

22. (2017/Unesp)
Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os Gregos tinham uma profunda
consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário,
considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa e o livre espírito de
invenção de uma determinada comunidade para resolver os diversos problemas políticos ou culturais que
se colocavam para ela.
(Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.)

O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade:


a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvimento das belas-artes.
b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas.
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c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constituição de governos tirânicos.


d) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação.
e) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras.
Comentários

Embora a Hélade se assemelhasse a um mosaico de cidades-Estado durante o período clássico,


os gregos compartilhavam de uma língua comum e diversos elementos religiosos, além de estimularem
uma interação permanente por meio dos jogos olímpicos, até então concorridos somente por
habitantes da Grécia. Estes padrões culturais comuns contribuíram para a formação de uma única
civilização, conforme expressa a alternativa D. Por fim, cabe destacar que o excerto de Moses Finley não
insinua haver igualdade social nas pólis ou que fossem militarmente débeis, tampouco faz reflexões
sobre as belas-artes ou sobre o surgimento do pensamento filosófico, o que tornam incorretas as
alternativas A, B, C e E.

Gabarito: D.

23. (2016/Unesp)
A cidade tira de seu império uma parte da honra, da qual todos vós vos gloriais, e que deveis
legitimamente apoiar; não vos esquiveis às provas, se não renunciais também a buscar as honras; e não
penseis que se trata apenas, nesta questão, de ser escravos em vez de livres: trata-se da perda de um
império, e do risco ligado ao ódio que aí contraístes.
(Péricles apud Pierre Cabanes. Introdução à história da Antiguidade, 2009.)

O discurso de Péricles, no século V a.C., convoca os atenienses para lutar na Guerra do Peloponeso e
enfatiza

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a) a rejeição à escravidão em Atenas e a defesa do trabalho livre como base de toda sociedade
democrática.
b) a defesa da democracia, por Atenas, diante das ameaças aristocráticas de Roma.
c) a rejeição à tirania como forma de governo e a celebração da república ateniense.
d) a defesa do território ateniense, frente à investida militar das tropas cartaginesas.
e) a defesa do poder de Atenas e a sua disposição de manter-se à frente de uma confederação de cidades.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, uma vez que em nenhum momento Péricles questiona a conciliação do
regime democrático com o sistema escravista em Atenas, mas alerta para a possibilidade de os habitantes
serem submetidos ao domínio de seus inimigos da Liga do Peloponeso.
- A ameaça a qual se refere Péricles não partiu de Roma, mas sim da Liga do Peloponeso, confederação
de cidades contrárias ao expansionismo ateniense que eram lideradas por Esparta. Assim sendo, a
alternativa B está incorreta.
- A alternativa C está incorreta, afinal o discurso de Péricles não reflete sobre a condição política da pólis
ateniense, mas sim sobre a necessidade de defendê-la diante da ameaça exercida por Esparta.
- A alternativa D está incorreta, uma vez que a Guerra do Peloponeso foi um conflito travado entre a Liga
de Delfos, comandada por Atenas, e a Liga do Peloponeso, comandada por Esparta. Aqui há uma
“pegadinha” para os vestibulandos desatentos, afinal quem enfrentou os cartagineses foram os romanos,
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durante as chamadas Guerras Púnicas.


- Péricles alerta seus concidadãos de Atenas da necessidade de manterem sua hegemonia sob as cidades-
Estado da confederação de Delos, do contrário, poderiam deixar de serem a potência imperialista que
haviam se tornado. A alternativa E, portanto, é a correta.
Gabarito: E.

Leia o texto para responder às questões de números 24 e 25.


A partir do século VII a.C., muitas comunidades nas ilhas, na Grécia continental, nas costas da Turquia e
na Itália construíram grandes templos destinados a deuses específicos: os deuses de cada cidade. As
construções de templos foram verdadeiramente monumentais. [...] Tornaram-se as novas moradias dos
deuses. Não eram mais deuses de uma família aristocrática ou de uma etnia, mas de uma pólis. Eram os
deuses da comunidade como um todo. A religião surgiu, assim, como um fator aglutinador das forças
cooperativas da pólis. [...] A construção monumental foi influenciada por modelos egípcios e orientais.
Sem as proezas de cálculo matemático, desenvolvidas na Mesopotâmia e no Egito, os grandes
monumentos gregos teriam sido impossíveis.
(Norberto Luiz Guarinello. História antiga, 2013.)
24. (2015/Unesp)
Segundo o texto, um papel fundamental da religião, na Grécia antiga, foi o de
a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e permitir a igualdade social.
b) estabelecer identidade e vínculos comunitários e unificar as crenças.
c) impedir a persistência do paganismo e afirmar os valores cristãos.
d) eliminar a integração política, militar e cultural entre as cidades-estados.

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e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar as formas de culto populares.


Comentários
- Como vimos, a sociedade ateniense permanece dividida em cinco camadas durante toda a Antiguidade:
eupátridas, aristocratas que possuíam grandes propriedades de terras; os georgóis pequenos
proprietários de terras; os demiurgos, comerciantes nascidos em Atenas; metecos estrangeiros
geralmente dedicados ao comércio, e os escravos. Assim sendo, a alternativa A está incorreta.
- O termo paganismo empregado pela alternativa C geralmente é utilizado para definir religiões
politeístas, o que inclui também as crenças da Grécia Antiga. Assim sendo, o processo descrito pelo autor
do trecho acima não evidencia a formação de valores cristãos, afinal ele trata de um processo ocorrido
séculos antes do nascimento de Cristo. Ou seja, a alternativa C está incorreta.
- A alternativa D está incorreta, uma vez que Guarinello destaca o papel da religião enquanto “fator
aglutinador das forças cooperativas da pólis”, portanto o contrário do que sugere esta afirmativa.
- De acordo com Norberto Guarinello, o culto aos deuses progressivamente deixou de ser atrelado às
famílias aristocráticas gregas para se tornarem celebrações públicas que contribuíam para constituição
de uma identidade comum a todos os habitantes da polis. Com isso, a alternativa E está incorreta,
enquanto a alternativa B é a correta.
Gabarito: B

25. (2015/Unesp)
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A relação estabelecida no texto entre a arquitetura grega e a arquitetura egípcia e oriental pode ser
justificada pela
a) circulação e comunicação entre povos da região mediterrânica e do Oriente Próximo, que facilitaram a
expansão das construções em pedra.
b) dominação política e militar que as cidades-estados gregas, lideradas por Esparta, impuseram ao
Oriente Próximo.
c) presença hegemônica de povos de origem árabe na região mediterrânica, que contribuiu para a
expansão do Islamismo.
d) difusão do helenismo na região mediterrânica, que assegurou a incorporação de elementos culturais
dos povos dominados.
e) força unificadora do cristianismo, que assegurou a integração e as recíprocas influências culturais entre
a Europa e o norte da África.
Comentários
- A alternativa A é a correta, afinal as relações comerciais estabelecidas entre Grécia e o Oriente Próximo
permitiram o intercâmbio de técnicas e saberes em áreas como a arquitetura e a matemática.
- Os domínios de Esparta não ultrapassaram a península do Peloponeso, região na qual esta cidade-Estado
se encontrava. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. Quanto a Atenas, o seu domínio era de caráter
comercial, e não militar.
- Alternativa incorreta. A “arabização” do Mediterrâneo só ocorreu durante a Idade Média, após a
desintegração do Império Romano do Ocidente. Este será um tema que veremos em nossa próxima aula!

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- Embora os gregos tenham se expandido pelo Mediterrâneo ao longo do período clássico, não ocorre
uma dominação sobre os demais povos, mas sim o exercício de sua supremacia comercial. Com isso, a
alternativa D está incorreta.
- A formação do cristianismo ocorre muito tempo após o processo descrito pelo enunciado, e por isso a
alternativa E está incorreta.
Gabarito: A

26. (2014/Unesp)
Os gastos militares intensificaram-se a partir dos séculos III e IV d.C., devido
a) ao esforço romano de expandir suas fronteiras para o centro da África.
b) às perseguições contra os cristãos, que, bem sucedidas, permitiram o pleno retorno ao politeísmo.
c) à necessidade de defesa diante de ataques simultâneos de bárbaros em várias partes da fronteira.
d) aos anseios expansionistas, que levaram os romanos a buscar o controle armado e comercial do mar
Mediterrâneo.
e) à guerra contra Cartago pelo controle de terras no norte da África e na Península Ibérica.
Comentários
- Enquanto conduziu sua política expansionista, não houve interesse de Roma em promover campanhas
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militares na África Central, mas sim no litoral norte deste continente, região de grande produção
cerealista e detentora de importantes centros comerciais. Dito isso, a alternativa A está incorreta.
- Embora o Império Romano tenha se dedicado à perseguição de cristãos durante séculos, esta prática
foi cessada por meio do Édito de Milão, pelo qual o imperador Constantino concedeu liberdade de culto
a estes fiéis. Tempos depois, o imperador Teodósio I tornou o cristianismo religião oficial do Império,
condição que seria mantida até a desintegração do mundo romano, no século V. Assim sendo, a
alternativa B está incorreta.
- A partir do século III, a presença de diversos povos germânicos nos limites do Império Romano fez
necessário o aumento de gastos com efetivos militares, embora não tenha sido o suficiente para evitar
sua desfragmentação, dois séculos depois. Dito isso, podemos considerar correta a alternativa C.
- O Mare Nostrum, forma como se referiam os romanos ao Mar Mediterrâneo, foi circuncidado por
áreas dominadas por eles ao longo de séculos de políticas expansionistas. Contudo, a hegemonia
exercida pelo Império não era comercial, mas militar. Assim sendo, a alternativa D está incorreta.
- As Guerras Púnicas, nas quais a alternativa E faz referência, foram travadas entre Roma e Cartago
entre os anos 264 e 146 a.C. – séculos antes, portanto, daqueles mencionados pelo enunciado da
questão. Assim sendo, o item E está incorreto.
Gabarito: C.

27. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Roma, surgida de uma união de povos, sabia conviver com as diferenças e adotava, por vezes, uma
engenhosa tática para evitar a oposição e cooptar possíveis inimigos: incluir membros das elites de povos
aliados na órbita romana, com a concessão de direitos totais ou parciais de cidadania. Assim, havia povos
que se aliavam aos romanos e seus governantes tornavam-se seus amigos, enquanto outros lutavam e,
ao perderem, eram submetidos ao jugo romano.

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FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002. p. 54.

O excerto permite afirmar corretamente que a concepção de cidadania no Império Romano


a) era condicionada à adoção dos elementos culturais romanos pelos povos conquistados.
b) foi ampliada conforme foram reproduzidas práticas inspiradas na democracia ateniense.
c) permaneceu restrita ao patriciado romano durante os períodos republicano e imperial.
d) apresentou certa fluidez nos critérios de inclusão de novos agentes na esfera pública.
e) concebeu a inclusão parcial de mulheres e cativos situados nos domínios romanos.
Comentários
▪ A alternativa A está incorreta, afinal Roma possuía certa tolerância às práticas culturais dos povos
conquistados, não sendo elas critérios para a o reconhecimento de certos direitos civis nos limites
do Império Romano.
▪ A alternativa B está incorreta, afinal a ideia de cidadania entre os romanos se mostrou mais
alargada que o modelo ateniense, que reconhecia apenas como cidadãos homens maiores de 18
anos e filhos de pais atenienses. Roma, por sua vez, estendia o gozo de certos direitos civis a povos
conquistados.
▪ A alternativa C está incorreta. Embora a ideia de cidadania tenha permanecido restrita durante as
fases monárquica e republicana da Roma Antiga, verificou-se durante o período imperial a
extensão da ideia de cidadania. Cabe aqui mencionarmos o Édito de Caracala, que em 212 d.C.
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reconheceu como cidadãos todos os homens livres que habitavam o Império.


▪ A alternativa D é a resposta, afinal verificou-se a expansão do acesso à direitos pelos povos
conquistados pelos romanos, que eram diferenciados conforme o grau das alianças firmadas com
os dominadores.
▪ A alternativa E está incorreta, pois mulheres e escravizados não eram reconhecidos como cidadãos
no mundo romano.
Observação: Uma questão sobre Grécia ou Roma na Antiguidade é esperada na prova da Unesp.
Assim sendo, busque conhecer as principais características de cada uma dessas civilizações.

Gabarito: D

28. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Admirados com a imponência dos palácios cretenses, os gregos criaram a história do minotauro e do
labirinto. Segundo a lenda, o rei Minos, de Creta, em vingança pela morte de seu filho Andrógeos na Ática,
começou a exigir como tributo sete meninos e sete meninas atenienses, que eram oferecidos, de tempos
em tempos, ao Minotauro, uma criatura assustadora, meio homem, meio touro, que os devorava. Esta
famosa lenda demonstra o quanto a civilização cretense impressionou os antigos gregos.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2002. p. 11.

Com base nas informações do texto, pode-se afirmar que


a) a produção mítica era decorrente da incompreensão do patrimônio arqueológico.
b) as figuras lendárias eram utilizadas para explicar as origens do poder político.
c) os gregos recorriam às narrativas míticas para significar vestígios do passado.
d) o apelo ao fantástico revela uma intenção de falseamento da memória coletiva.
e) a elaboração dos mitos impediu que os gregos compreendessem o tempo histórico.

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Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a produção mítica é decorrente da necessidade dos gregos de
conferir sentido aos elementos verificados ao seu redor.
- A alternativa B está incorreta, afinal o texto destaca como as ruínas de Creta suscitaram o imaginário
grego e estimularam a produção de uma narrativa que desse sentido a elas.
- A alternativa C é a resposta. Conforme destaca o texto, a lenda do Minotauro sugere como as ruínas de
Creta chamaram a atenção dos gregos antigos, na medida em que conferiu a elas uma origem e sentido.
- A alternativa D está incorreta, afinal os mitos da Antiguidade não possuem a intenção de serem
falseadores, mas significar o mundo.
- A alternativa E está incorreta, pois na Grécia também surgiram as primeiras produções históricas,
destacando-se os trabalhos de Heródoto e Tucídides.
Gabarito: C

29. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Costuma-se perguntar por que os romanos gastavam tantos fundos e trabalho para erigir essas imensas
fileiras de arcos, quando sabiam muito bem transportar água em tubulações, e, faziam isso dentro das
paredes de suas metrópoles em grau considerável. Uma resposta a essa questão pode ser encontrada
quando a examinamos a partir do ponto de uma “visão política” da arte romana e da construção dos
aquedutos.
CALOSSE, J.P. Arte Romana. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2017. Adaptado.
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Considerando a “visão política” a que refere o texto, a monumentalidade da arquitetura romana


expressava
a) a afirmação da autoridade por meio de obras reivindicadas pelos cidadãos urbanos.
b) a legitimação dos imperadores e o abastecimento do império em toda a sua extensão.
c) o reforço do poder do Senado e a garantia de saneamento aos cidadãos das cidades.
d) a influência das técnicas legadas pelos gregos a partir da adoção de grandes arcos.
e) a ostentação do poder dos imperadores e a afirmação da grandiosidade do Império.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal as obras de engenharia na Roma Antiga eram idealizadas pelos
próprios governantes, não sendo consultado o povo acerca dos projetos.
- A alternativa B está incorreta, pois nem todas as regiões do Império foram contempladas com a
construção de aquedutos.
- A alternativa C está incorreta, uma vez que as obras eram erguidas a mando dos imperadores
romanos.
- A alternativa D está incorreta, pois o uso de arcos e abóbadas pela arte romana foi legada pela
influência dos etruscos.
- A alternativa E é a resposta. As grandiloquentes obras romanas visavam louvar o poder dos
imperadores e a grandeza do próprio do Império.
Nota do professor: São recorrentes nas provas de História da Unesp questões que abordem a
Antiguidade Clássica. Fique atento às principais características das civilizações grega e romana.

Gabarito: E

30. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)

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Chegado a Canopo, e tendo circundado o Lago Mareótis ele desembarca lá onde foi fundada a atual cidade
de Alexandria, a qual deveu seu nome a Alexandre. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito para fundar
uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar as mãos à obra fez com que ele próprio traçasse
o plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários dos deuses (deuses gregos e da Ísis egípcia) e do muro
externo. Ofereceu sacrifícios pelos projetos, sendo as vítimas favoráveis.
(PINSKY, Jaime (org.). 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2019.)

A fundação de Alexandria, narrada por Flávio Ariano no século I d.C., denota


a) a imposição das instituições democráticas sobre povos considerados bárbaros.
b) a valorização do pensamento mítico em detrimento dos saberes científicos.
c) o abandono da construção de edificações monumentais no período helenístico.
d) a resistência dos egípcios à dominação promovida pelo Império helenístico.
e) o intercâmbio de saberes e crenças entre o mundo helênico e regiões do Oriente.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal a existência de uma ágora no projeto arquitetônico de Alexandria
não indica a adoção de um sistema democrático. O Império Helenístico retirou a autonomia das cidades-
Estado do mundo antigo, conferindo aos generais aliados de Alexandre a responsabilidade de gestão
dos territórios dominados (no caso do Egito, a administração coube à Ptolomeu). Por fim, cabe destacar
que ágora é o nome dado ao espaço de convício coletivo em diversas cidades da Antiguidade, não
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indicando necessariamente a adoção de um modelo democrático de governo.


- A alternativa B está incorreta, afinal o período helenístico foi marcado por diversos saberes científicos.
Na Matemática, destacaram-se os estudos de Euclides, habitante de Alexandre; na Física, a produção de
Arquimedes de Siracusa, ao passo que na Astronomia, se difundiram com rapidez os escritos de
Ptolomeu, cuja teoria geocentrista (ou seja, que o Sol girava em torno da Terra) foi mantida em voga até
a Idade Moderna.
- A alternativa C está incorreta, afinal a arquitetura helenística tinha como traço fundamental a
monumentalidade, sendo exemplos disso o Farol de Alexandria e o Colosso de Rodes, que integravam as
chamadas Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
- A alternativa D está incorreta, afinal o texto sugere o reconhecimento dos egípcios da autoridade
exercida por Alexandre. Cabe lembrar que o imperador era considerado um faraó na região.
- A alternativa E é a resposta. A curta duração do Império Macedônico não o impediu de transmitir suas
próprias contribuições culturais sobre os territórios conquistados, que em boa medida eram originados
da Grécia, mas também mantinham elementos vindos do Oriente.
Nota do professor: Uma questão sobre Antiguidade é esperada nas provas da Unesp. Sobre o
período helenístico, chamo atenção para dois pontos essenciais: a perda de autonomia das cidades-
Estado, subordinadas a uma estrutura imperial, e o intercâmbio cultural ocorrido entre o mundo
helênico e o Oriente Próximo, o que contribuiu para a formação de uma cultura cosmopolita e para
que diversos avanços científicos ocorressem.

Gabarito: E

31. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


O poderio dos Atenienses aumentava cada vez mais, o que vinha provar ser mais vantajoso o equilíbrio
de forças entre os cidadãos e o governo. Basta este exemplo para demonstrá-lo: durante o tempo que os
Atenienses estiveram sob o poder dos tiranos não se distinguiram na guerra mais do que seus vizinhos;
logo, porém, que sacudiram o jugo, adquiriram sobre eles uma enorme superioridade. Isso prova que, no

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tempo da servidão, se portavam com covardia com propósito deliberado, porque trabalhavam para um
senhor. Recuperando a liberdade, cada qual se dedicou intensamente a trabalhar com ardor para si
mesmo.
Heródoto. História, volume 2. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. p. 43.

O relato do historiador grego Heródoto, escrito na primeira metade do século V a.C.,


a) explicita o valor dos governos tirânicos em momentos extraordinários para garantir a concentração de
recursos militares utilizados na proteção da cidade.
b) considera que a coragem foi uma virtude desenvolvida pelos atenienses somente após a criação da
forma de governo que sucedeu o fim dos governos tirânicos.
c) destaca o individualismo como um valor gerado pelo sistema democrático vigente em Atenas e que
conferiu a superioridade dos gregos em relação aos bárbaros.
d) associa a supremacia da pólis na Hélade ao desenvolvimento de um sistema de governo no qual os
cidadãos participavam da tomada de decisões de maneira direta.
e) identifica a transição do trabalho servil para o trabalho autônomo como um fator decisivo para a
consolidação da democracia ateniense e do poderio da pólis na Grécia.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o autor considera positiva o fim dos governos tirânicos para a
consolidação do poderio da pólis na Grécia.
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- A alternativa B está incorreta, pois a coragem era uma das virtudes prezadas pelos gregos e que
integrava à ideia de Aretê.
- A alternativa C está incorreta, afinal o individualismo não era apreciado entre gregos da Antiguidade,
mas a deliberação conjunta das questões que diziam respeito aos rumos da pólis.
- A alternativa D é a resposta. O século V a.C. é considerado o “século de Péricles”, governante de
Atenas entre 444 a.C. e 429 e a “Idade de Ouro” da democracia ateniense. Para o autor, a supremacia
militar dessa cidade-Estado na região da Grécia está diretamente relacionada à consolidação do sistema
democrático, pois o fim dos governos tirânicos conferiu aos cidadãos a possibilitarem de tomarem o
poder em suas mãos de maneira conjunta e se dedicarem ao fortalecimento da pólis.
- A alternativa E está incorreta, afinal o texto não se refere a transformações no sistema produtivo, mas
na adoção da democracia como forma de governo.
Gabarito: D

32. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio)


Temos um regime que nada tem a invejar das leis estrangeiras. Somos, antes, exemplos que imitadores.
Nominalmente, como as coisas não dependem de uma minoria, mas, ao contrário, da maioria, o regime
se denomina democracia. No entanto, se, em matéria de divergências particulares, a igualdade de todos
diante da lei é assegurada [...].
(TUCÍDIDES. A democracia grega vista por Péricles. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de história antiga. São Paulo: Contexto, 2019. p. 94.)

Sobre a democracia ateniense, na Antiguidade Clássica, é correto afirmar:


a) foi um modelo que passou a exercer grande influência sobre as demais regiões da Hélade durante o
período helenístico, quando foi difundido pelos macedônicos.
b) foi pautada pelo reconhecimento de que todos os habitantes de Atenas deveriam ser julgados
igualmente e dispunham do direito de deliberar sobre os rumos da cidade.

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c) foi incorporada por todas as poleis gregas durante o período clássico, em razão da derrota da Liga do
Peloponeso e do modelo oligárquico na Guerra do Peloponeso.
d) foi um sistema político pautado na preocupação de garantir aos cidadãos da pólis condições de acesso
aos cargos políticos e de se manifestar na assembleia.
e) foi forjado pela necessidade de alargamento do acesso à participação política e à propriedade, o que
contribui para o declínio das elites econômicas atenienses.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o período helenístico foi marcado pelo declínio da autonomia
política desfrutada pelas poleis gregas, que foram subjugadas pelo domínio macedônico.
- A alternativa B está incorreta, afinal mulheres, estrangeiros e escravizados não eram considerados
cidadãos em Atenas.
- A alternativa C está incorreta. Embora tenha inspirado organizações políticas de outras pólis, a
democracia não foi adotada por toda a Grécia. Um exemplo disso foi Esparta, que conservou uma
estrutura oligárquica.
- A alternativa D é a resposta. A democracia grega era baseada em três princípios:
▪ ISONOMIA: igualdade de todos os cidadãos perante as leis da cidade, sem distinções sociais;
▪ ISEGORIA: noção de que todos os cidadãos tinham o direito de fazer uso da palavra e de
serem ouvidos na pólis;
▪ ISOCRACIA: todos os cidadãos tinham o direito e o dever de participar da vida política da
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pólis, a partir da igualdade nas condições de acesso aos cargos políticos.


- A alternativa E está incorreta, afinal a democracia não estabeleceu uma igualdade econômica entre os
cidadãos, mas política. Com isso, a existência de grupos econômicos mais favorecidos permaneceu na
pólis.
Gabarito: D

33. (2018/Unicamp)

A imagem acima retrata parte do mosaico romano de Nennig, um dos mais bem conservados que se
encontram até o momento no norte da Europa. A composição conta com mais de 160 m² e apresenta
como tema cenas próprias de um anfiteatro romano.
(https://fr.wikipedia.org/wiki/Perl_(Sarre)#/media/File:Retiarius_stabs_secutor_(color).jpg. Acessado em 12/08/2016.)

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A partir da leitura da imagem e do conhecimento sobre o período em questão, pode-se afirmar


corretamente que a imagem representa
a) uma luta entre três gladiadores, prática popular entre membros da elite romana do século III d. C, que
foi criticada pelos cristãos.
b) a popularidade das atividades circenses entre os romanos, prática de cunho religioso que envolvia os
prisioneiros de guerra.
c) uma das ações da política do pão e do circo, estratégia da elite romana que usava cidadãos romanos na
arena, para lutarem entre si e, assim, divertir o povo.
d) uma luta entre gladiadores, prática que tinha inúmeras funções naquela sociedade, como a diversão, a
tentativa de controle social e a valorização da guerra.
Comentários
- As alternativas A e C estão incorretas, uma vez que os gladiadores geralmente era homens de origem
escrava.
- A alternativa B está incorreta, afinal as atividades esportivas desenvolvidas nos anfiteatros da Roma
antiga não tinham caráter religioso, mas recreativo.
- Conforme destacamos em nosso curso, as lutas de gladiadores, bem como outros divertimentos públicos
promovidos pelos imperadores, objetivavam promover o entretenimento para a plebe, a fim de que
fossem evitadas reações populares motivadas pelas duras condições impostas a essa classe. Ao mesmo
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tempo, as lutas travadas nos anfiteatros romanos eram importantes ingredientes na formação de uma
cultura militarizada, adequada às pretensões de um Império em constante expansão. A alternativa D,
portanto é a correta.
Gabarito: D

34. (2018/Unicamp)
Os gregos sentiram paixão pelo humano, por suas capacidades, por sua energia construtiva. Por isso,
inventaram a polis: a comunidade cidadã em cujo espaço artificial, antropocêntrico, não governa a
necessidade da natureza, nem a vontade dos deuses, mas a liberdade dos homens, isto é, sua capacidade
de raciocinar, de discutir, de escolher e de destituir dirigentes, de criar problemas e propor soluções. O
nome pelo qual hoje conhecemos essa invenção grega, a mais revolucionária, politicamente falando, que
já se produziu na história humana, é democracia.
(Adaptado de Fernando Savater, Política para meu filho. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 77.)

Assinale a alternativa correta, considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga.
a) Para os gregos, a cidade era o espaço do exercício da liberdade dos homens e da tirania dos deuses.
b) Os gregos inventaram a democracia, que tinha então o mesmo funcionamento do sistema político
vigente atualmente no Brasil.
c) Para os gregos, a liberdade dos homens era exercida na polis e estava relacionada à capacidade de
invenção da política.
d) A democracia foi uma invenção grega que criou problemas em função do excesso de liberdade dos
homens.
Comentários
Uma questão de interpretação de texto. Vejamos as alternativas:

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- A alternativa A está incorreta, pois conforme destaca o próprio texto, a polis era um espaço
“antropocêntrico”, insubmisso à “vontade dos deuses”.
- Enquanto na democracia dos antigos as decisões eram tomadas diretamente pelo corpo de cidadãos, na
democracia moderna – incluindo a brasileira – a democracia apresentar caráter indireto, ou seja, os
cidadãos elegem um conjunto de parlamentares responsáveis pela administração pública. A alternativa
B, portanto, está incorreta.
- A alternativa C é a correta. Citando um trecho do próprio texto do enunciado, a pólis era uma
comunidade de cidadãos profundamente marcada pela liberdade para deliberar sobre os rumos da pólis.
Tendo isso em conta, para muitos historiadores e filósofos os gregos foram os responsáveis pela invenção
da política, uma vez que a partir da experiência ateniense foi criada uma nova concepção acerca do poder
e autoridade, dissociada de figuras despóticas.
- A alternativa D está incorreta, afinal a “liberdade” a qual se refere o enunciado diz respeito à
possibilidade dos cidadãos de se colocarem de maneira propositiva na cena pública.
Gabarito: C

35. (2018/Fuvest)
Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas gregas e orientais, alargaram o espaço da
civilização urbana da Antiguidade clássica, diluindo-lhe a substância [...]. De 200 a.C. em diante, o poder
imperial romano avançou para leste [...] e nos meados do século II as suas legiões haviam esmagado todas
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as barreiras sérias de resistência do Oriente.


P. Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982.

Na região das formações sociais gregas,


a) a autonomia das cidades estado manteve se intocável, apesar da centralização política implementada
pelos imperadores helenísticos.
b) essas formações e os impérios helenísticos constituíram se com o avanço das conquistas espartanas no
período posterior às guerras no Peloponeso, ao final do século V a.C.
c) a conquista romana caracterizou se por uma forte ofensiva frente à cultura helenística, impondo a
língua latina e cerceando as escolas filosóficas gregas.
d) o Oriente tornou se área preponderante do Império Romano a partir do século III d.C., com a crise do
escravismo, que afetou mais fortemente sua parte ocidental.
e) os espaços foram conquistados pelas tropas romanas, na Grécia e na Ásia Menor, em seu período de
apogeu, devido às lutas intestinas e às rivalidades entre cidades estado.
Comentários
- A alternativa A está incorreta. Como vimos, a dominação macedônica sobre a Grécia retirou a autonomia
das cidades-Estado, o que por sua vez impactou a produção filosófica grega, até então voltada para
questões que envolviam a vida na pólis.
- A alternativa B está incorreta. Ao final da Guerra do Peloponeso, todas as poleis – incluindo Esparta – se
encontravam enfraquecidas, o que deu margem para a que Felipe II, rei dos macedônios, conquistasse a
Hélade.
- A alternativa C está incorreta. Roma incorporou diversos elementos da cultura helênica, incluindo a
filosofia, a mitologia e técnicas de escultura. Nas palavras do historiador romano Horácio, a “Grécia
vencida conquistou seu rude vencedor”.

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- A crise escravista não afetou tão drasticamente o Oriente Romano, uma vez que ali nunca se empregou
este tipo de mão de obra em larga escala. Assim sendo, a partir do século III d.C a porção oriental torna-
se a região mais próspera do Império, sendo ali, mais especificamente na cidade de grega de Bizâncio, o
local escolhido por Constantino para erigir uma nova sede para o Império, chamada de “Nova Roma”. A
alternativa D, portanto, está correta.
- Não foi Roma, mas sim a Macedônia que se aproveitou do enfraquecimento gerado pelas lutas entre
cidades-Estados para conquistar toda a região da Grécia. Assim sendo, a alternativa E está incorreta.
Gabarito: D

36. (2014/Unicamp)
O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito,
podemos afirmar que:
a) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não
compartilhavam dos valores destas mesmas civilizações.
b) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para qualificar povos que não falavam grego e
depois disso deixou de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo.
c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam como inadequados para a conquista, como os
vândalos, por exemplo.
d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que viviam da caça e da coleta, como os persas, em
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oposição aos povos urbanos civilizados.


Comentários
Uma questão que demanda conhecimentos prévios do candidato. Vejamos as alternativas:
- A alternativa A é a correta. Conforme vimos anteriormente, o termo bárbaro era utilizado por gregos e
romanos para denominar os demais povos que não compartilhavam de seus valores culturais.
- A alternativa B está incorreta, afinal o termo inaugurado pelos gregos do clássico continuou a ser
utilizado no Império Romano.
- Todos os povos não romanos, fossem eles passíveis de serem dominados ou não, eram considerados
bárbaros pelos romanos. Assim sendo, a alternativa C está incorreta.
- A alternativa D está incorreta, afinal os persas, que surgem na região que corresponde ao atual Irã,
formaram uma civilização complexa durante a Antiguidade.
Gabarito: A

37. (2017/Fac. Albert Einstein)


“Por muito tempo, entre os historiadores pensou-se que os gregos formavam um povo superior de
guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população local.
Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento mais
complexo. Segundo o pesquisador Moses Finley, a 'chegada dos gregos significou a introdução de um
elemento novo que se misturou com seus predecessores para criar, lentamente, uma nova civilização e
estendê-la como e por onde puderam'.”
Funari, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. Adaptado.
Segundo o texto, a formação da Grécia antiga ocorreu
a) de forma negociada, por meio de alianças e acordos políticos entre os líderes das principais tribos
nativas da península balcânica.

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b) de forma gradual, a partir da integração de povos provenientes de outras regiões com habitantes da
parte sul da península balcânica.
c) de forma planejada, pela expansão militar dos povos nativos da península balcânica sobre territórios
controlados por grupos bárbaros.
d) de forma violenta, com a submissão dos habitantes originais da península balcânica a conquistadores
recém-chegados do norte.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, o texto não dá margem para a interpretação de que essa integração
ocorreu de forma negociada, mas sim a partir de uma interação gradual entre os povos.
- A alternativa B está correta. De acordo com o texto, as migrações dos gregos para a Hélade teriam
ocorrido de maneira gradual e a partir da confluência com povos que já habitavam a região.
- A alternativa C está incorreta, afinal o texto nega a narrativa de que a entrada dos gregos na região teria
sido recorrente de um planejamento militar. Por muito tempo os historiadores assim entendiam as
migrações dos povos gregos, mas novas pesquisas apontam que o processo teria sido diferente.
- A alterativa D está incorreta, afinal o trecho sugere que os povos se inseriram na península balcânica de
maneira gradual e mais complexa do que por meio de um empreendimento militar.
Gabarito: B

38. (2016/Fac. Albert Einstein)


Observe a imagem.
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Maquete da acrópole de Atenas no período clássico.


Marcelo Rede. A Grécia antiga. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 25.

Entre as características da pólis grega, podemos citar a:


a) dimensão híbrida da acrópole, que conjugava espaços religiosos com grandes áreas de plantio e
produção de alimentos.
b) incorporação de elementos arquitetônicos de origem etrusca na construção das habitações populares.
c) conurbação, que provocava a junção de diversas aldeias e cidades numa mesma unidade
administrativa.
d) construção de templos e edifícios públicos em locais altos e o caráter fortificado da acrópole.
Comentários
Essa é uma questão que demanda análise da imagem. Com base nela, vejamos as alternativas:

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- A alternativa A está incorreta, afinal não há elementos na maquete que sugira grandes áreas de plantio
na pólis grega. Além disso, conforme vimos em nossos estudos, sabemos que o ambiente predominante
urbano, sendo ali desenvolvidas atividades comerciais e artesanais.
- A alternativa B está incorreta, afinal os etruscos influenciaram a arquitetura romana.
- A alternativa C está incorreta, pois não há na imagem a junção de zonas urbanas de duas cidades, até
porque as poleis eram unidades administrativas autônomas.
- A alternativa D é a reposta. Conforme é possível observar, prédios de uso comum, sobretudo templos
religiosos, eram construídos em espaços que refletissem sua importância, como os topos de colinas. Além
disso, os muros existentes ao redor da maquete demonstram uma preocupação dos habitantes das poleis
da Antiguidade de se resguardarem de ataques de adversários.
Gabarito: D
39. (2020/Famema)
Leia o excerto sobre a preparação dos rapazes na Grécia Antiga para exercer seu papel de cidadão e pai
de família. Dois tipos de iniciação persistiam nas épocas clássica e helenística em Atenas. A primeira, de
origem mais arcaica, era a apresentação do adolescente à fratria¹ paterna, inicialmente em um sacrifício
oferecido pelo pai aos deuses Zeus e Atena. A segunda, provavelmente estabelecida na época clássica,
era o serviço militar, chamado efebia. Ambas tinham igual importância para os gregos do período, e era
indispensável que o jovem passasse pelas duas.
(Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia Antiga, 1996. Adaptado.)
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¹fratria: grupo de pessoas que acreditavam ter o mesmo ancestral.


De acordo com o excerto, tornar-se cidadão em Atenas dependia
a) da formação intelectual e do pertencimento às tropas da cidade.
b) da aceitação pelo grupo familiar e da preparação para a guerra.
c) do casamento dentro da linhagem e do auxílio militar ao Estado.
d) de pagamentos feitos aos sacerdotes e do combate aos inimigos.
e) do reconhecimento pelas autoridades civis e da capacidade bélica.
Comentários
Uma questão de interpretação de texto. De acordo com o texto, a iniciação dos jovens gregos na
vida adulta durante a Antiguidade perpassava por pelo menos dois rituais. Um deles, de revestimento
religioso, o ligava à sua ancestralidade e reafirmava seus laços familiares, ao passo que o outro consistia
em sua preparação militar, para que pudesse contribuir para os esforços de guerra a que as poleis eram
constantemente submetidas. Dito isso, a alternativa B está correta.
Vejamos as demais alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal não se verificam esforços nestes rituais destacados pelo texto para
estimular a atividade intelectual dos jovens.
- A alternativa C está incorreta, pois o texto não faz menção à casamentos dentro da mesma linhagem
familiar. Além disso, a formação militar dos cidadãos não é vista como um “auxílio” à cidade-Estado,
pois boa parte de suas vidas é dedicada ao cumprimento de obrigações públicas.
- A alternativa D está incorreta, pois os sacrifícios mencionados pelo texto não eram pagos aos
sacerdotes, mas para os próprios deuses.
- A alternativa E está incorreta, pois os ritos de iniciação dos jovens mencionados pelo texto não
perpassavam pelo reconhecimento de lideranças políticas da pólis.
Gabarito: B

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40. (2021/Fac. Santa Casa)


A vitória total do cristianismo deu-se na época do imperador Teodósio, no final do século IV, que concedeu
aos cristãos numerosos privilégios [...]. Enfim, o cristianismo passou de religião do imperador para religião
oficial, primeiro convivendo com o culto aos deuses e, depois, proibindo de vez o paganismo.
(Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma, 2019.)

Para alguns historiadores, a oficialização do cristianismo no Império Romano simbolizou o fim do Mundo
Antigo, pois
a) caracterizou o prevalecimento da lógica medieval de que Deus deve ser representado à imagem e à
semelhança dos reis e imperadores.
b) provocou conflitos internos à sociedade romana, que acabaram por fragmentar social e politicamente
o Império.
c) demonstrou, com o desencadeamento da perseguição aos pagãos, o início da intolerância religiosa da
Idade Moderna.
d) impediu a constituição de alianças e negociações com os povos germânicos, que eram politeístas.
e) revelou, com o triunfo do monoteísmo, o surgimento de uma nova mentalidade e a fusão entre Igreja
e Estado.
Comentários
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- A alternativa A está incorreta, afinal a difusão do pensamento cristão contribuiu para a negação culto e
divinização dos imperadores.
- A alternativa B é a resposta. A difusão do cristianismo durante o Baixo Império contribuiu para o processo
de alteração da cultura romana, que glorificava o militarismo e cultuava os imperadores. Pode-se
entender sua difusão como algo que contribuiu para a alteração da mentalidade ao longo do tempo, o
que comprometeu a autoridade de Roma e suas estruturas.
- A alternativa C está incorreta, afinal a intolerância religiosa é um elemento marcante em todas as eras
históricas da humanidade. Além disso, a perseguição aos pagãos ocorreu na transição do mundo antigo
para a Idade Média.
- A alternativa D está incorreta, afinal muitos povos germânicos se converteram ao cristianismo na
passagem da Antiguidade para a Idade Média no Ocidente.
- A alternativa E está incorreta, pois o triunfo do monoteísmo cristão foi acompanhado da fragmentação
das estruturas políticas centralizadas em torno do Estado e a consolidação da Igreja como a maior
instituição do mundo medieval, detentora de poderes temporais e atemporais.
Gabarito: B
41. (2018/Fac. Santa Casa)
O povo não tem sempre o costume assinalado de pôr uma pessoa qualquer à sua frente, fomentando o
desenvolvimento da sua grandeza? [...] É, portanto, evidente que, quando a tirania se origina, é da
semente deste protetor, e não de outra, que ela germina. [...] Porventura não é também assim que aquele
que está à frente do povo e que, apanhando a multidão a obedecer-lhe, não se abstém do sangue dos da
sua tribo [...]? Acaso para um homem assim não é forçoso, depois disto, e fatal, que pereça às mãos dos
seus inimigos ou que se torne um tirano, transformando-se de homem em lobo?
(Platão. A República, 1987.)

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Platão (428 a.C. - 348 a.C.), em A República, identifica os vários tipos de governos e governantes da Grécia
Antiga. No texto, caracteriza-se a tirania como
a) uma tendência absolutista comum em Esparta, que valorizava o respeito total aos governantes.
b) uma etapa posterior à democracia, com a ascensão de legisladores dotados de pleno poder.
c) um fenômeno que resultava da relação ambígua entre governantes autoritários e a população.
d) uma forma de governo típica das pequenas cidades gregas, marcada pela irracionalidade dos
governantes.
e) uma estratégia de controle oligárquico, que favorecia os interesses das classes nobres da cidade.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o filósofo não especifica em qual cidade-Estado tal fenômeno
político seria preponderante. Ademais, Atenas foi palco para a atuação de diversos tiranos após a atuação
dos primeiros legisladores.
- A alternativa B está incorreta, afinal o fenômeno se encontra associado àqueles que se colocam como
protetores da população. Em Atenas, a ascensão dos tiranos coincide com o fim do período dos primeiros
legisladores – Drácon e Sólon.
- A alternativa C é a resposta. De acordo com Platão, a ascensão dos tiranos se dá não somente pelo fato
destes se colocarem como protetores das multidões, mas pelo costume existente na população de inflar
a grandeza de seus líderes.
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- A alternativa D está incorreta, afinal o filósofo não delimita em quais cidades-Estado a tirania é um
fenômeno recorrente. Ademais, diversos tiranos se sucederam em Atenas, uma das maiores poleis da
Hélade.
- A alternativa E está incorreta. A tirania baseia-se no predomínio de um único governante no poder, ao
passo que a oligarquia é uma forma de governo em que o poder é exercido por um estrito grupo de
pessoas.
Gabarito: C
42. (2021/Fac. Santa Casa)
Os gregos descobriram não somente a democracia, mas também a política, a arte de chegar a decisões
por meio da discussão pública e, em seguida, de obedecer às decisões como condição necessária para
uma existência social civilizada.
(Moses I. Finley. Démocratie antique et démocratie moderne, 1976. Adaptado.)
O historiador afirma que os gregos da Antiguidade
a) concediam ao conjunto dos habitantes da cidade o direito de participação nas assembleias.
b) eram contrários a resoluções de divergências entre cidades-estados pelo confronto militar.
c) reconheciam como legítimas as deliberações públicas instituídas por mecanismos coletivos de
participação.
d) conceberam como incompatíveis o funcionamento da assembleia de cidadãos com a exploração da
escravidão.
e) postulavam a igualdade econômica dos cidadãos como condição necessária à igualdade de direitos.
Comentários

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- A alternativa A está incorreta, afinal a participação nas assembleias era garantida aos habitantes das
cidades que se adequavam aos critérios de cidadania. Em Atenas, somente os homens livres maiores de
18 anos e filhos de pais atenienses eram considerados cidadãos, sendo excluídos escravos, mulheres e
estrangeiros.
- A alternativa B está incorreta, afinal a deliberação dos cidadãos sobre os rumos da pólis não significou o
cessar de conflitos entre cidades-Estado no mundo antigo.
- A alternativa C é a resposta. A consolidação do modelo democrático por Atenas na Antiguidade significou
a busca pela discussão coletiva sobre os rumos da cidade, pautada pelo princípio de que todos os seus
cidadãos são iguais perante a lei, tem o direito de participar de cargos públicos e de tomar a palavra e de
serem ouvidos na ágora.
- A alternativa D está incorreta, afinal os regimes democráticos da Antiguidade Clássica foram conciliados
com o sistema escravista de produção, afinal os cativos não eram encarados como cidadãos da pólis.
Gabarito: C
43. (2019/Fac. Santa Casa)
A afirmação de que os gregos se haviam “alfabetizado” no final do século VIII a.C., embora seja
rigorosamente verdadeira, precisa ser modificada de forma considerável, porque, do contrário, nos levará
a interpretações errôneas. A verdade é que algumas pessoas, em algumas cidades, sabiam ler e escrever;
e sem dúvida a porcentagem dessas pessoas era maior nas democracias do que em outros regimes.
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(J. T. Hooker. “Introdução”. In: Lendo o passado: a história da escrita antiga do cuneiforme ao alfabeto, 1996.)

A ligação entre a escrita e a organização política pode ser explicada pela


a) dependência das decisões coletivas às explicações filosóficas sobre a existência da humanidade.
b) participação nas guerras entre cidades gregas de indivíduos com ampla formação militar.
c) necessidade de conferir plena publicidade às manifestações da vida social para o conjunto dos cidadãos.
d) concessão aos comerciantes estrangeiros alfabetizados do direito de participação na assembleia dos
cidadãos.
e) fundamentação das leis da cidade nos textos religiosos de ampla circulação no mundo grego.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o pensamento filosófico não estimulou a difusão da escrita no
mundo antigo, mas a necessidade de sistematização de informações referentes à vida coletiva.
- A alternativa B está incorreta, pois as guerras entre as cidades-Estado ocorreram tanto em períodos em
que a Hélade possuía um sistema de escrita quanto anteriormente, não sendo possível, portanto, associar
o surgimento deste aos conflitos da Antiguidade.
- A alternativa C é a resposta. A consolidação da escrita nas democracias consolidadas revela a
necessidade de se garantir o pleno acesso dos cidadãos a elementos fundamentais para a vida coletiva.
Um exemplo disso foi a aprovação do Código de Drácon (aprox. 620 a.C.), que representou um importante
passo para a estruturação da democracia ateniense ao possibilitar às camadas economicamente
desprivilegiadas o acesso às leis da cidade, que antes de serem escritas eram monopolizadas pelos
aristocratas.
- A alternativa D está incorreta, afinal a participação de estrangeiros era restringida pelas cidades-Estado
da Antiguidade Clássica.

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- A alternativa E está incorreta, afinal a vida religiosa na pólis estava atrelada aos cultos e tradições orais,
e não à existência de textos religiosos.
Gabarito: C
44. (2019/Fameca)
A expansão da Macedônia significou que as cidades gregas perderam, para sempre, sua independência
política. A despeito das repetidas tentativas para reconquistar essa condição, as cidades-Estado foram
forçadas a submeter-se a uma monarquia. Apesar da crise grega, há triunfos intelectuais que precisam
ser considerados.
(Flávia M. S. Eyler. História antiga: Grécia e Roma, 2014. Adaptado.)

Constitui exemplo desses “triunfos intelectuais”:


a) o sincretismo do realismo da arte grega com a religiosidade dos macedônios.
b) a difusão da língua e do pensamento filosófico na região mediterrânea.
c) o predomínio da educação cívica e da militarização na sociedade helenística.
d) o fim da concepção teocêntrica e do poder divino no império conquistado.
e) a valorização do racionalismo e da democracia no governo macedônico.
Comentários
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- A alternativa A está incorreta, afinal os macedônios cultuavam divindades semelhantes à dos gregos.
- A alternativa B é a resposta. Os macedônios foram responsáveis pela difusão de elementos da cultura
grega para o Oriente, incluindo a língua e a filosofia.
- A alternativa C está incorreta, pois o Império Macedônico não estimulou a noção de cidadania entre os
povos conquistados.
- A alternativa D está incorreta, pois apesar do surgimento do pensamento racional, o teocentrismo não
foi cessado no período.
- A alternativa E está incorreta, afinal o modelo democrático foi minado pelo expansionismo
macedônico.
Gabarito: B

45. (2017/Fameca)
A guerra era uma atividade importante para os homens e as mulheres da Antiguidade. Os guerreiros
vitoriosos levavam para suas cidades armas, escravos e objetos de valor saqueados dos povos vencidos.
O sucesso militar, por sua vez, honrava os soldados e seus comandantes. […] Essas guerras levaram Roma
a se aliar a outras cidades da mesma região, formando uma liga militar com objetivos defensivos. No
entanto, com o crescimento de sua cidade, os romanos aproveitaram para impor o domínio às aliadas e
para conquistar algumas regiões próximas.
(Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.)

A partir do texto, pode-se afirmar que


a) os romanos consideravam a ação militar necessária, mas não respeitavam suas tropas e conquistas
externas.
b) a ação militar permitia a obtenção de riquezas, porém impedia o abastecimento agrícola de Roma.

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c) os romanos dedicavam-se prioritariamente à guerra, pois consideravam a atividade política pouco


importante.
d) a ação militar era valorizada em Roma, que passou gradualmente da defesa ao ataque, até tornar-se
um Império.
e) os romanos atacaram seus vizinhos desde a fundação da cidade, pois desejavam construir um Império.
Comentários
Conforme destaca o próprio enunciado, trata-se de uma questão de interpretação de texto. Com
base nele, analisemos, as alternativas:
- A alternativa A está incorreta. De acordo com Carlos Augusto Machado, Roma permitia aos seus
militares que ficassem com espólios de guerras contra os povos conquistados, como armas, escravos e
objetos de valor. Com isso, não se pode afirmar que suas tropas eram desrespeitadas.
- A alternativa B está incorreta. As conquistas romanas permitiam ao Império Romano o alargamento de
seus escravos e de objetos de valor, mas também a aquisição de terras agricultáveis para as elites
patrícias.
- A alternativa C está incorreta, pois a apesar da valorização da atividade militar pelos romanos, a
política também foi extremamente valorizada nesta civilização. Exemplos disso se verificam em
elementos do campo político idealizados pelos romanos e que ainda se fazem presentes na
contemporaneidade, como a ideia de República e da instituição senatorial.
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- A alternativa D é a resposta. De acordo com o texto, as guerras romanas inicialmente eram pautadas
na formação de ligas militares com objetivos defensivos, mas que com o passar do tempo passaram a se
dirigir aos próximos aliados, com o objetivo de formar um vasto Império. Este processo ocorreu
principalmente durante o período da República.
- A alternativa E está incorreta, afinal o período monárquico da civilização romana não foi marcado por
conquistas militares.
Gabarito: E

46. (2015/Fameca)
Leia os textos que tratam da iniciação de rapazes, respectivamente, em Atenas e em Esparta na
Antiguidade.
No ano seguinte, em uma assembleia realizada no teatro, fazem uma demonstração de manobras
militares perante o povo, recebendo então do Estado um escudo e uma lança; a seguir patrulham os
campos e ficam estacionados nos postos de guarda. [...] Transcorridos os dois anos, reúnem-se aos demais
cidadãos.
(Aristóteles apud Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, 1996.)

[...] os chefes dos jovens levavam aqueles que lhes pareciam à primeira vista inteligentes durante certo
tempo ao campo [...], com punhais e apenas a comida indispensável, e sem mais nada. Eles, durante o
dia, espalhados por lugares encobertos, se escondiam e descansavam; de noite, descendo aos caminhos,
matavam a quantos hilotas surpreendiam.
(Plutarco apud Maria Beatriz Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, 1996.)

Os excertos permitem afirmar que


a) o ritual de iniciação variava nessas cidades, pois em Atenas cultivava-se a mente por meio da filosofia
e, em Esparta, o corpo físico.

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b) o exercício da cidadania era alcançado apenas em Atenas, onde os jovens podiam participar da
assembleia e tomar decisões.
c) o serviço militar estava atrelado ao papel de cidadão apenas em Esparta, onde o isolamento gerou uma
sociedade guerreira.
d) a inserção na vida pública envolvia, tanto em Atenas quanto em Esparta, a preparação militar, ainda
que de formas diferentes.
e) a incorporação ao grupo social dependia, na sociedade ateniense e na espartana, dos laços
consanguíneos e da riqueza da família.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, pois na pólis ateniense também se verifica a valorização de atributos
físicos, expressa nas manobras militares.
- A alternativa B está. Embora Esparta fosse uma oligarquia, a restrita camada dotada de direitos
políticos, os esparciatas, podem ser considerados cidadãos.
- A alternativa C está incorreta, afinal o fragmento acima mostra a valorização de habilidades militares
durante os rituais de iniciação da pólis ateniense.
- A alternativa D é a resposta
- A alternativa E está incorreta, afinal a ideia de pertencimento dependia sobretudo de laços
consanguíneos e do nascimento na pólis, não sendo a riqueza critério relevante neste sentido.
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Gabarito: D

47. (2014/Fameca)
É impossível apontar a “causa” da crise do Império Romano. Simplificar o problema é um equívoco. A
chamada crise do século III atingiu o setor interno, mas sua manifestação mais evidente foi a ameaça
exterior contra as províncias romanas.
(Maria Luiza Corassin. Sociedade e política na Roma antiga, 2001. Adaptado.)
Dois exemplos dessa “ameaça exterior” foram
a) o expansionismo macedônio na parte ocidental do Império e os ataques dos vikings.
b) a unificação dos árabes sob o Islã e a desestruturação do exército romano na África.
c) a política expansionista do Império Persa e as investidas dos germanos nas fronteiras.
d) o avanço do catolicismo no Oriente e os confrontos com as cidades-Estado gregas.
e) a hegemonia de Cartago na bacia do Mediterrâneo e as sucessivas invasões bárbaras.
Comentários
- A alternativa A está incorreta, afinal o Império Macedônico foi derrotado pelos próprios romanos.
- A alternativa B está incorreta, pois o islamismo surgiu no século VI, quando o Império Romano do
Ocidente já havia se desintegrado.
- A alternativa C está incorreta, afinal o Império Persa se encontrava em franca decadência quando
sofreu investidas dos romanos.
- A alternativa D está incorreta, pois a expansão do cristianismo se deu no interior do Império Romano, a
partir do reinado de Otávio Augusto.

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- A alternativa E é a resposta. A disputa pela hegemonia comercial no Mediterrâneo levou Roma a travar
conflitos com Cartago, cidade de origem fenícia fundada por volta de 800 a.C. O conjunto de confrontos
contra os cartagineses ficou conhecido como Guerras Púnicas, que juntamente com as invasões
bárbaras ocorridas no contexto de crise do Império Romano, são exemplos “pressões externas” sofridas
por ele.
Gabarito: E

48. (2013/Fameca)
Os romanos assimilaram o modelo de conhecimento grego e, mais do que isso, ajudaram a universalizá-
lo por meio de suas conquistas. Mas Roma foi muito além da pólis grega ao criar um Estado que unificou
diferentes povos do mundo mediterrâneo. Os gregos excluíram quase totalmente os estrangeiros da
cidadania, enquanto os romanos desenvolveram um sistema de leis e participação social válido em todo
o Império, ultrapassando o provincianismo típico da cidade-Estado grega. Os gregos distinguiram-se pelos
seus filósofos; o gênio de Roma encontrou expressão no direito e no governo universal.
(Flávio de Campos e Renan Miranda. A escrita da História, 2005.)

Os autores destacam a
a) importância da expansão territorial grega para a difusão do racionalismo romano.
b) contribuição grega na política e na sistematização das leis e do conhecimento.
c) rivalidade entre a civilização grega e a romana, devido às divergências culturais.
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d) exclusão dos estrangeiros do direito de cidadania nos limites do Império Romano.


e) herança cultural de gregos e romanos, apesar de suas diferenças políticas.
Comentários
Uma questão de interpretação de texto. Com base nele, vejamos as alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal o Império Macedônico foi derrotado pelos próprios romanos.
- A alternativa B está incorreta, pois a sistematização de leis é um legado atribuído à civilização romana,
que como sabemos, contribuiu para a consolidação da ideia de direito positivo.
- A alternativa C está incorreta, pois os romanos foram os responsáveis pela difusão de diversos
elementos da cultura grega, como a filosofia e a escultura.
- A alternativa D está incorreta, pois como destaca o próprio fragmento do enunciado, os romanos
desenvolveram uma ideia de cidadania que se extensiva aos povos assimilados.
- A alternativa E é a resposta. De acordo com o texto, os gregos se destacaram pela sua produção
filosófica e idealização do modelo democrático de governo, ao passo que os romanos desenvolveram
uma concepção de cidadania revestida de maior universalidade e amparada pelo direito positivo.
Gabarito: E

49. (2012/Fameca)
Leia o trecho.
Em 594 a.C., os aristocratas nomearam Sólon, um poeta, como chefe executivo para solucionar a crise e
evitar o conflito. Ele sustentava que os ricos proprietários de terra com sede de poder haviam destruído
a vida da comunidade, levando Atenas às portas da guerra civil.

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(Renan Garcia Miranda e Flavio Campos. Oficina de História)

No contexto apresentado, podem ser apontadas como reformas instituídas por Sólon
a) a limitação do tamanho das propriedades e libertação dos atenienses escravizados por dívidas.
b) a ampliação dos poderes oligárquicos em Atenas e a restrição do direito de voto apenas aos cidadãos
ricos.
c) a distribuição de terras exclusivamente nas colônias gregas na Ásia Menor e a introdução da prática do
ostracismo.
d) a criação do Conselho dos Quinhentos e o reconhecimento de Atenas como um espaço essencialmente
religioso.
e) o surgimento do primeiro código de leis escritas de Atenas e a extensão do direito de votos às mulheres.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. A partir da sua atividade como arconte de Atenas, Sólon concedeu perdão
das dívidas contraídas pelos camponeses, aboliu a escravidão por dívidas, limitou propriedades agrárias,
abrandou o código draconiano, ampliou a participação política e criou diversas instituições importantes
para a consolidação da democracia na pólis.
- A alternativa B está incorreta, afinal a ação de Sólon contribuiu para a consolidação do sistema
democrático em Atenas.
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- A alternativa C está incorreta, pois a prática do ostracismo foi introduzida na pólis por Clístenes.
- A alternativa D está incorreta, pois Atenas era uma cidade-Estado onde se verificava a realização de
atividades políticas, econômicas e religiosas.
- A alternativa E está incorreta, afinal as mulheres não foram contempladas com direitos políticos
durante toda a Antiguidade Clássica.
Gabarito: A

50. (2009/Fameca)
Os Jogos Olímpicos, na Grécia Antiga, realizados a partir de 776 a. C., representavam
a) uma forma de homenagear Zeus, durante os quais vigorava uma trégua sagrada.
b) um momento democrático, com a participação de atletas estrangeiros, das mulheres e dos escravos.
c) disputas violentas entre atletas de cada cidade-estado e, por isso, foram proibidos pelos romanos no
século IV.
d) a preocupação dos espartanos e atenienses com a formação de uma raça pura.
e) uma atividade econômica essencial para os gregos, que geravam guerras entre as cidades-estado.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. A cada quatro anos os gregos organizavam jogos na cidade de Olímpia em
homenagem a Zeus, a mais importante figura do panteão de deuses. Acreditava-se que o próprio filho
desta divindade, Atlios, foi o criador do evento para celebrar o pai, daí o fato de chamarmos os
competidores de atletas. Até 494, quando foram interrompidos, no período dos jogos olímpicos não
havia conflitos entre as cidades-Estado, uma vez que ali se celebrava a aproximação dos homens com os
deuses. Eles são uma cerimônia religiosa, mas que ao mesmo tempo reafirma uma identidade helênica
(ou seja, grega), amparada em crenças e valores compartilhados pelos seus participantes.

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- A alternativa B está incorreta, pois participavam dos jogos olímpicos somente homens gregos livres,
sendo excluídos escravos e mulheres.
- A alternativa C está incorreta, pois os jogos olímpicos continuaram a existir até o século V.
- A alternativa D está incorreta, afinal a ideia de raça não existia na Antiguidade Clássica. Vale destacar
que a ideia de identidade existente entre os povos se ampara em outros elementos, como a língua e
ligações ancestrais com a pólis.
- A alternativa E está incorreta, pois jogos olímpicos eram celebrações religiosas em homenagem a Zeus
e realizadas a cada quatro anos.
Gabarito: A

51. (Unesp/2020)
A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-se
geralmente ao adivinho. Inspirado pela musa, o adivinho vê o antes e o além: circula entre os deuses e
entre os homens, não todos os homens, mas os heróis, preferencialmente mortos gloriosamente em
combate. Ao celebrar aqueles que passaram, ele forja o passado, mas um passado sem duração, acabado.
(François Hartog. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo, 2015. Adaptado.)

O texto afirma que a obra de Homero


a) questiona as ações heroicas dos povos fundadores da Grécia Antiga, pois se baseia na concepção
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filosófica de physis.
b) valoriza os mitos em que os gregos acreditavam e que estão no fundamento das concepções modernas
de tempo e história.
c) é fundadora da ideia de história, pois concebe o passado como um tempo que prossegue no presente
e ensina os homens a aprenderem com seus erros.
d) identifica uma forma do pensamento mítico e uma visão de passado estranha à ideia de diálogo entre
temporalidades, que caracteriza a história.
e) desenvolve uma abordagem crítica do passado e uma reflexão de caráter racionalista, semelhantes à
da filosofia pré-socrática.
Comentários
Essa é uma questão INTERDISCIPLINAR, ou seja, em que se observam diálogos com a Filosofia!
Contudo, aqui apresentaremos comentários considerando nossos estudos na História!
– A alternativa A está incorreta. O rompimento da visão mitológica é algo realizado a partir dos filósofos
“pré-socráticos”, ao passo que Homero recorre às narrativas mitológicas para dar sentido ao mundo.
– A alternativa B está incorreta, afinal a concepção de História como ciência não existe entre os gregos do
período homérico, que se embasam em narrativas míticas para dar significado ao mundo.
- A alternativa C está incorreta, pois a ideia da História como “mestra da vida”, ou seja, como um acúmulo
de experiências que podem guiar os homens no presente e no futuro, é algo que surge entre os romanos
da Antiguidade.
– A alternativa D é a resposta. De acordo com o próprio texto, o pensamento mítico busca perscrutar –
ou seja, examinar – o futuro e o passado. Para tanto, recorre a narrativas que remetem a tempos
imemoriais e que não se limitam ao passado, pois apresentam desdobramentos no presente e futuro.

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Para a História enquanto ciência, contudo, há uma preocupação em se estabelecer certos marcos
temporais, algo inexistente entre os gregos do período homérico.
– A alternativa E está incorreta, pois Homero não buscou criticar o passado, mas valorizar as experiências
de heróis míticos por meio de suas narrativas.
Gabarito: D

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na aula de hoje vimos sobre os mundos grego e romano, dois assuntos extremamente importantes
para a prova do Enem. É essencial atento às formas de governo adotadas por estas duas civilizações da
Antiguidade Clássica, seus conflitos bélicos, o papel da religião exercido nas suas sociedades, e,
principalmente, o legado da cultura greco-romana para o Ocidente.
Estude com afinco seus aspectos sociais, econômicos políticos e culturais, afinal é quase certo que
uma questão sobre um destes assuntos cairá na prova do Enem! Se algo não foi esclarecido, entre em
contato comigo no Fórum de Dúvidas! Na próxima aula falaremos da Idade Média, outro tema bastante
importante para a nossa prova.
Bons estudos!
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Marco Túlio
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8. REFERÊNCIAS
ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense,
1991.

BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia: (a idade da fábula): histórias de deuses e


heróis. 26ª ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

CAMPOS, Flavio de; CLARO, Regina. Oficina de História 1. São Paulo: Leya, 2013.

FUNARI, Pedro Paulo. A cidadania entre os romanos. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi
(orgs.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003. p. 49-76.

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2011.

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GUARINELLO, Norberto Luiz. Cidades-estado na Antiguidade Clássica. In: PINSKY, Jaime;


PINSKY, Carla Bessanezi (orgs.). História da cidadania. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2010.

TUCÍDEDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília/São Paulo: UnB/Hucitec, 1986.

VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002.

9. VERSÕES DAS AULAS


20/01/2021 Versão 1 Aula original
07/02/2021 Versão 2 Inclusão de uma questão (20) do Enem 2020.
15/02/2021 Versão 3 Gabarito corrigido.
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