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TER ETA.
Pard due d padinacio do ardguivo ficasse correta,
indice e demais informacêes foram
colocaddas ao final do arduivo.
Confira o sumdrio na pagina 681
de PARTE UM
O mundo antigo:
da fundacio do Ocidente
A 500 d.C.
Pré-histéria
O periodo chamado de paleolitico, ou Idade da Pedra Lascada, comegou com
as primeiras criaturas semelhantes ao homem, gue habitaram a Africa oriental hê
cerca de 3 milhêes de anos, e terminou hé 10 000 anos, guando o homem desco-
briu os métodos da agricultura. Nossos ancestrais paleoliticos viviam como caGa-
dores e coletores de alimentos. Como nio sabiam cultivar a terra, nunca estabe-
leciam aldeamentos permanentes. Ouando sua provisao de alimentos comegava
a escassear, abandonavam as Cavernas ou os abrigos feitos de ramos e buscavam
novos locais para se instalarem.
O desenvolvimento social humano foi condicionado por essa experiëncia de 3
' milhêes de anos de caga e coleta de alimentos. Para sobreviver, grupos de familias
i formavam bandos de cerca de 30 pessoas, nos guais os membros aprendiam a pla-
| nejar, organizar, cooperar, confiar e partilhar. Os cagadores ajudavam-se mutua-
mente na localizagio e abate da caga, j4 gue os esforgos cooperativos resultavam
mais eficientes gue as ac6es individuais. Dividindo entre si a caca, e levando um
pouco da carne de volta ao campo, para o resto do grupo, eles fortaleciam o elo
social. Assim também agiam as mulheres, encarregadas da coleta de castanhas, se-
'. mentese frutas para o grupo. Os bandos gue n4o cooperavam na caga e na cole-
Ta ou distribuigdo de alimentos tinham poucas chances de sobreviver.
Embora o progresso humano tenha sido muito lento durante os longos sécu-
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de sua s cas as; €m veZ de per cor rer lon gas dis tan cia s no
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os ho me ns pod iam aba ter os car nei ros ou cab ras dom estica-
encalco de animais,
mes mo. A agr icu ltu ra deu ori gem a um nov o Upo de co mu ni dade, ao
dos ali
o sur gim ent o de pov oag 6es per man ent es — uma veZz du€ OS agricultores
favorecer
viv er pré xim os dos cam pos gue cul cdi vav am € pod iam ago ra armazenar
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alimentos para o futuro.
alt era ram os pad rêe s de vid a do ho me m do neo lit ico . O exc ede nte
As aldeias
mit iu gue alg uma s pes soa s ded ica sse m par te de seu tem po ao apr i-
de comida per
s hab ili dad es co mo fab ric ant es de ces to ou fer ram ent as. A ne-
moramento de sua
as- pri mas e as cri ag6 es de art esa os hab ili dos os fom enr tar am as
cessidade de matéri
atr avé s de lon gas dis tan cia s, e est imu lar am a for mac ao de
rocas, muitas vezes
edade pri-
povoamentos de comércio. Comega enrao a emergir a nogao de propri
repre-
vada. Os cacadores haviam acumulado poucos bens, ja gue os pertences
ro. J4 os al-
sentavam um fardo guando tinham de se deslocar de um lugar a out
deëes adguiriram propriedades e estavam determinados a protegé-las, tanto dos
demais guanto dos forasteiros gue porventura atacassem a aldeia. Os bandos de
cacadores eram igualitdrios; em geral, nenhum membro do grupo rinha mais bens
ou poder gue outro. Nas aldeias agricolas, surge uma elite governante gue possu!
rigueza e controla o poder.
Os povos neoliticos fizeram grandes avangos na tecnologia. Modelando e cozi-
nhando o barro, construiram recipientes de cerAmica para cozinhar e armazenar
alimentos e dgua. A inveng3o da roda do ceramista possibilitou a produgo mas
rêpida e precisa de tigelas e pratos. Amolando a pedra na rocha, obtiveram ferra-
mentas afiadas para diversos fins. A descoberta da roda e da vela melhorou o trans-
porte € promoveu o comércio; o desenvolvimento do arado e a atrelagem dos
bois facilitaram aos agricultores o trabalho de arar a terra.
O perfodo neolitico marca também o inicio do uso dos merais. O cobre, gue
era facilmente transformado em instrumentos € armas, foi o primeiro metal a ser
utilizado. As ferramentas e armas fabricadas com ele duravam mais tempo do
gue as feitas de pedra e pederneira, e podiam ser refundidas e consertadas, guan-
do se guebravam. Com o tempo, descobriu-se como fazer o bronze, combinando
o cobre e o estanho em proporcées adeguadas. O bronze era mais duro gue o co-
bre, o gue permitia dar-se um gume mais aftado aos instrumentos.
Durante o neolitico, o abastecimento de alimentos tornou-se mais regular, a
vida da aldeia expandiu-se e a populaGio aumentou. As familias gue adauiriram
rigueza passaram a ter uma posiao social mais elevada e assumiram a lideranga
da aldeia. A religiëo tornou-se mais formal e estruturada; os espiritos narurais fo-
ram convertidos em deuses, cada gual com poderes especificos sobre a natureza
ou a vida humana. Foram construidos altares em sua honra, e realizaram-se ceri-
mênias conduzidas por sacerdotes cujo poder e rigueza aumentavam com as ofe-
rendas feitas pelo povo aos deuses. A sociedade neolitica tornava-se mais organi-
zZada e complexa; estava no limiar da civilizagao.
Civikizacio ocidental
Ascensao 3 civilizagao
Aguilo gue chamamos de civilizagdo surgiu h4 cerca de cinco mil anos, no
Oriente Préximo (Mesoporêimia e Egito) e, em seguida, na Asia oriental (fndiae
China). As primeiras civilizagées comecaram em cidades gue eram maiores, mais
populosas e mais complexas em sua estrutura politica, econêmica e social do gue
as aldeias neoliticas. Como as cidades dependiam dos habitantes das aldeias adja-
centes para a sua alimentago, as técnicas agricolas devem ter-se desenvolvido o
suficiente para produzir excedentes de alimentos. Esse aumento da producio
proporcionou alimentos aos habitantes da cidade, gue se ocupavam de trabalhos
no agricolas — eram mercadores, burocratas e sacerdotes.
A invengao da escrita permitiu as primeiras civilizagées preservar, Organizar €
ampliar o conhecimento, transmitindo-o As geracêes futuras. Permitiu também
aos funcion4rios governamentais e aos sacerdotes realizar seu trabalho com maior
eficiëncia. Além disso, as sociedades civilizadas tinham governos organizados,
gue promulgavam leis e definiam os limites de seus Estados. Numa escala muito
mais ampla do gue as comunidades neoliticas, os habitantes construiam edificios
e monumentos, dedicavam-se ao comércio e 3 manufatura e usavam o trabalho
especializado para diferentes projetos. A vida religiosa tornou-se mais organizada
e complexa e surgiu uma classe sacerdotal poderosa e rica. Esses avancos — as ci-
dades, a especializag&o do trabalho, a escrita, o governo organizado, a arguitetu-
ra monumental e uma estrutura religiosa complexa — distinguem as primeiras ci-
vilizac6es das culturas pré-histéricas.
A religiao foi a forga central nessas civilizac6es. Ela oferecia explicacêes satisfa-
tOrias para os fenêmenos da natureza, contribuia para reduzir o medo da morte e
justificava as regras tradicionais da moral. A lei era considerada sagrada, um man-
sd AE
damento dos deuses. A religiao unia as pessoas nas tarefas comuns necessdrias A
sobrevivência — por exemplo, a construcio e manutengio de obras de irrigacio e
RE LOT id
toi possivel aos sumérios e egipcios, criadores das mais antigas civilizag6es, dar esse
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salto? A maioria dos especialistas ressalra a relacZo entre a civilizac3o e os vales dos
s s
Aguas para as plantag6es e serviam como estradas para o comércio. Mas os fatores
geograticos apenas nio explicam adeguadamente o aparecimento da civilizagao.
O gue nio se pode omitir éa contribuig&o humana — a capacidade de raciocinar
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de irr iga €&o era nec ess éri a a coo per agi o de gra nde num ero de pes soas, con-
obras
dicao necessêria 3 civilizagao.
str uir € man ter red es de irr iga gao , o ho me m apr end eu a
No processo de con
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formular e obedec
enh ari a. A nec ess ida de de man ter reg ist ros est imu lou a inv eng ao
mdatica e de eng
as res pos tas cria tiva s aos des afi os cri ado s pela nat ure za lev ara m OS
da escrita. Ess
ita nte s da Sum éri a e do Egi toa dar o salt o par a a civ ili zag ao, alrerando
antigos hab
com isso o curso do destino humano.
A civilizacao mesopotamica
Mesopotêmia é uma palavra grega gue signitica “terra entre rios”. Foi ali, nos
e e do Eufr ates , gue teve inic io a pri mei ra civi liza €ao. O pri mei ro
vales do Tigr
pov o a des env olv er uma civ ili zag o urb ana na Mes opo ram ia (atu al Irag ue) for am
os sumérios, ao colonizar os pantanais do Baixo Eufrares — due, somando-se ao
Tigre, desdgua no golfo Pérsico.
Pelo trabalho constante e pela imagina€io, os sumérios transformaram os pan-
tanos em campos de cevada e peguenos bosgues de tamareiras. Por volta de 3000
A.C.. suas aldeias de cabanas desenvolveram-se gradualmente em doze cidades-
Estado independentes, cada uma consistindo numa cidade e nas terras gue a Cr
cundavam. As realizacêes dos sumérios s0 impressionantes: um sistema de escri-
ta com stmbolos em tableres de argila (cuneiforme), para representar idéias; casas,
paldcios e templos sofisticados, feitos de tijolos; ferramentas e armas de bronze;
obras de irrigacio; comércio com outros povos; uma forma primiriva de dinhei-
ro; instituicêes religiosas e politicas; escolas; literatura religiosa e secular: formas
variadas de arte; cédigos de leis; drogas medicinais e um calenddrio lunar.
A histéria da Mesopotimia é marcada por uma sucessio de conguistas. Ao
norte da Suméria havia uma cidade semita* chamada Akkad. Por volta do ano
2350 a.C., os dcades, liderados por Sargio, o Grande, o rei guerreiro, conguista-
ram as cidades sumérias. Sarg&o construiu o primeiro império do mundo, gue se
estendia do golfo Pérsico ao Mediterrêneo. Os dcades adotaram as formas Cultu-
rais sumerianas e as difundiram para além das fronteiras da Mesoporimia, com
as uas conguistas. A religiao mesopotimica tornou-se uma mistura de elemen-
tos dos dois povos.
Nos séculos gue se seguiram, as cidades sumerianas foram anexadas a vdrios
reinos e impérios. A lingua suméria, substituida por uma lingua semitica, tor-
nou-se obscura, conhecida apenas dos sacerdotes, e os sumérios desapareceram
gradualmente como um povo distinto. Mas suas realizagêes culturais perduraram.
Acades, babilênios, elamitas € outros adotaram as formas de religido, arte, leis €
* Os semitas incluem os dcades, hebreus, babilênios, fenicios, cananeus, asstrios e arameus. Os idio-
mas hebraico e drabe sio linguas semiricas.
*
10 Civilizacio ocidental
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potimica gue manteve um estilo peculiar durante trés mil anos.
RE TEM EIE
Religiëo: base da civiligacdo mesopotdmica
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A religido era o centro da vida mesopotAmica. Todas as atividades humanas —
politica, militar, social, juridica, literdria, artistica — estavam geralmente subordi-
nadas a um propésito predominantemente religioso. A religiëo era o guadro refe-
rencial do homem da Mesopotêmia para a compreensio da natureza, da socieda-
dee de si mesmo, e dominava e inspirava todas as outras expressêes culturais. As
guerras entre as cidades, por exemplo, eram interpretadas como conflitos entre
os deuses dessas cidades, e a vitéria dependia, em dltima instência, do favor divi-
no, nao do esforgo humano. Os mitos — narrativas das atividades dos deuses —
explicavam a origem das espécies humanas. Segundo os antigos mitos sumérios,
os primeiros seres humanos brotaram da terra como plantas, ou foram moldados
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foram formados pelo sangue de dois deuses, sacrificados com esse propdsito.
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O mundo antigo 1
30 um sopro de vento.”'
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representd-los na Terra. Os deuses governavam através dos reis, gue Ihes presta-
vam informagêes sobre as condic6es na sua terra (gue era propriedade dos deu-
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divina.
O cédigo revela a situagao social e os costumes daguela regiëo e época. Embo-
ra as mulheres tivessem um papel secund4rio em relaio aos homens, o cédigo
mostra gue houve esforcos no sentido de protegé-las, e as criancas, contra os abu-
sos. Estabelecendo a pena de morte para o adultério, ele buscava preservar a vida
Er Ed es €ram geralmente rigorosas — “olho por olho e dente por
“pie. Crimes como violagao de domicflio, rapto de criancas, ajuda a escravos
HOS, ERPrAGAD de mercadorias roubadas e falso testemunho eram punidos
AS
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O mundo antgo
em em con ta as ci rc un st an ci as at en ua nt es , O céd i-
-oma morte, embora se levass era ma s
s de dla sse . Por ex em pl o, a pu ni gi o
go expressava também as diferenca plebeu.
ic av a um no br e do gue gu an do a vit ima era um
severa guando se prejud du ra men-
o en vo lv id os em ext ors ao ou su bo rn o er am
Os funciondrios do govern co me rc ia ls
ipu lag 6es re la ci on ad as co m as tra nsa gêe s
te penalizados. As muitas est
st ra m a im po rt ên ci a do co mé rc io na vid a me so po r& mica.
mo int ern o
po tê mi a de pe nd ia mu it o do co mé rc io
A economia das cidades da Meso
uar d4- lo, os go ve rn os ins tit uir am re gu la me nt os par a impedir
e externo. Para salvag ciantes
com erc iai s ti nh am de ser reg ist rad as por esc rit o. Ne go
fraudes, € as transac6es dis tan tes,
ce ra m pos tos av an ca do s de co mé rc io em ter ras
empreendedores estabele
me so po tA mi os os pio nei ros no co mé rc io int ern aci ona l.
fazendo dos
A civilizagao egipcia
a ede ak , .
A civilizagao egipcia desenvolveu-se no fértil vale do rio Nilo. Sem esse pode-
roso rio, gue tem mais de 6700 km desde a Africa central até o mar Mediterra-
neo, o Egito seria praticamente um deserto. Na época de suas cheias, o Nilo
depositava uma camada de terra preta fértil gue, cultivada, proporcionava ali-
mentagao abundante. Ao aprender a controlar o rio — feito gue exigia esforco
cooperativo e engenhosidade, bem como conhecimentos de engenharia e de ad-
ministra€a0 —, os egipcios se colocaram no caminho da civilizacio. O Nilo servia
rtambém de excelente via de transporte, ligando o Alto e o Baixo Egito (sul e
norte do pais). Barreiras naturais — montanhas, desertos, cataratas no Nilo eo
mar Mediterrineo — protegiam o Egito de atagues, proporcionando aos seus ha-
) bitantes longos periodos de paz e prosperidade. Assim, ao contr4rio dos mesopo-
tAmios, os egipcios experimentavam, em relagso ao meio ambiente em gue vi-
viam, um sentimento de segurana.
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A realeza divina
A realeza divina era a instituicio b4sica da civiliza€3o egipcia. Para os egipcios,
a realeza divina era a Vinica estrutura politica aceitdvel: estava em harmonia com
a ordem do Universo e trazia justica e seguranga 3 nag4o.
O poder do faraé estendia-se a todos os setores da sociedade. Os camponeses
eram recrutados para servir como mineiros ou trabalhadores em construcso. O
comércio exterior era monopdlio do Estado e conduzido de acordo com as ne-
cessidades do reino. Como senhor supremo, o faraé superintendia um exército
de funciondrios gue recolhiam impostos, administravam projetos de construgao,
fiscalizavam obras de irrigag&o, fazjam levantamento topografico das terras, man-
Hnham registros, conduziam o comércio externo supervisionavam Os armazéns
governamentais, onde o cereal era guardado para garantir o alimento em épocas
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e m4 colheita. Todos os egipcios estavam sujeitos ao fara6, cuja palavra era con-
serie um mandamento divino. A maioria dos faraés levava a sério suas res-
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Para os egipcios, o faraé governava de acordo com o Ma'ar, gue signitica justi-
ca, lei, direito e verdade. Opor-se a ele era violar a ordem de Ma'ar e trazer a de-
sordem 3 sociedade. Como os egipcios consideravam o Ma at como a verdadeira
ordem da natureza, acreditavam gue sua preservagio deveria ser o objetivo da ari-
vidade humana — a norma orientadora do Estado e o padrio pelo gual os ho-
mens conduziam suas vidas. Os gue agissem e falassem segundo Ma at seriam
justamente recompensados. O gue poderia ser mais trangiiilizador do gue essa
conviccio de gue a verdade divina estava representada na pessoa do fara6?
Ciëncia €e matemdtica
Tal como os habitantes da Mesopotêmia, os egipcios fizeram progressos prêti-
cos nas ciëncias. Demonstraram excelente capacidade de engenharia na constru-
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Pe. ARLINDO MARCON
18 Givilizacio ocidental
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O mundo antigo 19
recém-co nstr uida , cha mad a Akh eta ton . A cida de tinh a pald cios , cent ros admi -
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nistrativos € um conjunto de templos em honra a Aron. Akhenaton € sua €spo
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sa, Nefertite — gue teve papel destacado em sua corte —, devotaram-se a Aton,
paz.
eriador do mundo, mantenedor da vida, o deus do amor, da justiga e da
Akhenaton também ordenou gue os nomes de outros deuses fossem apagados
insc ric6 es nos temp los e mon ume nto s. Era com um temo r resp eito so due
das
ele glorificava Aton:
Construtores de imperios
A ascensio de um império egipcio durante o Novo Império foi parte de uma
evolucio mais ampla na histéria do Oriente Préximo depois de 1500 a.C. —
aparecimento de impérios internacionais. A construcio de impérios levou & fu-
| s30 de povos e de tradig6es culturais, bem como a extensao da civilizacio muito
! além dos vales dos rios.
Uma das razées do crescimento dos impérios foi a migragio dos povos conhe-
| cidos como indo-europeus. Origindrios de uma vasta rea gue se estendia desde
o sudeste da Europa até a regiao além do mar C4spio, eles iniciaram uma série de
migracêes por volta do ano 2000 a.C., gue acabou por lev4-los a Tr4lia, Grécia,
| Asia Menor, Mesopotimia, Pérsia e fndia. De uma lingua b4sica indo-européia
1 . # - A " `
surgiram as linguas grega, latina, germênica, eslava, persa e sanscriticas.
; Hittas
Peguenas nacoes
No século XIT a.C., houve uma pausa tempor4ria na formacio de impérios,
ii dué permitiu a vêras peguenas nagêes na Siria e Palestina afirmarem sua sobera-
nia. Trés delas — os fenfcios, os arameus e os hebreus* — eram originalmente
di.
O mundo antigo 21
s do des ert o. Os fen tci os des cen dia m dos can ane us, um pov o S€-
nêmades semita
se est abe lec era na Pal est ina por volr a de 300 0 a.C. Os can aneus gue€
mita gue
oes te, par a a reg io ond e hoj e se situ a o Lib ano , era m cha ma-
migraram para nor
dos de fenicios.
€ Sidon, no licoral
nstalando-se nas cidades de Tiro, Biblos, Berico (Beirure)
, os fen ici os for am nat ura lme nte atr aid os par a o mar . Ess es ou-
do Mediterrêneo
lor ado res fun dar am cid ade s ao lon go da cos ta do nor te da Afr ica, nas
sados exp
neo oci den tal e na Esp anh a, tor nan do- se os mai ore s com er-
has do Mediterri
mos do mun do ant igo . Os fen ici os (ou seu s ant epa ssa dos cana-
ciantes mar fti
abe to gue con sti tui u uma for mid éve l con tri bui gao par a a
neus) criaram um alf
tod as as pal avr as pod iam ser rep res ent ada s pela s com bin ag6 es de
escrita. Como e
evi tav a a nec ess ida de de mem ori zar mil har es de dia gra mas
letras, esse alfabeto
fen ici os tra nsm iti rem as civ ili zac 6es do Ori ent e Pré xim o ao Med i-
permitiu aos
abe-
rerrêneo ocidental. Adotado pelos gregos, gue lhe acrescentaram vogals, o alf
to fonético tornou-se um componente fundamental das linguas europélas.
ti-
Os arameus, gue se instalaram na Siria, Palestina € norte da MesoporAmia,
pap el sem elh ant e ao dos fen ici os. Co mo gra nde s mer cad ore s gue ope -
veram um
vam em Caravanas, levaram tanto mercadorias como padrêes culturais a varias
par tes do Ori ent e Pré xim o. Os heb reu s € os per sas , por exe mpl o, tom ara m co-
nhecimento do alfabeto fenicio por intermédio dos arameus.
Assirid
No século IX a.C., a formac&o de impérios foi reiniciada, dessa vez pelos assi-
rios, povo semita da regiëo em torno do Alto Tigre. Embora rivessem realizado
movimentos expansionistas em 1200 e 1100 a.C., os assirios so comegaram sua
marcha para a formac3o de um império “mundial” três séculos depois. Nos sécu-
los VIII e IX transformaram-se numa impiedosa m4guina de guerra, conguistan-
do a MesopotAmia, inclusive Armênia e Babilênia, bem como Siria, Palestina €
Egito.
O rei assirio, gue era representante e o sumo sacerdote do deus Assur, gover-
nava de maneira absoluta. Os nobres, nomeados por ele, mantinham a ordem
nas provincias e coletavam os tributos. Os assirios melhoraram as estradas, estabe-
leceram servicos de mensageiros e realizaram projetos de irrigac3o em grande es-
cala para facilitar a administragao eficiente das terras conguistadas e promover a
prosperidade. Para manter déceis os stiditos, recorriam ao terror e deportavam
agueles gue causavam problemas.
Apesar de sua dureza, os assfrios preservaram e difundiram a cultura do passa-
do. Copiaram e publicaram as obras literdrias da Babilênia, adotaram os antigos
deuses sumérios e usaram as formas de arte mesoporimicas. O rei assirio Assur-
banipal (669-626 a.C.) tinha uma grande biblioteca, gue abrigava milhares de
tabletes de argila. Depois de um periodo de guerras e de revoltas debilitadoras
por parte dos stiditos oprimidos, uma coalisio formada por medos do Ira e cal-
deus (ou neobabilênios) sagueou a capital assiria de Ninive no ano 612 a.C. O
poderio assfrio estava encerrado.
ii
22 Givilizaréo ocidental
delo assirio —, gue deu estabilidade e uma certa unidade aos seus extensos territé-
$
*
rios. O império persa estava dividido em vinte provincias (satrapias), cada gual
administrada por um governador (sd#rapa) respons4vel perante o imperador. Para
se proteger da subversao, o rei empregava agentes especiais — “os olhos e os ouvi-
dos do imperador” — gue supervisionavam as atividades dos governadores. Os reis
persas permitiam As provincias uma certa margem de autonomia e respeitavam as
tradic6es locais, particularmente em guestêes de religiëo, desde gue os sidiros
pagassem os triburtos, servissem no exército real e se abstivessem de rebelar-se.
O império era unificado por uma lingua t&nica, o aramaico (a lingua dos ara-
meus da Siria), usada pelos funciondrios governamentais e pelos comerciantes. O
aramaico era escrito com letras baseadas no primeiro alfabeto, desenvolvido pelos
% fenicios. Fazendo dele uma lingua universal, os persas facilitaram as comunicagoes
* escritas e orais dentro do império. Este teve ainda outro elemento unificador na
bem desenvolvida rede de estradas, num sistema postal eficiente e num sistema
comum de pesos e medidas, bem como na cunhagem de moedas vdlidas em todo
o império e baseada numa invenco dos lidios, da Asia Menor ocidental.
Além de constituirem uma unidade politica e administrativa impressionante,
os persas fundiram e perpetuaram as vdrjas tradig6es culturais do Oriente Préxi-
mo. Nos paldcios persas, por exemplo, foram encontrados os terragos da Babilê-
nia, as colunatas do Egito, os touros alados gue decoravam os portées dos pald-
CIOs assirios e a habilidade artesanal dos ourives medos.
O universalismo politico e cultural do império persa teve sua contrapartida no
aparecimento de uma religi#o superior, o zoroastrismo — nome tomado de seu
fundador, o profeta persa Zoroastro, gue viveu no século VI a.C. Combinando ele-
mentos monoteistas e dualistas e enfarizando a capacidade do individuo de esco-
lher entre o bem e o mal, essa religiëo ensinava a crenca em Afira-Masda, o deus
da luz, da justiga, da sabedoria, da bondade e da imortalidade. Mas além do Se-
MA S4bio, havia também Arima, o espirito das trevas. Arim& era mau e destrui-
- AR gombaria Atra-Masda, gue sempre triunfava no final. As pessoas tinham
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oe sie escolher entre os dois. Para servir Afra-Masda, era necessêrio dizer
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O mundo antigo 23
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ar — |Mpério assirio No auge, c. 650 a.C.
ke Ed Império persa, c. 494 a.C.
sempre a verd ade e ser bom para os outr os; a rec omp ens a por ess€ com por ram en-
to era a vida eterna no paraiso, reino da luz e da bondade. Os seguidores do espi-
rito maligno eram langados no inferno, um reino de trevas € rormentos. Em con-
traste com as religiëes tradicionais do Oriente Préximo, o Zoroastrismo rejeitavaa
magia, o politefsmo e os sacrificios de sangue, ressaltando em lugar disso a érica.
A Pérsia unificou as nacêes do Oriente Préximo num Estado mundial chefia-
do por um rei de escolha divina e sinterizou as tradigêes culrurais da reg1ao. Mas
reve de enfrentar, pouco depois, as cidades-estados da Grécia, cujo sistema poli-
tico e orientac&o cultural eram distintos dagueles do Oriente Préximo.
tureza fisica como uma coisa — inanimada, impessoal e governada por leis univer-
sais. A mente criadora de mitos do Oriente Préximo via cada objeto da natureza
como um #4 — personificado, vivo, com uma vontade individual. Deuses ou de-
mOnios manipulavam tudo. O Sol e as estrelas, os rios e as montanhas, o vento €
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regido, destruindo as plantacêes, era por vontade prépria; o rio ou os deuses de-
Hi sejavam punir as pessoas.
Em outras palavras, os antigos criavam mitos em ves de apresentar uma andlise ou con-
clusdes. Diriamos, por exemplo, gue certas mudancas atmosféricas venceram uma seca é
provocaram chuvas. Os babilênios, observando os mesmos fatos, consideravam gue se trata-
va da intervengo do gigantesco pdssaro Jmdugud, gue viera salvd-los. Ele cobria os céus
COM Muvens negras de tempestade, gue eram suas asas, e devorava o Touro do Cu, cujo
hdlito guente secava as plantagGes
ii Os cgipclos acreditavam gue o Sol surgia de manhê, viajava pelo céu e punha-
ii Pe RO reino dos mortos, além do horizonte ocidental. As vezes, dizia-se gue todos
'sdias 2 grande Vaca do Céu partejava o Sol e gue este era engolido, todas as noi-
ed ` 3 "
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O mundo antigo 25
FEE,
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Notas
Sugestoes de leitura
Campbell, Bernard G. Humankind Emerging Brilhantes discussêes sobre o papel do
(1982). O mundo pré-histérico. mito no Oriente Préximo antigo, assina-
David, Rosalie A. The Ancient Egyptiams das por acadêmicos renomados.
(1982). Focaliza as Crengas e prdticas re- Gowlett, John. Ascent 0 Civilization (1984).
Ee ligiosas do Egito antigo. Estudo atualizado, com gréficos excelentes.
jn dor, Henri et al. The Intellecral Ad-
Hallo, W.W. e W. K. Simpson. The Ancient
OD emture of Aneient Man (1946); a edicëo Near East (1971). Estudo de peso sobre
peEbum intitula-se Before Philosophy. a histéria politica do Oriente Préximo.
as TT N ER
WA od E BEN.
O mundo antigo 27
dT
Moscati, Sabatino. 7he Face of the Ancient Saggs, H. W. E. Civilization Before Greece and
Orient (1962). Estudo elucidativo acerca dos Rome (1989). Focaliza a cultura e a socie-
varios povos do Oriente Préximo antigo. dade.
Oppenheim, A. L. Ancient Mesopotamia (1964). Wilson, John A. The Culture of Ancient Egypt
Enfatiza a histéria social e econêmica da (1951). Interprerag&o de um norério egip-
Mesopotimia. t6logo.
Ouestêes de revisdo
Deus. Conduzindo os hebreus em seu éxodo do Egito, Moisés, durante suas an-
dancas pelo inéspito Sinai, transformou-os em uma nagao, consolidada e enalte-
cida por uma crenga em Javé, o Deus uno.
Os errantes hebreus retornaram a Canaë para juntar-se a outras tribos hebrai-
cas gue no haviam emigrado para o Egito. A conguista € colonizacio de Canaa
foi um processo gradual gue atravessou muitas geragoes ameacadas pelos filisteus
(provenientes das ilhas do mar Fgeu e do lioral da Asia Menor), as doze tribos
hebraicas unificaram-se sob o comando de Saul, heréi carism4rtico a guem ala
maram como seu primeiro rei. No reinado de seu sucessor, Davi, talentoso guer-
reiro e inspirado poeta, os hebreus (ou israelitas) finalmente sacudiram o jugo fl-
listeu e dominaram os povos vizinhos.
O rei Salom&o, filho de Davi, construiu um paldcio real em Jerusalém e, ao
lado deste, um magnifico templo em honra a Deus. No reinado de Salomëo, o an-
tigo Israel encontrava-se no apogeu de seu poder politico € prosperidade, mas a
oposicëo 3 politica triburdria de Salomao e aos privilegios gue ele concedia a Ju-
d4, no sul, levaram & divis&o do reino apês sua morte, em 922 a.C. As tribos leais
ao flho de Salom#o pertenciam ao reino de Jud4, no sul; as outras tribos forma-
ram o reino de Israel, ao norte.
Em 722 a.C., Israel caiu em poder dos assirios, gue deportaram muitos he-
breus para outras partes de seu império. Esses hebreus desterrados misturaram-se
a0s povos vizinhos e perderam sua identidade como povo de Deus. Em 586 a.C.
os caldeus conguistaram Jud4, destruiram o templo de Salomao, devastaram a
terra e deportaram vdrios milhares de hebreus para a Babilênia. Esse foi o pior
momento da histéria dos hebreus. Tinham perdido seu Estado e os povos vizi-
nhos haviam invadido seu territério; seu templo sagrado estava em ruinas; mi-
|hares morreram em batalha, foram executados ou fugiram para o Egito, e outros
milhares estavam exilados na Babilênia. Esse exilio ficou conhecido como Cari-
veiro da Babilênia.
Apesar de tudo, os hebreus (hoje comumente chamados de judeus) sobrevive-
ram como povo — fato gue é um prodigio na histéria. Embora muitos desses exi-
lados tivessem assimilado os costumes babilênios, alguns permaneceram fiéis ao
seu Deus Javé ea Lei de Moisés e ansiavam por voltar 3 terra naral. Sua fé torna-
ra-os capazes de suportar a conguista e o exilio. Ouando os persas conguistaram
a Babilênia, o rei GCiro permiriu gue os exilados regressassem a Jud4, entao uma
provincia persa, em 538 a.C., e reconstruissem o templo.
Os hebreus perderam sua independência para Roma no século I a.C., tornan-
do-se por fim um povo disperso. No entanto, nunca abandonaram o COMPrOMIS-
so com Deus e sua Lei, conforme expressa nas escrituras hebraicas. Denominadas
Tanak pelos judeus (e Velho Testamento pelos cristios), essas escrituras Consis-
tam em 39 livros” escritos por v&rios autores, gue viviam em diferentes pafses.
* Na Antiguidade, o nimero de livros era 24. Alguns deles foram entio divididos em duas partes, e
os doze livros dos profetas menores sio hoje contados individualmente.
30 Givilizacio ocidental
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escrituras hebraicas contêm, naturalmente, erros factuais, imprecisêes e dis-
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O mundo antigo 31
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Pergaminho do mar Morto, Judéia, século IT a.C. O carêrer sagrado dos texros biblicos ea
autoridade do registro da palavra de Deus sao ainda hoje um elemento unificador na moderna
sociedade judaica, tal como eram para os antigos hebreus. No final da década de 1940, muiros
pergaminhos foram encontrados em cavernas préximas 3 margem ocidenral do mar Morto.
O documento acima contém a mais antiga cépia de gue se tem noricia de um texto complero do
livro do profera Isafas. Ouase nio h4 diferenga entre esse pergaminho e os manuscritos mais
recentes. O Jobn C. Trevor, 1970
obra de Deus, nao coisas dotadas de vontade prépria. Todos os elementos natu-
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a obra de Deus. Nio viam a natureza como um sistema governado por princi-
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pios ffsicos ou leis naturais com funcionamento préprio. Para eles, o nascer do
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O mundo antigo 23
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nignidade. Bom é
tra ste com os deu ses pag aos , due era m ind ife ren tes aos sere s
obras””. Em con
est ava ate nto as nec ess ida des dos hom ens . Ao afi rma r gue Deus
humanos, Javé
sob era no, tra nsc end ent e e bom , o$ heb reu s rea liz ara m uma revolugao re-
era uno,
u par a sem pre da vis ao de mun do dos out ros pov os do
ligiosa gue os separo
Oriente Préximo.
ral violava a severa adverténcia de Deus contra a adoragao dos falsos deuses. A
primeira preocupag&o dos hebreus era com a honradez, no com poder, fama ou
rigueza, gue eram apenas idolos e Ihes empobreceriam o espirito ea moral.
Havia, entretanto, uma condigao para a liberdade. As pessoas nio eram Ii.
vres para criar seus préprios preceitos morais ou padrêes de certo e errado.
Desse modo, para os hebreus, liberdade significava obediëncia voluntdria ao
mandamentos emanados de Deus. O mal e a dor nio eram provocados pelo
destino cego, por dem@ênios malévolos ou deuses arbitririos, mas resultavam
da inobservência dos mandamentos de Deus. O dilema é gue, ao Ihes ser dado
livre arbitrio, os seres humanos tornavam-se também livres para desobedecer a
Deus, para cometer pecado, gue leva ao sofrimento ea morte. Esse é o sentido
da histéria biblica de Adao e Eva, gue foram punidos por terem desafiado a
Deus no Jardim do Eden.
Para os hebreus, conhecer a Deus nio era compreendê-lo intelectualmente,
nem defini-lo, nem provar a sua existência; conhecer a Deus era ser virtuoso e
amoroso, misericordioso e justo. Ouando uma pessoa amava o Senhor, acredi-
tavam os hebreus, o seu espirito era engrandecido e aprimorado. Gradualmen-
teo individuo aprendia a dominar os piores elementos da natureza humana ea
tratar as pessoas com respeito e compaixao. A crenga de gue o homem foi cria-
do 3 imagem de Deus significa para os judeus gue cada ser humano tem den-
tro de si uma centelha divina gue lhe confere uma dignidade tnica, a gual nio
pode ser subtraida.
Ao prestar devogao a Deus, os hebreus afirmavam o valor e a autonomia dos
seres humanos. Desse modo, conceberam a idéia de liberdade moral: de gue cada
individuo é respons4vel pelos seus préprios atos. Legada ao cristianismo, essa idéia
de autonomia moral é base da tradiczo ocidenrtal.
A alianca e a lei
Essencial ao pensamento religioso hebreu e decisiva na histéria hebraica foia
alianca, o pacto especial de Deus com o povo hebreu: se obedecessem a seus
mandamentos seriam para Ele “um reino de sacerdotes, uma nacio santa” (Éxo-
do, 19:6). Por esse ato os israelitas aceitaram o dominio de Deus. A justiga era o
tema central da ética do Velho Testamento. Libertos da escravidso por um Deus
Justo e compassivo, os israelitas tinham a responsabilidade moral de sobrepujara
InjustiGa e proteger os pobres, os fracos e os oprimidos.
Os hebreus viam a si mesmos como uma nagio tnica, o “povo eleito”, pois
Deus lhes concedera uma honra especial, uma oportunidade imensa, €, COmOo
eles nunca podiam esguecer, uma responsabilidade terrvel. Os hebreus nao t-
nham a pretensao de gue Deus os escolhera porgue eram melhores gue os outros
POVoS ou porgue haviam feito algo especial para merecerem sua escolha. Acredi-
tavam ter sido escolhidos para receber a Lei e, assim, dar um exemplo
de com-
'PEFtamento justo e tornar Deus e a Lei conhecidos de
outras nag6es.
O mundo antigo 35
Pintura mural da sinagoga de Dura-Europos. Pouco depois de 250 a.C., os israeliras enfrentaram
os Blisteus — formiddveis guerreiros gue dominaram as cidades de Canaa — numa baralha nas
proximidades de Afec. Os israeliras levaram a arca da alian€a para o campo da lura, na esperanga
de gue a presenga de Deus os conduzisse 3 vitéria. Mas os filisteus dizimaram os hebreus e se
apoderaram da arca. Esses episédios estao descriros no 1 Livro dos Reis, capitulo 4. A pinrura
acima, encontrada numa sinagoga do século 111 na Siria romana, retrata a caprura da arca. Yale
University Art Gallery Colerdo Dura-Furopos
to o fut uro com o o pas sad o. Con sid era ndo a histé-
N,
com o um pro ces so gue con duz a uma met a, son hav am
ria humana
gue Deu s est abe lec eri a na ler ra uma glo rio sa era de paz, pro speridade,
de dia em
e e fra ter nid ade hum ana . Ess a noc io uré pic a imp reg nou pro fun damen-
felicidad
te o pensamento ocidental.
heb reu s via m a his tér ia com o obr a de Deu s, um dra ma divino cheio de sig-
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c&o mor al. Os aco nte cim ent os his tor ico s rev ela vam o con flito da vontade
nifica
ana com os man dam ent os de Deu s. Med ian te eve nto s his tor ico s especificos,
hum
era des ven dad a e seu pro pés ito se fazi a con hec er. Ou an do os
a presenca de Deus
asê es e exdl io, int erp ret ava m esse s aco nte cim ent os com o con sé-
bebreus sofriam inv
em inf rin gid o a Lei de Deu s e com o cas tig os por sua obs rin aca o,
giëncia de ter
eld ia. Mas a his tér ia am bé m rev ela va o cui dad o e a com pai xao de
pecado e reb
gua ndo o sen hor con duz iu Moi scs e os isra elit as no mar Ver mel ho e desig-
Deus —
pro fet as par a def end er os pob res e opr imi dos . For ref let ire m a ati tud e de Deus
nou
m cheios de signi-
para com os seres humanos, os ,contecimentos histêricos estava
brados.
ficado espiritual e, portanto, deviam ser registrados, avaliados e lem
Os profetas
A histéria hebraica caracterizou-se pelo aparecimento dos proferas, homens
espiritualmente inspirados gue se sentiam compelidos a agir como mensageiros
de Deus. O florescimento do movimento profético — a era da profecia cldssica
ou literdria — teve inicio no século VIII a.C. Entre os profetas estavam Amd6s,
um pastor da Judéia, no sul; seu contemporêneo mais jovem, Oséias, de Israel,
no norte; Isaias, de Jerusalém; e Jeremias, gue testemunhou o cerco daguela
cidade, no comego do século VI a.C. Os profetas nio ligavam importência ag
dinheiro ou aos bens materiais, nao temiam pessoa alguma e€ pregavam sem
ed serem convidados. Apareciam muitas vezes em perfodos de miséria social e con-
fusio moral e pleiteavam o retorno 3 alianga ea Lei. Exortavam as pessoas € en-
legdi
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e reforma. Eles eram homens dotados de grande coragem, due néo tremiam
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(...) Hrai de diante dos meus olbos a malfcia dos vossos pensamentos, cessai de fazer 0
mal, aprendei a fazer o bem, procurai 0 gue é justo, socorrei 0 oprimido, fazei justiga ao dr-
fzo, defendei a viva. (Ysatas, 1:16.17)
O mundo antigo 39
Desse modo, os profetas moldaram uma consciéncia social gue se tornou par
te da tradico do Ocidente. Acenaram com a esperanga de guea vida rerrena po-
dia ser melhorada, de gue a pobreza e a injustiga ndo precisavam ser aceltas COMO
parte de uma ordem narural e imurtdvel e de gue o individuo era capaz de elevar-
se moralmente e respeitar a dignidade dos outros. |
Duas tradicées contrdrias estavam presentes no pensamento hebreu: o provin-
€ o univ ersa lism o. O espi rito prov inci ano sali enta va a natu reza pecu -
cianismo
ljar, o dest ino, as nece ssid ades do povo elei to — uma naGa o sepa rada das dema is.
Essa concepcio restrita, porém, era compensada pelo universalismo, preocupa-
co com toda a humanidade, expressa pelos profetas gue antevlam a unidade de
todos os povos sob o governo de Deus. Todos os povos eram igualmente valiosos
para Deus.
Os profetas nio eram pacifistas, sobretudo guando se trarava de guerras con-
tra os inimigos de Javé. Alguns deles, porém, denunciavam a guerra cComo obsce-
na € ansiavam pela sua eliminagso. Ouando as pessoas glorificam a forca, susten-
tavam os profetas, elas desumanizam os seus oponentes, brutalizam a si préprias
e desonram a Deus. Ouando impera a violência, nio pode haver amor a Deus
nem respeito ao individuo.
O universalismo dos profetas acompanhou-se de uma consciëncia igualmente
profunda do individuo e de seu valor intrinseco. Antes dos proferas, guase todaa
tradic5o religiosa fora uma produgo comunirdria, anênima. Mas os proferas fa-
lavam como individuos destemidos, gue, ao assinarem o gue diziam, assumiam
total responsabilidade por sua inspirac&o e convicgao religiosa.
Os profetas enfatizavam a responsabilidade de cada individuo por suas agoes.
Ao passarem a considerar a lei de Deus como um mandamento 4 consciéëncia, um
apelo ao homem interior, aumentaram a conscientizag&o da personalidade huma-
na. Mostraram gue nio se podia conhecer a Deus simplesmente seguindo seus
implacdveis editos e cumprindo ritos; cada pessoa deveria experimentar Deus. Era
precisamente essa relagio Eu-Vés gue daria ao individuo plena consciëncia de si
mesmo e poderia aprofundar e enriguecer a sua prépria personalidade. Durante
o Êxodo, os hebreus eram um povo tribal, gue obedecia & lei movido em grande
parte pelo medo e pela coagao do grupo. Na época dos profetas, entretanto, afi-
guraram-se como individuos autênomos, atentos ê Lei em virtude de um com-
promisso deliberado, consciente e fntimo.
Os ideais dos profetas ajudaram a confortar os judeus através de toda a sua lon-
ga €e nio raro penosa odisséia histérica. Incorporados aos ensinamentos de Jesus,
esses ideais, como parte do cristianismo, impregnaram a tradicio ocidenral.
40 Givilizado ocidental
valor gue os ocidentais atribuem ao individuo provém, em parte, dos antigos he.
breus, para os guais os seres humanos, criados & imagem de Deus, eram dotados
de livre arbitrio e de uma consciëncia responsével perante Deus.
O cristianismo, a religiao essencial da civilizac3o ocidental, Surgi
u do antigo
judaismo, com o gual apresenta inimeros e fortes pontos de
ligac30 — entre eles
o monoteismo, a autonomia moral, os valores proféticosea valorizac&
o das eseri-
turas hebraicas como sendo a Palavra de Deus. O Jesus histérico nio pode ser
compreendido sem um exame de seus antecedentes judaicos, e foi as
escritura
hebraicas gue seus seguidores recorreram a fim de demonstrar
a validade de seus
ensinamentos. É por €ssas raz6es gue nos referimos a uma tradic&o
judaico-cris-
t8 como componente fundamental da civilizacio ocidental.
A visao hebraica de uma futura era messiënica, uma idade de our
o de paze
justiga social, constitui a base da idéia de progresso do Ocidente — de gue as pes-
soas podem construir uma sociedade mais justa, gue existe uma razo para se ter
7
influência so-
bre os movimentos de reforma da Idade Moderna.
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Finalmente, as escrituras hebraicas foram e ainda sio uma das fontes de inspi-
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Notas
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of rhe “Two Lands”. Em Speiser, E. A., Ar blia Sagrada, trad. do pe. Matos Soares.
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Sugestêes de leitura
Anderson, Bernhard. Understanding the Old Heschel, Abraham. 7he Propkets. 2 vols.
Testament. 23 ed. (1966). Excelente estu- (1962). Andlise penetrante da natureza da
do do Velho Testamento em seu cen&rio Inspira€&o profética.
histérico. Kaufmann, Yehezkel. 7he Religion of Israel
Boadt, Lawrence. Reading the Old Testament (1960). Versio traduzida e abreviada da
(1984). Estudo da experiëncia religiosa da cldssica obra de Kaufmann em v&rios vo-
antiga Israel feito por um erudito catélico lumes.
Simparizante do judafsmo. Kunrtz, Kenneth J. 7e People of Ancient Israel
Bright, John. A History of Israel (1972). Um (1974). Introdugëo valiosa 8 literatura, his-
relato profundo e de fdcjl cOMpreensio; o toria e pensamento do Velho Testamento.
Zeidin, Irving. Ancient Judaism (1984). O so-
Ai Michael. The History of Ancient Israel ciélogo examina a histéêria e o pensamen-
. te,da anrtiga Israel.
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N ENE SE Rabe ea dres Udo INGE MEER PL E E E 2 # ad... N TEN. N N iN. EEN IN si WE METER
O mundo antigo 41
uestêes de revisao
s CAPITULO 3
Os gregos: do mito 4 razao
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ra desempenhavam suas func6es nas v4rias oficinas, de modo muito sem
elhante
' a0S s€us conNtEMPoraneos minicos. As artes e os oficios micêni
cos muito devem
' a Creta. A escrita gue permitiu aos micênios o registro dos acontecimentos pro-
N vavelmente também teve origem em Creta.
j A civilizagëo micênica, gue consistia em vérios peguenos Estados — cada um
! dos guais com sua prépria dinastia governante —, atingiu o apogeu no periodo de
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invasêes
estrangeiras) levaram & destruigdo dos paldcios e 3 sibita desintegrag&o da
de ”
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civi-
liza€&o micênica em redor de 1100 a.C. No entanto, os micênios legaram & ci-
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De 1100 a 800 a.C. o mundo grego passou pela Idade das Trevas, uma era de
misdengeeke res ld
cao helê-
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nica. A Tdade das Trevas assistiu & migrag&o das tribos gregas das Areas mon
ta-
kap Ty ri
O mundo antigo 45
Detalhe de uma nfora de Flêusis. Na Odisséia, Homero descreve cOmo o astuto her6i Ulisses,
ajudado por dois companheiros, cega o embriagado monstro Polifemo. Nesta pint
ura em vaso do
século VII, Ulisses foi pintado em branco. Justifutg Argueoldgico Alemdo,
Atenas
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jg. * DEAN Fa
] dHE UnE o pensamento a agao. Um homem de real valor, diz o sibio Fênix ao
mie AE aa df.
VR renitente Aguiles, é “h4bil no falar e destro nas ages . Nessa passagem encontra-
E mOS a primeira afirmacao do ideal grego de educacio —a formacao de um ho-
mem gue, afirma o dlassicista Werner Jaeger, “uniu a nobreza da acio 3 nobreza
da mente”, gue compreendeu “todas as potencialidades humanas”?. Desse modo,
“ncontram-se em Homero as origens do humanismo grego
— a preocupa€ao com
o homem e suas realizacêes.
As obras de Homero sao essenc talmente uma €Xpressêo
da imaginacio poeërlca
e do pensamento mitico. No entanto, na
sua visao da ordem eterna da natureza
€ na sua concepcao do individuo em luta
pela existência, estao os fundamentos
da maneira de ver greg
O mundo antigo
basear na razao humana, n4o na oriëntag&o divina, para conduzir sua vida politi-
ca e intelectual.
O gue distinguiu a vida politica grega daguela das civilizagêes primitivas do
Oriente Préximo, e he conferiu um significado duradouro, foi a gradual com-
preensao dos gregos de gue os problemas da comunidade s&o provocados pelos
seres humanos e exigem solug6es humanas. Fles valorizavam também o livre
exercicio da cidadania. Um rei absoluto, gue governasse arbitrariamente e por
decreto e se cobrasse acima e além da lei, era odioso para os gregos.
Atenas é o melhor exemplo dos ideais de liberdade politica. Antes, porém, de
voltarmos a ela, examinaremos uma outra cidade grega, gue seguiu um caminho
politico diferenrte.
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na consciëncia espartana.
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Para conservar o seu dominio sobre os messênios, dez vezes mais numerosos do
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Mar Jénie
ram e receberam, em 621 a.C.., uma concessao dos aristocratas, gue des
ignaram
Dr4con para redigir um cédigo de leis. Embora o cédigo de Drdcon tenha per-
mitido aos pobres conhecer a lei, reduzindo as possibilidades de gue os Juizes
aris-
tocréticos julgassem arbitrariamente, as sentencas eram extremament € rigoro
sas,
eo cédigo nao trouxe alivio para as aflicées econêmicas dos campon eses.
Atenas
caminhava para a guerra civil, pois os pobres comecavam a organizar “Se ea exig
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vida da co-
munidade, levando Atenas As portas da guerra civil. Ao reduzir o papel dos
deuses
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iniciou a abor-
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dagem racjonal dos problemas da sociedade. Ele sustentava gue a lei escrita
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devia
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A. gs
' de humana. Além disso, Sélon gueria instilar nos atenienses de todas as classes
Ak
o
senso de trabalhar pelo bem comum da cidade.
j S6lon pretendia devolver a satide & doente sociedade ateniense restringindo o
N poder dos nobres e melhorando a sorte dos pobres. Para alcangar esse objetivo,
E libertou os atenienses escravizados por dividas e trouxe de volta a Arenas Os gue
6E haviam sido vendidos ao exterior, mas recusou-se a confiscar € redistribuir a terra
sk dos nobres, como exigiam os €xtremistas. Permitiu gue todas as classes de ho-
' mens livres, ar€ mesmo os mais pobres, participassem da Assembléia, gue elegia
SE os magistrados e aceitava ou rejeitava a legisla€#o proposta pelo novo Conselho
P dos Ouatrocentos. Também abriu os postos mais altos do Estado aos abastados
' homens do povo, gue anteriormente haviam sido excluidos dessas posic6es por
nao terem nascido em berco nobre. Assim, Sélon enfragueceu os direitos tradi-
Cionais da aristocracia heredit4ria e deu infcio 3 transformacao de Atenas de uma
oligarguia aristocrdtica para uma democracia.
S6lon também promoveu engenhosas reformas econêmicas. Ao reconhecer
gue
o solo pobre da Africa nio era favordvel & cultura de cereais, insistiu no cultivo
de
uvas para a produgao de vinho e na plantacio de oliveiras, cujo 6leo podia ser
ex-
portado. Para encorajar a expans&o industrial, ordenou gue todos os pais ensi
nas-
sem a seus filhos a atividade do comércio e concedeu cidadania
aos artesaos estran-
gelros due migrassem para Atenas. Em virtude dessas medida
se da alta gualidade
do seu barro marrom-avermelhado, Arenas tornou-se
a principal produtora expor-
tadora de cerAmica. A politica econêmica
de Sélon convertera Arenas num grande
CEntro comercial. Mas suas reformas nio eliminaram
as dispuras sectrias entre OS
clas aristocrdticos nem diminufram todo 6 de
scontentamento dos pobres.
oe Pisdepraeg, 0 Hirano Em 546 a.C.
: Partiddao instabilidade , Pisfstrato (c. 605-527 a.C.), um
geral para tornar-se aristocrata, rou
lie ae ueles due se op
unham a ele. Assim a
trania substituiu
s. E LEBER ER AEOM ET od E ef Ariad”i. #. “N. EA. We val —Md aa EE EE N FT TR
HET AL] FR
O mundo antigo 2
rania era muito comum nas cidades-estados gregas. Ouase sempre aristocratas, OS
riranos geralmente apareciam como defensores dos pobres na sua luta contra a
aristocracia. A fim de conguistar o apoio do povo, Pisistrato mandou gue se ins-
talassem canalizac6es para aumentar o abastecimento de dgua em Arenas, distri-
buiu as terras confiscadas aos aristocratas exilados entre os camponeses pobres e
concedeu empréstimos estatais aos peguenos agriculcores. ae
A grande obra de Pisfstrato foi o incentivo da vida cultural. Ao dar inicio a
grandes projetos arguitetênicos, encorajar escultorese pintores, organizar recirals
piblicos das epopéias de Homero e instituir festivais gue incluiam representacoes
dramdéticas, ele pês a cultura, outrora privilégio da aristocracia, ao alcance dos
homens comuns. Desse modo, lancou uma politica gue acabaria por levar Arenas
a tornar-se a capital cultural dos gregos.
Clistenes, o democrata Ap6sa morte de Pisistrato, uma facgao cheftada por Clis-
tenes, um aristocrata simpdtico & democracia, assumiu a lideranga. Através de
um engenhoso método de redistribuigëo, Clistenes pês fim & tradicional prarica
de competicso entre os clas aristocrdticos pelos principais cargos do Estado, gue
tanta divisZo e amargura havia provocado em Arenas. Clistenes substiruiu essa
prAtica, arraigada na tradico e na autoridade, por um sistema novo, concebido
para garantir gue a fidelidade histérica & tribo ou ao cla fosse substiruida pela
lealdade 3 cidade.
Clistenes esperava fazer da democracia a forma permanente de governo em
Atenas. Para proteger a cidade contra a tirania, introduziu a prdtica do ostracis-
mo. Uma vez por ano, concedia-se aos atenienses a oportunidade de inscreverem
num caco de barro (dstrakon) o nome de gualguer pessoa gue, segundo eles,
representasse perigo para o Fstado. O individuo contra o gual se apurasse um
nimero suficiente de votos era ostracizado, isto é, forcado a deixar Arenas por
dez anos.
Clistenes consolidara firmemente a democracia em Atenas. A Assembléia, gue
Sélon frangueara a todos os cidadaos do sexo masculino, eéstava em vias de tor-
nar-se a suprema autoridade do Estado. Mas o periodo da grandeza de Atenas
ainda estava por vir; os atenienses tinham primeiro de vencer uma guerra de so-
brevivência contra o Império Persa.
As Guerras Persas
Em 499 a.C., os jénios gregos da Asia Menor revoltaram-se contra os seus se-
nhores persas. Solidria com a causa jénia, Atenas enviou vinte navios para aju-
dar os revoltosos. Avido de vinganga, Dario T, rei da Pérsia, enviou um pegueno
destacamento 3 Artica. Em 490 a.C., na planicie de Maratona, o exército de Arte-
nas, composto de cidadaos, derrotou os persas — para os atenienses, um dos mais
gloriosos momentos da sua histéria. Dez anos mais rarde, Xerxes, filho de Dario,
organizou uma enorme forga invasora — com cerca de 250 mil homens € mais de
guinhentos navios —- com o objetivo de converter a Grécia numa provincia persa,
52 Civikzacio ocidental
O amadurecimento da democracia at
enjense
ig ss O imperalismo de Arenas foi
Es uma das consegiiëncias das Guerras Persas: a OU-
8 foi Oo florescimentoo da da demo cracla
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e da cultura atenienses. O Estado atenien-
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AEMOEracIa direta em gue as leis eram feitas pelos préprios cidadaos €
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O mundo antigo 23
Soros considerados uma democracia, porgue a administracao estd nas maos de muitos
e nao de poucos. Mas embora a lei assegure igualdade de justica a todos em suas guestoes
privadas, o direito de excelência também é reconhecido; e guando um cidaddo de algum
modo se distingue, ele é [escolbido para] o servico publico... como recompensa por seu méri-
to. A pobreza tampouco constitui obstdculg, pois mesmo um homem de condicëes obscuras
pode benefsciar seu pais... No hd exclusividade em nossa vida publica, e em nossas relacëes
Privadas ndo suspeitamos uns dos outros, nem nos indispomos com nosso vizinho por ele
fazer o gue gosta; ndo langamos sobre ele olhares irritados, gue embora inofensivos so
desa Vels... HMM Es frito de reverênria ermeia HOSSOS afo$ P iblicos: ” PVL I dRO $ azer O
jié Nao tinham permissao de exercer cargos publicos e geralmente nio podiam
comparecer perante os tribunais sem um representante masculino. Uma vez gue
j eram consideradas incapazes de agir por conta prépria, necessitavam de um tutor
| — normalmente o marido ou o pal — gue administrasse sua propriedade e fiscali-
ii zasse $eu Comportamento. As meninas guase sempre se casavam aos Catorze anos,
N com homens gue tinham o dobro de sua idade, e o casamento era arranjado por
SE um parente do sexo masculino. Embora a esposa pudesse obter o divêrcio, os
jy filhos ficavam sob a guarda do pai. Acreditando gue as negociac6es financeiras
; eram muito dificeis para as mulheres, e gue estas precisavam ser protegidas dos
estranhos, os homens se encarregavam de ir as compras. As mulheres gregas nio
recebiam nenhuma educagio formal, ainda gue algumas jovens aprendessem a
ler e escrever em Casa.
Os defeitos da democracia ateniense nio devem levar-nos a subestimar as suas
extraordindrias realizag6es. A idéia de gue o Estado representa uma comunidade
de cidadaos livres continua sendo um dos principios b4sicos da civilizacao oci-
dental. A democracia ateniense incorporou o principio do Estado juridico — um
governo baseado nio na forca, mas em leis discutidas, planejadas, emendadas €
obedecidas por cidadios livres.
Essa idéia do Estado juridico sé podia ter nascido numa sociedade em gue se
conhecesse e respeitasse a inteligência racional. Assim como os gregos desmitifi-
Caram a natureza, assim também retiraram o mito do domifnio da polftica. Sus”
tentando gue o governo era algo gue as pessoas criavam para satisfazer as necessl-”
dades humanas, os atenienses viam seus lideres n&o como deuses ou sacerdotes,
mas como homens gue haviam demonstrado capacidade para dirigir o Estado.
ie. Tanto o pensamento politico sistemd&tico guanto a politica democrdtica tHvé-
A Guerra do Peloponeso
O controle de Atenas sobre a Liga de Delos assustava os espartanos e seus alia-
dos da Liga do Peloponeso. Esparta e os estados do Peloponeso decidiram-se pela
guerra porgue sentiam sua independência ameagada pela din&mica e imperialista
56 Civilizario ocidental
Arenas. O gue estava em jogo para Arenas era sua hegemonia na Liga de De] be
gue Ihe concedia poder politico e contribuia para sua prosperidad € ECONBMica
Nem Atenas nem Esparta previram as consegtiëncias catastréficas due a gu
err
traria para a civilizadao grega.
A guerra iniciou-se em 431 a.C. e terminou em 404 a.C. Ouando Atenas, as.
sediada, com a marinha dizimada e uma guantidade de viveres cada ver menor
finalmente rendeu-se, Esparta dissolveu a Liga de Delos e obrigou os atenienses
a demolir suas altas muralhas — fortificacées destinadas a proteger a cidade cop.
tra as armas de assédio.
A Guerra do Peloponeso destruiu as fundag6es espirituais da sociedade helên;.
ca. Durante a prolongada guerra, os homens tornaram-se embrutecidos, o indi
vidualismo egoista venceu o dever cfvico, a moderagio cedeu ao extremismo
em vêrias cidades, inclusive Atenas, a politica degenerou guerra civil entre as fac-
goes oligérguicas e democrdticas. Os oligarcas, gue geralmente provinham das
camadas mais ricas da sociedade ateniense, desejavam concentrar o poder em
suas préprias maos, privando as classes mais baixas dos direitos politicos. Os de-
mocratas, geralmente oriundos das camadas mais pobres da sociedade, buscavam
preservar os direitos politicos dos cidadaos adultos do sexo masculino. Os confli-
tos entre oligarcas € democratas eram muito comuns nas cidades-estados gregas
mesmo antes da Guerra do Peloponeso.
O sérulo IV
A Guerra do Peloponeso foi a grande crise da histéria helênica. As cidades-
estados jamais se recuperaram das feridas espirituais gue infligiram a si préprias.
A lealdade civica e a confianga gue haviam caracterizado o século V desaparece-
ram, € o século IV foi dominado por uma nova mentalidade gue os lfderes do
século de Péricles teriam rejeitado. A preocupacio com os negécios particulares
substituiu a devogëo ao bem geral da pdlis. As tarefas do governo passaram cada
v€z mais as maos de especialistas, em vez de serem confiadas a simples cidadaos,
€ OS mercenarios comegaram a ocupar o lugar dos soldados atenienses.
As cidades-estados em litfgio instituiram novos sistemas de aljancas e persisti
ram em seus ruinosos conflitos. Enguanto as cidades gregas estavam imersas nu-
ma guerra fratricida, emergia ao norte uma nova potência, a Macedênia. Para OS
Bregos, os macedênios, um povo selvagem das montanhas gue falava um diale-
to grego e adguiria um verniz de cultura helênica, pouco diferiam das outras
Populag6es nao-helênicas, a guem davam o nome de b&rbaros. Em 359 a.C., aOS
25 anos de idade, Filipe I1 (382-336 a.C.) tornou-se rei da Macedênia. Convel-
tendo a Macedênia numa poténcia militar de primeira ordem.,
ele deu intcio 3
COnduista da Grécia.
For n3o avaliarem corretamentea torca de
Filipe, os gregos tardaram em orga-
. MITar uma coaliz&o contra a Mace
dênia. Em 338 a.C., em Oueronéia, Filipe
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gregos, € toda a Grécia passou a ser sua, As cida-
ER dese Stados nao deixaram de existi
r, mas perderam a independência.
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O mundo antigo 27
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da peguena pdlisindependente e auro-suficiente aproximava-se do fim, e
zac&o grega adguiria uma forma diferente.
gem, as atitudes e as crengas miticas. Para eles, o mundo continuava a ser contro-
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lado por forgas divinas, apaziguadas mediante priticas rituais. E até mesmo na
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terem eles criado, definido e utilizado essa lei em seu desenvolvimento intelec-
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VI a.C. nas cidades gregas da Jênia, na Asia Menor. Curiosos guanto 3 composi-
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res, leis gerais gue podiam ser identificadas pela inteligéncia humana. Essa desco-
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pro voc ado s por Pos êid on, deu s do mar, ofe rec end o uma exp lic ago
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rali sta para tais fen ême nos : ele pen sav a gue a ler ra flu tua va na dgu a e gue
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remoros.
guando esta era agitada por ondas turbulentas, a Terra era sacudida por ter
itou a teoria de
Anaximandro (c. 611-547 a.C.), outro jénio do século VI, reje
a dgu a era a sub stê nci a pri mor dia l. Neg and o a exi stê nci a de gua l-
Tales de gue
r sub stê nci a espe cifi ca, sug eri u due alg uma cois a ind efi nid a, a gue deu o
gue
a gu€
nome de Apeiron (o imitado), era o principio de todas as coisas. Acredirav
sa pri mor dia l, gue con tin ha for as com o o calo r e o frio , gra dua lme nte
dessa mas
rgi u um ndc leo , o emb rif o do uni ver so. Par a ele, o frio eo imi do con densa-
eme
mar a Ter ra e o seu inv élu cro de nuv ens , €ng uan to o due nté € 9
ram-se para for
mar am os anéi s de fog o gue con hec emo s com o a lua, o sol e as estr elas . O
seco for
dos
calor gue se desprendia do fogo no ccu secou a Terra e provocou a retragao
oceanos. Da morna camada de lodo acumulada sobre a Terra surgiu a vida, e das
primeiras criaturas marinhas desenvolveram-se os animais terrestres, entre eles os
seres humanos. A explicacio de Anaximandro para as origens do universo € da
natureza continha, como é natural, elementos fantdsticos. Entretanto, ao ofere-
cer uma explicaco natural para a origem da natureza € da vida, ele foi muito mas
longe do gue os mitos da €riagao.
Como os seus colegas jênios, Anaximenes (morto em c. 525 a.C.) realizou a
transicëo do mito para a razio. Ele também sustentava gue uma substência pri-
mordial — o ar — estava por trés da realidade e respondia pela organizagao da na-
tureza. O ar rarefeito convertia-se em fogo, enguanto o vento, as nuvens ea agua
eram formados pelo ar condensado. A medida gue prosseguia o processo de con-
densacio, formava-se a dgua, a terra e, por fim, a pedra. Anaximenes rejeitou tam-
bém a velha crenca de gue o arco-iris era a deusa Iris; afirmava, ao contrdrio, gue
o arco-iris era provocado pelos raios de sol gue incidiam sobre o ar denso.
Os jénios foram denominados “filésofos da matéria, porgue sustentavam gue
todas as coisas provinham de uma substência material especifica. Outros pensado-
res do século VI a.C. buscaram abordagens diferentes. Para Pirigoras (c. 580-
c. 507 a.C.) e seus seguidores, gue viveram nas cidades gregas da Icélia meridional,
a natureza das coisas nio estava numa substêAncia particular mas em relagêes mate-
maticas. Descobriram os pitagéricos gue os intervalos na escala musical podiam
ser expressos de forma matemd4rica. Aplicando esse principio de proporgao encon-
trado no som ao universo em sentido amplo, concluiram ague o cosmos também
possuia uma ordem matemdtica inerente. Desse modo, os pitagéricos transferi-
ram a énfase da matéria para a forma, do mundo da percepg&o sensorial para a
légica da matemdrica. Os pitagéricos eram também misticos religiosos gue acredi-
tavam na imortalidade e na transmigracëo das almas. Recusavam-se, por conse-
guinte, a comer carne de animais, pois temiam gue ela contivesse almas humanas.
Parmênides (c. 515-450 a.C.), natural de Eléia, cidade grega da Ir4lia meridio-
nal, opês-se A concepc3o fundamental dos jénios de gue todas as coisas provinham
de uma substência original. Ao desenvolver sua tese, Parmênides aplicou ao argu-
mento filosêfico a l6égica usada pelos pitagéricos no raciocinio matemdtico. Ao
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60 Civilizacio ocidental
O Partenon, Atenas, 447-432 a.C. Obra-prima da ordem dérica, o grande templo dedicadoa
Arena, a deusa virgem proterora da cidade, foi construido gragas aos esforcos de Péricles. A estrua
de culto e as esculturas em relevo abaixo da linha do teto foram projetadas por Fidias, um dos
mais destacados escultores da época. No periodo pés-helenistico, o templo tornou-se uma igreja
cristi e, mais tarde, uma mesguira islimica, até ser destruido por uma explosio em 1687. Entre
1801-1812, os relevos em mdrmore foram retirados pelo lorde inglês Elgin e encontram-se hoje
no British Museum, Londres. Hirmer Fotoarcbiv
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4. soes, Parmênides tornou-se o criador da |égica formal. A despeito das aparências,
sustentava ele, a realidade — o cosmos e tudo o gue h4 nele — é una, eterna e imurd-
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vel; ela é percebida no pelos sentidos, gue sao ilusérios, mas pela mente; nio pela
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“Xxperiéncta, mas pela razao. A verdade somente é alcangada pelo pensamento abs”
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sistematizacio do
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co nh ec im en to s est end eu- se a vér ias dre as. Os ma tema-
Fssa sistematizacdo de
exe mpl o, or ga ni za ra m a exp eri ënc ia pri tic a dos egi pci os em
ticos gregos, por
nsu ra na cië nci a l6g ica e coe ren te da geo met ria . Tan to os bab ilênios guan-
agrime
tua vam ope rag 6es ma re ma ri ca s bas tan te com ple xas , mas , ao con -
to os egipcios efe
gre gos , nun ca pe ns ar am €m de mo ns tr ar os pri nci pio s mat emdaricos em
trério dos
am perscru-
gue elas se apoiavam. Em outro campo, Os sacerdotes babilênios havi
s por mor ivo s rel igi oso s, acr edi tan do gue os ast ros rev ela vam os des e-
rado os céu
dos deu ses . Os gre gos usa ram as in fo rm ac êe s col igi das pel os bab ilê nio s para
jos
cob rir as leis geo mét ric as gue reg em o mo vi me nt o dos cor pos sid era is.
tentar des
Um desenvolvimento paralelo ocorreu na medicina. Nenhum texto meédico
do Oriente Préximo combatia explicitamente as prdticas e crengas mdgicas. Os
médicos gregos, por sua vez, associados 3 escola de Hipcrates (c. 460-c. 37” RE
afirmavam gue as doencas se deviam a causas naturais, nao sobrenarurais.
O mundo antigo 63
pudesse
antigo sistema de crengas, mas nio ofereceram ao individuo nada gue o
substituir construtivamente.
Sécrates preocupava-se sobretudo com a perfeigao do carater de cada homem,
com a cong uist a de uma excel ência moral . Para ele, os valor es mora is nao se ori-
gina vam de um Deus tran scen dent al como acre dita vam os hebre us. Eles eram
atingidos guando o individuo paurava sua vida por padrêes objerivos alcangados
por meio de uma reflexo racional, isto é, guando a razao se torna 9 instrumen-
to formador, orientador e condutor da alma. Na visio de Scrates, a verdadeira
educacio significava a formagio do cardter segundo os valores descobertos pelo
uso ativo e critico da razao.
Sécrates gueria subordinar todas as crengas € comportameEntos humanos & cla-
ra luz da razao, pretendendo dessa maneira retirar a ética do dominio da autori-
era
dade, da tradicao, do dogma, da superstigao e do mito. Acreditava gue a razao
o Gnico guia certo para o problema mais rucial da existência humana — a gues-
(ao do bem e do mal.
Durante muitos anos, $écrates desaflou os atenienses sem sofrer nenhum da.
no, porgue Atenas era conhecida de todos por sua liberdade de EXPTESS3O € pen.
samento. Entretanto, nos tempos de incerteza, durante e imediatamente ap6sa
Guerra do Peloponeso, Sécrates fez inimigos. Aos 70 anos, foi acusado de COr-
romper a juventude de Atenas e de no acreditar nos deuses da cidade, ma: em
outras novas divindades. Por trs dessas acusagées estava o temor de gue SÊcrates
ii fosse um desordeiro, um subversivo gue ameagava o Estado ao submerter seus ve.
n |hos e sagrados valores a critica do pensamento.
- Sécrates negou as acusag6es e portou-se com grande dignidade no julgamento,
it recusando-se a humilhar-se e pedir demência. Ao contrério, definiu seu credo:
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Estds enganado, homem, se pensas gue um vario de algum préstimo deve pesar
as Possi-
G bilidades de vida e morte em vez de considerar apenas este aspecto de seus atos: se gue faz
é justo ou injusto, de bomem de brio ou de covarde. (...) Mesmo gue, apesar disso, me dis-
sésseis: “Sdcrates, por ora nio atenderemos a Anito (9 acusador] e te deixamos ir. mas Com
a conaicdo de abandonares essa investigagio e a filosofsa: se fores apanbado de novo nessa
Pprdaica, morrerds', mesmo, repito, gue me dispensdsseis com essa condicio, eu vos responde-
rid: ` Atenienses, (...) enguanto tiver alento e puder fazé-lo, jamais deixarei de fslosofter, de
vos dirigir exortages, de ministrar €nsinamentos em toda ocasido aguele de vs gue eu
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deparar, dizendo-lhe o gue costumo: “Meu caro, tu, um ateniense, (...) nio te pejas de cui-
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Condenado pelo tribunal ateniense, Sécrates foi obrigado a beber cicuta. Ti-
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vesse ele tentado abrandar os jurados, provavelmente teria recebido uma sen-
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tenga mais leve, mas, mesmo sob a ameaga de morte, no guis alterar seus prin-
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Cipios.
S6crates nao deixou escritas sua filosofia e suas crencas. Podemos construir um
relato coerente de sua vida e seus ideais a partir das obras de Plato, seu mais im-
portante discipulo.
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O mundo antigo 65
A verdade reside nesse mundo das Formas € nio no mundo apreendido pelos
sentidos. Por exemplo, ninguém pode desenhar um guadrado perfeito, mas as
propriedades de um guadrado perfeito existem no mundo das Formas. Do mes-
mo modo, o homem comum sé forma um conceito do gue é a beleza, observan-
do coisas belas; o filésofo, gue aspira ao verdadeiro conhecimento, vai além do
gue vê e tenta apreender com a mente a Idéia do belo. Falca ao individuo comum
uma verdadeira concepcio da justica ou do bem; tal conhecimento esté ao alcan-
ce somente do filésofo, cuja mente pode saltar das parricularidades terrenas para
um mundo ideal situado além do espaco e do tempo. Assim, a verdadeira sabe-
doria é alcancada mediante o conhecimento das Idéias e nao a parir dos reflexos
imperfeitos das idéias preenchidas pelos sentidos. |
Platio foi um paladino da raz&o, gue pretendia estudar e organtzara vida hu-
mana segundo modelos universalmente vdlidos. Opondo-se ao relativismo sofis-
ta, sustentava gue os modelos objetivos e eternos rêm existência real.
66 Givilizacio ocidental
Criica & Teoria das Idéias de Platio Para a mente prérica e empirica de Aristo-
teles, a noco platênica de um mundo de Formas independente e separado, si-
tuado além do espaco e do tempo, parecia contrdria ao senso comum. Para com-
preender a realidade, dizia ele, nao se deve fugir para outro mundo. Segundo
Aristêteles, a filosofia de dois mundos concebida por Plato sofria de muito mis-
tério, misticismo e fantasia poëtica; além disso, Plat&o subestimava o mundo dos
fatos e objetos revelados através da vis&o, da audigio e do tato, mundo esse gue
Aristételes valorizava.
Para Aristételes, as Formas nio se situavam num mundo exterior mais elevado
e acima dos fenêmenos, mas existiam nas préprias coisas. Dizia gue através da
experiëncia humana com coisas tais como homens, cavalos e objetos brancos,
pode-se descobrir, através da razëo, a essência de homem, de cavalo e de brancu-
ra; a Forma de Homem, a Forma de Cavalo e a Forma de Brancura podem ser
determinadas. Esses universais, gue se aplicam a todos os homens, todos os cava-
los e todas as coisas brancas, eram, nio sê para Aristételes, mas também para Pla-
(ao, os verdadeiros objetos do conhecimento. Para Platio, essas Formas existiam
independentemente de objetos particulares: as Formas para homens, cavalos,
brancura, triingulos ou templos existiam, guer as represenrtagêes dessas ldéias na
forma de objetos materiais fossem ou nao percebidas pelos sentidos. Entretanto,
para Aristételes, sem um exame de coisas especificas, as Idéias universais n3o po-
diam ser determinadas. Enguanto o uso da raz&o por Plato tendia a salientar o
sobrenatural, Aristételes tentava trazer a filosofia de volta a Terra.
Ao sustentar gue a certeza no conhecimento provém somente da razao e nio
dos sentidos, Plato inclinou-se & matemd4rica e 3 metafisica — pensamento puro
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O mundo antigo 69
za”, guanto OS pobres, gue sao “muito fracos ou muito desfavorecidos, [encon-
ram) dificuldade em seguir os principios racionais. O primeiro grupo degenera
em violência e grandes crimes; o segundo, em vagabundos e peguenos patifes”.
Os ricos nio estao dispostos “a submeter-se & autoridade (...) pois guando eram
garotos, em raz&o do luxo em gue foram criados, nunca aprenderam, nem mes-
mo na escola, o h4bito da obediëncia”. Consegiientemente, os ricos “sé podem
governar despoticamente”. Os pobres, por sua vez, “sao degradados demais para
comandar e devem ser governados como escravos”'". Os cidadaos de dlasse média
io menos invejosos gue os pobres e mais indlinados gue os ricos a considerar
como iguais os outros cidadëos.
Arte
A era cldssica da arte grega estende-se desde o término das Guerras Persas (479
a.C.) até a morte de Alexandre, o Grande (323 a.C.). Durante esse periodo, esta-
beleceram-se padrêes gue dominariam a arte ocidental aré o surgimento da arte
moderna, no final do século XIX.
Na Grécia, o desenvolvimento da arte coincidiu com as realizac6es alcancadas
em outras dreas. Assim como a filosofia e a politica, a arte grega também aplicou
a razao & experiëncia humana e efetuou a transicio de uma visio de mundo miti-
co-religiosa a um mundo percebido como ordenado e racional. Os temas religio-
sos € sobrenaturais aos poucos deram lugar a temas humanos e seculares. A arte
cldssica era figurativa — ou seja, buscava imitar a realidade, representar de manei-
ra realista o mundo objerivo, tal como este se apresentava ao olho humano.
Os artistas observavam atentamente a natureza e os seres humanos e procura-
vam obter um conhecimento acurado da anaromia humana, a fim de retratar
COM precisao o corpo em repouso e movimento. Sabiam guando os miisculos de-
vlam estar tensos ou relaxados, um guadril mais baixo gue o outro, o tronco eo
pescogo ligeiramente retorcidos — em outras palavras, conseguiam transformar o
marmore ou o bronze em imagens humanas gue pareciam ter vida. Contudo,
embora a arte grega fosse realista e naturalista, era também idealista, aspirando a
uma representagao cada vez mais refinada e perfeita, retratando a essência e a
forma de um objeto com mais exatid3o do gue ele na verdade apresentava. Assim,
uma €starua grega nio se assemelhava a nenhuma pessoa especificamente, reve-
lando em vez disso uma forma humana perfeita, sem rugas, verrugas, cicatrizes
ou outras imperfeicêes.
Em sua representagio exata dos objetos € ao sustentar gue existiam normas de
beleza gue a mente humana podia descobrir, o artista grego utilizava uma aborda-
SEM coerente com a nova visio da ciëncia. O templo grego, por exemplo, é uma
unidade organizada, gue obedece 3s leis naturais de eguilibrio e harmonia; a escul-
tura cldssica caprura as leis b4sicas gue governam a vida em movimento. Tal arte,
fundamentada na raz&o, conduza atencio da mente para os contornos bem defini-
dos do mundo externo e também para a prépria mente, trazendo os seres humangs
para o centro de um mundo inteligivel e tornando-os senhores de sl mesmos.
A exemplo dos filésofos, os artistas gregos proclamaram 2 IMPortAncia ea ca.
pacidade criativa do individuo. Fles exemplificam o espirito humanista Oue ca.
racterizou todos os aspectos da cultura grega. A arte cl4ssica colocou as DEssoas
em seu ambiente natural, converteu a forma humana no principal foco de aten-
Gao e exaltou a nobreza, a dignidade, a autoconfianga e a beleza do ser humano.
Poesia e teatro
' Assim como os filéêsofos e artistas, os poetas e dramaturgos gregos também
' deram expressao ao desabrochar do individuo e ao surgimento dos valores hu-
manistas. Uma das primeiras e mais inspiradas poetisas gregas foi Safo, gue viveu
ie por volca de 600 a.C. na IIha de Lesbos. Safo fundou uma escola onde ensinava
TES
musica e canto a meninas ricas € as preparava para o Casamento. Com grande ter-
dy nura, @screveu poemas de amizade e amor.
SE
Pindaro (c. 518-438 a.C.) foi outro poeta lfrico grego. Em seu poema de lou-
# vor a um atleta vitorioso, expressou o ponto de vista aristocrdtico da excelência.
' Embora a vida seja essencialmente tragica — os triunfos tém curta duracio, mui-
ras SAO as tristezas € tudo acaba sendo vencido pela morte —, o homem precisa
j demonstrar seu valor lutando pela excelência.
“is O ponto alto da poesia grega é o teatro, uma forma de arte gue teve origem na
$ j Grécia. Os dramaturgos retratavam os sofrimentos, as fraguezas e os triunfos das
j j pessoas. O teatro evoluiu como uma busca Continua da humanizacao e indivi
ti dualizac3o. Do mesmo modo due um escultor cinzelava uma imagem visual nitl-
da da forma humana, um dramaturgo estudava profundamente a vida
interior de
um ser humano, seus medos e “SpErangas, € tentava encontrar o significado
mas
profundo da experiëncia humana. Assim, tanto na arte como no dra
ma, a auto-
consciëncia crescente do individuo era evidente.
O teatro nasceu nos festivais religiosos em honra a Dionis
o, deus do vinho e
da fertilidade agricola. Uma INOVac3o profunda
nessas representacêes sagradas,
gue incluiam cantos coraise danGas, ocorre
u no final do século VI a.C. Téspis, o
primeiro ator gue a histêria registra, destacou-se do
coro e pês-se a dialogar com
ele. eeAo separar-se do grupo co
ral, Téspis demonstrou uma nova consciëncia do
individuo.
COro, @ram limitadas as possibilidades de
sr em seus d dramas, i S6focles um nos. Esguilo introduziu ent&o um segundo
terceiro. Desse modo, tornou-se possivel
1alogo €ntre pessoas. Os atores gregos usavam ; o
OT
podia desempenhar v4rios pa ge mascCaras e, trocando-as, cada a
7 RE PAPtIS na mesma apresentac3o. Essa flexibdidade per-
mitia dos dama retratar de maneira mais ampla Oo conflito e 2a interacao
dos desejos e das paixêes humanas
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O mundo antigo 71
Mosaico de chao representando Dioniso, deus protetor do teatro. () ros nado, as garras e 0
pescoco esticado da pantera transmitem uma ferocidade gue contrasta vividamente com o jetto
sereno de Dioniso. Archaeological Receipts Fund, Afenas
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72 Givilizacio ocidental
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A essência da tragédia grega estd na luta do heréi tr4igico contra as forcas cés.
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(c. 496-406 a.C.) e Euripides (c. 485-406 a.C.). Esguilo acreditava due o mundo
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era governado por uma justiga divina gue nio podia ser violada IMpunemente;
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guando as pessoas se deixavam dominar pela #ybris (io orgulho ou arrogência),
gue as levava a ultrapassar os limites da moderacëo, tinham de ser punidas. Ou-
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S6focles sustentava gue os individuos deviam moldar seu cardter do mesmo
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modo gue um escultor dé forma a um modelo: obedecendo As leis da proporg#o.
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O espirito racionalista
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Como os sofistas, Euripides submeteu os problemas
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O mundo antigo 73
abo rda gem dif ere nte ao est udo da hist éria . Par a eles , a histéria
gOS iniciaram uma
iva sob re os feit os dos deu ses , com o par a os egi pcl os e mesopo-
70 era uma narrat
o reg ist ro da ira ou ben evo lên cia de Deu s, com o par a os heb reus,
Amios, nem
mas dizia respeito as ag6es humanas.
os sobre a ori-
Assim como os deuses foram excluidos das explicac6es dos fil6ésof
nd o nat ura l, ass im tam bém os ele men tos mit ico s for am reti -
gem das coisas no mu
hist éria . Os his tor iad ore s gre gos pro cur ava m exp lic ar os feic os
'ados das obras de
eav am sua s res pos tas em tes tem unh os dis pon ive is € esc rev iam em
dos povos, bas
gua gem do pen sam ent o rac ion al. Fles nio so nar rav am OS aco nte ci-
prosa a lin
mentos como também €xaminavam as causas.
Her6doto
gti ent eme nte cog nom ina do “o pai da hist éria ”, Her édo to (c. 484 -c. 424
Fre
s de He-
a.C.) escreveu um relato das Guerras Persas. O tema central das Histéria
a
édoto é o contraste entre o despotismo do Oriente Préximo e a liberdade greg
eo subsegtiente chogue dessas duas concepgoes de mundo nas guerras.
Embora Herédoto encontrasse muitas coisas louv4veis no Império Persa, im-
pressionava-se com a falra de liberdade e com o due co nsiderava como barbarie.
Frisava gue a mentalidade do cidadao livre era estranha ao Oriente, onde os ho-
mens eram treinados para obedecer cegamente as ordens dos governantes. O gue
prevalecja no Oriente nio era o império da lei, mas o capricho dos désporas.
Outro tema gue aparece com fregtiëncia na obra de Heré6doro é o castigo acar-
retado pela hybris. Ao tentar tornar-se rei da Asia e da Europa, Xerxes comporta-
ra-se arrogantemente; embora se conduzisse como um super-homem, “ele era por
demais humano, € estava certo de gue as suas grandes aspirag6es nao se realiza-
riamU, Como os trégicos gregos, Herédoto inferiu principios morais universal
do comportamento humano.
Em v4rios aspectos Herédoto foi um historiador mais do gue um contador de
histérias. Em primeiro lugar, ele indagava sobre o passado, em vez de meramen-
te repetir antigas lendas; tentava descobrir o gue havia acontecido e os motivos
gue estavam por tris das ages. Em segundo lugar, demonstrava, As vezes, uma
atitude cautelosa e critica para com suas fontes de informago. Em terceiro lugar,
embora os deuses aparecessem em seu relato, eles desempenhavam um papel mui-
to menos importante do gue na mitologia popular grega. Entretanto, por manter
a Crenga no significado de sonhos, pressdgios e ordculos e por admitir a interven-
6ao divina, Herddoto escapou de ser um racionalista perfeito. Seus escricos con-
tém o embriëo da histéria racional; coube a Tucidides conduzi-lo 2 maturidade.
Tucidides
Tucidides (c. 460-400 a.C.) ambém se concentrou na grande crise politica en-
frentada pelo mundo helênico — a Guerra do Peloponeso. Por viver na Atenas da
época de Péricles, gue tinha na polftica sua principal preocupagio, Tucidides
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74 Civilizacio ocidental
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ria. Nio se contentava em arrolar fatos, mas buscava os conceitose Principios ge.
rais gue os fatos ilustravam. Sua histêria nao rinha lugar para os mitos, as lends.
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histéria era uma criac&o da mente racional, nao uma expressio da Imaginacso
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tentou descobrir as forcas sociais e as decisêes humanas gue se ocultavam Por tris
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gual os deuses estavam ausentes, negando sua interven€io nos negécios humanos.
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Dos sofistas, Tucfdides aprendeu gue os motivos e reac6es dos seres humanos
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obedecem a certos padrêes. Assim, uma andlise adeguada dos fatos da Guerra do
Peloponeso revelaria, segundo ele, os principios gerais gue governam o COMpor-
tamento humano. Tucidides pretendia gue sua histêria fosse uma fonte de esdla-
reclmento para as épocas fururas, pois acreditava gue os tipos de comportamen-
to gue desencadearam o conflito entre Esparta e Atenas se repetiriam regular-
mente ao longo da histéria.
Além de historiador, Tucidides foi também um flésofo politico, com uma con-
Ceprao especifica de governos e estadistas. Advertia contra os perigos do extre-
mismo desencadeado pelas tensêes da guerra, e acreditava gue, guando se punh
a
de parte a razao, a situagio do Estado piorava. Desprezava os estadistas
gue, sem
medir as consegtiëncias, envolviam-se em guerras, obedecendo a um
impulso,
movidos sê pela aud4cia e uma insacidvel fome de territério.
po rt an-
EP
. A ci da de -e st ad o tev e seu po de r e im
helentstica, a situagao modificou-se
rei nos € im pé ri os . Em bo ra as ci da de s ai nd a co nservassem gran-
cia ofuscados por o
as su nt os int ern os, pe rd er am a li be rd ad e de aca
de parte de sua sutonomia nos
ern os. J& nao er am as co mu ni da de s au to -s uf ic ie nt es e indepen-
nos neg6cios ext
o hel êni co. In ca pa z de om br ea r co m os rei nos , a cidade-estado
dentes do period
ins tit uig ao su pe ra da . Af ro ux ar am -s e Os lac os ent re o cidaddo ea
“ornara-se uma ra ng a
r os se nt im en to s de is ol am en to e in se gu
cidade. O povo teve de enfrenta
produzidos pelo declinio da pdlis.
eg ti ën ci a das co ng ui st as das ter ras ent re a Gr éc ia e a Ind ia por Ale-
Em cons
lh ar es de so ld ad os , me rc ad or es e ad mi ni st ra do re s
xandre Magno, dezenas de mi
be le ce ra m- se €m ter ras ori ent ais . Os en co nt ro s des tes co m os diferen-
gregos esta
s e cul tur as do Or ie nt e Pr éx im o de fi ne m a id ad e hel eni sti ca.
tes povo
ida de he lê ni ca os fil éso fos gre gos ti nh am um a co nc ep ga o li mi ta da de hu-
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mu nd o ent re gr eg os e b4 rb ar os . Na id ad e hel eni sti ca, o
anidade, dividindo o
vo s de sl oc ou o ce nt ro de int ere sse da ci da de par a a oi ko um é-
caldeamento dos po
o e ao cos-
nié (o mundo habitado); o provincianismo cedeu lugar ao universalism
o, me di da em gue as pes soa s co me ga ra m a s€ co ns id er ar me mb ro s
mopolitism na
mu ni da de mu nd ia l. Os fil éso fos pa ss ar am a co ns id er ar o mu nd o civ i-
de uma co
izado como uma cidade, a cidade do homem.
Alexandre Magno
Apés o assassinio de Filipe da Macedênia em 336 a.C., subiu ao trono seu fi-
Iho de 22 anos, Alexandre, gue herdara da mae o temperamento alrivo e ardente.
De seu preceptor Aristêreles, Alexandre ganhou o aprego pela culrura grega,
sobrerudo pelos épicos de Homero. Sem divida o jovem Alexandre deixou-se in-
fluenciar por essas histêrias de heréis miticos, principalmente de Aaguiles, gue
lucavam pela glêria pessoal. De seu pai Alexandre assimilou as técnicas militares
e as gualidades de lideranca.
Alexandre herdou também de Filipe uma politica estaral gue visava principal-
mente 3 invasio da Pérsia. Em 334 a.C., 3 testa de um exército de 35 mil ho-
mens, formado por macedênios e gregos, Alexandre atravessou a Asia Menor e
avancou em direcao & fndia, realizando conguistas ao longo de todo o caminho.
Nessas campanhas, Alexandre revelou-se um extraordin4rio estraregista € um
admirdvel lider. Vencendo todas as batalhas, o exército de Alexandre construiu
um império gue se estendia desde a Grécla aré a fndia.
Profunda e radical foi a transformagao do mundo depois das conguistas de
Alexandre. Estas aproximaram o Ocidente e o Oriente, assinalando o inicio de
uma nova era. O préprio Alexandre ajudou a implementar essa transformagao.
Casou-se com uma mulher persa, combinou o casamento de 80 de seus oficiaise
10 mil de seus soldados com mulheres orientais e planejou incorporar 30 mil jo-
vens persas ao seu exército. Alexandre fundou cidades de estilo grego na Asia,
onde os colonos gregos se misturaram aos orientais.
76 Givilizacio ocidental
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'|..| Monarauia selêucida
[1] Monarauiade Pérgamo —
1 ] Monarguia ptolemaica
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Oriente Préximo, a mentalidade provinciana da polis cedia
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lugar a uma pers-
pectiva mundial. Enguanto o comércio € as vlagens entre o
Ocidente e o Oriente
| se expandiam, enguanto mercadores e soldados gregos
se estabeleciam em terras
' asidticas e enguanto a cultura grega era transmitida
a no gregos, diminuiam as
” distincêes entre b4rbaros e€ gregos. Embora Alexandre
nunca tivesse unido to-
DE.oe
ias : os pto lem aic os, no Egi to; os sel êuc ida s, na Asia; e OS
cindiu-se em tré€s dinast
ni a. A Ma ce dê ni a — ter ra nat al de Ale xan dre — con ti-
antigénidas, na Macedê
te tentavam se livrar de seu
nuou a dominar as cidades gregas, gue periodicamen
de, o rei no de Pér gam o, na Asi a Me no r oci den tal , de sp on to u como
jugo. Mais aar
a guarta monargula helenfstica.
séc ulo II a.C ., o Egi to dos pto lem aic os era a pri nci pal por ênc ia do mun-
No
sel êuc ida , gue se est end ia des de o Med ite rrê Ane o até as
do helenfstico. O império
mui tos pov os dif ere nte s, ten tou exp and ir seu pod er
Fonteiras da India e reunia ern ant e
im pe di do pel os pro lem aic os. Fin alm ent e, o gov
oo Ocidente, mas foi
3-2 87 a.C .) der rot ou as for gas egi pci as e est abe lec eu do-
selêucida Antioco IT (22 to, a Ma -
tci a e a Pal est ina . Apr ove ita ndo -se da der rot a do Egi
nio sobre a Fen
lemaicos.
cedênia conguistou v4rios terricérios sob controle dos pto
nd o co mo um a nov a pot ênc ia, Ro ma int rom eti a-s e cad a vez mais nos
Emergi
eni sti cos em lit fgi o. Por vol ta do séc ulo II a.C ., jé imp use -
|seuntos dos reinos hel
Des se per iod o em dia nte , os des tin os pol idi cos do Med ire r-
n seu arbitrio a eles.
Aneo oriental e ocidental estavam inextricavelmente ligados.
Cosmopolitismo
ied ade hele nist ica cara cter izav a-se pelo cal dea men to de pov os e o inte r-
A soc
cAmbio de culturas. As tradicêes gregas espalhavam-se até o Oriente Proximo,
enguanto as tradig6es mesopotêmicas, egipcias, hebrafcas € persas — especialmen-
te as cren cas reli gios as — exp and iam -se para o Oci den te. O pro vin cia nis mo da ci-
dade-estado foi substituido por um cosmopolitismo crescente. Embora os gover-
nantes dos reinos helenisticos fossem macedênios e os seus altos administradores
e generais fossem gregos, o estilo de governo seguia o modelo dos antigos reinos
orientais. Na idade helênica, a lei expressava os anseios da comunidade, mas nessa
nova era de monarguia, os reis eram a lei. Os governantes macedênios encoraja-
vam a prêtica oriental de adorag#o do rei como um deus ou como um represen-
rante dos deuses. No Egito, por exemplo, os sacerdotes conferiam ao rei macedê-
nio os mesmos poderes divinos e ttulos tradicionalmente ostentados pelos fara6s
egipcios; de acordo com antiga tradigao, estdruas do rei divino eram colocadas em
templos egipcios.
Os selêucidas, seguindo a orientagso de Alexandre, estabeleceram cidades no
Oriente nos moldes das cidades-estados da Grécia. As cidades, Fundadas com fre-
gtiëncia para proteger as rotas comerciais e como fortalezas contra o atague de tri-
bos hostis, adotaram as instituicêes poliricas da Grécia helênica, inclusive a assem-
bléia popular e€ um conselho. Os reis helenisticos, de modo geral, nao interferiam
nos assuntos locais. Milhares de gregos se estabeleceram nessas cidades de arguite-
tura grega, gue tinham escolas, templos, teatros — onde se encenavam pecas cldssi-
Cas — e gindsios. Os gindsios eram principalmente lugares destinados & prética de
exerciclos e esportes e a palestras, mas alguns tinham bibliotecas e salêes onde se
realizavam conferências piblicas e competicêes de oradores e poetas. Os reis hele-
nisticos trouxeram da Grécia livros, pinturas e estdtuas. Suas cidades, habitadas
78 Givilizacdo ocidental
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se alca helenizada, serviam como centros e agentes do helenismo, Oue foi adotad
pelos povos nao gregos. As cidades do Egito e da Siria testemunharam o sur $
mento de uma elite nativa gue falava o idioma grego, usava roupas de estilo ed
€ praticava costumes gregos. A #oiné, uma forma da lingua grega, passou
a ser Bl
da em grande parte do mundo mediterrineo.
A maior cidade da época €e uma das mais representativas da idade
helenfstic
1
toi Alexandria, no Egito, fundada por Alexandre Magno. Por estar strategic.
mente situada numa das fozes do rio Nilo, tornou-se um centro
de COMEÊrcjio ede
cultura. Cidade mais populosa do mundo mediterrineo, Alexandria contava
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inicio da era cristê, com talvez 1 milhao de habitantes — egipcios,
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j! ao amor, desejos gue atormentam a alma. Deveriam ainda tentar viver COM ret
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duo s e fazi a-os rec onh ece r e resp eita r a dig nid ade do pré xim o. Para os es-
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os, toda s as pess oas — gre gos e barb aros , hom ens livr es e escr avos ricos e pobres —
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se modo,
ram seres irmaos ea todos se aplicava uma dnica lei, alei da natureza. Des
os estéicos, como os hebreus, chegaram 3 idéia de uma humanidade una.
Ta] como Sêcrates, os estéicos acreditavam gue a gualidade distintiva de uma
disciplina
pessoa era sua capacidade de raciocinio e gue a felicidade provinha da
das emocêes pela parte racional da alma. Também como Sécrates, os €stO1cos
susten tav am gue um ind ivi duo devi a pro gre dir mor alm ent e, ape rfe ico ar seu ca-
-
“Ater. Para os estéicos, os sébios organizavam suas vidas de acordo com a lei natu
ral —a lei da raz&o — due governava o cosmos. Essa harmonia com o /ogos lhes
dari a forc a inte rior para resi stir aos tor men tos infl igid os por outr os, pelo des tin o
e por suas préprias naturezas apaixonadas. O resultado entao seria o autodomi-
nio e a paz interior, ou felicidade. Tais pessoas permaneciam imunes as desventu-
ras da vida, pois suas almas eram independentes. Nem aos escravos era negada a
iberdade interior; embora seus Corpos estivessem sujeitos ao poder de seus se-
nhores, suas mentes permaneciam ainda independentes e livres.
O estoicismo teve um impacto duradouro sobre a mente ocidenral. Para al-
guns teëricos polfticos romanos, o império preenchia o ideal estê1co de uma co-
munidade mundial em gue povos de diferentes nacionalidades possuiam cidada-
nia € eram governados por uma lei mundial gue se harmonizava com a lei da ra-
730, ou lei natural, gue regia todo o universo. As crengas esto1cas — SOmoSs todos
por natureza membros de uma sê familia, cada pessoa é significariva, as distin-
cêes de classe e raca n3o contam, e a lei humana no deve colidir com a lei natu-
ral — foram incorporadas 3 jurisprudência romana, ao pensamento cristdo e ao
liberalismo moderno. HA uma continuidade entre a idéia estéica de lei natural —
uma ordem moral subjacente 3 natureza — e o principio dos direitos inaliendveis
expressos na Declaracao de Independência dos Estados Unidos.
Notas
Herédoto. The Histoires. Trad. de Aubrey 9. Politics. In Richard McKeon (org.), Basic
de Sélincourt. Baltimore, Penguin Books, Works of Aristotle. Nova York, Random
1954, p. 493. (Ed. brasileira: Histérias, House, 1941, pp. 1246, 1251. [Ed. bra-
trad. de ]. Brito Broca. Rio de Janeiro, sileira: Polftica. Trad. de Nestor Silveira
Edicées de Ouro, 1968, 1. VUIL, COOV, Chaves. SZo Paulo, Ed. Culrura Brasilei-
p. 648. (N. do T.)] ra, s.d. (N. do T)]
5. "Tucidides. 7he Peloponnesian War. Trad. 10. Jbid., pp. 1220-21.
de B. Jowett. Oxford, Clarendon Press, 11. Herédoto, op. dit, p. 485. ([Trad. cic, 1.
1881. Livro 2, cap. 37. Ed. brasileira: VIL COOOXV, p. 606. (N. do T)]
Histéria da Guerra do Peloponeso, wad. de 12. Benjamin Farrington. Greek Science. Bal-
Anna Lia Amaral de Almeida Prado, Sao timore, Penguin Books, 1961, p. 301.
Paulo, Martins Fontes, 1999. (N. do T.) 13. W. H. Auden (org). 7he Portable Greek
6. Platëo. Apology. Trad. de E. ]. Church; rev. Reader. Nova York, Viking, 1952, p. 38.
Sugestêes de leitura
Boardman, John et. al. The Oxford History of Frost, Frank ]. Greek Society (1987). A vida
the Classical World (1986). Ensaios sobre social e econêmica da Grécia anriga.
todos os aspectos da cultura grega. Grant, Michael. A Social History of Greece
Copleston, Frederick. A History of Philoso- and Rome (1992). Ensaios sobre os ricos,
Phy, vol. 1 (1962). Excelente andlise da cul- os pobres, as mulheres, os escravos e os li-
tura grega. berros.
Cornford, E. M. Before and After Socrates . From Alexander to Cleopatra (1982).
(1968). Uma apresentag&io dlara do signi- Excelente estudo de rodas as fases da so-
ficado essencial da cultura grega. ciedade e culrura helenifsticas.
Ferguson, John. 7he Heritage of Hellenism Hooper, Finley. Greek Realities (1978). Apre-
(1973). Uma boa introducso a cultura he- sentacao literata e sensivel da sociedade e
lenfstica. culrura gregas.
Fine, John V. A. The Ancient Greeks (1983). Jaeger, Werner. Paideia: The ldeals of Greek
Andlise fidedigna e atualizada da histéria Culture (1939-1944). Obra sobre a cultu-
grega. ra grega, escrita por um nordvel classicista.
Finley, M. I. (org). The Legacy of Greece O traramento dado a Homero, aos primi-
(1982). Ensaios sobre todas as fases da cul- tivos filésofos gregos e aos sofistas, é ma-
tura grega. gistral.
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86 Givilizacio ocidental
Ouestêes de revisio
1. Por gue Homero é denominado “o mo- 10. Em gue sentido Aristêteles criticava €
delador da civilizagio grega”? acelitava a Teoria das Idéias de Plato? O
2. De gue modo a pdlis grega rompeu com gue tinham em comum o pensamento
a politica teocrdrica do Oriente Pré- politico e o pensamento ético de Aristé-
Ximo? teles?
3. Descreva as principais caracterfsticas e as 11. A arte grega era realista, idealista € hu-
limitag6es da democracia ateniense. manista. Expligue.
4. Ouais foram as causas da Guerra do Pe- 12. Por gue as pecas gregas têm apelo pe-
loponeso? Oual foi o impacto dessa guer- rene?
ra sobre o mundo grego? 13. Ouais so as diferencas b4sicas entre as
5. Expligue em gue sentido a vida polftica idades helênica e helenistica?
grega revelava as melhores e piores carac- 14. De gue maneira Alexandre Magno con-
teristicas da liberdade e o potencial e Ii- tribuiu para moldar a idade helenfstica?
mitac6es da raz&o. 15. A ciëncia helenifstica situa-se no limiar
6. Oual foi a grande realizagio dos filésofos do mundo moderno. Justifigue essa afir-
narurais jénicos? macao.
7. De gue maneira os sofistas promoveram 16.A gue problemas se dedicaram os fil6so-
a tradi&o da raz&o inicjada pelos filéso- fos helenfsticos?
fos naturais? Em gue sentido eles contri- 17. Cual foi o significado duradouro do es-
buiram para a crise espiritual de Atenas? toicismo?
8. Cual foi a resposta de Sécrates aos pro- 18. Os gregos romperam com a perspectiva
blemas propostos pelos sofistas? mitica do antigo Oriente Préximo e con-
9. Descreva os aspectos essenciais da Repu- ceberam uma visio de mundo gue se tof”
blica de Plat3o e discuta as razêes gue o nou a base da civilizacio ocidental. Dis-
levaram d escrevê-la.
Cutaa afirmacao
s CAPITULO 4
Roma: de cidade-estado
a império mundial
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inicio em 509 a.C. com a derrubada da monarguia etrusca; e o Império,
AR SIR AG E eE GEE
gue se iniciou em 27 a.C., guando Otdvio (Augusto) se tornou, de Fato,
o primeiro imperador romano, pondo fim a guase 500 anos de autogo-
verno republicano. A Repuiblica romana, ao conguistar o mundo medi-
terrêneo e estender sua lei e, em alguns casos, cidadania a diferentes na-
clonalidades, ultrapassou o provincianismo tipico da cidade-estado. A
Republica deu infcio & tendência ao universalismo politico e juridico,
gue se concretizou na segunda fase da histéria romana, o Império. **
87
ot T 9 8 Civil ia (40 OC. ide tal
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90 Civilizaio ocidental
A unifcacio da hidlia
Durante a primeira fase de expansëo, Roma estendeu sua he SEMONIA
Jr4lia, subjugando sobre
pouco a pouco as tribos italianas semiciviliz
nhos larinos de mesma origem —, os outrora prepotentes etrus COS € as cidad
es.
estados gregas da Irélia meridional. A conguista romana da Irlia em parte der.
vou de organizagao e disciplina militares superiores. Os OMANOS,
s€guindo
modelo grego, organizaram seus soldados em formacso
de batalha: ao CONtrrig
de seus Inimigos, gue muitas vezes |lutavam como hordas d €SOrganizadas
, Predis.
postas ao pênico e 3 fuga. Além disso, os romanos voluntariamente
fazjam saCr-
ficios para gue Roma pudesse sobreviver. Ao conguistarem
a It4lia, estavam Uni-
dos por uma devogao moral e religiosa 3 sua cidade forte o bastante
para supera
conflicos sociais, rixas partidérias e ambigso pessoal.
Apesar da forca de seu exército, Roma nio poderia ter dominado a Tr4lia
sem
a cooperacao de outros povos italianos. Em vez de reduzir
os adversdrios 3 escra-
vidao e confiscar-lhes todas as terras — método de guerra comum no mundo
an-
rigo —, Roma empenhava-se em ganhar a lealdade do POVO conguistado
me-
diante um tratamento generoso. Algumas comunidades derrotadas mantinham
aré certo ponto um governo préprio, mas cediam aos romanos a conducio
dos
a$SUNLOS EXternos e contribufiam com contingentes para o exército guando
Ro-
ma 1a a guerra. Outros povos conguistados recebiam cidadinia parcial ou total.
M
Ao estender seu dominio sobre a Ir4lia, Roma demonstrou um talento notdvel
#
p
para converter antigos inimigos em aliados e finalmente cidad&os romanos. Ne-
nhuma cidade grega jamais pensara em integrar os naAo-nativos em sua comuni-
Ad
dade politica.
Relevo fundido (detalhe) da Coluna de Trajano. O imperador Irajano (98-1 17) construiu uma
coluna para comemorar suas campanhas vitoriosas. Um dos relevos representa o desembargue de
Uma armada romana no porto de Acona. Durante a | Guerra Puinica, Roma se tornara uma
Porëncia naval capaz de fazer frente & frora cartaginesa. Alinarildrt Resource, NY
A guerra entre as duas grandes potências teve inicio porgue Roma temia gue
Cartago tivesse interesses em Messana, cidade do norrte da Sicilia. Roma receava
due Cartago usasse Messana para atacar as cidades-estados da Irdlia meridional
1H€ éram suas aljadas, ou para interferir no comércio entre elas. Roma decidiu
AU€ a seguranga de suas aljadas exigia uma intervengio na Sicilia. Embora Roma
94 Givilizacio ocidental
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96 Givilizacdo ocidental
Em 146 a.C., ano em gue a hegemonia romana foi assegurada, Roma chegou
a0 fim da JIT Guerra Punica contra Cartago. Roma dera inicio a essa guerra de
exterminio contra os cartigineses em 149 a.C., embora Cartago fosse uma POtên-
E cia de segunda ordem e jd nao representasse uma ameaga 3 sua s€guranca. Os
; romanos foram estimulados por velhos ressentimentose pela lembranca LTauma-
jy tica da guase vit6ria de Anibal. Roma vendeu os cartagineses sobreviventes COmo
escravos, destruiu a cidade e transformou a regiëo numa provincia romana da
Africa. O comportamento cruel e irracional de Roma em relacio & desamparada
i Cartago foi um primeiro indicio da deterioragio da lideranca senatorial: haveria
E OUtros.
Hi Roma na0 aringira ainda os limites de sua expans#o, mas nio havia ddvida de
gue por volra de 146 a.C. o mundo mediterrineo se havia curvado 3 sua vonta-
de. Nenhuma potência podia fazer frente aos romanos.
As conseguëncias da expansdo
A expansêo teve importantes consegiiëncias para Roma e o mundo mediterrê-
neo. Milhares de gregos, muitos deles homens cultos gue haviam sido escraviza-
dos pelos romanos em suas conguistas no Oriente, chegaram a Roma. Esse influ-
xo acelerou o processo de helenizac#o j4 iniciado guando do contato de Roma
com as cidades gregas da Irélia meridional.
Uma consegiëncia fundamental da expansio foi o contato com a experiëncia
juridica de outros povos, entre os guais os gregos. Os juristas romanos, demons-
trando as virtudes romanas do pragmatismo e do bom senso, fizeram uma incor-
poragao seletiva dos elementos dos cédigos de leis e tradic6es dessas nacêes ao di-
reito romano. Assim, de modo gradativo e empirico, eles elaboraram o jus gem-
Hum, 0 direito das nag6es ou povos gue foi aplicado a todo o Império.
Os conguistadores romanos levaram para a ltlia centenas de milhares de prisio-
neiros de guerra, entre os guais gregos, de todas as partes de seu império. Calcula-
sé gue mais de 2 milhêes de estrangeiros escravizados chegaram & Irdlia entre 80 e
$ a.C. Em meados desse século, aproximadamente, cerca de um terco da popula-
GA0 italiana era constituida de escravos enguanto antes da T1 Guerra Pinica esse nud-
mero girava em torno de 10%. Os escravos mais afortunados trabalhavam como
artesaos ou criados domésticos; os menos afortunados, gue eram também os mais
numerosos, trabalhavam nas plantacêes, ou encontravam a morte precoce labu-
rando nas minas. Os senhores romanos muitas vezes tratavam seus escravos de
modo cruel. Embora os levantes de escravos nio fossem comuns, sua violência
“Pavorava os romanos. Em 135 a.C., alguns escravos da Sicilia revoltaram-se €
capturaram importantes cidades, derrotando as forcas romanas antes
de serem do-
minados. Em 73 a.C., gladiadores chefiados por Espdrtaco fugiram de
seus aloja-
MENLO € receberam a adesio de dezenas de milhares de fugitivos.
Espêrtaco pré”
n tendia fugir para a G4lia ea Trcia, terra natal de muitos escravos. Seu exército der”
ss
DOU as HOPas romanas e arrasou a t4lia meridional antes
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A cultura na Republica
Uma das principais consegiiëncias da expansêo foi aumentar o contato com a
cultura grega. Durante o século TT a.C., a civilizagao grega comegou a exercer
uma Crescente e frutifera influência sobre o espirito romano. Mestres gregos, na
condicao de escravos ou homens livres, chegaram a Roma e ali introduziram as
realizag6es culturais gregas. A medida gue conguistavam o Mediterrêneo orien-
tal, os generais romanos comegaram a transferir bibliorecas e obras de arte das
cidades gregas para Roma. A escultura e pintura romanas imitavam os originais
gregos. Com o tempo, os romanos adguiriram da Grécia o conhecimento do
pensamento cientifico, da filosofia, da medicina e da geografia. Escritores e ora-
dores de Roma tomavam como modelos a histéria, a poesia € a oratéria gregas.
Ao adotar a visao humanista dos gregos, os romanos passaram a valorizar a inte-
ligéncia humana € a prosa € poesia elogiientes e elegantes. Os romanos de maior
poder aguisitivo punham a seu servico preceptores, poeras e filésofos gregos e
mandavam os filhos estudar em Arenas. Desse modo, Roma assimilou criariva-
mente os feitos gregos e os transmitiu a outros, ampliando assim a 6rbita do
helenismo.
Plauto (c. 254-184 a.C.), o maior dramaturgo de Roma, adotou as Caracteris-
ticas da comédia grega dos séculos IV e TT. Suas comédias rinham personagens
Bregos e se desenrolavam em ambientes gregos; os atores usavam roupas de estilo
grego. Mas continham também elementos familiares gue encantavam as platéias
'omanas — cenas de glutonaria, embriaguez, lubricidade e dores de amor.
Outro dramaturgo, Terêncio (c. 190-156 a.C.), era origindrio da Africa do Nor-
tee foi trazido para Roma como escravo. Seu amo, um senador romano, man-
dou educar o talentoso jovem e concedeu-lhe a liberdade. Ao humor de Terêncio,
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98 Givilisacio ocidental
te neste capitulo. Abalado pela luta gue parecia no ter fim, Lucréci
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O colapso da Repiblica
Em 146 a.C., o poder de Roma estendia-
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rio esperava liberar os lotes para redistribui-los aos gue no tinham terra.
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gue ele estivesse tentando sensibilizar os pobres a fim de conguistar poder politi-
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co. Para preservar o status guo, em gue o poder ea rigueza se concentravam nas
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bério e cerca de 300 de seus partiddrios, Cujos corpos foram lancados ao Tibre.
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AN Causa da reforma agrdria foi outra vez retomada por Caio Graco (153-121
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a.C.), irmao mais novo de Tibério, gue foi eleito tribuno em 123 a.C. Caio aju-
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mercado. No entanto, tal como seu irmao, despertou o édio da dlasse senatorial.
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Desencadeou-se em Roma uma ripida guerra civil em gue Caio Graco (gue tal-
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vez tenha cometido suicidio) e 3 mil de seus seguidores morreram. Ao matar os
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romana do século posterior aos irm&os Graco foi marcada por intrigas, rivali-
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, O Senado, entretanto, n&o conseguiu impor efetivamente a autoridade gue he
ora restituida. A Repviblica estava ainda ameagada por comandantes militares gue
102 Givilizacio ocidental
e exércitos particu-
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a gualidade dos governadores, bem como possibiliar aos habitantes das provin-
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A pax romana
A brilhante habilidade politica de Augusto deu inicio 34 mai
or era romana.
Nos duzentos anos Seguintes o mundo med
iterrineo desfrutou as bêncaos da pax
"omana. O mundo antigo nunca vivera um perfod
o tio prolongado de paz, of”
Os sucessores de Aug
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O mundo antigo 105
Camafeu em ênix de Roma e Augusto, século 1. O imperador Augusto senta-se com a deusa
Roma e é cingido com a coroa de louros da virêria. A seus pés, uma agula, emblema do deus
Jupiter e totem dos exércitos romanos. A esauerda véê-se uma carruagem triunfal com Niké, a
deusa da vitéria. Acredira-se gue as outras figuras sejam membros da familia imperial.
Kunsthistorisches Museum, Viena
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cia romana. Roma passou a ter entëo uma fronteira ainda mais extensaa
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Ap6s êxitos iniciais, entre os guais a tomada de Jerusalém, os judeus foram nova-
mente derrotados pelo superior poderio romano. Os judeus palestinos, em sua
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maltoria, foram mortos, vendidos como escravos ou forcados a buscar refdigio em
outras terras. Os romanos rebatizaram a provincia de Sfria palestina, proibi
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Judeus de entrar em Jerusalém, exceto uma ver por ano, € encorajaram os nio”
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jOR Judeus a se Instalarem ali. Embora os judeus continuassem a
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j Palestina, haviam se tornado um poVvO sem terras
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disperso.
A Adriano sucedeu outro imperador de longo reinado, Antonio Pio (138-161
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O mundo antHgo 107
A vra da felicidade”
Os romanos chamaram a Pax romana de “era da felicidade”. Esse foi o periodo
em gue Roma cumpriu sua missio — a criagao de um Estado mundial gue pro-
porcionasse paz, seguranga, civilizag8o ordenada e o governo da lei. As legiëes ro-
manas defenderam as fronteiras dos rios Reno e Dandbio das incursêes das tri-
bos germênicas, contiveram os partos no Oriente e sufocaram os raros levantes
gue ocorreram. O sistema de adogdo para a escolha de imperadores propiciou a
Roma estabilidade interna e uma série de imperadores de excepcional capacida-
de. Esses imperadores no usaram a forga militar desnecessarlamente € lutaram
por objetivos polfticos sensatos. Os generais nio combariam de maneira impru-
dente, preferindo conter as baixas, evitar riscos e desencorajar os conflitos me-
diante a exibicio de forga.
Melhoria das condioes dos escravos € das mulheres Melhoraram tam bém as COn
-
dicées dagueles gue se encontravam na base da sociedade, os escr avos.
Na époe
de Augusto, podia-se estimar a guantidade de escravos em um guarto da PO
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lag3o italiana. No entanto, esse nimero declinava 3 medida
due Roma MOVIa
menos guerras de conguista. Além disso, durante o Império to FROU-SE
COMUM
libertacao de escravos. Os libertos tornavam-se cidad3os, co Mm
guase todos g
direitos e privilégios dos demais; seus filhos nio sofriam
gualsguer discrimina.
cées juridicas. Durantea Republica, os escravos
haviam sido terrivelmente mal.
tratados; muitas vezes eram murtilados, atirados
%
&
3s feras, crucificados ou guei-
BN
mados vivos. V4rios imperadores promulgaram decretos
protegendo-os contra
senhores Cruéis.
AA posig&io das mulheres melhorou pouco a pouco durantea
Repuiblica. A prin-
cipio, viviam sob a autoridade absoluta do marido. No tempo
do Impé rio, elas
podiam ter bense, se divorciadas, conservar
o dote. Os pais jé no podiam forcar
as filhas a casarem contra a vontade. As mulheres podiam
realizar negécios e dis.
Por €m tEStamento sem o consentimento dos maridos.
Ao contrdrio das gregas,
a$ romanas nao ficavam reclusas em Casa, mas podiam ir e
vir & vontade. As mais
ricas tinham mais oportunidade de educaco gue as mulheres
da elite grega. A
histéria do Império, na verdade toda a histéria romana,
est4 cheia de mulheres
talentosas e influentes. Cornélia, mae de Tibério e
Caio Graco, influenciou a po-
litica romana através de seus filhos. Livia, a dinAmica mulher
de Augusto, muitas
vezes era consultada sobre importantes assuntos do govern
o; e, no século II,
houve ocasiëes em gue as mulheres controlaram o trono.
Civilizacao romana.
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lo, € nio via m nen hum pod er aci ma da raz ao hum ana . Os valores mo-
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ruis eram alcangados apenas pela razo. O individuo era auto-suficiente e dep
das fac uld ade s rac ion ais par a con hec er e faze r o bem . Os esté i-
dia inteiramente
am as pes soa s gue alc ang ava m a vir tud e e sab edo ria exe rce ndo con -
cos valorizav
role racional sobre suas vidas. A doutrina estéica de gue rodas as pessoas, gracas
2 sua capacidade de racjocinio, pertenciam a uma humanidade comum, coinci-
dia com as necessidades do multinacional Império Romano.
A concepcio estêica de Deus passou por uma transformagao gradual gue refle-
da os anseios religiosos da época. Para os primeiros estéicos, Deus era uma neces-
estoi-
sidade intelectual, um principio impessoal gue ordenava o universo. Para os
cos romanos posteriores, Deus tornou-se uma necessidade moral gue confortava €
trangtilizava. Embora mantivessem a tradicional crenga esto1ca de aue o indivi-
duo alcancava a virtude apenas através da razio, Epicteto e Marco Aurélio chega-
ram guase a buscar a ajuda de Deus para viver de modo adeguado. Séneca demons-
rou uma compaixéo incomum pelos escravos e repulsa pelos combares entre gla-
diadores. O hiato entre a filosofia grega e o cristianismo tornava-se menor.
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Agueduto na Pont du Gard, Nimes, Franga, 19 a.C. A descoberra e a urilizagao do concr
permitiram aos romanos empreender um vasto programa de obras publicas — estradas, ponres,
aguedutos, instalagêes portudrias e forificag6es. Sem os agueduros para levar dgua dos distantes
mananciais, o estilo romano de vida urbana teria sido impossivel. Foro Marberg/drt Resource
volta do ano 212 aguase todas as pessoas livres tinham recebido a cidadania — nao
era um sirio, um bretao ou um hispênico, mas um romano.
Apésa gueda do Império Romano do Ocidente, o direito romano calu em de-
suso na Europa ocidental. Reintroduzido aos poucos no século XII, veio a cons-
tituir a base do direito consuetudindrio em todas as terras ocidentais, excero na
Gra-Bretanha e suas possessêes. Algumas estipulag6es do direicto romano podem
ser facilmente identificadas nos sistemas legais modernos, conforme ilustram OS
trechos a seguir:
Justica é a disposic4o constante e inguebrantdvel de conceder a todos o gue Ihes é devido por lei.
Ninguém é obrigado a defender uma causa contra sua vontade. |
Ninguém deve ser punido por aguilo gue pensa.
Nos casos de ofensas graves, faz diferenga se algo é praticado propositalmente ou por acidente.
Ao se infligirem penalidades, deve-se levar em conta a idade (...) do culpado.”
114 Givilizardo ocidental
Sinais de agitacao
A pax romana fo um dos mais belos periodos da histêria antiga. No entanto,
mesmo durante a era da felicidade, surgiram sinais de agitacio gue assumiriam
proporgêes de crise no século TT. A estabilidade interna do Império era sempre
precaria. A inguietag&o no Egito, na G4lia e na Judéia demonstrava gue nem
todos os povos sempre recebiam bem a grande majestade da paz romana e gue as
tendências nacionalistas e separatistas persistiam no império universal. Nos sécu-
los seguintes, A medida gue Roma cambaleava sob o peso de dificuldades econ6-
micas, politicas e militares, exacerbaram-se esses sentimentos nacionalistas. Cada
vez mas as massas, e mesmo a elite romanizada das cidades, retiravam seu apoio
ao Estado mundial romano.
ndi men tos com erc iai s ou ind ust ria is. Sem o est imu lo de um investimen-
empree
cap ita l, a €co nom la est ava con den ada & est agn agao.
to de ula g3o — as cla sse s mé-
Fm Gltima andlis e, ape nas uma peg uen a par cel a da pop
ou seja , pro pri etr ios de terr as, mer cad ore s e adm ini str ado-
dia ealca das cidades, laze r e€ na
tos da paz rom ana . Ele s se com pra zla m no lux o, no
es — colhia os fru pao e cir co,
s ado gav am a boc a dos pob res com
-ultura. Essas classes privilegiada tam ent o. For a
€Xp res sav am vio len tam ent e seu des con ten
mas As vezes as massas gao,
ese s, gue ain da co mp un ha m a mai or par te da pop ula
das cidades, os campon
a due sé pud ess e pro por cio nar com ida bar ata aos habitantes
eram explorados par
e o cam po hav ia um eno rme abi smo cul tur al. Na ver-
das cidades. Entre a cidade um
peg uen as ilha s de ref ina men to cul tur al, cer cad as por
dade. as cidades eram
mar de barb4rie camponesa.
tal sis tem a par asi tdr io, exp lor ado r e elit ista pod ia exi sur em periodos de
Um
mas resi stir ia As cris es? Pod eri a a cam ada pob re da cid ade e do
paz e trangtilidade,
dor a mai ori a da pop ula g4o — per man ece r fiel a um Est ado cujos
campo —a esmaga
s rar ame nte se est end iam a ela e de cuj a cul tur a sof ist ica da est ava pratica-
beneficio
ora , de gua lgu er mod o, ela dif ici lme nte a com pre end ess e?
mente excluida — emb
Além disso, tornavam-se devotas de muitos cultos religiosos orientais gue pro
metiam a salvagio pessoal. A proliferacio das religiëes de mistérios orientais tol
uma nitida expressio da transformacio dos valores cl4ssicos. Durante a idade hele-
nistica, escravos, mercadores e soldados trouxeram para o Ocidente muitos culros
religiosos da Pérsia, Babilênia, Sfria, Fgito e Asia Menor. Os diversos cultos de mis”
terios possuiam Caracterfsticas comuns. Os neofitos passavam por ritos secretos de
iniciagdo, gue juravam n3o revelar. Os iniclados, em estado de êxtase, tentavam
unir-se 3 divindade logo apés se submeterem 3 purificagao pelo batismo (por
vezes
COM o sangue de um touro), ao jejum, e depois de terem rapadas as cabegas ou be”
bido num calice sagrado. A comunhao era alcancada vestindo-se
o manto do deus,
tazendo-se uma reteicao sagrada ou visitando-se o santu4rio da divindade.
Os ini
clados tnham certeza de gue seu deus salvador-os protegia do infortinio
raria imortalidade a suas almas. e assegu”
Tal como as relipiëes de mistérios, a filosofia também passou a buscar algo além
deste mundo p ara confortar os individuos. Os flésofos proc
uravam escapar a €St€
O mundo antigo
O declinio de Roma
No século II, a bem ordenada civilizagso da pax romana chega ao fim. Varios
elementos contribuiram para isso. O Império Romano estava imerso na anargula
militar, era atacado por tribos germênicas e estava onerado pelas perturbagêes
ECONÊMICas.
A crise do sérulo II
A deterioracio do exército foi uma das principals Causas da crise do século III.
Durante a grande paz, o exército fora uma excelente forca de combate, célebre por
sua disciplina, organizagao e lealdade. Entretanto, no século IIT, houve significati-
Par TOE
118 Givilizacio ocidental
Mar de Norte
TANHA
OGCEANO
ATLANTICO
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TN LIE IEBLEAITIEIMIDNE
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od
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As convulsêes tiveram graves repercussêes econémicas. Cidades foram pilh
as, faze ndas fica ram arru inad as e o com érc io foi int err ompido. Para
das e destruid
fun dos e sup rim ent os para os mili tare s, os imp era dor es con fiscaram bens,
obter
. Fssas
impuseram o trabalho forcado e depreciaram a moeda, causando inflagdo
oedidas sobrecarregaram a dlasse média.
ras civis , preg os alto s, moe da desv alor izad a, decl inio da pro du-
Tnvasêes, guer
spor te int err omp ido e as exce ssiv as exig ênci as do Est ado foram
AO agricola, tran
do caos eco nêm ico € da fom e nas cida des. Os cent ros urb ano s do mun-
as Causas
cria dore s e dis sem ina dor es da alta civi liza go, est ava m em ritmo de
do antigo,
destruicao.
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lapso do Império. Roma gozou entio de uma trégua. Mas em fins do Sséculo V
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imperador Valente permitiu gue elas atravessassem a fronteira do Dandbio. No
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entanto, enraivecidos pelos maus tratos gue sofriam nas m&os dos oficiais roma-
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ralha de Adrianopla. Esse episédio revelava gue Roma j4 nao podia defender suas
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do gue restara do exército romano. Dois anos depois ele morreu, e a Europa esca*
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info rtdnios de Roma. Em 455, foi outra vez sagueada, dessa feita pelos vandalos
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o como o fim do Império Romano do Ocidente.
As raabes do declinio
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dedlinio e gueda
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O mundo antigo 121
rica. Implicita nas respostas sugeridas por historiadores e filésofos h4 uma preocupa-
cio coma prépria civilizagao em gue vivem: terd ela o mesmo destino de Roma?
Para analisar um acontecimento io monumental como a gueda de Roma, sao
hecessérias algumas observagoes preliminares. Em primeiro lugar, a gueda de Ro-
ma foi um processo gue durou centenas de anos; nao foi um acontecimenrto sin-
gular ocorrido em 476 d.C. Em segundo lugar, apenas a metade ocidental do
Império sucumbiu. A metade oriental — mais rica, mais populosa, menos castiga-
da pelas guerras civis € menos exposta as Invasoes bérbaras — sobreviveu como o
Império Bizantino até a metade do século XV. Em terceiro lugar, nenhuma razao
solada é suficiente para explicar o declinio de Roma: forcas multplas concorre-
ram para essa gueda.
O legado romano
Roma legou ao Ocidente uma valiosa heranga, gue perdurou por séculos. A
idéia de um império mundial unido por um direito consuetudindrio e um gover-
no eficiente jamais deixou de existir. Nos séculos gue se seguiram ao colapso de
Roma, os povos continuaram a ser atraidos pela idéia de um Fstado mundial
unificado e pacifico. Ao preservar e ampliar a filosofta, literarura, ciëncia e arte
da Grécia antiga, Roma fortaleceu os fundamentos da tradigao cultural do Oci-
dente. O latim, idioma romano, sobreviveu por muito tempo ainda depois da
extingio do Império. Os padres da Igreja do Ocidente escreviam em latim, e du-
rante a Idade Média essa foi a lingua dos eruditos, escritores e juristas. Do larim
derivaram o italiano, o francês, o espanhol, o portuguës e o romeno. O direito
cldssico, a mais pura expressio do gênio romano, influenciou o direito canênico
e Constituiu a base dos cédigos de lei da maioria dos Estados europeus. Por fim,
o cristianismo, a principal religiëo do Ocidente, nasceu dentro do Império Ro-
mano e foi em grande parte influenciado pela cultura € organiza4o romanas.
Notas
3. The Aeneid ofVirgil. 'Trad. por Allen Man- Keyes. Cambridge, Mass, Harvard Uni-
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124 Civilizacio ocidental
Sugestoes de leitura
Balsdon,]. P V. D. #oman Women (1962). Des- Ferrill, Arthur. 7he Fall of the Roman Empire
creve mulheres proeminentes e aborda v4- (1986). Uma explicac&o militar
riOs temas importantes para a compreen- Grant, Michael. History of Rome (1978). Uma
sa0 da condicao das mulheres — tais como sintese da histéria romana escrita por um
casamento, divércio, concubinato. proeminente erudito; valioso com respei-
Boardman, John et al. (orgs.). 7he Oxford His- to tanto 3 Repuiblica guanto ao Império.
tory of the Classical World (1996). Ensaios Jenkyns, Richard (org.). 7he Legacy of Rome
sobre todos os aspectos da cultura romana. (1992). Ensaio sobre a influência de Ro-
Boren, H. C. Roman Society (1977). Histéria ma sobre a civilizacio ocidental.
social, €conêmica e cultural da Repdblica Lewis, Naphtali e Meyer Reinhold (orgs.).
e do Império; escrito para o estudante. Roman Civilization (1966). Obra em dois
Chambers, Mortimer (org). 7he Fall of Rome volumes de interpretacio das fontes.
(1963). Valiosa colet&nea de interpretacêes. Ogilvie, R. M. Roman Literature and Society
Christ, Karl. 7e Romans (1984). Um bom (1980). Estudo introdutério da literatura
estudo. latina.
Crawford, M. The Roman Republic (1982). Veyne, Paul (org.). A History of Private Lif
Estudo fidedigno, com muitas citacêes das (1987). Todas as fases da vida social romana.
fontes originais. Wardman, Alan. Rome's Debt to Greece (1976).
Dupont, Florence. Daily Life in Ancient Ro- As atitudes romanas com rela€io ao mun-
me (1989). Estrutura social, religiëo e no- do grego.
goes sobre o tempo e o espago. White, Lynn (org). 7he Transformation of he
Errington, R. M. 7he Dawn of Empire: Rome's Roman World (1973). Uil coletênea de
Rise 10 World Power (1972). Estudo sobre ensaios sobre a transformacio do mundo
Roma, a imperialista relutante. antigo e o advento da Idade Média.
Ouestêes de revisdo
1. Cuais foram as causas, consegiiëncias e
6. Em gue sentido o direito romano incof”
significado da controvérsia entre patricios porou os principios estéicos? Ouais foram
e plebeus? as contribuicëes do direito romano a0 di-
2. Oue fatores possibilitaram a Roma con-
reito moderno?
guistar a Itlia? Ouais foram as conse-
7. Descreva a crise gue se abateu sobre Rom?
gtiéncias da expansao romana? :
no século NI d.C.
3. De gue maneiraa civilizag3o grega infl
uen- 8. De gue maneira Dioclecjano e Constan”.
Clou a vida cultural romana?
4. Analise as raz6es do colapso da Repd no tentaram controlar a crise do Im do
blica 9. Discuta as raz6es espirituais, militares, PO
romana.
3. O Estado mundial romano lfticas e econêmicas do dedlfnio do Im
consolidou a rio Romano.
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- CAPITULO 5
Primêérdios do cristianismo:
uma religiao mundial
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A medida gue a confianga na razio humana e a esperanga de conseguir a
felicidade neste mundo diminuiam nos dltimos séculos do Império
Romano, uma nova perspectiva comegava a surgir. Evidente na filoso-
fia e na popularidade das religiëes orientais, esse ponto de vista ressal-
tava a fuga de um mundo opressivo € a comunhao com uma realidade
superior. O cristianismo evoluiu e expandiu-se dentro do cendrio de
declinio do classicismo e de intensificacio do sentimento de transcen-
dentalidade. Como resposta ao helenismo decadente, o cristianismo ofe-
recia ao mundo greco-romano, espiritualmente desiludido, uma razio
de viver — a esperanca da imortalidade pessoal. O triunfo do cristianis-
mo marcou um rompimento com a Antiguidade cldssica e uma nova
fase na evolucio do Ocidente, pois havia uma diferenga fundamental
entre os conceitos helênico e cristao de Deus, do individuo e da finali-
dade da vida. ë
Origens do cristianismo
No reinado de Tibério (14-37), sucessor de Augusto, um judeu palestino cha-
mado Jesus foi executado pelas autoridades romanas. Poucas pessoas, na época,
voltaram sua atencao para o gue seria um dos acontecimentos mais importantes
da histéria do mundo. Na busca do Jesus histérico, os estudiosos ressaltaram a
importência de sua condico de judeu e a fermentagëo religiosa predominante
na Palestina, no século 1 a.C. Os ensinamentos dricos de Jesus, diz Andrew M.
Greeley, sacerdote e estudioso da religiso, devem ser vistos como
um prolongamento ldgico das Escrituras hebraicas (...) produto de todo o ambiente religio-
so de gue Jesus era parte. Jesus definiu-se como judeu, tinha plena consciëncia do cardter
judaico de sua mensagem e teria considerado imposstvel conceber-se de outro modo gue nio
Jose como judeu (...) Os ensinamentos de Jesus devem, portanto, ser bem situados no con-
texto religioso da época.
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126 Givikzaio ocidental
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Cronologia 5.1. ** Primêérdios do cristianismo
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€Xpectativas espirituais de todos os povos. Para ele, a nova comunidade crista nio
“ra Uma nago, mas uma oikoumene, uma comunidade mundial. Nesse sentido,
o Cristianismo partilhava do universalismo da idade helenfstica.
Ao pregara doutrina de um salvador ressuscitado e insistir em guea legislagao
de Moisés havia sido superada, Paulo, guaisguer gue fossem suas
intengoes, EST
va 'ompendo COM suas raizes de judeu e transformando uma seita judaica num*
eier eliglao. Ao emancipar o cristianismo do judafsmo, tornou-o atraente a0
"os udeus, ss 'nteressavam pelo monotefsmo ético dos hebreus, mas rejelt#
Borrie Pe exigénclas da Lei de Moisés. Paulo utilizou o personalismo € *
'SMO implicitos nosë ensinamentos
” de Jesus (e dos profetas hebraicos
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Eeara criTlar uma religiëo destinada nio a um pPoVvo, com cultura, histêria e ters
Proprias, mas a toda a humanidade.
O mundo antigo 131
A atracdo do crisHanismo
O triunfo do cristianismo relacionou-se com o dedlinio correspondente na
vitalidade do helenismo e com a mudanga da énfase cultural: o movimento da
raz&o para a emoGfo e a revelagdo. Oferecendo solucêes confortadoras para os pro-
blemas existenciais da vida e da morte, a religiio demonstrou uma capacidade
maior gue a da razao de comover os corag6es humanos. O helenismo inventara os
instrumentos do pensamento racional, mas o poder do pensamento mitico jamais
desapareceu totalmente. Ao final do Império Romano, a ciëncia e a filosofta fo-
ram incapazes de competir com o misticismo e o miro. Os culcos de muistérios,
gue prometiam a salvagao pessoal, difundiram-se e ganharam seguidores. Os neo-
plarênicos ansiavam pela uniao mistica com o Uno. A astrologia e a magla, gue
ofereciam explicac6es sobrenaturais para os fenêmenos da natureza, também eram
populares. Esse abandono dos valores racionais e terrenos contribuiu para prepa-
rar o caminho para o cristianismo. Num mundo greco-romano culturalmente es-
tagnado e espiritualmente perturbado, o cristianismo deu & vida um significado
novo e ofereceu uma nova esperanca a homens e mulheres desiludidos.
A mensagem crista de um salvador divino e um Pai interessado, bem como do
amor fraternal, inspirou homens e mulheres descontentes com o mundo em gue
viviam, gue nio se sentiam ligados & cidade ou ao império, gue nio tinham ins-
piracao na filosofia e gue sofriam de um profundo sentimento de solidao. O cris-
tianismo oferecia ao homem aguilo gue a cidade e o Fstado mundial romano
nao lhe podiam dar: uma rela€&o profundamente pessoal com Deus, uma ligagao
intima com um mundo superior e a participagio numa comunidade de fidis gue
se preocupavam uns com OS outros.
Ressaltando o intelecto e a autonomia, o pensamento greco-romano nao satis-
fazja as necessidades emocionais do homem comum. O cristianismo procurou
preencher essa lacuna da perspectiva greco-romana. Os pobres, os oprimidos e os
escravos foram atraidos pela personalidade, vida, morte e ressurreigao de Jesus,
pelo seu amor a todos e sua preocupagio com a humanidade sofredora. Encon-
traram apoio espiritual numa religido gue estendia a mao do amor e ensinava gue
o valor da pessoa nio dependia de seu nascimento, rigueza, educag30 ou talento.
Aos gue se curvavam sob o peso das infelicidades e o terror da morte, o cristianis-
mo oferecia a promessa de vida eterna, de um reino dos céus onde seriam recon-
tortados pelo Deus Pai. Assim, deu ao homem comum aguilo gue os valores aris-
tocrticos da civilizacio greco-romana nio podiam dar — €speranga, senso de dig-
nidade e forca interior.
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Civilizacio ocidental
O cristianismo € Roma
Sendo, em geral, tolerante para com as religiëes, o governo de Roma a prind-
Plo nao interferiu de maneira significativa com o cristianismo. Este, na verdade,
beneficjou-se em muitos aspectos da associa€#o com o Império Romano. Os
missiondrios crist&os viajaram por todo o Império, percorrendo estradas € mares
Cuja seguranga era garantida pelas armas romanas. O dialeto grego comum, 9
koine, falado na maior parte do Império, facilitou a tarefa dos missiondrios. oe 0
mundo mediterrêneo se tivesse fragmentado em Estados separados e rivals, *
difusao do cristianismo bem poderia ter enfrentado obstéculos insuperdveis.
universalismo do Império Romano, gue colocara a cidadania ao alcance de pes
soas de diversas nacionalidades, preparou o caminho para o universalismo da
ligië0 crist&, gue recebia igualmente bem os membros de rtodas as nacêes.
Com o aumento do nimero de Cristaos, as autoridades romanas
comegaram*
recear gue fossem subversivos, pois pregavam fidelidade a Deus e no a Rom?
Para muitos romanos, Os cristaos eram inimigos da ordem social, pessoas
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nhas gue nao aceltavam os deuses do Estado, nao participavam das festas wa
AS, desprezavam 45 CoOmpetigêes dos gladiadores, nio fregtientavam banhos PY” .
blicos, elogjavam o pacifismo, recusavam-se a considerar Os imperadores mor”.
“Come deuses e adoravam
um as : OS.
CrIMINOSO Crucificado como Senhor. Os roman” ie
O mundo antigo 133
Desenvolvimento da organiza€io,
doutrina e atitude cristas
No inicio de sua histéria a Igreja desenvolveu-se dentro de linhas hierdrguicas.
Os membros da comunidade crista gue tinham autoridade para presidir a cele-
bracio da missa —a partilha do po e do vinho tal como Cristo fizera na Ultima
Cela — eram chamados de sacerdotes ou bispos. Gradualmente, a designagdo de
bispo passou a ser reservada Aguele gue tinha a autoridade de solucionar proble”
mas relacionados com doutrinas€ préticas. Considerados como os sucessores dos
apOstolos de Cristo, os bispos supervisionavam as atividades religiosas dentro de
Suas regloes. Ao criar uma diocese supervisionada por um bispo e sediada em
alguma cidade importante, a Igreja adaptou técnicas administrativas
romanas.
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O surgimento do monasticismo
Alguns cristaos devotos, comprometidos com viver uma vida crista perfeita,
COmegaram a sentir-se angustiados com a inigiidade do mundo gue os rodeava,
inclusive a lassidio moral dos clérigos gue corriam atrds de rigueza e pompa.
Buscando fugir das agonias e corrupgêes deste mundo, alguns fiéis ardorosos re-
riraram-se para os desertos e montanhas & procura de renovagao espiritual. Em
seu zelo de santidade, eles por vezes praticavam tormas extremadas de ascetismo
— autoflagelando-se, usando coletes com espinhos, alimentando-se apenas de er-
vas, vivendo durante anos sobre uma coluna, v4rios metros acima do solo. Aos
Poucos, essas colênias de eremitas proliferaram, sobretudo no Egito; com o tem-
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DO cristianismo e€ a sociedade
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Fmbora a salvagao fosse seu objetivo final, os cristêos tinham de viver no mun
taos guestio-
do e lidar com suas imperfeic6es. Nesse processo, os pensadores cris
naram alguns dos costumes da sociedade greco-romana e adoraram posig6es due
sécu los. Inf lue nci ado s pela s pass agen s do Nov o Tes tam ent o gue con de-
durariam
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vam os atos de vinganga e o derramamento de sangue, alguns cristios primir
due num
(Os recusavam-se ao servigo militar. Outros, no entanto, sustentavam
Gao
mundo pecaminoso a defesa do Estado era necessdria; estes, sem dissimula
apol ogia , serv iam o exér cito . Oua ndo os imp era dor es cris taos ado tar am o
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fregiëncia.
cristianismo, OS Cristaos comecaram a servir o governo com maior
defen-
Com os b4rbaros ameacando as fronteiras, esses funciondrios nio podiam
paci fism o. Os ter ico s cris taos com ega ram a arg ume nta r due €m €Erc as
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condicêes — para punir a injustiga ou restabelecer a paz — a guerra era justa. Mas
hem mesmo essas guerras deveriam levar a violências desnecessrias.
Partilhando da tradic3o patriarcal da sociedade judaica, Sao Paulo submeteu a
mulher 3 autoridade do marido. “Vés, mulheres, sujeitai-vos a vossos préprios
maridos, como ao Senhor: porgue o marido é a cabega da mulher, como também
Cristo é a cabeca da igreja (...)” (Efésios, 5:22-23). Mas Paulo também sustenta
va gue todos so batizados em Cristo: “Nisto nao ha judeu nem grego; nao ha
servo nem livre: nio h4 macho nem fëmea: porgue todos vés sois um em Cristo
Jesus” (Galatas, 3:28). Em consegiiëncia, tanto homens como mulheres estavam
sujeitos & lei divina, e ambos tinham autonomia moral. A igreja antiga estabele-
ceu padrêes rigorosos em guestêes sexuais. Condenou o adultério e valorizou a
virgindade, por mortivos espirituais.
Os crist#os n&o combateram a escravid3o, muito praticada e universalmente
aceita no mundo antigo. Sio Paulo condenou os escravos 3 obediëncia aos senho-
res, € muitos cristaos eram donos de escravos. Ensinavam-lhes, porém, gue tam-
bém eles eram filhos de Deus, procuravam convertê-los e pressionavam os donos a
nao Ihes tratar mal. Na era moderna, o ensinamento cristio de gue todos sao iguais
espiritualmente perante Deus levaria alguns cristaos a lutar pelo fim da escraviddo.
O cristianismo e os judeus
Existem intimeros vinculos entre o cristianismo primitivo € o judaismo. O pré-
prio Jesus e seus primeiros seguidores, entre eles os doze apéstolos, eram judeus
fiéis a lei hebraica. A mensagem de Jesus propagou-se primeiramente nas sinago-
gas, em todo o Império Romano. A afirmacdo do grande valor do ser humano —
criado M imagem de Deus —, a crenga de gue Deus governa a histéria, a consciën-
Ca da tendência humana ao pecado, a exortagdo ao arrependimento ea suplicaa
Deus por perdéo, presentes no cristianismo primitivo, têm rafzes no judafsmo. A
referência a Deus como “Pai misericordioso” tem origem na prece judaica. As
NOrmas morais proclamadas por Jesus no Sermao da Montanha e em outras oca-
sies também derivam do judafsmo. Por exemplo, Amarés a eu préximo como
158 Givikzacio ocidental
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tava nos designios de Deus. Origenes (c. 185. 25 1) afirmava gue
“o sangue de
] Jesus cai n30 apenas sobre os judeus da €poca, mas sobre todas as geragê
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judeus até o fim do mundo”. No final do século IV, Sao Joao Criséstomo referiu-
se aos judeus como “os mais desprezfveis entre os homens, assassinos inv
eterados,
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destruidores, homens possuidos pelo Demênio”. A sinagoga, dizia ele, era “o do-
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religio, uma
doenga”. Visto gue o Demênio era muito real para os cristios primitivos
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dievais, os judeus passaram a ser identificados com o mal. Os cristaos desenvol-
veram uma idéia fixa, conclui o reverendo Robert A. Fverett,
gue era “incapaz de
reconhecer alguma coisa positiva no judafsmo (...). O jud
afsmo e o povo judeu
deixaram de ter valor real para os cristaos, exceto como contraste negati
vo do
Cristtanismo*. Em virtude dessa “doutrina do desrespeito” e
da “diabolizagio dos
Jud
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eus", a ética crist& do amor nio se estendia aos a
” . sg s
judeus.
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(...) uma veg estabelecide due Deus amaldigoou os judeus, como se pode argumentar due
Cistaos devem amd-los? Se os juaeus foram predestinados por Deus para ter (...) uma
long
Pistdria de sofrimento, duem $ao os cristaos para modificar sua kistéria, fazende algo Part
aliviar-lbes o sofrimento? A teologia da viti macdo impede, portanto, gue o amor crisk0
seja a base do relacionamento com os judeus!
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da fé, e nêo pediu o fim da especulac&o racional. Negava, porém, a visao cldssica de
gue a razao, sozinha, podia chegar 3 sabedoria. A sabedoria gue Agostinho buscava
era a crista, a revelacio de Deus 4 humanidade. O ponto de partida desse conheci-
mento, dizia ele, era a fé em Deus e nas escrituras. O conhecimento secular, por si
SO, tinha pouco valor; o verdadeiro significado do conhecimento residia em sua
fungio de instrumento para se compreender a vontade de Deus. Agostinho adap-
tou a tradicêo intelecrual cl4ssica as exigências da revelac&o crista.
Com ele, a perspectiva antropocêntrica do perfodo cldssico — gue h4 séculos
vinha sofrendo uma transforma€3o — deu lugar a uma visao de mundo centrada
em Deus. A realizacao da vontade divina, e n3o o pleno desenvolvimento do ta-
lento humano, tornou-se a preocupagio central da vida.
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Notas
Sugestoes de leitura
Armstrong, Karen. A History of God (1994). do cristianismo primirivo e€ aguela gue
Bom material sobre o cristianismo primi- impregnava o pensamento judaico e greco-
tIVO. romano.
Benko, Stephen. Pagan Rome and the Early Pelikan, Jaroslav. 7The Christuan Tradition
Christians (1984). A opiniëo dos romanos (1971), vol. 1, Zhe Emergence of she Ca-
e gregos sobre o cristianismo primitivo. tholic Tradition. O primeiro de uma série
Chadwick, Henry. 7he Early Church (1967). de cinco volumes sobre a histéria da dou-
Estudo do cristianismo primitivo em seu trina Crista.
contexto social e ideolégico. Perkins, Pheme. Reading the New lestament
Davies, J. G. The Early Christian Church (1978). Introduz o aluno principiante no
(1967). Excelente introduio aos primel- Novo Testamento.
ros cinco séculos do cristianismo. Wilkin, Robert L. The Christians as the Ro-
Meeks, Wayne A. 7he Moral World of the First mans Saw Them (1984). A reag3o paga A
Christians (1986). A continuidade e des- ascensio do cristianismo.
conrtinuidade entre a perspecriva moral
Ouestêes de revisao
1. Por gue a vida de Jesus representa um pro- o resultado desse debate? Por gue ele foi
blema para o historiador? significarivo?
2. Ouais eram os ensinamentos b4sicos de 7. Oue fatores contribuiram para a ascensao
Jesus? do anti-semitismo entre os cristaos? Defi-
3. Oual a relag#o entre o cristianismo primi- na e expligue o significado da “diaboliza-
rIvo eo judafsmo? cio dos judeus', da “doutrina do desres-
4. De gue maneira Sio Paulo transformou peito” e da “teologia da vitimag&o”.
uma seita judaica numa religio mundial? 8. Como Santo Agostinho via a gueda de Ro-
?. Oue fatores contribufram para o triunfo ma, a cidade terrena, a humanidade e a fi-
do cristianismo no Império Romano? losofta grega?
6. Por gue alguns pensadores cristaos faziam 9. Compare e contraste as visêes de mundo
objegées ao estudo da literatura cldssica? do cristianismo primirivo e do humanis-
Oue argumentos eram apresentados pelos mo cldssico.
defensores do conhecimento cldssico? Oual
se PARTE DOIS
A Idade Média:
/ om
os sérulos cristios
500-1400
700 Carlos Martelo derrota os muculmanos Bede, A histéria eclesidstica de povo inglês (c. 700)
em Tours (732) Idade de ouro do Isla (décadas de 700 e 800)
1000 Cisao das igrejas bizantina e romana (1054) Estilo romanico na arguiterura (décadas de
Os normandos conguistam a Inglaterra 1000e 1100)
(1066)
Inicio da primeira Cruzada (1096)
1100 Filipe Augusto expande a autoridade central Florescimenrto da culrura medieval (sédculos XII
na Franca (1180-1223) e XIID: universidades, arguirerura gorica,
Desenvolvimento do direito filosofia escoldstica, resgare do direito romano
consuetudindrio e do sistema de jdri
na Inglarerra (década de 1100)
Ponrificado de Inocêncio IT: auge do
poder pontifical (1198-1216)
Pe. ARLIN ws )
CASLOS PARBOSA — N sm
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4 CAPITULO 6
O despontar da Europa:
Me ma n
orarles
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Crista e germAanica
j ë ri do cristianismo e o estabelecimento de reinos
! germanicos em
(erras outrora romanas representaram uma nova fase na histér
| tal: o fim do ia ociden.
mundo antigo e o infcio da Idade Média, perfod
Ë o gue se
estendeu por mil anos. No mundo antigo, o centro
da civilizac&o greco-
romana estava no mar Mediterrineo: o corag3o
!! da civilizac&o medieval
transferiu-se para o norte, para as regibes da Europa gue a civili
zao gre-
CO-romana mal havia penetrado. Durante a Idade Média desenvolv
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O Oriente medieval
Das ruinas do Império Romano surgi ram trés novas civilizac6es
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A Idade Média 147
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| Cronologia 6.1 * Inicio e apogeu da Idade Média
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século XI.
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do Alcorëo. AS mesguitas ge
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oes rerangulares com
ic os em fo rm a de ar co circundando
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um patio aberto O ponto centra
de o
ma abside volrada para Meca, on
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mame local conduzia os congregado
de
em suas oracêes. Préximos da absi
ficavam o pdlpito e o atril com uma
cépia do Alcorao. No p4rio externo
havia tangues ou fontes para os ritos de
purificacao. Na mesduisra do Cairo, as
fontes eram cobertas por um edificio
abobadado. A mesguita tinha também
um minarete ou torre, de onde se
convocavam os fiéis para as orac6es,
cinco vezes por dia. Cortesia da Trans
World Airlines
e governo, SOCle
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OS SEus adeptos
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rem Suas guerras de conguista. Sob os guat AGEO para Vence.
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No século XIIL os M r
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muculmanas; no sécu
lo XIV, dessa veg chef
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Oo gue encontravam pel 0
COS OLOManos. 0 Império mongol desmoronou:
A dade Média 151
la ti na na Al ta Id ad e M é d i a
A cristandade
Embora tivessem experimentado séculos de grandeza cultural — gue enrigue-
os na
ceram o mundo ocidental —, nem Bizêncio nem o Isla fizeram progress
ciëncia, tecnologia, filosofta, economia e pensamento politico gue deram origem
o mundo moderno. Essa realizacio excepcional caberia 3 Europa. Na Alra Idade
Média, a cristandade latina estava culturalmente muito atris das duas civilizagoes
orientais, mas j4 no século XI as havia alcangado. Nos séculos gue se seguiram,
produziu os movimentos gue deram origem & Idade Moderna: o Renascmento,
a Reforma, a Revolucso Cientifica, o Iluminismo, a Revolug&o Francesa ea Re-
volucio Industrial.
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152 Givilizacio ocidental
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ram, mesmo durante o mais dificjl periodo da Alta Idade Média. As cid
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lianas conservaram em Circulag3o algumas moedas merdlicas € comercia
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mano caiu em desuso. Com excegio do clero, eram poucos os gue sabiam ler €
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V gua grega foi guase totalmente perdido na Europa ocidental, e o estilo ret6rico
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latino se deteriorou. Muitas obras literdrias da antiguidade cl4
ssica foram perdi-
das ou esguecidas. A cultura EUropéla parecia muito mais pobre do gue as grandes
civilizac6es de BizAncio, do Isle da antiga Roma,
! Ê
criar uma cultura €rista gue combinasse a ` trad
De maneira rudimentar, luraram parë
ic&o intelectual da Grécia e de Ro”
“ma com os ensinamentos religiosos da [greja crista
EE Vma he EE Ee er vida intelectual
desse perfodo de transicso foi
se $ (ES se- it em da nobreza jtaliana Buscando resgatar a he”
ie * EE, Boëcio traduziu para o latim alguns trarados dé
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A Idade Média 153
nt dr io s so br e Ar is té te le s, Ci ce ro e Po r-
Aristêteles sobre a légica e escreveu come icamente tudo guea cristandade lati-
frio, 0 neoplat6nico. Aré o século XII, prat
tr ad ug 6e s e co me nt dr io s de Bo éc io . Da mesma
na sabia de Aristéreles vinha das
de ma te md ri ca , gu e co nt in ha fr ag me nr os es, era a prin-
de Fu cl id
forma, sua obra it os de te ol o-
té ri a na Alc a Id ad e Mé di a. Em seu s es cr
cipal fonte de estudo da ma um a das pri-
tr ar gu e a ra zi o na o se op un ha 3 or to do xd a —
pia, Procurou demons la a razao,
eg ar ao en te nd im en to ra ci on al da fé, de un i-
eiras tentativas de ch ci on al me nt e as do u-
de Bo ëc io em ex am in ar ra
como ele mesmo disse. O esforco
incipal da filosofia medieval, ganharia maturidade
mrinas Cristës, caracteristica pr
nos séculos XI1 e XIN. to s gr eg os e la-
57 5) , ou tr o it al ia no , co le ci on av a ma nu sc ri
Cassiodoro (c. 490-
& pr êt ic a de co pi ar os te xt os cl4 ssi cos . Se m ess a tradicao, mui-
inos e deu inicio do. Na
pa ga s e cri sta s, de im po rt an cl a fu nd am en ta l, te ri am de sa pareci
ras obras 57 6- 63 6) ,
Fspanha, um ou tr o “p re se rv ad or de ob ra s ant iga s, Is id or o de Se vi lh a (c.
il ou um a en ci dl op éd ia , Er ym ol og ia e, gu e co br ia um a va ri ed ad e de assuntos
comp
mé ti ca e mo bi li a aré De us . Is id or o co lh eu sua s in fo rm ag êe s de mu t
” desde arit
se itos
as fontes seculares e religiosas. Ê compreensfvel gue sua obra encerras mu
pe ci al me nt e nas re fe rê nc ia s & na tu re za . Du ra nt e sé cu lo s, no en ta nt o, a
erros, es
Erymologiae serviu como obra de referência padrêo, sendo encontrada em todas
as bibliotecas mondsticas importantes.
As traducêes e compilacêes feitas por Boécio, Cassiodoro e Isidoro, os livros
colecionados € copiados pelos monges e freiras e as escolas instaladas nos mostel-
ros (em particular na Irlanda, Inglaterra e Irélia) impediram gue a vida intelec-
tual desaparecesse totalmente em principios da Idade Média.
ed
154 Giviltzacio ocidental
na mais elevada do modo de vida cristao — era sem duvida o mais belo e seguro
m i n h o p a r a a s a l v a gao.
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o f o r m a g & o d o p a p a d o , b e m c o m o
m e g o d a I d a d e M € d i a fo i u m p e riod de men -
O c o Um a fig ura de imp ort ênc ia dec isi va par a o for tal eci
da sociedade em geral.
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Lo do papado foi Gregério Lo Grande (590-604). Um dos mals h4beis papas do
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periodo medieval, Gregério empregou os métodos de administragao romanos
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para organizar com eficiëncia as propriedades pontificais na ledlia, Sicilia, Sarde-
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nha. Galia e outras regiëes. Reforgou sua autoridade sobre bispos e monges, en-
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ou missiondrios 3 Inglaterra para converter os anglo-sax6es e buscou estabele-
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cer alianca com os francos. Concretizada, finalmente, 150 anos mais tarde, essa
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slianca contribuiu para delinear a histéria medieval.
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O reino dos francos
Partindo de seu berco no vale do rio Reno, as tribos francas se expandiram pelo
territério romano nos séculos IV e V. Clévis, rei franco, uniu as varias tribos e
conguistou a maior parte da G4lia. Em 496 converteu-se ao cristianismo romano.
Sua conversio ao catolicismo foi um acontecimento de grande significagao. V-
rios outros reis germênicos haviam adotado o cristianismo de Ario, dedlarado he-
rético pela Igreja. Ao adotarem Oo cristianismo romano, os francos tornaram-se
aliados potenciais do papado.
Os sucessores de Clévis nao conseguiram manter o controle sobre suas terras, €
o poder passou a ser exercido pelo prefeito do paldcio, gue era o principal funcio-
ndrio do rei. Servindo como prefeito do paldcio de 717 a 741, Carlos Martelo su-
jeitou todos os territérios francos a seu dominio. Além disso, em 732, derrotou os
mugulmanos na batalha de Tours. Embora continuassem a ocupar a peninsula
ibérica, os mugulmanos foram impedidos de avangar para o norte da Europa.
Carlos Martelo foi sucedido por seu filho Pepino, o Breve, gue em 751 depês o
ret. Com a aprovagao do papado e de seus nobres, Pepino foi coroado rei por Bo-
nifdcio, bispo importante. Dois anos depois, ungiu-o novamente rei dos francos €
lhe formulou o apelo de gue protegesse o papado contra os lombardos, a ulrima
tribo germAnica a invadir o antigo territério romano. Pepino invadiu a It4lia, der-
'Otou os lombardos e entregou ao papa as terras conguistadas. Essa famosa doacio
de Pepino fez do papa o governante do territério entre Roma e Ravena, gue pas-
OU a ser conhecido como Estados Pontificais.
Mar de
Norte
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O tratado de Verdun, em 843, deu a Luis, o Germano,a parte
oriental do impé-
rio, assinalando o infcio da Alemanha; Carlos, o Calvo, ficou com a
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parte ociden-
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tal, gue deu origem & Franca; e Lotdrio recebeu o Império do Meio, gue se est
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desde Roma até o mar do Norte. Essa regido seria uma drea de conflito entre Fra
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due s int ens ifi car am. a ins egu ran ga pol iti ca e ace ler aram o pro-
Fsses terriveis ata
ini cia do com o dec lin io de Rom a. Dur ant e esse periodo
cesso de descentraliza€ao sua a ter ra gue admi-
co mo pro pri eda de
ca6tico, OS condes passaram a considerar
end iam par a o rei. Da me sm a for ma os hab ita nte s de um districo
nistravam € def
de, ou o sen hor loc al, co mo o gov ern ant e, poi s seu s ho mens €
consideravam o con
teg iam . Nes sas reg iëe s, os nob res exe rci am o pod er pub lic o
suas fortalezas OS pro
for a pre rro gat iva dos reis . A Eur opa ing res sar a na era do feu dalismo, na
gue antes
uni dad e ess enc ial de gov ern o nao era 0 rei no, mas um condado ou uma
guala
elan ia, € o pod er pol iti co era pro pri eda de pri vad a dos sen hores locais.
cast
A sociedade feudal
Surgindo durante um periodo de decadência da autoridade central, de inva-
sdo, de parcas rendas piblicas, e de declinio do comércio e da vida urbana, o feu-
dalismo tentou estabelecer uma certa ordem e seguranga. Nao se trarava de um
sistema derivado logicamente de principios abstratos, mas de uma resposta im-
provisada ao desafio colocado pela ineficiëncia da autoridade central. As prdticas
feudais nio eram uniformes; diferiam de uma localidade para outra €, em certas
regiëes, no chegaram a criar rafzes firmes. O feudalismo foi um sistema de go-
verno provisério gue proporcionou certa ordem, justiga e lei, durante uma época
de colapso, localismo e transi€3o. Continuaria sendo a estrururagao politica pre-
dominante até gue os reis reafirmassem sua autoridade.
Vassalagem
As relac6es feudais permitiram aos senhores aumentar sua forga militar. A ne-
cessidade de apoio armado foi a principal razao da prérica da vassalagem, na gual
Oo Cavaleiro, em cerimênia solene, jurava fidelidade a um senhor. Esse aspecto do
teudalismo vinha de uma antiga cerimênia germênica, na gual os guerreiros jura-
vam fidelidade ao chefe do grupo combatente. Entre outras coisas, o vassalo pres-
tava servico militar ao seu senhor e recebia em troca um feudo, habitualmente
ma terra. Esse feudo era habitado por camponeses e sua produgio proporciona-
va a0 vassalo o meio de vida.
Em troca do feudo e da protego do senhor, o vassalo devia vrias outras obri-
aid n da prestagdo de assistência milicar e do provisionamento de cavalei-
EE er inclufam a participacao nos tribunais do senhor e o julgamen-
na Le de a er de acordos teudais entre o senhor € seus OUTrOS Vassa-
od m eet o senhor guando este viajava pelo territério do vassalo; a
un Be P— guando o filho do senhor era sagrado cavaleiro ou guando
ye elha se casava; e a obtengio de um resgate, caso o senhor fosse
pelo inimigo.
ME . Em
geral, tanto senhor como vassalo sentiam-se obrigados, pela honra, a res-
" "
my N | ete
160 Givilizacio ocidental
até mesmo a vida. Por vezes as disputas entre vassalos e senhores se transformay
em guerra. Como com fregiiëncia o vassalo tinha terras de
mais de um he
por vezes era, ele préprio, senhor de vassalos, as sttuac6es se tornavam
MUItas veis.
zes estranhas, complexas € confusas. Em certa ocasiso, um vassalo te
ve de decidir
a gue senhor devia /iege homage (principal fidelidade).
Com a evolug&o do feudalismo, o rei passou a ser considerado COMO O princi-
pal senhor, gue concedera feudos aos grandes senhores, os Juals, por
$ua veg, os
dividiram em unidades menores e redistribufram aos vass
alos. Assim, todos os
membros da dlasse dominante, desde os menores cavaleiros até o rel,
Ocupavam
um lugar na hierarguia feudal. Embora em teorja O rei fosse a mais
alta autorida-
de politica e a fonte da propriedade da terra, na realidade ele era, muita vezes
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Vs,
f: | menos poderoso gue outros nobres de seu reino. O feudalismo declinou guando
os reis converteram seus poderes teëricos em poderes de fato.
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a aristocracia persistiria ainda por muitos séculos, com graus de intensidade va-
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Os guerreiros feudais
Os senhores feudais consideravam o trabalho bracal e o comércio como for-
mas de atividade degradante para homens de sua Posic&o. Para eles, sê havia uma
vocag&o digna — a do guerreiro. Pelo combate, o senhor demonstrava seu valor,
CONJuIstava sua reputacio, media seu valor individual, encontrava motivaga0,
aumeEntava sua rigueza e defendia seus direitos. A guerra era sua tinica finalidade
na vida. No século XI, para diminuir o aborrecimento das épocas de paz, OS
nobres instituiram os torneios de gala nos guais os cavaleiros, em combate singu-
lar ou de grupo, competiam para demonstrar sua habilidade e coragem
e con”
guistar honrarias. A glorificaco feudal do combate tornou-se profundament€
arraigada na sociedade ocidental e perdurou até o século XX.
Com o passar dos
séculos, um cédigo de cOmMPportamento, chamado de cavalaria, foi inst
ituido para
a nobreza feudal. O verdadeiro cavaleiro devia
| utar com coragem, demonstraf
fidelidade a seu senhor e tratar os Outros
cavaleir OS COM respeito e cortesla.
A igreja introduziu, com o tem Po, um elemento
religioso na cultura guerrelf
do cavaleiro feudal. Pro Curou utilizar o espirito de Juta da classe feudal para
fina
lidades cristas, de mod 9 due os cavaleiros ajudassem
o dlero a Impora vontade dé
Deus. A tradiczo ger manica de coragem e fidelidade
acrescentou-se um ComPo”
nente cristao; COmo nobre ETISTAO, EspErava-se gu
E st
servico de Deus
Considerando “* BYErras privadas entre os
senhores como uma violéncia ana!”
guica gué am€aGava a vida social, no século XI a
lgreja impês restricoes denom"”
A dade Média 161
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nadas Paz de Deus e Trégua de Deus. De acordo com elas, a guerra feudal ficava
limitada a certos dias da semana € a Certas épocas do ano. Embora sua eficiëncia
(osse apenas relativa, a Paz de Deus proporcionou & sociedade crista uma certa
protegao contra as pilhagens e a guerra continuada.
As mulberes da nobreza
A sociedade feudal era um mundo predominantemente masculino. As mulhe-
'C$ eram consideradas fisica, moral e intelectualmente inferiores aos homens e es-
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(avam su Jeitas 3 autoridade masculina. Os pais promoviam os Casamentos das fi-
as. As mogas de familias aristocrdticas Casavam-se geralmente aos 16 anos, Ou
al nda Malis E
jovens, com homens muito mais velhos; ds jovEnSs aristocratas due
Nao0 se casava m tinham, com fregtiëncia, de entrar para um convento. A mulher
d am ie a mercé do marido; se o aborrecesse, podia ser
espancada. Mas
ae - castelo desempenhava fungêes mportantes: distribuia tarefas aos
“Rea ,Pr ies remédios; conservava alimentos; ensinava As jovens Costurar,
€, apesar de sua posic3o subordinada, era responsdvel pelo castelo na
162 Civilieaio ocidental
Hy A sociedade agrêria
O feudalismo foi construido sobre uma base econêmica con hecida como sis
tema senhorial. Embora perdurassem bolsêes de Campesinato
livre, a COMUnida-
de de uma aldeia, constituida de servos presos a terra, tor
nou-se a estrutura agri
cola essencial da sociedade medieval. A aldeia senhorial era
o meio de organiza-
630 de uma sociedade agricola com limitados mercadose dis
ponibilidade mone.
rêria. Nem os senhores, dedicados & guerra, nem os padres, dedicado
s 3 oracso,
realizavam trabalho economicamente produtivo. Seu modo de vida er
a posstvel
gragas ao trabalho exaustivo dos servos.
As origens do senhorialismo podem ser situadas, em parte, no Baixo Império
Romano, guando os camponeses dependiam dos grandes proprietrios para
a
sua protegao e segurana. Essa pr4tica foi estimulada na Alta Idade Média, espe-
clalmente durante as invasêes dos nérdicos, magjiares € muculmanos, nos sécu-
los IX e X. Os camponeses continuaram a sacrificar sua liberdade em troca de
prote€ao; em certos casos, porgue eram demasiado fracos para resistir As pres-
soes dos magnatas locais. Como o feudalismo, o senhorialismo n&o era um sis-
tema organizado; consistia em relag6es improvisadas € priticas gue variavam de
reglao para regiao.
O senhor controlava pelo menos uma aldeia senhorial; os grandes senhores
podiam possuir centenas delas. Um senhorio pegueno tinha uma diizia de famf-
lias; o grande, umas 50 ou 60. Embora a aldeia senhorial nunca fosse totalmente
auto-suficiente, porgue o sal, as pedras de moer € os artefatos de metal eram ge-
ralmente obtidos fora, ela constituia um conjunto econêmico eguilibrado. Os
Camponeses plantavam cereais e criavam gado, carneiros, cabritos e porcos; fer-
reiros, Carpinteiros e pedreiros construfam as casas € faziam Os reparos; o paroco
da aldeia ocupava-se das almas dos moradores: o senhor defendia o senhorio €
administrava o direito consuetudindrio. O servo € sua familia viviam numa feia
cabana de um sê cêmodo, gue dividiam com galinhas e porcos. No centro ardia
uma peguena lareira, cuja fumaga C$Capava por um buraco no teto. No invern9
guando era preciso aumentar o fogo, o aposento ficava repleto de fumaga. (uan
do chovia, a 4gua entrava pelo telhado de palha e transformava em lama
o PIS9
de terra. O cheiro de excremento de animais era persistente.
COuandoo senhorio era aracado por outro senhor, os camponeses enconti””
vam proteg#o dentro dos muros da casa senhorial. No século XI essa construg*
Ese havi
mponaeses
transger
forma do,e emVivmuito
alment lam, stralugare s,
balhavamnume€ mo
castelo de pedra fortificado. OS
rriam nas terras do senhor *
A Idade Média 163
rrad os no cemi t€ri o da alde ia. Pouc as pess oas tin ham cont ato com o
ram ente
alde ia ond e nasc iam. | |
mundo além da
Fm troca da protegao e do direito de cultivar as terras e transferi-las a seus fl-
serv o rinh a obri gac6 es para com seu senh or, e sua libe rdad e pessoal sofria
|hos, o
form as de limi taga o. Pres o & terra , nio podi a deix ar a pro pri eda de senho-
Arias
“al sem o consentimento do amo. Para casar, tinha de obter a autorizagao do se-
hhor e paga r um trib uto. O senh or podi a esco lher uma mul her para o seu serv o
obri gd-l o a desp osd- la. Por veze s o serv o, faze ndo obje g6es & esco lha, preferia
e
pagar uma multa. Essas regras também se aplicavam aos filhos dos servos, gue her-
dava m as obri gag6 es dos pais. Alé m de trab alha r na terr a gue lhe cabi a, o serv o
de cuid ar dos cam pos rese rvad os ao senh or. Os outr os serv icos devi dos ao
inha
senhor inclufam abrir valas, coletar lenha para o fogo, construir cercas, reparar
da
estradas e pontes € costurar roupas. Provavelmente um pouco mais da metade
semana de trabalho do servo era dedicada a essas obrigac6es. Os servos também
pagavam vérios tributos, inclusive pela urilizagao do moinho, do forno e do lagar
de vinho de propriedade do senhor.
Os servos recebiam certos beneficios das relac6es senhoriais. Tinham protegao
numa era ca6tica e direitos consuetudindrios a cabanas e terras, guase sempre res-
peitados pelo senhor. Se este exigisse maiores servicos ou tributos do gue os habi-
tuais, ou interferisse no direito As casas e faixas de terra para plantar, os campone-
ses podiam manifestar seu descontentamento recusando-se a trabalhar para ele.
Até o século XIV, porém, a rebelio aberta era rara, porgue o senhor dispunha de
considerdvel poder militar e juridico. O sistema senhorial criou atitudes de de-
pendência e servilismo entre os servos; suas esperancas de uma vida melhor vol-
tavam-se para os céus.
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164 Civilizaczo ocidental
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dipo canga era usado com vantagem nos bois, mas costumava sufocar os cavalo
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Como estes se movimentam mais depressa e têm mais energia gue os bois, sio
mais valiosos no trabalho agricola. O uso difundido do moinho d'4gua no sécu-
lo X ea introdugëo dos moinhos de vento no século XI] facilitaram o trabalho de
moer os graos, gue antes era feito manualmente.
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ki
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dois campos, entio amplamente utilizado, metade da terra era cultivada no ou-
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tono com o trigo de inverno, €nguanto a outra metade ficava em repouso, para
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era plantado no outono com o trigo do inverno, o segundo terco era plantado na
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vantagem do sistema de três campos estava em gue dois tercos da terra eram cul
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e por doengas causadas por deficiëncias na dieta, contribuindo dessa forma paë
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cia, os camponeses tiveram de voltar os olhos para além das terras imediatamen”
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Sioplonizadio organizada das terras do leste pelos agricultores germAnicos
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A colonizagao é 9 cultivo de terras virgens contribuiram para a decadência da
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ores eram don os de gran des flor esta s e pant anos , gue poderiam
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servidao. OS senh
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sub sta nci alm ent e suas rend as se a terra foss e limp a, dren ada e cultiva-
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da. Mas Os servos recusavam-se, com fregiëncia, a abandonar suas moradias tra-
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terras novas. Para con-
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r o duro trab alho de cult ivar
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s, os senh ores |hes pro met iam isen gao da maio ria, ou de todo s, os serv i-
vencê-lo
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COS pessoals. Em muitos Casos, em vez de executar servigos Ou tornecer alimen
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para 0 senhor, os desbravadores remiam-se de suas obrigagêes através de paga
dinh eiro , pas san do assi m da cond igdo de serv os para a de liber tos.
mentos em
Com o tempo, chegaram a considerar como sua a terra em gue trabalhavam.
O progresso na tecnologia agricola e a colonizagao de novas terras modifica-
da
ram as condicêes de vida na Europa. O excedente de alimentos e o aumento
populagso liberou o homem para ocupagêes nao relacionadas com a agricultura,
possibilitando a expansëo do comércio e o renascimento da vida urbana.
O renascimento do comércio
A expansio da produco agricola, o fim dos aragues dos vikings, maior estabili-
dade politica e uma populaio em Crescimento produziram o renascimento do
comércio. Na Alta Idade Média, os italianos e judeus mantiveram vivo um pegue-
no comércio de longo curso entre a Europa catélica e os mundos bizantino e mu-
gulmano. No século XI, as forcas maritimas das cidades comerciais italianas limpa-
ram o Mediterrineo das frotas islAmicas. Como na época romana, as mercadorias
podiam circular novamente de um extremo ao outro daguele mar. Nos séculos XI
e XIII, o comércio — local, regional e de longo curso — ganhou tal impulso gue al-
guns historiadores descrevem o periodo como uma revoluëio comercial gue supe-
rou a atividade econêmica do Império Romano durante a pax romana.
Fundamental para o renascimento do comércio foram as feiras internacionais,
onde comerciantes e artes#os levantavam barracas e guiosgues para exibir suas
mercadorias. Devido ao grande nimero de assaltantes, os senhores ofereciam pro-
tegao aos negociantes e suas mercadorias, tanto no caminho de ida como no de
volra das feiras. Cada feira durava de três a seis semanas, guando entio os nego-
clantes se transferjam para outro lugar. A regiao de Champagne, no nordeste da
Franga, foi um grande centro feirante.
DO comércio flufa principalmente entre o Mediterrineo orienral e as cidades
es entre a Escandin4via e o litoral arlêntico; entre o norte da Franca, Flan-
res € Inglaterra e do mar B4lrcico, no norte, para o mar Negro e Constantinopla
dtraves dos rios russos.
N deed da atividade €conbmica trouxe progressos para as récnicas CO-
ie eis i vez de os negociantes, individualmenrte, nêo tinham capital sufi-
ar al mar de larga escala, grupos de mercadores comegaram
“n EE €s. Essas assoclag6es incrementaram o comércio, na medida em
set oonheei am ge comerclantes reunir seu capital, reduzir os riscos e ampliar
cartegane LT ae sobre as oportunidades de lucro. Seguradores garantiam Os
; com o desenvolvimento das atividades bancérias e dos instru-
166 Giviljzacio ocidental
Sem isso, terla sido impossivel manter gualguer atividade comercial em grande
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escala. Outra inovagio nas técnicas de comércio foi a elaboracio do direite CO-
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168 Givilzacio ocidental
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Inglaterra
Em 1066, os normandos — nérdicos due atacaram
a Franga e depois ali se esta-
beleceram — conguistaram a Inglaterra anglo-sax8. Dispos
to a estabelecer um
con
trole efetivo sobre seu novo reino, Guilherme, o Co
nguistador (1027-1087),
dugue da Normandia, guardou para si um sexto de toda a terra.
De acordo com
o costume feudal, distribuiu o resto entre os nobres normandos gue
lhe juraram
Hidelidade e ofereceram assistência militar. Mas Guilherme cer
tificou-se de gue
nenhum dos barêes feudais tivesse terras ou homens suficientee para ame
agar seu
poder. Como havia conguistado a Inglaterra de um sê golpe, seus sucessores nio
riveram de trilhar a longa e penosa estrada da unidade nacional seguida
pelos
monarcas franceses.
Para fortalecer o controle real, Guilherme conservou as pr4ticas administrati-
vas anglo-saxênicas. A terra continuou dividida em shires (condados), adminis-
trados por sheriffs (agentes reais). Essa estrutura dava a6 rei o controle dos gover-
nos locais. Para conhecer seus recursos Hinanceiros, Guilherme ordenou um gran-
de censo da populagao e seus bens, em todo 0 territério. Esses dados, compilados
no Domesday Book, relacionavam o nimero de arrendat4rios, de cabecas de
gado,
de carneiros, porcos € o eguipamento agricola existentes em todo o reino. Assim
melhor do gue gualguer outro monarca da Cpoca, Guilherme sabia guais eram OS
bens de seu reino.
Um fato importante na formacëo da unid ade nacional foi
o aparecimento do
direito consuetudindrio. Nos reinados de Henrigue I (1100-
1 135) e Henrigué
(1154-1189), os jufzes reais percorriam as diferentes
partes do reino. Por vodss
Inglaterra, os casos importantes passaram a ser jul
gados pelo tribunal do rel, né?
mais pelos tribunais locais, o g ue fez aumentar o poderio
real. As decisoes dos
juizes reais eram registradas e u
forma, um direito comum a todo o reino fo;
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A lIdade Média
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Essa batalha
A batalha de Hastings, 1066: cena da tapegaria de Bayeur, Franga, século XI.
andos de lingua
selou a conguista da Inglarerra por Guilherme, dugue da Normandia. Os norm
esa pass aram a gove rnar os angl o-sa x6es natlv os, aré due, fina lmen te, ambo s se fundiram
franc
portanro
hum dnico povo, o inglês. A tapegaria de Bayeux retrarou 70 cenas da conguista, sendo
valiosa n&o somente como obra de arte mas também como fonre histêrica. Tapisserie de la Reine
Mathilde, Ville de Bayeux, Franga
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sentimento comum do nosso reino”. Aos poucos, esse direito PASSOU a signig
gue o rei nao podia criar impostos sem o consentimento do parlament N
6rgao governamental gue representa o povo inglês. A Magna Cart
també
estipulava gue “nenhum homem livre serd levado ou preso (...) EXCEL pelg Em
ol gamento legitimo de seus pares, ou pela lei da terra”. Ao redigiremo dee
| to, os barêes pretendiam dizer gue deveriam ser julgados por seus Ppares, ou Mk
os outros barêes. Com o tempo, porém, essas palavras passaram a ser inter *
od radas como uma garanria a todos de julgamento pelo jiri, como Uuma oe e
12. contra a pris&o arbitriria e uma ordem para guea Justia se fizesse
de forma
parcial, plena e livre. Est4 implicito na Magna Carta due o rei
nio pode gOVer-
j nar a seu bel-prazer, mas sim de acordo com a lei, due nem mesmo
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tarde, Guilherme,
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convocados
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para se reunirem com o rei. Esses dois grupos tornaram-se mais tarde
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conhecidos
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como a Cimara dos Lordes (bispos e nobres) e a CAmara dos Comuns (cavalei-
ros e burgueses). Foi criado assim o Parlamento inglês, gue no século XIV
jé era
uma instituicëo permanente de governo. Tendo constante necessidade de dinhei-
ro, mas impedido de criar novos impostos sem a aprovag&o do Parlamento, 0 rei
tinha de recorrer a este, em busca de ajuda. Ao longo dos séculos, o Parlamento
usarla seu poder de controlar a receita para aumentar sua influência. Desenvol-
veu-se €ntao a tradig#o de gue o poder de governar n&o estava apenas com 0 Té,
mas com o rei € o Parlamento juntos.
Durante a Idade Média, a Inglaterra tornou-se um Estado centralizado e uni
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Hicado. Mas o rei nio dispunha de poderes ilimitados, n&o estava acima da lei. OS
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ma ameaga ao poder dos nobres. Hugo, porém, fortaleceu a monarguia france-
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A dade Média 173
A reforma gregoriana
Por volta do século X, a Igreja era dona de grande parte da Europa ocidental,
Possuindo talvez um terco da Itdlia e vastas propriedades em outros terricérios.
Mas o papado no tinha condicëes de exercer uma lideranga dominadora sobrea
Cristandade latina, pois havia caido sob o dominio das familias aristocrdticas, gue
, e ocasionalmente matavam, para colocar um de seus membros no
'P €roso trono de Sao Pedro. @uando o papado se tornou o prêmio pelo
ie ae as principais tamilias de Roma, os préprios papas se envolveram,
los id - de e assassinaros. Também enfragueceram a autoridade pa-
dr res locais, gue dominavam as igrejas € mosteiros, nomeando bispos e
s, € recolhendo a renda dos triburos da igreja. Esses bispos e abades, no-
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Mapa 6.2 O Santo Império Romano, c. 1200
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174 Givilieacdo ocidental
meados pelos senhores por motivos politicos, nio tinham a dedic ACa
de manter altos padrêes de disciplina entre padres e monges. €O “SPlritug
Foi um movimento de reforma, particularmente nos mosteiros francese
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mênicos, gue elevou o poder do papado a alturas sem preceden
espirito puro concitavam ao redespertar do fervor espiritual e 3 el U“6MI. NAMonge de
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laxamento moral entre o clero, denunciando em especial a PTEOCupac&o dos ul
' giosos com os bens mundanos, a inobservência da castidade e o doors
dj | promisso com a regra beneditina. Dos muitos mosteiros gue partici
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movimento de reforma, o mais influente foi o de Cluny,
fundado pelos monges beneditinos.
Em meados do século XI os papas comegaram a sofrer a influënci
j. madores mondsticos. Em 1059 um sinodo especial foi convocado peloa Me dos ne
refovi
i. mista Nicolau II, com o objetivo de acabar com a interferência do nob
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di nos e dos Santos Imperadores na escolha do papa. A partir de entio, um
Brupo se-
leto de sacerdotes, chamados cardeais, seria responsavel pela esc
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olha do pontifice
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vimento de reforma teve seu mais cioso expoente. Para Gregério, a soc
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mana era parte de um universo ordenado e governado pela lei universal de
Deus.
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lecer uma sociedade crist£ na terra. Como sucessor de Sao Pedro, cabia-lhe
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ma palavra em guestêes de fé e doutrina. Todos os bispos estavam sob sua auto-
ridade, como também os reis, Cujos poderes deveriam ser usados com finalidades
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A dade Média 175 Ë
du€ ne nh um gov ern ant e lei go pod ia con fer ir fun g6e s ecle-
feudal. Ao sustentar
: seu s no me ad os — o gue os imp era dor es haviam feito tradicionalmen-
sidsticas ao
te—,o papa Greg6rio ameagou a autoridad e de Henrigue.
con fli to com a nob rez a feu dal , ant eri orm ent e, os reis ger-
Buscando aliados no
vas sal os ent re o alto dle ro. Em tro ca de um feu do, os bis-
mênicos haviam feito
o em for nec er sol dad os ao mon arc a, em sua lur a con tra Os
pos haviam -oncordad — como
Mas se os reis nao tve sse m con tro le da no me ac io dos bis pos
senhores.
pap a Gre gér io — per der lam a fid eli dad e, o apo io mil ita r e a aj uda Hi
pretendia o bis-
icos, os
anceira de seus aliados mais importantes. Para os monarcas germên
ndr ios do Est ado e ser via m ao tro no. Alé m dis so, se con cordas-
pos eram fancio
exi gên cia s de Gre gér io, os reis ger man ico s per der iam sua liberdade
em com as
seriam dom ina dos pel o pon tff ice rom ano . Hen rig ue IV con sid era va Gre -
de acëo e
com o um fan dti co, gue des pre zav a os cos tum es, int erf eri a nos ass unt os
gério VII
ado , des afi ava os leg fti mos gov ern ant es des ign ado s por Deu s, am ea gando
de Est
subordinar o reino ao papado.
Com a aprovag3o dos bispos germênicos, Henrigue exigiu due o papa deixas-
se 0 trono de Sio Pedro. Gregério, por sua vez, excomungou Henrigue e o depês
como rei. As terras germAnicas envolveram-se logo numa guerra civil, pois os se-
nhores feudais aproveitaram-se da guerela para atacar o poder de Henrigue. Por
fim, as tropas de Henrigue atravessaram OS Alpes, aracaram Roma com Êxito € CO-
locaram no trono um novo papa, gue por sua vez coroou Henrigue imperador
dos romanos. Gregério morreu no exilio em 1085.
Em 1122, a Igreja e o imperador Henrigue V chegaram a um entendimento.
Os bispos seriam eleitos exclusivamente pela Igreja, e o b4culo e o anel — simbo-
los do poder espiritual — Ihes seriam entregues pelo arcebispo, nao pelo rei. Essa
modificac&o significava gue o bispo devia seu papel de lider espiritual 3 Igreja,
exclusivamente. Mas o rei he daria o cetro, ato indicativo de gue o bispo era
também vassalo do rei — gue lhe dava um feudo — e portanto devia obrigacoes
feudais 3 coroa. Esse compromisso, chamado de Concordata de Worms, reco-
nheceu a dupla funcio do bispo como lider espiritual da Igreja e senhor feudal.
Acordos semelhantes haviam sido estabelecidos com os reis da Franca e da In-
glaterra, v4rios anos antes.
O conflito entre o papado e os governantes germênicos continuou apés a Con-
cordara de Worms — uma luta pela supremacia entre o herdeiro de Sao Pedro eo
herdeiro de Carlos Magno. Os monarcas germênicos visavam ao controle do pa-
mg n ge cidades do norte da Irdlia. Ouando Frederico 1 (1152
Ar ET ie Frederico Barba-Roxa, tenrou afirmar sua auroridade
Mis ys e ” resistiram. Em 1176, exérciros de uma alianga de cidades
sa E ” oi as Pe Oo papa, venceram de maneira decisiva as forcas de Frederi-
ves ' lana mostrou gue podia derrotar cavaleiros montados e Fre-
ME ie oa reconhecer a independência das cidades italianas. Suas nu-
pedigêes & Icdlia enfragueceram-lhe a autoridade; os principes germa-
nICOs
is fortaleceram-se as expensas da monarguia,ia imped
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indo dessa forma a unida-
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176 Giviljzacio ocidental
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As Cruzadas
Ë Tal como o movimento pela renovac&o espiritual ligado aos reformadores de
Cluny, as Cruzadas — guerras para reconduistar a Terra Santa aos muculmanos ”
IE toram um extravasamento do zelo cristio € uma tentativa do papado de afirmar
sua preponderincia. As Cruzadas foram outro sinal — Juntamente com o renascl-
mento do comércio e o crescimento das cidades — de uma vitalidade e uma aut0”
confHanga cada vez maior na Europa ocidental. Vitimas de atagues mugulmano*
anteriores, os cristaos latinos passavam agora & ofensiva.
As Cruzadas foram também parte de um movimento geral de expansao gu€
ocorreu na Europa durante o auge da Idade Média. Em meados do século MT
genoveses e pisanos expulsaram os muculmanos da Sardenha. Por volta de 1090
os normandos da Franga haviam tomad
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se oe 9 a Sicilia dos mugulmanos e a lelie
meridional dos bizantinos. Com o apoio do papado, os cavaleiros Cristaos envol-
og veram-se na longa luta para retirar os mugulmanos da
Espanha: 1248, dep oë
ie de mais de dois séculos de conflito, apen EERde
EN a$ O pegueno reino Granada, no *””
. permanecia sob dominio islêAmico. Os BErmanicos conguistaram e coloniza
ra!”
A Idade Média 177
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também uma oportunidade de purgar os pecados participando de uma guerra
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santa. O entusiasmo com gue os cavaleiros se transformaram em soldados cris-
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tos demonstra em gue medida os principios do cristianismo haviam penetrado
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a mentalidade guerreira dos nobres. d1
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Fstimulado pelos pregadores populares, o povo em geral também toi domina-
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do pelo espirito da cruzada. O mais nordvel desses evangelistas foi Pedro, o Ere-
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suas aldeias e se juntaram & marcha de Pedro aré Jerusalém. Depois de chegarem
a Constantinopla, os recrutas de Pedro passaram ao territério turco, onde foram
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massacrados.
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Um exército de cavaleiros também partiu para Constantinopla. Em junho de
1099, três anos depois de deixarem a Europa, os cruzados estavam as porras de
Jerusalém. Usando armas de sitio, entraram na cidade e dizimaram os habiran-
tes mugulmanos e judeus. Além de capturar Jerusalém, os cruzados fundaram
dJuatro principados no Oriente Préximo. Inconformados com o estabelecimen-
to de Estados cristaos em seus dominios, os lideres mu€ulmanos convocaram um
jihad, ou guerra santa. Em 1144, um dos Estados fundados pelos cruzados, o
Condado de Edessa, caiu em poder das forgas islaAmicas. Alarmado pela perda de
Ed “5$a, o papa Eugênio
As 1] inaugurou a segunda Cruzada, gue resultou em com-
pleto fracasso.
Mr va dd” rilhante comandante Saladino rornou-se o mais poderoso lider
Ee in no Orlente Préximo. Em 1187, invadiu a Palestina, aniguilando um
merke, “ao proximo de Nazaré e reconguistando Jerusalém. Esse episédio
om rosies Cruzada, na gual se engajaram OS mais destacados governan-
ropeus: Ricardo 1, conhecido como Ricardo Corag&o de Leo, da Ingla-
178 Civikzacio ocidental
Dissidentes e reformadores
A liberdade de religiao é um conceito moderno, totalmente estranho 3 vis
medieval. Considerando-se possuidora e guardia da verdade divina, a Igreja jul-
gava-se obrigada a expurgar a cristandade da heresia — crencas gue guestionavam
a ortodoxia crista. Para a Igreja, os hereges eram culpados de traicAo contra Deus
e portadores de uma infecgio mortal. A heresia era obra de Sata: atrafdas por fal-
sas idéias, as pessoas podiam abandonar a verdadeira fé € negar a si mesmasa sal-
vagao. Aos olhos da Igreja, os hereges nio sê obstrufiam a salvacdo individual
como também enfragueciam os alicerces da sociedade.
Para impor obediëncia, a Igreja usava seu poder de excomunh4o. A pes$0?
excomungada n4o podia receber os sacramentos ou fregiientar os serviGos eligio”
sos — punigao terrivel, numa época de fé. Ao tratar com um governante recalcr
trante, a Igreja poderia declarar o interdito sobre seu territério, o gue na prade*
negava aos siditos desse governante os sacramentos (embora se pudessem tazet
exceg6es). A Igreja tinha esperanga de due a pressao exercida por uma populag*?
irritada obrigasse o governante ofensor a mudar de cCOmportamento.
Es leeaAis Igreja
eram também
responsdvejulgava os casos de heresia. Antes do século XI os bispo*
is pela descob ertae ju
'.papado criou a Tng lgamento dos hereges. Em 122
uisic&o, tribunal
especialmente destinado a combater a here!”
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pados aré gue fosse provada sua inocência; ” $
A dade Média 179
si o ti nh a, co m fr eg ti ën ci a, um ca rd te r
Os valdenses Na Idade Média, a dissen es cr it ic av am a Ig re ja po r
, os re fo rm ad or
reformista. Inspirados nos Evangelhos re to rn o a vi da
tê es mu nd an as ; gu er ia m um
sua rigueza e participagao nas gues
s si mp le s e pu ra de Je su s e se us ap 6s to los.
al ei ro s se gu i-
za mo ra l ea po br ez a ma te ri al do s pr im
Em seu zelo de copiar a pure
id en te s re fo rm ad or es at ac ar am a au toridade ec lesistica.
dores de Jesus, ess es di ss
de Pe dr o, ric o co me rc ia nt e de Ly on , co ns ti tu ia m um
Os caldenses, seguidores
da de 11 70 , Pe dr o di st ri bu iu su as pr op ri edades aos
desses movimentos. Na déca am a
id ir io s de am bo s os se xo s. Fle s ta mb ém se co mp ro me ti
pobres e atraiu part e nao
ar o Ev an ge lh o no ve rn dc ul o, € no no la ri m da Igr eja , gu
ser pobres € preg
era entendido por muitos Cristios.
ld en se s co ns id er av am -s e ve rd ad ei ro s cr is ta os , fié is ao es pi ri co da Igreja
Os va
té li ca . Ir ri ta da co m os at ag ue s do s va ld en se s 3 im or al id ad e do dlero e pelo
apos
es le ig os pr eg av am o Ev an ge lh o se m a pe rm is si o da s au ro ri da de s
fato de gue ess
st ic as , a Ie re ja co nd en ou o mo vi me nt o co mo he re ge . Ap es ar da pe rs eg ui -
eclesi
c&0, os valdenses sobreviveram como grupo no norte da Tr4lia.
A ordem dominicana foi fundada por Séo Domingos (c. 1170-1221), nobre
if espanhol gue havia pregado contra os cétaros no sul da Franca. Acreditando gue
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A Idade Média 181
Cristaos e judeus
Em suas relacêes com heréticos, pagêos e mugulmanos, os cristaos medievais
demonstraram uma atitude hostil e tacanha, gue ia de encontro 4 mensagem evan-
gélica de gue todos os seres humanos so filhos de Deus e de gue Cristo sofreu
por toda a humanidade. Os muculmanos eram considerados, nas palavras do
papa Urbano IT, como uma “raca vil”, “infiéis” e “inimigos de Deus.
Os crist&os medievais também manifestaram édio aos judeus — sem duvida
nenhuma um grupo estrangeiro naguela sociedade dominada pela vis&o de
de crista. Em 1096, bandos de cruzados massacraram judeus em cidades da
es Em 1290, os judeus foram expulsos da Inglaterra; e em 1306,
om 1290 e 1293, expulsêes, massacres e conversoes torgadas guase
ode E extingao da comunidade judaica do sul da rélia, gue ali vivia hê
skin” ermênia, tumultos selvagens levavam, de tempos em tempos, a tor-
Va nato de judeus.
es ee para fomentar o anri-semirismo durante a ldade
aie Cristaos desse perfodo, a recusa dos judeus em abragar o cristianis-
CD ra principalmente porgue a Igreja ensinava gue a vinda de
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O mais destacado erudito judeu desse perfodo foi Moiséds Ben Maimon
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panha, sob dominio mugulmano. Depois gue sua familia deixou a Espanh2
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cido como o mais proeminente sébio judeu da época, e seus escritos eram res
peitados inclusive por cristaos e mugulmanos. Maimênides buscou harmoniza'
a fé com a raz&o, conciliar as Escrituras hebraicase o Talmude (comentrio bi
4 ER io ks blico
d e, judeu) com a filosofia grega. Suas obras sobre temas éticos revelam pled””
sabedoria
e humanidade
.
Ig Ar kes HR EA N OF FT UK
Notas
Sugestêes de leitura
Bark, W. C. Origins of the Medieval World Lewis, Bernard. 7he Arabs in History (1966).
Um valioso estudo.
(1960). A Alra Idade Média como um
novo Com EO. | Lopez, R. $. The Commercial Revolution of
Dawson, Christopher. 7he Making of Europe the Middle Ages, 950-1350 (1976). De
(1957). Enfatiza o papel do cristianismo gue maneira uma sociedade nio desenvol-
na formacio da civilizagao européla. vida conseguiu desenvolver-se.
Gies, Frances e Joseph Gies. Women in the Lucas, Angela M. Women in the Middle Ages
Middle Ages (1978). A narrativa inclui va- (1983). Mulheres e religiao, casamenro e
liosas citacêes de fontes medievais. cartas.
. Life in a Medieval Castle (1974). O Mayer, H. E. 7he Crusades (1972). Aborda-
castelo como centro da vida medieval; tre- gem concisa e erudira.
chos retirados de didrios, cancêes e livros Pounds, N. ]J. G. Aa Economic History of
contdbeis dio voz as pessoas do periodo. Medieval Furope (1974). Um exame ld-
Herrin, Judich. 7he Formation of Christenaom cido.
(1987). A transic&o da antigtiidade para a Rorig, Fritz. 7he Medieval Town (1971). Um
Idade Média. estudo da vida urbana medieval.
Holmes, George (org). The Oxford History of Trachtenberg, Joshua. 7e Devil and the Jews
Medieval Furope (1988). Ensaios escritos (1961). O conceito medieval dos judeus
por vêrlos eruditos; bom ensaio introdu- e sua relacio com o anti-semitismo mo-
tOrio sobre a transformacao do mundo ro- derno.
mano. White, “Lynn, Jr. Medieval Technology and
Laistner, M. L. W. Thought and Letters in Social Change (1964). Um estudo dos pro-
Western Europe A.D. 500 to 900 (1957). gressos tecnolégicos na Idade Média.
Estudo abrangente do pensamenro euro- Zacour, Norman. Aa Jntroduction to Me-die-
péu na Alca Idade Média. val Institutions (1969). Ensaios abrangen-
Lewis, A. R. Emerging Medieval Europe tes sobre todas as fases da sociedade me-
(1967). Boas discussêes sobre as mudan- dieval.
€aS SOClais € econêmicas.
Ouestêes de revis&o
1. Oual foi asa in
fluência. de Bizincio: na his- mistura das tradigêes crista, greco-roma-
; téria mundial?
na e germênica. Expligue essa afirmagao.
araeeerie ediscutao significado 4. Oue import&ncia tiveram monges e frei-
da rea-
, is intelectual muculmana. ras na civilizacio medieval?
AA €lvilizag3o da cristandade latina foi 5. Ouais foram os principais progressos Ocor-
uma
184 Civijaacfo ocidental
cultura durante a ldade Média e gue efei- resultado final das Cruzadas?
sé
Ed
ey
BEE ER Atd
to tiveram?
Fi
sao das cidades? Oual foi a importência 13. Oue fatores contribufram para fo
men
da cidade medieval? o anti-semitismo durantea dade
Média)
9. [denrifigue e expligue a importência dos Em gue sentido o anti-semitismo revela
seguintes elementos: Guilherme, o Con- o poder do pensamento mitico?
guistador; direito consuetudindrio; Magna 14. O apogeu da Idade Média mostrou mui-
Carta; Parlamento. tos sinais de recupera#o e vitalidade. Dis.
OT
10. Por gue a Germênia nio conseguiu al- cuta essa afirmacao.
Ee
Fa Fi.
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Florescimento e dissolugao da
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civilizacao medieval
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geu da dad e Méd ia, a Eur opa mos tro u, cCO mo vim os, con sid erd vel
N apo
asceu,
vitalidade. A populago cresceu, o comércio a longa distêncla ren
novas cidades surgiram, comegaram a configurar-se OS Estados e o poder
pon tif ica l aum ent ou. A exp res s&i o cul min ant e des sa rec upe rag io € res sur -
gimento foi o florescimento cultural na filosofia, artes visuais e literarura.
Tntelectos criativos atingiram, em nivel cultural, aguilo gue o papado
realizou em nivel institucional: a integragso da sociedade em torno de
um ponto de vista cristio. O auge da Idade Média viu a restaurag&o de par-
te do conhecimento do mundo anrtigo, a ascensao das universidades, o
aparecimento de uma forma original de arguiterura (a g6tica) e a cria-
cio de um imponente sistema filoséfico, o escolasticismo. Os filésofos-
teëlogos medievais transformaram os €nsinamenrtos cristaos numa filo-
sofia geral gue representou a essência espiritual, o estilo caracteristico
da civilizaco medieval. Realizaram aguilo gue os pensadores cristaos do
Império Romano haviam iniciado e gue os homens de culrura na Alta
Idade Média haviam buscado — a sintese da filosofia grega e da revela-
GAO Crista. “
Renascimento do conhecimento
Em fins do século XI, a cristandade latina comecou a evidenciar um revivesci-
mento cultural. Todas as dreas da vida mostravam vitalidade e criatividade. Nos
ae XIT e XITT, uma civilizac&o rica, de estilo caracterfstico, unia a elite letra-
ae ede 3 Sicllia. Catedrais géricas, testamento duradouro da criari-
eek] K es so religioso, foram levantadas por toda a Europa. Surgiram uni-
ea em AA de cidades. Os escritores romanos voltavam a ser lidose
rs on o; a gualidade do larim escrito —a lingua da Igreja, da erudicio
ee ao eleme a poesia secular € religiosa, ranto em latim cCOmo em
ea at proliferou. O direico romano ressurgiu na Tt4lia, difundiu-se pelo nor-
Ga ope e dar sua importência (perdida desde a época romana) cCOMmO
ma ld ade estudo e da erudicao. Algumas obras-chaves da Grécia foram
para o latim e estudadas nas universidades. Urilizando a tradic&o ra-
ii 185
186 Civikzacio ocidental
ME
Cronologia 7.1 ** Apogeu e fim da Idade Média
Ak N
ERA
AMEEE d
MT
"n
Tr
ef Ee
ei
ase
ale am
tristao. Essa teoria sustentava gue giravam em torno da Terra imével, em velodl-
dade uniforme, sere esferas transparentes, nas guais estavam presos Os sere pla-
hetas”: Lua, Mercurio, Vênus, Sol, Marte, Jupiter e Saturno. Uma esfera de estre-
vam
las fixas envolvia o sistema planetdrio. Acima do firmamento de estrelas esta
três esfer as celes tiais . A mais dist ante , o Empi reo, eraa mora da de Deus ë dos
as
do Prim eiro Moto r, a esfer a abai xo, Deus impr imia movimento as
eleitos; através
a esfe ra infe rior era o invis ivel Céu Cris tali no. ad
esferas plan etdr ias;
Um universo gue tinha a Terra como centro estava de acordo com a idéia cris-
Deus criar a o mun do para hom ens e mulh eres e gue a salv aGao era o
ra de gue
objetivo essencial da vida. Como Deus criara a humanidade 3 sua imagem, ela
RR
ea ELSO
tal posi €so cent ral no univ erso . Emb ora vive ssem no Glti mo degr au da
mere cia
cidade
escada césmica, sê os humanos, entre todas as coisas vivas, tinham a capa
BEsalle
de ascender aos céus, ao reino da perfeigao.
MERE BA aa
Também era aceirAvel & mentalidade crista a nitida distingao estabelecida por
Aristêteles entre o mundo além da Lua €e o mundo abaixo dela. Aristételes susten-
tava gue os corpos terrestres eram formados por guatro elementos: terra, dgua, ar
e fogo. Os corpos celestiais, gue ocupavam a regiëo além da Lua, eram COmpostos
de um guinto elemento, o éter, demasiado dlaro, puro € perfeito para ser encon-
trado na Terra. Os planetas € as estrelas existiam num mundo & parte; eram feicos
do éter divino e seguiam leis celestiais gue nêo se aplicavam aos objetos terrenos.
Enguanto estes sofriam modificac6es — o gelo se transformava em 4gua, um tron-
co de rvore em chamas se convertia em cinzas — os objetos celestiais eram incor-
ruptfveis e imunes a gualguer mudanga. Ao contrério dos objetos terrenos, eram
indestrutfveis.
Os corpos celestes também seguiam leis de movimento diferentes dos corpos
terrestres. Aristéreles dizia ser natural aos corpos celestes mover-se eternamente
em circulos uniformes, sendo esse movimento considerado um sinal de perfeico.
Segundo ele, era natural também gue os corpos pesados (pedras) caissem verti-
calmente em dirego & Terra, e gue os objetos leves (fogo, fumaga) se movessem
para cima na direcio do mundo celeste. A pedra ao cair e a fumaga ao subir esta-
vam em busca de seu lugar natural no universo.
Deus. Na Terra, os objeros mais inferiores eram as pedras, destit uidas de almas.
acima delas estavam as plantas, due tinham um Po primitivo d
permitia reproduzir a crescer. Mais acima situavam-se Os animais * alma gue he
` dUué tinham Ca.
pacidade de movimentar-se e sentir. O mais elevado dos anima
IS era o hOmem
gue, ao contririo dos demais, podia ter algum entendimento d a
verdade univer
k
Ee sem dificul
dade a verdade de Deus. No alto desse universo hie
rdrguico (a grande cadeia 4
ser) estava Deus, o Ser puro, sem limitag6es, fonte
de toda existência A revelacg
EE de Deus descia aré a humanidade através da ordem hierdrguica. Partindo
oÊ de Das
a revelag&io passava aos anjos, também dispostos hierarguicam
ds ente. Delasa ver
dade chegava aos homens, percebida primeiro pelos profet
!
as e apéstolose depois
pela humanidade em geral. Assim, todas as coisas no univer
so, desde Deus at 0
EA mais baixo dos objetos terrenos, ocupavam o lugar gue Ihes
cabia por naturezae
R estavam ligadas a Deus por uma enormee ininterrupta cadeia.
Esse universo hierdrguico, no gual a posicdo humana est
ava cdaramente defini-
da, dava uma sensago de seguranca ao homem medieval. É certo
gue a humanida-
de era pecadora e vivia num mundo corruptivel, no degrau mais baixo
da hierar
guia césmica. Mas ela podia ascender até o mundo superior da perfeicio, além
da Lua. Como filho de Deus, cada ser humano desfrutava 0 privilégio excepcional
de ter uma alma precjosa e digna de respeito.
Os pensadores medievais também dispuseram o conhecimento numa ordem
hierdrguica. O conhecimento das coisas espirituais superava todo o conhecimen-
to mundano, todas as ciëncias humanas. Saber o gue Deus gueria do homem era
o auge do autoconhecimento e frangueava o ingresso nos céus. Assim, Deus era
ao mesmo tempo a fonte e o fim do conhecimento. A capacidade humana de pen-
sar e agir livremente refletia a imagem de Deus dentro de cada individuo; eno-
brecia homens €e mulheres e Ihe oferecia a possibilidade de reunir-se a Deus no
paraiso. A nobreza humana vinha da inteligência e do livre arbftrio, mas se OS
homens usassem esses atributos para desobedecer a Deus, atrafam a infelicidade
para si mesmos.
tos e princlP!
z . * Oo
curavam provar, através da raz&o, vam Com o ver dad eir o pels fé.”
. Oo gue jê consid era
Por exemplo, a existência de Deus ea mortalidade da alma, também podian? $
gundo eles, ser demonstradas pela razio. Em seu empenho de harmonizaf * fe
COM a raZA0, OS pensadores medievais criaram uma sintese extraordindria da re”
Ja€3o crist e do racionalismo grego.
191
Er
io nao par a gue sti ona r a fé, mas para ser-
GE
Os mestres escold sti cos us ar am a raz
na
e for tal ece r a fé. Na o ro mp er am co m a pre ocu -
vir-lhe — para elucidar, esclarecer
MA
Pi EE
gue era obt er a gra ca de De us e con seg uir a sal va-
pagso central da crista ndade,
“ie
té, os pen sad ore s esc old sti cos
maar
ess e rea liz ar pel a
ca. Fmbora esse ob jerivo sê se pud graga, e gue a
um a cië nci a da nat ure za nio imp edi a a bus ca da
insistiam em du€ nao rejeitaram as
nte na co nt em pl ag ao de Deu s. Fle s
Glosofia podia ajudar o cre ISSo, nao
a do alc anc e da raz ao hu ma na e gue , por
crencas Cristas gue estavam for lug ar dis so, sustentavam
kim
pel a ar gu me nr ag ao rac ion al. Em
podiam ser deduzidas aceiras cOMO
N
int eir ame nte na rev ela cao e de vi am ser
bai
gue tais verdad es re po us av am
s med iev ais , a raz &0 nio tin ha exi stê nci a indepen-
artigosde fé. Para os pensadore supra-hu-
and lis e, rec onh ece r o pad rio sup ra- rac ion al,
dente e devia, em dlrima
Ou er ia m gue o pe ns am e€ nt o rac ion al fos se dir igi do pel a fé para
mano da verdade. s. Enf im,
pel a aut ori dad e ecl esi êst ica € dos Eva nge lho
Falidades cristas, e guiado
, fé tinha a palavra final. ns id eran-
pen sad ore s cri sto s rec ebi am be m o uso da raz ao. Co
Nem todos os
oso fia gre ga co mo ini mig a da fé (nd o irla a raz ao lev ar as pes soas a gues-
do a fll
nos mil agr es? ), fab ric ant e de her esi as (n4 o iria enc ora jar a des-
Honarem a crenca
pri nci pai s dou tri nas da Igr eja ?) e ob st éc ul oa co mu nh ai o da alm a com
crenca nas
s (o des vio dos en si na me nt os da Igr eja , sob a inf luê nci a da fil oso fia paga,
Deu
nio privaria as pessoas da salvagio?), os teëlogos conservadores se opuseram a
ica cso da raz &o & rev ela gao cri sta . Nu m cer to sen tid o, os co ns er va do re s esta-
apl
vam certos. Dando renovada vitalidade ao pensamento grego, a filosofia medie-
val alimentou uma forca poderosa gue acabaria por esmagar Os conceitos medie-
vais de natureza e sociedade e enfraguecer o cristianismo. O moderno pensamen-
to ocidental foi criado por fil6sofos gue se recusaram a subordinar a razao a auto-
ridade crista. A razdo mostrou-se uma espada de dois gumes: ao mesmo tempo
gue enobreceu, também solapou a visio de mundo medieval.
do, pois acredita no gue diz a Sagrada Escritura e naguilo due a Igreja ensina. D
sa, €ntdo, a urtilizar a argumentag&o |6gica para demonstrar gue Deu od as-
conhecido nao somente pela fé, mas também pela raz&o. Ele Jamais urliza
razao para subverter aguilo gue sabe ser verdadeiro pela fé. De MOdO
geral ” :
atitude caracrerizaria os pensadores medievais posteriores, gue também hen
ram a razao & fé. di
Como jovem professor de teologia na Escola Episcopal de Notre D
ame, Pedr
Abelardo (1079-1142) adguiriu reputac&o de brilhante € combativ
o. Seu trégico
romance com Heloisa, aluna sua, tornou-se um dos mais
conhecidos da literary.
ra ocidental. O maior adversdrio de Abelardo, Bernardo de
Clairva , 8CUSaVa-0
de usar o método da argumentacio dialética para atacar a fé. Monge
Bernardo julgava perigoso submeter a verdade revelada e misti co,
3 andlise critica. Cedendg
a voz poderosa de Bernardo, a Igreja condenou Abelardo, confinan
do-o num
mosteiro para o resto de sua vida.
Abelardo acreditava na im portêancia de aplicar a raz3o 3A fé e
achava gue o gues-
Honamento cuidadoso e constante levava A sabedoria. Em Sc er Non
ele tomou
150 guestêes teolégicas e, citando trechos da Biblia e dos pais da Igreja, demo
ns-
trou a existéncia de opiniëes contraditérias. Sugeriu gue as divergentes opiniëes
das autoridades podiam ser conciliadas pelo uso adeguado da dialética. Mas
como Anselmo antes dele, Abelardo nio pretendia refutar as doutrinas tradi
cio-
nais da Igreja. A razio nio enfragueceria, mas fortalecerja a autoridade da fé. Ap6s
sua condenagao em 1141, ele escreveu: “Jamais serei um flésofo, se isso signifi-
car falar contra So Paulo; ndo seria Aristêteles, se isso me separasse do Cristo
(..) Levantarei meu edificio sobre a mesma pedra em gue Cristo construiu sua
Igreja (..) Repouso sobre a rocha gue nio pode ser movida.”'
maak sie
e n s a m e n t o C
s i n a m e n t o s d a fé e n t r a r e m c h o g u e c o m a e v i d éncia da razao? Para
Podem os en
Aguino, a resposta era um nio enfdtico. Visto gue tanto a fé como a razao vi-
elas nio riva lizZ avam entr e si; na verd ade, devi dame nte compreen-
nham de Deus
A razao,
didas, apoiavam-se mutuamenre € formavam uma unidade orgênica.
ser temi da, pois era outr o cam inh o para Deus . Com o havi a
portanto, nao devia
ente entr e a verd adei ra fé e a raz& o corr eta - amba s vinh am,
ma harmonia iner
s.
em Glrima anélise, de Deus —, as contradicêes entre elas eram apenas aparente
Deus
Fmbora a filosofia ainda nio tivesse sido capaz de resolver o dilema, para
mpat ibil idad e nao exist ia. No céu, os seres hum ano s arin giri am Oo co-
essa inco
hecimento completo, bem como a felicidade total. Enguanto estivessem na Ter
ra, porém, deveriam deixar gue a fé guiasse a razao evitar gue a razo se opuses-
se 3 fé ou a enfraguecesse.
Assim, ao exaltar Deus, Aguino também prestava homenagem & inteligência
humana, proclamava o valor da atividade racional e afirmava a importência da
realidade fisica revelada pelos sentidos. Valorizava, portanto, a filosofia narural
de Aristêteles. Corretamente urilizada, ela poderia proporcionar valiosa ajuda 3
fé. Sintetizar o aristotelismo com a revelagdo divina do cristianismo foi o grande
esforco de Aguino. Ele nio duvidava da possibilidade de harmonizar os dois. As-
sim, utilizou as categorias aristotélicas em suas cinco provas da existêncla de Deus.
Em sua primeira prova, por exemplo, argumentou gu€ uma coisa nao pode
mover-se sozinha. Tudo o gue se move, deve ser movido por alguma outra coisa,
e esta por uma terceira. “Portanto, é necessdrio chegar ao primeiro motor, gue nao
é movido por nenhum outro; e esse todos sabem ser Deus.*
Aguino defendia o valor da razëo. Amar o intelecto era honrar a Deus, nao di-
minuir a verdade da fé. Ele confiava na capacidade da mente racional de com-
preender a maior parte da verdade da revelacëo e insistia em gue nas guestoes
nao teolégicas — aguelas gue nio diziam respeito 3 salvag&o — as pessoas deveriam
confiar somente na razao e na experiëncia. Assim, Aguino deu nova importência
a0 mundo empirico, 3 especulac&o cientifica e ao conhecimento humano.
A visêo medieval tradicional, baseada em grande parre em Santo Agostinho,
Em distinG&o nitida entre o mundo superior da graca eo mundo in-
Oo gelee ee mn mundo do espirito eo mundo da experiëncia sensêria.
lb a Meer rek ge do mundo era visto, com fregiiëncia, como um obst4-
mene ok oi ecimento. Santo Tom4s modificou essa tradicao, afir-
ho dignidide Ee $ conhecimento da ordem social e do mundo tsico. Deu
oe mik umana e ao conhecimento mundano. Assim, a Cidade
ent ma cidade pa um lugar de pecado do gual se procurava fugir para
nos ee eus; era digna de investigagio e entendimento. Mas Agui-
um pensador medieval, afirmando sempre gue o conheci-
us vasec ie deveria. ser inspecionado
men (O f ,
e corrigido
n
pela verdade revelada, e ja-
$ loNnou a verdade da visio cristi medieval do mundo e do individuo.
"sm - Pe ` . Ë
Ee
YE
re
Feed
Ciëncia
Durante a Alta Idade Média, poucas obras cientificas do mu
ram ao alcance dos estudiosos na Europa ocidental. O pensam'RENLO
ientjficg en
contrava-se em seu ponto mais baixo desde gue surgira,
na Grécja. Em contraste, as civilizac6es islêAmica e biza ntmianla pdreesmeirlvaranagms. ans&,
certos Casos aumentaram, o legado da ciëncia grega. N 0 periodo 4ureo € em
da ldade
Média, porém, muitos textos antigos foram traduzidos do grego e d
o arabe pan
o latim e ingressaram pela primeira vez na cristandade latina. Oe principa;
tros de traduc&io eram a Espanha — onde as civilizacêes cristi e ae
encontraram — e a Sicilia, controlada por Biz&Ancio até a dltima meta
de do sê NV
IX e em seguida pelo Isl&, até gue os cristios normandos concluissema ak
ta da ilha em 1091.
Nos séculos XIII e XIV, ocorreu um autêntico movimento Cientifico. Impr
es-
stonados com a abordagem naturalista e empirica de Aristêteles, alguns
eruditos
medievais passavam grande tempo examinando a natureza fisica. Entre
el
I
la
eles esta-
i
va o dominicano Alberto, o Grande (c. 1206-1280). Nascido na Ale
manha, Al
- F
NT. ii
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"dT
1 HI
FR eks Aguino toi seu aluno. Para ele, a filosofia era mais do gue a utilizacio da razé
grega para contemplag&o da sabedoria divina; significava também uma forma de
pie
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oi s
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ii n | rif.
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“al ! entender a natureza. Alberto dedicou-se a organizar e comentar a ampla obra de
Aristoteles.
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Embora mantendo a ênfase cristi em Deus, na revelacio, no sobrenatural € na
vida depois da morte, Alberto (ao contririo de muitos pensadores cristaos ante-
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Me
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escritos sobre geologia, guimica, botênica € zoologia, Alberto tal como Aristoe-
les demonstrou respeito pelos detalhes concretos da natureza, utilizando-os Como
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se T EET)
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Outro participante desse movimento cientifico foi Robert Grosseteste (c. 1177
Ed 1
j vs,
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Terra podia ser demonstrada pela razZo € insistia em gue a matematica €Ta
'
- É
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om feotsde he ad, fisico. Além disso, realizou oper
1294), foi um precursor da oek para ContT% lara
a arir e de uti
tudk ar a cië
ie lizan Eencia aa
natureza. Bacon considerava Importante o estudo da
matemdtica e leu obras de
Aha
ks
es
ED ai
g—
Re DR di
ga
A Idade Média 195
OE
ER AARRO
Con-
Mas os erudiros medievais nio chegaram a inaugurar a ciëncia moderna.
de gue a Terr a era 0 cen tro do uni ver so e gue havi a leis diferen-
servaram a Crenga
para os céus . Nao inv ent ara ma geo met ria anal itic a, nem o cél-
tes para a Terra €
co che gar am ao mod ern o con cei ro da inér cia — tod os fun dam en-
culo, e tampou
cia med iev al nun ca se libe rtou tot alm ent e da
rais para a ciëncia moderna. A ciën
teol égic a. A ciën cla mod ern a busc a, con sci ent eme nte , sso do
o progre
sstr utur a
nte cien tifi co, ao pass o gue na Idad e Méd ia mui ras
conhecimento especificame
a nat ure za era m lev ant ada s para escl arec er um pro ble -
guestes relaco nadas com
ma religtoso.
conheci-
Os cientistas € flésofos medievais, entretanto, fizeram progredir o
ca, as mar és € 3 mec nic a. Per ceb era m a imp ort ênc ia da
mento relativo & épti
a int erp ret agi o da nat ure za e rea liz ara m exp eri ënc ias . Tra du-
matemdtica para
ent and o obra s greg as e drab es anti gas, os eru dit os med iev ais pro-
“indo e com
por cio nar am as eras furu ras idéi as gue con sti tui ram mat éri a de refl exio e gue,
em alguns casos, foram rejeitadas — precondigao necessêrla ao aparecimento da
ciëncia moderna. Os pensadores medievais também desenvolveram uma fisica
antiaristotdlica, gue alguns historiadores da ciëncia acreditam ter influenciado
Galileu, o criador da mecênica moderna, mais de dois séculos depois.
romano.
Me
196 Giviljzado ocidental
Literatura
OE GE MEE
nd
an WER GEE. mde
ap
er En ha,
AE “as armed
EE
EE
Virgilio e Dante observam Licifer: miniatura de um dos primeiros manuscritos de d divina
comédia. Dante reservou as profundezas inferiores do Inferno aos culpados de rraigao. Lucifer. o
anjo gue traiu Deus, é retratado como um monstro de três bocas, com as guais ele mastiga
€ternamente os corpos dos arguitraidores Judas Iscariores, Bruro e Cassio. A divina comedia
ilustraa preocupacao predominante da mentalidade medieval com Deus e a vida apés a morte.
Biblioteca Trivulsian, Milao
Arguitetura
Dois estilos arguitetênicos evoluiram durante a Idade Média: o rom&nico eo
gotico. O primeiro predominou no século XI e na maior parte do século XIT. Os
edificios romênicos, imitando as antigas estruturas romanas, tinham paredes ma
cigas gue sustentavam abébadas de berco e de arestas — feitas de pedra — com arco$
redondos. As paredes grossas eram necessrias para agiientar o grande peso dos
tetos. As paredes tinham pouco espaco para janelas, de modo gue pouca luz d
netrava o interior dos edificios. O desenvolvimento do arco ogival permitiu SY
portes gue diminuiam a pressio do teto sobre as paredes. Esse novo estilo, cha”
mado gético, possibilicou gue as construcëes tivessem tetos abobadados e altos
enormes janelas. Enguanto o edificio romênico dava uma impresso de solider
maciga, as construg6es géticas criavam a ilusio de uma energia ascendente- ;
| A catedral gética deu expressio visu al & concepgio medieval de um Un! ei
id
hierérguico. O historiador Joan Gadol condlui: “Dentro € fora, a catedral £
,
€ um grande movimento ascendente através de uma série de graus, uma jda
através de niveis horizont ses
T ais marcado $ por arcos, galerias, nichos e tof
material sobe ao espiritual, o natural € suposto no sobrenarural — tudo n
sub
Nes ()e
ascens&o paulatina.”” Essa ilusio € er; ada pelas proporg6
es altas e estreitas do
ss
" ” G
dos santos, bem como do cotidiano. A redugao do intervalo entre paredes, gue
permitiu as macicas ilustracêes em vidro, foi possibilitada pelos arcobotantes na
parte externa do edificjo. Esses grandes arcos de alvenaria descarregam nas pare-
des exteriores o peso e o empuxo das abébadas de pedra.
O estilo gético conservou sua vitalidade aré o século XV, difundindo-se da
Franga para a Inglaterra, Alemanha, Espanha e além. Revivido de tempos em
(Empos, posteriormente revelou-se um dos mais duradouros estilos da arte e ar-
duitetura ocidentais.
ET
RE
ki
Ad
ie
Mi
Am
ee
aÊ
A dade Média 201
ng es ti on ad as ri ve ra m os ma is al co s in-
am em décadas posteriores. As cidades co oa s, ta lv ez — ap ro xi ma da me n-
s de pe ss
dices de mortalidade. Cerca de 20 milhêe pe re ce ra m no pi or de sa s-
te de um guarto a um te rs o da po pu la g3 o da Eu ro pa —,
natural da histéria conhecida. al id ad e e
LIE
as fo ra m ar ra st ad as pa ra a de va ss id ao , il eg
Tomadas de panico as mass ra m, in do
li gi os a. Ba nd os de fl ag el an te s se or ga ni za
formas arrebaradas de vida re ch ic otes, nu ma
tr a ve rg as ta nd o- se mu tu am en te co m va ra s €
de uma regiao a ou
ra da r a De us — gu e ac re di ta va m té -l os am al digoado
sentativa desesperada de ag e em
ar te co nc en tr ar am -s e em ce na s mo ér bi da s de carn
com a peste. AS formas de
ta s ch ei as de ca d4 ve re s co rr oi do s po r ve rm es, dancas
decomposiGao, tumbas aber seju-
contra os
s do in fe rn o. Po r ve ze s, es sa hi st er ia vo lt av a-
da morte € tormento re ra m en -
pe st e en ve ne na nd o os po go s. Oc or
deus. acusados de terem causado a
s te rr iv ei s de ju de us , ap es ar do s ap el os do pa pa do .
io massacre orias, le-
es af un da ra m a pr od uc ao de al im en to s e me rc ad
Os milhêes de mort
bi re m ac en tu ad am en te . As te ns êe s ec on êm ic as e so cl al s,
vando alguns pregos a su
te ri or es a pe st e, ex pl od ir am em re be li ëe s. Ca da re be li ëo ti nha
algumas delas an
ép ri a es pe ci fi ca , ma s OS le va nt es no ca mp o ca ra ct er iz aram-se por um
uma causa pr
io ge ra l. Ou an do os rei s e se nh or es , gu eb ra nd o as re la gê es so ci ais baseadas
padr
eses ergue-
no costume, impuseram novos e onerosos regulamentos, os campon
ram-se em defesa dos direitos tradicionais.
ado
Em 1323, os camponeses livres de Flandres, cuja situag3o havia melhor
stabelecer
nas décadas anteriores, enfureceram-se com a tentativa dos nobres de re
velhas obrigac6es senhoriais. Sua revolta durou cinco sangrentos anos. Em 1358,
os Camponeses franceses pegaram em armas em protesto contra os sagues dos cam-
pos pe lo s so ld ad os . Ce rc a de 20 00 0 ca mp on es es mo rr er am no le va nt e co nh ec i-
do como Jacguerie. Em 1381, os camponeses ingleses revoltaram-se contra a le-
gislacao gue os prendia 3 terra € impunha novos tributos. Como as revoltas em
Flandres e na Franca, o levante inglês também fracassou. Para a aristocracia fun-
di&ria, os camponeses eram pecadores gue combatiam um sistema social ordena-
do por Deus. Possuindo superioridade militar, a nobreza subjugou os revolrosos,
As vezes com violenta crueldade.
A inguieragio atingiu também as cidades. Os assalariados de Florenca (1378),
os receloes de Gand (1382) e os pobres de Paris (1382) rebelaram-se contra as
oligarguias governantes. Essas revoltas foram iniciadas, em geral, nao pelos mas
es ' n ede mas pelos gue haviam feito certas Condguistas & ansia-
ase Sr omo os levantes camponeses, as rebeliëes dos pobres urbanos tam-
agadas.
Pare pare desse periodo de adversidades a série de conflitos co-
mde uerra os Cem Anos. Como os reis ingleses haviam governado
d Ga, os conflieetos entre as duas monardguias eram comuns. No inicio
ke os ingleses infligiram terrfveis derrotas aos cavaleiros franceses nas bata-
e Crécy (1346) e Poitiers (1356). Usando arcos de mêo, gue lhes permitiam
ar ar Hlechas rapidamente, os argueirokis s ingleses destruiram ondas sucessivas da
isppar
! GIBLIOTECA POBLICA MUNICIPAL
Pe. ARLINDO MARCON
ADIOES BARBOSA — B$ 8
202 Givilizacio ocidental
Batalha de Crécy, 1346. A pretensao inglesa ao trono francéês levou 4 chamada Guerra dos Cem
Anos entre as monarguias dos dois paises. No final do conflito, o esforco inglês fracassou.
Embora a Franca tenha sido devastada pelos exércitos invasores € por revoltas
internas, os rel
ingleses perderam aguase todas as possessêes francesas. Mas a vitéria inglesa em Crécy
foi
catastréfica para os cavaleiros mo ntados franceses, gue cajam em bandos sob a saraivada de
Hlechas dos argueiros ingleses, Photo Hacbette
,
cavalaria francesa. A guerra continuo u de maneira intermitente durante todo 0 é-
culo XIV. Nos periodos de trégua, BTUpos de
soldados OClOSOS vagavam pelos ad
pos franceses matando e roubando — ages gue precipitaram a Jacguerie.
.
Depois da batalha de Azincourt (1415), vencida sob o comando de Henridu*
V, Os ingleses passaram a controlara malior
parte do norte da Franca. A Inglaters”
parecia estar na iminência de CONguistar a Franga e unir os dois pafses sob a mes”
ma coroa. Nesse momento crucial da histéria francesa, uma
jovem campones”
analfabeta, J ad D Arc (14 12-1431), ajudou a salvar a Pranca. Acredicando gué
Deus lhe havia mandado expulsar os ingleses, Joana reuniu as desmoralizade!
ad '
sd Ed N
A ldade Média 203
a. Em 14 29 , li be rt ou a ci da de si tiada de
talh
tropas francesas, liderando-as em ba en ad a co mo he re ge e fe it iceira, em
Orléans. Aprisionada pelos in gl es es , Fol co nd
co lh id o a de do . Mo rr eu gu ei ma da na fo gu ei -
1431, por um tribunal religioso es
an a, o ex ér ci to fr an cê s ex pu ls ou os in gl eses de todo
za. Inspirado pela morte de jo
s, co m ex ce cë o do po rt o de Ca la is.
o territério francë s im pu se ra m no vo s tr ib ut os,
rei s fr an ce se
Durante a Guerra dos Cem Anos, os on aram-
te su as re nd as . Es se s re cu rs os pr op or ci
gue aumentaram substancialmen go s e leais.
pr of is si on al de so ld ad os be m pa
Ihes meios de organizar um exército ra tam-
im en to de or gu lh o e un id ad e no po vo fr an cês, a guer
Evocando um sent e na ci onal. Tam-
esce nt e, ma s ai nd a in co mp le ta , un id ad
bém contribuiu para a €r
nf li to co m um se ns o de so li da ri ed ad e ma ior. Mas a
bém os ingleses sairam do co
ia s te rr iv ei s pa ra os ca mp on es es fr an ce se s: milhares de
guerra teve consegiënc s in-
os € Ca mp os va li os os fo ra m de st ru id os pe lo s ex érciro
agricultores foram mort , a Gu er ra dos
ce nd ri os as sa lt an te s. N u m pr od ig io so av an go
gleses e grupos de er a de ar ti lh a-
ti gi os fi na is , a ur il iz ag ao da pé lv or e
Cem Anos testemunhou, nos es
ria pesada.
O declinio do papado
nto
O principal sinal de decadência da civilizagao medieval foi o enfraguecime
dad e e do pres tigi o do pap ado . Na Alra Ida de Méd ia, o pap ado fora a
da autori
instituic&o dominante da cristandade, mas na Baixa Idade Média seu poder co-
mecou a se desintegrar. O ideal medieval de uma comunidade crista unificada,
guiada pelo papado, foi destruido. A autoridade ponrifical decdlinou em face do
crescente poder dos reis, gue defendiam os interesses paroguiais dos Estados. O
prestigio do papa e sua capacidade de comando enfragueceram-se com seu en-
volvimento na politica européia. Muitos cristaos achavam gué o papa se compor-
tava mais como um governante secular do gue como um Apéstolo de Cristo. Os
oe politicos e os reformadores da Igreja solaparam ainda mais a autoridade
ponrtifical.
meira reuniëo dos Estados Gerais para conseguir o apoio da nagao. Pouco de pr
Bonifdcio ameagou excomungar 0 rei francês. Ofendido, Filipe mandou a IS,
sales ed
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para ele, gue Haleceu um mês depois. Seus dois sucessores, Benedi
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to XI (1303.
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afastado de Roma e privado das rendas dos Estados Pontificais na
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meagio de altos dignitrios da Igreja para pafses cujas linguas n4o conheciame
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era m Cle men te VII com o nov o pap a. Rec usa ndo a dec isa o
de Urbano € escolh
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dos cardeais, Urbano €Xcomungou Clemente, gue respondeu da mesma for
io e ang ust la dos cri sta os de tod a a Eur opa , hav ia ago ra doi s
Para maior confus
apas. Urbano em Roma e Clemente em Avignon.
mai s des tac ado s da Igr eja ins ist ira m na con voc aga o de um conci-
Os homens
l —o Con cil io de Pis a — par a pêr fim ao infe liz cis ma gue imp edi a o papa-
lio gera
des emp enh ar seu s dev ere s sag rad os. Rea liz ado em 140 9 com a presenga de
do de
o con cil io dep ês os doi s pap as e esc olh eu um nov o. Ne-
“entenas de religiosos, a
onh ece u a dec isd o do con cil io e a cri sta nda de pas sou
bum dos pontifices rec a
o con cll io foi con voc ado em Con sta nca , em 141 4. Na lur
ter três papas. Nov
se seg uiu , cad a um dos trés pap as abd ico u ou foi dep ost o em favor de uma
gue
icd o pel o con cil io. Em 141 7, aca bou o Gra nde Cis ma.
ele
Na primeira metade do século XV, os concilios da Igreja reuniram-se em Pisa
ao cisma,
(1409), Constanga (1414-1418) e Basiléia (1431-1449) para pêr fim
or-
combater a heresia e reformar a Igreja. O movimento conciliar procurou transf
mar a mon arg uia pon tif ica l num sis tem a con sti tuc ion al, no gua l pod er do pap a
seria regulado por um concilio geral. Os defensores desse movimento sustentavam
gue o papado nio podia reformar a Igreja com a mesma eficiëncia de um concilio
geral representativo do clero. Mas o movimento conciliar acabou fracassando.
Ouando o Santo Imperador Romano e, em seguida, o rei da Franga returaram seu
apoio aos concilios, o papado recuperou sua autoridade sobre o alto clero. Em
1460, o papa Pio II condenou o movimento conciliar como herético.
Profundamente envolvido na polftica de poder européia, o papado negligen-
cjava, com fregtiëncia, suas responsabilidades morais e espirituais. Muiros cris-
tos devotos ansiavam por um renascimento religioso, um retorno 3 piedade simples;
o papado, porém, n4o dava ouvidos a esse damor de reforma. Sua incapacidade
de proporcionar uma lideranca criativa para a reforma possibilitou a Reforma
protestante do século XVI. Dividindo a cristandade em catélicos e protestantes,
a Reforma destruiu para sempre o ideal de uma comunidade cristi mundial guia-
da pelo vigério de Cristo, o papa.
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Para Wycliffe, a rica e complexa hierarguia da Igreja era desneces “Arla e errê,
Os bispos, suntuosamente vestidos e donos de propriedades, nio se assemel...
aos pescadores simples gue seguiram Cristo. Na verdade, esses bispos aan N
chefiados por um papa principesco e trênico, eram anticristaos, os *
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da comunhao na substincia do corpo e do sangue de Cristo, ele rejeit
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cos da Boëmia, liderados por Jan Hus. Como Wycliffe, Hus defendia gue a Bi-
blia fosse traduzida para a lingua verndcula, tornando-se assim acesstyel 2S
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toi gueimado na fogueira —, a Igreja nio conseguiu subjugar seus seguidores nem
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Na Baixa Idade Média, o papado perdeu poder, visto gue reis, teëricos politi-
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grande sintese teolégica construida pelos escoldsticos dos séculos XI e XIII desa-
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A sabedoria impele os eruditos medievais ao progresso. Durante a Idade Média, os
europeus
Hzeram importantes avangos tecnolégicos. O astrol&bio, o guadrante, o relégio solar e o relêgio
di mostrados agui ilustram a capacidade técnica medieval. Bibliotbêgue Royale Albert 1,
ruxe
citos europeus durante todo o século XIX e mesmo no século XX. As nocêes aris
tocrdticas de dever, honra, lealdade, bem como o amor cortesao, também perduw
raram até o século XX.
| Durante a Idade Média, os europeus comecaram a suplantar os mugulmanos
bizantinos, chineses e todos os outros Povos no emprego da tecnologia. A €D8”
nhosidade e tecnologia medievais derivavam. em parte, do cristianismo, segundo
o gual Deus criara o mundo para gue os seres humanos o dominassem € explo”
rassem. Consegtientemente, para aliviar a labura humana oe povos do per
odo re
correram a forca dos animais ea maguinas gue ee o trabalho. O crisd*”
nISMO EnsInava também gue no existia nenhum obstéeulo espiritual 2 explord
ao da natureza — ao contrdrio, por exemplo, do hinduismo. Diferentementé
humanismo cl4ssico, a perspectiva crisê nao considerava degradante o trabalno
tsico, € mesmo os monges se dedicavam a de
A lie cr oe sagrado do individuo e na superioridad
e da lei de Des
nunca detou dé in#uenciar a civilizacio ocidental. Embora nos tempos mode
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A dade Média 209
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dade, a mente n#o precisa de assistência divina: ela nio aceita nenhuma autorida
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governar. Toda a estrutura social constitufa uma hierarguia: o dlero guiava a SO”
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para o bem de todos. Havia também uma hierarguia do conhecimento: suas for
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mas inferiores vinham dos sentidos e a mas elevada, a teologia, tratava da revela-
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medieval postulava a uniformidad
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Posi€êo social; os corpos celestes obeder cm as mesmas leisg naturais; gu€e OS ob] 1etOS
terrenos. O espaco é geom€trico
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e homogêneo,
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hierdrguico,
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heterogenê Ê ME
gualitativo. O univers 9, antes j concebido como finito e fechado, passou a SET
siderado infinito, € as operac6es da natureza . armeDIE
foram explicadas matemat! g
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A Idade Média 211
Essa ma-
gue Deus o fizera dessa maneira para expressar os sete dons do Espirito.
spe cti va mod ern a, bem com o a cre nga med iev al de
heirade pensar estranha & per
gue as cardstrofes naturais, como pragas e fome, sio castigos divinos.
te mod ern o rom peu tam bém com a rigi da div isa o da soc ied ade me-
O Oci den
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a essa
dieval em trés classes: dlero, nobres e plebeus. A jusrificariva intelectual par
exp res sou o pre lad o ingl ês Joëo de Sal isb ury (c. 111 5-
ma EA AE
organizad ao soci al, tal com o
itad a pelo s pen sad ore s mod ern os: “E obr iga gio dos inf eri ores pres-
180), foi reje ores,
var servicos a seus superiores, da mesma maneira gue é obrigag3o dos superi
rec er a seus infe rior es tod as as cois as nec ess iri as a pro teg ao e auxl -
por sua vez, ofe
ndo -se ao pri nci pio feu dal de gue as obr iga g6e s € os dire itos do
io a estes.”! Opo
rel aci ona m-s e com sua pos iga o na soc ied ade , a per spe cti va mod ern a res-
nividuo
a
saltou a igualdade de oportunidades e de tratamento perante a lei. Rejeitou
uma
idéia de gue a sociedade devia ser guiada pelos clérigos aos guais se atribuia
ria espe cial ; pelo s nob res , a gue m se out org ava m pri vil égi os espe ciai s; €
sabedo
pelo rei, gue se acreditava ter recebido seus poderes de Deus.
O Ocidente moderno rejeitou ainda o cardter pessoal e consuetudindrio do
direito feudal. Com a evolucio do Estado moderno, o direito assumiu um cara-
ter impessoal e objetivo. Por exemplo, se o senhor exigisse mais do gue os habi-
tuais 40 dias de servico militar, o vassalo poderia recusar-se a obedecer, conside-
rando tal exigéncia como uma violago imperdoëvel do costume e do acordo, e
uma transgressio de suas liberdades. No Estado moderno, com uma constitui-
cio e uma assembléia representativa, se for aprovada uma nova lei ampliando a
duracio do servico militar, ela simplesmente substituird uma lei anterior. As
pessoas nio se recusam a Cumpri-la porgue o governo rompeu o acordo ou vio-
lou o costume.
No mundo moderno, a relac&o entre o individuo e o universo foi radicalmen-
te transformada. As pessoas da Idade Média viviam num universo geocéntrico,
finito no espago e no tempo; ele era pegueno e rodeado por uma esfera de estre-
las, além da gual ficava o parafso. Acreditava-se gue o universo tinha cerca de 4
mil anos de idade e gue, num futuro nio muito distante, Cristo retornarla € a
histéria humana chegaria ao fim. O homem da Idade Média sabia por gue esta-
va na Terra e o gue se esperava dele; jamais duvidava de gue o céu seria sua re-
cOmpensa por levar uma vida cristê. Preparar-se para ingressar no céu era o prin-
cipal objetivo da vida. J. H. Randall Jr., historiador da filosofia, resume de manei-
ra elogtiente a visio medieval de um universo intencionado, no gual o ser humano
PCUpava uma posicëo dlaramente determinada.
” mundo era totalmente governado pela vontade onipotente e pela mente onisciente de
ee oe es estavam centrados no homem, no seu Jjugamento, na sua gueda, nos
ME ry im * na sua gléria. Verme do pd era ele, mas ainda assim 0 homem era 0 obje-
ie 0 0 universe. (C. ) E guando seu destino se completasse, os céus se abririam
um pergaminho e ele viveria junto do Senhor para sempre. Sd os gue rejeitavam a
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Tr f ofereeida livremente por Deus, e com coragdes endurecidos recusavam o arrependi-
“to, sertam excluidos dessa vida eterna.”
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basicamente bom, e gue o mal resultava das ins tituigêes imperfeitas, da educa-
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Notas
Sugestoes de leitura
Brooke, Christopher. 7e Twelftb-Cenmury Re-
Gilson, Etienne. Reason and Revelanion gs
matssance (1969). Examina as escolas, o ep
sino, a teologia, a literarura € as figuras Middle Ages (1966). Excelente € CO”
proeminentes. exposic&o da tradicio filoséfica me gê).
Copleston, EF. C. 4 History of Medieval Gimpel, Jean. The Cathedral Builders ( ce
Ph;- As forcas espirituais, polfticas € Finar
losophy (1 974). Exame ldcido ë abrangen- ras por tris da construcdo das catedrals
te da filosofia medieval. Haskins, C. H. The Renaissance of 'hé Tel
oo dy L.f
A Idade Média 213
Ouestêes de revisao
1, Oue fatores contribuiram para o reflores- 6. Descreva o gue cada um dos elementos a
cimento do saber no final do século XI e seguir informa sobre as arirudes e inre-
no século XIP? resses das pessoas medievais: trovas, Of
2. Descreva as caracteristicas essenciais da contos de Cantudria, A divina comédia €
visio medieval do universo. Em gue ela caredrais géricas.
difere da concepcao moderna? 7. Oue problemas econêmicos fizeram do
3. Naldade Média, a compreensio do indi- século XIV uma época de adversidades?
viduo acerca do ser estava relacionada 8. O gue levou ao enfraguecimento da au-
com a concepcio de gue o universo era toridade da Igreja na Baixa Idade Média?
uma hierarguia, no topo da gual estava 9. Oual foi o legado da Idade Média ao
Deus. Expligue essa afirmagao. mundo moderno?
4, O gue os filêsofos escoldsticos tentaram 10. Em gue aspectos a perspecriva caracteris-
realizar? rica da Idade Média difere da visao mo-
5. Oual foi o significado do pensamento de derna?
Tomds de Aguino?
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1350-1789
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Partida de Lisboa para o Brasil, fndias or; Ie
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A ascensdo da modernidade-
da Renascenca ao lluminismo
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PENSAMENTO E CULTURA
POLITICA E SOCIEDADE
1600 Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) Cientistas: Kepler, Galileu, Newton
Revolucio Inglesa (1640-1660, Filésofos: Bacon, Descartes, Hobbes, Locke
1688-1689)
Luis XIV da Franga (1643-1715)
Pedro, o Grande, da Ruissia (1682-1725)
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CAPITULO 8
Transigao para a Idade Moderna.
Renascenca e Reforma
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medievais. Valorizavam o pleno desenvolvimento do talento humano
expressaram um noVvo entusiasmo sobre as possibilidades de vida neste
o
mundo. Essa nova perspectiva marca a ruptura com a Idade Média e
surgimento da modernidade.
A Renascenca foi, portanto, uma idade de transigao, gue presenciou
, aba ndo no de cert os ele men tos da visi o med iev al, a ress urre igao das for-
mas Culturais cldssicas e o aparecimento de atitudes niridamente moder-
e ex-
nas. Esse renascimento teve inicio na Ir4lia durante o século XIV
nga,
pandiu-se gradualmente para o norte € o oeste, para Alemanha, Fra
Inglaterra e Espanha, em fins do século XV e no século XV.
A Renascenca foi um caminho para a modernidade; outro foi a Re-
forma. Dividindo a Europa em catélica € protestante, a Reforma acabou
com a unidade religiosa medieval. Também acentuou a imporrancia do
ndividuo. uma Caracterfstica distintiva do panorama moderno. Enfari-
sou a consciëncia individual em detrimento da autoridade clerical, insis-
tu na relacio pessoal entre cada homem ou mulher e Deus € chamou a
atenc3o para as capacidades religiosaas intrinsecas do individuo. %-
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realizac&o pessoal. O valor individual, gue para os senhores feudais estivera as”
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pessoa mulrifacetada gue n4o somente revelava maestria nos cldssicos antigos
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top fruic&o e mesmo talento para as artes visuais, bem como interesse pelos assuntos
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cotidianos da cidade, como também aspirava a fazer de sua vida uma obra de
if; arte. Menosprezando a humildade crista, os individuos da Renascenga se
IE OU
oo Ihavam de suas habilidades e realizag6es mundanas — “Posso operar milagre
disse o grande Leonardo da Vinci. Os artistas renascentistas retratraram 9 j
ter individual dos seres humanos, Captaram a rica diversidade da personalida
humana, produziram os primeiros retratos desde os tempos romanos € assinê
ram seus trabalhos. Os escritores do periodo devassaram seus préprios sen” ti
. , - ' 7 vIr
mentos e evidenciaram uma AULOCONSCIËNCIa gue se tornou caracteristica
d
sio moderna.
Nos séculos seguintes, a perspectiva secular se fortaleceria, passando 2 food
se ainda mais atentamente no individuo. Essa vis&o levou 3
convicgio de du€ *
do Jugo das Pr€OcupacOes com o outro mundo,
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A ascensdo da modernidade 221
PARS ER EE EG
Durante a Renascenga, o espirito secular e a preocupagio com o individuo en-
Hymanismo
O movimento intelectual mais caracteristico da Renascenca foi o humanismo,
ee
um programa educacional e cultural baseado no estudo da antiga literatura grega
ee
De
- romana. A atitude para com a Antiguidade diferia daguela dos eruditos da Ida-
ee ei de ee
de Média, gue haviam se esmerado em adaptar o conhecimento cldssico a uma
concepcio de mundo crista. Os humanistas da Renascenga nao subordinavam os
oos
clssicos As exigências das doutrinas cristas; valorizavam a literatura antiga pelo
ep
gue era — por seu estilo claro e elegante e sua percepgao da natureza humana.
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Com os cldssicos da Antiguidade, os humanistas esperavam aprender tudo o gue
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no Ihes ensinavam os escritos medievais — por exemplo, como viver bem neste
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mundo e cumprir com os deveres civicos. Para os humanistas, os cldssicos eram
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um guia para a felicidade e a vida ativa. Para tornar-se culto, aprender a are de
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escrever, falar e viver, era necessdrio conhecer os cldssicos. Ao contrdrio dos filé-
Ge
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sofos escoldsticos, gue usaram a filosofia grega para provar a verdade das dourtri-
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nas cristas, os humanistas italianos usavam o conhecimento cldssico para alimen-
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rar seu novo interesse pela vida eterna. Enguanto os eruditos medievais conhece-
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ram apenas alguns dos antigos escritores larinos, os humanistas da Renascenga
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puseram em circulacio todas as obras romanas gue puderam encontrar. Do mes-
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mo modo, o estudo do grego, gue era muito raro na cristandade latina durante a
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ldade Média, foi cada vez mais cultivado pelos humanistas renascenristas, gue
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gueriam ler Homero, Demdéstenes, Platio e outros no original.
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Embora fosse um movimento predominantemente secular, o humanismo ita-
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liano nio era anticristao. Na verdade, os humanistas muitas vezes abordavam os
problemas de modo puramente secular mas, guando lidavam com problemas re-
ligiosos e teoldgicos, n&o contestavam a Crenca Cristê nem guestionavam a valida-
de da Biblia. Aracavam, entreranto, a escoldstica por seus argumentos muito mi- OE RE EE ER
nucIosos e sua preocupaio com guestêes triviais; davam mais valor a uma forma
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mais pura de cristianismo, baseada no estudo direto da Biblia e dos tratados dos
padres da Igreja.
, Um dos primeiros humanistas foi Petrarca (1304-1374), por vezes chamado de
pal do humanismo”. Petrarca € seus seguidores levaram mais longe a recupera-
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Sao dos cl#ssicos ao fazerem uma tentativa sistemdrica de descobrir as rafzes cl4s-
sicas da retrica italiana medieval. Embora seus préprios esforcos para aprender
eie aa tido muito sucesso, ao encorajar seus alunos a dominarem a
ae er etrarca promoveu o conhecimento humanista. Sentia-se particu-
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cangar a excelência mediante seus préprios esforcos. Estava
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por meio do esforgo pessoal, gue tinha por objetivo nio apenas a educacëo masa
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propria vida. Como os individuos eram capazes de atingir esse objetivo, seu prin-
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cipal dever era busc4-lo como a finalidade da vida. A busca nio era fdcil;
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a fazerem o esforgo. A ênfase nos poderes criativos humanos foi uma das dout-
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Pico della Mirandola (1463-1494). O homem, afirmava Pico, é livre para tracar
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sua vida. Segundo Pico Deus teria dito ao homem: “Fizemos de ti uma criatura”
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de modo gue “possas, como formador livre e orgulhoso do teu préprio ser, mo-
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mas seu cend4rio e suas caracteristicas eram totalmente diferentes. Nio mais um
véu, este mundo se torna o lugar onde as pessoas vivem, agem e cultuam. Predo-
mina a referência ao mundo terreno, e as pessoas $io tratadas como criaturas du€
encontram seu destino espiritual ao cumprirem seu destino humano. Em seu as”
pecto mas distinrivo, a arte renascentista representa uma revolta consciente COM”
tra a arte da Idade Média. Essa revolta levou a descobertas revoluciondriass dU€
constituiram o fundamento da arte ocidental aré o presente século.
Na arte, como na filosofia, os florentinos desempenharam um papel destac”
do nessa transformagao estética. Mais gue guaisguer outros, foram eles Os respon
séveis pelo modo como os artistas viram e desenharam durante séculos, € py
modo como a maioria dos ocidentais ainda vê ou guer ver. O primeiro ga i
contribuinte a pintura renascentista foi o pintor Alorentino Giotto (1276-1337):
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Inspirando-se na pintura bizantina, ele criou figuras delineadas por alceraGo€s
luz e sombra. Giotto também desenvolveu vdrias técnicas de perspecriva, repI€
T Es Ee sentando figuras e objetos tridimensionais sobre superficie, dando a MP ressao
A ascensio da modernidade 225
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226 Civilicacio ocidentad
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tomia e do desenho. Seu modelo na pintura teve origem na esculrura; suas pintu-
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ras sdo desenhos esculturais. Ele foi, sem divida, o maior génio da escultura; SU2
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arte rinha um enfogue poëtico e visiondrio. Em vez de tentar impor uma forma a9
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bém arguiteto; patrocinado pelo papa, projetou a abébada da nova bastlica de 540
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Pedro em Roma. Mas sua obra mais admirdvel talvez seja o teto da capela SiSUN”
no Vaticano, encomendada pelo papa Julio II. Durante guatro anos, trabalhan P
com pouca assistência, Michelangelo cobriu o espaco vazio com as mais noravels
pinturas esculturais j4 feitas, as guais resumem a histéria do Velho Testamento
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criagdo de Addo € o mais tamoso desses afrescos extraordindrios.
Rafael ficou parricularmente famoso pela docura das suas madonas. Mas ele cam”
bém pintou Outros temas, nos guais foi capaz de transmitir outros estados de es? '
5 HO, COMO revela o retrato gue fez de seu patrono, Papa Leio X com dos cardeak
A ascensêo da modernidade 227
A difusio da Renascenca
A invencio da imprensa contribuiu para gue a Renascenca chegasse até a Ale-
manha, Franga, Inglaterra e Espanha, no final do século XV e no século XVI.
Em sua migrag&o para o norte, a cultura renascentista adaptou-se a condicêes di-
ferentes daguelas encontradas na lrélia — sobretudo a forca da crenga leiga. Por
“xemplo, a Irmandade da Vida Comum era um movimento leigo
gue enfatizava
RE res devogao prêrica. Intensamente cristas e ao mesmo tempo anticle-
ee in id due participavam de tais movimenros encontraram na cultura
rumentos para agucar seu jufzo contra o dlero — nêo para enfra-
Doaesede TiO, para desenvolvê-la & sua pureza apostêlica. |
ie pedidaseese de norte da Europa, tal como os da Irdlia, dedica-
mo do none oe. ae ole antigo- No entanto, nada no humanis-
eds be d es €ncla nao cristê associada a Renascenca italiana,
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manistas interessavam-se, princip
j almente, pela gues-
to ist ian!
ansdo Crist'AnI$mo original. Buscavam um modeloa partir do gual pudessem re-
Ta lgreja corrupta de seu tempo
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ki 228 Civikzacdo ocidental
O bumanismo erasmiano
A Erasmo (c. 1466-1536) deve-se creditar a transformacio do human
ISMO re-
nascentista num movimento internacional. Educado na Holanda pela Irmands
de da Vida Comum — um dos mais ousados movimentos religiosos
da época ie
unia a devogao mistica 3 rigorosa pedagogia humanista —, Erasmo viaj
ou rd
toda a Europa como educador e estudioso da Biblia. Como outros bi
Cristaos, confiava no poder das palavras e usava sua pena para atacara teologia es-
coldstica e os abusos dlericais, e para promover sua filosofia de Cristo. Sua arm
era a sêrlra, e seus Elogio da loucura e Coléguios granjearam-lhe a reputacio de um
humor acre, gue ganhava expressio As custas da religiëo convencional.
A verdadeira religiso, afirmava Erasmo, nao depende do dogma, do ritual ou
do poder dlerical. Ao contrério, ela é revelada de modo simples e cdlaro na Biblia
e portanto é diretamente acessfvel a todas as pessoas, desde os sdbios e poderosos
até os pobres e humildes.
Fssa voz clara mas calma foi sufocada pelas tempestades da Reforma, ea ênfa-
se erasmiana nas capacidades naturais do indivfduo sucumbiu diante de uma re-
novada énfase na natureza pecaminosa dos seres humanos e na teologia dogmati
ca. Erasmo ficou entre dois fogos e foi atacado por todos os lados; para ele, a Re-
forma era uma tragédia pessoal e histérica. Lutara pela paz e pela uniëo e presen-
ciava agora um espetdculo de guerra e fragmentacio. Entretanto o humanismo
erasmiano sobreviveu a esses horrores como um ideal: durante os dois séculos se”
guintes, sempre gue os pensadores buscavam a tolerincia e a religio racional, vol-
tavam-se a Erasmo como fonte de inspiragao.
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vont ade e livre arbit rio”. Dor mia m e com iam guan do
do com a prépria
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ac” j “Jer, escrever, cantar, tocar instrumentos harmoniosos, $
como em pros a. 4
nelas comp or tant o em verso
n ou seis (...) linguas, € ” o
era: “Faz e o aue guise res.
res regra gue observavam foi Sir Tho mas More
nist a da Alca Rena scen ga ingl esa
O mais destacado huma
dou em Oxfo rd. Sua infl uênc ia se deve a seus escricos € sua
8-1535), gue estu se rv id or pu ib li co e co mo
Pormado em direito, foi be m- su ce di do co mo
od ia , o pr im ei ro € mais im-
liv ro ma is fa mo so é Ut op
membro do Parlamento. Seu de sd e A Repablica de Platao e umma
o es cr it o no Oc id en te
portante tratado utépic ha vi am €riti-
ais de cto da a Re na sc en ca . Mu it os hu ma ni st as
das obras mais origin e cru eld ade
mo a pri nci pal fon te de org ulh o, gan ênc ia
cado a rigueza pessoal co -
Mo re foi o dni co gue lev ou ess e pe ns am en to & sua con clu
humana. No entanto,
Uto pia , exi giu a eli min aca o da pro pri eda de pri vad a. Con hec ia mui-
sio légica: na
nar-se perfeitas,
to bem a fragueza humana para pensar due as pessoas podiam tor
opi a par a cha mar a ate ngé o par a os abu sos da épo ca e par a sug eri r
mas usou a (Ut
reformas radicais. Explorou o potencial satfrico e irênico das entio recentes des-
cobertas uitramarinas ao situar a Utopia como um povo nao cristêo, o gue tor”
nou sua censura mais ciustica € mas 4spera.
More sucedeu ao cardeal Wolsey como grande-chanceler no reinado de Hen-
rigue VINI. Mas guando o rei rompeu com a Igreja Carélica Romana, More de-
mitiu-se, incapaz de conciliar a sua consciëncia com a rejeigao da supremacia pa-
pal pelo rei. Trés anos mais tarde foi executado por traiGdo por se recusar a pres-
tar voto de fidelidade & supremacia eclesidstica do rel.
William Shakespeare (1564-1616), o maior teatrélogo gue o mundo j4 pro-
duziu, deu expressio aos valores renascentistas — honra, heroismo e luta entre o
destino ea sorte. No entanto, nio h4 nada convencional no tratamento dado por
Shakespeare a0$ personagens dotados com essas virtudes. Suas maiores pecas, as
ee ia Julio re outras), exploram um tema comum: os homens,
ORE mi Ke a virtude e assim mesmo nem sempre conseguem ven-
baaie as es is due encanra Shakespeare é a contradicao entre
heréie ao e no je gue muitas vezes é a prépria imagem dos
gede ee Pe capacidade humana para o mal e para a autodestrui-
intensamente humanas, a tal ponto gue o humanismo
recua P para 0 pa
ae no de fundo. Desse modo, a arte ultrapassa a doutri'na para apre-
ar a prépria vida.
guiados somente pelo exemplo do passado, pela forca das died desting,
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tese pelas tendências de sua prépria natureza interior. Libertos da teol se Presen-
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gue rinha rafzes profundas na Grécia e Roma antigas. Essa volta a oVa Cultura,
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antigas ao conhecimento dlerical do passado mais recente. Era ébviaa ra7&0 para
issO: OS antigos dedicaram-se aos mesmos interesses mundanos gue
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eles se identificassem completamente com ela. No ato de olhar para tr4s, os hu-
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fo rm a: a Ig re ja me di ev al em cr is e
Antecedentes da Re
ga ha vi a re vi ta li za do a vi da in te le ct ua l eu ro pé ia e, ne ss e pr oc esso,
A Renascen , a Refor-
ev al co m a te ol og ia . De mo do se me lh an te
rara a preocupa6ao medi
a no va pe rs pe ct iv a re li gi os a. Co nt ud o, a Re forma pro-
ee o inicio de um
e v e o r i g e m no s ci rc ul os eli tis tas do s er ud it os hu ma nistas. Ela foi
Ee n3o t
h o u t e r o ( 1 4 8 3 - 1 5 4 6 ) , u m d e s c o n h e cido monge ale-
roede por Marti n L
eli ëo de Lu te ro con tra a au toridade da Igr eja frag-
mo e brilhante teé log o. A reb
déc ada , a un id ad e rel igi osa da cri sta nda de. Ini ciada
mentou, em meEnOS de uma e do
sm 1517 , a
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Ref orm a dom ino u a hist éria da Eur opa ao lon go de gra nde part
século XVI. EE EER se
itui gao eur ope la
A Igreja Catélica Romana, sediada em Roma, era a dnica inst
ionais. Duran-
gue ranscendia as fronteiras geogrdficas, étnicas, lingitifsticas e nac
est end era sua inf luê nci a sob re cad a asp ect o da soc ied ade e da culr ura
'e séculos,
européias. O resultado, porém, foi gue sua imensa rigueza e poder parecem ter su-
perado seu compromisso com a busca da santidade neste mundo e da salvag&o no
seguinte. Obstruido pela rigueza, viciado no poder internacional e protegendo
seus préprios interesses, o dlero, do papa abaixo, tornou-se alvo de um bombar-
deio de criticas, iniciado na Baixa Idade Média.
No século XIV, &A medida gue os reis ampliavam seu poder e os centros urba-
nos, com seus leigos sofisticados, cresciam em niimero e tamanho, as pessoas co-
mecaram a guestionar a autoridade da Igreja internacional e seu dlero. Os teëri-
cos politicos rejeitavam a pretenso papal de supremacia sobre os reis. A idéia
central da cristandade medieval — uma nagio cristê liderada pelo papado — cada
vez mais cafa em descrédito. Os teëricos argumentavam gue a Igreja era somente
um organismo espiritual e, portanto, seu poder nio se estendia ao reino da poli-
tica. Diziam gue o papa nio tinha autoridade sobre os reis, gue o Estado nao
precisava do papado para guid-lo, e gue o clero nio estava acima da lei secular.
ge es XIV, a ee latina presenciou os primeiros aragues sis-
nduknria - mae a lgrejaA. corrupgao da Igreja — tais como a venda de
s0) a been de Ak ),o eporismo (prética de nomear parentes para os car-
fee Meer je oi pessoal por parte dos bispos ea concupiscéncla do dlero
ee ET surpreendente era a disposico dos cristaos, letrados
Ai inglês ke Le essas praticas.
logos eruditos N. merk, yclfte e o boëmio Jan Hus (ver PP- 205-6), ambos teë-
Wose aracarark abuse ram a rigueza do clero como violac&o dos preceitos cris-
adel a autoridade eclesistica ao argumentar gue a Igreja no
2va o destino do individuo. Afirmavam gue a salvag3o dependia nao de se
tOmar par `
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om da fé s rtuals da lgreja Ou receber seus sacramentos, mas de aceitar o
concedido por Deus.
Os es SITOrcos j Ty GEE
erosO r $ de Wycliffe e Hus para iniciar a Reforma coincidiram com o po-
€Ssurgimento do sentim
“os do final da Idade Meéd; b ento religioso na forma de misticismo. Os misti-
€us; tais experiëncjas Os '4 DUScavam uma comunicagio imediata e pessoal com
“ASpiravam a defender reformas concretas gue visassem
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A revolta luterana
sa Martinho Lutero, gue vivenciara a agonia da ddvida guanto ao poder da Igr€
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ja” de conceder a salvagao,
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a vontade e o talento para transmiti-laa
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A ascensao da modernidaae 233
po ré m, ab an do no u su bi tamen- !
, principlo estu do u dir eit o. Aos 21 ano s,
mo st ei ro ago sti nia no de Erf urt . Lu te ro deu ini - Ë
Lurero 7E dos para ing res sar no
id en ti da de pes soa l e esp iri tua l, e po rt an to de sal vag ao, de nt ro
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da dis cip lin a rig oro sos ' do mos tei ro. Ali pr os se gu iu seu s estudos
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do isolamento €
eolêgicos€ preparou-se para a ordenacao.
m e n t o c o m 0 c a t o l i c i s mo
DO rompi
ero se sen tia cad a vez mai s ate rro riz ado co m a
Fnguanto estudava e orava, Lut e co m-
mo mo ng e, bu sc av a a un ië o co m De us
possibilidade de sua danacëo. Co das ac6 es (ob ras
de gue a sal vag io de pe nd ia da fé,
preendia 0 snsinamento da Igreja gu io de De us , gu e
uns etc .) e da gra ga (i nt er ve nc io e ob sé
de caridade, orag6es, jej des -
a hu ma na ). To ma va os sa cr am en to s da Igr eja , gue se
santifica e regenera a vid
ci on ar gra Ga. Na ve rd ad e, dep ois de or de na do , ele préprio mi-
Hnavam a propor
sa cr am en to s. Ai nd a ass im, sen tia o pes o de seu s pe ca dos, € nada do
nistrava Os
vagao
gue a Igreja lhe oferecia parecia minorar esse fardo. Buscando consolo e sal
-se , cad a vez mai s, par a a lei tur a da Bib lia . Doi s tre cho s pa re ci am
|utero voltou
flar-Ihe diretamente: “Porgue nele se descobre a justiga de Deus de fé em fé,
como est €scrito; mas o justo viverd da fé” e “Sendo justificados gratuitamente
pela sua graga, pela redengio gue h4 em Cristo Jesus” (Romanos, 1:17 e 3:24).
Nessas passagens, Lutero encontrou, pela primeira vez em sua vida adulta, espe-
ranga de salvacao. A fé, dada gratuitamente por Deus através de (Cristo, permite
Mguele gue a recebe alcangar a salvacao.
| O conceito de salvacso pela fé respondeu & busca espiritual de Lurero. A pra-
tica de boas acêes, tais como orag4o, jejum, peregrinagoes, missa € OS Outros sa-
ramentos, jamais he trouxera paz de espirito. Ele concluiu gue por mais nume-
rosas gu€ fossem as boas ag6es, por mais necessdrias gue fossem 3 manutengao da
comunidade criseê, elas nao trariam a salvac&o. Somente pela leicura da Biblia e
erte EE Oo significado da vida na Terra. Para Lutero, Oo
ete ase uma figura corajosa gue enfrentava a busca arerrorizadora
doe RE mas com a esperanga de gue Deus Ihe rivesse concedido o
me ad a0 servia ” seu préximo nao para trocar boas obras com
Orpa de g P ir para od “ as exigências do amor cristêo. N
gek de ven eed ae er oio arague de Lutero, em 1517,a prdca da
céu y ou si aa gre ja en si na va gue cer tas pes soa s vao direta-
mente para o
depois de passar no i 'nterno, enguanto outras ingressam no céu somente
e pe ri od o de ex pi a€ &o ne ce ss rl o Agu eles gue pe-
HAram muito nesta ” od
rer em pe ca do abs ol as gue Hv er am a so re de ar re pe nd er -s e an te s da mo rt e.
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ralmente, as eri “ro stgnificava padecer eternamente no inferno. Natu-
gatério, As in dulgënei ë - ad com o tempo gue poderiam passar no pur-
due oravam, oompareclam A oe esse tempo e eram concedidas pela Igreja aos
nheiro a Igreja. Estas vlr a e fazjam obras pias — inclusive doag6es de di-
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de due as pessoas estavam a$ €ram as mais controversas, pois davam a impressio
Comprando sua entrada no cé
BMELIOTECA POBLICA MUNIGIPAL |
..d Pe. ARLINDO MARCON
CARLOS BARBOSA — R8
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agoes nao asseguravam a salvag3o. A Igreja, por outro lado, afirmava gue
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toda pessoa podia descobrir o significado da Biblia sem a ajuda dos padres
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rava os padres COmo intermedidrios entre os homens e Deus, e era por meio do
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clero gue os cristios conguistavam a salvac#o eterna. Para Lutero, nenhum pa-
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Criador e suas Criaturas. A tinica esperanga era a relaco pessoal do individuo com
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protetor, Lutero apelou para o principe de seu distrito, Frederico, o eleitor da Sa-
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ser tratado com cautela. Ouando, em 1520, o papa finalmente tomou medidas
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contra ele, era tarde demais; Lutero tivera tempo necessdrio para promover suas
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opiniëes. Proclamou gue o papa era anticristo ea Igreja, 'o mais desregrado covil
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sa lv o- co nd ut o. Ali ele de ve ri a re
Luteroa Worms, dando-lhe um
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Deus me ajude. Amém.”
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preso. Durante ess
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escondeu-se para no ser
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or es , ou Ju te ra no s, foram chamados de
us se gu id
lemao o Novo Testamento. Se
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va m co nt ra a Ig re ja es ta be le ci da —, termo due
protestantes — agueles gue protesta
acabou se estendendo a rtodos os adeptos da Reforma.
Agraci o e di fu sd o do lu te ra mi sm o
pel a re cé m- de sc ob er ta im pr en sa , a do ut ri na do pro-
Difundida rapidamente o. O lu-
s es pe ra ng a de rev ita liz acs o e re no va gë
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testantismo ofereceu a seus ad ep to
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a os de vo ro s — due sé re ss en ti am da mu nd an id ad e e da falra
teranismo apelava par
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e de gr an de par te do cle ro —, ma s en co nt ro u se gu id or es pri ncipal-
de religiosi dad
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te €nt re os cit adi nos , gue nio gu er ia m gue seu di nh ei ro fos se par a Roma na
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is da Igr eja . Al ém dis so, a Re fo rm
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forma de tribut os € re mu ne ra ci o aos ofi cia
tu ni da de se m pr ec ed en te s de con tis car as ter ras da Igr e-
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oferec eu & no br ez a a op or
ja, pêr fim aos impostos eclesiais e obter o apoio de seus stiditos atuando como
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der de um movimento religioso popular e dinêmico. A Reforma também pro-
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porcionou aos nobres um meio de resistir ao Santo Imperador Romano, o cat6-
lico Carlos V, gue desejava estender sua autoridade sobre os principes alemaes.
Ressentidos da dominacao italiana na Igreja, muitos outros alemaes partiddrios
de Martinho |utero acreditavam estar libertando os cristios alemies do controle
estrangeiro.
ages x me também €ncontrou apoio entre os camponeses, due vlam em
eed me s oge — tanto dos senhores leigose eclesidsticos
EE S ke lk ie i a ve rd ad e, - seu s esc rit os e se rm êe s, Lu re ro mu it as vez es
bene AG ae al prineipes e lamenrava a sorte dos pobres. Sem duvida, o
os ca mp on es es , Gue ne o ee i E E as au to ri da de s co nt ri bu iu par a ins pir ar
eyGles die T ar fr rebelaram abertamente contra seus senhores. A
eg co da Alemanha; cerca de 300 mil camponeses pegaram
A difusao da Reforma
j Nada ilustra melhor o descontentamento do Povo com a Igreja, em
principios
H do século XVI, do gue a ripida difusio do protestantismo. Esse
fenêmeno obe-
deceu um padrao. O protestantismo tornou-se forte na Europa setent
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rional -
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EEdT]
ses larinos, embora nio sem lutas na Franca. De modo geral, o protestantismo foi
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um fenêmeno urbano, gue prosperou nos lugares mais distantes de Roma e onde
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O calvinismo
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verdade da nova teologia. Dedicou-se entio 3 difusio das crencas luteranas, imé”
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diatamente ap6s sua conversao, e dentro de um ano ele € seus amigos enfrenta-
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A.D
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Bi va o poder de Deus sobre a humanidade pecadora e corrupta. O Deus de Cal
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era mediada apenas por Cristo. Calvino abracara uma teologia austera, due PO”
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tulava a obediëncia rigorosa das leis de Deus, a busca diligente da retidao social €
moral, a regulamentag#io cuidadosa da vida politica e o controle estrito das EO”
dd
Ges humanas.
Ainda mais gue Lutero, Calvino explicavaa salvac&o em termos da predesrin#”
6ao incerta, ou seja, Deus, gue concede gragas por raz6es inescrutdveis, jA sabe de
antemao guem serd salvo e guem serd condenado ao inferno. Argumentav# gus
ve embora o homem estivesse predestinado 3 salvac&o ou danac&o,
jamais poderi?
CO hee antecipadamente sua sorte, Essa sorte terrivel podia levar, € realmen!*
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A ascensdo da modernidaae 237
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A Reforma foi iniciada na Ingl
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pelo préprio rei. Henrigue VIII (150
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co do papado porgu o p e a p a se r e c u s a r a a c o n
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mento com a primeira espos . S u a s o r i gens, po-
m m o n a r c a r e n a s c e n t i s t a c h e i o de si
ato politico por parte de u l o X I V , a I n g l a t e r ra
is d e s d e W y c l i f f e , n o s é c u
'ém, remontam ê Idade Média, po
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r i n a de A r a g i o , e m 1 5 2 7 - 2 8 , o p a p a i g n o r o se u p e
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esperou-se; ele precisava de um herdeiro masculino
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a n c a p a c i d a d e de té -l o er a de su a m u l h e r . A o m e s m o t e m p o , d e s e -
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a pe rt a e t e n t a d o r a A n a B o l e n a . A fi m de o b t e r o d i v é r c i o , H e n r i g ue des-
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ligou a In g l a t e r r a da Ig re ja ca ré li ca . E m 1 5 3 4 , c o m a a p r o v a do P a r
declarou-se chefe supremo da Igreja Anglicana. Em 1536, dissolveu os mosteiros
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e confiscou-lhes as propriedades, gue distribuiu ou vendeu a seus fiéis partida-
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rios. Na maioria dos casos, essas propriedades ficaram com a peguena nobreza €
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aaristocracia rural. Ao envolver o Parlamento e a peguena nobreza em suas ages,
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Henrigue VII fez da Reforma um movimento nacional. Foram portanto consi-
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deragêes politicas, e nao diferencas teol6gicas profundas, gue deram ensejo a Re-
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forma inglesa.
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Henrigue VIII teve como sucessor seu filho Eduardo VI, gue reinou de 1547
este morreu, subiu a0 trono Maria (1523-1 558),
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a. Mer ee ma ng so Em 1558, com a ascensêo de Flisabere 1, filha
nado de Flb olena, a nglarerra volctou a ser um pals protestante. O rei-
is ab et e, g u e d u r o u at é 16 03 , c a r a c t e r i z o u - s e por por u* m exaltado senti-'
MENLO de identidade nacional o ca ré li co s, c o n s i d e r a d os
$ pela per s e g u i g do s
UMma ameaga A seguran lan
€stava inclinada a deere Tnsla e le iedo, ondtd r i,b u i u pe p a r a o a adn t i c a t ie
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cismo inglês. ra
a Inglater ao pap a c
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cos bo; EE aan tal como se desenvolveu no século XVL, em pou-
a a E s t i e ie se g u a n t o ao s c o s t u m e s € c e r i m Onias. A
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nature exat do
entes discus-
soes. Era a Igreja omdie be ae inglés tornou-se morlvo de Cresc
nte protestante? Deveriam seus servigos e 1gre-
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A Reforma radical
av am , em ger al, as au to ri da de s pol iti cas est a-
Os principais reformadores apoi ra os re fo rm a-
ou ma gi st ra do s ur ba no s. Pa
belecidas, fossem principes territorlais o soc ial . Na o obstante,
um co nc ei to esp iri tua l, ni
dores, a liberdade humana era € ca mp on eses da
pa ra pr ov oc ar rev olt as ent re os ar te si os
, Reforma contribuiu , su rg ir am vdrios
oc id en ta l. Na dé ca da de 15 20
Europa central €, posteriormente, ba ix as da so-
co m fr eg ii ën ci a pr ov en ie nt es das cla sse s ma is
eformadores radicais, po pu la res numa
ia . Ele s te nt ar am ca na li za r a rel igi do e as cr en ga s
dedade europé ce ss id ad es
an is mo re fo rm ad o, gu e fal ass e di re ta me nt e is ne
eva versio do cristi
temporais e espirituais dos oprimidos. a
es ica is pr oc la ma va m gu e a vo nt ad e de De us era co nh ec id
Os reformador rad
te rm éd io de seu s sa nt os — OS pr ed es ti na do s 3 sal vag #o. Di zi am gu e os po br es
por in
herdariam a terra, €ntao governada pelo anticristo; gue a tarefa dos santos era ex-
purgar o mal da terra a fim de prepard-la para a Segunda Vinda de Cristo. Para os
radicais, as Fscrituras gue falavam do amor de Deus pelos humildes € desfavoreci-
dos, tornara-se uma inspira€ao para a revolug#io social. Lurtero, Calvino e outros
reformadores reagiram com violência as doutrinas sociais pregadas pelos refor-
madores radicais.
O maior grupo de reforma radical antes de 1550 foi genericamente batizado de
anabatistas. Tendo recebido a luz interior —a mensagem da salvagio —, os anabartis-
tas se sentiam renascidos e experimentavam a necessidade de novo batismo. Eram
NOVOS Cristaos, novas pessoas levadas, pela luz da consciëncia, a buscar a reforma e
Eed de todas as instituic6es, em preparo para a Segunda Vinda do Cristo.
da RE ale eier a cidade de Miinster, na Vestfdlia, proximo
Fooi giese a , Confiscaram as propriedades dos gue nao
ss 's n todos os livros excero a Biblia e, num estado de espirito
e a eX CE SS OS sex ual s, pr ad ca ra m ab er ta me nt e a po li ga -
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derotadae or UI py proc ee ague o Dia do Juizo estava proximo. Foram
ed PER Aggoe de mid che de pelo principe luterano Filipe de Hesse.
sa. Dis T mo de rn a, a pa la vr a Mi in st er to rn ou -s e si n6 ni mo de
revolugio perigo
s SE & ge el du e ess es €nt rus las tas se lv ag en s ganhas-
sem forca em seu am com grande fero-
cidade. Naguela cd ë S tErritorios, Os principes os aracar
idade ainda` pendem, aré hoje, dos campandrios das igrejas, as
Jaulas onde Os 1 tur ado s e aba ndo nad os A mor te como
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advertênc;cia a todosere s ana bar ist as for am tor
os possfveis imitadores
d
242 Givilizacio ocidental
A reacao catélica
A ameaga protestante compeliu a Igreja Catélica Romana a instituir reformas,
A principio, a energla para a reforma veio do cdlero comum, bem como de leigos
como Indcio de Loiola (1491-1556). 'Treinado como soldado, esse religioso re-
N formador espanhol buscou criar uma nova ordem religiosa, fundindo a excelên-
Ti cia intelectual do humanismo com um catolicismo reformado gue atrairia os po-
derosos grupos politicos e econêmicos. Fundada em 1534, a Companhia de
Jesus tornou-se a espinha dorsal da Reforma catélica na parte sul e oeste da Eu-
ropa. Os jesuitas combinavam a tradicional disciplina mondstica com a dedica-
AO ao ensino e uma énfase no poder da pregacio, ambos visando trazer os con-
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so, fundaram algumas das melhores escolas da Europa. Da mesma forma gue os
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ler a Biblia, os jesuitas procuraram trazer um acréscimo intelectual aos leigos, So”
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bretudo aos ricos e poderosos. Conguistaram posicêes como confessores dos prin-
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Conc ilio de Tren to. Oua ndo se reun iram em 'ren to, os repr esen rant es da Igreja formavam um
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grupo irritado, aflito com a demora em convoc-los. O papa resistia aos concilios, pois
para colocar a
ameacavam sua autoridade; em Trento, porém, muiras medidas foram adotadas
[greja novamente na ofensiva contra os protestantes. Jon Freeman
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EE A Reforma e a Idade Moderna
E A primeira vista, a Reforma parece ter renovado a #nfase medieval
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mundo e invertido a tendência ao secularismo
due se registrara na Renas
Atraidos pela antiga doutrina estêica da vontade autOnoma, cen.Ee
jEE . se os humanis d$ da
Renascenga haviam EE
rompido com a rigida visio de Agostinho do pecado original
, — uma natureza humana corruptaea incapacidade do
individuo de alcancar a sal
is vagéo mediante seus préprios esforcos. Lutero € Calvino, no Entanto,
viam os se-
N res humanos como essencialmente depravados € COFFUPtOS e rejeitavam por com-
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EE p leto a nocsovo d de gue os Individuos
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pudessem fazer algo por sua prépria salvaco;
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tal afirmag3o da vontade humana, sustentavam eles, revelava uma perigosa
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di SUNG3Oo nos seres humanos.
id Mas a Reforma contribuiu, em muitos aspectos importantes, para a formacio
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apoio ela agora necessitava mais do gue nunca. Essa subordinacio da autoridade
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dito obediente. Assim, segundo ele, os siditos deviam obedecer As ordens de SUS
governantes: “Sob hipêtese nenhuma era apropriado, a gualguer um dué fossé
Cristao, erguer-se contra seu governo, fosse ele justo ou injusto.”* E de noVo'
Agueles gue ocupam o cargo de magistrado sentam-se no lugar de Deus, € SE”
julgamento é como se Deus julgasse dos céus (...) se o imperador me Convo?
Deus me convoca.”? Os calvinistas criaram em Genebra uma teocracia gue 8!
lava de perto a vida privada dos cidad3os, e Calvino condenava veementement€?
-resistência A autoridade politica como infgua. Sustentava gue os governantë*
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te. a Ref orm a pro pic iou ram bém uma base para se desa fiar poder
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uns tedr icos pro tes tan tes , sob ret udo calv inis tas, apoiavam a
narcas. Alg
dos MY. `s autoridades politicas cujos editos, na opinio deles, violassem a lei
con-
ed como expressa na Biblia. A justificativa religiosa para a rebelido
de Deu t . Anicos estimulou nos calvinistas ingleses, ou puritanos, a resistên-
ra gOvernos
daa monargula no
F século KVII.
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a idéia da igua ldad e, gue tem raize s na cren ga juda ico-
A Reforma promoveu
tris a de gue as pess oas Sao roda s cria rura s de um dnic o Deu s. Em dois asp ect os
o, a soci edad e med iev al infr ingi a o prin cipi o da igua ldad e.
imporcantes, contud
luga r, o feu dal ism o refo rgav a as dist ingG es here dird rias entr e nob res
Em primeiro
ied ade era hier drgu ica, cons titu ida seg und o uma ord em ascen-
e plebeus. A soc
e de clas ses lega is, ou esta dos: o povo , a nob rez a e o dler o. Em seg und o, a
dent
Igreja medieval ensinava gue somente os clérigos podiam ministrar os sacramen-
tos, gue era o meio pelo gual as pessoas podiam alcangar a salvaga0; por essa ra-
70, eram superiores aos leigos. Lutero, por sua vez, afirmava gue nao havia dis-
rincao espiritual entre os leigos e o clero. Todos os crentes eram iguais em espiri-
to: todos igualmente cristaos; todos igualmente sacerdores.
A Reforma contribuiu também para a criac#o da érica individualista gue ca-
racteriza o mundo moderno. Uma vez gue os protestantes, ao contrdrio dos caré-
licos, nio tinham nenhum intérprete oficial das Escrituras, ficava a cargo do
individuo a terrivel responsabilidade de interpretar a Biblia de acordo com os
ditames de sua consciëncia. Os protestantes enfrentavam sozinhos a possibilida-
de de salvagio ou danacao. Nenhuma igreja Ihes fornecia seguranga ou certeza, €
nenhum cdlero interferia em sua relacio com Deus. A devogëio nao era determina-
da pela igreja, mas pelo individuo autênomo, cuja consciëncia, iluminada por
Deus, era a fonte de todo julgamento e autoridade.
Para o protestante, a fé era pessoal e intrinseca. Fssa nova ordem demandava
DA relagao pessoal entre cada individuo e Deus e chamava a aten€io para as ine-
le Ee religiosas do individuo. Certos de gaue Deus os escolhera paraa
inguen " oe desenvolveram a autoconfianga e seguranga gue dis-
le ER ee erno. Assim, a Ënfase prorestante no julgamento priva-
merk, religiosas € na convicgao pessoal interna acentuou a importência
'duo e ajudou a moldar o novo homem europeu do periodo moderno
Ao ressaltar a consciëncia individ al, a Ref , d ! ibuid
desenvolvime nto do es irito ca jralis " da men
Assim ER EE me PP ista, gue Fannda ET ta o anomia modern
a eco e
lea.
He Spirit o FCapitalsm eo Max Weber em Tre Protestant Ethic and
ropa antes da Reform Geb. eber admitia gue o capicalismo jé existia na Eu-
medievais, por er ei Anduelros mercadores das cidades icalianas e alemas
gundo ele, o ad ee eN envolvidos em atividades capiralistas. Mas, se-
dinêmi oo, Os homens de Di ” retudo o calvinismo) tOrnou o capitalismo mais
Biosa de enriguecer, € sua fé os protestante acreditavam rera obrigagao reli-
vencidos de gue a prosperidad. ava a aurodisciplina necesséria para isso. Con”
ra uma bêncio de Deus e a pobreza sua maldi-
sep ad Ml
Notas
Ar
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Ta
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P
P
1. Giovanni Pico della Mirandola. Oration 3. John Dillenberger (org). Martin Luther:
es TE dr
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on be Dignity of Man. Trad. de A. Robert Selections from His Writings. Garden Cioy,
.
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Caponigri. Chicago, Henry Regnery, 1956, N.Y., Doubleday, 1961, p. 46. Extrafdo
el
vi
En
p. 7.
1
eg EO
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gruel. Trad. de Sir Thomas Uraguhart, 1883. Political Thought. Nova York, Holt, Ri-
ee
Livro 1, cap. 57. [Ed. brasileira: Gargênmua. nehart & Winston, 1961, p. 361.
OE
RA
oi
Trad. de Aristides Lobo. Rio de Janeiro, 5. Citado em Roland Bainton. Here I Stand.
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dd” el
of)
Edigées de Ouro, 1966. (N. do T)] Nova York, Abingdon Press, 1950, p. 238.
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ET
N
EL
LE
N
Sugestêes de leitura
Brucker, Gene A. Renaissance Florence, ed. Burke, Peter. Popular Calure in Early Me
rev. (1983). Excelente andlise das caracte- dern Europe (1978). Fascinante relato do
rfsticas fisicas da cidade, sua economia € alicerce social da Europa, desde a René”
estrutura social, sua vida politica e religio- cenga até a Revolucio Francesa.
sa e suas realizac6es culrurais. Grimm, Harold |]. 7he RefrmaHon Em,
Burckhardt, Jacob. 7e Civilization of the Re- 1500-1650, 2e ed. (1973). A melhor €
SE naissance in ltaly (1860), 2 vols. (1958). mais completa narrativa sobre o assunro
Es Primeira sintese interpretativa importante Kelley, D Oo nal d R Renaissance Human
(uestoes de revisao
7.Ouais foram as rafzes medievais da Re-
], Oual a ligagao entrea Renascenga ea Ida-
forma?
Ad: Meédia? Oue condigêes especiais de-
8. De gue forma a teologia de Lutero repre-
ram origem 4 Renascenga jtaliana? ae
sentava uma ruptura com a lgreja? Por
2.0 gue é humanismo e como teve jnicio?
gue muitos alemaes tornaram-se seguidos
Ouais foram as contribuicoes dos huma-
nistas para a educacio e o registro da his- de Lurtero?
téria? 9. Em gue aspectos os reformadores radicais
3.Em gue sentido se pode dizer gue Ma- divergiam dos demais protestantes?
10. Oual foio papel dos jesuitas e da Inguisi-
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NO entanto, as formas politicas medievais diferiam consideravelmente dadu
ie se desenvolveram mais tarde, no inicio do periodo moderno. Na Tda
A ascensio da modernidade 249
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eb Pae €ntre st. As pessoas se viam como membros de uma ordem — dlero,
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pres de Povo—e oe 5 ad
como stiditos f E
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de um Estado. Os teëricos da
Iohavam
Preocspadies en a Europa p crista(8 como uma comunidade
j unirdria,
itAri na gual as
Vis, Os Ge pirituals prevaleciam sobre a autoridade secular. Segundo essa
religi
'” els, Cujo poder derivava de Deus, jamais deviam esguecer sua obrigacao
Ha osa d e
governar de acordo com os mand
amentos de Deus, tal como inter-
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1648 O tratado de Vestf4lia pêe fim & Guerra dos Trinta Anos.
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nto re ligiosas snha m de reco nhec er sua autor idade . A arte
J7ar as ambicoes ea energia dos ricos e poderosos, de modo a colocé-losa
oa | dp Estado. Ampliando seu poder mediante guerras € tributos, o Estado se
no Ocidente.
rornaraa unidade bd4sica da autoridade polidca
car act erl zou -se pela dev og& o 3 nag ao e por
Historicamente, 0 Estado moderno na-
sentimentos de orgulho nacional. Em todo o territério, utiliza-se um idioma
-jonal, € as pessoas têm a sensarao de partilhar uma cultura € uma historia CO-
muns, due as diferencia dos demais povos. Nos séculos XV] e XVII, o sentimen-
Lo nacional jA mostrava sinais de crescimento, mas somente no século XIX esse
Est ado mod ern o tor nou -se um ele men to ess enc ial da vid a politica
sributo do
péia . No inic io do per fod o mod ern o, a dev ogs o ger alm ent e era dedicada a
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pro vin cia , a um nob re ou 3 pes soa do rei, mas do gue & nag ao, ao
uma cidade ou
conjunto da populag3o.
Nos séculos XVI e XVIL, a idéia de liberdade, hoje to fundamental 3 politica
e ao pensamento ocidentais, raramente era discutida, e seus principals defensores
na época foram os adversdrios calvinistas do absolutismo. Somente em meados
do século XVII surgiu na Inglaterra um corpo de pensamento politico gue sus-
tentava ser a liberdade humana compartfvel com o novo Estado moderno. De
modo geral, a despeito dos avangos ocorridos na Inglaterra (e Holanda), o abso-
lutismo dominou a estrutura politica do inicio da Europa moderna. Fo1 somen-
tea partir do final do século XVIII gue o absolutismo passou a ser amplamente
desafiado pelos defensores da liberdade.
O principio do eguilibrio de poder, parte integrante das relag6es internacio-
nais modernas, também surgiu no inicio dos tempos modernos. Ouando um Es-
rado ameagava dominar a Europa, como feza Espanha de Filipe Il e a Franga de
Luis XIV, os outros Estados se aliavam e resistiam. O receio de gue um Estado
pere “urbasse o eguilfibrio
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libre; de poder e dominasse a Europa permeou as relac6es
oes in-
ternacionais nos dltimos séculos.
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Fernando e /sabel
Em1469, Fernando, herdeiro do trono de
Aragao, casou-se Com Isabel, h
deira do trono de Castela. Embora Fernando
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seus interesses e envolveram-se numa politica externa imperialista, gue deu a Es-
panha o dominio do Novo Mundo.
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dy A Igreja e o Estado espanhêis perseguiram muculmanos e judeus, gue duran-
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Alegoria da abdicacao de Carlos V, de Frans Francken IT, 1556. O imperador Carlos V, gue
governou metade da Europa ea maior parte das Américas, abdicou em 1555, cedendo a coroa
imperial alema a seu irmao Fernando, arguidugue da Austria, e os reinos de Espanhae Holanda a
seu filho Filipe II. A dinastia Habsburgo governou a Espanha até o século XVlll ea Austria ë
Hungria até o inicio do século OC. Riksmuseum, Amsterdam
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Em 1536, Carlos V abdicou em favor de seu filho Filipe, a guem legou um vas
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polirica externa. Na década de 1560, Filipe enviou para a Holanda o maior exér-
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XVII, essa nova nagao de apenas 1,5 milhio de habitantes jê praticava as mals
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zelo religioso. Filipe considerava-6 arague & Inglaterra. principal forga protestan”
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te, cCOmo uma €ruzada santa contra a “herética € bastarda” rainha Flisabere;ele $
ressentia sobretudo da ajuda inglesa aos rebeldes holandeses. Parisdo de Lisbos
em maio de 1588, a Armada espanhola, levando 22 mil marinheiros € soldados
encontrou a derrota. Mais de metade da frota espanhola foi destruida ou ico%
seriamente danificada. Muitos navios foram abatidos por tempestades guando
tentavam retornar 4 Espanha contornando as costas da Fscécia e da Trlanda-
Bi derrota teve um enorme efeito psicolégico sobre os espanhéis, guea viram aa
EE mn Castigo divino e abertamente Ponderaram sobre o gue haviam feito para ca!
A ascensio da modernidade 255
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Omic ca a jnt j erna permanecesse sélida. A dependênciae espanhola do ouro de suas
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ci da de de pr om ov er a in du st ri a € re fo rm ar O si st em a fi sc al
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ar am em desastre. Segundo, os Estados gue disp de
VI - dee mr n, WEE OR EE RR Re
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limitado pelo Parlamento e os direitos do povo eram protegidos pela le; TEL eng
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digao. O modelo francês a cada passo enfatizavaa glêria do reie Se “1€ pela tra.
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seu pessoal, de sua rigueza &, naturalmente, de seus pulpitos, de onde a maiorla
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analfabeta ficava sabendo daguilo gue seus lideres gueriam gue soubessem, nio
SO com respeito a guestêes religiosas, mas também acerca da obediëncia 3 aurori-
dade civil. O poder do monarca de fazer nomeacêes para a Igreja podia asseguraf
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Mediante esse acordo, o papa Leëo X autorizou o rei francêés a indicar, portanto
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nomear efetivamente, homens de sua escolha para todos os altos cargos da lgrdf
francesa. A Concordata de Bolonha lancou as bases do gue se tornou conhecido
como igreja galicana — expressio indicativa de gue a Igreja catélica na Franga &
sancionada e supervisionada pelos reis franceses. Assim, em principios dos sécW
XVI, o governo central havia sido fortalecido As expensas da autoridade paP '
dos privilégios tradicionais desfrutados pela aristoceracia local.
A Reforma protestante, no entanto, desafiava a autoridade real € ameagava”
prépria sobrevivéncia da Franga como Estado unificado. Receoso de gue o P!”
testantismo solapasse seu poder, Francisco 1 declarou as crenas e priticas protes
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Mapa 9.1 Europa, 164%
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258 Giviliza(do ocidental
tantes ilegais € puniveis com multa, prisio e até mesmo EXECUGSO, Mas...
protestante (os huguenotes) cresceu em forca. De 1562 a 159g ia
ceu ondas de guerras religiosas gue custaram ao rei 6 controle d
€ grandes dIeas
reino. As gran des familias aristocrdticas, os Guise Catélicose o $ do
Bourbon Prot
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tantes, organizaram exércitos gue devastaram o territério ,
Matando e aleijand,
seus adversdrios religiosos e desmantelando a autoridade d 9 B
OVErno central.
Em 1579, te6ricos huguen
otes extremados publicaram Oo Vindiciae
contra By.
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tificava a re belizg
contra um rei injusto, € mesmo sua execuc&o. Os monarc 4$ EUr
opeus podiam re.
vindicar o poder e a autoridade sancionada divinamente Mas,
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XVI, seus sidicos jd dispunham da justificacio moral e teOric
a baseada nas Es.
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Crituras é na conviccao religiosa, para se opor, pela forga se ne
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cessirio, 3 vontade
ë do monarca. E, o gue é muiro significativo, esse mesmo tr
atado fo; traduzido para
o inglês em 1648, um ano antes de o Parlamento executar
eo
publicamente Carlos
Il, rei da Inglaterra.
Os reis Valois desnortearam-se diante desse tipo de OpoSIG&o politico-religio
sa.
A era de supremacia real institufda por Francisco 1 teve um fim sibito duranteo
reinado de seu sucessor, Henrigue TT (1547-1559). Casado com Catarina de
Medici, membro de uma poderosa familia de bangueiros italianos, Henrigue se
ocupava nêo dos assuntos do governo, mas dos prazeres da caca. Os filhos gueo
sucederam — Francisco II (1559-1560), Carlos IX (1560-1574) e Henrigue II
(1574-1589) — eram todos igualmente fracos. Nesse vazio do poder, guem gover
nava na verdade era Catarina, gue em 1572 ordenou a execucio de milhares de
protestantes pelos soldados reais em Paris — o infame massacre do Dia de So Bar-
tolomeu, gue se tornou simbolo dos excessos do zelo religioso.
As Guerras civis iniciadas em 1562 foram renovadas depois do massacre, ar”
rastando-se até a morte do dltimo rei Valois, em 1589. O fracasso dos Valois em
fornecer um herdeiro masculino para o trono colocou Henrigue, dugue de Bour-
bon e protestante, na linha de sucessio francesa. Compreendendo gue a esma#*”
dora maioria da populagso catélica nio aceitaria um rei protestante, Henrigué
(ao gue parece, sem muito pesar) renunciou 3 religifo gue adotara € abrago0
catolicismo. Através do Edito de Mateus (1598), Henrigue IV (1 589-1610) ad
cedeu a seus stiditos protestantes, e antigos companheiros de religiao, um? di
margem de tolerincia religiosa, mas eles nunca foram admitidos em me
significativos na burocracia real. Durante o século XVII, todos os reis franc€
procuraram enfraguecer as bases regionais de poder dos protestantes € acabaram
destruindo suas liberdades religiosas.
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A ascensio da modernidade 259
depeEN n
e de uma vigilancia constante contra as preten-
sore bem abastecido
gra nde ari sto cra cia e das cid ade s pro tes -
izadas ao poder, por parte da
ich eli eu, gue ser viu co mo pri mei ro- min ist ro de Lui s XI11 de
Ee O cardeal-R
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gra nde arg uit eto do abs olu tis mo fra ncê s.
1624 1642, foi o
de Ric hel ieu bas eav a-s e num pri nci pio sag rad o, enc err ado na expres-
A moral
ele cri ada : rai son d état , raz ao de Est ado . Ric hel ieu bus cou serv ir o Esta-
jo por
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do submetendo ao controle do rei os elementos dissipadores e antimonarguicos
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fra nce sa. Au me nt ou 9 pod er da bur ocr aci a cen tra l, ata cou o poder
MR ed1a sociedade gue com fregiiëncia eram protestantes, € perseguliu
N ds cidades independentes,
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Pd; jida de com o con sel hei ros do rei e pro ibi ndo seus pri vil égi os tra dic ion ais, como
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duelar em vez de recorrer aos tribunais para solucionar dispuras. A razao
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Fstado também orientou apolitica externa de Richelieu. E, no entend
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deela , a gue a Franga se opusesse 3 Espanha carélica e apoiasse os protes-
exigi
tantes na guerra gue se travava entao no Santo Império Romano. A participagao
da Franca na Guerra dos Trinta Anos fortaleceu decisivamente o poderio francês
no continente. EE Co Ne it Si g N UV s
Richelieu morreu em 1642, e Luis XIII no ano seguinte. O cardeal Mazarin,
gue chefiou o governo durante a menoridade de Luis XIV (este tinha cinco anos
guando Luis XI] morreu), continuou as politicas de Richelieu. As medidas opres-
sivas de Mazarin provocaram uma reacio de rebeldia, a Fronda: uma série de nMO-
ins de rua gue durou de 1648 a 1653 e acabou custando ao governo o controle
de Paris. Tendo Paris como centro e apoiada pela grande aristocracia, pelos tribu-
nais e pelas classes mais pobres, a Fronda ameagava transformar-se numa revolra
m grande escala — o guesê nao ocorreu pelo faro de sua lideranga estar dividida.
Os juizes dos tribunais (nobreza menor, muitas vezes recém-saida das fileiras da
burguesia) desconfiavam profundamente da grande nobreza e, no fim, recusa-
rAm-se a unir forcas com ela. E ambos os grupos temiam as desordens entre as
massas urbanas.
Sers Luis XIV finalmente assumiu a responsabilidade do governo, em
16 t€Z 0 voto de gue os acontecimentos por ele testemunhados guando crian-
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durante a Fronda, nio se repetiriam jamais. Durante seu reinado ele conse-
Ur mt s ” . . s
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st ' grau de po GRn4rg iisio da Tdac
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et nenhum monarca absoluro na Europa ocidental, antes e na dpoca dele,
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260 Givilizacdo ocidental
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Paldcio Real em Versalhes, de Pierre Patel, 1668. Tomando como ponto de partida o alojamento
real de caca de seu pai, o rei francês Luis XIV iniciou a construcio de um magnifico paldcio
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Versalhes. O paldcio nao sê se tornou a sede do governo real na Franga, e também do esplendor
sua realeza, como definiu o estilo das monarguias européias. Versalhes/Cliche des Musées Nationam
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Holanda espanhola. Na década de 1680, suas politicas internas € externas assu-
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miram um Cardter violentamente agressivo. Em 1685, revogou o Edito de
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fuga dos pro tes tan tes gu€ ain da est ava m no pals . Em 168 9, ini-
es, forcando a
militar para conguistar territérios do Santo Impero
sou uma campanha
Em 170 1 ten tou sub met era Esp anh a ao con tro le da dina stia Bou rbo n.
Romano.
est ima ra o pod er de seus riva is do nort e, a Ingl ater ra e a Hol and a.
Mas Luis sub
O pode rio com bin ado dos dois pals es, ref orc ado pela alia nga com o San to Imp é-
Ho Romano € os austrfiacos, derrotou as ambigêes de Luis IV.
Devido a essas prolongadas guerras, Luis XV esvaziou o tesouro real. Em fins
do século XVII, os impostos haviam chegado a um nivel intolerdvel e recafam
principalmente sobre os menos capazes de pagar, os camponeses. O absolurismo
significou também maior vigilincia sobre a populagao. As autoridades reais cen-
suravam livros, espionavam os suspeitos de heresia — protestantes € livres pensa-
dores —e torturavam € executavam os adversdrios da politica estaral.
Na Franca de Luis XIV, o Estado dindstico atingiu maturidade e comegou a
evidenciar algumas de suas Caracteristicas cl4ssicas: burocracia centralizada; pro-
teG4o real para impor fidelidade; sistema de triburacao universal, mas aplicado de
maneira injusta; supressao da oposi€ao politica pelo uso do protecionismo ou, se
necessêrio, da forga e cultivo das artes e ciëncias como meio de aumentar o pode-
rlo e o prestigio nacionais. Essas politicas permitiram 4 monarguia francesa al-
cangar estabilidade politica, implantar um sistema uniforme de leis € canalizar a
“Igueza e os recursos nacionais a servigo do Estado como um todo.
dare guando Luis XV morreu, em 1715, deixou a seus sucessOTES
ss dneslde deere e triburagao gue necessitava, € muiro, de uma revisio,
ere soe Pe ava ta0 preso aos privilegios sociais tradicionais da Igreja e da
! praticamente impossivel uma reforma. As guerras constantes, a
tiburagdo excessiva das classes inferiores e as d
vam comprometido sers eu as despesa $ RE j itas h; ha-
is receiras
mar e as financas francesas. A incapacidade de refor-
9 Sistema levou 4 Revolucso Francesa de 1789.
da
CONstitucionalismo na Inglater
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Em 1066, Guilherm
e, dugue da Normandia e vassalo do rei francês, invadiu e
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SUIntes, os monarca a, ganhando de uma sê vez todo o reino. Nos séculos se-
s ingleses continuaram a fortalecer a auroridade central e
262 Civilizacdo ocidental
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parem do governo; ao contrdrio dos grandes magnatas, estes podiam ser condu-
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zidos ao servigo real pois ansiavam por aguilo gue o rei tinha a oferecer: remune-
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a nobreza alema ampliava e consolidava seu governo sobre o pas. Enguanto ISs0
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consideravam-se como poderes autênomos. Essas tendências dese en
tralizadoras
'E estavam muito desenvolvidas no século XV. Os Habsburgo haviam mano
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Ë para colocar-se numa posigo da gual pudessem monopolizar as eleic6 im
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Os esforgos centralizadores dos imperadores Maximiliano 1 (1493-1519) €
j ' Carlos V (1519-1556), ambos Habsburgo, foram impedidos pela Reforma, gue
ampliou as tendências j4 acentuadas dos alemses 3 independência local. A nobre-
za germanica estava demasiado disposta a usar a Reforma como justificativa de
seu poder local, e era exatamente nesse ponto gue Lurtero atrafa seus interesses.
Cuando, exausto, o imperador Carlos V abdicou, em 1556, entregou 0 reino
ao filho Filipe e a seu irmao Fernando. Filipe herdou a Espanha e suas colênias
além da Holanda, e Fernando ficou com os territérios austrfacos. Foram ent
criados dois ramos da familia Habsburgo. Durante todo o século XVI, os Habs
burgo austrfacos mal conseguiram controlar os territêrios alemzes, dispersos €
profundamente divididos. Mas seus imperadores nunca perderam uma oportur
nidade de defender a causa do catolicismo e combater a nobreza germênica.
Nenhum Habsburgo empenhou-se tanto nesses objetivos guanto 0 arguidu-
gue Fernando IT, educado pelos jesuitas, gue subiu ao trono em Viena em 1619.
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Suas politicas provocaram uma guerra dentro do império gue envolveu roda a
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No perlodo de 1450 a ed ad e. Os av en -
a du e tr an sf or mo u a so ci
racio uitramarina € expanséo econbmic eg ar aos ricos
ra m um no v ca mi nh o ma ri ti mo par a ch
mureiros europeus descobri so, co nd ui st ar am ,
na nd o a Afr ica . Al ém dis
-entros comerciais da India, contor ti co . Ess as des -
mu nd o do ou tr o lad o do Ad ên
colonizaram e exploraram um noVvo es me r-
am um ex tr ao rd in dr io au me nt o nas at iv id ad
cobertas € conguistas produzir cap ita -
ne rê ri o, o gu e es ti mu lo u o de se nv ol vi me nt o do
cantis € no suprimento mo ris a
ar am a ad ot ar val ore s gu e te ri am sid o es tr an ho s e hos
ismo. As pessoas pass
di ev al . Por vol ta de 1/ 50 , o cri sta o ex em pl ar na reg iëo no ro es te da
perspectiva me
era ma is o sa nt o ab ne ga do , ma s o ho me m de ne gc io s em pr ee nd edor.
Europa nio
ca dos fe ud os iso lad os e das ci da de s fo rt fi ca da s est ava ch eg an do ao fim .
A épo
Surgia uma nova economia mundial, gue subordinava a vida econêmica européia
a0 mercado das especiarias orientais, dos negros africanos € da prara americana.
Durante esse perfodo de exploracdo e de expansêo comercial, a Europa desenvol-
veu um dinamismo peculiar, gue no encontrou paralelo em nenhuma outra clvl-
lizagso. Iniciou-se ent&o um processo gue daria A Europa, em 1900, o dominio da
maior parte do globo e uma ampla influência sobre outros povos.
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s00 anos, conhecida como Reco ng
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exemplo, conguistador es
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ta ra pa ra ex pu ls ar os mu-
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ré i mi li ta r me di ev al gu e lu
Jadino Rolando, grande he xo ), tinh a esperan-
. Pr in ci pe He nr ig ue , o Na ve ga do r (v er ab ai
culmanos € pagaos sc o-
ue sa na Af ri ca at en de ss e a do is ob je ti vo s: a de
cas de gue a expansio portug
ou ro e a ex te ns io do cr is ti an is mo as €x pe ns as do Isl a.
berta do
id en te ti nh a vo nt ad e de ex pa nd ir , co mo ta mb ém di sp unha da
No sê o Oc
ol og ia ne ce ss êr ia ao su ce ss o nN ES SA em pr ei ta da : em ba rc ag 6e s a ve la ap arelha-
tecn
st in gu e da Ch in a e do s te rr it ér io s is la mi co s € aj ud a a ex pl ic ar
das. Esse fator o di
id en te , e na o as ci vi li za g6 es or ie nr ai s, de u in ic io a um a er a de co n-
por gue o Oc
brar e
guista gue resultou num dominio global. Além de ser mais fAcil de mano
mais rapido em mares abertos do gue as galés movidas a remo, o navlio a vela ri-
nha uma vantagem tAtica adicional: era eguipado com canhoes, abaixo do con-
vés, gue podiam atirar e danificar ou afundar as embarcagêes inimigas a distên-
cia. As galés dos drabes no oceano fndico e os juncos dos chineses nao eram apa-
relhados com esse tipo de armas. Numa batalha, valiam-se da antiga rêrica de
abordagem, gue consistia em colocar-se ao lado do navio inimigo, guebrar-lhe os
remos e subir a bordo para uma luta no convés.
navio armado conferiu ao Ocidente a superioridade naval desde o iniclo.
ke ge aards destruiram rapidamente a frora mugulmana en-
do liter] or se do oceano Indico em 1509. Essa viréria em Diu, ao largo
a India, mostrou gue néo sê o Ocidente havia encontrado um
Made” o totalmente maritimo
Caminh T para o Oriente, como também' gue all chegara
icar.
O 'mpério Portuguës
Na prime;
ke F er metade do século XV, o filho mais novo do rei de Porrugal, o
p ai om Henrigue, o Navegador (1394-1460), patrocinou viagens de ex-
€ OS estudos nduticos a elas necessirios. Os portugueses se expandiram
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pa 9.2 Exploragaoe conNguista uitramarina, c. 1400-1600
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270 Givilizacio ocidental
O império espanhol
A Espanha conseguiu guase por acaso seu império ultramarino, gue acabou
sendo o maior e mais rico deles, aré o século XVIII. Acreditando gue poderla
chegar a India navegando para oeste, Cristév&o Colombo pediu e obteve o apolo
de Isabel, rainha de Castela. Mas em sua primeira viagem (1492) desembarcou
numa grande ilha do Caribe, a gue deu o nome de Hispaniola (Peguena Es
panha). Décadas depois, dois acontecimentos revelaram gue Colombo havia des-
coberto nio um novo caminho para o Oriente, mas novos continentes: Vasco
Nufez de Balboa descobriu o oceano Pacffico no istmo do Panam4, em PA
Fernao de Magalhaes (1519-1521) circunavegou o globo pelo estreito gue TE”
seu nome, no extremo da América do Sul.
As histérias sobre o enorme volume de ouro€ prata existente mais a oest€
ram os espanhéis a prosseguir, desde os primeiros nucleos fundados no Ee
até o México. Em 1519, Fernando Corrés desembarcou no litoral mexican? re
um pegueno exército; durante dois anos de campanha conseguiu derrotaf E
vernantes nativos, os astecas, e conguistar o México para a coroa espanhola.
década depois, Francisco Pizarro conseguiu vitéria semelhante sobre o UP - nDErIO
montanhoso dos incas, no Peru.
As conguistas mexicana e peruana Cons ttu ss N tro do
iram, por boas razêes , o CET OP
império uitramarino espanhol. Primeiro, h avia
enormes guantidades de dut Oo SE
muladas, diifanté séculos pelos £OVvernant es
nativos, com finalidades relig! 0
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A ascensdo da modernidade 271
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iStar e converter os povos pagaos do Novo Mundo foi uma extensao do espiri-
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'0 das cruzadas gue marcou os cinco séculos anteriores da histéria espanhola de
“Ampanhas contra os muculmanos. As recompensas Foram as mesmas de sempre:
Pre da verdadeira fé, o servico 3 coroa e belas concessoes de terras. A
ie 2a particularmente atraente no século XVL pordgue o numera de Hidalgos
ae an “enon AUMENtara COMO crescimenro geral da populagao e havia pou-
a metrépole para distribuir entre eles.
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dominio na Africa do Norte e no Oriente Médio (do século VII ao IX), os Esta-
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dos mugulmanos contaram com o trabalho ea forca de luta dos negros escraviza-
dos no sul do Saara. Os negros eram cCapturados transportados através do saara
para serem vendidos nos mercados de escravos da Africa do Norte. Em seu apo-
geu, no século XVIIT, esse comércio transaariano pode ter chegado 3 marca de
aproximadamente 10 mil escravos por ano.
Mas esse trêfico anual acabou sendo superado pelo comércio de escravos ente
a Africa ocidental e as colênias europélas no Novo Mundo, gaue comegou efetiva-
mente no inicio do século XVI. Como observa Roland Oliver: “No final do
século XVII, estimulados pelo desenvolvimento da colonizacio de base agricola
no Brasil e nas fndias ocidentais, os Carregamentos pelo Arlintico chegaram *
transportar cerca de 30 mil escravos por ano, e no final do século XVIII eram
guase 80 mil.”'
Capturadas por traficantes de escravos africanos em investidas subiras, as -o
mas eram arrebanhadas em prisêes construidas especialmente com €ssa final
de na costa da Africa ocidenral. Os escravos selecionados para venda eram mar
cados no peito com ferro em brasa, Imprimindo-se neles o selo das companhias
francesas, inglesas ou holandesas, de modo gue cada nac&o pudesse geaoae”
sua propriedade'*. No decorrer dos séculos, um total de aproximadament€ |
12 milhêes de negros foram €Xportados para o Novo Mundo. Desses, CEI?
600 mil chegaram
as treze colênias da Ad ei eh
América britênica, constituindo e da
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Dlagio de escravos dos Estados Unidos no final da Revolucio American?”
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milhêes de individuos, o gue representava mais de um terGo de todos os esc
vos do Novo Mundo.
A expansao da agricultura
Os maiores efeitos da revolug&o dos precos recafram sobre a agricultu
pregos dos alimentos, elevando-se aproximadamente no dob ra, Os
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tros bens, estimularam os agricultores ambiciosos a se aproveitarem da situacz
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era o do uso das dreas comuns — Os pastos, Os bosgues e os tangues. Para o enfiteu-
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podiam ser destinadas 3 produg&o para venda. Além disso, a divisao da terra cul
tivavel em faixas dificultava a prêrica de uma
FRdr” agricultura comercial lucrativ?
Os proprierrios ingleses do século XVI desfecharam um duplo aradu€ od, ra
o sistema de campo aberto, na tentativa de transformar suas terras €m ermpr,
6 comerciais voltadas para o mercado. Primeiro, privaram os Camponeses ar” a
tirios do uso das dreas c
omuns; em seg uida, modifica
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era legdvel e permanente, o arrendamento a prazo fixo, nao. Ouando ele termi-
14va, O proprietdrio podia aumentar o arrendamento acima da capacidade de pa-
gar do arrendatdrio. A restricdo ao direito as terras comuns privou o arrendatdrio
le das coisas de gue ele mais precisava. Essas duas medidas dos proprierdrios
“Fgaram os camponeses a deixar as terras do feudo ou trabalhar para o senhor
`PMO assalariados. Esse afastamento dos arrendatdrios facilicou a incorporacio
mee old malores e mais produrivas. Os erva podiam
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ido ao despejo em
os agricultores arrendatArios.
Nos séculos XV e XVI
, os holandeses desenvolveram um novo tipo de agricul-
tUra, conh ecido como agricultura converstvel,
gue também expandiu a produc&o.
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série de inovac6es — entre elas a urilizagao de legu-
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rem da alta no prego da la. Seus agentes recolhiam a l& e a levavam as aldeias pré”
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sua fenomenal expansio comercial entre 1560 e 1660.
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Jgualmente impressionante foi sua penetragao comercial do Oriente. Os
op or ci on ad os pel as ari vid ade s de tra nsp ort e fo ra m em pr eg ad os na con s-
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trucio de navios gue permitiram aos holandeses, primeiro, desafiar e, em seguli-
da, sub sti tui r os po rt ug ue se s no co mé rc io de esp ecl arl as co m as fnd ias Ori ent ais ,
em principios do século XVII. Os holandeses licenciaram em 1602 a Companhia
das fndias Orientais € criaram postos comerciais nas ilhas. Foi o inicio de um
império holandês gue durou até a Segunda Guerra Mundial.
Os ingleses ambém comerciaram por toda a Europa, nos séculos XV1 e XVII,
especialmente com a Espanha e a Holanda. O século XVII viu a criagao do tm-
pérlo colonial britênico ao longo do litoral arlêntico na América do Norte, do
Maine até as Carolinas e nas fndias ocidentais, onde os ingleses conseguiram de-
salojar os espanhoéis em alguns lugares.
Nas Provincias Unidas e na Inglaterra, o governo defendia os interesses econ6-
micos. Na Holanda, o poder politico foi-se transferindo, cada vez mas, para as
g de uma aristocracja urbana de comerciantes e fabricantes sediados em Delft,
gegee Amsterdam. Nessas cidades, os interesses urbanos adora-
lees Pe gue Mee as conveniëndlas da aristocracia dominante.
ps de ' oa transterência revoluciondria do poder do rei para o Parla-
negéeios, osse FR passou a refletir também os interesses dos grandes
pers heide Pa erciais ou agricolas. O enclosure, por exemplo, estimulado
bedie gee ie, Banco da Inglaterra, fundado em 1694, ampliou
due se revdlara confianca nas atividades mercanris. As leis de navegagao,
modas aos colonos americanos, impuseram restrig6es ao
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nel manufatura coloniais, para evitar a concorrência com mercadores e
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Fiando, enrolando e tecendo, de Izaak Nicolai van Swanenburgh, século XVII. A Holanda, gue
desde os primérdios da Idade Média era um dos centros da manufarura téxril, continuou a sé-lo
no inicio do periodo moderno. As mulheres eram tradicionalmente ativas na fabricagao de recidos.
Stedelijk Museum “De Lakenhal”, Leiden
se pelas vendas no exterior fosse superior & importência paga pelas com
DE renga constituiria uma afluência de metal precioso para o Estado Pras,a dit,
ig |égica, os mercantilistas foram levados a argumentar em favor di Partr des,
ciëncia nacional: o pais deveria tentar atender 3 maioria de suas so da suf,
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A ascensdo da modernidade 281
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ci Indu strial dos séculos XVII e XDL.
Notas
Af ri ca n Ex perience. 3. Citado em Richard $. Dunn. Sugar and
1. Roland Oliv er . Th e
19 91, p. 123. Slaves. Chapel Hill, University of North
rk , Ha rp er Co ll in s,
| Nova Yo Carolina Press, 1972, p. 248.
em Ba si l Da vi ds on . Af ri ca in History.
2. Citado p. 215.
Nova York, Collier Books, 19?1,
Sugestoes de leitura
Fllior, ]. H. Jmperial Spain, 1469-1716
Anderson Perry. Lineages of the Absolutist State
(1963). Excelente estudo da principal po-
(1974). Estudo proveitoso, escrito a partir
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Cipolla, Carlo M. Guns Sas and Empire derno.
(1965). Ligac6es entre o avango tecnolégico Koenigsberger, H. G. Early Modern Europe,
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Davis, David Brion. 7he Problem of Slavery riodo.
in Western Culture (1966). Estudo autori- Kolchin, Peter. American Slavery: 1619-1877
zado. (1993). Uma sintese culra.
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mies (1973). Estudo fidedigno da histéria Breve estudo das exploragoes.
econêmica do inicio do periodo moderno. Plumb, J. H. The Growth of Political Stability
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covery (1991). Volume aue acompanha a sica, clara e de fdcil leicura.
strie PBS de sere partes; profusamente ilus- Shennan, ]. H. The Origins of he Modern Eu-
trado. ropean State (1974). Introdugdo concisa €
excelenrte.
Ouestêes de revisio
1. De gue forma os reis do inicio do periodo 5, Discura a relacio entre a revolugao dos pre-
moderno aumentaram seu poder? De gue cOS € a expansio ultramarina. Oual foi a
maneira eles se relacionavam com a principal causa da revolugio dos pregos?
bur-
BU€Sla comercial de seus pafses? Por gué?
Ee “ram OS pontos fracos e fortes do 6. O gue era o sistema de encosurd De gue
o espanhol? maneira a revolug&o dos preGos o favore-
ads 3 deere tomou a direg#o do go- Ceu?
ee ese €NgUaNto a maioria dos 7. O gue é capitalismo mercantil? O gue con-
4 Oue oe ia adotou o absolutismo? tribuiu para seu desenvolvimento?
orgas operavam na Europa do 8. A expansio européia deu origem a uma in-
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erjodo moderno. , É lAVOTrece cipiente economia mundial. Discura essa
afirmacao,
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rm on iz av a- se be m co m a pe rs pe er va Crista. j
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Tal como Aristételes, Prolomeu sustentava gue os planetas moviam-se ao sy
de s un if or me s. Na ver- :
rc ul ar es pe rf ei ta s e a ve lo ci da
edor da Terra em @rbitas ci ipse, e eles
po ré m, a tr aj et ér ia do s pl an et as nê o é um ci rc ul o ma s uma el
dade ,
um a ve lo ci da de co ns ta nt e, ma s ac el er am 3 me di da gu e se apro-
nio se movem a
So l. Po rt an to , Pt ol om eu de pa ro u co m pr ob le ma s gu e o le varam a in-
“mam do s
em a ex pe di en te s en ge nh os os an te ri or me nt e em pr eg ad os pe lo
corporar a seu sist
om os gr eg os . Po r ex em pl o, pa ra sa lv ar a ap ar ên cl a de 6r bi ta s ci rc ul ares,
astrên
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Ptolomeu fez uso de epiciclos. Um planeta girava em torno de um peguen ci
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culo, um epiciclo, gue por sua vez descrevia ao redor da Terra um circulo maio
Atribuindo-se um nimero suficiente de epiciclos a um planera, este poderia dar
2 impressio de mover-se em @rbitas circulares perfeiras.
O modelo cosmolégico aristotdlico-ptolemaico parecla estar de acordo com o
bom senso e com uma percepeao mais imediata: a Terra de fato parece e d4 a sen-
r re po us o. E a va li da de de ss e po nt o de vi st a er a ap ar en te me nte
sag&o de esta em
confirmada pelas evidências, pois tal modelo permitiu gue os pensadores previs-
sem, com considerdvel precisdo, o movimento e a posiGao dos corpos celestes e o
dos eo o tempo. O modelo geocêntrico ea divisao do universo em dois mun-
superior e um inferior, também harmonizava-se com passagens contidas
nas Escrituras. Os filésofos escoldsticos adeguaram a ciëncia aristorélica e prole-
o asassisim uma dedescscriricacao emociona
malca a teologia cristê, , prodprouzduzininddo intelectuual-
jolnal e€ tn
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mente atisfaréria: do universo,
, na gual tudo estava ordenado segundo um plano
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eo Conaibulu para Revolugto Ciendfies
see Pe wadgsldade durante a Renascenca
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levou 3 aspects. O
redescoberta
ME Re antigos — inclusive as obras de Arguimedes (287-212
parecimento de novas idéias no campo da mecênica —
ta traducCaOes mel horadas dos escritos médico de Gale
s no, um contemporêneo d e
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A ascensio da modernidade
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mo. matemdtico € cOnego polonês. Copérnico anunciou gue a Terra é um
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en te su pl an to u a co sm ol og ia me di ev al . Ma s a te or ia he li o-
ds gue finalm e o
se av a em no va s ob se rv ag 6e s e da do s; o d u
-êntrica de Copérnico nao se ba do
levou a retirara Terra do centro do universo foi o cardter complexo e intrinca
, en di a se u se ns o de o r d e m ma te md ti ca . Pa ra Co pér-
do sistema ptolemaico due of m e u, tor-
o s ic ic lo s (o nd im er o fo ra a u m e n t a d o de sd e P t o l o
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o nd a ma is in tr in ca do ) vi ol av am a vi si o pl at ên ic a da si me
ando o model ai
matemdtica do universo.
rsia, Copérnico re-
Temendo due suas teorias pudessem iniciar uma contrové
susou-se de intcio a publicar seu trabalho; no entanto, persuadido por seus ami-
g0s, acabou cedendo. Sua obra-prima, Das revolucbes das esferas celestes, surgiu em
1543. Como receara Copérnico, seus pontos de vista realmente provocaram con-
trovérsias, mas somente no inicio do século XVII, mas de 50 anos apés a publi-
cacao de sua obra, é gue a nova astronomia tornou-se tema de debate apalxona-
do. A teoria copernicana assustou as autoridades dlericais, gue vigiavam as uni-
versidades e os pdlpitos, pois ela parecia contrariar as Fscrituras. Por exemplo,
diz o Salmo 93: “O mundo foi estabelecido de tal forma gue nao se pode mo-
ver”; eo Salmo 103 diz gue Deus “fixou a Terra em seus alicerces para gue jamais
fosse movida”. Em 1616, a Igreja incluiu no Index de Livros Proibidos todas as
obras gue atribufam movimento & Terra, entre elas Das revoluges.
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” dcréaita gue seja (bem como outros corbos celestes), mas irregular, dspe
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e cheia de cavidades e saliëncias, sendo semelbante & superficie terrestre, marcada por
deias de montanbhas € vales profundos.
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Esbocos das fases da lua,
do Caderno d
notas de Galileu Galilei,
1609-1610 '
Guando olhava ao telescépio, Galleu
vla somente sombras. Mas tendo
aprendido, como artista, os principios
da colorac3o dlaro e escuro para
aumenrtar ou reduzir distêincias, sabia
gue aguilo gue observava era uma
representacao de objetos reais — no
caso, montanhas e vales. De modo um
ranto satirico, Galileu comparou a lua3
Boëmia. Biblioteca Nazionale Central,
Florenca
nhecimento. Para Galileu, o objetivo das Escrituras era ensinar As pessoas as ver
dades necessdrias para a salva€&o, nio instrui-las nas operagêes da natureza, pols
Isso era tarefa da ciëncia.
O apoio de Galileu a Copérnico despertou a ira tanto dos filésofos escoldsti-
cos guanto do clero, temerosos de gue o impetuoso cientista colocasse em risco
uma descrigao de mundo gue contava com o apoio de autoridades antigas resp
rAveis, da Biblia sagrada e da tradicao escoldstica. J4 traumatizados com a ame”
ga protestante, os oficiais carélicos fechavam-se a guaisguer idéias gu€ pudessem
minar a Crenca e a autoridade tradicionais.
Em 1616, a Congregag3o do Index, érg&o de censura da Igreja, condenou%
ensino das idéias de Copérnico. Em 1633, j& velho e enfermo, Galileu foi CONVO*
cado a Roma. Julgado e condenado pela Inguisic&o, foi obrigado a abjurar * eo
ria copernicana. Para evitar prejudicar-se e certo de gue a verdade finalment*
perpéruA”
prevaleceria, Galileu curvou-se 3 Inguisicao. Foi sentenciado & prisdo
cuja maior parte ele campriu como prisio domiciliar em sua prépria guint*
proximidades de Florenca —, o Didlogo foi banido e ele, proibido de escr
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jc30 s
bre as idéias copernicanas. Somente em 1820 a Igreja suspendeu a proscrid
teoria de Copérnico.
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A ascensio da modernidade 289
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Como legitimo pitagorico, Kepl er ans lav a des
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“mu isi ca das esf era s”. 'Ta l co nh ec im en to , acr e-
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Janetas— o gue ele chamou de
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re en sa o da me nt e de De us . Se m duvida , essa
levaria & suprema co mp
e nd eu o pot enc ial cri ari vo da im ag in a€ &o , mas para gue pu-
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gualidade mistica
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ha de ser disciplinada pelas faculdades racionals.
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ciarin
desse ser dril 3 ciën pla ner dri o, gue pu se ra m
ica s do mo vi me nt o
Kepler descobriu as três leis bds
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Par a iss o, uti liz ou os da do s col igi dos por Ty cho
im 3 cosmologia ptolemaica. em ar ic am ente os
€s due por vin te ano s ob se rv ou si st
Brahe, astrênomo dinamardgu ais al ca ngada
ran do sua s pos ico es co m um a pre cis ao jam
astros e planetas, regist delo heliocën-
bu sc ou ad eg ua r as ob se rv ac êe s de Ty ch o ao mo
até entao. Kepler
trico de Copérnico.
lei de Ke pl er de mo ns tr ou due os pla net as se mo ve m em '6 rb itas
A primeira
pti cas — e nio cir cul are s, co mo Ari stê rel es, Pt ol om eu e me sm o Copérnico
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o — e gue o Sol é o cen tro da eli pse . Ess a de sc ob er ra de gue a
haviam acreditad
trajetéria de um planeta era uma oval simples eliminou todos os epiciclos uri-
de
lizados para preservar a aparência de movimento circular. A segunda lei
Kepler mostrou gue os planetas nao se movem a uma velocidade constante,
conforme se supunha até entio, mas aceleram ao se aproximarem do Sol; além
disso, Kepler também forneceu a regra para se determinar a velocidade de um
planeta em cada ponto de sua @rbita. A terceira lei estabeleceu uma relagao
matemdtica entre o tempo gue um planerta leva para completar sua 6rbita € sua
distência média em relac&o ao Sol. Com base nessas leis, era possivel calcular
com precisio a posicao e velocidade de um planera num dado periodo de tem-
Po— outra indicagao de gue os planetas ligavam-se entre si num sistema mate-
matico unificado.
je de s Cuidadosa observagio dos faros, as leis de Kepler do movimento
ram reforgo A teoria de Copérnico, pois somente faziam sentido num
Aniverso heliocëntrico. Mas por gue os planetas se moviam em @rbiras elipticas?
Por due po
Kepler en oeltavam
nao seooso no espago ou Fcoliid;diam com o So Sol? P Para essas guestoFes
grande Cientists e Me respostas sarisfarêrias. Foi Isaac Newton (1642-1727), o
emdrtico britênico, gue chegou a mecanica celeste, combi-
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stronomia de Copérnico e Kepler a fisica de Galileu, e explicou o com-
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A sintese newtoniana
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ceira lei de Newton postula gue a cada ago ou forca corresponde uma reaco ou
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forga igual e oposta. O Sol atrai a'Terra com a mesma forga gue a Terra exerce sobre
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atra1a Terra na sua dire&o. (Contudo, como a massa da maci é muito peguena em
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cOmparag&o com a da Terra, a forca gue a mac4 exerce sobre a Terra nio produ
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CAnicas comuns explicam tanto por gue as macis caem no solo como por gu€ os
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planetas orbitam ao redor do Sol. A fisica newtoniana pês fim 3 divisdo medieval
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do cosmos em mundos superior e inferior, cada um dos guais governado por leis
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A ascensio da modernidade
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Newton era um experimentalista cauteloso gue valorizava os pro-
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Ps mecênico de Newton como sua defesa do método experimen-
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| foram as pedras fundamentais da era do Iluminismo.
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uni ver so. Ta mb ém inc lui ram a for mul aca o de um novo método
hovo modelo do
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g5o da nat ure za € o rec onh eci men to de gue a cië nci a pod ia servir a
de investiga
dad e. Doi s pen sad ore s con tri bui ram par a art icu lar os efei tos da Revolu-
humani
dade
dio Cienrifica: Francis Bacon e René Descartes. Ambos repudiavam a autori
de Aristêteles € outros antigos nas guestêes cienrificas e insistiam na adogio de
novos métodos de busca e avaliagio da verdade.
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292 Givilizacdo ocidental
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A ascensio da modernidade 293
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294 Givilizacio ocidental
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grande inguietagao. A convicg&o de gue Deus criara o UNI “E ocar
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a Terra no se movia sob seus pés e de gue ela era o centro da es, d
criac3o divi
conferido aos povos medievais um profundo sentimento de S na he
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por gue estavam agui € nunca duvidavam de gue o céu era lugar der Sabiam
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desse desalojamento. No entanto, nos séculos gue se
seguiram, essa die
formag&o cosmolégica revelou-se to traumdtica para a mente mod
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fora para a mente medieval a expulsio de Adzo
e Eva do Jardim do Fden ab
mos hoje gue a Terra é um entre muitos bilhêes de Corpos celestes, um
soog se
nisculo no infinito oceano césmico, e gue o universo tem cerca
de 12 bilhêes de
anos. Seria possivel gue tal universo tivesse sido criado apenas para os sere
s hu-
manos? Poderia ele conter um parafso gue garantisse vida eterna para os fiéisc
um inferno com chamas e tormentos eternos para os pecadores?
Poucas pessoas na época estavam cientes das profundas implicacêes da no
cosmologia. Uma delas foi o cientista € matemdtico francêés Blaise Pascal (1623-
1662). Catélico devoto, Pascal ficou amedrontado com o gue ele denominou '
silêncio eterno desses espagos infinitos” e percebeu gue a nova ciëncia poderia fo-
mentar ddvidas, incerteza e ansiedade, ameacando a Crenca.
A concepgëo de raz&o proposta por Galileu e outros pensadores do perlodo
divergia fundamentalmente daguela dos escoldsticos medievais. Para estes, a m-
zZa0 era um instrumento util na contemplacao da verdade divina; como al, el
tinha sempre de estar a servico da teologia. Influenciados pelo novo espirito cen
tifico, os pensadores agora vlam a investigacio da natureza como a pr incipal Ed
pa€ao da razëo. E nao sê isso; para eles essa era uma atividade auténoma, livre da
submissao & autoridade teolégica.
A Revolucio Cientifica estimulou o desenvolvimento de um espirito critico €
racional entre a elite intelectual. Os elementos cartesianos da divida mer6dlcs
da rej eicdo da autoridade e da ênfase na clareza, precisaoe exatidao de uma ser
bem como a insistência baconiana na verificacio, impregnarama perspecdY*
pensadores iluministas do século XVIIL eles consideravam a magia, OS encan”,
mentos, os demênios, a feiticaria, a alguimia e astrologia como superstigOes s
gares. Argumentavam gue os fenêmenos atribuidos a forcas ocultas podiaar”m
explicados recorrendo-se as forgas naturais. Abriu-se €nt3o uma grande
nas supel* d
entre a elite intelectual € as massas, gue continuavam mergulhadas
goes populares € comprometidas com o dogma cristêo tradicional. :
Os criadores da ciëncia moderna nio combateram as igrejas, pois pal” eles
EE avia nenhum sério conflito entre o Cristianismo tradicional e a NOV vi
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a mente humana era capaz de com-
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Deu s na Cri aga o — gue fin alm ent e
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gue ens ina a cië nci a sob re a reg ula rid ade da nat ure za. Diz iam
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mecanismo (AO reguintad
Nas gerag6 es gue se seg uir am a Rev olu gio Cie nri fic a, a teo log ia, por mui o tem -
ele vad a for ma de con tem pla gao , foi acu sad a de con sti tui r
po -onsiderada a mais
ens ao ou me sm o rej eit ada com o irr ele van te, € os clé rig os
uma barreira 3 compre
Para muitos
rapidamente perderam sua condicao de drbitros do conhecimento.
teo log ia par eci a esté ril e ine fic ien te, em com par aga o com a nov a
relectuais, a
Eng uan to a cië nci a pro met la a cer tez a da mat emd tic a, os teë log os pare-
céncia.
pior,
ciam estar infinitamente tergiversando sobre guestêes insonddveis e, ainda
inconsegiientes. E gue ranto sangue tenha sido derramado por causa dessas gues-
(Bes contribuiu para desacreditar ainda mais a teologia. Nas academias cientifi-
cas, nos salons € nos cafés, homens e mulheres letrados reuniam-se para discurtir
2s novas idéias, enguanto os periédicos divulgavam o novo conhecimento para
leitores 4vidos. A cultura européia passava por uma grande transformag&o, mar-
cada pelo triunfo de um espfrito secular e cientifico entre a elite intelecrual.
A Revolucëo Cientifica repudiou a confianga depositada em Aristéreles,
Ptolomeu e outras autoridades antigas em assuntos relativos & natureza, subsri-
tuindo-as pelo conhecimento derivado da observagio, da experimentagao e do
raclocinio matemdtico. A mengdo a uma autoridade antiga ja nio era mais sufi-
ciente para atestar um ponto de vista ou vencer um debate. O novo modelo de
conhecimento derivava da experiëncia com o mundo, nao de textos antigos ou
de opiniëes herdadas. Essa nova perspectiva teve efeitos de longo alcance para
2 era do Huminismo. Se a autoridade dos pensadores antigos com respeito ao
ee AE N he waa entao nao se poderlam guesrionar rambém
as em erdadas — tal como, por exemplo, o direito divino dos reis de
' Impressionados com as realizacêes da ciëncia, muitos intelectuais
Come saram a Ins istiir na aplijca
caca
INSist g&o do méto
: do cie
' ntifico a todos os campos do
conhecimento.
Pe rd e ger ada pela Rev olu cao Cie nti fic a serv iu de alicerce para o
mde
de Da a con fia nga dos pen sad ore s no pod er da men te — gue
desvendara as Fi
has oapaeidade sie —, a Revolucio Ciendifica forraleceu a confianga
SOP tor Oë as €xXpressas pelos humanistas renascentistas. Acreditava-
€MPO, o método cienddfico revelaria todos os segredos da nature-
da,e d hu Man! j
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23, dvancCarla rapidamente.
296 Givilizacio ocidental
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di A Era do Huminismo: afirmagio da razaoe d f
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N O Iluminismo do século XVIII coroou o MOVimento em dire
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se dade, iniciado na Renascenca. Os pensadores luministas oe Modern.
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instituicêes e crengas gue degradavam os seres humanos.
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a m r a g u e i n c e s s a n t e ao c r i s t i a n i s m o
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Os Blésofos do Huminis m o inic i a r u m a
t i g d o , r o p a g a r a i n s e n s atez € pro-
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radicio n a l , ac u s a n d o - o de a l i m e n t a r a s u p e r s p
e g u i g a o - A p o i a n d o - s e n o s f a r o s d a e x p e r i ë n c i a , con-
over o fana t i s m o e a p e r s
forme ensinar Baca o n , OS f i l 6 é s o f o s r e j e i t a r a m m i l a g r e s , a n j o s d e m @ n i o s cCOMO |
i s i a c ê e s d a i m a g i n a g 3 o , c u j a e x i s t ê n c j a er a i m p o s s ivel
violac6es das leis narura € cr i a s p i-
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a d a a s n o r m a s d a e v i d é n c i a . A p l i c a n d o ao t e x t o d a B i b l o e
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n i o t i c u l o s o , a s s i n a l a r a m d i s c r e p ê n c i a s f l a g r a n t e s en-
sto cartesiano de racioci mer
g e n s b l i c a s e c o n s i d e r a r a m a b s u r d a s as t e n t a t i v a s d o s t e ë l o g o s de
re vi rl as p a s s a b i
r e m s n t r a d i c 6 e s . T e n d o a c i ë n c i a c o m o a l i a d a , g u e s t i o n aram a pre-
esolve essa c o
m o d e r v e r d a d e s i n f a l i v e i s e r i d i c u l a r i zar am
tenso do cristia n i s de ter e m s e u p o
g o s b a t e r e m g u e s t ê e s s e m s e n r i d o e f o r g a r e m a o b e d i ë n c i a a dou-
os teëlo por de
trinas gue desaflavam a razao.
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Os Glésofos iluministas combateram também o cristianismo por consider a
a t u r e z a h u m a n a p e c a m i n o s a e os s e r e s h u m a n o s d e s a m p a r a d o s sem a ajuda de
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Deus; por dirigir a aten€&o para os céus, ignorando a felicidade humana na Terra;
e por impedir a aguisico de conhecimentos trteis ao proclamar a auroridade su-
prema do dogma e da revelacio. Argumentavam os filésofos gue as pessoas, as-
sustadas e confusas por causa da religigo, haviam sido subjugadas pelo dlero e
pelos tiranos. Para estabelecer uma sociedade esclarecida, era preciso destruir o
poder clerical, repudiar os dogmas cristaos e purgar a alma européia do fanaris-
mo gue produzira os horrores das Cruzadas, a Inguisigio e as guerras da Refor-
ma. Os filésofos romperam com o passado cristêo, embora tenham preservado os
elementos essenciais da moralidade crista.
a n g o i s M a r i e A r o u e t ( 1 6 9 4 - 1 7 7 8 ) , c o n h e c i d o m u n d i a l m e nte como Volrai-
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6, toi o lider reconhecido do Iluminismo francês. Poucos philosophes tiveram
ie ER ea 3 ee nenhum possuia espirito mas arguto. Vivendo exi-
admiragio pel N : T is da década de 1720, Volraire desenvolveu grande
dia teligiose, As ” ade ing ms bem como por seu comércio, léndla € rolerên-
Ee h o s o e p é r i c a s de V o l r a i r e f o r a m d i r i g i d a s c o n t r a o €r is -
e a l dl e a r r i b u f a m u i t o s d o s m a l e s d a s o c i e d a d e t r a n c e -
sa. Voltaire andr M
gue algum dia eri rs o €ristianismo como a superstigao do culto de Cristo
estruida “pelas armas da razao”'. Muitos dogmas cristaos
30 Incom AM
GuEroe preensiveis, dizia Voltaire, e no entanto os Cristaos massacraram uns aos
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F para impor obediëncia a essas dourtrinas.
Gans ie ene”, ad fossem arefstas, a malioria deles era deista, in-
deistas
entandobuscaram
Ede Beeed! ma us.
religiëoo-LEYI,
natural due 8se dek RE Os
ajustasse a razao e a Clência,
$40 cCrista as exigências da nova ciëncia. Negaram a Bi-
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298 Givilizacio ocidental
Pensamento politico
Além da religiao estabelecida, os philosophes apontaram uma outra fonte dos
males gue atingiam a humanidade: o despotismo. Para alcancar a felicidade, os
seres humanos tinham de extirpar a religiZo revelada e refrear o poder de seus go”
vernantes. “Cada época tem sua idéia dominante”, escreveu Diderot; “a de nossa
€poca parece ser a Liberdade.”” O pensamento politico do século XVII caracte”
riza-se pelo secularismo radical; pela indiciac&o do despotismo, o direito divino
dos reis, e dos privilégios especiais da aristocracia e do clero; pelo respeiro 20
constitucionalismo inglês, gue reverenciava o regime da lei; e pela afirmagio di
teoria de John Locke de gue o governo tinha a obrigacio de salvaguardar os direl
tos naturais de seus cidaddos. A conviccao de gue era possivel encontrar solugoes
politicas para os males gue afligiam a sociedade era central & perspectiva poli
dos philosophes.
De modo geral, os iluministas eram favordveis ao governo constitucional di
protegesse os cidadaos contra o abuso de poder. A despeito de sua preocupas”'
com a liberdade, os ppilosophes, com a notdvel excecso de Rousseau, n40 me
ram a abragar a democracia, pois depositavam pouca confianga nas massas: -
rios deles, principalmente Voltaire, confiavam nos déspotas reformadores, com
Frederico 1 da Prissia, gue simpatizava com as idéias iluministas. OS Ph
so na verdade, nao se preocupavam tanto com a forma de governo — monargula
repiblica —, mas sobretudo com impedir gue as autoridades abusasser? de
poder
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A ascensio da modernidade 299
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O pensamento politico do
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bras de dois filésofos do século XVII: Thomas es (1588-1679) e John
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ar inglesa, nclusive a execugëo de Carlos I em 1649. Esses acontecimentos
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um so be ra no — es cr ev eu Ho bbes
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na de governo. some nt é 9 po de r irr est rit o de
pr in ci pa l ob ra — po de ri a ref rea r as pa ix oe s hu ma na s gue
sm Leviata (1651), sua mente o
m soc ial e am ea ga va m a vid a civ ili zad a; so
levavam & ruptura da orde te me nt e se gu ro pa ra gu e
regime absoluto poderia of er ec er um am bi en te su fi ci en
in te re ss es in di vi du ai s. |
2s pessoas perseguissem seu s
no vo pe ns am en to cie nti fic o, gu e co ns id er av a o co nh ec i-
ob a influência do
ti co co mo Oo ca mi nh o pa ra a ve rd ad e, Ho bb es bu sc ou formular
mento matemd
oso fia pol iti ca de ba se s ci en ti fi ca s e re je it ou a au ro ri dade da tradicao e da
uma fil
er en te co m a ci ën ci a pol iti ca. As si m, em bo ra ap oi as se o ab so -
religi#o como inco
o, Ho bb es re pu di av a a idé ia, de fe nd id a po r ou tr os teë ric os, de gu e o po-
Jutism
do
der do monarca €manava de Deus. Também descartou a idéia de gue o Esta
eri a ser ob ed ec id o gu an do vi ol as se a lei de De us . Co mo Ma au ia ve l,
nio dev
Hobbes nio fez nenhuma tentativa de adeguar sua cidade terrena aos ensina-
mentos cristios. O Leviati é uma declaragio polirica racional e secular, cuja im-
portincia reside em sua abordagem moderna, mais do gue na jusrificariva de
Hobbes ao absolutismo.
Hobbes tinha uma vis&o pessimista da narureza humana. Acredicando gue o
egoismo e a cobiga sao atriburos inatos, afirmava gue as relac6es humanas carac-
terizam-se pela competicio e discérdia, néo pela cooperagio. Sem uma autorida-
de severa para elaborar e fazer vigorar as leis, dizia ele, a vida seria miserdvel, uma
guerra de cada homem contra outro. Recomendava, porranto, um Estado com
poderes irrestritos, pois somente assim as pessoas poderiam estar a salvo umas
das outras ea vida civilizada seria preservada. Embora, de maneira geral, os pbf-
die tenham rejeitado a visio obscura de Hobbes acerca da natureza humana,
de si secular da politica, sobretudo a dentincia gue fez & teo-
o divino dos reis.
. ar ede por sua vez, vla as pessoas como boas € benevolentes em essência,
Hole Bi Ps oe de Estado fundamentalmente diferente da de
manos hascer “ os sobre 0 governo (1690), Locke afirmou gue os seres hu-
o Estado pars om ireito natural 3 vida, liberdade e propriedade, e estabelecem
olegslare. - - ger esses direicos. Consegiientemente, nem o execurlvo nem
Weer e vo dorp” rei nem a assembléia — tinham auroridade para pri-
Ratouie sbsolnea Te se em naturais. Enguanto Hobbes justificava a MoO-
gual o poder de she Pg explicicamente o governo constitucional, no
edo Esadoë is Dra sa o Consentimento dos governados ea aurorida-
inadaa le; j pelo consenso. A autoridade dos governantes esré subor-
; guando agem fora da lei, sio privados do direito de governar. Assim,
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governado por um
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conviccio de gue o poder devia ser exercido de manelra racional e benéfica. Seu
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apreco pelo governo da lei foi reforgado pelo periodo em gue viveu na Inglaterra,
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entre 1726 e 1729, de gue resultou a publicas#io de suas Cartas inglesas, em
1733. Nessa obra, Voltaire apresenta um retrato idealizado e, As vezes, inexato da
politica e da sociedade inglesas. O fato mais importante, porém, € gue sua con-
vivência com a liberdade inglesa deu-lhe esperanga de gue uma sociedade justa e
tolerante nio era um sonho utépico, fortalecendo assim sua resolugao de comba-
ter os abusos da sociedade francesa.
Como observamos acima, Voltaire nio era um democrata; duvidava da capaci-
dade das pessoas comuns, gue segundo ele eram inclinadas & superstigao € ao fa-
natismo. Tampouco era um defensor da revolucio. Para ele, a sociedade devia ser
reformada mediante o progresso da raz&o e 0 incentivo & ciëncia e tecnologia. Ele
Préprio empenhou-se em introduzir diversas reformas na Franga, entre as guais
iberdade de imprensa, toler&ncia religiosa, um sistema imparcial de justiga €rimi-
nal, tributag&o proporcional e reduczo dos privilégios do clero e da nobreza.
Rousseau
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dy ie we” é por toda parte est4 agrilhoado.* Com essas palavras
Rousseau (1712-1778), nascido em
enebra, nice D. or francës Jean-Jacgues o Fstado, tal como se
constitufa, era in contrato sociat (1762). Para Rousseau,
lizavam ele ae € COrrUpto. Dominado riIcos € poderosos, gue o uri-
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302 Givilizacio ocidental
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constitucionais 3 sobera nia , nem eri giu def esa s par a pro teg
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as con tra o dom ini o de uma mat orl a pot enc ial men te rirênica.
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tam bém gue Rou sse au rej eit ava tot alm ent e o pri nci pio de Loc ke de
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gue os cid ada os pos sue m dir eir os gue ind epe nde m
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de opor-se a ele.
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Pensamento social e econdmico
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Os philosophes rejeitavam a crenga crista de gue os seres humanos sao dorados
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de uma natureza pecaminosa, consegiiëncia da desobediëncia de Adao e Eva a
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Deus. Sabiam, por experiëncia, gue os seres humanos sem divida se comporram
de maneira vil e parecem irremediavelmente presos aos modos de pensar irracio-
nas. Embora cConservassem um Certo pessimismo guanto & natureza humana, OS
uministas de modo geral acreditavam na bondade essencial dos individuos e em
sua capacidade de aprimoramento moral. “A natureza nêo nos fez maus', escre-
veu Diderot, “é a educago ruim, os exemplos ruins e a legislagio ruins gue nos
Corrompem.”? E Voltaire declarou gue o individuo “no nasce bom nem mau; a
EI o exemplo, o governo no gual é langado — em resumo, circunstancias
ri wegle TE ? determinam nele a virtude ou o vicio A concepgao gue
mele " osophes pad da natureza humana apoiava-se tortemente na epis-
eke s.a me o conhecimento, de John Locke. Para eles, era como se
escoberto os principios fundamenrtais gue governam a mente hu-
uma realiza€&io compardvel 2 de Newton ao descobrir as leis gue regem os
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COrpos fisicos.
mirins, pois elas têm seus préprios modos de pensar e sentir. Censurava agueles
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CAnico. Insistia, em vez disso, gue as criancas tivessem contato direto com ed
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do, a fim de desenvolverem seus corpos € sentidos, bem como sua curiosidade
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em sua totalidade.
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gar a tol erd nci a pub lic ame nte (... ) até gue a per seg uig do deixe de
is essarei (.- ) de pre
O progresso da raado é lento, as ralzes do preconceij to sao muito profundas. afdeSem
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pr ob le ma sêr lo € con sta nte par a Os Phi los oph es. Ap os a pub li-
A censura era um
Vol tai re, seu imp res sor foi pre so; o liv ro foi con fis -
cac3o das Cartas inglesas de
do € gueimado em piblico por ser considerado irreligioso. Em outra ocasio,
pelas autoridades, Voltaire comentou: “Ê mais fdcil
guando fo1 importunado
ré- los pub lic ado s.” ” O liv ro Sob re a men te (1758),
para mim escrever livros do gue aut ori dades minis-
ius (17 15- 177 1), de nu nc ia do pel as
de Claude-Adrien Helvet
co mo um a ame Eag a 3 rel igi so e 3 aut ori dad e con stiruida, foi
teriais e edlesidsticas
exe cut or pib lic o. Den is Did ero t (17 13- 178 4), o principal orga-
gueimado pelo in-
vol ume s, cuj os 129 ou mai s col abo rad ore s
izador da Enciclopédia de 38 auto-
nen tes pen sad ore s ilu min ist as, tev € de bri gar com as
cdufam os mais proemi
, gue de tem pos em tem pos su sp en di am a pub lic aga o. Apo s a
dades francesas
ag# o dos doi s pri mei ros vol ume s, as aut ori dad es acu sar am a obr a de conter
public
to de
“mdximas gue tendiam a destruir a autoridade real, fomentar um espiri
independência e revolta (...) e criar bases para a corrupGao da moral e da reli-
gië0'". Em 1759, o papa Clemente XI condenou a Enciclopédia por conter
“doutrinas infames [el incitar o desprezo pela religiëo”'*. Foi necessêrio empre-
gar cuidadosa diplomacia e artificios engenhosos para condluir o projeto € ainda
incorporar idéias consideradas perigosas pelas autoridades religiosas e governa-
mentais. A Enciclopédia foi levada a cabo em Paris, durante a década de 1740,
como um monumental esforco de reunir todo o conhecimento humano € di-
tundir as idéias do Tluminismo. Seus intimeros verbetes sobre ciëncia e tecnolo-
gl, eo limitado espaco gue concede As guestêes teolégicas, demonstram os no-
vos interesses dos intelectuais do século XVTII. Com a finalizagao do projeto em
1772, a opiniëo de Diderot e do Iluminismo triunfou sobre os censores dleri-
Cals, reals e aristocrdticos.
, ie dos verbetes da Enciclopédia, “A imprensa,, transmite o anselo dos philo-
opPes por liberdade de pensamento e expressio. Para eles, o termo imprensa de-
Slenav
gnava Ad;
mais do gue jornais e periéëdicos; '
englobava tudo o gue fosse impresso,
sobretudo livros.
nr EE RR * a libe rdad e de imp ren sa é bené fica ou prej udic ial ao Fstado.
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e ma imp ort inc ia due se cons erve essa prdt ica em todos
os Estados gue ee mendetam supr
Hendele ep ie nda na liberdade. Diria mesmo gue as desvantagens dessa
espreziveis se comparadas com suas vantagens, gue isso deveria ser o
direit
do universo, €e sem divida é recomenddvel autorizar sua prdtica em todos
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306 Givilizacio ocidental
Huymanitarismo
A perspectiva dos pbilosophes foi permeada Por um espirito h
em parte se devia, sem divida, & compaixao crista. Es ie Diere
nos atagues a tortura — fregiientemente utilizada
em
como meio de se obterem confissêes —, as PUNIGOes cruéis
a gu
dos os criminosos, 3 escravidao e & guerra. O humanitari ne
em submer
apolava-se na convicc3o de gue a natureza humana era e
| e gue os seres humanos eram capazes de sentimentos b
| a0S OUTTOS.
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Em Dos delitos e das penas (1764), Cesare Beccaria
(1738- 1794), crim;
IE ta € @conomista ita
f liano, , inspir adado em parte por Montesguieu, Pl
INSpir
Ogls-
conde
rura COmo uma norma [desumana] apropriada a Nou a tor-
um canibal'
trarava-se de uma forma irracional de se determinar a '- Segundo de
Culpa ou a nocëncia, pois
uma P pessoa inocente, ) iAEApas de SEER is si APO
ti e "
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NIas da tOrtura, tra4 Confessar
id duaidguer co1$a, e um €riminoso com alto limite de toler&
ncia 3 dor ser tsentado
Influenciados pela obra de Beccaria, Os juristas, legisladores
e ministros de men.
j talidade reformista passaram a exigir gue se eliminasse a tortura dos cédigos pe-
E nais, e varios paises europeus a aboliram no século XVIIL.
j | Embora nao fossem pacifistas, os philosophes denunciaram a guerra como bar-
ii b4rie e uma afronta 3 raza0. Consideravam-na um flagelo promovido por monar-
j cas sedentos de poder e apoiado por dlérigos fandticos, militares cruéise plebeus
tgnorantes. Em GC4ndido (1759), sua obra-prima literdria, Voltaire ridiculariza os
rituais da guerra. O verbete “Paz” da Enciclopddia descrevia a guerra como
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Se um comércio dessa natureza pode ser justifscado por um principio moral, entdo ndo hd
“Time, por mais atroz gue seja, gue ndo possa ser legitimado (...) Nem os bomens nem sua
liberdade podem ser objetos de comércio; ndo podem ser vendidos nem comprados (...) Nao
hé Pportanto, nenbuma dessas infelizes pessoas consideradas unicamente como escravos gue
nio tenha o direito de ser declavada Gvre
Preferiria mil vezes ter uma mora inculta, criada com simplieidade, dy
letrada e espirituosa gue fizesse de minba casa um circulg literdrio € nel se dg instalas
HE HUMa daa
presidente. Uma mulher perspicaz é um castigo para seu marido, seus Blbos alaste rg 10
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seus criados, para todos. Da arrogante altitude de seu génio, elg despresa lodge “mige,
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te popularidade desses ideais nio poderia escapar as mulheres, gue K
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avaliar sua condigao por eles. Além disso, esses ideais eram, por natureza, ex 3
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missao das mulheres e contra as limitadas oportunidades gue Ihes eram ofereei-
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mulheres gue elas “fossem excluidas de participarem dos direitos naturais da hu-
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manidade”?'.
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Eronomia do laissez-faire
Em A rigueza das nacêes (1776), Adam Smith (1732-1790), professor de lo
sofia moral na Escécia, atacou a teoria do mercantilismo, segundo a gual a 1
gueza de um Estado era determinada pela guantidade de ouro e prata du€ po*
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suia. De acordo com essa teoria, para formar suas reservas de metais preciosos, %
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com outras nacêes por uma cota dos escassos recursos mundiais. Smith sd
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mentava gue a verdadeira base da rigueza de um pais era medida pela guanr r
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A ascensio da modernidade 309
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t e u m a n a ( 1 7 9 4 ) , d e a u t o r i a d e M a r i e J e a n A n t o i ne Nicolas Ca-
gresso da me n h
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s d o r c e r 1 7 4 3 - 1 7 9 4 ) — s i n t e t i z o u a v i s a o g u e o s P h i l o s ophes
ritat, marguê de Con (
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d t i c o , t o r i a d o r a c i ë n c i a e u m d o s c o l a b o r a d o res da
inham do futuro. Matem his d
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favor da rolerência religiosa e da abo-
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Enciclopédia, Condorcet fez campanha em
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lico da escravatura. Durante a Revolugdo Francesa, atratu a inimizade do parti-
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do jacobino dominante e, em 1793, foi forcado a se esconder. Refugiado em
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Paris, escreveu seu Fsboco. Detido em 1794, morreu em sua primeir noite na
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, u s t i o v e n e n a m e n t o a u t o - i n d u z i d o . Em #sboro, Condorcet
priso de exa ou en
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n a l t e c i a o s r e c e n t e s a v a n c o s n o c a m p o d o c o n h e c i m e n t o, gue permitiram a ra-
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730 “remover seus grilhêes [e] libertar-se” da superstigao e da tirania. Asseve-
nte a confianca dos iluministas na razao e na ciëncia, Con-
rando entusiasticame
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dor c e t ap r e s e n t o u a
um te o r i a s o b r e o c o n t i n u o e i n c e s s a n t a p r i m o r hu-
mano. Apontou para uma futura idade de ouro, caracterizada pelo triunfo da ra-
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za0 e da liberdade.
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Nossas esperangas com relacio & fautura condicao da raa bumana podem ser agrupadas em
Hrés tdpicos importantes: a abolicio da desigualdade entre as nagoes, 0 Progresso da igual-
dade dentro de cada nacio e a verdadeira perfeiczo da bumanidade (..)
Epoca vird, portanto, em gue o sol brilhard apenas sobre os bomens livres gue ndo reco-
nbegam nenbum outo mestre além da raadi0; em dgue os Hranos e os escravos, os padrese
sus instrumentos estuipidos e hipdcritas existirio somente nos livros de bistéria € no palco;
ë pensaremos neles apenas para lamentar suas vitimas e seus crédulos; para nos manter
vigilantes ao lembrar de seus excessos; e para aprender a reconhecer e entdo destruir, pelo
Poder da razdo, as Primeiras sementes da tHrania e da supersti(do, caso ousem ressurgir
entre nos.”
" ee nio eram sonhado res de olhar vago. Sabiam gue o progres-
drie ee e reverstvel. Candido, de Voltaire, foi um protesto contra o
Andaed 'gENuo gue negligenciava o poder inexordvel da mesguinhez, da igno-
* da wractonalidade humanas. “Choremos e lamentemos a sorte da filoso-
' 1a”, ES ë di
oe -TEveu Diderot.
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Pregamos sabedoria aos surdos €e na verdade ainda esta-
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através; das trêsidmil Gamilhas de oceano, estava lutando com 2 €NVlar Suprimentos
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Constituigao dos Estados Unidos criou uma reptiblica na gual o poder emanava
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Despotismo esclarecido
Os philosophes usavam o termo despotismo esclarecido em referência a ma
compartilhado por muitos deles: o governo por um monarca forte dU€ ' -
mentasse reformas racionais € removesse os obstéculos & liberdade. Alguns
narcas do século XV1II — Frederico, o Grande, da Prussia; Catarina, :
Ruissia, Carlos 111 da Espanha; Maria Teresa e, numa extensêo maior
José TT, da Austria; e Luis XV da Franca —, auxiliados por seus mInIStrOS,
instituiram reformas educacionais, comerciais€ religiosas em sEuS paises. oa
As reformas implantadas pelos déspotas esclarecidos apoiavam-s€ -Did vel”
preensao de gue a disputa pelo poder na Europa exigia uma ad ministragdo oi al
eficiente € um ENOrme volume de FECUursos financeiros. Esses go. ee ,
BERK namental
Etes designaram funciondrios capazes para supervisionar seus reinos elim
si 'Gfierosa CoOrrupgao € coletar tributos. Fortaleceram a economia incent!
Dansde comercial mediante a redugao de taxas sobre as mercadorias * He
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servidao ou, pelo menos, melhoraram a condicio de vida de seus ser-
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ocidental, a servidao tinha praticamente desaparecido.) Cria-
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turezae da sociedade. Examinaram criticamente a autoridade e a tradigao e valo-
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rizaram a Ciëncia e a tecnologia como meios de promover o aprimoramento da
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raca humana. Acima de tudo, buscaram libertar a mente das correntes da igno-
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rência e da superstig#o e salvar as pessoas da intolerincia, crueldade e opressao.
Gracas a seus esforcos, a tortura (endossada e praticada pelos Estados e pelas igre-
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jas cristas) foi finalmente abolida nas terras do Ocidente, e a tolerincia religiosa
ea liberdade de expressio e imprensa tornaram-se normas aceitas. OS argumen-
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tos gue os philosophes reuniram contra a escravidao foram utilizados por agueles
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gue combateram o comércio de escravos e exigiram sua emancipagao. O pensa-
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mento econêmico do Iluminismo, sobretudo A rigueza das nagoes, de Adam
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Smith, deu apoio teérico a uma economia de mercado baseada na oferta e procu-
ra — perspectiva gue fomentou a expansio comercial e industrial. Além de de-
nunciarem o despotismo, os pilosophes também defenderam os direitos narurais,
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a 1gualdade perante a lei e o governo constitucional, gue sio os principais alicer-
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pen éncia articulou de modo claro os principios bésicos de John Locke: gue
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terrena, e el
ram uma teoria do progresso humano due prescindia do a Wil abor,
io diving.
Sem divida, a promessa do Iluminismo nao se CUMPri u. Est
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tos maus negros. Os problemas de raga, de classes, nacionalismo, tédio e desespero em mei
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a fartura emergiram guase como em desafio a filosofsa dos philosophes. Presenciamos bar
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rores, € podemos ainda presenciar horrores, gue os bomens do Iluminismo néo conhecerm
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nem em pesadelos.”
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Nem por isso, contudo, a realizagio dos philosophes perde importência. Seus
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Notas
Nova
1. Galileu Galilei. 7e Starry Messenger, in 6. Thomas Paine . The Age of Reason d
Discoveries and Opinions of Galileo. Trad. York, Eckler, 1892, p. 5. To?
e org. por Srillman Drake. Garden City, 7. Citado em Paul Hazard. European Ek
BE N.Y., Doubleday Anchor Books, 1957, in the Eighteenth Century je” ;
Hi p. 21. Yale University Press, 1954, p. | ) Cor
Bi. 2. Galileu Galilei. 7fe Assayer, in Discove- 8. Jean-Jacagues Rousseau. The di pk
ries and Opinions, pp. 237-38. act, in The Social Gpree H Cole:
3. Galileu Galilei. “Letter to the Grand Du- COUreES. Trad. é Org. por G. D. ! cap:
Nova York, Dutton, 1950. Livro 4:
chess Christina, in Discoveries and Opi-
nions, p. 183. 1 ma. ef
4. Cirado em Frank E. Manuel. Age of Rea- 9. EE em Peter Gay. The Bel j
son. Ttaca, N.Y., Cornell University Press, An Interpretation, vol. 2, The 96e
RE, 1951, p. em28. Ben Ray Redman Freedom. Nova York, Vintag€ Boo”
bi YS. Citado (org,). The p. 170. F yd
si
n
!
j
yt ad
A ascensdo da modernidade lS
ed
Can-
se
A 30 .
a n d , in 18. Extraido de 1Pid., pp. 229-30.
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83,
to
etter Wyne. M . B e r t r
1 eeh d and “ Omber
NN
al Vera
Org. por Has- 19. Citado em Bonnie $. Anderson e Judich
Bi
ee
'
Li- P Zinsser. A History of Their Own. Nova
Eg De
Modern
ry. ee
Block. Nova York,
-
EE
vet York, Harper & Row, 1988, 2:1 13.
6, p. 925.
z
20. Jean-Jacgues Rousseau. File. Trad. por
d
Voltaires Politics.
EI
12 me er Gay.
Barbara Foxley. Londres, Dent, Every-
4 ers gek
House, Vintage
| Nova York, Random
TEE
mans Library, 1974, p. 370.
Pa
Books, 1965, p: 71.
t e p h e n J. G e n d z i e r ( o r g. € 21. Mary Wollstonecraft. Vindication of the
13. Citado em S
n i s D i d e r o t : T h e E n c y c lopedia Rights of Woman. Londres, Dent, 1929,
rad.) . D e
a Y o r k , H a r p e r T o r c h b o o k s, pp. 11-2.
Selections. Nov
22. Antoine Nicolas de Condorcet. Sketch
EE
1967, p- OV.
for a Historical Picture of the Progress of
14. Ibid. p. OV
ARE
tr ai do de Ge nd zi er . Di de ro ts En cy clo- the Human Mind. Trad. por June Barra-
15. Ex
pedia Selections, p. 199. clough. Londres, Weidenfeld & Nicho-
Cesare Beccaria. On Crimes and Punisb-
las, 1955, pp. 124.
dd EN N DA
16.
ments. 'Trad. por Henry Paolucci. In- 23. Ibid., pp. 173-79.
| my '|
dianapolis, Library of Liberal Arts, 1963, 24. Citado em Gay, The Enligbtenment, 1:20.
MY TE
E
p. 32.
Sugestoes de leitura
er
Anchor, Robert. 7he Enlightenment Tradition Commager, Henry Steele. 7he Empire of Reason
IEEe
(1967). Um exame uil. (1977). O Huminismo nos Fstados Unidos.
EE
Andrade, da C. E. N. Sir Isaac Newton (1954). Drake, Stllman. Galileo (1980). Escrito por
Conciso e cdlaro. uma das principais autoridades no assunto.
EE
EET
Armitage, Angus. 7he World of Copernicus Gay, Peter. 7he Enlightenment: An Interpre-
N
#ation, 2 vols. (1966). Estudo exaustivo.
ia
(1951). Boa discuss&o sobre a anriga astro-
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nomla € o nascimento da nova. Hampson, Norman. 7he Enlightenment (1968).
Brumfit, |]. H. The French Enligbtenment Exame tril.
(1972). Exame tril. Rosen, Edward. Copernicus and the Scientific
Cohen, I. B. Tie Birth ofa New Phbysics (1960). Revolution (1984). Escrito por uma reco-
Estudo cldssico. nhecida autoridade no assunrto.
Ouestêes de revis&o
L Fi due maneira a Revoluc&o Cie' nrifica 5. Por gue os philosophes atacaram o €ristia-
ransformou a visio medieval do uni- NISMO?
verso?
2 Di ar 6.Em gue sentido Volraire exemplifica os
€reva as principai s realizacêes de Co- philosophes
: ee Kepler, Galileu e Newton. 7,Compare e estabelega distingêes entre o
U ais
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foram as contri' buicêe
j
s da Revolu- pensamento politico de Hobbes e Locke.
s Cientifica para a formac5o da menta- Por gue Locke é considerado um precur-
. (dade moderna? sor do liberalismo?
- Por gue se di 2 gue o século XVIII é
a era 8. Por gue Rousseau é considerado um teë-
F
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lluminismo?
rico da democracia? Ouais sao as criticas
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CJuais foram
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os antece-
CNtes do Iluminismo?
a seu pensamento polirico?
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1789-1914
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Cidadao (1789)
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., Reflexoes sobre a violên
, CAPITULO 11
A Era da Revolucao Francesa:
afirmacao de liberdade e If
igualdade
1 deflagragao da Revolugao Francesa, em 1789, estimulou a imaginagao
dos europeus. Tanto os participantes do movimento como seus observa-
dores sentiam gue estavam vivendo numa época crucial. Sobre as ruinas
da Velha Ordem, baseada no privilégio e no despotismo, formava-se uma
nova era gue prometia realizar os ideais do Iuminismo. Fsses ideais in-
cdlufiam a emancipacio do individuo da superstigao e tradigao, a viréria Ë
da liberdade sobre a tirania, a remodelacao das instituicêes de acordo
com a razio ea justica e o fim das barreiras & igualdade. Parecia gue os
direitos naturais do individuo, até entio um ideal remoto, passariam a
reinar sobre a terra, acabando com séculos de opressio e miséria. Nunca |
antes as pessoas haviam demonstrado tal confianga no poder da inteli-
géncia humana de criar as condicêes de existência. Nunca antes o furu-
ro parecera tio cheio de esperanas. “* ,
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O Antigo Regime
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A sociedade francesa do século XVIII estava dividida em três ordens, ou esta- pure,
O primeiro estado
Os poderes€ privilégios da Igreja carélica francesa faziam dela um Estado den-
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stado. Como havia feito durante séculos, a Igreja registrava nascimenrtos,
“aSame “OS €e mortes; recolhia tributos (um imposto sobre os produtos do
solo);
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eis ie ar die perigosos 3 religiso e 3 moral; administrava esco-
Be ae €Smolas aos. pobres. Embora suas terras gerassem. uma renda
`* *Breja nao pagava impostos. Em lugar deles, fazia uma “doagdo livre”
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idéias reformistas do terceiro estado.
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O segundo estado
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suas propriedades, os nobres comegaram a envolver-se cada vez mais com ativi-
dades nao aristocrdticas, como negécios banc4rios e financeiros. Os nobres em
os principais patronos das artes. Muitos pbilosophes importantes — Montesguieu,
Condorcet, d'Holbach — eram nobres. A maioria dos membros da nobreza, po-
rém, nao via com bons olhos as idéias liberais dos iluministas.
Nem todos os nobres eram iguais. Havia graduacëes de dignidade entre os
350 mil membros da nobreza. Os nobres de espada — familias gue podiam re
montar suas origens aristocrdticas a muitos séculos antes — desfrutavam maior
prestigio. Os mais altos entre os nobres antigos ocupavam-se da atividade social
em Versalhes e Paris, recebiam pensêes e sinecuras do rei, desempenhavam pot
cos servicos titeis ao Estado. A maioria dos nobres de espada, incapaz de manter
a vida dourada da corte, vivia em suas propriedades na provincia, e os mals po”
bres entre eles mal se distinguiam dos camponeses mais présperos.
Ao lado dessa nobreza antiga havia surgido uma nobreza nova, criada pela yt
narguia. Para conseguir dinheiro, recompensar os favoritos € enfraguecer a ii
ga nobreza, os reis franceses haviam vendido titulos de nobreza a membros Me
burguesia e conferido a condicëo de nobre a certos cargos governamenta* !
prados pelos burgueses ricos. De particular significagao eram OS nobres an
cujas fileiras inclufam muitos ex-burgueses gue haviam comprado cargos JV
rios nos parlements, os tribunais superiores de justica. ss : libe
Os aristocratas tinham opiniëes divergentes. Influenciados pelos ideas gue”
rais dos philosoph es, alguns nobres tentaram implanta r reformas na Fear
riam pêr fim ao despotismo real e estabelecer um governo constituclon ms
ponto, os nobres liberais tinham muito em comum com a burguesië- vy ins”
dificuldades do rei em 1788 como uma oportunidade de recuperaf * na” realis
talando no poder uma lideranga esclarecida. Ouando resistiram 3S polidea
declararam estar se opondo ao despotismo real. Muitos nobres, porém:
- des em preservar seus privilégios e honrarias, mostraram-se hostis a0s !
s@opuseram-se 3 reforma.
O Ocidente moderno 32] ifi
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—
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er Cronologia 11.1 * A Revolugao Francesa
O terceiro estado
O terceiro estado era formado pela burguesia, pelo campesinato e pelos traba-
Ihadores urbanos. Embora a lideranca da Revolugo rivesse saido dos guadros da
burguesia, o éxito do movimento dependeu do apoio proporcionado pelo resto
do terceiro estado.
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O Ocidente moderno 323
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diaristas, jardineiros, entregadores e ou-
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ndui stri as € assa lari ados com o os
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A miséria dos pobres urbanos,
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eram pagos pelas pessoas a guem serviam.
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em fins do século XVIII. De
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a do s cam pon ese s assa lari ados , se agr ava ra
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, o cust o de vida aum ent ou em 62%, enguanto os saldrios subiram
1785 a 17 8 9
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da Revolucao, os trabalhado-
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apenas 22%. Durante praticamente roda a década
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S€ man ter vivo s, dian te da esca ssez de ali men tos e do
es urbanos luraram para bdsi co, o pao. As
rme nte do prec o de seu ali men to
,umento dos pre€os, particula
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os pob res urb ano s a aros de viol ênci a
Aificuldades materials levaram
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am o curso da Revolugao.
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ef ic ie nt e € d e s o r d e m fi na nc ei ra
Administracdo in
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a e inef icie nte. A prdrica de
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adm ini str aca o da Fra nga era com ple xa, con fus
-
A
ou em mui-
comprar Cargos do rei, adotada como meio de levantar dinheiro, result
as de uma
tos fanciondrios incompetentes. As tarifas sobre as mercadorias enviad
provincia para outra e Os diferentes sistemas de pesos e medidas dificultavam o co-
mércio. Nao havia um cédigo tinico de leis aplicivel a todas as provincias; pelo
contrério, os sistemas legais baseados no antigo Direito Romano ou no direito con-
suetudindrio feudal, se sobrepunham e conflitavam entre si, tornando a adminis-
tracio da justica lenta, arbitriria e injusta. Para os admiradores dos filésofos, o sis-
tema administrativo era um insulto 3 razao. A Revoluc#o acabaria com ele.
A desordem financeira contribuiu também para a debilidade do Antigo Re-
gime. Nos seus dltimos anos, o governo nio conseguia levantar fundos suficien-
tes para cobrir as despesas. Em 1787, ainda estava pagando a enorme divida pro-
vocada pelas guerras de Luis XIV. Os custos das guerras sucessivas durante o
século XVIII, particularmente a ajuda francesa aos revolrosos norte-americanos,
aumentaram consideravelmente o débito. Os presentes e as pensêes do rei aos no-
bres da corte e a extravagante vida cortesê contribuiram para esgotar ainda mais
0 tesouro.
As Hinangas estavam arruinadas ndo sê porgue a Franga se havia empobrecido,
ae iewe a um sistema fiscal ineficiente e injusto. A crise financeira,
buise eens po eria re resolvida se 0 clero, a nobreza € a burguesia contri-
guns minieeo , parcela justa de impostos. Com a Franga a beira da falência,
ede er Co rel propuseram guea nobreza € a Igreja abrissem mao de al-
'ëncia, Alguns PR fiscais, mas as ordens privilegiadas opuseram resis-
ogativas da Ge ak vee porgue eram defensores intransigentes das prer-
nidade de oonbor OS om (berais resistiam porgue viam enrao uma oportu-
oUperara naas o absolurismo e introduzir reformas fundamenrtais para re-
aG30.
ae ew Re ie forgou o governo, em julho de 1788, a COnvocar uma
ira pela Gina vere m EG uma assembléia representariva medieval due se reu-
ir nudo de 789. er para trarar da crise financeira. Fla deveria se reu-
““ndiam enfra - LErtos de gue dominariam os Fstados Gerais, os nobres pre-
duecer o poder do trono. Ouando tivessem o controle do governo,
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' séeu lo XVII I, torn ou-s e cada v i s dific; uesi .
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Hais respeitados. A aristocracia decadente e reacjondria, por sua VEZs TT”
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O Ocidente moderno 325
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s poderes du€ havia perdido durante o reinado de Luis XIV. Através dos
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htos, OS aristocratas veraram as reformas propostas pelo rei gue ameaga-a
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: fileiras.
te rm in ag io da no br ez a em sal vag uar dar seu pod er e exc lus ivi dade social
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-hocou-se de (rente com as aspiracoes da burguesia abastada, ralentosa e progres-
sista. Barrados em sua ascensao na mobilidade e dignidade sociais, os burgueses,
impregnados com a perspecdlva racional do Iluminismo, passaram a ver os no-
causa
bres como um obstéculo a seu avanco e ao progresso da nagao. A principal
4a Revolucëo”, conclui o historiador francés Albert Soboul, “foi o poder de uma
burguesia gue, tendo chegado & maturidade, viu-se confrontada por uma aristo-
sacia decadente gue se agarrava tenazmente a seus privilégios.”' Assim, guando
epcontraram a oportunidade durante a Revolugio, os burgueses acabaram com a
divis3o legal da Franca em ordens separadas.
Recentemente, alguns historiadores contestaram essa interpretag&o. Esses revi-
sionistas alegam gue, antes de 1789, os nobres e a burguesia nao constituiam dlas-
ses antagénicas separadas por diferengas nitidas. Ao contririo, nao era possivel
tracar uma distincio clara entre eles. Os burgueses aspiravam & condigao de no-
bres, e muitos nobres estavam envolvidos em atividades tradicionalmente consi-
deradas como territério da burguesia — mineracëo, metalurglia, téxteis e compa-
nhias de comércio ultramarinas. Abandonando o tradicional desprezo aristocrd-
tico pelos negécios, muitos nobres haviam desenvolvido a mentalidade capiralista
associada 3 classe média. Alguns deles compartilhavam com a burguesia os valo-
res liberais dos ppilosophese o desejo de abolir o despotismo mondrguico e refor-
mar a Franga segundo padrêes racionais. Assim, os nobres franceses, sobrerudo
os gue viviam nos centros urbanos ou viajaram para a Gra-Bretanha e as colênias
norte-americanas, eram receptivos tanto aos novos meios de vida guanto as idéias
Progressistas.
| Além disso, a nobreza da Franca era constantemente revigorada com a admis-
“ao de novos membros vindos da fileira debaixo. Ao longo do século XVIII, mi-
hares de burgueses, mediante casamentos, aguisigao de cargos ou servicos como
de locais — prefeitos, por exemplo — haviam obrido titulo de nobreza.
eiser o historiador inglês William Doyle, “a nobreza era uma elite aber-
uma classe hereditdria reservada. Tampouco se pode afirmar agora gue
ESSa el; ;
ee elite COrNou-se menos aberta no decorrer do século XVIII gragas a alguma
4640 aristoerdtica' exclusiva”s.
TN
326 Civilizacio ocidental
tam as reformas dos ministros reais porgue duvidavam da Capaci" dade ES resjs-
de
tado despêtico e incompetente para solucionar a crise financeira. certooe
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vla aristocratas interessados apenas em agarrar-se a seus privilégios, mas
ie
" rambém aspiravam a servir o bem comum, instituindo mudangas estruturai -
ie libertassem a nagao do dominio despêtico e ineficiente e introduzisse reformas
no sistema financeiro e administrativo. Foi o desejo de implantar mudangas es-
sencials na vida polirica da Franga, afirmam os revisionistas, gue levou os nobres
a Insistirem na convocacio dos Estados Gerais.
EE n Pa 3 velmente
Teunirem separadame€nte e votarem por ordem. Visto gue, Prov
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O Ocidente moderno 327
Formacao da Assembléia Nacional, por Jacgues Louis David (detalhe). Com a instalagao da
Assembléia Nacional em junho de 1789, o terceiro estado vitoriosamenre contestou a nobreza &
desafiou o rei. Nesta pintura celebrando o acontecimento, um aristocrara, um clérigo e um
plebeu se abracam diante da animada Assembléia. Versalbes/Cliche des Musëes NaHonaux
4 dd M
u)
) ” . - i Or b
io Luis XVI, influenciado aparentemente pelos aristocratas da corte ese Urgueses,
si
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forga contra a Assembléia Nacional para conter a incipiente revolu VEU usara
7 ê
st altura, os levantes dos plebeus em Paris e dos CAMponeses na drea Re” Fi €Ssa
“ia “1 dades entre o terceiro estado ea ee
ii a Assembléia,' exacerbaram as hostili salv
ieAE
parisiense gastava 50% de sua renda em pao; em julho de 1789, estava gastando
“e
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80%. Um terceiro elemento na tensio era o medo de uma conspiragio dos aris
deed
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AE
Ti
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f-
O Grande Medo
A revolug&o no campo também serviu aos interesses dos reforma€adores. 1oë
ritados com a miséria econêmica e estimulados pelos levantes dos parisiensé
camponeses comegaram a atear fogo As casas senhoriais e destruir OS registiO*
guais se encontravam descritas suas obrigag6es para com os senhores en
das insurreicêes dos camponeses foram aticadas ainda mais pelos rumor ds
OS aristocratas estavam organizando bandos de salteadores para aracA-los
COIM9
posto exército de salteadores nunca se materializou, mas o Grande Medo”
eitan”
EE ees ficou conhecido esse episédio — levou mais Camponeses a se armarem. ousP
ead
O Ocidente moderno 329
Os dias de outubro
Luis XVI, vendo com frieza essas reformas, adiou a
agosto ea Dedlaragao dos Direitos. Foi necessrio um 4PTOVaG30 dos deeretg. .
sienses para obrigar o rei a concordar com as reforma S€gundo leva
S e oficializar 4 Vl
reformadores. t6ria dos
Em 5 de outubro de 1789, homens e mulheres
de Paris cam;
20 guilêmetros até Versalhes, para protestar pela falta de pio, di
bléia Nacional e do rei. Poucas horas depois, 20 mil guarda
s pa ie
zantes da Revolugio, marcharam sobre Versalhes em APOiO aos
O rei nao teve alternativa sendo prometer pao e voltar com os AU€ Protestavam.
manifestantes para
Paris. Ciente de gue n4o tinha o controle da Populagëo pa
risiense e temend,
mais violências, Luis XVI aprovou os decretos de 4 de agosto
e a Declaraciod
Direitos do Homem e do Cidadao. Os nobres gue haviam
pressionado o EE
cmpregar a forga contra a Assembléia e tentado impedir as ref
ormas abandona
ram o pais.
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Er
As reformas da Assembléia Nacional
Enfraguecida a resistência, a Assembléia Nacional continuou o trabalho de
reforma iniciado no verao de 1789. Suas reformas (resumidas abaixo) destruiram
o Antigo Regime.
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O Ocidente moderno
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os bispos € MY oi Ë uma guestio emocional para con-
dversérios da Revolu gio
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(ranceses € des:u a0s ?
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a a Fra nga . Em set emb ro de 179 1, a Ass
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dos os franceses jgualdade de tratamento
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para substituir ` Assembléi
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sufrêgio eram, na C o
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Bretanha. é i a c i o n a l s u b s t i t u iu a
r a t i v a s e j u d i c i d r i a s . A A s s e m b l N a
5, Reformas administ
os das uni dad es pro vin cia is por 83 nov as uni dad es administrati-
solcha de retalh ref orm as
ap ro xi ma da me nt e co m o me sm o ta ma nh o. As
vas, ou departamentos,
le me nt ar am as mod ifi cac êes adm ini str ati vas . Um sis tem a pa-
judicidrias comp
ado de tri bun ais sub sti tui u as int ime ras jur isd ig6 es do Ant igo Regime, ea
droniz
sem-
venda de cargos judiciais foi suspensa. No cédigo penal completado pela As
bléia Nacional a tortura e os castigos b4rbaros foram abolidos.
6. Ajuda & economia. A Assembléia Nacional aboliu todas as taxas e tarifas so-
bre mercadorias transportadas dentro do pas, estabeleceu um sistema uniforme
de pesos e medidas, eliminou as guildas (remanescentes da Idade Média, gue di-
ficultavam a expans&o econêmica) e proibiu os trabalhadores de formarem sindi-
catos ou fazerem greves.
Os sans-Culottes
A Revolugio também foi impelida na diresëio do
radicalisme
tamento dos sans-culottes" — peguenos negociante S, artEsaOs e€ assalar;
ie desconten.
bora tivessem desempenhado Ke
um papel significativo no MOVimento aria dos. Em.
lar na tomada da Bastilha e nos Dias de Outubro, pouco havia
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sans-culottes, dizzo o his
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oriiador
francêsê Albert Soboul, 'COmecarama ” ao
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gue o privilégio da rigueza estava tomando o lugar mpree
eh di do privilégio do ds menpa
Previram gue a burguesia substituirja a aristocracia derrot to,
ada co MO classe dom;
nante 7. Inflamados pela pobreza e pelo édio aos
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Também rejvindica-
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de ri-
gueza e pobreza.
Enguanto os homens de 1789 buscavam a igualdade de direitos, liberdadese
oportunidades, os sazs-culottes ampliavam o principio de igualdade para gue in
cluisse um estreitamento da distincia entre os ricos € os pobres. Para reduzira
desigualdade econêmica, reivindicavam tributos mais elevados para Os ricose re-
distribuig#o da terra. Politicamente, defendiam uma republica democr&rica na
gual o homem comum tivesse participag&o.
Em 1789, os burgueses haviam exigido a igualdade com os aristocratas — 0
direito de ocupar as posic6es mais honrosas do pafs e o fim dos priviléglos espe
clais da nobreza. Ao final de 1792, os sams-culottes estavam exigindo a jigualdade
com a burguesia. Oueriam reformas politicas gue dessem aos pobres uma VO no
governo e reformas sociais gue melhorassem sua sorte.
Apesar das pressêes exercidas pelos nobres reaciondrios e pelo clero; de um
lado, e pelos sams-culottes descontentes, de outro, a Revolucio poderla n4% Ve
seguido um caminho radical se a Franga tivesse permanecido em pa A guer”
com a Austria e a Prdssia, em abril de 1792, exacerbou as disseng6es ingere
agravou as condic6es econêmicas e ameacou desfazer as reformas revoluer
rias. Foi nessas circunstências gue a Revoluc&o passou de uma fase moderê j0
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para uma fase radical, gue os historiadores chamam de Segunda Revolu”
Francesa.
OE Sans-culortes significa,
literalmente, “sem Culotes” se As pessoas du€ nao
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vos; tais como as gue distingu
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iam os aristocra tas antes da Revolucao.
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A execucëio de Luis XVI. O rei morreu
com dignidade. Suas ulrimas palavras
foram: “Perdêo meus inimigos; confio
gue minha morte serd para a felicidade
do meu povo, mas lamento pela Franga,
e temo gue ela possa sofrer a ira do
Senhor.” GiraudonlArt Resource, NY
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, dominante na Convencio Nacional. Os girondinos apoiavam um go-
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fentar a necessidades da guerra e da crise econêmica. Esse Glrimo ponto
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-rucial e conguistou para eles o apoio dos sams-culottes. Em 2 de junho de 1793,
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serca de 80 mil sans-c ulotte s armad os cerca rama Conve ngdo e exigir
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guerra civil, especialm
e a inv asê o ext ern a. Viv iam co m o me do ter riv el de gue , se fal hassem,
dos portos
Rev olu cëo pel a lib erd ade e pel a igu ald ade per ece sse . So me nt e um a lideranca
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var a rep ibl ica . Ess a lid era nga foi pro por cio nad a pel o Co mi ré de
forte poderia sal
Seg ura nca Pdb lic a, gue org ani zou as def esa s nac ion ais , sup erv isi ono u os min is-
tros, ordenou prisêes € impês a autoridade do governo central em toda a naGao.
Os jacobinos continuaram o trabalho de reforma. Uma nova constituicio, em
1793, expressou seu entusiasmo pela democracia polirica. Ela encerrava uma
nova declaracëo de direitos gue afirmava e ampliava os principios de 1789. Con-
cedendo a todos os homens adultos o direito de voro, superou as objegoes dos
sans-culottes & Constituicio de 1791. Devido, porém, as ameagas de invasao e as
revoltas, a implementacio da nova constiuigio foi adiada e ela jamals entrou em
vigor. Abolindo a escravid3o nas colênias francesas € a prisao por dividas, e fazen-
do planos para a educacio piblica gratuita, os jacobinos revelaram seu humani-
arismo e sua divida para com os filésofos. Para conter a inflacio e conguistar o
apoio dos pobres — ambos necessérios ao esforco de guerra —, os jacobinos decre-
taram a lei do mdximo, gue fixou os precos do pio e outros artigos essenclals €
elevou os saldrios.
A nacio em armas
N n a invasio estrangeira, os jacobinos, numa decisao gue foi pre-
convoc aram os homens solteiro s entre 18 e
YS ahoe Nobliraesee ie moderno, nacionais, injeraram no exército Oo amor
bela ie - i mi todos os recursos
€monst ragio nordvel de capacid ade adminis trariva , prepara -
ram um si ps
Boe ito de mais de 800 mil homens. Ao criar a nagdo em armas, os jaco-
epdbliea Ee rambém da guerra moderna. Os cidadaos-soldados da
oficiais gue haviam demons trado sua capacid ade no
Campo de balk ndados por
pelos ideais de liberda de, igualda de e fratern idade,
COnseguiram v - Ry. de ados € junho de 1794, os frances es derrota-
"AM as tropas ea ecisivas . Em maio
frontei ra setentr ional; em fins de julho, a
ran€a se RE a$ na importante
a senhora triunfante da Bélgica.
GIBLIOTECA POBLICA MUNICIPAL
Pe. ARLINDO MARCON BDATNEFF * MEN YT.
336 Givilizacio ocidental
A Liberdade arm
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ee golpeiaa Cetro d;
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PUY, €. 1793.
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para substituir
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Raz&o. Bibliothegu
Nationale, Paris £
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ia. “O cidadzo ie
ce, vive € morre pela pdtria” — essas palavras estavam escritas em lugares
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para serem lidas e meditadas por todos. Os soldados da Revolucso lutavam nio
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por dinheiro nem pelo rei, mas pela nacao. Poderia esse sentimento intenso de
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1794), gue tinha uma fé fervorosa na justeza de suas convicgoes € dedicaao "9
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“gue devem ser perseguidos por todos, na0 como inimigos comuns,
Repdblica
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A lideranGa jacobina, com Robespierre desempenhando um papel-chave, in-
sestiu ConEra agueles due considerava inIMIgos da republica — girondinos gue
autoridade jacobina; federalistas contrdrios a um governo central
Jesafiavam a
Paris; padres e nobres contra-revoluciondrios e seus partiddrios campo-
forte em
gue escondiam alimenrtos. Os jacobinos buscaram até mes-
hesesse aproveitadores
ardor dos sans-culottes gue lhes haviam dado poder. Temendo
no disciplinar o
enfraguecesse a autoridade central e promovesse a anar-
gue sua espontaneidade
de Robespierre dissolveram suas sociedades. Também execu-
guia, OS partidArios
sams-culottes conhecidos como enragés (literalmente, loucos) gue
ram os lideres
insurgir-se contra o governo jacobino e pressionavam por mais retor-
ameacavam
do gue os jacobinos pretendiam. Os enragés guerlam estabelecer limi-
mas sociais
as rendas e para o tamanho das fazendas e dos negécios — politicas con-
tes para
sideradas demasiado extremistas pelos partid4rios de Robespierre.
Robespierre € seus companheiros jacobinos nao fizeram do terror uma politi-
ca deliberada porgue estivessem sedentos de sangue ou enlouguecidos pelo po-
der. Buscavam estabelecer uma ditadura tempordria na tentariva desesperada de
salvar a repdblica e a revolugëio. Profundamente dedicados a democracia republi-
cana, os jacobinos consideravam-se como defensores de uma fé superior. Como
todos os visiondrios, Robespierre estava convencido de gue conhecia o caminho
certo, gue a nova sociedade por ele imaginada beneficiaria roda a humanidade e
gue os adversdrios de sua implementagio nao eram opositores apenas, mas péca-
dores gue tinham de ser liguidados para o bem de todos
Para julgar os suspeitos, instalaram-se tribunais especiais em Paris e outras ci-
dades. Os procedimentos eram executados com rapidez, e a maior parte dos jul-
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unidade; n anarguia.
a Franca pelos partidrios de Robespierre, eeé provivel gue a re-
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' PUblica tivesse desmoronado sob os golpes conjuntos da invasio externa € da
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olugao Francesa e a validade da concepgioE gue o Iluminismo tinha do
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chado e subvertido esses ideais com seu zelo excess 1vo? Mo “140, mans
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nagao, criando a mistica da pdtria, impondo o governo ditatorial e s
st * # - # . ”
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d O ode
A gueda de Robespierre
sentindo na propria nuca o frio da lAmina da guilhotina, os adversirios
de
Robespierre na convengio ordenaram sua prisio ea de alguns de seus partidi-
rios. Em 28 de julho de 1794, 9 do Termidor, segundo o novo calend&rio rep
blicano, Robespierre foi guilhotinado. Apés sua morte, a m4guina da repdblic
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conhecida como termidorianos até fins de 1795, nio guis mais saber dos jacobi-
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seu poder politico — porgue teria permitido as pessoas comuns uma considerdvel
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Napoledo nasceu €M 15 de agosto de 1769, na ilha da Cérsega, filho
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arilharia: as guerras da Revolug#o Francesa proporcionaram-lhe a opor-
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Francés na Irélia. Na Irdlia, contra os austriacos, Napoleëo demonstrou surpreen-
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sonhecido somente o sucesso, nada lhe parecia impossivel. Napoleao senti
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estava destinado a grandeza.
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Fm 1799, enguanto liderava um exército francés no Egito, Napoleao decidiu
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'etornar & Franca € manobrar para chegar ao poder. Aliou-se a uma conspiragao
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para derrubar o Diretério e criou um gabinere execurivo composto por trés con-
sules. Como primeiro-cênsul, Napoleëo monopolizou o poder. Em 1802, foi
nomeado primeiro-cênsul vitalfcio, com direito a designar seu sucessor. Em 2 de
dezembro de 1804, numa pomposa cerimênia na catedral de Notre Dame, em
Paris, Napoleëo coroou-se imperador da Franga. General, primeiro-cênsul e de-
pois imperador — foi uma escalada sem félego ao cume do poder. Napoleao, gue
certa vez declarou amar o poder “tanto guanto um mrisico ama seu violino', es-
tava determinado a nunca perdé-lo.
Um déspota esclarecido
Napoleëo nao se identificava com o republicanismo e a democracia dos jaco-
binos; ele na verdade pertencia & tradicdo do desporismo esclarecido do século
XVIII. Da mesma maneira gue os déspotas reformadores, admirava a uniformi-
dade ea eficiëncia administrativas, era avesso ao feudalismo, & perseguicao reli-
Blosa ea desigualdade civil e defendia a regulamentagio governamental na indtis-
Ha e no comércio. Considerava o despotismo esclarecido como um meio de as-
““gurar a estabilidade polftica e fortalecer o Estado. Napoleëo preservou v4rias
“Onguistas da Revoluczo: igualdade perante a lei, carreiras abertas aos homens de
talento, incentivo & educac&o secular e enfraguecimento do poder clerical. Supri-
IU, no entanto, a liberdade polftica.
O Imperador foi bem-sucedido em dar & Franga um governo central forte e
administrativa. Um exército de funciondrios, submisso 4 vontade
Jormidade
N ador, chegou a todas as aldeias, ligando toda a nago. Esse Estado cen-
en erva ao desejo de Napoleëo de um governo ordenado e uma adminis-
NN Mere Prasa concentrar o poder em suas maos € proporcionou-
vies om e Os so dados necessdrios As suas guerras. Para eliminar adversd-
tlidveis, principalmente realistas€ republicanos intransigentes, Napo-
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“SOU os Instrumentos do Estado policial — agentes secreros, pris6es arbitrd-
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Coroacio de Napoleëo e Josefina, por Jacgues Louis David. Napoleio coroou-se imperador em
magnifica cerimênia. Para os emigrados e nobres franceses de roda a Europa, ele era o `jacobino
coroado', gue ameagava os privilfgios aristocrdticos e a estabilidade europdia. Louvre @ R.M. N.
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TICulo se.
nalidade: proporcionar funciondrios Capazes de aplicar suas leis , inha dup, d
dos para liderar seus exércitos e doutri nar OS jo
' vens na obedië * EClais treing.
de. Criou a Universidade da Franca,
cducagao sob control estatal. Até hoje, o sistema escola GO gue COlocavag
TE r francês é r;
te centralizado, com curriculos e padrêes fixados para todo o ak
POrosamer
As politicas econêmicas financeiras de Napoleëo
eo Ee“Se a tortalecer
Franga e aumentar a popularidade pessoal do imperador. ;
Para estimulara ECOno-
mia € conservar o apoio dos burgueses gue haviam colabora
do para gue el
masse o poder, Napoleëo auxiliou a industria, por me
io de tarifas € ae n
e estimulou o comércio (ao mesmo tEMPo gue intens
ificou os or ske
tro
pas), construindo ou reparando estradas, pontes e can
ais. Para proteger ii
da contra a inflacio fundou o Banco da Pranga, controlado
pelos princi si
financistas do pais. Abrindo as carreiras aos homens de tal
ento, endossou
das principais reivindicac6es da burguesia durante a Revolug3o. Temendo guea
falta de pao provocasse rebeliëes, proporcionou alimento a baixos precos e criou
€mpregos para os trabalhadores. Tornou-se simp4tico aos camponeses por ni
restabelecer privilégios feudais e por permitir gue conservassem as terras gue ha-
viam obtido durante a Revolugso.
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A gueda de Napoleëo
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Além da hostilidade dos pafses sujeitados, Napoleso teve de enfrencar , se
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c&o decidida da Gra-Bretanha, cujos subsidios e estimulo mantiveram vi
sistência ao imperador. Mas talvez o maior obsticulo de Napoleao fosse s do
bic&o sem limites, gue prejudicava seu discernimento. A carrelra do Ee
sofreu uma gueda gue foi da derrota ao destronamento e deste 3 deporta$
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de invadir a Inglaterra enguanto os navios de guerra ingleses domi-
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da Mancha, Napoleao resolveu sujeitar o gue ele chamava de
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ndo sua eco nom ia. S€u pla no, den omi nad o Blo-
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, za de mer cee iro s pre jud ica
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Franga com-
hrinental, foi proibir gue todos os paises controlados pela para
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s inglesas. Mas o con tra ban do de mer cad ori as
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o Crescente comércio com o Novo Mundo permitiram &4 Gra-
nenté europeu €
r da rui na eco nêm ica . Alé m diss o, o Blo- Ë
Bretanha, embora combal ida , esc apa
pals es gue dep end iam de imp ort agê es da Ingl arer ra.
gueio Continental castigava vas de Napo-
a, due €m gera l apo iav a as ref orm as soc iai se adm ini str ari
A burguesi
pelo
eo, voltou-se contra ele devido aos problemas econêmicos provocados
o, seus esf orc os par a imp oro blog ueio o lev ara m a dois erro s
blogueio. Além diss |
Ruissia.
catastréficos: a ocupagao da Espanha e a invas3o da
A ulcera espanbola
Aliada da Franca desde 1796, a Espanha foi uma decepao para Napoleao.
No conseguiu impedir gue os portugueses comerciassem com a Gra-Bretanha e
pouco contribuiu, militar ou financeiramente, para o estorgo de guerra da Fran-
ca. Napoleëio resolveu anexar a Espanha ao seu império. Em 1808, depês o rei da
Espanha e colocou seu préprio irmao, José, no trono espanhol.
Napoleëo acreditava gue os espanhêis cerrariam as fileiras em torno do décil
José e se alegrariam com suas reformas liberais. Foi uma ilusio faral. Os nobres e
o clero espanhéis temiam o liberalismo francês; a populag&io — esmagadoramente
camponesa, analfabera e crédula, muito orgulhosa, fanaricamente religiosa e fa-
cilmente manobrada pelo cdlero — via Napoleio como um agente do diabo. Leais
3 monarguia espanhola e fiéis 3 Igreja, os espanhéis travaram uma “guerra de fa-
ca” contra os invasores.
Procurando manter viva a luta contra Napoleao, a Inglaterra foi em socorro
dos rebeldes espanhêis. A intervencio de tropas britênicas, comandadas por Sir
Arthur Wellesley, futuro dugue de Wellington, levou 3 derrora final de José, em
18 13. A “alcera espanhola” esgotou o tesouro de Napoleëo, manteve centenas de
milhares de soldados ocupados, permitiu 3 Inglaterra obter uma base no conti-
“€nte europeu para invadir o sul da Franga e inspirou os patriotas de outros pai-
“Sa resistirem ao imperador francês.
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sentla da influência francesa na fronteira russa. Outra causa de atrito entre o Czaf
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Desastre na Ruissia. Sem provisêes para o inverno, o Grande Exércico de Napoleëio abandonou
Moscou €m outubro de 1812. Os franceses em rerirada foram dizimados pela fome, pelo rigor do
inverno e pelos aragues russos. Musde de | Armee
Derrota fmmal
Depois da destruic&o do Grande Exército, o império desmoronou. Embora
Napoleëo tenha recrutado novo exército, nio pêde substituir o eguipamento, a
Cavalaria e os experientes soldados desperdicados na Russia. Tinha agora de re-
N a garotos de escola e a veteranos gue jé haviam passado da idade de servir.
E €Uropeus, em sua maloria, uniram-se numa coaliz4o final contra a Pranga.
Ra 1813, forgas aliadas da Austria, Prussia, Russia e Suécia derrota-
De He ps em novembro, forcas anglo-espanholas atravessaram
tomaae. ae ed a Pranga. Finalmente, na primavera de 1818, os altiados
San laere Ps - MA e foi exilado para a peguena ilha de Elba, ao
Peka de Lui ie 'nastia Bourbon toi recolocada no trone da Franca na
nhecido dose : , irmao mais novo do rei executado Luis XVI e lider reco-
grados.
Hb.Tend
E o re 44 anos, Napoleëos no acreditava gue seu destino era morrer em
m 1o9 de marco de 1815, desembarcou no litora : l francéësê com um milhar de
le
ET. EN
348 Civilizacdo ocidental
as condui stas parec eram, por vezes, mais tebricas do gue reais, devido a
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e interrupg6es, mas apeésar disso esses ideais liberais brilharam por toda
violaGoes |
, Europa- No século XIX, o ritmo da reforma se intensificaria.
Negando gualguer justificariva divina para o poder do monarca e privando a
a Revol ugëo aceler ou a secula rizaga o da vida poli-
greja de sua posiGao especial,
(ca européia Acabando com o caos administrativo do Antigo Regime, a Revo-
Jucio procurou impor normas racionais a9 Estado. A venda de cargos publicos,
dera origem a admin istra dores inefic ientes e corrup tos, foi elimin ada, e OS
gue
mais altos cargos no pais ficaram ao alcance de homens de ralento, guaisguer gue
fossem as suas origens. A RevolucZo aboliu as obrigac6es senhoriais dos campo-
neses, gue embaracavam a agricultura; e eliminou as barreiras 3 expansao da eco-
homia: baseou os impostos na renda e simplificou a sua colera. O fim dos rema-
nescentes feudais, das tarifas internas e das guildas acelerou a expansio de uma
competitiva economia de mercado. No século XIX, os reformadores no resto da
Europa seguiriam o exemplo dado pela Franga.
Ao disseminar os ideais e as instituicêes revoluciondrias, Napoleao impediu
gue os governantes tradicionais conseguissem restaurar integralmente o Antgo
Regime depois de sua gueda. A secularizacio da sociecdade, a transformagao do
Fstado dindstico no Estado nacional moderno e o predominio da burguesia esta-
vam assegurados.
A Revolugio Francesa também liberou duas forcas potencialmente destruti-
vas, identificadas com o Estado moderno: a guerra total € o nacionalismo. Elas
contrariavam os objetivos racionais e universais dos reformadores, tal como ex-
pressos pela Declarac&o dos Direitos do Homem. Enguanto as guerras do século
XVIIT foram travadas por soldados profissionais e com objetivos limitados, a Re-
volugao Francesa criou o recrutamento e a mobilizagio de todos os recursos do
Estado para o conflito armado. As guerras mundiais do século XX sio a realiza-
GA0 terrivel desse novo desenvolvimento da luta armada. A Revolucio Francesa
'ambém deu origem ao nacionalismo moderno. A lealdade era dirigida para toda
* Nagao, € nao a uma aldeia ou provincia, ou & pessoa do rei. Toda a Franga se
transformou na pêtria. Sob os jacobinos, os franceses se converteram & fé secular,
pregando a reverência total & nacao.
A Revolugao procurou reconstruir a sociedade tendo por base o pensamento
lu
ele ie ie dos Direitos do Homem, cujo espirio impregnou as
uw n ek UGO, sustentava a dignidade do individuo, exipia respeito a
io, his ad naturais a cada pessoa e proibia ao Estado negar-lhes tais di-
movera liberdade due a socledade eo Estado no tém dever maior do gue pro-
al est no Be a autonomia do individuo. A tragédia da experléncla ociden-
man; e ter enfraguecido, nas geragêes mais recentes, essa visio hu-
'*“% expressa de forma brilhante pelo Iluminismo e reconhecida pelas refor-
as da Revoluczo Er E, if ed Ë
Clonalismo, o ee osse ) ironi camen te, estim uland o a guerra roral, o na-
mo politica de governo e uma mentalidade revoluciondria
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u mudar o mundo pela coercio € pela violência, a prépria Revolucao
busco . # !
je Notas
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RE 1. George Rudé. Revolutionary Europe, 1783-
Pik 5. Will; am D Doyle. O
1815. Nova York, Harper Torchbooks, lution nde sd : He French Reu,.
MES 1966, p. 74.
1980, p.21 Vniversigy Pr
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Century Ideas on the French Revolution”,
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3. George Lefebvre. 7he French Revolution PP. 43-44. n, 1951,
I
from 1793 to 1799. Trad. para o inglês por
7. Albert Soboul. The Parisian
i.
EE be
John Hall Stewart e James Priguglietti. and the French Revo Sans-Cule 6
Nova York, Columbia University Press, lution, 1 F93-%
para o inglês por Gw
1964, 2:360. ynne Lewis. ie -
Oxfor d University Press,
4. Citado em T. C. W. Blanning. 7he French 1964, pp. 28 7
8. Extraido de Georg
Revolution: Aristocrats Versus Bourgeois? e Rudé (org). Ra
pierre. Englewood CLfS, N... Pres
Arlantic Highlands, N.]., Humanities Press, Hall, 1976, p. 57. ) Pen
1987 p.,9.
Sugestêes de leitura
(uestêes de revisao
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. sleses dispunham de varias vantagens gue os colocaram na frente da rora
Os Ing o. Os grandes e facilmente desenvolvidos suprimentos de car- es
da indusrla ees” Asdé 3 Inglaterra uma longa tradic&o de metalurgia e minera- og
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(ao e ferro ra e transporte fluvial foi complementado por canais e estradas
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os, financiadas € construidas por empreendimentos privados gue lu-
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com peda6 elas. Além disso, a Inglaterra rinha um excedente de mao-de-obra
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bre os emp rés tim os cai ram no séc ulo XVI II, est imu lan do
dasse média em expansio propiciou um mercado interno para as recentes indvis-
trias inglesas, bem como as colênias britênicas de além-mar, gue Ihes forneciam
matéria-prima — sobretudo algodio, necessdrio ao desenvolvimento da indvistria
rdl. Um vigoroso espirito de iniciativa e a oportunidade gue se abriu aos ho-
mens capazes de ascenderem de sua origem plebéia & condigao de fama e fortuna,
também ajudam a explicar o desenvolvimento do industrialismo.
Mudangas na tecnologia
A indistria do algodao HA muito o centro de um importante comércio de la,
no século XVIII a Inglaterra deu um salto & frente na producio de algodao, a in-
distria gue primeiro demonstrou a possibilidade de indices de desenvolvimento
sem precedentes. A produgao inglesa de algodso cresceu dez vezes mais entre 1760
€ 1785, e outras dez vezes entre 1785 e 1825. Varias invencêes revolucionaram a
'ndvstria e alteraram drasticamente as condicêes sociais do trabalho.
ar oni ed do inicio dessa expansao, uma invengao simples — a
So A bysde ri nny Kay — possibilicou as recelêes duplicar sua produ-
dee ed ante permitiu aos recelêes produzir mais ripido do aue as
bele ag Te es gue a spinning jenny de James Hargreaves, aperfei-
ma sê ver Ee titou aos operadores trabalharem com varlos tusos de
Avis len 9 SOmenre energia humana. Cinco anos depois, Richard
VOU Uma maguina de fiar gue podia ser movida pela energia da
mdltiplos hand FR id a maguina de Samuel Crompton fazia funcionar
Ba animal ou h da Tr e intcio pela energia humana e, mais rarde, por ener-
60 gue eg E$Sas Inovag6es melhoraram tanto a produrividade da
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Cumulos na fase da tecelagem, aré gue em 1785 Edmund
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tear mecanico Perro do final do século, houve Uuma
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SCarOgadora de ds na América ajudaram a atender a crescente demanda de algod3o cru. A
o de Ek Whitney (1793) removia as sementes do algodao com
rapidez e baixo
356 Givilizacio ocidental
pera E -
custo, o gue levou muiros agricultores e donos de plantagêes a destinar mais terras ao soe
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Uma gerago depois, os campos passaram a exigir um nimero maior de trabalhadores, end je
ziu a necessidade de mao-de-obra para o Processamento do algodao. O aumento da dema
Bi e Jho escravo teve repercussêes de longo alcance.
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Mulher na m4guina de fiar de Hargreaves. A manufarura de rêxteis de algod3o foi uma das
primeiras a ser mecanizada. Nas induistrias domésticas, a familia inteira participava da produgao dos
fiose do tecido. Muitas das primeiras inveng6es foram feitas pelos préprios trabalhadores, ral como
0ajuste de Hargreaves 3 ferramenta de fiar urilizada por sua esposa. Mary Evans Picture Library
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A industrializac#o pode ter reduzido algumas das barreiras entre a elite pro-
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Havia muitas graduacêes entre os trabalhadores urbanos, dos artes&os aos operd-
rios das fbricas e criados. Os operdrios eram o mais recente grupo social € (Am
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bém o gue mais ripido crescia; na metade do século, porém, nao constituiama
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do séeulo dos gue operarios. Os criados geralmente tinham alguma educa-
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nsarisfacdo social e a atividade polirica radical.
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A vida da classe tabalbadora
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A vida nio era f4cil para agueles cujo trabalho contribuiu para o processo de
hdustrializac&o. Geralmente, os operdrios eram trabalhadores agricolas recém-
dhegados, gue haviam sido expulsos da terra. Muitas vezes mudavam-se para a
cidade sem suas familias, gue deixavam para trés aré gue pudessem sustenrd-las
no novo lugar. Essas pessoas rapidamente ingressavam nas indistrias em cresci-
mento, onde muitas horas de trabalho — as vezes guinze por dia — nao eram inco-
muns. A agricultura também exigia muiras horas de dedicagio, ral como as vdrias
formas de trabalho por empreitada realizado em casa, mas o ritmo das mdguinas,
arorina enfadonha e as perigosas condicêes das fdbricas e minas tornavam o tra-
balho ainda mais opressivo. Os mineiros, por exemplo, trabalhavam sob a amea-
za de desmoronamentos, explosêes e emanacêes de gases lerais. Bem abaixo da
superficie do solo, a vida era escura, fria, Amida e débil. Com os corpos mirrados
* 0$ pulmêes arruinados, os mineiros laburavam a vida inteira “nos buracos”.
Algumas vezes, o padr&o de vida dos operdrios melhorava, se comparado com o
ve wife, ek se pertenciam a uma familia em due todos os
its is opreg - a remuneragio de uma tamilia podia ser melhor
ie gede R Ee trabalho agricola. Mas as condig6es de trabalho e de vida
pediee op ae, va escuras, guentes, pouco arejadas e com fregiiëncia
weed ae ' trabalhavam arduamente por muitas horas, eram multa-
e do empregud ras e até por acidentes, eram demiridos segundo a vonta-
Moravam else o oAparae € sofriam com a fal ra de seguranga no trabalho.
inham dale loee Lee ha iglies superlotadas e sujas. Se nio eram casados ou
o mesmo sexo. Se oe di no Campo, viviam em barracoes com OUTOS membros
osVilarjosgue o emprego, rambém perdiam o abrigo. |
ndonavam, também haviam sido pobres, mas tinham vin-
a Familia, a |greja e mesmo com os senhores de terra locais.
Nas
' DS Operarios trabalhavam em f4bricas com 20 a 100 trabalhado-
Vaa abalhar ra : ER s€us patroes. Em vez disso, o capataz os obriga-
ente Nes ar oe pri muitas horas, para manter as mdguinas em
Os d “Mais Operirig oi ' SObrava pouco tempo para a socializac&io com
AdOS por conversar uns com OS outros, por atrasos
362 Givilizacio ocidental
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7 Gravura do Illustrated Iimes, 1859. Como os trabalhadores desempregados aflufam nas grandes
cidades européias, a falca de moradia tornou-se um problema social premente. Agui, para se
ie manterem secos e aguecidos, homens sem teto dormem em ataddes num edificio semelhantea
Td uma fdbrica ou prisao. Essas instalag6es eram instituicëes de caridade — nio asilos de pobres
ke Criados por leis de assistência social —, mas refletiam também a moralidade corrente na época, de
ht gue a pobreza era culpa dos pobres e gue estes deviam aprender a ajudar a si mesmos. Mansell
Collection
O in ic io da re fo rm a na Gr a- Br et an ha
Fmbora fosse o mais livre de todos os Estados europeus, nas primeiras décadas
Joséculo XIX, a Gra-Bretanha estava longe de ser democrdrica. Apesar de ser uma
monarguia constitucional, gue estabelecja muitas restrig6es ao poder do rei e do
Fstado, a Gra-Bretanha ainda era dominada pela aristocracia. Os aristocratas pro-
priet&rios de terras controlavam tanto a CAmara dos Lordes como a Camara dos
Comuns — a primeira porgue eles constitu/jam a toalidade de seus membros, ea
segunda porgue apadrinhavam ou patrocinavam homens gue fossem favordveis a
seus interesses. A ampla maioria da populag&o, incluindo a cdlasse média bem
como a dlasse trabalhadora, nio podia votar. Muitas cidades continuavam a ser
governadas por grupos corruptos. As novas cidades industriais nio tinham direito
de eleger representantes para o Parlamento; guase sempre desprovidas de uma or-
BANIZaga0 municipal, nem seguer podiam governar-se efetivamente.
N EE social va nobres e plebeus nao era Tao rigida na Gra-Bretanha
use, er oondnena Os filhos mais novos dos aristocratas nao herdavam
Ge n ' rigadosa seguir carreira em direito, nos negécios, no
GE . classes alta e média misturavam-se mals livremente, e OS
sus Flhas Nu Me OS ir vezes compravam terras, titulos e maridos para
sins Ee o Parlamento, os tribunais, o governo local, a lgreja an-
minado pelos terme ge ee eram partes de um sistema social e politico do-
oeorridas na estru ` f V er aristoerdticos. A despeito das grandes mudangas
"a Segunda metade du eer aal e social durante o processo de industrializacao,
guns membros d Ro o UI, esse dominio persistiu.
o Parlamento Oe o Farlamento insistiam em reformas oportunas. Em 1828,
'NIStas (protes 6e. um decreto do século XVII gue impedia os no confor-
n , :
ds “Niversidad
4ntes nao anglicanos) de ocupar posigêes no governo e ingressar
“S; no ano seguinte, os catélicos ganharam o direito de sentarem-
; de Parlamen Ee sy TM foi abolida no Império Bricênico (o co-
MErcio de aie ae
o abolido antes). A Lei das Corporagêes Munici-
364 Givilizacio ocidental
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nhuma crianca menor de 13 anos poderia trabalhar mais gue nove horas por di
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e gue ninguém com idade entre 13 e 18 anos poderia trabalhar mas du?
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horas por semana. A lei também estipulou insperores para apurar as violag?e,
punir os infratores. No mesmo ano, o Parlamento proibiu criangas menores
10 anos de trabalharem nas minas. A Lei de F4brica de 1847 determinou ie
meninos com idade inferior a 18 anos e as mulheres nio poderlam tab oe
mas gue dez horas por dia nas fdbricas. A principio, os trabalhadores me "
contrariados com a proibicio do trabalho infantil, pois isso iria reduzir ed
ravelmente sua renda familiar; aos poucos, porém, comegaram a aprovar *
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" Literalmente, “distritos corruptos”. Antes da Lei de Reforma de 1832. o termo desiën T)
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da. Somente em 1874 promulgou-se a lei gue estipulava a carga de dez horas did-
ras para os trabalhadores adulcos do sexo masculino.
O movimento de reforma cartista, Cujos adeptos provinham das fileiras da
lasse trabalhadora e dos radicais intelecruais, pressionou por reformas poliricas,
NA0 econbmicas. Durante as décadas de 1830 e 1840, os cartistas militaram em
favor de medidas democrdticas, como sufr4gio universal masculino; voto secre-
Ve Es da exigéncia de propriedade para os membros do Parlamento,
aa len anuais. A plaraforma cartista Conservou o programa
El reforma até o final do século, muito tempo depois da extingao
do Pro
PYHO Cartismo, em meados do século. Todas as reivindicac6es cartistas, eX-
Ceto ds el
ei $OES anuais para os membros do Parlamento, foram finalmente
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pridas.
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me reen je ee realizado pelos cartistas foi liderado por Feargus
Daa apresente er Carlsmatico gue organizou uma manitestagao popular
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Reacëes a industrializacao
8 Os problemas acarretados pela ripida industrializacao influenciaram
ë damente o pensamento politico e social. O liberalismo, gue tevé jini€
tima tenrativa de salvaguardar os direitos individuais da opressiva au
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ode pensadores, chamados socialistas.
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Adotan ia tiva privada nao fosse coibida por regula-
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id ed e gu an to a li be rd ad e po li ti ca . Ou an do as pe ss oa s ag ia m vi sando ao
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re ss e, di zi am OS li be ra is , tr ab al ha va m co m ma is af in co e re al
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ss oa l e os im pu ls os na ru ra ls de co mp et ic &o es ti mu lavam
vam mais; o interess€ pe es ns , ao me-
ad e ec on êm ic a e ga ra nt ia m a pr od uc io de ma is e me lh or be
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St O po ss iv el , be ne fi ci an do to da a na c& o. Po r es sa ra za o, o governo nao de-
nor Cu
ir a li vr e co nc or rê nc ia , ne m pr iv ar os in di vi du os de su as pr oprieda-
veria obstru
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des, gue eram Oo seu incentivo para trabalhar com diligéncia € eficiënc
Convencidos de gue os individuos eram responsdveis por seu prêprio inforti
nio. os liberais, de modo geral, eram insensiveis & misérla dos pobres. Na verda-
de, recorriam ao principio do laissez-faire— de gue o governo nio deveria interfe-
rr nas leis naturais de oferta e procura — para justificar sua oposigio a legislasio
humanitéria destinada a minorar a miséria dos operdrios. Para os liberais, €ssas
reformas sociais eram uma injustificada € perigosa intromissio na lei natural da
oferta e procura.
Apaziguavam-se na teoria apresentada por Thomas Malchus (1766-1834) em
seus Ezsaios sobre o principio da populagdo (1768), gue defendiam a teoria do lais-
seësfaite. Malchus afirmava gue a populagao sempre cresce a uma velocidade mais
rêpida gue o suprimento de alimentos; consegtientemente, os programas do go-
"ETRO para ajudar os pobres e aumentar os saldrios somente servirliam para enco-
is ale maiores e assim perperuar a pobreza Malchus parecia fornecer uma
Ee ' ae para sua oposig#o agdo estatal em favor dos pobres. A
vale, ee OS malrhusianos, nao era culpa dos donos de fébricas.
osobre os see : el implacdvel da narureza —o resultado da pressdo da popula-
do Male, OS —, gue nio podia ser eliminada por poliricas esrarals. Segun-
IUS , o Estado no podia aliviar a miséria dos pobres; “os meios de repa-
“0, dizia ele, “est&o em bi j 4 ix Es
neig de ker. ae m
suas préprias maos, € nas de ningu€ mals . Fsses
tos tardios eg ees RE a reducio da taxa de natalidade mediante casamen-
isciplina Bi $; por€m, de acordo com Malchus falrava ao pobre auto-
beter
Ed “se da atividade sexual. Ouando recebem saldrios maiores,
hos, perturbando assim o eguilibrio popupolapug&
lacëo-o-recursos e atraindo
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Soc1alismo primitivo
Os socialistas foram além dos liberais. Argumentavam gue a preocupagio des
tes com a liberdade individual e a igualdade pouco efeito tinha sobrea pobreza,a
opressao e a flagrante desigualdade de rigueza gue infestava a sociedade moderna.
As idéias liberais, dizjam os socialistas, protegiam a pessoa e os bens dos ricos,
“nguanto a maioria chafurdava na pobreza e no abandono. Afirmando gue a dou
trina liberal do individualismo degenerara em egofsmo, prejudicando a vida da
comunidade, os socialistas exigiam a criac&o de uma nova sociedade, baseada na
cooperagëo e nao na competicio. Refletindo o espirito do Iluminismo e da Re
volug&o Prancesa, os socjalistas, tal como os liberais, censuravam 0 status gu0 P
perperuar a injustiga € sustentavam gue as pessoas podiam criar um rd, id
Ihor. Também como os liberais, atribuiam valor supremo & andlise dend d mi
ciedade e & transforma&o social segundo premissas cienrificamente vali s
verdade pudesse ser apreendida por individuos racionais. Os socialistas |
vam ter discernido um padrêo na sociedade humana gue, correrament* ja ass
do e aplicado, levaria homens e mulheres 3 salvacio terrena. Assim, OS ee pe
eram também romAnrticos, pois sonhavam com uma nova ordem social, um
pia futura, onde cada individuo pudesse encontrar felicidade e realizagao:
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rabilidade socias durante a Idade Média, assim também o conheci-
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U nidade is ria unir a sociedade de sua época. Os cientistas, industrialistas,
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sy s rtistas € escritores substituiriam o dero e a aristocracia como elite
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elariama tecnologia ao aprimoramento da humanidade. Os discipulo
social E on defenderam as tentativas de construir grandes ferrovias e siste-
de san” Et inclusive os canais de Suez e Panamd. Sua visio de uma sociedade
" ei bases cientificas e liderada por peritos treinados exerceu poderosa
entre
ds entre os intelectuais do século XI, e ainda hoje continua vivida
gue ac re '
di ta m nu ma s ociedade tecnocrdtica.
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O industrialismo em perspectiva
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re Tad como a Revolugdo Francesa, a Revolucio Industrialha ajudou a roeodern zal
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mponeses formavama classe mais numerosa. A vida do camponéês
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girava em led espirito critico e racional associado ao Iluminismo teve pouca
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donava- o 2 Europa rural; al, a fé religiosa, a autoridade dlerical e as antigas su-
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Os nobres dominavam o campo e gozavam de priviléglos resguardados pe-
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mes e pela lei. Os aristocratas do século XVIII, como seus precursores
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A sociedade tradicional era predominantemente rural. No inicio do século
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XIX, 20% da populagio da Gra-Bretanha, Franga e Holanda vivia nas cidades;
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na Russia, apenas 59%. Os alicerces da economia urbana eram a produgao dos ar-
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tesaos, gue trabalhavam em peguenas oficinas, e o comércio para os mercados
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locais, embora algumas cidades produzissem artigos de luxo para mercados maio-
res. A manufatura têxtil empregava o sistema de empreitadas, no gual a la era
convertida em tecido em domicilios particulares, geralmente nas casas dos cam-
poneses.
A Revolug&o Industrial transformou todos os setores da sociedade. Os vilare-
Jos agricolas € a manufatura artesanal foram superados em importência pelas
cidades e f#bricas. Na sociedade forjada pela industrializa€io e urbanizagao, o
poder e os valores aristocrdticos decafram; ao mesmo tempo, a burguesia €resceu
“m ntimero, rigueza, importência e poder. Cada vez mais, as pessoas eram julga-
ap pela capacidade e nio pela linhagem, € as oportunidades para a mobilidade
sOclal ascendente ampliaram-se. A Revolucio Industrial tornou-se uma grande
forca em favor da democratizac&o: durante o século XIX, primeiro a classe média
“ambédepois os trabalhadore s ganhh aram
n are | direito to d de voro. 'A Revo
o direi evol ugdo
luca o Industrial
uie ie ” ee de secularizag3o da vida européia. Nas cidades, OS
ram se de Ee os vilarejos, longe dos laos comunais tradicionais, afasta-
teenologia nde Iglao ancestral. Num mundo due estava sendo remodelado pela
dis im, s EE e Clência os mistérios cristios perderam a forca, e para mui-
WO0 ocorrey no so tOFNou-se uma preocupagao longingua. A modernizacio
e modo gese se ritmo € com a mesma abrangéncia em rodos os lugares.
Pérman ece
4$ torma s socia is e inst ituc iona is anteriores ao periodo moderno
aind (Am profundamente arraigadas no sul e no leste europeus, persistindo
* No século XXY.
sé Emb t tenha acarretado indmeros problemas, alguns dos guais continuam
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Possbsoluc3o
ilie a Revolugso Industrial foi um grande êxito. Em tlrima instência,
9 mais elevado padrao de vida da histéria da humanidade e criou
ii 372 Civilizacdo ocidental
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Nota
Sugestoes de leitura
Ashton, T. $. 7he Industrial Revolution, 1700-
1848 (1964). Estudo desse agitad
1830 (1962). Relato ainda proveitoso. o perfo-
do, enfatizando as relacêes entre revolu
Deane, Phyllis. 7he First Industrial Revolu- -
ao econêmica, social e politica.
Hon, 1750-1850 (1965). Excelente intro-
Landes, David S. 7he Uabound Prometheu-
ducao.
Tecbnological Change and Industrial De
Floud, Roderick e Donald McCloskey. 7he
velopment in Western Europe from 1750 u
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vols. (1981). Inclui o mais recente debate
um tema complexo.
acadêmico sobre a industrializaco britê- Langer, William L. Political and Social Up-
nica.
Heilbroner, Robert. 7e Worldly Philosophers
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Himmelfarb, Gertrude. 7e ldea of Poverty: ra, dramdrica, muito influente € polémice
England in the Early Industrial Age (1983). Webb, R. K. Modern England from tbe Eigr
Excelente histéria do pensamento social teenth Century (1967 e 1980). Texto eur
inglês, focalizando a condicio dos pobres. librado, bem escrito e bem informado, em
Hobsbawn, Eric. 7e Age of Revolution: 1789- dia guanto as controvérsias histéricas
Ouestêes de revisao
- N. dica-
1. Ouais foram as causas da Revolucëio In- 4. Como o Parlamento reagiu aS rd
dustrial? Por gue teve inicio na Gra-Bre-
goes de reforma entre 1815 e Owen si0
tanha?
5. Por gue Saint-Simon, Fourier €
2. De gue maneira a Revolugio Industrial al-
considerados os primelros SO nc
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ps a derrota de Napoleao, os governantes tradicionais da Europa, al-
guns deles recém-instalados novamente no poder, estavam decididos a
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diam ser erradicadas. Uma dessas forcas foi o liberalismo, gue visava a
assegurar a liberdade e a igualdade proclamadas pela Revolug&o. A outra
toi o nacjonalismo, gue pretendia libertar os povos submissos e unificar
as nacbes divididas.
O periodo pés-revoluciondrio também testemunhou o florescimento
de uma nova orienta€fo cultural. O romantismo, ao defender a libera-
630 das emoc6es humanas e livre expressio da personalidade, desafiavaa
énfase jluminista no racionalismo. Embora fosse a principio um movi-
mento literdrio e artistico, o romantismo também impregnou a filosofia
“9 pensamento politico, em especial o conservadorismo. “%
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374 Givilizacio ocidental
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O Inferno de Dante: o turbilhio dos amantes, de William Blake (1757-1827). Blake era um
pintor e poeta romênrtico radical, gue rejeitava toralmenre as convencgêes artisticas do passado.
SUas Crencas religiosas e politicas eram to singulares guanto sua arte; ele passou sua vida tentando
ansmitir atormenradas visêes interiores. lustrador prolifico, seu génio imaginarivo foi estimulado
por grandes obras da literatura, tais como A divina comédia de Dante. National Gallery of Art,
Wasbington, D.C. Doardo de W
G. Allen
nhassem nas Aguas da Vida”, dizia Blake?. Por essa razio, afirmavam gue os poe-
is| Maginti ativos tinham da vida um ' discernimento superior aod dos filésofos ana-
“cos. 'Estou certo apenas da santidade dos afetos do Coracio e da verdade da
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*6Inagao”, escreveu John Keats. “Oh! uma Vida de Sensacêes é muito melhor
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376 Givilizacio ocidental
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v bertas pela metodologia da cioaëncia. Para os romAnticos 4 Na ““ % €r
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pregnada da presenca de Deus. Ela estimula as
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[orde Byron (1788-1824).
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principais poetas rominticos, By
eiou o “heréi byroniano”, figura
solitiria € misteriosa. Em sua vida
breve, exaltou as emogêes e sensagoes.
Em 1824 viajou 3 Grécia para ajudar os
revoluciondrios e l4 morreu, devido a
problemas de satide. Szock Montage
O idealismo alemao
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etan to, arg ume nta va due a cién cla nao pod e dem ons tra r a exis ténc ia de uma
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relagio mecessdria entre Causa € efeito. Por termos vdrias vezes experimentado a
sensacio de gueima guando nossos dedos rocaram o fogo, assumimos uma rela-
dio de causa € efeito. Isso nio é comprovado, dizia Hume. No m4ximo podemos
teconhecer gue h4 uma constante associagao entre o fogo e a sensagao de gueima.
Segundo Hume, nao podemos provar gue existe uma lei em acio na natureza
garantindo gue uma causa especifica ir produzir um efeito especifico. O gue
chamamos de causa e efeito é algo gue a mente, através do h4bito, impêe a nos-
sas percep6es sensoriais. Para fins prdticos, podemos dizer gue dois eventos es-
to associados um ao outro, mas n4o podemos concluir com certeza gue o segun-
do foi causado pelo primeiro — gue a lei natural est4 operando dentro do univer-
so fisico. Um empirismo to radical solapa os préprios alicerces da ciëncia, to
reverenciada pelos pensadores progressistas.
Immanuel Kant
Na Gritica da razio pura (1781), Immanuel Kant (1724-1804), o grande filé-
` alemao gue propês o newtonianismo e o método cientifico, assumiu o desa-
va om me En ea cléncia do empirismo de Hume. A mente —o sujelro
pressêes doe ' ee ant, nao é uma #abula rasa, gue passivamente recebe as im-
erge, ed - om um instrumento arivo, gue estrurura, organiza e inter-
IG Aa Ca e de sensag6es gue lhe chegam. A mente pode coordenar um
ME ieke porgue contém uma logica inerente gue lhe é prépria;
ole EV us Categorias de compreens&o, inclusive causa € efeito.
efito em tou eu “30 de nossa mente, pressupomos uma relacao de causa e
impGe estrurus, od €Xperlênclas com os objetos deste mundo. A mente
Como as demais n Na, €xperlências sensorials. Causa e efeito, bem
MENLO cientific den a mente, permitem-nos atribuir certeza ao conheci-
ndo fisico deve possuir certas caracteristicas definidas,
se ajJUstam as caregori
as da mente. O objeto, segundo Kant, deve “aco-
40 Sujeito”.
nt salvou IÊne; oe ë
MEnte valida 4 Cléncla dos aragues de Hume: as leis cientificas sio universal-
tgOria a pri Ek tazer isso, porém, subordinou a lei cientificaa mente € suas Ca-
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"0 mental a0 jar a natureza de determinada forma por causa do mecanis-
dual a submetemos. A mente impêe suas préprias leis & natureza —
380 Givilizacio ocidental
POrCAnCia ined;.
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bem. A mente N
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Sol, mas apenas descrever o gue ele parece para nés: ou seja, nossa impressio do So]
nar —
N tormada pela ordenago mental das experiëncias gue nossos sentidos recebem dele.
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Assim, ao mesmo tempo gue reafirmou a validade da lei cientdifica, Kant também
* restringiu o alcance da ciëncia e da razêo.
G. WE Hegel
Kant enfarizava gue o conhecimento do gue se encontra além do mundo dos
fenêmenos — o conhecimento da realidade suprema ou absoluta — nos foi nega
do para sempre. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), outro filésofo
alemao, recusou-se a aceitar isso. Desenvolveu um sistema metafisico abrangen”
te, tentando explicar a realidade como um todo e revelar a natureza € o significar
do fundamentais do universo e da histéria humana. |
Adotando o conceito kantiano de gue a mente impêe suas categoNHas " ed
Hegel enfatizou a importênci a do sujeito pensante na busca da verda s ii
do,
rém, segundo Kant, somente podemos conhecer uma coisa tal como rie oi
para n6s, € nao a coisa-em-si. Hegel, ao contr4rio, sustentava du€ * realida
prema, a verdade absoluta, é cognoscivel 3 mente humana: a men é sk
compreender as verdades subjacentes a toda a existência e entender o sign
essencial da experiëncia humana.
Kant afirmara a visio idealista essencial de gue o sujeito € onscientE organi”
dos fenêmenos. Indo muito além deep onto
nossas experiëncia s do mundo
vista, Hegel argumentava gue existe uma Mente universal —- o Espiriro
a Coisa-em-si —, Cuja natureza pode ser apreendida pelo pensamento: Jsindo
| Como para Hegel o Espirito Absoluto nao era fixo nem estêrico, ia n SU
' desenvolvendo-se constantemente, a histéria desempenha papel CENY” do
- vsistema filos6fico. A histéria é o desenvolvimento do Espirito no
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Hegel em seu gabinete. Georg Wilhelm
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Friedrich Hegel (1770-1831) elaborou
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um abrangenre sistema filoséfico gue
buscava explicar toda a realidade. Sua
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flosofia da histéria, sobretudo as teorias
do conflito dialético e da evolucao
rumoa um fim supremo, teve grande
influência sobre Karl Marx. Bildarchiv
Preussischer Kulturbesitz, Berlim
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O Ocidente moderno 383
3 ideolo-
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58 do luminismo e da Revolugao.
Hostilidade 4 Revolucio
Francesa
here me EE € os reformadores franceses, fascinados pelas desco-
formar as ae ai acreditado due a mente humana podia rambém trans-
nais. O OER Mi Ma e as tradigoes antigas de acordo com modelos racio-
'0Vo futuro, os sevolueier 4 3 raza0 tornou-se sua fé. Dedicados a construir um
* 3Utoridade tradicional vos Pe abrupramente com os velhos costumes,
“T3 OS conservador é os modos familiares de pensamento.
“Ta a *rrogan €$, due, como os romênrticos, veneraram o passado, essa
C1a € Oomal SUpremos, Consideravam
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revoluciondrios
, como ho-
Givilizacio ocidental
o nsagrados pelo te
a de lideranca mo
a anarguia € ao terror.
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386 Civilizacio ocidental
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Nesse mesmo século, a filosofia dos direitos naturais de Jo
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Liberdade individual
A principal preocupag3o dos liberais era o aumento da liberdade ad Peividual.
Concordavam com Kant em gue toda pessoa existe como um fim rd do go”
€ nao como um objeto a ser manipulado por outros. Sem ser Coag! ie ar-se
verno e pelas igrejas e adeguadamente educada, uma pessoa podia ak EF
num ser humano bom, criativo e autodirigido. Cada individuo podla pret je
préprias decisêes, basear suas ag6es nas leis universais da moral e resp
reitos alheios. sai ndividuo
Os liberais rejeitaram o legado da Idade Média, a classificagao j
como plebeu ou aristocrata com base no nascimento. Sustentavam du uma PES”f
SOa nio nascia num determinado nivel de vida, mas construia o S€U caminhoP .
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liberdade individual. Um coroldrio desse principio era “governa melhor guem go-
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verma menos” — isto é, o gue menos interfere nas atividades econêmicas de seus
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Liberalismo e democracia
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Notas
S c h e n k . 7 h e M i n d of 7. De The Tables Turned”, in 7he Comple-
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1945 (1977). O conservadorismo como
Cl
”
a do FOmanrtsmo nas ar-
(es Vlsuais.
reacio 3 modernizacio social.
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Bi,
392 Givilizacio ocidental
Ouestoes de revisao
1. movimento romêntico foi uma reacao 6. Ouais foram
contra as idéias dominantes do Iluminis- 7.A principal
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origens do
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, CAP I T U L O 1 4
O despontar do liberalismo
e do n a c i o n a l i s m o : r e v o l u g a o ,
contra-revolucao e unificagao
O Congresso de Viena
s 393
394 Civilizacdo oridental
NEN 7
| 1831 Pracassa a revoluc#o na Polênia.
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jy 1831-1832 As forcas austri,acas “Smagam
uma revolugso na Iralia.
si 1848 O ano da revolucëo.
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$ 1862 Bismarck torna-se chanceler da Prissia.
é. 1864 Austria e Prissia derrotam a Dinamarca
ma numa guerra de dis-
puta sobre Schleswig-Holstein.
1866 Guerra das Sete Semanas entre Austria € Prissia
di a Prissia
€merge como a principal potência da Alemanha.
1870-1871 Guerra Franco-Prussiana: completa-se a unificacdo
alemi.
, 18 de janeiro, 1871 Guilherme l torna-se #aiseralem&o.
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na inclufam a Gra-Bretanha, Ruissia, Fran-
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Rep res ent and o a Gra -Br eta nha estava Robert Stewart, visconde de
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h (1769-1822), seererarlo dos Neg6cios Exteriores, homem de espiri o
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irist a. Emb ora tve sse sido um ini mig o imp lac 4ve l de Napoleao,
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Cosl eres g” ra Fra nca sev era men té. O caar Ale xan dre 1 (1777-1825) partcipou
uerel punif se aa j
Be sJmente do Congresso. Impregnado do misticismo cristo, o czar russo dese
xan-
'java oiar uma comunidade européla baseada nos ensinamentos cristios. Ale
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jrese considerava o salvador da Europa, o gue levou os demais diplomaras a olh
rem para ele com desconfianca. Representando a Franga estava o principe Charles
Maurice de Talleyrand-Périgord (1754-1838). Patriota devotado, Talleyrand pro-
rou rem ove r da Fra nga o est igm a da Rev olu gzo e de Nap ole ëo. O pri nci pe Kar l
von Hardenberg (1750-1822) representou a Pruissia. Como Metternich, Castle-
reagh e Talleyrand, o estadista prusstano acreditava gue os virios Estados euro-
peus, aléim de perseguirem seus proprios interesses nacionais, deverlam se preocu-
par com o bem-estar da comunidade européia como um todo.
Duas guestêes inter-relacionadas ameagaram desintegrar a conferência e enre-
dar as grandes potências em uma nova guerra. Uma delas era a intengio da Prus-
sia de anexar o reino germAnico da Saxênia; a outra, a pretensao russa sobre ter-
ritérios poloneses. O czar desejava combinar os territérios poloneses da Russia,
Austria e Pruissia em um novo reino polonês, sob controle da Rissia. Tanto a
Gra-Bretanha como a Austria consideravam essa extensio do dominio russo na
Europa central como uma ameaca ao eguilfbrio de poder.
Talleyrand sugeriu gue Gra-Bretanha, Austria e Franca concluissem uma
alianga due se Opusesse & Prissia e A Russia. Essa engenhosa manobra trouxe a
ad ma 3 familia das nages. A Franga agora nao era mais o inimigo odia-
ra Rissiae Dee necessirio paraa Russia ea Prissia. Ameagadas pela guer-
Ussia moderaram suas exigências e a crise terminou.
O acordo
T ApéPOS s meses de discusszoET
, disputas e ameacas, os delegados concluiram seu tra-
hele ” ae da Pruissia de uma paz puniriva, os aliados nio
Paas par Ra j ae severa. Fles temiam gue a Franga, humilhada, se pre-
ales ele . ee e "nganea. Além disso, Metternich necessitava da Fran-
Brande indeniza in er da Prussia e da Ruissia. A Franga teve de pagar uma
dllada aré gue EE Uurante um perfodo de cinco anos e submeter-se a ocupagao
Embora la dale fosse cumprido.
UM pouco ale de a malor parte de suas conguistas, a Franga saiu com
da Franca ressur € terra do gue possuia antes da Revolucëo. Para se protegerem
honteing Ee 6enté, tanto Pruissia como Holanda receberam territérios na
“e$a. A Holanda obreve os Pafses Baixos do sul (Bélgica), enguanto
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a Prussia ganhou a Renênia e parte da Saxênia, o gue era menos do gue os PIUS
sianos haviam desejado. N3o obstante, a Prissia emergiu do acordo signiticadva
mente maior e mais forte. A Ruissia obteve a Finlêindia e uma parte considerdvel
dos territérios poloneses, mas nao tanto guanto o czar tinha previsto. O Com
gresso Impediu uma expansio maior da Ruissia sobre a Europa central. A provi"”
cia italiana setentrional da Lombardia foi devolvida 3 Austria, gue recebeu red
bém a adjacente Venécia. A Inglaterra obteve bases navais estrar€gicas: Helgo ; Jo
dia, no mar do Norte, Malta e as ilhas Jênicas, no Medirerrêneo, a Provinda
Cabo, na Africa do Sul, e o Ceilgo, no oceano Indico. A Alemanha ué-
em uma confederacao de 38 Estados (mais tarde 39). A Noruega foi da [as
Jugdo € Pe
guerras napoleênicas, foram restitufdos a seus tronos na Franga, ,
gal, Reino das Duas Sicilias, Estados Pontificais e muitos Estados ger" es CF
Os delegados conservadores do Congresso de Viena foram muitas Elise
ticados por seu pouco caso com relacio As aspirac6es liberais € N? ,
dos diferentes povos e por fazer voltar o relégio ao Anrigo Regime'
adel”
mik,
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O Ocidente moderno 397
' duramente 0 Congresso por tratar somente dos direitos dos tronos
` direitos dos povoS. Mas apés a experiëncia de duas guerras mundiais, Hi
e na0 re” ,lguns historiadores estao impressionados com o sucesso dos me- ed
no darie, af do eguilibrio de poder gue estabilizou efetivamente as EE
diadores A ae Nenhum pais era suficientemente forte para dominar o
relacoes OE enhuma grande potência estava tio insatisfeita a ponto de recorrer
Renee desfazer o acordo. O eguilibrio de poder nao foi perturbado aré a
ef da Alemanha em 1870-71; a Europa nao teve outra guerra geral, da
ma ude das guerras napoleên icas, até a 1 Guerra Mundial , em 1914.
magnit
Revolucêes, 1820-1829
Ruissia, Austria, Prissia e Gra-Bretanha concordaram em atuar conjuntamen-
te de forma a preservar o ajuste territorial do Congresso de Viena e o eguilibrio
de poder. Apds o pagamento de sua indenizagao, a Franga foi admirida nessa
Ou4drupla Alianca, também conhecida como Concerto da Europa. Metternich
pretendia utilizar o Concerto da Europa para manter a harmonia entre as nag6es
ea estabilidade interna dentro delas. Para a realizagao desse propd6sito, os conser-
vadores em seus respectivos paises censuraram livros e jornais e prenderam ativis-
tas liberais e nacionalistas.
Mas a repressio nio poderia conter os ideais liberais e nacionalistas desenca-
deados pela Revolucso Francesa, A primeira revolug&o ap6s a restaurag&o dos go-
vernantes legitimos ocorreu na Espanha em 1820. Temendo gue o levante espa-
nhol, com suas conotacêes guase liberais, inspirasse revolug6es em ourras terras,
0 Concerto da Europa deu poderes 4 Franca para intervir. Em 1823, 100 mil sol-
dados franceses esmagaram a revolucao.
Hy sade revolueiondria na Trêlia também assustou o Concerto da Europa.
ee ” Re i men em vêrlos Estados separados. No sul, um rei Bourbon
ldlia ene. i sl uas oietlia; Oo papa governava OS Fstados Ponrificais na
is. De ar M Ai ag austriacos governavam a Lombardia e Venécia no
deToseang RE " ` urgo subservientes 3 Austria governavam os ducados
governado. reed ” ena.O Piemonte, a noroeste, ea ilhade Sardenha eram
Aolad a dinastia traliana, a Casa de Savo6ia. "
o dessas divisêes politicas, a Ir4lia se achava dividida econêmica e Cultu-
“mente, Em todaa Beiusala se N
oogto 3 unid. Ee, r apego a regido local era mais forte do gueRe a
Co; 05 habitapre. f pe Os elos econbmicos entre o norte eo sul eram fra-
ades setentrionais tinham pouca simparia pelos campo-
Com €XCEGAO da dlasse média, a maioria dos italianos apegava-se
ntigo Regime.
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mances, poestas e obras de histéria, uma elite intelecrual em ex-
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pela Prdssia e pela Russia, a Austria extinguliu o governo constitucion
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poles e uma nova revoluco gue irrompera no Piemonte. Nos dois casos, a Aus-
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ia instalou um governante absoluto no trono.
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Uma revoluc&o também fracassou na Russia. Durante as guerras napoleënicas
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ea ocupagëio da Franca, os oficiais russos foram introduzidos as idéias francesas.
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Alguns oficiais, contrastando as atitudes liberais com a aurocracia russa, resolve-
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ram mudar as condicêes da Russia. Como seus congêneres ocidenrtais, organiza-
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ram sociedades secretas e disseminaram idéias liberais dentro da Russia. Ouando
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Alexandre 1 morreu, esses oficiais liberais entraram em greve. O levante foi facil-
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mente esmagado, em dezembro de 1825, pelo novo czar, Nicolau 1, e seus lideres
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loram severamente punidos.
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As revolug6es na Espanha, IrAlia e Ruissia fracassaram, mas o Concerto da Eu-
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Francesa, se revoltaram contra seus soberanos turcos em 1821. Embora o sultao
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1 A era das revolucê
es na Europa
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spertoua hostilidade da burguesia ao mandar indenizar os ke j
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imprensa e He
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” ados pela perda de seus bens durante a Revolugio, censurar a
der 8 Igreja um controle maior sobre a educagio. Na eleicio de 1830, a ES
e. df “al a Carlos X conguistou uma vitéria decisiva. Carlos respondeu
oposieso De de Julho, gue dissolveram a cimara recém-eleita: as Ordena-
béde
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C om am esaram do voto a maior parte da burguesia
goiv
m napr abastada e cercearam
ges
en te a m prensa.
everam
A burguesia, OS estudantes € os trabalhadores se rebelaram. Esperavam estabe-
Jecer uma republica, mas a burguesia rica gue tomou as rédeas da revolug&io temia
, radicalismo republicano. Ofereceram o trono 20 dugue de Orleans: Carlos X
ja-
abdicou e foi para o exilio na Inglaterra. O novo rei, Luis Filipe (1830-1848),
mais se esgueceu gue devla seu trono aos burgueses présperos. E os trabalhado-
res parisienses, gue rinham lutado por uma republica e por reformas econbmicas
gue diminuissem sua pobreza, sentiram-se traidos com o resultado — e assim tam-
bém a peguena burguesia, gue continuava sem direito a vOLo.
A revolucao de 1830 na Franca provocou ondas de chogue na Bélgica, Po-
[nia e Ir4lia. O Congresso de Viena destinara a Bélgica carélica a Holanda pro-
testante; desde o inicio os belgas protestaram. Instigados pelos eventos em Paris,
os patriotas belgas proclamaram sua independência da Holanda e estabeleceram
um governo liberal. Inspirados pelos levantes na Franga e na Bélgica, os estu-
dantes e intelectuais poloneses, bem como os oficiais do exército, levantaram
armas contra seu soberano russo. Os revoluciondrios desejavam restaurar a inde-
pendéncia polonesa, um sonho gue poetas, musicos e intelectuais tinham man-
ido vivo. A coragem polonesa, entretanto, nao era parelha para o poderio russo,
€ Varsêvia calu em 1831. O czar empreendeu selvagem represdlia contra Os
revoluciondrios. Em 1831-32, as forcas austriacas debelaram uma nova insurrei-
40 dos carbondrios nos Estados Pontificais. Durante esses levantes, Os campone-
ses POUCO apoloj deram aos Insu
- rgenrtes; pareclam
, , na verdade, I
ter aderido aos
BOvernantes tradicionais.
As revolucëes de 184
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Paris pês em movimento a torrente gue tragaria grande parte
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1848. A revolugao de 1830 tinha tirado a torga dos ultras
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ram a miséria da dlasse trabalhadora. Os operdrios gue conseguiam trabalho la-
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buravam de doze a catorze horas por dia, sob condic6es brutais. Em alguns dis-
tritos, uma em cada três crian€as morria antes de cinco anos, € por toda a parte,
na Pranga, mendigos, indigentes, prostitutas € criminosos eram evidência da luta
pela sobrevivência. Impedidos por lei de fazer greve, incapazes de preencher os
reguisitos financeiros para votar e sofrendo com o desemprego, os trabalhadores
urbanos gueriam alfvio.
Porém, os lideres de classe média da nova republica pouco compreendiam ”
aflic&o dos trabalhadorese pouca solidariedade demonstravam por sua condigio.
A classe média considerava-se, por ocupacso e rigueza, separada da dlasse trae
Ihadora. Para a burguesia, os trabalhadores eram criaturas perigosas, OS selve
gens, “a turba de vilêes”. Mas os habitantes das favelas nio mais podiam
ignorados. Eles sentiam, segundo afirmou Alexis de Tocgueville— estadista€ rd
e o politico perspicaz —, “gue tudo gue se encontra acima deles é incapa” ' )
digno de govern4-los; due a distribuicio dos bens [predominant€ aré agora 2
é Injusta; gue a propriedade se assenta em um fundamento gue nao € oo
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Embora os novos lideres tenham concedido direito de voo a todos o”
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do sexo masculino e abolido a censura, suas tentativas para mitigar 9 ae
dos pobres urbanos eram insinceras€ indiferentes. O governo limicou 4 r nas
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legaljzou os sindicatos operdrios € implantou ofic ps
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A#sionais gue proporcionaram alimento, beneficios médicos, emPreë% oof
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uas EnOpropr iedades, as oficinas nacionais eram uma odiosa concessio ao socia-
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desperdicio dos fundos do governo. Guando o governo fechou as ofi-
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ad in lidade eo desespero da classe operdria transformaram-se em rebeliëo
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soe Ee levantaram-se barricadas nas ruas de Paris.
grito
ge see de junho em Paris foi uma revolra contra a pobreza e um
f ierbedie da propriedade. Os trabalhadores estavam sozinhos. Para o
aa da nacdo, eles eram brbaros aracando a sociedade civilizada. Os aristocratas,
, burguesia € os Camponeses temiam due nenhuma propriedade estivesse a salvo
mas ocorresse uma revoluao. De centenas de guilêmetros de distêincia afluiram
.
franceses a Paris para esmagar o gue consideravam ser a loucura no meio deles
Apés três dias de terriveis lutas de rua e atrocidades de ambos OS lados, o exérci-
to sufocou a revolta. Cerca de 1460 pessoas morreram, incluindo guatro gene-
rais. Os Dias de Junho deixaram cicatrizes profundas na sociedade francesa. Por
muitos anos, os trabalhadores nao se esgueceriam de gue o resto da Franga se
unira contra eles; o resto da Franga permaneceria aterrorizado do radicalismo da
dlasse operdria.
Em dezembro de 1848, os franceses elegeram, em esmagadora maioria, Luis
Napole&o — sobrinho do grande imperador —, como presidente da Segunda Re-
piblica. Estavam seduzidos pela mégica do nome de Luis Napoleëo e esperavam
gue ele prevenisse futuras desordens da classe operdria. A eleic3o, na gual todos
os adultos do sexo masculino puderam votar, demonstrou gue a maior parte dos
ranceses era socialmente conservadora; estava indiferente & pobreza dos traba-
Ihadorese profundamente desconfiada dos programas socialistas.
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toda a Alemanha, os liberais clamavam Por constituicëes, gOVerno de
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Os liberais se aproveitaram de seus @xitos para formarem uma assembléia na-
clonal encarregada da tarefa de criar uma Alemanha unificada e liberal. Repres
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tantes de todos os Estados alemaes participaram da assembléia, gue se reuniu em
Frankfurt. Apds v4rios longos debates, a Assembléia de Frankfurt aprovou uma
tederagao dos Estados alemaes. A unigo alema teria um parlamento e ser
la geer:
nada pelo rei da Prussia. A Austria, com suas muitas
nacionalidades nao pere
nicas, estaria excluida da uniao federal. Os deputados escolheram Frederico Gur
Iherme como imperador da nova Alemanha, mas 0 rei da Pruissia se recusou; ja
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mais colocaria uma coroa dada a ele por gente comum durante um perlojodo de.
agitagéo revoluciondria. Enguanto os delegados debatiam, os principes
nantes se recuperaram do primeiro chogue da revolugdo e ordenaram d* j
rOpas esmagassem os revoluciondrios um a um; os governos libera
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O liberalismo alemao tinha fracassado em unir a
Alemanha ou criar um EF
no constitucional dominado pela classe média. O libera
lismo, nunCê
te enraizado na Alemanha, ficou desacreditado. Nas déca
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alemaes, identificando liberalismo com fracasso, aban
donaram OS mies uni
e voltaram-se para a Prdssia autoritdria, em busca de
lideranga na lura pt verno
Caga o, O fato de os partiddrios do autoritarismo, hostis ao espiriro do
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parlamentarista, terem finalmente unido a Alemanha, teve profundas uP '
ara'a histéria futura da Alemanha e da Europa.
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Austrid: dominio Hats Purgo )'
. sério Habsburgo (austriaco), produto de casamentos e sucessêes di- #
O imp so tinha nacionalidades nem linguas cComuns; conservou-se inteiro EA
ie ede 3 dinastia reinante dos Habsburgo, seu exército e sua buro-
soment OM. EE ; RE
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AA composigao €tnica do império era enormemente complexa. Os ale-
. aue se concENTTAVAM principalmente na Austria e constituiam cerca de
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N opul agao do impé rio eram a nacionalidade dominante. Os magiares
OE nas terras hungaras do império. A grande massa da populagao
Ëconsistl 4 em eslavos — tchecEeos, polo nese s, eslov acos, eslovenos, croatas, sérvios
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: rutenos. Além disso, existiam italianos na Irdlia setentrional e romenos na
i-
Transilvênia. A dinastia dos Habsburgo, auxiliada pelo exército e pela adm
nistracdo publica dominada pelos alemêes, evitou gue o império multinacional
ruisse em anarguia. Ë
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.E porém desorganizados e di
vididos — tIveram pouca ch
s fissional. Em marco de ance cContr
1849, os lideres Habsburgo Substitu
liberal esbocada pela Assembléia Co ira 30 Exércit Pro.
nstituinte, eleita pe
lo ME StIEUiez,
mais conservadora, elaborada por seus PrOprios mi
A mais séria ameaca ao domi
nistros ' POT uma OUtra
H nio Habsburgo veio dos magi
Cerca de 12 milhêes de pessoas viviam are
na Hungria, 5 milhêes d. na Hungria
if magiares As
. outras nacionalidades CONSISHam em eslavos de sal Ge
ii ram
vios) é romenos. Lajos Kossurh (1802-1894), meEmbro da nob
rez mde " ;
reivindicava tanto a reforma social “OMO UM apro
fundamento da co diere Daixa
N cional. Conduzidos por Kossuch, os maglares exigiram autonomia lo ee na-
4 Hungria. A Hungria permaneceria dentro do império Habsburg ma E
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prépria constituigdoee exército naci
' onal € controlaria as Proprias financ
ranga hungara introduziu reformas li as. A ide
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falassem o idioma magiar e Poss : s homens gue
uissem alguma propriedade,
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sencorajado por esses Antagonismos nacionalistas, John Stuart MGlL Ada sag
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lia e unificar sua nacdo. Por volta de 1870, porém, a unificacao
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do de du * es livres, liberdade pessoal e igualdade.
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ambém um ES” eepirito de unidade nacional. Ele infundiu intensidade espiri-
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: manteve sorgimento
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. de da prisio, para a gual fora mandado por participar da insurreigao de
m Mazzini exilou-se € fundou uma nova organizagao — a Jovem lrdlia. Reu-
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persuadiu Napoleao IT a aprovar uma invasao dos Esta-
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A uniticacao da Alemanha
Em 1848, os liberais e nacionalista
s alemaes, acreditando na
tinham ingenuamente su forcadesensi
bestimado o poder da antiga orde Cus ideais
a fracassada revolug3o alguns revolucion
&rios desentngsdee ee n
promisso com o liberalismo ou abra
caram o conservadorismo. Oes
do pais, enfraguecendo a lideranca liberal. Todo "e;
s os |ibera Po
da eficdcia da revoluc&io em converter a Al
emanha n
ganharam um novo respeito pelas realidades
do po der. Abandonando
mo pelo realismo, os liberais agora achavam guea o idealis-
u nidade alema seria CONSUMa-
da mediante as armas prussiana: € nio pelos idea
is liberais.
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O Ocidente moderno 413
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414 Givilizacio ocidental
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Em 1866, com uma rapidez espantosa, a Prissia reuniu suas tropas e invadiu 0
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s t r o u as f r a g u e z a s e s s e n ciais da
s emon
dos liberals prusslano d
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capiculas2o
radicio liberal germênica. Os liberais alemaes deram mostras de um compromis-
;
pri nci pto s do go ve rn o pa rl am en ta r e de um cre sce nte fas-
so decrescente com os
a for ea, pel o tri unf o mil ita r e pel a ex pa ns ao ter rit ori al. Fa sc inados pelo
dnio pel
Bis mar ck, mu it os lib era is ab an do na ra m o lib era lis mo e de ra m apoio dis-
tito de
olveram
ereto ao Estado autoritarista prussiano. Alemaes de todas as classes desenv
uma adoracio pelo militarismo prussiano e pelo poder estaral, com sua diretriz
maguiavelista de gue todos os meios eram justificdveis se deles resultasse a expan-
io do poder alem#o. Em 1848, os liberais alemêes tinham exigido “Unidade e
Liberdade”. E o gue Bismarck Ihes deu foi unidade e autoritarismo.
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416 Givilizacio oridental
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Ouando a Franca procdlamou a mobilizacso geral, a Pruissia 1MICOU”?
teve a sua guerra. aa
Os Estados do sul da Alemanha, como Bismarck tinha previsto,
ajuda da Prissia. RApida e decisivamente, os prussianos esmagaram #% gd
cesas e, tendo capturado Napole&o III, marcharam para sitiar Part
pela fome, Paris rendeu-se em janeiro de 1871. A Franca viu-se obri 5 d Alsdcië
uma grande indenizagao e ceder a Alemanha as provincias frontel ricas d€
@dorena — uma perda gue os patriotas franceses nunca aceitaram.
O Ocidente moderno 417
Diracoe
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tura
Sugestoes de lei
rie The Rise of Modern Europe, escrico
Beales, Derek. 7he Risorgimento and the Unifs-
971). Um panorama abran-
por seu organizador. Rico em dados e in-
cation of ltaly
de documentos. | terpretag6es, contém um valioso ensaio bi-
genre, acompanhado
Droz, Jacgues. Furope Between Revolutions, bliografico.
815-1848 (1967). Excelente estudo do Pauley, B. F Zhe Habsburg Legacy 1867-
1939 (1972). Uma boa sintese de um te-
periodo.
Fasel, George. Europe in Upheaval: The Re- ma complexo.
volutions of 1848 (1970). Boa introducio. Robertson, Priscilla. #evolutions of 1848 (1960).
Fejcë, Francois (org.). The Opening of an Era: Relato vivido dos acontecimentos € perso-
ET.
Ouestêes de revisao
da Tedilia.
lia. Discuta a p d rticipa€ao e contri-' 8 - O Cual foio Stgnificado
jcao de c
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Pensamento e cultura em
meados do século XI:
realismo e critica social
Realismo e naturalismo
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422 Civilizacio ocidental
R ES KEN, Ef Mid ef dd
Ë
n s i d sram Mad ame Bova ry (1857 ), de Gust ave Flaub ert, o romance
Muiros co
lê hcia: narra a histéria de uma esposa egocêntrica gue, mostran-
vealista POT EE marido —- um homem devotado e diligente, mas fraco —, come-
Ao comentar o realismo da obra, um critico observou gue ela “refle-
te adultérlo so com a descricao. Os dertalhes sao relarados um a um, dando-se a
dy , mesma importência, cada rua, cada casa, cada livro, cada folha de grama,
é descrito em pormen
or *. |
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l i t e r d r i o evolu iu para o natu rali smo guan do os es€ri tores tent aram
O realismo
s t ê n c i a d e u m a r e l a g & o l ntre o cardter humano e o am-
c a u s a e
dbient
EMmO rar * exi
emoenstsocia l: de gue certas condicêes de vida produziam traGos de cardter previ-
veis nos seres humanos. A crenga de gue a le de causa € efeiro regla o compor-
amento humano refletia o enorme prestigto atribuido a ciëncia nas ultimas
na-
décadas do século XIX. Emile Zola (1840-1902), o principal romancista do
uralismo, sondou corticos, bordéis, vilas de mineradores e cabarés da Franga, exa-
minando de gue maneira as pessoas eram condicionadas pela sordidez do am-
biente em gue viviam. O norueguéës Henrik Ibsen (1828-1906), o mais destaca-
do dramaturgo naruralista, estudou com precis&o dlinica as classes comerciais €
profissionais, suas ambicées pessoais e relac6es familiares. Em Pilares da socieada-
de (1877), vasculhou as pretensêes sociais e a hipocrisia burguesas. O tema de
sua Casa de bonecas (1879) chocou a platéia burguesa do final do século XIX: a
mulher gue deixa seu marido em busca de uma vida mais gratificante.
No estorco de oferecer um retrato real do comportamento humano e do am-
biente social, o realismo e o naruralismo reproduziram as atitudes moldadas pela
ciéncia, pelo industrialismo e€ pelo secularismo, gue enfarizavam a imporrincia
do mundo externo. A mesma perspectiva também deu origem, na filosofia, ao
POSIEIViSMO.
Positivismo
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Darwinismo
Num século gue se destacou pelas descobertas da ciëncia, talvez mas razd
tante gue o progresso cientifico tenha sido a teoria da evoluc&o, formula od ,
naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882). Darwin fez por sua discip ' i
Pe gue Newton . fizera pela fisica, transformou a biologia numa ciëncia objeriv*
'rseada em principios gerais. A revoluciGo cien
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as asas dos p4ssaros pa
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as pe rn as hu ma na s
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e, ter ia oc or ri do h4 ce rc a de sei s mil anos.
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Darwin, avé de Charles Darwin, publ de an os ant es do
a Te rr a exi sti ra mi lh êe s
4 em gue oferecia evidências de gue ge s a ca da
ai s ha vi am so fr id o mo di fi ca
parecimento dos homens € du€ OS anim pu bl ic ou Pr iz ci pz os da
de po is , Sir Ch ar le s Lye ll
geracso. uase guarenta anos
trê s vo lu me s em gu e ele de mo ns tr ou gu € o plane-
geologia (1830-1833), obra em
2 evolutra lentamente ao longo de muitas eras.
ro de 18 31 , Ch ar le s Da rw in em ba rc ou co mo na tu ra li st a no na vi o
Em deiemb
Bea gle , nu ma ex pe di g& o gu e pe sg ui so u a cos ta da Am ér ic a do Sul e al gu mas
real
lhas do Pacifico. Durante os cinco anos de expedigao, Darwin colecionou e exa-
minou espécies de vida animal e vegetal. Concluiu entao gue muitas espécies
animais tinham se extinguido, gue outras novas haviam surgido e due havia elos
entre as espécies extintas e as vivas. Em A origem das espécies (1859) e Descent of
Man [A ascendência do homem] (1871), Darwin utilizou evidências empiricas
mer a pa variedade de espécies animais devia-se a um processo
verse ad e se milênios, e apresentou uma convincente teorla
Darw inadads ee Peana (ver p. 367) de gue a populagao cresce
wik le 2 die malc si
hu
da Nem to da se voe ! su p r e e ge ra nd o um a lur a pel a ex is tê n-
viosadultos ie ke mos Te antis chegam a maruridade; nem rodos os orga
Embros da espéi e a vel OR O principio da selegdo narural derermina guals
um ; ma is ch an ce de so br ev iv én ci a. As cri as de um lea o, de
“Ma ga ou de
ter u ns et o na o so du pl ic ag oe s exa ras de sei s pai s. O filhote
ole&0 pode
pai s od e um m: W e e s li ge ir am en te ma is ri pi do ou ma is for te do gue os
dos
om a po de de se nv ol ve r um pe sc og o ma is co mp ri do gu e o dos
PS, UM inset
“Sas peguen ter a cor levemente modificada.
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GANtisSS1Ima as varlagOes aleatérias dao ao organismo uma vantagem IMPOT-
os inimigos naturais. O organismo fa-
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alimento, e contra
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por
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” na lura
n de se
pela naru
“Produzir e tr reza tem mais probabilidade de alcangar a maturidade, .
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aNSMI itir essas gualidades superiores aos filhores; alguns destes vi-
, - .
4 PoSsuir
im | da mais aprimorados do gue os dos pasj. Ap6s muitas
CL eres ain '
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eristica favordvel torna-se mais pronunciada € mas difundida
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426 Civilizado ocidental
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nas especies. Com o passar dos séculos, a selecio natural elimina as espécies anti
gas, menos adapt4veis, produz outras novas. Das espécies gue habitavam a Terra
h4 dez milhêes de anos poucas ainda sobrevivem, mas apareceram muitas OUTAS,
inclusive os seres humanos. Os préprios homens sio produtos da selegio natural,
evoluindo de formas de vida nao humanas, mais primitivas e inferiores.
Darwinismo € CrisHanismo
a
Atica, destrutiva da autoridade da revelac&o divina e subversiv
os da religido € da moral.” Com o tempo, a maioria dos pensado-
1 P
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a concepgao crista de gue houvera
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uma ii jaGao
te ri or das es pé ci es er am fei tas po r um cri a-
gue as modificag6es no in o.
e De us cr ia ra € or ie nt ar a o pr oc es so ev ol uc iondri
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ligenT€ and aj ud ou a ac ab ar co m a pr dt ic a de to ma r a
ima lise, o darwinismo to a um a
es to es cie nti fic as, da nd o pr os se gu im en
me s eferência em gu
Ga li le u. O da rw in is mo co nt ri bu iu pa ra o de cl in io da cr en-
Bible ee por
Ee para 0 €rescimento de uma atitude secular, gue menosprezava ou
o 3 co nc ep ea o cri sta de um un iv er so pl an ej ad o po r Deus e
ET pouca aten€a
um a al ma du € a s c e n d e ao paraiso.
de o n t i n h a n e n h um
a ev it dv el : a n a t u r e z a ni o c
Para muitos, a conclusio pareci in to
ito div ino s, ea pré pri a esp €Ec ie hu ma na era um produr
planejamento ou pro pês
oai s. O pri nci pio cen tra l do cri sti ani smo — de gue os ho-
usual de forcas impess am en to u-
s, par tic ipa nte s do dr am a da sal vag ao — fu nd
ens eram flhos de Deu
nc a na fé e nio na raz ao. Al gu ns inc lus ive fa la va m ab er ta me n-
se mais do gue nu
na mor te de Deu s. A idé ia de gue os ser es hu ma no s er am me ro s aci den tes da
natureza era terrfvel. Copérnico privara as pessoas da confortante crenga de gue
1Terra havia sido colocada no centro do universo especialmente para elas; Dar-
win tirou-lhes o priviléeio de serem a criagio especial de Deus, contribuindo des-
se modo para o sentimento de ansiedade gue caracteriza o século XA.
Darwinismo social
; As teorias de Darwin estenderam-se a outros campos de estudo. Alguns pensa-
my RE imprudentemente aplicaram as condusêes darwinianas 3 ordem
0. darriniseg Ora gue tiveram consegtiënclas perigosas para a sociedade.
— os gue transfer iram as teorias cienific as de Darwin para
os problemas ee
ev de ME € conÊmicos — usaram OS rermos luca pela existência e so”
oonservadotiste EG para apoiar o brutal individualismo econêmico e o
emonstrado su dn er s $ Reg bem-sucedidos, afirmavam eles, haviam
Bio estava er, EP ade de viréria no mundo competitivo dos negédios. Seu
SE Face ona ses as leis narurais € era, portanto, benéfico 3 socieda-
'acass0, gue Ba me uta socioeconémica demonstravam. sua incapacidade.
designio de Deus icionalmente havia sido atribuidoa inigdidade humana ou ao
“MO Usarem o ra ee 3 assoclado 4 Um dom hereditdrio inferior.
"STOS, arravé de de 9 darwihista da evolucao e transformacao lentas dos orga-
duea SOciedade d lezenas de milhares de anos, os conserv adores insistia m em
diatistas C ontra € - devia também transfor mar-se em ritmo lento. As reformas ime-
(od ee ravam as leis
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naturais
"
ea sabedori a
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e resultav am numa deterior
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a-
TPO social.
Plic
n; aca de
harmo 1Zava$30 da biologia de Darwin ao 8. mun do socia l, com o gual ela nao se
também fortaleceu o imperialismo, o racismo, o nacionalismo
s ae . ,
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428 Givilizacêo ocidental
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di fe re nc as en tr e o ma rx is mo e€ o
essas -emelhancas, havia profundas ra ao poder ea des-
A meta de Marx — a ascensao da classe trabalhado
st il ao s li be ra is bu rg ue se s. Ig ua lm en te hoscil 23
. so do capicalismo era ho
rx is ta de gu e a Ju ta ea vi ol ên ci a er am a es sê nc ia da his-
e r a 4 * renca ma
burgue s i a
me nt os do pr og re ss o € o ve ic ul o pa ra um est dgio superior de hu-
. os instru su st en ta vam
ia m su pr em o val or ao in di vi du o,
dade Os liberais, gue atribu s po de ri am su pe ra r a desi-
ee neio da ed uc ag zo e au to di sc ip li na , as pe ss oa
is ta s, no en ra nt o, in si st la m em gue , se m um a tra ns”
gudldade ea pobreza. Os ma rx
0 es fo rc o in di vi du al dos op ri mi do s sig nif ica ria
frmacso do sistema econêmico,
ItO POUCO.
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Ms (1818-1883) era filho de pais judeus-alemaes (ambos descendent
ne nt es rab ino s). A fim de pr og re di r em sua car rei ra de advogado, o pal
de proemi
ra estu-
Je Marx converteu-se ao protestantismo. Matriculado na universidade pa
e
dar direito, Marx optou pela filosofia. Em 1842, passou a editar um jornal gu
logo seria extinto pelas autoridades prusstanas, €m virtude de suas idéias muito
fancas. Deixando sua Renênia nativa, Marx foi para Paris, onde conheceu outro
alemio, Friedrich Engels (1820-1895), gue era filho de um prospero fabricante
de produrtos têxteis. Marx e Engels iniciaram uma colaborag3o gue duraria a vida
toda e tornaram-se membros de grupos socialistas. Em fevereiro de 1848, publi
caram o Manifesto comunista, gue conclamava as classes trabalhadoras a uma re-
volugëo para a derrubada do sistema capitalista. Forgado a deixar a Franga em
1849, por causa de suas opinies politicas, Marx foi para Londres, onde passou o
ke ik, Ali dedicou os anos a escrever O capital — um estudo e critica
sistema econêmico capitalista, gue, segundo Marx, seria destruido
Por uma evolugzo socialista.
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uma sociedade sem classes. Culver
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manos no passado e gue operam no presente. Marx adotou o ponto de vista he-
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geliano de gue a histéria nao era uma colecao de acontecimentos nio relaciona-
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segundo suas préprias leis interiores (ver pp. 380-83). Para Hegel e Marx, o pro-
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cesso histérico era governado por principios objetivos e racionais. Marx adorou
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gel, por exemplo, era o confronto dialético de idéias opostas gue impeliam a his”
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réria para o estigio seguinte; para Marx, amudanca eo progresso histéricos eram
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Conflito de classes
Através de toda a histéria, dizia Marx, tem havido uma lura de classes entre os
donos dos meios de producëo e agueles cujo trabalho é explorado para fornecer
rigueza A classe alta. Essa tensa oposigo entre as classes tem impulsionado a his-
tria para seus estdgios mais elevados. No mundo antigo, guando a rigueza estava
baseada na terra, a luta ocorria entre patrdo e escravo, patriclo é plebeu; durante a
dade Média, guando a terra ainda era o modo de produg&o predominante, a lura
ra entre senhor e servo. No mundo industrial moderno, duas classes agudamen-
'€ opostas confrontavam-se — os capitalistas proprierdrios de fdbricas, minas, ban-
“OS € sistemas de transporte e os assalariados explorados (o proletariado).
A lasse dotada de poder econêmico também controla o Estado, diziam Marx
Engels. Psa classe usava o poder politico para proteger e incrementar sua pro-
se” ë de a classe trabalhadora. “Assim sendo, o antigo Estado coloca-
di Easel é todas as propriedades dos escravocraras para oprimir OS esCravos”,
io doe F y aS$IM COMO um Estado feudal era Oo 6rgao dos nobres se a “
aeio do i me, eo Estado EpreserariD moderno é o instrumento da explo-
ha dies o assalarjado pelo capital”. ia ”
@Ambém confsol Ge eles, a classe due controlava a produgdo matErl
MAVam-se 2 dor a produgao mental, istO é, as idéias da classe aa
Matureza ou P " ominantes na socjedade. Essas idéias, apresentadas como leis
opressor ee od morais e religiosos, eram tidas como verdade, tanto pe o
Er EE EE EEN od MUN”
“JAM og ese * ope imido. Na realidade, porém, essas idéias meramente relle-
deëlogos bu. $ EConGMIcOs especiais da dlasse governante. Assim, dizia Marx, OS
EE” ET id, ” “ET” EN” N N
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N' leis da natureza, gue tinham validade universal. Mas essas leis nasciam d
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sidades dos burgueses em sua lura para arrancar o poder de um ad A$ Neces.
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obsoleto e proteger sua propriedade
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do Estado. De modo semelhanes 1 me feuda]
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A destruido do capitalismo
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so de tudo, eram forgados a Enviar seus filhos peguenos para trabalhar nas fibricas
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|istasa neer ropriedade privada, colocariam os meios de producio nas maos
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: organizariam uma nova sociedade. O Manifesto comunista con-
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do P ad um apelo ressonante ) revolucdo: “Os comunistas (...) declaram aberta-
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ee gue seus fins podem ser atingidos unicamente pela forcosa derrubada de
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governan tes estreme-
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das as condig6es soclals vigentes. Deixemos gue as classes
uma rev olu c&o com uni sta . Os pro let dri os nad a tém a per der senêo
cam diante de
gr il hê es . Fle s tém um mu nd o a gan har . Tra bal had ore s de todos os paises,
os seus
unam-sel”
o di ss e mu it a co is a ac er ca da no va so ci ed ad e gu e de ve ri a se r in tr odu-
Marx ni
1ida pela revolugao socialista. Com a destruicao do capitalismo, a distin€ao entre
capitalista e trabalhador cessaria, e com ela o conflico de classes. A sociedade nao
se dividiria mais entre possuidores e carentes, opressores e oprimidos. JA gue essa
sociedade sem classes n3o conteria exploradores, nao haveria necessidade de um
Estado, gue era meramente um instrumento para manter e defender o poder
contra a classe explorada. Assim, o Estado finalmente definharia de vez. A pro-
dugë ea distribuicao de bens seriam levadas a efeito através do planejamento da
comunidade e da partilha comunal, substituindo o sistema capitalista de compe-
HIG30. As pessoas trabalhariam em tarefas variadas, tal como defendera Fourrier
(ver p. 369), em vez de ficarem restritas a um tinico tipo de trabalho. Nao have-
“la mais escravos fabris; as pessoas seriam livres para consumar seu potencial hu-
Er seu relacionamento numa base de igualdade umas com as outras
Juntas para o bem comum.
A influêneia de Marx
9 Unico Cam €TENtes a sua penosa situaco e gue os partidos socialistas eram
# ' iIndif
Criticos de Marx
Os criticos apontam sérias deficiëncias no m arxismo.
O marxista rigido, due
tenta condensar todos os eventos
histêricos numa €strutura econbmica, acha-se
em condigio desvantajosa. As forcas EcONOMICas
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triunto do cristianismo no Império Romano, a gueda
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de Roma, as Cruzadas,a
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tes das classes. As grandes lutas do século XX nio foram travadas entre classes,
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j s m o e m t r ansicao
o liberal p ados
ia pa rt e do sé cu lo XI X, os li be ra is eu ro pe us es ta va m p r e o c u
Na press / sitos do individuo contra as exigéncias do Estado. Defende-
gue a interferênci
miam a do Estado na economia
re P ord Us E dag si E
0 lai sse zfa ivi dua is e o liv re me rc ad o,
os males soclais ameagass e OS dir eit os ind
de ito s de pro-
3 liberdade pes soa l. Ap oi ar am os reg uis
ge CONS! Rm essenciaidos direito de votar e ocupar cargos piblicos porgue acre-
dade paraa concesso
oas incultas € sem posses careciam de sabedoria e experiëncla
- AA "
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ex er ce r re sp on sa bi li da de po li ti ca .
ara c o m e g a r a m a ap oi ar — ma s na o se m
Na segunda metade do século, OS li be ra is
fr êg io e a ag o go ve rn am en ta l vi sa nd o
tessalvas € restrigoes — a ampliagao do su es ce nt e pr eo cu pa gao
al iz ac ao de so rd en ad a. Es sa Cr
emediar os abusos da industri
do s op er dr io s po br es co in ci di u e fo i in fl uenciada por uma pro-
com o bem-estar Adên-
ed en te s de mo vi me nt os hu ma ni td ri os do s do is la do s do
lferacio sem prec
Ins pir and o-s e nos idea is ilu min ist as € nos ens ina men tos cristaos, os movi-
tico.
ref orm a exi gir am a int erd igd o do tra bal ho infa ndil , ins tru gao par a as
mentos de
massas, tratamento humano para prisioneiros e doentes mentais, igualdade para
1s mulheres, abolic4o da escravidao e fim das guerras. No inicio do século JOS, o
beralismo evoluiu para uma democracia liberal, e o laissezsfaire foi substituido
por uma aceitacio relurante da legislaggo social e da regulamentagao governa-
mental. Do comeco ao fim, porém, a principal preocupagio dos liberais conti-
nuou sendo a protegao dos direitos individuais.
dd No final da década
rder
Hill Green (1836-1882), professor na Universidad d
e de Oxfordoni; D.
ee
D. GG. Rit
es chie
(1853-1903), gue ensinava filosofia em Oxford e Saint Andrews; J. A. Hobson
(1858-1940), tedrico social; e L. T. Hobhouse (1864-1929), acadêmico gue tam-
bém cscrevia para o Manchester Guardian. De modo geral, argumentavam gue 0
laissez-faire protegia os interesses da classe economicamente poderosa e ignorava
o bem-estar da nac&o. Por exemplo, Green valorizava a propriedade privada mas
nao consegula ver como esse principio ajudava os pobres. “Um homem gue na0
Possui nada além de sua forga de trabalho e tem de vendé-la a um capitalista para
Sua manutengao didria b4sica, poderia também (...) ser totalmente privado dos
direitos de propriedade.”':
Green alegava gue o Estado ocioso preconizado pelo liberalismo tradicional
do Jaissez-faire condenava muitos cidadsos a privagio, ignorAncia e desespero: ë
Estado deve preservar a liberdade individual e, ao mesmo tempo, asseguraf 9
bem comum, promovendo condicêes favordveis para o autodesenvolvimento da
maioria da populacao. F
Para Green, o liberalismo englobava mais gue a protegao dos direiros ind ivi
duais contra um governo opressivo. Uma sociedade verdadeiramente liberal, 4
zia ele, dé oportunidade para gue as pessoas realizem suas capacidades human?
e seu potencial moral. E as reformas socjais inicjadas pelo Estado awxiliavam n
realizagao dessa concepcio mais ampla de liberdade. Green € outros parmor
tidalario*de
ee da intervencao do Estado sustentavam gue o governo tem a obrigagao
|*. Eriar condigêes sociais gue permitam aos individuos aprimorarem-se. Tendo em
ie Vista esse objetivo, o Estado deveria Promover a sauide publica, assegura! mol”
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[berde oe XX, os liberais ingleses, de maneira geral, reconheceram
- mei " weer de uma legislagio social; comegavam a ser assentados
tar soci al na Ingl ater ra. Tam bém no con tin ent e foram pro-
Ee elk bem-es
para o bem -es tar gera l. Dec erc o, OS mOr IVO S por tris de tal legi sla-
mi leis
rent es e, com freg iiën cla, pou co tin ham a ver com os sentl-
Ca0 era `n muito dife se par a
N4o obs tan te, | em vér ios pai ses o lib era lis mo exp and ia-
mentos li berais. ia ao lon go
e m o c r a c i a p o l i t i c a e s o c i a l — ten dên cia gue con tin uar
ornar-se uma d
do século.
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u Shel ley, gue era favo rdve l ao sufr dgio femi
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her For sava m o t e 6ric o soci al Jer emy Ben tha m e o eco nom ist
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Ap pe al of On e Ha lf of He Hu ma n Race
William Thompson, d* escreveu . Jo hn St ua rt Mi ll ac ha va gue as
de uma mertade da raga hu ma na l (1 82 5)
oe e is 3 ed uc ag &o gu e a de-
Ap ae entre os se xo s (e en tr e as cl as se s) de vi am -s ma
di ta nd o gu e to da s as pe ss oa s — ho me ns s € mu lh er es —
redades her dadas. Acre
siwgueal te
ol ve r se us ta le nt os e in te le ct os ta o pl en am en
deeyveriam ser Capazes de desenv ak ad e da s mu lh er es ,
do s pr im ei ro s a de fe nd er a ig ua ld
vanto possivel, Mill foi um
ndusive o sufrégio feminino. Em 1867, Mill propês, como membro do Parla-
end ess e o dir eit o de vot o As mul her es; a pro pos ta foi rej eit ada
ento, gue se est
| |
por 194 votos contra 74. fic ara
cas ou- se co m Har rie t Tay lor , am ig a de lon ga dat a gue
Em 1851, Mill to
a rec ent eme nte . Fem ini sta ard oro sa, Har rie t Mil l inf lue nciou o pensamen
“itv
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jo marido. Em A sujeicdo das mulheres (1869), Mill argumentou gue a domina
0 mas cul ina sob re as mu lh er es con sti tui a um fla gra nte abu so de pod er. Des cre -
veu a desigualdade feminina como a tinica relfguia da antiga visao, gue jê se de-
sintegrara em todos os outros aspectos. Fla violava o principio dos direitos indi-
viduais e era um empecilho ao progresso da humanidade:
(..) o principio gue regula as relagGes sociais vigentes entre os dois sexos — a subordina-
ro legal de um sexo a outro — é em si mesmo errado, e atualmente um dos principais estor-
vos ao aprimoramento humano (...) ele deveria ser substituido por um principio de igual-
dade perfeita, gue nio reconhecesse nenbum poder ou privilégio em um lado, nem incapa-
cidade no outro.”
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ra Mil l era si mp le sm en te um a gu es ti o de jus tic a gu e as mu lheres fossem
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ëreservad
ee r homens. No final do século XIX e inicio Ee do século XX, a luta pe-
5 FEmini nos tornou-se uma das princi pais guestêEses em varlos paises.
ini ` ` ` 2 es #
l
Notas
Li
Fi GR J- Davis. “Gustave ce as Metapbor. Belmont, Calif., Wads-
7 de Ee mere Century, vol. worth, 1971, p. 124.
Barzun e Geo ) oi Org. por Jacgues 4. Karl Pearson. National Life from the Stand-
les Scribners S rade. Nova York, Char- point of Science. Londres, Adam &c Char-
2. Citado em E ee ED p. 62, les Black, 1905, p. 21.
of Knowled Gassirer. The Pro6lem 5. Citado em H. W. Koch. “Social Darwi-
oglom Mo dee por Wiliam H. nism in the 'New Imperialim”, in 7he
“Sn, Conn,, Yal . Hendel. New Ha- Origins of the First World War. Org. por
pg ” “EF Vniverstgy Press, 1950, H. W. Koch. Nova York, Taplinger, 1972,
d Extraid . | p. 345,
de Richard Olson (org). Scien- 6. Friedrich von Bernhardi. Germany and
F oe T vi
Givilizacio ocidental
Sugestêes de leitura
Andreski, Sctanislav (org). 7he Essential Com- Hofstadter, Richard. Social Darwinism in Ame-
te (1974). Excelente coletinea de trechos rican Thought (1955). Abordagem déssica
das obras de Comte. do impacto da evolug3o sobre o conserva
Becker, George J. Master European Realists of dorismo, O imperialismo eo racismo nol”
the Nineteenth Century (1982). Discus- te-americanos. aa
soes de Flaubert, Zola, Tchecov e outros MeclLellan, David. Karl Mare His Le -
realistas. Thougbr (1977). Biografia muio aclamada.
Bullock, Alan e Maurice Shock (orgs.). The Li- ——, (org) Karl Marc Selected oe
es€T!
beral Tradition (1956). Boa selecëo de escri- (1977). Seclecso eguilibrada dos
tos dos liberais ingleses; a introdugio é um de Marx. |
excelente exame do pensamento liberal. Manuel, Frank E. 7he Prophets of Fars ed
Farrington, Benjamin. What Darwin Really Contém valioso capitulo sobre sie . ia
Said (1966). Breve estudo da obra de Tucker, Robert. 7e Marxism Revo Ë Josof
Darwin. ldea (1969). O marxismo COM9
Grant, Damian. Rezlism (1970). Pesguisa mui- social radical.
to boa e concisa. Philosophy
Greene, ]. C. The Deatk of Adam (1961). O nro mar”si
(1972). Relagao entre o ere
impacto da evolug&o sobre o pensamento xista e a filosofia alem3; bom
ocidental. dos primeiros escritos de Marx
ae od Hemmings, FB W. ]. (org). (1972)
The Age of Rea-
. (org) 7he Marx-Engels Rea ed vi de
isn. (1978). Série de ensaios abordando o
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s
e r e d o r o m a n t
o realismo dif
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e f l e t i a m . as nomia € as idéias?
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`Dy a c i € n c l a p
bi ldadas pel Discura 12. Discura a influência histérica de Marx.
e c u l a r i s m o .
pe lo s
13. Por gue Marx estava convencido do fim
do capitalismo? Como se daria sua des-
truicao?
iëncla: 14, Oue deficiëncias os criticos apontaram no
4. Oual era ad “Je dos erés estados” de Comtes? marxKismo?
l u g d o t e v é c o n s egiiëncia
5, A reorla da evo s a r e a s a lém da 15. Relacione as teorias de Mill e Green com
o u t r a
` revoluciondrias em
a g a o . | a evolucio do liberalismo. Fsrabelega as
D i s c u r a es sa a f i r m
Géncia. n i s m o social semelhancas e diferengas relevantes com
te or la s do d a r w i
6. Por gue as respeito a suas teorlas.
sram to populares? OS 16. O movimento feminista foi fruro de cer-
omum com
7.0 gue Marx rinha em c tos ideais gue surgiram ao longo da his-
philosopbes do Tuminismo? téria ocidental. Discura essa afirmagao.
deve
8. O guea filosofta da histêria de Marx 17. Oue argumentos urilizavam os oponen-
3 Hegel? Em gue ela difere de Hegel? res da igualdade de direicos para as mu-
9. Oue relagso estabeleceu Marx entre a eco-
Iheres?
nomia € a polirica?
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s CAPITULO 16
Furopa no final do século XIx.
modernizagao, nacionalismo,
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volveram uma maguina governamental para incluir e
controlar grandes
nimeros de cidadaos. Esse processo de fortalecimento € centraliz
acio —
comstrugdo do Estade, na terminologia moderna — tornou-se a principal
atividade dos governos ocidentais. A construcëo do Estado significou
nao apenas forralecer a autoridade central, mas também incorporar
comunidade as classes até entio excluidas, sobretudo por meio da forca
do nacionalismo, fomentado pelos governos. O poder do Estado au-
mentava incrivelmente guando o governo interferia na vida dos cida-
dos comuns mediante o recrutamento militar, a educac#o piblica ea
tributacio irrestrita.
A industrializa€io facilitou o caminho rumo & centraliza€#io, na me-
dida em gue concentrou os operdrios fabris nas cidades, enfraguecendo
os tradicionais vinculos rurais. Além disso, afetou amplamente as rela-
GOes Internacionais. A producao de carvio e ferro, a milhagem € ronela-
gem de ferrovias € navios, a mecanizacdo da induistria e a especializag20
da massa de trabalhadores tornaram-se componentes importantes do po-
derio nacional.
O nacionalismo, gue se intensificou na dlrima parte do século is
estava prestes a se converter na forca espiritual dominante da vida eurO
péia. Tornou-se cada vez mais beligerante, intolerante € irracional, ameEa-
cando a paz da Europa ea tradicao humanista liberal do Huminismo:
nacionalismo é a industrializacio foram Os principais alicerces do ei
rialismo, levando as nag6es européias e os Estados Unidosa estenderé
seu poder sobre os territérios asidtico, africano e latino-americano-
O Ocidente moderno 443
rra do Opi o: os ing les es der rot am os chi nes es, ane xan do e
Gue
abrindo os portos da China ao comércio ocidental.
tor-
Luis Napoleao Bonaparte derruba a Segunda Repdblica,
1851-1892 nando-se imperador Napoleao HI.
do ro Per ry, lid era ndo as for as nav as nor te- ame ric ana s,
O co mo
1853
abre o Japao ao comércio.
dos Sip aio s; a Ing lat err a res tit ui a Co mp an hi a das In-
Rebeliëo
1857-1858 vice-rel.
dias Orientais e comega a governar a India através de um
h..
Givikaacio ocidental
O avanco industrial
Os historiadores referem-se & segunda metade do séeu lo
XIX COmo
Revolugao Industrial, devido ao grande aumento na vel Oc
idade e EXtEnsio d
transformagao social e econêmica. Essa mudanca no m undo
foi
avangos tecnol6gicos e por novas formas de negdciose OrganIiz definida pe
acao de traba
Caracterizou-se também a ascensao da dlasse média ao po der po lho
liticoe Social egui -
valente a seu poder €CONOMICO; pelo decl
inio dos STUPOS ou classes tradicionaie
e por mudangas significativas no papel das mulheres € Crlan€as no seio da mde
Em meados do século, a agricultura era
ainda a principal OCUPac3o em idee
os lugares. Mesmo a Inglaterra, onde a indu
strializagao encontrava-se mais avan-
gada, rinha mais criados domésticos gue operar
ios fabris, e duas vezes mai traba-
Ihadores rurais gue operdrios têxteis e tecel6es. Havia
poucas fdbricas grandese
tr abalho artesanal ainda prosperava. Os barcos a vela uitrapassa
vam em ndmero
as embarcag6es a motor e os cavalos transportavam mais carga gu
e os trens. Essa
S1tUaGA0, no €ntanto, mudou radicalmente em dois impeto
s: o primeiro entre
18
50 e 1870, e o segundo a partir da década de 1890 atéa 1 (z
uerra Mundial.
No primeiro impeto, a mudanga da producio manual para a mecinica ace
le-
rou-se na Europa e nos Fstados Unidos, levando & concentracso de operdrios fa-
bris nas cidades industriais e ao crescimento dos sindicatos. O padrdo de vida da
maioria dos trabalhadores elevou-se. As novas mdguinas e processos, a legislacio
e as negociag6es do sindicato minoraram as péssimas condicêes do estégjo inicial
da industrializag&o. Ao mesmo tempo, as primeiras regulamentacêes do desenvol-
vimento urbano e de saneamento comecaram a melhorar as condicêes de vida.
Nas dreas industriais mais avancadas, alterou-se a organizacao social dos locais de
trabalho: a introduc&o de eguipamentos pesados resultou na substituicao da mao-
de-obra feminina e infancil nas fébricas pelo trabalho masculino. Os saldrios um
pouco mais altos para os operdrios masculinos gualificados significou gue as mU-
Iheres com familias j4 no eram mais obrigadas, pela terrivel necessidade, a traba-
lhar nas fbricas. Contudo, as mulheres demitidas das fébricas (elas rerornariam
durante a | Guerra Mundial) nêo ficavam livres para uma vida de 6co. Flas ad
ranjavam trabalho como domésticas, tarefeiras, costureiras ou lavadeiras. Ns el
Gas comeGaram a estudar guando o Estado e a economia passaram a €xigl!
elas obtivessem uma formacao minima. dj
A escala do desenvolvimento sofreu acentuada mudanca durante 0 ee
impeto. Firmas enormes dirigidas por juntas de diretores, inclusive AA ge
geriam vastas empresas de imensas fdbricas mecanizadas, guarnecidas por s d
lhadores no especializados, mal remunerados € muitas vezes tempordrios distrir
gigantes industriais tinham condigêes de controlar a producio, o prego € 2 em”
buig&o das mercadorias. Eles sobrepujaram as empresas menores, finan€i*
controlaram a pesguisa ' e o desenvolvimento e expandiram-se muito jto al além he
frenteiras nacionais. Os “capitaes da induistria” — proprietdrios ou gET Es
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aaracterlzard
so dos homens de negocios, bem como dos criticos socialistas.
vou a imaginas l6ég icas rev olu cio ndr ias fom ent ara m o €rescimento da indus-
Mudaneas tecno
Na met ade do século, em toda a Europa espalhou-se a mesma mania de
ta. Ingl ater ra na déc ada de 1840 . Essa exp ans ao
ir ferr ovia s gue aco met era &
constT
tam bém na frot a mer can te. Em 1850 , os barc os
, ca das ferrovias reproduziamu-se
de dos a vapor constitui apenas 5% da tonelagem mundial; em 1895, esse
toda a ton ela gem . Na vira da do século, dois
TR crescera para a metade de para aperfei-
Dai mle r e Karl Benz , ass ocl ara m-s e
engenheiros alemaes, Gotdieb Hen ry Ford , em-
rna. Ent do o nor te- ame ric ano
soar 0 Motor de combustio inte duc io em mass a, lan gou seu
pregando écnicas de linha de montag em para pro
dan do infc io & era do aut om@ vel . A inve n-
Modelo T para “o homem comum”,
dt
1897 , per mit iu a urti liza gao de um
og
dio do motor a diesel por outr o ale m&o , em
os mo-
Ee
e efic ient e. Os mor ore s a dies el logo sub sti tui ram
combustivel mais barato
,
giga ntes cos navi os de carg a, vaso s de guer ra e emb arc aG6es de
Fr”
tores a vapor nos
EE
do teld graf o, do telefone e, mais tar-
ad
Juxo. No seto r das com uni cag êes , o adv ent o
Er
de, do réidio também revolucionou a vida das pessoas.
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Contudo, o desenvolvimento econêmico foi extremamente irregular. A Eu-
Pe
ropa central, meridional e oriental permaneceu atrasada em muiros aspectos € as-
EE
sim se manteve até depois da 1 Guerra Mundial. Nessas sociedades predominan-
PT
temente agricolas, a maior parte da manufatura consistia na producao, em pe-
guena escala e voltada para o consumo, de têxteis e alimentos industrializados,
na gual os artes&os ainda tinham lugar.
Urbanizario acelerada
Nos Estados Unidos e na parte noroeste da Europa, a industrializagaAo mais rd-
pida aum€ntou o contingente de pessoas gue viviam nas cidades; estas se torna-
Wes Da maiores e mais densamente povoadas. Embora nao fosse uma
habitantes, ae 1880 Londres (Ornou-se uma megalêpole de 5 milhêes de
Mundial & j ie Soe geo 7 milhêes de pessoas. Entre 1850 ea l Guerra
ME . es pu AR e Paris cresceu de 2 para 3 milhêes de habicantes.- Berlim,
Gere Ma N a sr 500 mil habirantes, chegou a 2 milhêes na época da
nd del0 al. A vésperas da unificagao, apenas trés cidades alemas tinham
00 mil habitantes; em 1903, j4 somavam guinze.
ge, ties a classe média alcancou proeminéncla politica, econdmica e
Wil he - is ie sua recente imporrêncla e prosperidade median-
dasse do. ee se ida gue as m4guinas substituiram a produgao manual, a
ras foram en * reu um acentuado declinio. Os operdrios fabris, cujas filei-
ante grupo 'ë “ as oe ape e artesaos, emergiram Como um imPor-
neses social nas cidades. tados de seus locais de nascimento, os campo-
artesios gue trabalhavam nas f#bricas abandonaram suas antigas lealda-
446 Givilizacêe ocidental
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mt TARKA hy VN
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'N Pintura do Bowery, de Louis Sontag, 1895. Cena de rua da cidade de Nova York fervilhando de
h atividadee energlas comerciais, durante a noite iluminada por eletricidade incandescente.
| A pintura mostra carrocas, bondes, tilburis e trens lado a lado, bem como a arguiterura cldssica
do teatro ao lado de cdificios de guatro andares gue abrigam lojas e familias no Bowery. A vida
' urbana palpita com a energia da tecnologia moderna. Museu da Cidade de Nova York #32.275.2.
si Doardo de William B. Miles
nd us tr ia li za ci o. Co nt ud o, en fr en ta nd o ain da proble-
onado pela
mb ro s da cla sse tr ab al ha do ra fo ra m atr aid os par a os partl-
me
o co nt ro le da ind ust ria pel o go ve rn o e o co nt role
defendiam
pel os tr ab al ha do re s. A ma lo rt a dos ope rdr ios
vcais de trabalho
tri ste s e su pe rl ot ad as , se m ag uecimento
as familias em moradias ocupa-
Tr ab al ha va m mu it as hor as — 55 por se mana nas
igua corrente- oc up ag oe s
&ri a sem ana l, ed e 70 a7 5 nas
governo limitava a Carga hor ém dis so, pa-
exa ust iva s € mo né to na s. Al
N regulamentadas. Cuas tarefas eram ao €xa-
ing les es gue se ap re se nt ar am
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desnutricao. Os ho me ns € rap aze s
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es re ve la ra m- se tio in ca pa ci ta
me médico para servir na Guerra dos Bêer
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j Ao tere de seus irmaos do continente, os
j geral nunca se sentiram atrafdos pelo social tr abalhadores britênicos em,
ismo, na
o particularmente pelo m
xismo. Porém, na década de 1880,
a disseminac&o da pobreza e as nova
j cia
s na indtistria — em especial os mOnopoél s eed
Ji ios, os cartéis ea COMpeticio esterma
— levaram alguns lideres trabalhistas a insist
ir numa militência malor. Essas con-
' dig6es deram ensejo & cria€so do partido trabalhista.
E O partido trabalhista britênico poderia nunca ter
existido se Nao fosse a deci-
sao Taff Vale (1901), gue ressarciu dos Prejuizos um
patrao gue foi alvo de um
JE piguete organizado pelo sindicato. Se os trabalhadore po
s diam ser multados por
| ! fazerem piguetes ou outras acêes visando influenciar as nego
ciagBes, os sindica-
' tos serlam derrubados e eles perderiam os ganhos econêmicos obtido ao
s longo
' de meio século. Alarmados com a decisao Taff Vale € desejand re
o formas para sua
classe, os trabalhadores recorreram 3 politica. Nas eleicées de 1906, o novo par-
j tido trabalhista conguistou 29 membros na CAmara dos Comuns, formando uma
H faccao gue se tornaria importante na politica britênica.
' Entre 1906 e 1911, os liberais, liderados por David Lloyd George (1863-
' 1945) e pelo entëo liberal Winston Churchill (1874-1965), introduziram uma
” série de importantes medidas sociais. Com o auxtlio do partido trabalhista, puse-
N ram em vigor um programa de pensêes para idosos, bolsas de emprego para aju”
“ dar os desempregados a encontrar trabalho, seguros de satide e desemprego od
1 grama profundamente influenciado pela legislac&o social de Bismarck) e saldrios
minimos para certas industrias. O Parlamento também revogou a decisio -m
Vale. No processo, porém, desencadeou-se uma crise constitucional entre 0 Hi d
ras, gue tinham o apoio do partido trabalhista, e os conservadores, dué geer
vam a Cimara dos Lordes. A crise terminou com a Lei do Parlamento de D i
gue decretou gue a CAmara dos Lordes podia somente retardar, mas na0 UP
dir, a sangao de uma lei aprovada pela CAmara dos Comuns.
Agitario feminista
Com respeito a guestio do sufrigio feminino, a democracia britênica foi ”
ta. Influenciadas pelos ideais das revoluc6es francesa €e norte-americana ' e
comegaram a rprotestar contra sua condicao desigual. Em 1867, John rs
Iherespropês
`. . MG estende o direito de voro &s mulheres, mas seus colegas do Va
O Oridente moderno 449
ae dos
Cartaz publicado pela Liga
pr oj et ad o po r Em il y Harding
Artistas, ra o faro
s, C. 19 08 . O ca rt az du st
Andrew
o podiam
de gue as mulheres britênicas ni
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tour no intcio do século EO. A
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mulher graduada nao é suficien
rtard
ajudd-la a encontrar a chave gue a libe
da classificacêo gue a coloca na mesma
prisio gue os €riminosos € mentalmente
doentes, gue tampouco podiam vorar no
Parlamento. As mulheres
desempenhavam importante papel no
governo local, sendo encarregadas de
escolas, orfanatos e hospitais, mas até
depois da 1 Guerra Mundial n&o rinham
direito a votar para eleger membros da
Cimara dos Comuns. Biblioteca do
Congresso
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sobretudo ignoradas pela lei —, as feministas recusavam-se
3 aCel
tar o papel passi-
vo gue lhes fora atribuido por uma sociedade dominada p el
os homens. Graca
Importante papel gue as mulheres desempenharam s ap
no fronte civil durante
1 Guerra Mundial, muitas pessoas da elite mudaram
de Opinido e, em 1918
mulheres britêAnicas com mais de 30 anos ganharam
o direito de voo. Em 1928
o Parlamento reduziu a idade eleitoral das mulheres para 21
anos — a mesma
idade gue gualificava ao voto os eleitores masculinos.
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A guestio irlandesa
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Re iblica francesa em 1848, adotou o titulo de imperador, seguin-
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da Segund s : seu ilustre to. Napoleëo III governou com autoritarismo, proi-
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da mele? censurando a imprensa e conferindo pouco poder a legislarura.
vindo 3 OPO, geo porém, numa dréstica mudanca, introduziu reformas libe-
Na década ' risioneiros politicos, retirou a censura sobre a imprensa, conce-
o direito de formar sindicatos e aprovou uma nova consti-
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da s a li be rd ad e in di vi du al . Sua s re fo rm as ai nd a hoj e int ri-
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ore s. Se r gu e Na po le ëo IT ac re di ta va si nc er am en te nos ide ais
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liberais, e €spero por te me r re agoes de
plemenr4-los, ou ser d gu e in tr od uz iu ess as re fo rm as ap en as
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— politicos gue substituiram Napoleao. A Comuna de Paris (1871) reve iniclo
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como uma recusa patriética a aceitar a derrota € como uma rejelgao ao regime de
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Napoleëo, mas acabou se tornando também um repuidio ao governo provisêrio.
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Ao final, os communards (Ccomo eram chamados agueles gue resistiram aos prus-
sianos € ao governo provisêrio) desafiaram também os donos de propriedades.
Os communards incluiam seguidores do anarguista Joseph Proudhon e grupos
de veteranos republicanos e socialistas da revoluc3o de 1848, recolhidos nas pri-
soes, esconderijos e no exilio. Na primavera de 1871, esses revoluciondrios gover-
naram Paris por dois meses. Aré gue Adolphe Thiers, lider do governo provisêrio
gue ainda governava o restante da Franca, ordenou um atague a Paris. A lurta foi
éncarnigada e desesperada, com muitos aros de terrorismo e violência. Nessa guer-
ra civil, os dois lados destruiram com fogo grandes dreas da cidade gue amavam.
Ds communards foram derrotados e tratados como traidores: 20 mil deles foram
“eCurados sem julgamento, e os gue foram julgados receberam sentengas severas
tmorte, prisao perpétua e deportacio para as colênias penais). Para as classes diri-
$entes de toda a Furopa, a Comuna de Paris foi um sinal de gue o povo deveria
'“" governado com punho de ferro.
Me a ie, due o império de Napoleëo JIT seria sucedido por uma
Pr " asa desuniëo €ntre os monarguistas levou a Franga a cornar-se uma
sua revelia. Ao contririo da Gra-Bretanha, com seuu sistema biparti-
di gu e co n-
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Ter cei ra Re pu ib li ca fr an ce sa ti nh a mu it os pa rt id os pol iti cos , o
“4 para gerar instabilidade. Nenhum partido tinha peso suficiente no parla-
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se o para constituir uma lideranca forte. Os primeiros-ministros renunciavam
gié. Vcediam rapidamente; ministérios formavam-se e desfaziam-se com fre-
sn dando a impressio de um Estado sem direcëo. A vida politica parecia
CONsi
“ir em negocjatas. Nesse processo, contudo, foram promulgadas leis gue
“TaAm Oo ensino fundamental gratuito € obrigatério e legalizaram os sindica-
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sriticos, e ele considerava os partidos incapazes de tracarem diretrizes para
Na opinido de Bismarck, os catélicos e os socialistas eram internacionalistas gue $
nio priorizavam os interesses da Alemanha. Ele comegou a perseguir os carélicos, )
gue constituiam cerca de 40% da populagëo. A Kulturkampf (ura pela culcura)
consistiu numa série de leis promulgadas em 1873 para submeter a Igreja ao
Estado. As leis discriminavam Os jesuitas e exigiam gue o Estado supervisionasse
algreja € gue os sacerdotes fossem treinados em escolas estatais. Os carélicos t-
nham de se casar perante o Estado. Os cdlérigos gue se recusavam a aceitar essas
leis eram aprisionados ou exilados. Os liberais alemaes nao defenderam as liber-
dades civis dos catélicos contra essas leis. No entanto, a perseguig&o apenas refor-
sou a lealdade dos carélicos alemêes a sua igreja, € o partido carélico ganhou
adeptos. Os conservadores prussianos, embora protestantes, ressentiram-se da
politica anticlerical de Bismarck, gue atingia também os luteranos. Com a suces-
Sao de Leëo XIII ao papado, em 1878, Bismarck iniciou negoctag6es de paz com
d lgreja.
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periente nagao politica: nacionalismo
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ul tr ap as sa va m OS rec urs os de uma nac&o tao po-
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ficar as despesas mil ira res , due
am as am bi go es da Ir4 lia de se tor nar um a Gr an de Po-
bre, os politicos apregoar os afr ica nos
a pa rt ic ip ag o ita lia na na dis pur ta pel os ter rit 6ri
ncia. Apresentaram lucros
neo s co mo a so lu ci o par a tod os os mal es soc iai s do paf s. Os
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ult ant es da ex pl or ag ao dos out ros pa ga ri am as tao nec ess dri as re formas soclais,
res
pr im a obt ida fo me nt ar ia a ind ust ria liz aga 0. Ne nh um a des sas pro -
ea maréria-
se rea liz ou, o gue ac en tu ou ain da mai s o ci ni sm o do po vo des ilu did o. A
messas
busca de glêrias, tanto como politica externa guanto interna, foi extremamente
onerosa para a frégil nacao.
Antes da 1 Guerra Mundial, a Ir4lia estava profundamente dividida em termos
politicos. Uma onda de greves e o descontentamento entre os campon€s€s serviram
de alerta aos lideres politicos, gue dedlararam neutralidade e decidiram, ao contrd-
rio da Rissia, nio arriscar o abalado regime entrando na guerra. Mas os atrativos
do expansionismo eram fortes demais para gue mantivessem €ssa polirica.
sua san gre nta Gue rra Civ il (18 61- 186 5), tra vad a par a im-
at ie os py
we ref uni do, os Fst ado s Uni dos cam inh ara m par a as hile iras das gi-
Fanie Men
erdie industriais, depois para a condigio de Grande Potência e, ao
O inteig da ae oe a lideranga mundial. |
1Za CAO nos Est ado s Uni dos ass eme lho u-s e, em mui ros
speetos, ag da Fi Ee
ad si dag Eur ope us nao gua lif ica dos e tra bal had ore s rurais
Constitufram
oma gué os " e-obra dos moinhos réxteis da Nova Inglaterra, da mesma
ofereoeu ui van eses € " ee haviam feito na Inglarerra. O governo
“ompeticio sa oa para o comércio, manteve rarifas para afastar a
Ee (so retudo inglesa) e, a exemplo da Gra-Bretanha, nao
Pretende Gra -Br eta nha , o
u regularizar a iniciativa pri vad a. Ta mb ém com o na
ET o ke |
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Fram tam ducëo de eletricidade e petréleo. Sua classe trabalhadora era a mas
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RE inha o mais elevado padr3o de vida. Os Estados Unidos haviam con-
RE
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iga o em Ppo uco mai s de um a ger aga o.
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A as ce ns ao do n a c i o n a l i s m o ra ci al
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Na pri mei ra met ade do séc ulo XI X, o nac ion ali smo e o lib era lis mo
s lut ara m tan to pel os dir eit os do ind ivi - i
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mao s dad as. Os libe rali
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minharam de
epe ndê nci a e uni fic ag4 o nac ion ais . Os nac ion ali sta s liberais
duo guanto pela ind jy
tav am gue um Est ado uni fic ado , livr e do jug o est ran gei ro, har mon izava-se
scredi
condu-
com o principio dos direitos naturais, e insisdam em gue o amor ao pais
ad
tornou
za a0 amor pela humanidade. A medida, porém, gue o nacionalismo se
mais extremado, sua profunda diferenga com relagio ao liberalismo ficou mais
EE
evidente. O nacionalismo radical do final do século XIX e inicio do século XX
contribuiu para a ] Guerra Mundial e para a ascensao do fascismo apos a guerra;
ele foia sementeira do nacionalismo totalitdrio.
Preocupados exclusivamente com a grandeza do pais, os nacionalistas radicais
rejeitavam a Ênfase liberal na liberdade politica. Censuravam o governo parla-
mentar como um obstdculo ao poder da nagao e defendiam a lideranca autorird-
ria COomo necessdria para atender as emergências nacionais. As necessidades da
nagio, diziam eles, ultrapassavam os direitos individuais.
Esses nacionalistas repudiavam também o ideal liberal de igualdade. Colo-
cando a nagio acima de tudo, acusavam as minorias de corromperem o espiriro
naclonal e glorificavam a guerra como simbolo da determinagao e do arbitrio da
Magao. Em nome do poder e da unidade nacionais, perseguiam as minorias inter-
Ee die Contra as outras nacêes, abragando cada vez mais doutrinas
Mia er ge Fm racistas. Na fundagio da Assoclagao Nacionalista na
proletariade G RA s ideres declarou: Assim como 9 soclalismo ensina ao
ia ase er ge a Me de classes, assim devemos ensinar & [edlia o valor da
pd Oo ie ura internacional significa guerra? Bem, enrao, gue seja
Gnico camink 1on Me desperrard a vonaAe de uma guerra vitoriosa (...) o
emee para encio nacional. | mad
dos insistiam sd polidca com a lêgica das emocêes, OS nacionalistas extrema-
ke em gue tinham a missio sagrada de recuperar os terricorios due
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am na Jda de Méd ia, de uni r-s e a seu s pare ntes de out ras terr as ou
d € domina r sui
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as outras elidades. O Estado étnico rornou-se objeto de
gl0sa; as energlas espirituais antes dedicadas ao cristlanismo eram
canali- zadas para o culto do Estado-nac
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tr em ad o foi um fe nê me no gen era liz ado na Eur opa, mas
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ecl almente perigoso na Alemanha.| Os triunfos de Bismarck atr
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alemaes para um mundo de sonhos. Muitos comecaram a ansiar pela am-
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A expr essi o mai s OmI NOS a do nac ion ali smo ale mao , e um nit ido
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o miti co, foi o con cei to Volk ish ( Volk sign ific a gen te ou povo ). Os pen-
pensam ent
s pro cur ara m agl uri nar o pov o ale mao med ian te um pro-
sadores Volkish alemae
por sua ling ua, suas tra dic êes e sua pdtr ia. Esse s pen sad ore s ach ava m
findo amor
outros
gue os alemaes eram animados por um espirito mais elevado do gue o de
povos. Para tais pensadores, o Huminismo ea democracia parlamentar eram idéias
estranhas gue corrompiam o puro espirito germênico. Com uma devogao fandti-
ca, os pensadores Volkish abarcaram todas as coisas alem4s—o passado medieval,
3 paisagem alem4, o camponês simples, a aldeia — e denunciaram a tradigdo libe-
ral humanista do Ocidente como alheia 4 alma germênica.
O pensamento Volkish atraiu os alemaes assustados com todas as complexida-
des da era moderna: industrializa€ao, urbanizagao, materialismo, lura de classes,
alienag3o. Ao verem sua amada Alemanha transformada pelas forgas da moderni-
dade, os pensadores Volkish ansiaram por restabelecer o sentido de comunidade
gue eles atribufam & era pré-industrial. Apenas pela identificagao com seu solo
sagrado e com as tradig6es sagradas poderiam os alemêes contemporêneos esca-
par dos males da sociedade industrial. Somente entao as diferentes dlasses pode-
“lam juntar-se numa unidade org&nica.
O movimento Volkish teve pouco apoio da classe trabalhadora, gue estava #
e Pd principalmente com a melhoria de seu padr&o de vida- Teve um ape- di '
Eis vo entre os agriculrores e aldeëos, due €ncaravam a cidade industrial cCOmo aid
tee €aGa aos valores narivos e um vefculo para disseminar idéias estranhas;
idee PERE artesaos e lojistas ameacados pelas grandes empresas; entre OS
EE PR de Critores, professores e estudantes, gue viram no nacionalismo Volkish
adifaete AE lems de seu idealismo. As escolas foram agentes destacados para
O as idéias Volkisk.
.. lees Voikish exaltavam as antigas tribos germanicas gue rinham de-
germano ae Romano; contrastavam seus corajosos € vigorosos ancestrals
ANtigas tra EE ie € degenerados romanos. Alguns rentaram harmonizar as
OS alemses "ea re ii germanicas com o crisdanismo. Tais atitudes levaram
rente dosis '- considerarem como um povo heréico, fundamentalmente dife-
gleses e franceses e melhor gue estes, e a encararem a cultura alemê
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O antHi-semitismo
Os nacionalistas raciais alemaes selecionaram Os judeus como uma raga pard-
cularmente perniciosa €e uma inimiga moral do povo alem&o. O and-sernirirae,
gue se difundira em fins do século XIX na Europa, fornece um exemplo SR
da perene atragao, poder e perigo do pensamento mitico: 'A ideologia Hoe
racial nos diz gue existem ragas gue lideram e racas gue seguem. A histéria po
dca nada mais é gue a luta entre as ragas gue lideram. As conguistas, sobretu j
sempre sao obras das racas lideres. Seus homens sio capazes de conduistan P
dem conguistar e devem conguistar.”? |
As organizagêes e partidos politicos anti-semitas procuraram privaf OS “De
de seus direitos civis, e as publicacêes anti-semitas proliferaram. Edouar se
mont, um jornalista francês, argumentava gue os judeus, racialmente inte
Crentes de uma religiao primitiva, haviam dominado a Franca. Tal como OS ie
semitas da Idade Média, Drumont acusava os judeus de deicidio e de usar EE
gue cristio para finalidades rituais. O jornal de Drumont (fundado com re€
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jeAE ) culpava os jude
j us por todos os males gue atingiame a Franga, EX jgja SU2
ulso do pafs e predizia gue
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eles seriam massacrados
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ofensas praticadas contra os judeus. As
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organizac6es anti-semitas ainda hoje $
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continuam a public4-la e distribui-la.
A figura é a capa de uma edicio francesa
dos Protocolos de c. 1934. The Wiener
Library Londres
Ruissiae Vêrios
judeus eram levados a julgamento por sacrificarem, ro
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politicos, da imprensa e da economia a fim de dominar o planeta.
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O mito de uma conspirac&o judaica mundial encontrou sua expressio culmi-
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nante na famosa falsificac&o Protocolos dos sdbios de Sido. Os Protocolos toram es-
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critos na Franca, na década de 1890, por um autor desconhecido a servigo da
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polfcia secreta russa, gue buscava justificar as politicas anti-semiricas do regime
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czarista. O falsificador concebeu a histêria de uma reuniëo de anciaos judeus no
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cemitério judaico de Praga. Nesse ambiente ligubre, os anciëos tramavam do-
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minar o mundo. Publicado pela primeira vez na Ruissia, em 1903, os Protocolos
foram amplamente distribuidos apés a | Guerra Mundial e receberam muito
crédito.
Os anti-semitas alemaes viram os Protocolos como uma prova convincente de
due os judeus foram os respons4veis pela eclosso da 1 Guerra Mundial, pela der-
rota da Alemanha e pela revolugio gue derrubou a monarguia no final da guer-
ra. Os propagandistas nazistas exploraram os Protocolos para justificar sua busca
poder. Mesmo depois de comprovado gue os Protocolos eram uma flagrante fal-
ficagio, eles continuaram a ser traduzidos e distribuidos. Para os anti-semitas, o
or " em conspiragio judaica mundial rornara-se um principio integrador;
Spostas sarisfatérias as guestêes essenciais da existéncla.
en ldade Média, os judeus tinham sido perseguidos e humilhados principal-
deed as religiosos. No século XI, consideragoes de narureza nacio-
den dae oi oe a tradicional e enviesada percepgao due os cristaos d-
ra-
vam gue ” de e do judafsmo. Mas €nguanto os Cristaos onheemies acredi
Bio, oe al lante a conversêo, os judeus podiam escapar a maldigao de sua reli-
pp. 4728). afr raclais, due usavam a linguagem do darwinismo social (ver
eternamente 4 ende due OS Judeus estavam indelevelmente conspurcados e
el Mei Toe enados por sua constituiggo biolégica. Sua maldade e falta de
tam de caracteristicas raciais herdadas, gue nio podiam ser alteradas
Givilizacio ocidental
O nac ion ali smo raci al, um dos prin cipa is ele men tos da vida inte lecr ual do sé-
a trad icso ilum inis ta. Os naci onal ista s raci ais nega -
culo XIX, aracou
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tole rênc ia, rep udi ara m a idéi a da uni dad e entr e
ama isualdade, desprezaram a
fize ram do mit o e da supe rsti gao forc as vita is na vida polirica.
os seres humanos e
cia para con den ar € conv erte r em dem @ên io o
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e pers egui c6es . Apr ese nta ram uma ideo logi a ra-
nteiro € justificar humilhag6es lis-
de 6dio irra cion alid ade, com o algo virt uoso e idea
dal perigosa, impregnada
as pess oas, entr e elas a elite e os letr ados , ten ham acei tado
a.O fato de gue tant
s raci onai s, foi um sina l ago ure nto para a civi liza gao ocid enra l.
sesas doutrina
enci ou a debi lida de da trad ic&o raci onal do Ilu min ism o € dem ons tro u gua o
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suscerfvel é a mente a mitos nocivos e com gue facilidade o comportamento hu-
mano pode degenerar em desumanidade.
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A emergência do novo imperialismo
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A Segunda Revolucëo Industrial coincidiu com uma era de imperialismo,
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guando os Estados europeus (e os Estados Unidos) estenderam sua hegemonia
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sobre grande parte do globo. Por gue os ocidentais se empenharam em reivindi-
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car € controlar guase o mundo inteiro?
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esperando recuperar algum prestiglo € au
mentar sua rigueza e forca de trabalho
para as futuras luras européias. Durante
algum tempo, a COMPetiE3o entre os
europeus levou-os a estender suas lutas de poder até
a Africa ea Asia.
Com sua imagem de vitalidade nacional e de COMp
etigdo entre os capazes e os
incapazes, o darwinismo social foi a mais €xtrema €Xpr
essao ideoldgica do nacio-
nalismo. Os darwinistas sociais defendiam vigorosame
nte a aguisicio de impé-
rios, argumentando gue as nag6es fortes — por defi
nicëo, aguelas gue eram bem-
sucedidas na e€xpanséo industrial e imperial — sobreviveriam, e as out
ras nio. Para
esses elitistas, todos os homens brancos eram mas Capazes gue os nao-branco de
s
vencer a luta pela dominagao, mas entre as nac6es européias algumas eram con-
sideradas mais aptas gue outras 3 competicdo. Os darwinistas sociais na0 se sen-
ram embaragados pelo fato de seus argumentos serem flagrantemente racistas.
Na mentalidade popular, os conceitos evolucionistas justificavam a exploragio
sem lei das espécies menores” pelas racas superiores. Essa linguagem de raga€
conflito, de povos superiores e inferiores, foi amplamente utilizada, sobretudo na
Alemanha, na Gra-Bretanha e nos Estados Unidos. o
Contudo, nem todos os defensores do império eram darwinistas soclals. Al-
guns acreditavam gue a extensio do império, da lei, da ordem e da elvilizagi
dustrial aos “povos atrasados” iria fazê-los galgar os degraus da evolugdo € yo
lizag3o. Muitos ocidentais consideravam gue era seu dever, como Crista0$, F
exemplo e educar os outros. Os missiondrios foram Os primeirosa nood
rios povos € aprender sobre eles, e também os primeiros a desenvolver uma € d
ta para agueles gue nao tinham linguagem escrita. Os missiondrios ie -
seram-se com veemência A escravidao, e ao longo do século andaram eed
gies inexploradas da Africa pregando contra a escravidao, gue ainda era P
da por mercadores drabes e africanos. Muitos deles, porém, achavam RR
pêr fim 3 escravidao, os europeus tinham de prover lei, ordeme esablid?
A paix3o pelo imperialismo foi inflamada, em parte, pelo interesse por
s ot red ex6ticos. No fim do século XVIII e intcio do século XIX, as expedigoes do €XP 3
, Ed ac Or. escoCcés Mungo Park pelo T1O Niger, na Africa ocidenral, estimul
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gual o dirigente local continuava a governar, mas era dirigido, ou proregido ,
por uma Grande Poréncia, Foi assim gue os ingleses controlaram o Egio ap6s
1882 e conservaram a autoridade sobre seus subordinados principes indianos, e
assim gue a Franga preservou a Tunisia. Havia também esferas de influência, nas
guais, sem controle polftico nem militar, uma nagso europdia tinha privilégios
legais e comerciais negados a outros europeus. Na virada do século, os russos € OS
britënicos dividiram a Pérsia (Ir3), reconhecendo cada um a esfera de influência
do outro —a da Russia no norte e a da Gri-Bretanha no sul.
Em algumas nac6es nêo ocidentais, as autoridades governantes concederam
extrarerritorialidade aos europeus, ou seja, o direito dos estrangeiros de serem jul-
gados segundo suas préprias leis em outros paises. Com fregtiëncia, também, os
“uropeus viviam uma vida privilegiada e segregada, em guartéis, clubes e serores
'nteiros de territérios ou cidades estrangeiros, nos guais nao se permiria gue os
nativos se instalassem.
Muitos nao europeus resistiram, de v4rias maneiras, & penetragao econêmica €
20 controle politico dos norte-americanose europeus, € o préprio processo de re-
Isténcia forjou sua histéria € sua autoconsciëncia. Essa resistência tornou-se uma
declaragao de identidade tanto nacional guanto individual, e as vezes podia ser
ad, Entre os muitos exemplos de resistência violenra incluem-se a guerra
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Na dlrima parte do século XV, a Companhia das fndias Orien tals britênicg
rornou-se um poder territorial na India. Obteve o controle faz
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principes rivais, @xercendo o comércio e coletando IMP
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am indenizacao. Na guerra gue se seguiu, a Gra-Bretanha ocupou vdrias cidades
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comerciais ao longo da costa, inclusive Hong Kong, e os chineses se renderam.
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No tratado de Nanguim (1842), os britênicos insistiram em estipular as rarifas
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gue os chineses poderjam cobrar deles. Além disso, os stiditos britênicos na Chi-
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na teriam o direito de serem julgados segundo sua prépria lei (direito de extrater-
ritorialidade). As duas determinacêes minaram o controle do imperador sobre os
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estrangeiros em seu pais.
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A derrota na guerra também forcou o imperador a mudar de aritude. Ele esti-
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mulou os mandarins chineses a revitalizarem a burocracia manchu, eliminando
grande parte da corrupco oficial, gue onerava pesadamente os contribuintes
mais pobres, e fortalecendo a China contra os ocidenrtais, as vezes contrarando
€stes para treinarem os exércitos chineses. Contudo, o descontentamento econo-
mico disseminado, o édio aos manchus (gue muitos chineses consideravam como
“Onguistadores estrangeiros, embora a conguista tivesse acontecido cerca de 200
“NOS antes) e o misticismo religioso levaram & rebeliso Taiping de 1850-1864.
Esse levante ameagou seriamente a dinastia, gue com a ajuda dos ocidentais con-
'“Bulu reprimir os rebeldes. Por essa ajuda, Franga e Gra-Bretanha extorguiram
“ONcessêes adicionais do imperador.
oe ic tempo, os €uropeus pareceram sarisfeitos com seus dd
Wi e cidades licorêneas e com o tratamento preferencial dado a seus d
EE k uerra Sino-Japonesa de 1 894-95, gue os japoneses venceram facll-
Brug in adueza Chinesa, esrimulou OS €uropeus a murilarem a China.
'Oradose Ee di Russia € Alemanha dispuaram entre si concessêes, ee
mas ada eras oe A China poderia ter sido retalhada como : rica,
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A exemplo da China, z abriu-se AR. ao Ocidente a CONLragosto. sy século
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japonesa em Yokohama, 1854. No ano anterior, o comodoro Matthew Perry abrira o comeércio
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do Japao ao Ocidente, contrariando a vontade dos japoneses. Com a Restauragio Meiji de 1867,
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um forte governo central impulsionou o Japao a tornar-se, por volra de 1900, uma das dez nacoes
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industriais. A expansao imperialista do Japao acarretou conflitos com a China, Russia e as
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poréncias imperialistas ocidentais. Culver Pictures
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India e na China, a dissensao social dentro do Japio e a pressao estrangeira com-
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binaram-se para forcar o pais a admitir o comércio externo. Os norte-america-
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duase 700 anos. O novo governo pês em vigor uma série de refor-
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476 Givilizacdo ocidental
A conferência de Berlim
Em 1884, Bismarck e Jules Ferry, primeiro-ministro da Fran€a, convocaram
uma conferência internacional das Grandes Potências em Berlim, a fim de esti-
pular algumas regras b4sicas para o desenvolvimento do sul do Saara. A confe-
réncia de Berlim determinou gue, para reclamar um territério, um pas europeu
rinha de ocupd-lo. Isso desencadeou uma louca corrida para o interior da os
da gual muito se beneficiaram os exploradores e soldados. Na pressa de relvin ri
Car terricorios, os europeus ignoraram as fronteiras culturais € narurais. ie
hoje, o mapa da Africa exibe muitas linhas retas (e portanto artificiais), em lug
das linhas irregulares de fronteiras naturais tais como rios € montanhas. di
A conferência decdlarou gue Leopoldo (como individuo, e nio como ae
Bélgica) era o governador pessoal do Estado Livre do Congo. Desde od om
po antes, a Associagao do Congo de Leopoldo estava tentando obrer Ve ,
atividades corruptas como as dos mercadores de escravos africanos. Na vir
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século, o humanitarista inglês Edward D. Morel reuniu
provas de gue EI” a fim
giientes as praricas de escravizar, mutilar, brutalizar € assassinar os negro$:
de obrigé-los a trabalhar nas plantacêes de borracha do Congo. Em Ee erité-
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Batalha de Omdurma, 1898. Essa pintura a éleo romantizada retrata os lanceiros britanicos
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baulha de Omdurma de maneira heréica. Os fundamenralistas islêamicos gue seguiam o madi em
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suas tentarivas de expulsar os egipcios e britênicos do Sudao foram massacrados em 1898 pelo
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general Kitchener. Onze mil dervixes foram mortos, enguanto os britinicos sofreram poucas
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baixas. Pinturas como esta sacjavam a fome de heroismo das pessoas e a sede pelos lugares exoricos.
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Os ingleses na A frica
Durante grande parte do século XI, o interesse britênico na Africa foi muito
reduzido. A inaugurac&o, em 1869, do canal de Suez, gue a Gra-Bretanha conside-
rava um caminho vital para a fndia, aumentou incrivelmente o valor estratégico do
Egito. Sendo oficialmente parte do Império Otomano, o Egito na verdade se tor-
nara independente do sult&o otomano desde a década de 1830. Ouando o pais, a
eina da falência, nao conseguiu pagar suas dividas externas e foi ameagado por re-
beliëes internas, a Gr-Bretanha interveio como “protetor”, em 1882. O primeiro-
“Unistro Gladstone, um “inglesinho” (aguele gue se opunha ao império), prome-
aam
“EI0 elo madi,mad; gue viam como o sucessor de Maomé, tomaram Cartum e mataram o
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Durante as guerras napoleênicas, os
britênicos CONguistaram a Cidade do
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Cabo, na extremidade meridional da Africa
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para os navios mercadores com destino
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boëres deslocaram-se para o norte, numa migragio
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conhecida como Grande Jor-
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nada (1835-37), guerreando com tribos africanas ao long
o do caminho. Funda-
ram duas repiblicas — o Transvaal e o Estado Livre de Oran
ge —, cuja indepen-
dência a Inglaterra reconheceu na década de 1850. As préticas demo
crdticas das
reptiblicas no se estendiam aos africanos negros, privados de direitos politi
cos.
Em 1877, os britênicos anexaram o Transvaal, mas a resistência dos bêeres for-
€OU-OS a noVamenrte reconhecer a independência do Estado em 1881
. |
A descoberta de ricos depêsitos de ouro e diamante nas terras bêeres intensif
cou o sonho de Rhodes de construir um grande império britênico na Africa. Em
1895, seu amigo fntimo Leander Jameson liderou cerca de 600 homens armados
no Transvaal, esperando obter um pretexto para uma invasio britênica. Apesar
do fracasso da investida e de Jameson e Rhodes terem cafdo em descrédito, as ten”
soes entre a Gra-Bretanha e as repiblicas bêeres se agravaram, levando 4 guerra
em 1899. aid
Os bêeres foram adversdrios formidsveis — agricultores durante o dia € O "
dos & noite, usando os mais novos rifles franceses e alemaes. Para ener sie
naz inimigo, os britênicos “concentraram” milhares de bêeres, inclusive m je 25
e criangas, em campos cercados por arame farpado, onde pereceram Eerea se
mil pessoas. Essa guerra sérdida terminou em 1902. Esperando geer éEe
com os bêeres, os ingleses redigiram um tratado de conciliacao. Ba Afia
rigas republicas foram incorporadas aos territérios britAnicos da Uniëo briebo
do Sul. A autonomia dentro do Império britênico para os odlaniwlores sujein
cos e para os bêeres em nada ajudou a populacio de maioria negra, ain
As atitudes racistas profundamente arratgadas dos bêeres.
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ra OS OUtrOS imperialistas. A derrora dos italianos em Adua (1896)
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rd mo mantelou os sonhos de império e glêria nacional alimentados
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, gue era britênica), Camarbes e Togo (pertencente
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nias alem as eram as gue rinh am um gove rno mais eficiente
hojea Gana). AS colê
rno mas impi edos o), mas, afor a o orgu lho, ren-
(segundo os criticos, as de gove muiro
prop rier ria, polis sua admi nist raga o era
deram POUucoS beneficios a sua com os
E os belga s, natu ralm ente , nao cond guis tara m nen hum prestigio
onerosa.
prat icad os no Cong o. Exa min and o as prof unde zas em gue mergulharam
horrores
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os europeus em busca de fama e fort una, pens ador es
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rie era uma cara cter isti ca mais euro péla due afri cana . Os euro peus
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outros. Para guase todos, a honra foi fugaz e os lucros ilusrios, nos novos mpé-
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O legado do imperialismo
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A 1 Guerra Mundial foi um ponto decisivo na histéria do imperialismo, em-
bora nem as metrépoles nem as colênias parecessem ter consciëncia disso na
época. O principio de autonomia, defendido pelas nacionalidades europélas na
conferência de paz, foi adotado pelos intelectuais asidricos € africanos, gue in-
tensificaram seus esforcos antiimperialistas. Ap6s a 1 Guerra Mundial, as exau-
ridas potências coloniais hesitaram em combater as colênias rebeldes. Além
disso, depois de guerrearem para destruir o imperalismo e racismo nazistas, as
Poténcias coloniais européias tinham pouca justificativa moral para negar auro-
“Omla a outros povos.
Ouase um século ap6s a riApida divisio do mundo entre as potências europélas
0$ Estados Unidos, e décadas depois da descolonizag3o guase total, as conse-
*dUéncias
do imperialismo ainda persistem. O imperialismo deixou uma heranga
de Profundas animosidades nos pafses da Asia, Africa e América Larina. Embora
ge das nag6es tenha independência polftica, os nacionalistas se ressentem
* influências culturais € econêmicas do Ocidente. Grande parte do mundo ain-
ee padece de insuficiëncia de capital, lideres incapacirados e governos
- Muitas pessoas nessas regiëes pobres acreditam gue a $tuagao de seu
Pas deve-se aos anos de exploracio ocidenral.
Ls dT antigos povos coloniais, o imperialismo foi causa de grande ressenti-
' Nao somenrte devido & explorac&o econêmica, mas também por ter enco-
Civilizacido ocidental
Notas
“Ges de leitura
alisalm:ism: 1871 i facil leitura, incorporando conhecimentos
” Hi. French Co lonini
al Rralities (wrad. de 1964). recentes.
Branschwig
francés. Mack Smith, Denis. /1aly: A Modern History,
r livro sobre imperialismo ed. rev. (1969). Excelente pesguisa, enfa-
De Politics of te Prusstan Army
va li os o, com impor- tizando o tema do fracasso da Irélia em de-
ir 955 ). Fs tu do mu it o
a hi st ér ia germa- senvolver instituicêes liberais ou solugoes
ea im pl ic ag be s pa ra
econbmicas vidvels.
ca e européla. Mosse, George L. Toward the Final Solution
a
Colin fi Brian Harrison. d Hunare
(1978). Analise do racismo europeu.
Years Age (1983). Fxcelente histéria social
com belas forograftas.
oo, The Crisis of German ldeology (1964).
da Gra-Bretanha, Explora o lado sombrio do nacionalismo
bs ba wn , Eri c. 7h é Ag e of Ca pi tal (1988).
Ho alem&o; um excelente estudo do pensa-
in te rp re ta di o ma rx is ta da Eu ro pa de
Uma mento Volkisk.
meados do século XI. R. E., John Gallagher e Alice
lb om , Ha jo . A Hi st or y of Mo de rn Germa- Robinson,
Ho Denny. Africa and tre Victoriams The
ny 1840-1945, vol. 3 (1969). Trabalho
OfBecial Mind of Imperialism (1961). Obra !
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conclusivo.
Pes- essencial sobre esse tema fascinante; bem |
Jol, James. Europe Since 1870 (1973).
'
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respeito ao socialismo nas nag6es indivi- Thornton, A. P. 7ke Imperial ldea and lis
duals. Enemies: A Study in British Power, 22 ed.
Katz, Jacob. From Prejudice to Destruction (1985). Estudo interessante das idéias e
(1980). Um estudo do anti-semitismo mo- politicas do imperialismo britênico.
derno; vé o anti-semirismo como con- Webb, R. K. Modern England from the Figh-
segiiëncia do tradicional anti-semitismo teenth Century to the Present (1968). Obra
cristao. de fécil leitura, bem informada e pon-
Kemp, Tom. Jndustrialization in Nineteenth- derada com respeiro a guestoes contro-
Century Europe (1985). Pesguisa geral, de versas.
Ouestêes de revisZo
l. Por gue a dltima parte do século XIX é 7. O anti-semitismo demonstra o imenso po-
, rd de Segunda Revolugao Industrial der e perigo do pensamento mirico. Dis-
aa diferenga entre os marxistas cura essa afirmagao.
ortodoxos e os revisionistas? 8. Expligue a ascens&o do novo imperialis-
?. Caraeterize as histérias internas de cada mo na dlrima parte do século XIX.
um dos seguintes pafses na dlrima parte do 9. Por gue e de gue maneira os europeus
século XIX: Gr&-Bretanha, Franga, Ale- conseguiram dominar as rerras africanas
manha e Trélja. e asidricas?
A Auem atraiu o pensamento Volkisk? Ex- 10. Oue papel desempenhou cada um dos
pligue, personagens a seguir na histéria do impe-
. Por gue % naclonalismo racial é um repi- rialismo: Cecil Rhodes, Sun Zhongshan,
Pe tradi&o do Iluminismo e uma re- Matthew C. Perry, Henry Stanley, rei Leo-
as 40 pensamento mitico? poldo ID?
6. S ANtI-semiras atribufam aos judeus tu- 11. Oual foi o legado do imperialismo para o
9 0 gue consideravam repulsivo no mun- mundo contemporêneo?
9 moderno. Discura essa afirmacëo.
j # CAPITULO 17
A consciëncia moderna:
novas formas de ver a natureza
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e manipular as massas. A popularidade dos movimentos fascistas, gue denegri-
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monstrou a ingenuidade dos liberais do século XIX, gue acreditavam gue a razao
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havia triunfado nos assuntos humanos.
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oi o flésofo alem&o Friedrich Nietzsche (1844-1900). Os escritos de Nietzsche
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nio sao tratados sistemdticos, mas colec6es de aforismos, contando muitas vezes
contradig6es internas. Consegtiientemente, sua filosofia presta-se a interpreragoes
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é aplicag6es errêneas, tal como sucedem nas mêos dos rericos nazistas, gue dis-
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'orceram Nietzsche para justificar sua teoria da superioridade racial alema.
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Be aracou as concepgêes e convicgoes aceltas em sua época como um
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governada por prin repleta de crue dade, Injustiga, inoertess e absurdo, nao €
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`n mundos superiores, nem verdades metafisicas ou transcendentais, nem
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hd rarr Nietzsche insistia em gue o homem pode criar novos valo-
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" autodominio; pode vencer a uniformidade e mediocridade debili-
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dos fazem parte de um grande rebanho sem pastores. A Furopa somente poderia
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ser salva com o aparecimento de um tipo de homem superior — 0 super-homem
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sa”, afitmava Nietzsche, para acabar com “o dominio dos homens #aferiores. A
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Furopa exige “o aniguilamento do sufrdgio universal, isto é, do sistema pelo gual
2s naturezas inferiores se impêem como leis para as naturezas superiores*. A Eu-
ropa precisava de uma nova raca de governantes, uma verdadeira aristocracia de
homens fortes.
Nietzsche concebia o super-homem como um novo tipo de homem, gue rom- Sit
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486 Givilizacio ocidental
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Os teëricos nazistas tentaram fazer de Nietzsche o precursor de seu me di
" to. Buscavam encontrar nele uma sangio filoséfica para sua propria % Tam-
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poder, seu desprezo pelos fracos, sua crueldade e sua glorificago da ds
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bém desejavam obter aprovag4o para seu culto do heréico e seu repiidio di
nista social pela igualdade entre os homens. Remodelando Nierzsche MT
sua prépria imagem, os nazistas viam a si mesmos como super-homens dr
chianos: membros de uma raga superior gue, por forca de sua vontade, V eriër
riam todos os obstdculos e reconstruiriam o mundo de acordo com valores m0
dos por eles préprios. Alguns intelectuais alem&es foram atraidos pelo na? Mi
'porgue este lhes parecia uma sauddvel afirmacio da vida, a vida com UIT
pésito, 3 gual Nietzsche exortava.
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O Ocidente moderno 487
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-jonalismo e militarismo alemêes, o préprio Nietzsche zombava
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Avesso 20 na oridade racial germênica, desdenhava o anti-semitismo (a des-
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déia da sap observac6es infelizes) e censurava a devocë3o ao estado. Ele
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peito de algum Hitler e ficaria consternado ao ver sua idéia da vontade de po-
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nt os vio len tos , ant i-r aci ona is, ant ili ber ais e des uma nos . Sua : i-
ftrtil para movime
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ind luf a um dis cur so imp rec iso sob re as vir tud es dos gue rre iro s imp ie-
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dos, conduz a uma politica de extremos, gue desconhece limites morais.
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Bergson
Outro pensador gue refletiu o crescente irracionalismo da €poca. toi Henn
Bergson (1859-1941), filésofo francês de origem judaica. Atraido de inicio pelo
positivismo, Bergson se opês ê afirmagao positivista de gue a ciëncla podia expli-
car tudo e satisfazer todas as necessidades humanas. Tal ênfase sobre o intelecto,
dizia Bergson, sacrifica os impulsos espirituais, a imaginag#o ea intuicdo e reduz
aalma a um mero mecanismo.
Os métodos da ciëncia n&o podem revelar a realidade essencial, insistia Bergson.
A civilizag30 européia precisa reconhecer as limitagêes do racionalismo cientifi-
co. Nossa capacidade intuitiva, através da gual a mente alcanga uma relag#o ima-
nente com o objeto, tornando-se uma com ele, nos diz mais sobre a realidade do
due o método de andlise empregado pela ciëncia. A experiëncia intuitiva — algo
“OMO a percepcio instantênea do artista de uma cena natural — é um caminho di-
'“t0 para a verdade, vedado aos célculos e medig6es cientificos. A flosofia de
“T8SON, afastando-se da ciëncia, tendia ao misticismo religioso.
Para seus admiradores, a filosofia de Bergson liberava o individuo das restri-
oes do Positivismo, do mecanicismo e do materialismo. Demonstrava o poten-
“al criativo da intuic#o, da experiëncia mistica e da imaginagao poërica: essas
ae - da vida gue resistem A categorizag&o por parte da mente cientffica. Protes-
da ER je a tecnologia e burocracja modernas, e contra todas as EN
ade de massas gue pareclam sufocar a singularidade e espontaneida e
ual, buscava reafirmar a primazia do individuo num mundo cada vez mais
Mecanizado e burocrdtico. A popularidade do intuicionismo e do vitalismo de
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468 Givilizacio ocidental
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reconheceu o potencial politico do trra cional. Com Nie ),
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Nietzsch € pretendia gue
mem sa lvasse a sociedade da decadênci o Super-ho-
a e da mediocridade, Sorel cColocav
“Sperangas no proletariado, cuja si a suas
tuacëo tornava seus homens corajoso
decididos. Sorel desejava gue o prolet s, Virise
ariado destruisse a ordem existente. ]ss
serla alcangado, dizia ele, através de um o
a greve geral — uma parada universal de
' operdrios.
Para Sorel, a greve geral tinha o apelo de
um grande mito. O IMportante nio
era a realizacao de tal greve, mas due sua Imag
em agitasse os ressentimentos anti
Capitalistas dos operdrios € os Inspirasse as suas re
sponsabilidades revolucion#rias
Sorel compreendera a extraordindria poténcia do mito
em despertar um compro-
mIsso total e estimular a ac&o heréica. Por apelar 4 imag
vi inacao e aos sentimentos,
o mito é um método eficaz de levar as massas 3 revolta. Os tr
abalhadores, acredi-
i tando no mito da greve geral, se colocariam acima da de
cadência moral dos bur-
N Bu€ses € suportariam os imensos sacrificios gue sua Juta exigia So
. rel acreditava
due o Unico recurso para os trabalhadores era a acio direta e a viol
ência, gue ele
considerava heréicas e sublimes — um meio de estabelecer a grandeza num mun-
1 do debilitado.
A exaltagao pseudo-religiosa de Sorel & violência e3 ac&o da massa, sua conde-
nagao da democracia liberal e do racionalismo e seu reconhecimento da forga €
4 da utilidade de mitos fabricados encontrariam expressio concreta nos ei
ë tos fascistas posteriores a 1 Guerra Mundial. Sorel introduziua era dos WET
polfticos de massa comprometidos com a violência revoluciondria € dos m
forjados pelos técnicos de propaganda decididos a destruir a democracla.
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Freud e sua filha Anna, 1912. Si
dlise,
Freud (1856-1939), pai da psican
ente de
penetrou o mundo do inconsci
os
maneira ciencifica. Concluiu gue impuls
poderosos governam o comportamento
humano mais do gue a raz&o. Suas
investigag6es do inconsciente produziram
uma imagem do ser humano gue rompeu
com a vis&o iluminista da bondade e
racionalidade essenciais do individuo.
Mary Evans Picture Library
va com uma sensibilidade poëdtica, Freud reconhecia seu perigo potencial. Bus-
cou compreendê-lo cientificamente e duis orden4-lo em beneficio da civilizagao.
Ao contr4rio de Nietzsche, nio menosprezava o racional, esforcando-se sempre
para recuperar o respeito pela razao.
Freud afirmava gue as pessoas nao eram findamentalmente racionais; o com-
portamento humano é governado essencialmente por poderosas forgas interiores,
due sao ocultas do consciente. Esses impulsos instintivos, € nao as faculdades ra-
C10nais, constituem a maior parte da mente. O grande feito de Freud foi explorar
re inconsciente com as armas € a sensibilidade de um cientisea. Ele le-
Veer N apenas Os atos exterlores de uma pessoa, mas também a reali-
Deel z ed gue éa base do comporramento humano.
ME ” ormar-se em medicina, Freud especializo u-se no traramento de
ae ae investigag6es levaram-noa condluir gue os medos e exX-
ra Er com fregiëncia de natureza sexual, sio responsavels pelas
Bi fer ie jos r em sentimenro € comportamento gue interferem
star, ener ae da vida pessoal e social. As neuroses podem assumir diversas
ed as histeria, ansiedade, depressio, obsessoes etc. Tao dolorosas e
ram da ds essas €MOGBES e Experiëncias intanris, gue os pacientes as ba-
Par, ria consciente para o reino do inconsciente. |
olha ee s arar o portamento neurêtico, dizia Freud, era necessdrio
omas manifestos e trazer ê tona as experiëncias € medos carre-
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Freud, “2 tendência 3 agressao €
r obstdculoa civilizagao “. Os impulsos agres-
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mem (..) gue (s) constitui o maio
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na op oe -s e ir re si st iv el me nr te 3 vi da ci vi li za -
sssëncia inalterdvel da natureza huma ci vi lizag&o.
ca da pe ss oa € um in im ig o em po te nc ia l da
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da. Até certo ponto,
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com a tradicao iluminista pois nio glorificou o
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para assim proceder. Na verdade,
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pe ss oa s se li be rt as se m da mu le ra re li gi os a, se af as ta ssem da de-
Ele gueria gue as
pendência infantil e andassem sozinhas.
Ainda como os philosophes, Freud foi um humanitdrio, gue buscou aliviar o sofTi-
o hu ma no , to rn an do as pe ss oa s co ns ci en te s de su a ve rd ad ei ra na ru re za , especial-
ment
mente de sua sexualidade. Desejou gue a sociedade arenuasse seus padr6es sexuais
ss tv am en te re st ri ti vo s, po r se re m pr ej ud ic ia is A sa dd e me nt al . Uma das conse-
“Kce
di €n ci as du ra do ur as da re vo lu ci o fr eu di an a é o re co nh ec im en to da en or me im po r-
“incia da infincia na formacio da personalidade do adulto. Os distirbios neur6ricos
Red os adultos se originam na primeira infancla. Freud inistiu em gue se
rasse uma preocupa€iio maior com as necessidades emoclonais das criancas.
Embora fosse indubitavelmente um filho do Iuminismo, Freud e os p/filose-
! em diferengas fundamentais. Considerando a dourtrina crista do pecado
es Ee um mito, os ppilosophes acreditaram gue a natureza dos iaar
Me EI el boa. Se as pessoas tomassem por gula a raza0, 9 mal Pe eria
su a ve z, ex pr es so u, em te rm os se cu la re s e ci en d 1Cos,
uma Vis&o Freud, por
essência h pes da natureza humana. Para ele o mal. estava arraigado na
“r a Kp en da si e pr od ur o de um am bi en te im pe rf ei to . A ed u-
cacSoe we “MAN
de elhores condigGes de vida nio eliminaram o mal, Como €spera Os ram
phile-
phes, nem aboliram a propriedade privada, como afirmara Marx. Os
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492 Givilizacio ocidental
poder.
Durkheim
Emile Durkheim (1858-1917), erudito francês de origem judaica e wa
do positivismo de Comte, foi um importante fundador da sociologia Ok .
A exemplo de Comte, ele aplicou o método cientffico ao estudo da so
Durkheim tentou mostrar gue os elementos essenciais do periodo mede
Cularismo, racionalismo e individualismo — ameacavam fragmentar a aard de
Na sociedade tradicional, a ordem social derivava de Deus, e o lugar € em
N Ederuma pessoa eram determinados
pela linhagem e pelos costumes. Aé
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to, ticase 'ndividualistas, nao aceitam tais restrigoes
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sopstirubs 2 muns, a sociedade vive sob a ameaga da desintegracëio, e o indivi- j j
, as CIENGAS pes i d desorientagao. O homem moderno, disse ele, sofre de azo- sd
duo, OD mr de ansiedade cansado pelo colapso dos valores. Ele nio se sente EL
mie. UI 6” dade coletiva e nio vé nenhum propêsito na vida. Em jie
D suicsuieldio (1897), Durkheim sustentava gue “o nimero excepcionalmente elevado
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par ar de gue rer sem pre
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ciplinar seus des ejo s e pai xêe s, dizi a Dur khe
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contencio e a rentincia dos desejos, mas agora ja nao conseguia fazer isso.
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Embora aprovasse a modernidade, Durkheim observou gue os melos moder-
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hos néo traziam felicidade ou satisfacio ao individuo. A moderna sociedade cien-
ak n oe
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dfica e industrial exige um novo conjunto de principios gue una as vrlas classes
numa ordem social coesa € ajude a vencer os sentimentos de inguieragio e des-
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contentamento gue afligem as pessoas. Durkheim clamava por um sistema racio-
nale secular de preceitos morais gue substituissem o dogma cristao e preenches-
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sem essa necessidade.
Durkheim concentrou-se num dilema crucial da vida moderna. Por um lado, a
civilizac&o urbana moderna ofereceu ao individuo oporrunidades inusiradas de
autodesenvolvimento e progresso material; por outro, porém, a ruprura dos tradi
Cionais lacos comunit4rios, decorrente da difus&o do racionalismo e do individua-
lismo, produziu um sentimento de isolamento e aliena€#o. Os movimentos tota-
litaristas do século XX buscaram integrar essas almas desarraigadas e alienadas em
'
novas colerividades: um Estado prolet&rio baseado na solidariedade dos trabalha-
dores, ou um Estado racial fandado na “pureza” étnica € no nacionalismo.
|
Pareto
Como Comte, Vilfredo Pareto (1848-1923), economista e sociélogo irtaliano,
buscou construir um sistema de sociologia baseado no modelo das ciëncias fisi-
“as. Seus estudos levaram-no a concluir gue o comportamento social nao se fir-
vit
Ha basicamente na razao, e sim nos instintos e sentimenros irracionais. Esses
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em arraigados e essencialmente imutdveis sao os elementos fundamen-
9 COmportamento humano. Embora a sociedade possa mudar, a natureza
“Mana permanece a mesma em essência. Ouem guiser governar € influenciar as
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PEssoas deve apelar nao para os sentimentos légicos mas os elementares. A maior
barte do COmportamento humano é irracional: as consideracêes ilégicas também
“términam a crenca das pessoas. Tal como Marx e Freud, Pareto acreditava gue
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de secularizago e racionalizagao promoveu a autolibertagio, uma
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Tal como Freud, Weber est ava cie nte
ana lis ou em con sid erd vel pro fun did ade - o
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for ga de sua per son ali dad e. Os lide-
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ider carismético gue atra i as pes soa s gra gas a
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s pod em ser pro fet as rel igi oso
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res carismdat ico
dom ina os dem ais . As pes soa s ans elam
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outros cuja per son ali dad e sin gul ar atra i
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pela lideranga carism4rtica, principalmente nas épocas de crise. O lider afi
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3 missio — um dev er sag rad o — de con duz ir as pes soa s dur ant e a ris e; a aut ori da-
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de do lide r bas eia -se na cre nca das pes soa s nes sa mis sao e em sua fé nas ext rao r-
dindrias capacidades dele. Uma fidelidade compartilhada ao lider carismdtico un€
a comunidade. A andlise desse fenêmeno por Weber elucida a popularidade dos
ditadores e demagogos do século OX.
O movimento modernista
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Arte moderna
O movimento modernista, gue teve inicio guase no final do século XIA, esta-
va em pleno vigor antes da 1 Guerra Mundial e continuaria a florescer no mundo
pés-guerra. A expressio mais evidente da perspecriva modernista encontra-se,
provavelmente, nas artes. No final do século XIX, os artistas comegaram a afas-
tar-se dos padrêes gue haviam caracterizado a arte desde a Renascenga. Livres do
compromisso de retratar o objeto tal como se apresenta ao olhar, buscaram novas
formas de representacio.
A pintura moderna inicia com o impressionismo, um movimenrto sediado em
Paris e gue abarcou o perlodo de 1860 a 1886. Impressionistas como Fdouard
Manet, Claude Monet, Camille Pissaro, Edgar Degas e Pierre Auguste Renoir
TR sua prépria impressio pessoal e imediata de um objeto ou aconrte-
ER ar parecia ao olhar num instante fugaz. No final das décadas de
eed s s pOs- (Press ontse revoluclonaram ainda mals a nOGAo de espa-
sod. O pin r ei afim de fazer da arte uma vfvida experiëncia emocional e pes-
EWE om pa oe Cézanne (1839-1906), tentando retratar sua propria
te distorcis € umo “- e nio uma cépia fotogréfica dele, deliberadamen-
Bneias do de perspeesiva e Ee a aparência do objeto isolado As exi-
volucio no. enho como um todo. Os pêés-impressionistas produziram uma re-
(1853-1690) Rek ER og também no uso da cor. Vincent Van Gogh
emdes nn ae s estabelecido na Franga, usavaa prépria cor como lingua-
Dene para €xpressar os senrimenros do artista.
an ee VEE arts deixou cada vez mais de buscar a seme-
produzir objetos fisicos e seres humanos. Os artistas procura-
498 Civilizacio ocidental
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francés, Matisse (1869-1954) rompeu com a pintura represenrtattva de seus predecessores e
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estabelecendo uma nova linguagem picrérica. Museu Hermirage, S. Perersburgo
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Até os ultimos anos do século XIX, a visio do univ e
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lêmetros por hora, é possfvel prever sua posicZo exara dagui duas horas, admirin-
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do-se gue ele no altere seu curso nem sua velocidade. A mecênica guêntica EN"
na gue, no reino subatêmico, nao se pode prever com certeza o du€ ird suceder
podemos somente dizer gue, dadas certas condicêes, é provdvel gue certo event
acontega. Esse principio da incerteza foi desenvolvido em 1927 pelo ciendst”
alemao Werner Heisenberg, gue demonstrou ser impossivel determinar, NU s
Unico e mesmo tempo, a posicao e velocidade precisa de um eldtron. No ml '
mintsculo do elétron, entramos num universo de incerteza, probabilidade e s d
GOes estatisticas. Nenhum progresso nas técnicas de medico ird afastar ess€
mento do acaso e fornecer um conhecimento completo do universo-
879-1955), f(sico
A teoria da relatividade, desenvolvida por Albert Einstein (1
ii. rsuigo-alemao de origem judaica, teve importante papel na formaco da se
fisica
'.moderna, alterando as concepgêes cldssicas de tempo e espaco. Para a fisica N
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toniana, o €spago era uma realidade fisica distinra, um meio estaciondrio
luz viaj ava e a mat éri a se des loc ava O tem po era con sid era do uma es-
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trutura fixa e rigida, gue era igual para todos os observadores e existia indepen- di
nem o tempo tinham existência independente; nem tampouco podiam ser disso-
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ciados da experiëncia humana. Ouando lhe pediram cerra vez due explicasse os
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polidca o as pes-
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Além disso, intumeros pensadores, ên ci as e im pul-
ion ais , su st en ta va m gu e as te nd
soas eram Fundamentalmenté rac gu e a razao.
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sos subconscientes governam gu e con si-
va m & ce le br ag io e gl or if ic ag io do irr aci ona l,
Vrios dentre eles exorta re ciam a
ad ei ra es sê nc ia dos ser es hu ma no s e da vid a. En al
deravam como a verd
aci ona l, gu e tr an sc en di a co ns id er ag êe s ace rca do be m e do mal.
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um a vo z do du e ac re di to ser um re na sc im en to ai nd
“Sempre me considerei
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maior—a revolta da
ta irl and ês Wi ll ia m Bu tl er Yea rs” . Os de fe ns or es al em ae s da “fi los ofta
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da vida” explicitamente se referjam & mente como `a inimiga da alma.
Mesmo os teëricos gue estudavam a socicdade e o individuo de maneira cien-
ufica assinalavam gue, sob a superficie da racionalidade, encontra-se um substra-
to de irracionalidade, ague constitui a realidade mais profunda. Era crescente a
conviceio de gue a raz&o era um instrumento fraco guando comparado com a
forca vulcénica dos impulsos irracionais; de gue esses impulsos impeliam as pes-
soas a0 comportamento destrutivo e tornavam a vida polirica instdvel; e de gue o
irracional nio se curvava muito A educaco. A imagem iluminista do individuo
autênomo gue toma decisêes racionais apds avaliar as escolhas (uma premissa
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fundamental do liberalismo e da democracia) j# nao parecia mais sustentdvel. O
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individue com fregiiëncia nao é senhor de si mesmo; a liberdade humana é res- rt
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504 Givilizacio ocidental
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Notas
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1. Friedrich Nietzsche. 7he Will to Power. ciology. Trad. por John Spaulding e George
Trad. por Walter Kaufmann e R. ]. Holling- Simpson. Nova York, The Free Press, 1951,
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dale; org. por Walter Kaufmann. Nova p.291.
York, Vintage Books, 1968, pp. 458-59. 16. Irving Howe (org.). The ldea of the Mo-
2. Ibid., pp. 383-84. dern in Literature and the Arts. Nova York,
3. Citado em R. ]. Hollingdale. Nietasche. Horizon Press, 1967, p. 16.
Londres, Rourledge & Kegan Paul, 1973, 1%. Ibia., p. 15.
p. 82. 18. Daniel Bell. 7he Cultural Contradictions
4. Nietzsche. The Will 10 Power, p.S18. of Capitalism. Nova York, Basic Books,
). Friedrich Nietzsche, Tuilighe of the Idols 1976, pp. 110, 112.
and The Ant-Chris. 'Trad. por R. ]. 19. Paul Klee. On Modern Art. Trad. por Paul
Hollingdale. Nova York, Penguin, 1972, Findlay. Londres, Faber &c Faber, 1948,
p. 116. ps.
6. Nietzsche, The Will to Power, p. 386. 20. John Canaday. Mainstream of Modern
7. Janko Lavrin. Nietasche. Nova York, Char- Art Nova York, Holr, 1961, p. 458.
les Scribner's Sons, 1971, p. 113. 21. Citado em A. E. E. McKenzie. 7he Major
. Sigmund. Freud. Cvilizaion and las Dis- Achievements of Science. Nova York, Cam-
Contents Nova York, Norton, 1961, p. 62. bridge University Press, 1960, 1510.
?. Ibid, p. s8. 22. Jacob Bronowski. 7heAscent of Man. Bos-
10. leid. ton, Litrle, Brown, 1973, p. 323.
H. Ibid, p. S9. 23. Citado em Roland N. Stromberg, #e-
Ibid, p. 61. demption by War. Lawrence, Regents Press
leid, p. 59. of Kansas, 1982, p. 65.
dbid, p. 69. 24. Nietzsche. The Will to Power, p. 40.
15. Emile Durkheim. Suicide: A Study in So-
506 Givilizacio ocidental
Sugestoes de leitura
Ouestêes de revisao
1. A gue se refere o termo irracionalismo? 9. Segundo Durkheim, em gue consistia a
2. Discura a atitude de Nietzsche com res- crise da sociedade moderna? De gue ma-
peito a razao, ao cristianismo e 3 demo- neira ele tentava lidar com essa crise?
cracia. 10. O gue você acha da opiniëo de Pareto de
2. Por gue os nazistas se sentiram atraidos gue as massas, num Estado democrdtico,
pela obra de Nietzsche? nao sio realmente influenciadas pela ar-
4. Na sua opiniëo, h4 algo positivo no pen- gumentagio racional?
samento de Nietzsche? 11. Para Weber, gual era o terrfivel paradoxo
). Em gue aspectos Bergson refletiu o cres- da razao?
cente irracionalismo da época? 12. Descreva a visio do universo defendida
6. De gue maneira Sorel demonstrou o po- pelos ocidentais por volra de 1880.
tencial politico do irracional? gue aspectos essa visdo foi alrerada VR
7. Em gue medida Freud foi um filho do fisica moderna? Oual foio significado des-
Huminismo? Em gue ele diferia dos pbi- sa revolucio em nossa percepgo do un
losophes? verso? mg
8. (Jue padrêes estéticos predominavam na 13. Em gue aspecros a tradigo um! nista CO”
literatura e na arte ocidentais desde a Re- mecou a se desmantelar no NIC! o do sê-
nascenga? Como o movimento moder- culo KO
nista rompeu com esses padrêes?
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POLITICA E SOCIEDADE
1940 Alemanha invade a Bélgica, Holandsa, Hemingway, Por guem os sinos dobram (1940)
Luxemburgo e Franca (1940) Koestler, Darkness at Noon (194 1)
Japao ataca Pearl Harbor: Estados Fromm, Fuga da liberdade (1941)
Unidos entram na guerra contra o Camus, O estrangeiro (1942)
Japao ea Alemanha (1941) Sartre, O ser e o nada (1943)
Termina a guerra na Europa (1945) Orwell, /984 (1949)
Estados Unidos lancam bombas arémicas
no Japao; o Japio se rende (1945)
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pessoas reconheceram gue essas realizag6es mascaravam uma turbulên-
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cataclisma. O sistema estaral europeu estava fracassando.
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Por volta de 1914, os Estados nacionais, respondendo a nenhum po-
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der superior, foram alimentados por um nacionalismo explosivo e se
agruparam em aliangas gue desafiaram umas as outras com uma hosti-
lidade sempre crescente. Paixêes nacionalistas, superaguecidas pela im-
prensa popular e pelas sociedades expanstonistas, énvenenaram a$ rela-
g6es internacionais. Pensadores nacionalistas propagavam doutrinas ra-
Ciais e darwinistas sociais pseudocientificas, gue glorificavam o conflito
e justificavam a subjugacëo de outros povos. Compromeridos com o
aumento do poder nacional, os estadistas perderam de vista a Europa
como uma comunidade de nac6es compartilhando uma civilizacio co-
mum. Cautela € contenco deram lugar 3 beligerência nas relag6es
€xterlores.
O fracasso do sistema estatal europeu foi igualado por uma crise cul-
rural. Alguns intelectuais europeus criticaram a tradigo racional do
Iluminismo e enalteceram o primitivo, o instintivo € 6 irracional. Os
jovens foram cada vez mais atrafdos por filosofias de a€&o, gue ridicula-
rizavam os valores burgueses liberais e viam a guerra cComo uma expé-
riëncia purificadora e honrosa. As guerras coloniais, retratadas em cores
vivas na imprensa popular, acendiam a imaginagao dos operdrios fabris
entediados e estudantes gue sonhavam acordados, reforcando entre os
soldados e aristocratas um senso de dever e o anseio por atos de bravura.
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is nalistas de suas eminorlas eslavas. Em particular, tal polftica significou deMM Impérle
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de aliados, um pais pode perseguir um rumo mais provocativo € temerario e ser
menos conciliatério durante uma crise. Além disso, um conflito entre dois esta-
dos pode gerar uma reacio em cadeia, arrastando outras potências e convertendo
uma guerra restrita numa guerra geral. Foi o gue aconteceu apds o assassinaro do
arguidugue. As origens desse perigoso sistema de alianga remontam a Bismarck e
a Guerra Franco-Prussiana.
i Mapa 18.1 Grupos étnicos na Alemanha, Austria e B4lcas antes da | Guerra Mundial
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514 Givilizacio ocidental
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grande armada, gue desafiasse a supremacia naval brit&nica. Acima” seu esbogo para um CF”
de batalha. Bildarcbiv Militirarcbiu, Freiburg
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consegiéncia de sua derrota na Guerra Franco-Prussiana e da perda da Alsdcia €
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da Lorena, a Franca encontrou seus nacionalistas ansiosos por uma guerra de
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desforra contra a Alemanha. Embora o governo francês, ciente da forga da Ale-
manha, nao estivesse disposto a iniciar um conflico dessa natureza, a guestao da
Als&cia-Lorena aumentou as tensêes entre os dois paises.
Bismarck também esperava impedir uma guerra entre a Russia e a Austria-
Hungria, pois tal conflito poderia levar a um envolvimento alem4o, ao desmoro-
namento do império austro-hiingaro e & expans&o russa na Furopa oriental. A
Him de manter a paz e as fronteiras alemas existentes, Bismarck forjou aliancas
complicadas. Na década de 1880, criou a Triplice Alianga — compreendendo a
Alemanha, a Austria-Hungria e a Irlia - € uma alianga com a Russia.
Bismarck conduziu a politica externa com contengao. Formou aliancas nao
para conguistar novas terras, mas para proteger a Alemanha da agressao france-
sa Ou russa; n4o para iniciar a guerra, mas para preservar a ordem ea estabilida-
de na Europa. Em 1888 porém, um novo imperador ascendeu ao trono alemao.
@uando o jovem aiser Guilherme II (1888-1918) entrou em chogue com seu
'doso. primeiro-ministro, em 1890, Bismarck foi forgado a renunciar. Care-
cendo do talento diplomd4tico de Bismarck, de sua fria contengio e de sua derer-
MInagao de manter a paz na Europa, os novos dirigentes, nas décadas seguintes,
somar uma politica externa beligerante e imperialista, gue assustaria Outros
stados, particularmente a Inglaterra. Enguanto Bismarck considerava a Ale- AE
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manha uma porência sacjada, esses lideres insistiam em gue a Alemanha devia
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A 'Triplice Entente
O medo da Alemanba
Cuando a Alemanha rompeu com a Russia, em
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para turar vantagem da situag&o. Assustada com o Crescente a estav
poderi. . PIOnta
Alemanha, suas indistrias em expanso, o desenvolviment n “TIO militar d,
alianca com a Austria e a Itdlia, a Franca seguiosamente ob OP wacional ea
como aliada. Em 1894, Franca e Rvssia ingressaram numa al SOU ter a Ryssig
imposto a Franca por Bismarck terminara. “4; 9 solament
A Gra-Bretanha também estava INguieta com
o poderio militar
Alemanha. Além do mais, devido ao seu espetacula Crescente d,
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a Alemanha se convertera numa forte rival co to industrial
mercial da Inglaterra. Oe bis:
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Ansiosos para erigir uma sélida alianca para contrapor 3 Triplice Alianga da
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aliado russo e seu novo amigo inglês. Dois fatos convenceram a Rissia a adorar
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uma atitude mais conciliaréria para com a Inglaterra: uma derrota desastrosa €
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siva contra a Alemanha, mas para se protegerem da germinacëio do poderio mili-
ar, industrial e diplomdtico alem&o. Segundo, ao vincular a seguranga alema com
2 seguranga da Austria, a Alemanha aumentou em muito as probabilidades da
guerra. Cada vez mais temerosa do panservismo, a Austria poderia muito bem
decidir gue somente uma guerra impediria seu império de se desintegrar. Con-
fiando no apoio alem&o, era mas provdvel guea Austria apelasse para a forga; re-
ceando gualguer diminui3o do poder austriaco, era mais provdvel gue a Ale-
manha desse & Austria esse apoio.
A crise na Bésnia
A humilhante derrota frente ao Jap&o, em 1905, fizera a Russia enfraguecer
“Omo potência. O novo ministro do Exterior russo, Alexander lzvolsky, esperava
oe triunfo milicas forcando os turcos a permitir gue OS vasos de guerra
id P ee através dos Dardanelos, consumando um sonho de vérios sécu-
mpliar o poder russo no Mediterrêneo.
N ve ie um traro com a Austria; se esta apoiasse a iniclativa russa de abrir
Hardanelos, a Rissia permitiria gue os austriacos anexassem as provincias de
Oo ede Te bed gue oficialmente pertenclam ao Império
ee vo am sendo a se pela Austria-Hungria desde 1878. Sua
s. os F onsistia principa mente em primos étnicos dos sérvios. Uma anexa-
reik ae certeza enfureceria os sérvios, gue esperavam um dia incluir essa
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a Sérvia maior.
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As guerras balcAnicas
A crise bosniana aproximou ainda mais a Alemanha ea
Austria, levou as rela-
gGes entre a Austria e a Sérvia a um ponrto critico e infligiu um
a nova humilha-
Ga0 a Russia. A primeira Guerra Balcnica (1912) deu prosse
guimento a essas
tendências. Os Estados balcAnicos de Montenegro, Sérvia, Bulgdria e Grécja ata-
caram o agonizante Império Otomano. Numa curta campanha, os exércitos bal.
cAnicos capturaram o territério europeu do Império turco, com excegio de
Constantinopla. Por estar no lado vencedor, a Sérvia, cercada de terras, ganhoua
costa maritima albanesa, gue he proporcionou a safda para o mar hé longo tem
po desejada. A Austria estava decidida a evitar gue sua inimiga tirasse provelto
dessa recompensa, e a Alemanha, como ocorrera durante a crise bosniana, apolou
sua aliada. Incapaz de assegurar o apoio russo, a Sérvia viu-se forcada a renunciar
aguele territ6rio, gue se converteu no Estado da Albênia.
Inflamados, os nacionalistas sérvios aceleraram sua campanha de propaganda
e terrorismo contra a Austria. Acreditando gue uma nova humilhagao seria um
dano irrepardvel para o seu prestigio, a Russia prometeu apoiar a Sérvia em su
préximo confronto com a Austria, E a Austria, por sua vez, tinha ree ,
paciëncia com a Sérvia. Incentivada pelos alemses, a Austria guerla po! " :
ameaga sérvia de uma vez por todas. Assim, os ingredientes para a guerTê eN
| Austria ea Sérvia, uma guerra gue poderia facilmente envolver a Russia € ER
manha, estavam presentes. Um novo incidente poderia muito bem iniclar
guerra, e ele veio a acontecer em 1914.
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um ultimato e exigiu uma resposta dentro de 48 horas. Os termos desse ulrima-
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to eram to 4speros gue se tornava guase impossivel para a Sérvia aceitA-los. Fssa
reacio era justamente a gue a Austria pretendia, j4 gue procurava para a €rise
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uma solucso militar e n4o diplomdtica. Mas a Russta nao permaneceria indife-
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rente ao esforco austro-alem#o de ligiiidar com a Sérvia. A Russta temia gue uma
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conguista austriaca da Sérvia fosse apenas o primeiro passo de um plano austro-
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alemêo para dominar os B4lcas. Tal ampliagio do poder alemao e austriaco numa
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regiëo fronteirica da Russia era impensdvel para o governo do czar. Além disso,
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uma nova humilhacëo. E como a Alemanha tinha decidido apoiar sua aliada aus-
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triaca, a Riissia resolveu nao abandonar a Sérvia.
A Sérvia respondeu ao ultimato da Austria de maneira conciliatéria, concor-
dando praticamente com todas as exigências austriacas. Porém, n4o permitiria a
presenga de autoridades austrfacas em seu solo para investigar o assassinato do
arguidugue. J4 tendo decidido contra uma solucio pacifica, a Austria insistiu em
due o fato de a Sérvia nao aceitar uma das condicêes significava gue o ultimato,
“m seu todo, fora rejeitado, e assim ordenou a mobilizagao do exército austriaco.
Esse foi um momento crucial para a Alemanha. Deveria continuar apoiandoa
ustria, sabendo gue um arague austriaco & Sérvia muito provavelmente traria a
Ruissia para o conflito? Decidida a n3o abandonar a Austria e acreditando gue
Um confronto final com a Rissia era inevitdvel, os alemaes partiddrios da guerra
COntinuaram a insistir na a€3o austrfaca contra a Sérvia. Argumentavam gue seria
melhor combater a Rissia agora do gue alguns anos depois, guando o império
do czar estivesse mais forte. Confiante na superioridade do exército alem&o, os
partid4rios da guerra sustentavam gue a Alemanha poderia derrotar a Russia ea
Franga, gue o exército britênico era fraco demais para fazer alguma diferenga.
Em 28 de julho de 1914, a Austria declarou guerra a Sérvia. A Russia, com a
Certeza do apoio francês, procdlamou a mobilizacio parcial, visando apenas a Aus-
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tes do hino nacional francês, a Marselhesa, enguanto as mulheres faziam chover
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flores sobre os jovens soldados. Um participante dagueles dias recorda: “Jovens e
velhos, civis € militares inflamados com o mesmo entusiasmo (...) milhares de
homens, ansiosos por lutar, acotovelavam-se nos parios dos centros de recruta-
mento, aguardando para se alistarem (...) A palavra “dever tinha um significado
para eles, e a palavra pas tinha recuperado seu esplendor.”* Cenas semelhantes
ocorreram em Berlim. “Ê uma alegria estar vivo”, lia-se no editorial de um jornal.
Ansiamos tanto por este momento (...) A espada gue (oi colocada em nossa mao
nê serd embainhada até gue nossos objetivos sejam consumados € o nosso terri-
“érlo ampliado tanto guanto a necessidade exige.”” Escrevendo sobre agueles dias
“do Importantes, o filésofo e matemdtico Bertrand Russel relembrou seu horror e
assombro com o fato de gue homens e mulheres comuns sé deliciassem com a
perspectiva da guerra (...) A antecipago da carnificina era um deleite para cerca
de 90% da populacio. Tive de rever minhas opiniëes sobre a natureza humana'*.
Os soldados destinados 3 batalha agiam como se estivessem partindo para
uma grande aventura. “Meus gueridos, orgulhem-se de viverem em ral dpoca e
je fe e de (ee) terem o privilégio de enviar agueles due amam para uma
oa o gloriosa”, escreveu a seus familiares um jovem alemao estudante de
conguistar a
“elto'. Os jovens guerreiros desejavam fazer algo nobre e altruista,
glêria e experimenrtar a vida em sua m4xima intensidade.
lem - TE ad eek curopeus também foram carivados pela
dee rcial. Eles compartilhavam os sentimentos de Rupert Brooke: Agra-
Camos agora a Deus/Oue nos colocou em harmonia com Sua hora,/É carivou
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22 Civilizacio ocidental
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O impasse no Ocidente
Em 4 de agosto de 1914, as tropas alemês invadiram a Bélgica. Os planos de
guerra alemaes, tracados anos atris, principalmente pelo general Alfred von
Schlieffen, exigiam gue o exército alemao efetuasse uma volta pela Bélgica, p
flanguear as defesas francesas da fronteira, cercar as forcas francesas ë ee
Inimigo atacando-o pela retaguarda. Com Paris isolada e o exércico francés e
gado, as ferrovias alemas conduziram as tropas vitoriosas para a rente eien
Him de aumentar a peguena forga gue tinha sido destinada a manter OS am
distncia. Tudo dependia da rapidez das manobras. A Franga deveria ser s oa
antes gue os russos pudessem mobilizar contingentes suficientes
pars j meses
Alemanha. Os alemaes estavam confiantes de gue tomariam Paris em dois
ou menos. | Pe
Mas as coisas nêo safram do modo como os militares alemzes haviam F al
Deslocando-se com mais rapidez do gue fora esperado, os russo 1NY? de
Pruissia oriental, obrigando o general Helmut von Moltke a transferir red
“fronte francês, o gue dificultou o avanco alemao. Por volta do comego
bresosalemaes tinham alcancado o rio Marne, a 64 km de Paris. Com
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vas, as forcas francesas, reagrupadas e ajudadas pelos ingleses, comba-
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3 suas COS ss antosa coragem. Além disso, em sua marcha precipitada rumo a
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inadvertidamente tinham aberto seus flancos, gue os franceses
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Paris, € a guerra ingressava agora numa nova € inesperada fase: O beco sem
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N , os lados em confronto construiram uma vasta rede de trincheiras. Fssas
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rincheiras tinham abrigos subterraneos e na frente cercas de arame farpado esti-
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barre ira a0 arag ue. Atrds da frente de trin-
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cheiras havia outras linhas para as guais Os soldados podiam retirar-se e das guas
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se podia mandar auxflio. Entre os exércitos oponentes jazia. a terra de ninguém,,
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ma vasta superficie de lama, 4rvores despedagadas, terra revolvida e troncos par-
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idos. A guerra de trincheiras era uma batalha de nervos, resisténcla e coragem,
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tavada ao som estrondoso da artilharia pesada. Era também uma carnificina.
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Ouando os soldados atacantes escalavam suas trincheiras e€ avangavam corajosa-
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mente ao longo da terra de ninguém, eram dizimados pelo fogo da arrilharia pe-
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sada e cagados pelas metralhadoras. Se penetravam na linha de rente das trin-
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cheiras inimigas, logo eram rechacados por um contra-atague.
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de parte do heroismo, sacrificio e mortes redundava em nada. Os generais orde-
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possuia metralhadoras, rifles de repetic3o e arame farpado. Os tangues podiam re-
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fazer o eguilibrio, mas os generais, comprometidos com velhos conceitos, nio fa-
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ziam uso efetivo deles. Al£m disso, a tecnologia das metralhadoras fora aperfei-
goada, mas os tangues motorizados fregtientemente apresentavam defeicos. Ga- ey
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nhos e perdas de terra eram medidos em metros, mas as vidas da mocidade euro- TE
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dues em massa. Esse esforco f&ril de romper as linhas inimigas ceifou incontaveis
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Pranga sofresse uma tal perda de homens gue ficasse impossibilitada de permane-
Cer na guerra. A Franca e a Alemanha sofreram mais de um milhio de baixas em
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Julho, os alemaes tiveram de deslocar suas reservas para o novo fronte, aliviando
4 pressao sobre Verdun.
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batalha no caddver de um oficial francês e retiraram-se pata uma linha mais curta
sobre terreno elevado, construindo ali a mais forte rede de defesa da guerra.
Sabendo gue tinha perdido o elemento surpresa e descartando as advertências de
estadistas e militares de destague, Nivelle foi em frente com o arague. “Somente
a ofensiva concede a vitéria; a defensiva somente outorgaa derrota ea vergonha,,
disse ele ao presidente e ao ministro da Guerra's.
A ofensiva de Nivelle, aue comegou em 16 de abril, foi um novo banho de
sangue. As vezes, o fogo era t&o intenso gue os franceses nio podiam salr de suas
préprias trincheiras. Embora os soldados franceses lutassem com corag€m,
tuagao era desesperadora. Nivelle insistiu ainda assim com o atagu6; apos Fi je
dias, as baixas francesas chegaram a 187 mil. Nivelle caiu em descrédito e logo
demitido do comando.
Outras frentes
..... Enguanto a frente ocidental estava presa num impasse, na frente riental OS
' # aeontecimentos caminhavam de maneira mais decidida. Em agosto de 1914, OS
'Fussos, insuficientemente preparados, invadiram a Préssia oriental. Ap6 s algun*
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os os iniciais, gue abriram uma ferida no estado-maior alemao, OS FUSSOS
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gado a abdicar. O novo governo, de 19 17 , um a segunda
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guerra, apesar do desgaste da - pr om et ia
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Viêrios paises gue em de 19
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an os ing res sar am no con fli to co mo ali ado s da Al em
guele ano, os turcos otom ério Otoma-
da gue rra , a Al em an ha rti nha cul tiv ado a ami zad e do Imp
nha. Antes
ao tre ina r O exé rci to tur co; OS tur cos , por sua VEZ , des eja vam a aju da alema
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a Rui ssi a ten tar apo ssa r-s e dos Dar dan elo s. Es pe ra nd o sup rir a Rus-
para o caso de
s decidiram tomar
sia e, em troca, obter os cereais russos tao necessêrios, os aliado
il de 191 5, um a for ca co mb in ad a ing les a, fra nce sa, aus tra -
os Dardanelos. Em abr
neo -ze lan des a ir ro mp eu na pen ins ula de Gel ibo lu, no lad o eur ope u dos
liana e
dan elo s. A ign orê nci a gua nto & gue rra anf ibi a, a fra ca int eli gén cia e a feroz
Dar
resistência dos turcos impediram os Aliados de chegarem as praias e tomarem as
colinas. Essa campanha custou aos Aliados 252 mil baixas, € eles nada ganharam.
Embora sendo membro da Triplice Alianga, a Ir4lia manteve-se neutra guando
4 guerra comegou. Em 1915, sob a promessa de receber o territério austriaco, a
lralia Entrou na guerra ao lado dos Aliados. Os austriacos repeliram numerosas
ofensivas italianas ao longo da fronteira e, em 1916, assumiram a ofensiva contra
a (rélia. Uma forca combinada alemé e austriaca finalmente rompeu 45 linhas ica-
nas no ou to no de 191 7, em Cap ore tto , e os ita lia nos ret ira ram -se desordena-
lia
damente, deixando para tris enormes guantidades de armas. A Alemanha e a
Austria fzeram cerca de 275 mil prisioneiros.
SE 528 Givilizacio ocidental
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formado por franceses, britênicos, sérvios e italianos forcou a Bulg4ria a assinar
as dos bri-
um armisticio em 29 de setembro. Pouco depois, as consecutivas vitéri
tanicos no Oriente Médio obrigaram os rurcos a sé retirarem da guerra. Nas ruas
tro-
de Viena, o povo gritava “Viva a paz! Abaixo a monarguia!. O império aus
hingaro estava rapidamente se fragmentando em Estados separados, baseados na
nacionalidade.
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No inicio de outubro, a dlrima posicio defensiva dos alemaes desmoronou
g&o do
Com receio de gue os Aliados invadissem sua patria € destruissem a reputa
Exército alemao, Ludendorff gueria um armisticio imediaro. Conrtudo, ele preci-
rë encontrar um meio de obter rermos de armisticio mais favordvels da parte
presidente Wilson e de transferir a culpa da guerra perdida pelos militares e
pelo kaiser para a lideranga civil. Assim, cinicamente, Ludendorff insistiu na cria-
- os eie ee ae popular na Alemanha. Mas os acontecimentos
A conferência de paz
Em janeiro de 1919, representantes das potências
aliada rEUNiram-s
para delinear os termos da paz; o presidente Wilson també j Em Paris
multides exaustas pela guerra voltaram-se para Wilson
profera gue faria o mundo trocar suas espadas por relhas
de arados.
Obstdculos 4 paz
A posigao de negociador de Wilson foi solapada pela vitêria do Partido d
publicano nas eleicz6es para o Congresso de novembro de 1918. Anrtes da Fi
Wilson apelara para o povo norte-americano
gue votasse nos democratas Ee
um voto de confianga em sua diplomacia. Mas os norte-americanos eleger ri es
republicanos e 15 democratas para o Senado. Ouaisguer gue tenham S! oe
MOLIVOS dué€ levaram o POVO norteé-americano a votar nos republicanos ge vi
temente essa decisao se apoiava em guestêes locais € nacionais, € nao ee ie
nais—, Oo resultado abalou o prestigio de Wilson na mesa de conferências. esse
s€us companheiros de negociacio, Wilson estava tentando pregar para
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guando nêo podia comandar ;
o apoio de seu préprio pais. Jé gue o Genado dEV'
ratificar o tratado, os diplomaras europeus receavam gue o Senado pudess e rejel
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O acordo
Ap6s meses de negociagêes, marcados fregtiientemente pela mr gas
motores da paz forjaram um acordo. Cinco tratados compuseram a paz 4% Dos
cada um deles com a Alemanha, a Austria, a Hungria, a Bulgéria ea Re #
cinco, o tratado de Versalhes, gue a Alemanha assinou a 28 de junho de 121;
o mais significativo.
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es ' rratado fixasse uma soma razodvel a ser paga pela Alemanha e espe-
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ho trat ado; fora m deix ados de lado para cons ider ages furu ras.
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assi nou o trat ado de Vers alhe s, abra gou uma divi
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e levar ia viria s gera g6es para ser sald ada. Além disso , o arti go 231,
provavelment
as cldu sula s de inde niza gao, impu rava a resp onsa bili dade exclusi-
gue ntec edia
e seus alia dos. Os ale mes reag iram com desp rezo a
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ci a li do u co m a di ss ol uc ao do império Habs-
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proclamaram sua independência Oo go-
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promorores da paz rarificaram com trara-
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dos o gue as nacionalidades j4 rinham consumado de fato. A Sérvia foi unida as
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terras austriacas habitadas pelos croatas e eslovenos, convertendo-se na Tug
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via. A Tchecoslov4guia surgiu das regiëes da Austria predominantemente tchecas
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eeslovacas. A Hungria, gue se libertara da Austria para tornar-se um pas separa-
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do, teve de conceder terras considerdveis 3 Romênia ea lugosldvia. A Austria reve
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Os alemies unanimemente denunciaram o tratado de Versalhes, pols em seu -
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modo de pensar a guerra terminara n4o na derrota alemê, mas num impasse. En-
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seado no apelo de Wilson para uma paz justa. Em vez disso, os alemaes foram
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militar e economicamente.
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Wilson tinha declarado gue o inimigo no era o povo alem&o mas seu governo. lt
SEguramente, argurhentavam agora os alemaes, a nova democracia alema nao de- died
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vla ser punida pelos pecados da monarguia e dos milirares. Para os alemaes, o tra- FI
tado de Versalhes nio era a aurora do mundo novo gue Wilson tinha promerido,
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Mas sim um crime abomindvel e vil.
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de Wilson. o novo
Os defensores do acordo insistiam em due se a
Alemanha tivesse
ra, terla imposto aos Aliados um tratado muito ganhoa guer-
mais duro. Assin
rivos bélicos alemêes, gue exiglam a anexacao alaram OS obje-
de partes da Franc ae da
redugao da Bélgica e da Romênia 3 Polênia, 7
PoSicaAo de satdlites ea €XPaNSAo alem
Africa central. Mencionaram também s na
o tratado de Brest-Litovsk, gue a Alem
nha compelira a Ru a-
ssia a assinar em 1918, como um ex€mplo
racidade alemas. A insacidvel Alemanha ganhara de crueldade e vo
34% da populagso russa, 32%
de suas terras férteis, 54% de suas indids
trias e 80% de suas minas de carvig.
Além disso, insistiam em gue o acordo de paz nao
era um repuidio dos principios
de Wilson. O novo mapa CUropeu era a aproximag3o ma
is estreita gue a Europa
J& conhecera da distribuico étnica de seus Povos.
O fato mais significativo acerca do tratado de Versalhes € gue ele nio
resolveu
Ë o problema alem&o. A Alemanha ficou enfraguecida mas no falida; seu pod
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industrial e militar conteve-se apenas temporariamente, e seu fervor nacionalista
em nada diminuiu. O perigo real na Europa era a relutência alem3 em aceitara
derrota ou renunciar ao sonho de expansao.
A Franga, a Inglaterra e os Estados Unidos deveriam impor o tratado contra
uma Alemanha ressurgente? A guerra demonstrara gue uma vitéria aliada depen-
dera da interven3o norte-americana. Mas em 1920, o Senado dos Estados Uni
dos, irritado porgue Wilson no tinha levado com ele republicanos para Paris, €
temendo gue os membros da Sociedade das Nac6es envolvessem a América em
futuras guerras, recusou-se a rarificar o tratado de Versalhes. A Inglaterra, viri
do-se culpada pelo tratamento dado & Alemanha, perdeu a disposigao de ap id
o tratado e chegou mesmo a defender sua revis&o. A responsabilidade pela pres ”
vag&o do acordo ficou, portanto, principalmente com a Franga, gue nao sé d
va encorajada. O acordo de paz de Paris deixou a Alemanha ressentida me P
tencialmente poderosa, e no leste situayam-se Estados peguenose fracos —alg sr
deles com minorias alemas relativamente considerdveis — gue nao podiam
frear uma Alemanha rearmada.
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Hanga no futuro deu lugara duvida. As antigas crengas na perfectibili
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manidade, nas bêngaos da ciëncia e no progresso linear pareciam agora uma €x-
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538 Civilizacao ocidental
Foi difcil afustar a 1 Guerra Mundial ag guadro de uma civilizacio racional avangam”
do por etapas ordenadas. Os bomens civilicados do sérulo XX tnbam excedido em age
ria os bdrbaros de todas as dpocas anteriores, € suas virtudes civiliaadas — orgamEaf”
habilidade mecênica, auto-sacrificio — tornaram ainda mais terrlvel a selvageria da 4,
ra. O homem moderno tinha desenvolvido Poderes gue ndo estava preparado para usar
civilizario européia fora avaliada em seu eguilibrio e se revelara carente.”
s ê muni dade huma na, nas doutr inas liberais da liberdade individual
problemas d a
o e s da demo crac ia parla menta r, muita s pesso as volta ram-s e para o
e nas instituiG dora. Longe de torna r o mund o seguro para a
U I T a simpl es fé salva
fascismo Como Wils on e outro s libera is tinha m esper ado, a 1 Guerra Mundial
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democracla, C ment os total itdri os gue guase destr uiram a democ racia .
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deu lugar aos gerag io de joven s gue tinh am aring ido a maturidade
A guerra pr o d u z i u uma
. A v i o l ê hcia cConv erter a-se num modo de vida para milhêes de sol-
sm combate s po r gu at ro anos
lh a e par a mi lh êe s de civ is in ci ta do
dados endurecidos pela bata êe s de mortos e 21 mi-
an da . As ba ix as as tr on êm ic as — cer ca de 10 mi lh
de propag
tve ram um efe ito bru tal iza nte . A vio lên cia , a cru eld ade , o so-
Jhêes de feridos —
a mo re ind isc rim ina da, par eci am ser com pon ent es nar urals
fimento, € mesmo
a hu ma na : a san tid ade do ind ivi duo par eci a ser um artifi-
eaceitdveis da existêncl
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vet era nos , ao ret orn are m, an si av am pel o ex ci ta me nt o da bar
pés-guerra. Muitos
ra da ge m das tri nch eir as — a gue se ref eri u um sol dad o francês
lha € a cama
o “a mai s ter na exp eri ënc ia hu ma na ”. De po is da gue rra , um jovem ofcial in-
com
av ia um a exa lra g&o , nag uel es dia s de ca ma ra da ge m ee ded ica gao ,
glês recordou: “H
coi sas po de ri am tra zer .” '* Um lag o fra ter no uni a OS ho me ns nas trin-
gue pou cas 1
os vet era nos , po ré m, co mp ar ti lh av am um a atr aga o pri mit iva pel a
cheiras. Muit HT
firia da guerra. Assim se expressou um ex-combatente belga:
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A verdade inegulvoca é gue se eu fosse obedecer a meus instintos animais inatos — €
havia pouca esperanca de gualguer ourra coisa énguanto estive nas trincheiras —, voltaria “IE
a me alistar em gualguer guerra futura, ou tomaria parte em algum tipo de combate, ape- jy
nas para experimentar de novo aguela voluptuosa excuagdo do animal bumano ao reco-
nhecer seu poder de trar a vida de outros seres bumanos gue tentam fazer o mesmo a ele.
O gue a principio era aceito como um dever moral tornou-se um hdbito (...) tornara-se
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Givilizacdo ocidental
| toi a Revolugao Russa de 1917 ea tomada do poder pelos bolchevig Cla da guerra,
ues.
Notas
1. Citado em Roland N. Stromberg. Ae- World War, org. por H. W. Koch. Nova
demption by War. Lawrence, The Regents York, 'Taplinger, 1972, p. 318.
N Press of Kansas, 1982, p. 24. 10. Citado em Peter Gay. Freud: A Lif for
# 2. Rupert Brooke. “Peace”, in Collected Poems Our Time. Nova York, Norton, p. 348.
of Rupert Brooke. Nova York, Dodd, Mead, 11. S.L.A. Marshall. 7he American Heritage
1941, p. MI. Flistory of World War 1. Nova York, Dell,
3. Citado em Joachim C. Fest. Hier. Nova 196p.6, 215.
York, Harcourt Brace Jovanovich, 1973, 12.A.]. P Taylor. A History of the First World
p. 66. War. Nova York, Berkeley, 1966, p. 84.
4. Roland Dorgelês. “After Fifty Years”, ex- 13. Citado em Richard M. Watt. Dare Call
traido de Promise of Greatness, org. por J Treason. Nova York, Simon 8 Schuster,
George A. Panichas. Nova York, John Day, 169.
196p.3,
1968, pp. 14-15. 14. Citado em Alistair Horne. The Price df
5. Citado em Barbara Tuchman. 7he Guns Glory. Nova York, Harper, 1967, p. 240.
of August. Nova York, Macmillan, 1962, 15.A.]. P Taylor. From Sarajevo to Potsdam.
. 145. Nova York, Harcourt, Brace & World,
6. Bertrand Russell. 7he Autobiography of 1966, p . 55-56.
Bertrand Russell, 1914-1944. Boston, Lite 16. Cimdo em Modris Eksteins. /ites of Prn£
Brown, 1951, 1956, 2:4-6. The Great War and the Birth of te -
7. Citado em Robert G. L. Waite. Vanguard dern Age. Nova York, Doubleday Ancho
of Nazism. Nova York, Norton, 1969, Books, 1989, p. 232.
p. 22. 17. Citado em Eric ]. Leed. No Mans Land
8. Brooke, “Peace”, p. 111. at an d Id en ti ty in Wo rl d Wa r sed
Comb
9. Citado em James Joll. “The Unspoken Yo rk , Ca mb ri dg e Universtty
va
Assumprions”, in 7he Origins of the First 1979 ,.
p. 201
Sugestoes de leitura
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. O b r a p o l ê m i c a, enfati- tory ofWorld War 1 (1966). Provavelmente
( 1 9 6 7 )
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Re Ver
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o melhor relato disponivel.
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da A l e m a n h a na
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i l i d a d e
zandoa responsab Panichas, George A. (org.). Promise of Greatness
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- h e Fi rs t World War (1994). (1968). Lembrangas da guerra por pessoas
GilbSert,
N M a r u n T
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; c o n t é m e s c l a r e c e dor ma- proeminentes.
Pesguisa rece n t
Stromberg, Roland 'N. Redemption by War:
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rerial aned6tico. 1). Um The Intellectuals and 1914 (1982). Exce-
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(1 97
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Lafore, Laur lente andlise das raz6es gue levaram tantos
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estudo bem es€rito das causas do confli
intelectuais a acolherem a guerra.
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Combat and
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nd:
Leed, Eric ] No Mant La
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Williams, John. 7he Other Batleground (1972).
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r Ji (1979). O iImpac-
Identity in World Wa
Uma comparagao das frentes civis na Gra-
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Bretanha, Franga e Alemanha.
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1. De gue maneira os problemas de naciona-
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2. Oue condic6es levaram A formagao da 6. Por gue os Estados Unidos entraram na
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Triplice Entente? Como a Alemanha rea- guerra?
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giu a ela? 7. Descreva o programa de paz de Wilson.
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3. Ap6s o assassinato de Francisco Fernan- Oue obsticulos ele enfrentou?
do, guais foram as politicas adotadas por 8. Ouais foram as cldusulas do tratado de
Austria-Hungria, Alemanha e Ruissia? Versalhes com respeiro 3 Alemanha?
4. Oue planos de baralha Alemanha e Franga 9. Por gue a 1 Guerra Mundial representou
implementaram em 1914? O gue impediu um ponto critico na histéria do Ocidente?
a Alemanha de chegar a Paris, em 1914?
' # CAPITULO 19
A Uniao Soviética:
j modernizacdo e totalitarismo
— ra COMUNIsta.* As raf-
zes da Revolug&o Russa estio no fracasso da autocracia Czaris
j
ta, '%
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A autocracia Czarista
se N Aré margo de 1918, os acontecimentos na Rissia eram datados pelo calendirloio iuljano, gue é He
Ju”, o.a prime”
diasatrasado em relagso ao calendério Bregoriano usado no Ocidente. Pelo calend&rio jullano”
iGEO ocorreu em fevereiro, € a segunda, em outubro.
EA oa ed
A civilizardo oridental em crisé 543
edi tar gue o cre do ort odo xo da igre ja russ a, o reg ime aut ocr dti -
foi ensinado a acr
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co do czar
imp or essa inv enc ibi lid ade mag uin ada , Nic ola u 1 cri ou a Ter cei ra $e6ao, um
Para
sec ret o de esp iëe s poli ciai s, e con tro lou o ace sso eur ope u 4 Se? pais. Com
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est end ido sob re a Rus sia uma esp éci e de
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or de Nic ola u, Ale xan dre IT (18 55- 188 1), est ava res olv ido a
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s. O suc ess
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preservar o regime autocrdtico, mas desejava gue a Riissia alcancasse aguilo mes-
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seus cidad3os. O principal enigma, para ele e seus sucessor€s até o fim do reg
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da Europa oriental, era uma causa Popular. Ai nda mais gue os Czares, os intelec-
tuais russos ansiavam por uma Ruissia gloriosa gue ofuscari
a o Ocidente,
Contudo, a autocracia czarista minou suas €sperangas. O) cza
r nao permitiria
debates abertos gue pudessem incitar a uma rebeliso. Os liberais gue
defendiam
mudangas graduais eram tolhidos pela censura € pela policia. A década de 186
0
presenciou o surgimento de fandticos hipécritas prontos a imitar os ardis da polf-
cia e fomentar a revolugao social. No final da década de 1870, eles formaram
uma organizag&o terrorista secreta e, em 1881, assassinaram o caar. Terminava as-
sim a era das reformas.
O czar seguinte, Alexandre IN (1881-1894), um governante firme mas de men-
talidade tacanha, retornou aos principios de Nicolau 1. Em defesa contra os revolu-
ciondrios, ele aperfeicoou o Estado policial, chegando a incluir o anti-semitismo
em sua causa. Pês a autocracia em dia e eliminou as dissidências, mas promoveuo
desenvolvimento econêmico. A Rissia passara a depender excessivamente dos em-
préstimos e mercadorias estrangeiras; precisava agora fabricar seus préprios reld
sos. Além disso, necessitava também de mais ferrovias para unir seu imenso MP
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Contudo, a ndustrializacio forgada também acarretou riscos, pois criou uma ES
oo pafs para modos de vida estranhos e muitas vezes repudiad os,
ju dasse de srabalhadore
0 s desc onte ntes e empo brec eu a agri .
cult ura. AlémF
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EP 4
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o c o r r e u a p d s a d e r r o r a d a R u ssta na
i m e l r o s b a l o . a r e v o l u c ë o d e 1905,
O pr Felizmente par a o cza r, seu s so ld ad os pe rm an ec er am leai s.
guerra contra O Japao. ra
A autocracla sobreviveu, embora, numa concessao 3 revolucao, estivesse ago
mi na do Du ma Imp eri al. O no vo reg ime , gu e
atrelada a um parlamento, deno sua s lib erd a-
eit ava , tev e um co me Go aus pic ios o. So b
Nicolau II! intimamente rej
a rus sas fl or es ce ra m e€ a ec on om ia pr og re di u. As reformas
des, a arte e a literatur
uz ir am nos vil are jos os in ce nt iv os da pr op ri ed ad e pr iv ad a e da ini
agrêrias introd
ivi dua l. Os par tid 4ri os da no va ex pe ri ën ci a co ns ti tu ci on al sonharam
jativa ind
com uma Riissia liberal, finalmente, mas em vaO0.
O colapso da autocracia
| O povo russo reagira ê guerra, de intcio, com demonstracoes de fervor patrië-
HCo. Mas, em janeiro de 1917, praricamente todos os russos, € sobrerudo os sol-
dados, haviam perdido a confianga na autocracia: ela nao soubera proteger o pais
contra o inimigo, e as condigêes econdmicas se haviam deteriorado. A aurocracia
“Stava por um fio. No intcio de margo (23 de fevereiro pelo calend4rio juliano
€ntao em uso), uma greve, agitagbes nas Glas de alimentos € manifestacêes de rua
em Petrogrado, como era entao chamada a capital, transformaram-se numa sibi-
ta revolugëio, nio premedirada. Os soldados, gue em 1905 estavam do lado do
CZar, agora apoiavam os trabalhadores em greve. A dinastia Romanov, depois de
300 anos de governo (1613-1917), chegava ao fim. Instituiu-se um governo pro-
546 Civilizacio ocidental
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vISOr1o, até gue uma Assembléia Constituinte representativa (a ser eleita logo gue
possivel) pudesse estabelecer um regime permanente.
do das massas e da violência de rua, bem como da revolug&o social, gue poderia
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“uar na guerra ao lado dos Aliados. Essa decisio contrariou as massas cansadas '
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a parcela da diviszo. O
colapso das ferrovias deteve a producëo industrial: trabalhadore
s 1rados EXPulsa-
ram gerentes e donos de f4bricas. Como os bens de cCon
sumo “SCassEaram € OS pre
cos subiram muito, os camponeses no viam raz
ao para vender suas colheitas
nada podiam comprar com o dinheiro. Surgju , Pois
assim o Cspectro da fome nas cida-
des. As dificuldades cresceram e os Animos se exaltaram
. Contribuindo aind a para
a desordem estavam as reivindicacêes de autodete
rminagio, e até mesmo SeCessio
das nacionalidades nio russas — finlandeses, ucr
anianos, gEOrglanos e Outros.
A liberdade na Ruissia estava levando 3 dissolug&o
e ao caos. As massas campo-
nesas iletradas nio tinham experiëncia nem COMpreensa
o do gue era uma socje.
dade livre. Sem sua cooperagdo, o liberalismo russo ent
rou em colapso. Esse fato
demonstrou a dificuldade de estabelecer formas de govern
o liberais democrdticas
em palses carentes de um sentimento de unidade, de uma classe média
forte € uma
tradigao de participag&o responsdvel nos assuntos piblicos.
Em julho de 1917, guando Alexandre Kerenski ( 1881-1970), um advogado
radical de grande elogtiëncia, assumiu a lideranca do governo provisêrio, torna-
ra-se dlaro gue alei e a ordem sé poderiam ser mantidas pela forca bruta. Em fins
de agosto e principios de setembro, uma conspiracio chefiada por um jovemee
enérgico general, Lavr Kornilov, pretendeu instalar uma ditadura militar. Korni-
lov tinha o apoio dos oficiais e das autoridades czaristas, bem como de muios
liberais cansados da anarguia. O gue deteve o general no foi o governo de Ke-
renski (gue nio tinha tropas), mas os trabalhadores de Petrogrado. Seus agitado-
res desmoralizaram os soldados de Kornilov provando com isso gue uma ditadu-
ra de direita n&o contava com apoio da massa. Os trabalhadores rambém ar
diaram Kerenski e o governo provisêrio, bem como seus préprios lideres mode
rados. A partir de ent&o, passaram a apoiar os bolchevigues.
A Revolugao Bolchevigue
Os movimentos revolucion4rios tinham uma longa histéria na Ruassa, aa
tandoa principios do século XDS guando russos educados comecaram d dn
rar seu pais, desfavoravelmente, com os da Europa ocidenral. Também , els
liberdade constitucional e liberdade de palavra, a fim de modernizar S€ bere
Proibidos de falar em piblico, passaram 3 legalidade, abrindo mao de pes ad
lismo original por ser ineficaz. O sOcialismo revoluciondario, com $ua visd ol -
'lissta
e e compaix&oPs pelo povo, era uma ideologia map
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eladocar. Na década de 1870, muitos Ë
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as hav iam se convertdo é
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A civilizacdo ocidental em crise 549
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partirem para a batalha, Moscou, maio
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de 1920. Soufoto
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luciondrios profissionais, austeros e abnegados, gue, a servigo da causa, nao tinham
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escrdpulos — tal como a policia nio tinha escrépulos morais na defesa dos czares.
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Assaltos a bancos, assassinatos, traicées e terror nao eram imorais se servissem a
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causa revoluciond4ria.
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% seu lado, pois era a favor de todos os proletdrios e povos oprimidos do mundo.
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pela educacio. O mais promissor era Vladimir Ilitch Ulianov, conhecido como
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Givilizacio ocidental
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Em 1903, os marxistas russos se haviam dividido em duas facc6es: os mode
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dos menchevigues, assim chamados por se terem colocado em minoria (en-
shinstvo) numa votag&o pouco representativa no Segundo Congresso do Partido,
€ os €xtremistas bolchevigues, gue estavam, naguele momento, em maioria (bol
shinstuo). Poderiam ter sido chamados, com mais exatidao, de “moderados' €
'duros”. Os “moderados” (menchevigues) preservavam os escripulos morais
b4sicos; n&o cediam ao crime nem aos métodos nio democrdticos para consegulr
o sucesso politico. Por isso eram ridicularizados pelos “duros” (bolchevigues),
para os guais um revoluciondrio morto, preso ou fracassado pouco valla. |
Enguanto isso, Lenin aperfeicoava a teoria revoluciondria bolchevigue. Ne
a tradic&o marxista dedicando grande atencio ao potencial revolucionêrio
Camponeses (antecipando assim Mao-Tsé-tung). Lenin também examinou "
perto os numerosos povos da Asia gue haviam cafdo recentemente sob o a
imperialista ocidental. Esses povos constituiam, na sua opiniëo, uma forga e -
luciondria potencial. Aliados ao proletariado ocidental — € russo poder Ta ra
rubar a ordem capitalista mundial. Os bolchevigues, os mas militantes EP
os socialistas revoluciondrios, estavam prontos a ajudar nessa lura BRA ;
Lenin foi um nacionalista russo, bem como um internacionalista SOC! di
gue vislumbrava um Estado russo moderno e poderoso, destinado a ser ok
delo no mundo. O comunismo russo fo, portanto, um comunismo nadlo
ta, Para os bolchevigues, aabolicio da propriedade produrora de renda P ela dita-
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Oo rovoOcar UMA revolucao mundial, liberando todas as classes e povos opri-
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| deverlê Me. do o mundo, € realizando assim um estdgio superior de civilizagao.
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A gporunidaae de Lenin
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bril de 1917, Lenin, com a ajuda dos alemaes,
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Al ca, onde estava exilado. O governo provisêrio, dizi
vindo ER egracso da Russia. A grande massa dos soldados, trabalhadorese
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a a seg und a rev olu gzo de 19 17 :3 ro ma da do
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Lenin prepar ou seu par tid o par
bol che vig ues . As con dig 6es lhe era m fav ord vei s, co mo hav ia pre vis -
poder pelos
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to. Os bol che vig ues era m a mai ori a nos sov iet es. Os ca mp
revolta ativa, tomando terras por conta prépria. O governo provisorio perdera
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todo controle do curso dos acontecimentos. Em 6 de novembro (24 de outubro
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pelo antigo calend4rio), Lenin convocou a ag&o imediata: O governo estd cam-
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baleante. Ê preciso, a todo custo, desfechar-lhe o golpe mortal.” No dia seguinte,
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encontrando pouca resistência, os bolchevigues tomaram o poder. Lenin permi-
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tu gue se realizassem as eleic6es para a Assembléia Constituinte, gue ja tinham
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sido programadas pelo governo provisêrio. Numa eleigao livre, os bolchevigues
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receberam 24% dos votos. No entanto, apés reunir-se pela primeira vez, em ja-
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neiro de 1918, a Assembléia foi dissolvida pelos bolchevigues.
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Os bolchevigues
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Lenin afirmava gue estava conduzindo o proletariado russo e toda a humani-
dade no sentido de uma ordem social superior, simbolizando — na Russia e em ad
Brande parte do mundo — a rebelizo dos desprivilegiados contra o dominio oci- E)
dental (ou “Capitalista”). É por isso gue em 1918 mudou o nome de seu parrido #p
de Bolchevigue para Comunista, denotando com isso um interesse pela comuni- d
dade humana. Para Lenin, como para Marx, um mundo sem exploragio era o
“als nobre ideal.
Mas Lenin enfrentou uma terrivel adversidade ap6s a tomada do poder. Na
“Narguia ent&o predominante, a Rissia ficou & mercê dos exércitos alemies. De
“orde Com o tratado de Brest-Litovsk, firmado em maio de 1918 — o ponto
"als baixo da histéria russa em mais de 200 anos —, a Russia perdeu a Finlêndia,
* olênia eas provincias blricas — regiGes habitadas principalmente por nio rus- E
s — € mais a rebelde Ucrênia, sua principal base industrial e tornecedora de
80. Mas Lenin ndo teve escolha sen&o aceitar as condicoes humilhantes.
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52 Civilizacio oridental
Guerra civil
Depois da assinatura do tratado de
Brest-Litovsk
germinando desde o verao de 1917
, rrompeu com forca total.
1917-1918, os ofic iais czaristas haviam reunido as nha
trOpas no sul nd
fidelidade dos cossacos*; outros CEnt
ros anticomun; ma
outros ainda no extremo norte e ag
longo do litoral baltico
ca desses grupos anticomunistas, ge
ralmente chamados de Brancos
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sob a ameaga de morte. Eram vigtados de perto pelos impiedosos
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comissirios
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polfticos de Trotski, respons4veis também pela fidelidade polftica e pelo moral
das tropas. A guerra civil foi brutal; os dois lados massacraram Civis € seus pro-
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prios camaradas.
Em 1919, gracas & vitéria dos Aljadose 3 contribuicao norte-americana para
ela, a ameaga alema teve fim. Mas a intervenGio estrangeira foi intensificada
reagao 3 formaco da International Comunista (Comintern), organizaga TE ae
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da por Lenin para dirigir o movimento revoluciondrio internaciona due, El oo
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perava, resulraria da | Guerra Mundial. Lenin buscou apolo era ee
€xterlor para fortalecer sua posi€#o
interna: seus inimigos invadiram ,
para derrotar, na fonte, a revolucso gue temiam em seus préprios pais es
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MO tempo, a guerra civil chegou ao auge.
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Gates eram usados para sufocar levantes.
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deres, sofreu com a guerra; além disso, a fome gue se seguiu em 1921-22 ceifou
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inda milhares de outras vidas.
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Comunismo de guerra e a nova politica econbmica
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Além da extrema miséria acarretada pelas guerras mundial e civil, o povo russo
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teve de enfrentar ainda os rigores da politica conhecida como comunismo de guer-
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ra, introduzida em 1918 para lidar com o declinio da producao agricola e econê-
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mica, com a alta excessiva da inflacio e com a fome renhida nas cidades. Sob o
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comunismo de guerra, o Estado passou a controlar os meios de produgao e limi-
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tou consideravelmente o Ambito da propriedade privada; recrutou maêo-de-obra
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&, com efeito, confiscou graos dos camponeses. O comunismo de guerra devas-
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tou ainda mais a economia e alienou trabalhadores e camponeses. As fdbricas
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eram mal administradas, os trabalhadores afastaram-se de suas funcêes, Ou as
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€X€cutavam sem empenho, e os camponeses resistiram aos destacamentos gue vi-
nham tomar seus cereais.
Houve aré mesmo uma rebeliso aberta. Em marco de 1921, os marinheiros da
base naval de Kronstadt e os trabalhadores dos arredores de Petrogrado — gue em
317 mostraram-se dispostos a dar suas vidas pela revolug&o — levantaram-se con-
“Ta a represso gue fora introduzida durantea guerra civil, exigindo o estabeleci-
"MENLO de uma democracia socialista. 'Trotski impiedosamente suprimiu esse le-
"ante, mas a lic3o estava dlara: o regime comunista precisava revogar o comunis-
mo de guerra € implantar medidas para devolver estabilidade ao pais.
Em 1921, o Partido Comunista adotou a Nova Polftica Econêmica, geral-
une Perde COmO NEP (New Economic Policy), gue vigorou até 1928. Sob
ate Lenin caracterlzou de “socialismo de Estado , 0 governo reteve o
ea as financas, da indistria e do transporte — “os setores dominantes” da
1a —, mas permitiu gu€ 0 resto da economia retornasse 3 iniciativa priva-
Wie AMPoneses, ap6s entregar parte de suas colheiras ao governo, estavam
. le vender o restante no oa livre; os cComerclantes puderam comprar
use vontade. Com a retomada do capitalismo em peguena escala, reco-
ma atmosfera de normalidade.
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Ditadura “nipartiddria
Enguanto os comunistas travavam uma
acirrada |
dirigida por seu partid.o. “oRe
tuiram uma ditadura militante nmra ps Brancos, Insti
mil membros em 1921, 0 partid unindo Cerca
o comunista era controlado de 500
coeso nucdleo de lideres politicos POr um pe
profissionais — os melhores de Jueno
cionalmente
disciplinados na dedicago pe ntre ele
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nova elite lhes permitiu preservar seu IMpulso l.revoA luCa
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pacidade de OrgANIzZacSo d
ciondrio, perante ee '
cesso guanto o fracasso. De
sde o inicio, os due nao
eram e€xpurgados. se dedicavam totalmente
Segundo seus estatutos, o “Partido
Comunista Russo (Bolchevigue)”, co
formalmente se chamav mo
a, era uma Organizacao de
stam delegados a mocrdrtica, Cujos membros el
congressos peri e-
ddicos; estes. POor Sua vez, elegiam
tral, gue segurava as rédeas da liderang o comitê cen.
a. Porém, o poder desviou-se logo para um
grupo interno cada vez me nor, o Politburo (escritério polftico), gue
papel ditatorial. Al, os principais li assumiu um
deres — Lenin, Tro tski, Stalin e alguns
determinavam as politicas a serem adot outros—
adas, distribufam tarefas€ NOMEaVam Os
principais funciondrios. O partido d
ominou todos os Grgaos piblicos, e se
clpais lideres ocupavam as posicëes Import us prin-
antes no governo. Nio eram tolerados
outros partidos politicos, e os sindicatos tran
sformaramse em agentes do regime.
Nunca, antes, o povo da Rvssia dependera de form
a tio abjeta de seu governo.
Impaciente com as intermindveis disputas entre velh
os revoluciondrios inflexd-
veis, Lenin, com o consenso dos outros altos lideres, ex
igiu submissio incondi-
cional a suas decisêes. Ordenou inclusive gue os dissidente foss
s em disciplinados
€ os Inimigos politicos, aterrorizados. Nenhum preco era alco dema pa
is ra se al-
cangar a unidade partiddria monolitica. Como vitimas anteri
ores da repressao
Czarista, OS COmunistas nio sentiam nenhuma objegao moral ao uso da
forca ou
do terror. Lenin advertiu seus seguidores: “Limpemos a terra da Ru
ssia de todo
Hipo de insetos nocivos, de pulgas € percevejos, referindo-se com isso a0s ' rico,
desonestos e OCjosos”. Sugeriu até mesmo gue “um a cada dez oCIOSOS seja fuzila
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do imediatamente”2. Os gue nio foram fuzilados viram-se transferid
os, ear "
Aprovagao de Lenin, aos campos de trabalho forcado, dirigido por um
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SO 6rgao de seguranga, a temida Cheka. Formada por revoluci
ondrios linha- ie
a Cheka €mpregou o terror extremo, nio somente contra os inimigos do e ho
mas também contra a popula€&o como um todo, e criou os ca
mpos de ta se
torgado gue se tornaram notérios durante o governo de Stalin. Os metos emP
gados por Lenin para dirigir seu atrasado pafs negavam os valores ea
Marx adotara do Huminismo para inserir em sua visio da sociedad ma
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Os comunistas aboliram o poder da igreja ortodoxa, tradicional aliada do
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TISMO € avessa a12 inovagêes. Eram militantes atefstas gue, como Mars,
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acredira-
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es '..CEpEaio de uma sociedade melhor. Mesmo assim, a igreja ortodoxa e out
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A civilizacio ocidental em Crisé 555
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A civilizacio ocidental em crise
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se agentes de confianga, embora de pouco poder, da Ruissia soviérica. Na Asia,
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ram a admiracio e a lealdade instintiva dos povos coloniais e semicoloniais das
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regiëes gue, mais tarde, serlam conhecidas como Terceiro Mundo.
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forca realmente internacional, mas apenas um instrumento do Partido Comu-
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nista russo. Ainda assim, o medo gue despertou serviu bem a Lenin: a Uniao So-
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viética conseguiu aparentar forca guando, na verdade, estava totalmente esgora-
da. A um custo muito baixo, o Comintern colocou a Ruissia novamente no mapa
da politica mundial. Tendo atraido a atencao do mundo, a Russia soviética agora
se destacava como a alternativa comunista ao Ocidente capitalista.
A revolug3o de Stalin
Lenin morreu em 1924, ea tarefa de cumprir a meta gue ele estabelecera ficou
4 Cargo de Stalin. O “homem de ago” era rude e inculto, endurecido pela clan-
destinidade revoluciondria, pelas prisêes dos czares e pelos aspectos mais dsperos
da vida na Russia. Enérgico e inflexivel, mas relativamente pouco destacado
“ntre os principais bolchevigues, Stalin recebeu, em 1922, a funcao indesejada, e
“Parentemente rotineira, de secretdrio-geral do partido. Tirando proveito dessa
POS1ao, formou um guadro partid4rio fiel e dominou o partido como nem
ESmo Lenin fizera. Ouando, na prolongada luta pela sucessio de Lenin, ele foi
desafiado, principalmente por Trotski e seus companheiros, era tarde demais
Para derrub4-lo. Nenhum dos rivais de Stalin pêde reunir as maiorias necessdrias
ge ie do partido; nenhum deles conseguiu igualar sua habilidade no
ee 4, corpo dentro do partido ou em converter pessoas grosselras € andrguicas
Cels membros da m4guina partiddria.
558 Givilizacio ocidental
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tido, ou entio eram esmagados.
A educacëo, desde o jardim de infincia aré a universidade, foi igualmente utili-
zada para treinar cidadaos leais e obedientes, e a propaganda sovierica fez um culto
Ee
de Stalin gue chegou guase 3 deificag#o. Assim declarou um escritor €m 1935:
Séculos passario € as geragëes vindouras irdo nos considerar como os mats felizes dos
mortais, os mais afortunados dos homens, pois (...) Hvemos privilfgio de ver Stalin, nosso
inspirado lider. Sim, e nds mesmos nos consideramos os mais felizes dos mortis, porgue so
mos contempordneos de um bomem gue nunca teve igual na histéria de mundo. Os ho-
mens de todas as dpocas chamardio teu nome, gue é forte, belo, sdbio e maravilhoso. Teu no-
coragdo de
me estd gravado em cada fdbrica, cada mdaguina, cada lugar da terra, € no
todos os bomens'.
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562 Givilizacio ocidental
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foi acusado de cooperar com agÊncias de espionagem estrangeiras
e sabotar a
reconstrugo socialista” — expressio usada para a revolugao de Stalin.
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eles foram executados. Pouco depois, um expurgo seereto eliminou o alto coman-
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do militar e o pais teve de pagar um alto prego por isso guando os alemies ataca-
ram, em 1941.
Em 1938, o ditimo julgamento forjado, e também o maior, apresentou a mais
monstruosa das acusag6es: sabotagem, espionagem e tentativa de desmembrara
Uni&o Soviérica € matar todos os seus lideres (inclusive Lenin, em 1918). Nas au-
diëncias publicas, alguns dos acusados refutaram o promotor, mas ao final todos
confessaram antes de serem executados. Os observadores ocidentais espantaram-
se com as acusagbes cinicas € as torturas fisicas e mentais utilizada para arrancar
as confissêes.
Os grandes julgamentos, porém, envolveram apenas uma peguena minoria
das vitimas de Stalin; muitas outras pereceram em silêncio. O terror golpeou, em
primeiro lugar, os membros do partido, especialmente os Velhos Bolchevigues,
gue haviam se associado desde antes da revolugdo; eram os mais independentese,
portanto, os mais perigosos para Stalin. Mas ele reduziu também a elite cultural
gue sobrevivera 3 revolucio de Lenin. Milhares de engenheiros, cientistas, admi-
nistradores industriais, estudiosos e artistas desapareceram; foram fuzilados ou
mandados para campos de trabalho forcado, onde a maioria pereceu. Ninguém
estava seguro. Para atemorizar as pessoas de todas as camadas, homens, ie
e aré mesmo criancas foram arrastados na rede da policia secrera de Stalin, Eie
xando aos sobreviventes uma advertência desanimadora: submetam-se, Mr
As baixas provocadas pelos expurgos foram da ordem de milhêes; entre 25 "” de
mas estava Trotski, gue em 1940 foi assassinado no México. O uan
sangue foi medonho, e os prêprios agentes do expurgo, um ap6s o OUD; EE
vitimas da ignominia e da morte. Gina da gUe
Tendo cafdo nas maos da polfcia do czar € participado da carnificina 4 6 dy
se sensibil izava com o desperdi cio de vidas. Acredira va gu '
ra civil, Stalin no
ES. economia soviética nao poderia ser mobilizada com rapidez e efici€ncla EA
total obediëncia do povo, e gue o terror era necessdrio para forgar a subm
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ee.
g.
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rton,
por Robert C. Tucker. Nova York, No
AA
mm
House, 1960, 2:22.
1975, p. 432. i-
6. Citado em Isaac Deurtscher. Stalin: A Pol
OO
,
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PA
Hical Biography. Nova York, Oxford Uni-
19197, in Souiet Communism: Programs and
RA LO
Er né
versity Press, 1966, p. 325.
Rules. Offcial Texts of 1919, 1952, 1956,
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glewood Cliffs, N. ]., Prentice-Hall, 1966,
MEI
co, Chandler, 1962, p. 23.
EE
Er oek
p. HI.
4, V. 1. Lenin. “The Immediate Tasks of che
sis
TE
EE
ER
TR
Sugestoes de leitura
ps
vd
Ee MM
1
E
Russia (1985). Andlise cuidadosa de auto-
fm]
Antonov Ovseenko, Anton. 7he Time of Stalin:
ae
Portrait of a Dyranny (1981). Uma aborda- ria de um eminente erudito.
-
EEEE
Mandelstam, Nadezhda. Hope Against Hope:
Ge
MR
gem anti-stalinista de autoria de um escri- N
SR
tOr soviético,
OE
Tt
Em
onguest, Robert. 7e Harvest of Sorrow: So- reimp., 1973). Relato em primeira mao da
ske?'
viet Collectivization and the Terror Famine vida na Ruissia durante o primeiro Plano
asse ak
H.
Oiinatienal.
F
(uestoes de revisao
rra , par eci a gue o lib era lis mo iria con tin uar a ava nga r
fase depois da gue
fei to no séc ulo XIX . O col aps o dos aur ocr ati cos imp éri os
como havia
€ aus tri aco hav ia lev ado & for mag ao de gov ern os par lam entares
Mlem&o
tod a a Eur opa cen tra l e ori ent al. Den tro de dua s déc ada s, porém,
em
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rao rdi ndr ia de aco nte cim ent os, a dem ocr acl a par ece u
ouma série ext
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e Al em an ha , e em tod os os Est a-
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agonizar. Na Esp anh a, Por tug al, Irl ia
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ado s da Eur opa cen tra l e ori ent al, com €xc eGa o da Tch e-
ELE
dos rec ém- cri
mas de
EE
coslov4guia, a democracia desmoronou, dando lugar a vêrtas for
poverno autoritdrio. O recuo da democracla € o avan€o do autoritaris-
mo sio mais bem exemplificados pelo triunfo dos movimentos fascistas
na It4lia e na Alemanha.
O aparecimento desses movimentos ém mais de vinte paises euro-
li-
peus, depois da 1 Guerra Mundial, foi um indicio de gue a sociedade
beral estava em estado de desorientacso e dissolugao. O pessimismo cul-
tural, o desprezo pela razo e o desdém pelos valores liberais, manifesta-
dos por muitos intelectuais e nacionalistas antes da guerra, encontraram
express&o nas irracionais e antidemocrdricas ideologias fascistas do pés-
guerra, gue transformaram a vida politica européia. O fascismo assina-
lou o apogeu das perigosas tendências inerentes ao nacionalismo extre-
mo € ao conservadorismo radical do final do século XIX. Enguanto
fenêmeno europeu, o fascismo foi uma reagso a uma sociedade de pos-
guerra afligida pela desintegrag&o espiritual, pelo deslocamento econé-
mico, pela instabilidade politica e pelas esperangas nacionalistas frustra-
das. Foi uma expressio do medo de gue a revolugao bolchevigue se
estendesse para o oeste. Foi também uma expressao da hostilidade aos
valores democr4ticos e uma reac&o ao fracasso das instituic6es liberais
em resolver os problemas da moderna sociedade industrial. Para os fas-
cistas € seus simpatizantes, a democracia parecia um enfraguecido e ve-
Iho regime, pronto para ser derrubado.
Em sua luta para derrubar o Estado liberal, os lfderes fascistas desper-
taram os impulsos primitivos, ressuscitaram velhas fidelidades tribais e
usaram mitose rituais para mobilizar e manipular as massas. Organizan-
do campanhas de propaganda com o rigor de uma operagio militar, os
TR s6S
66 Givilizacio ocidental
A natureza do fascismo
Os movimentos fascistas foram marcados por um nacionalismo extremado €
pela determinacio de acabar com o liberalismo e o marxismo — de desfazer o
legado da Revolugio Francesa de 1789 e da Revolugio Bolchevigue de 1? 17. ”
fascistas acreditavam gue a sua revolug&o era espiritual, gue estavam RE
uma nova era na histéria e construindo uma nova civilizagao sobre as ar '
democracia liberal. “Somos por um novo principio no mundo, disse Musso )
“Somos pela antitese total, categdrica, definitiva do mundo da ae g
do mundo gue ainda segue os principios fundamentais estabelecidos em 1/ de
i
Os fascistas consideravam o marxismo como outro inimigo, Pols 9 conflito
classes dividia e enfraguecia o Estado. Para eles, a uniëo dos trabalhadores do verd
do, tal como convocavam os marxistas, significava a morte da oomunida & dy
Es cional. O fascismo, ao contrério, reintegraria o proletariado na naga0, 8? se.
Er COM as hostilidades de classe due dividem e enfraguecem o Estado € s€u P ci
os n do ide com due as pessoas de todas as classes se sentissem partes peer sO-
ioward
i@fascis mo oferecia uma solugso para o problema da inseguran6a €
moderna sociedade industrial.
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A civilizario ocidental em crise 567
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“aste com o liberalismo e o marxismo, o fascismo atacava a tradigio
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tad e, o san gue , o sen tim ent o e o instin-
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Fasc ista s, cau sam a div iso
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A discussao ptelectual e a andlis e
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mov e a div ida , enf rag uec e a von tad e e imp ede a agi o ins
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re sgressiva Glorificando a acio em si mesma, os fascistas despertavam €
DE AE SG EeT
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e pri mit ivo s, e lev ava m par a a pol iri ca o espirito
nipulavam impulsos brutais air am vere-
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Org ani zar am exé rci ros par tic ula res gue arr
sombarivo das trincheiras.
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buscavam
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vio len tos e des aju sta dos , gue
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HanoS, MUITOS deles homens sem raiz es,
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dag em e a vio lên cia da fren te de com bate.
preservar a Gdelidade, a cam ara
Ka!
O fascismo exaltava o lider — due, intuitivamente, perceberia o gue era melhor
elit e de mem bro s ded ica dos do part i-
para a nagao — € chamava a governar uma nec ess ida de de tom ar dec isê es.
do. O lider e o partido sliviariam o ind ivi duo da
ds
na lib erd ade ind ivi dua l pro mov ia a com per iga o
oustentando gue a ênfase liberal
pe
fasc ista s era m a favo r da unidade
EP
: o conflito, prejudiciais 3 uni dad e nac ion al, os
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um par tid o e uma von tad e nacional.
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monolftica —- um lide r,
uen os comer
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na dlas se méd ia infe rior — peg
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O BsGsmo tin ha seu apo io de mas sa
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s de escr itor io, cam pon ese $ com
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santes, arteszos, Funciondrios pib lic os emp reg ado
NE ad. Meg Me
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rece ava. tan to o gra nde cap ita lis mo com o o soc ial ism o. Es-
alguns recursos —, gue
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emp res as e impe-
pa
peravam gue o fas cis mo os pro teg ess e da com pet ici o das gra nde s
-
"*
mar xds ta gue ame agasse Sua
f
disse a odi ada clas se ope rér ia de est abe lec er um Est ado
A las se méd ia infe rior via no fas cis mo um mod o nio com uni sta de
propriedade.
3 fami lia, ao solo
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tra dic ion al
id
superar as Cris es eco nêm ica s e res tab ele cer o res pei to
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ent are s nem
Re
nara l € 3 nac3 o. N3o ten do pac iën cia par a os pro ced ime nto s par lam
simpatia pelos principios democrdticos, seus membros eram atraidos pelos dema-
gogos gue demonstravam confianga € prometjam resultados imediaros.
ea, da,
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` Embora apoiados por uma classe média radicalizada, os fascistas nao pode-
es
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ram ter assumido o controle do Fstado sem a ajuda das elites governantes — aris-
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tocratas latifundidrios, industriais e lfderes milicares. Na Russia, os bolchevigues
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“veram de lutar para alcangar o poder; na Ir4lia e na Alemanha, e velha ordem
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dominante praticamente entregara o poder aos fascistas. Nesses dois paises, os li- TE)
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Inguieracio do pos-guerra
ss. mbora estivesse entre os vencedores da 1 Guerra Mundial, a Irélia mais pare-
” Uuma na€3o derrotada. A escassez de alimentos, a elevagso dos pregos, o desem-
“go em grande escala, as greves violentas, a ocupagio de fébricas pelos operd-
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a Rad Ps
S68 Givilizacdo ocidental
atender X.
centes, o governo aumentara os impostos, mas ess desp CSaS Creg-
e PEso recaira de maneira
gual sobre os peguenos proprietdrios, os peguenos nego des.
ciantes, OS funciondrios
aai TE
chey;aeue. N
ma
ak.
aa.
nomeou Mussolini primeiro-ministro. “NCIa, o rej
"a r
Mussolini havia blefado para ganhar o poder. O fascismo
triunfara nio dev;
3 sua propria forga — os fascistas tinham apenas 35 das 535 Cadeiras do Pa vo
to —, mas porgue o regime liberal, indeciso e temendoa violên
cia, n3o o ie
3 forga. No passado, o Estado liberal nio contestara
Va,
Oe atos de ee
agora, rendia-se covardemente As ameacas e fanfarronadas fascistas. Sem ee
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os liberais esperavam gue, uma vez no poder, os fascistas
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se €sduecessem do ,
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ror, adotassem objetivos moderados e agissem dentro da CONStItui
EP LT N
cao. Mas sa
vam errados: haviam julgado mal o cardter antidemocrdtico do fas
cismo.
O Estado fascista na hdlia
Aos poucos, Mussolini manobrou no sentido de estabelecer uma ditadura. Em
1223-1926, eliminou os nao fascistas de seu gabinete, dissolveu os partidos da
Oposic30, esmagou os sindicatos independentes, fechou os jornais de oposicio,
substituiu prefeitos municipais por funciondrios fascistas € organizou uma polf
cla secreta para prender os agitadores. Muitos antifascistas fugiram do pafs ou fo-
ram deportados.
Mussolini teve menos éxito do gue Hitler e Stalin na formacëo de um Estado
totalitdrio. Os industriais, Os grandes latifundiërios, a Igreja e, até certo ponto,
mesmo o exército nunca se submeteram totalmente ao partido. Nem o regime
dominou a mente de seus stiditos com a mesma totalidade gue a Alemanha na-
Kind
zista. A vida na Irélia era menos militarizada e o individuo tinha menos medo do
Aa EE GAAR
gue na Alemanha nazista ou na Ruissia comunista. ka im
Hanga, num halo de mito, guase escolhido por Deus, infatigdvel e infalivel, os
ve EA. “ag”
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guais participavam de ceriménias patriëticas e de fungoesj
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nos fascistas e usavam uniformes fascistas, fundindo sua pro-
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ria dentidade no grupo:
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sm o c o n ê m i c o po r p r o m o v e r o in te re ss €
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Os fascistas denunciavam o libera
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os con fli tos ent re tr ab al ha do re s e ca-
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jielisas gue divi
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para resolver as tenses entre empr eg
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corporagoes.
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ontinuaram a tomar suas decisêes, dedicando pouca atenGao As
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O governo fascista também nao resolveu os velhos problemas econêmicos
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l4lia. Para reduzir a exportac5o de capital e a dependéncia das imporrag6es em
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caso de guerra, Mussolini procurou tornar a Irdlia auto-suficiente. Para ganhar `a
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batalha do trigo”, o regime fascista colocou em uso terras marginals € instou OS
agricultores a se concentrarem no cultivo de trigo. Embora a produgao deste
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ie.
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aumentasse substancialmente, a produgso agricola geral diminuiu, pois se plan-
er sel.
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tara em terras mais adeguadas & pecudria e ao cultivo de fruras. A Him de tornara
ek EP N Ere,
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ldlia industrialmente auto-suficiente, o regime limitou as importagoes de pro-
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dutos estrangeiros; consegiientemente, OS consumidores italtanos pagaram pré- ae,
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dade
GOS mais altos pelos mesmos produtos feitos na Ttalia. Mussolini posava de prote-
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de
tor dos peguenos, mas em seu regime o poder e os lucros das grandes empresas
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1939 ser influenciado por ela do gue um governo liberal. O papa Pio XT (1922-
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MM AT FA MT dd EE TE Mg TE TA aa
572 Givilizacio ocidental
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A civilizacio ocidental em crise 273
duvidosa. NE
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Crise econbmica
r d a d i r e i t a , a r e p i b l i c a fo i a f e t a d a t a m b ém pela
Além dos Jlevantes de esgue e
e n t a r o d é f i c i t d o o r c a m e n t o n a c i o n a l , o g o v e r-
se econêmica. 1ncapaz de enf r
i r o , f a z e n d o c o m g u e o v a l o r d o m a r c o a l e -
ho simplesmente emitiu mais dinhe a r e s ; e m n o v e m b r o de
te. Em 1? 19. um m a r c o va li a 8, 9 d é l
ma , cafsse rapidamen s . o u p a n g a s b a n c ê r i as,
d o p o r 4 b i l h ê e s de m a r c o P
1923, um délar podia ser toca b a lho e economia —
ê e s — d u e r e p r e s e n t a v a m a n o s de t r a
ap6lices de guerra, pens re, a cla sse mé di a ar-
o o go ve rn o pel o des ast
perderam o valor. Responsabilizand gu er li am de rru-
mo vi me nt os de dir eit a gu e
ruinada tornou-se ma s receptiva aos
bara repiblica. u p a g a o fr an ce sa do
la ps o da e c o n o m i a al em a fo i a o c
Um fator critico no co con se-
Co m a ec on om la em rui nas , a rep udb lic a nao
Ruhr em janeiro de 1923. o fra ncés
o pa ga me nt o das ind eni zac êes . O pr im ei ro -m in is tr
guia honrar com no
nca ré (1 86 0- 19 34 ) or de no u gue as tro pas fra nce sas en tr as se m
Raymond Poi
6 cen tro ner vos o da ind vis tri a ale ma. Re sp on de nd o ao ape lo de res istén-
Rubr —
recu-
cia passiva da repdblica, os operdrios fabris, mineiros € ferrovidrios do Ruhr
tra bal har par a os fra nce ses . O pa ga me nt o de sal dri os aos tra bal had ore s
saram-se a
e funciondrios em greve contribuiu para gue o marco caissé ainda mais.
ocou ha-
| Gustav Stresemann, gue se tornou chanceler em agosto de 1923, col
bilmente a repéblica no caminho da recuperagao. Declarou a intencao da Ale-
manha de fazer os pagamentos das indenizagêes € criou uma moeda nova, apoia-
da numa hipoteca imobilidria alema. Para proteger o valor da nova moeda o go-
verno no fez novas emissêes. A inflacio diminuiu e a confianga oi restabelecida.
Um novo acordo sobre as indenizacêes de guerra também contribuiu para a
rag io ec on êm ic a. Em 192 4, as par tes int ere ssa das ace ita ram o Plano Dawes,
recupe
red uzi u as ind eni zac êes e bas eou -as na cap aci dad e ec on êm ic a da Al em an ha .
due
am, as negocragdes, a Franga concordou em retirar suas tropas do Ruhr — ou-
ida gue diminuiu as tensêes da republica.
dn a ets as condig6es econémicas melhoraram. Atraidos pelas alcas
ME Jur os e pel o bai xo cus to da ma o- de -o br a, cap ira lis tas est ran gel ros , par ti-
' norte-americanos, investiram na Alemanha, estimulando a econo-
ee ee ge
AE gee ka, carvao e Fe guimica Eg niveis de
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574 Givilizacio ocidental
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Debilidades fundamentais da Republica de Weimar
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A experiëncia politica alema oferecia um solo pobre Para a
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transposicëo de
um
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sistema parlamentar democrdtico anelo-saxêo.
Aloe havia sido um Estado mier andere ig ee j ve Mandi -
BOVEr nado por
gue comandava as forcas armadas, controlava a politica externa, nomum imper ad Or
mn mr
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chanceler e convocava e dissolvia parlamentos. Esse siste
ma autoritdrio j ie
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o povo alemao de adguirir hAbitos e atitudes democrdticos.
TT:
Ainda res
Aa
ser governado de cima, ainda adorando o poder do Estado,
EI
muitos alema oo
riam destruir a Repdblica de Weimar. ” dae
Os conservadores tradicionais — os escalêes superiores do servico
pdblico, juf-
zes, industriais, grandes latifundidrios, comandantes do exército
desprezavama
democracia e eram avessos & repiblica. A classe média também
nio sentia ne-
nhum apego aos principios liberais-democrdticos gue serviam de base
& repdbli-
ha
ca. Tradicionalmente nacionalista, ela identificava a repiblica com a derrota na
Bm
aa ma. ml
guerra e a humilhacio do tratado de Versalhes. Violentamente anti-socialista,
aa
essa classe via os lideres da repblica como marxistas gue imporiam & Alemanha
BR
um Estado da classe operdria. Os intelectuais da direita atacavam a democracia
aa Ar
aas. aai ak
como uma barreira a verdadeira unidade da nacao alema. Na tradigio dos pensa-
ma
dores Voltish do século XIX, desdenhavam a raz&o e a liberdade polftica, glorifi-
Cando a raga, os instintos e a a€&o. Com isso, colocaram muitos alemZes contraa
republica, enfraguecendo o apoio popular de gue depende a democracia.
A Republica de Weimar também mostrou a debilidade do sistema multiparti-
d4rio. Com a vota€3o distribuida por v4rios partidos, nenhum deles tinha maio-
ria no Reichstag, de modo gue a repiblica era governada por uma coalizio. De-
vido as diferengas ideoldgicas, essa coalizio era sempre instdvel e corria o risco de
nao funcionar. Foi exatamente o gue aconteceu durante a Grande Depressao.
Ouando a lideranga efetiva era imperativa, o governo n4o pêde agir. O lmpassé
politico fez com gue os alemtes perdessem a pouca confianga gue rinham no SS”
tema democrdtico. O apoio aos partidos gue desejavam preservar a ane
diminuiu, e os partidos extremistas gue visavam A derrubada da repdblica gan ”
ram forca. Entre estes estavam os comunistas, na esguerda, e dois par ridos dire
ali sta s € o Par tid o Nac ion al Soc ial ist a dos Tra bal had ore s Ale-
ristas — os nacion
|
A ascensao de Hitler
lf Hid er (18 89- 194 5) nas ceu na Aus tri a a 20 de abri l de 188? sendo 9
Ado . PS”
aete filho
Here H n de de u um funcion4rio pibl; sem importência.
&rio piblico Ad Mau es rudante dade
na
sééundAria, embora inteligente, Hitler deixou a escola € viveu em ocl0
se Ee ê
A civilizacio ocidental em crisé 575
19 07 , e de no vo em 19 08 , a Ac ad em ia de Artes
te mai s
' de dois anos. Em
duran
. reie itou seu ped ido de ing res so. Hid er no pro cur ou apr end er um ofi-
IE
rme nte : em vez diss o, gan hav a alg um din hei ro pin tan do
EG
ook balhar regula
ds Tia muito, especialmente sobre arte, histêria e assuntos militares.
FT
do Me
R DT EE
mad s. “i s
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ali sta , ant i-s emi ra € panger-
N
ot am bé m pela lit era tur a raci al, nac ion
Ma
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na Viena multinacional. Os tratados racistas prega-
ie
We se era abu nda nte
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ae N. representado pelas ragas mistas; Exortavam ao exterminio das raGas
Bas
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o a mat eri ali zag o do mal ea
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nferiores e apontavam 9 jud eu
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OS infortdnios.
nto pan ger man ico de
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Fm Viena, Hitler entrou em con tat o com o mov ime
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era m um mal nio dev ido a sua reli -
dk
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Georg von Schênerer. Par a este
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raci ais ne-
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, mas por gue pos sui am gua lid ade s
giio, na pordue rejeitassem Cristo
kr”.
Sch éne rer usa vam cor ren tes de relê gio com ima gen s
gativas. Os partiddrios de
Hit ler fic ou par tic ula rme nte imp res sio nad o com Kar l
de judeus enforcados.
na, um int eli gen te dem ago go gue hab ilm ent e man ipu lav a
Lueger, prefeito de Vie
ant i-s emi tas dos vie nen ses em pro vei to pol iti co pré pri o. Em Vie-
os sentimentos
tam bém pas sou a odi ar o mar xis mo ea dem ocr aci a e tor nou -se con-
m. Hidler
o de gue a luta pela exi stê nci a e a sob rev ivé ndi a dos mai s cap aze s sio os fatos
vict
essenciais do mundo social.
Ouando comecou a 1 Guerra Mundial Hiler estava em Munigue. Saudou a
guerra como um lenitivo para sua vida cotidiana, gue carecla de prop6sito e en-
Er
tusiasmo. Apresentando-se como voluntrio para o exército alemao, Hider achou
ME
3 batalha estimulante e lutou com bravura, recebendo por duas vezes a Cruz de
ae AD er Ee
Ferro. A experiëncia do combate ensinou-lhe o valor da disciplina, da organiza-
d30, da lideranca, da autoridade, da luta e da impiedade — valores gue levou para
bed
a politica, depois da guerra.
O chogue da derrota da Alemanha e da revolugso intensificou sua dedicag&o
20 nacionalismo racial. Levar a Alemanha A vit6ria total sobre seus inimigos ra-
dlais passou a ser a sua obsessio. A vergonha da Alemanha, dizia ele, devia-se aos
criadores da repdblica, aos “criminosos de novembro”, atr4s dos guais estava uma
CONSpirago mundial judaico-bolchevigue.
O partide nazista
Em 1919, Hitler ingressou num pegueno grupo de extrema direica. Mostran-
do uma fanristica energia e uma extraordindria capacidade como orador dema-
gogico, propagandista e organizador, tornou-se rapidamente o lider do parrido,
“Wo nome foi mudado para Partido Nacjonal Socialista dos Trabalhadores Ale-
Mes (comumente conhecido como Nazista). Como lfder, Hider insistiu na
N
2Utoridade absoluta e toral fidelidade, exigência gue coincidia com o anseio de pês-
NE
er Ee eN
EE E
ME
EES
| Si |
sa, Hitler era um orador fascinante, com desempenhos espantosos. Com os pu-
nhos cerrados, o corpo trêmulo, gestos agressivos, olhos hipnéticos, rosto con-
turbado pelo édio, denunciava repetida e furiosamente o tratado de Versalhes, o
marxismo, a republica e os judeus, inflamando e hipnotizando o piblico. Hider
percebia instintivamenrte os sentimentos mais intimos da multiddo, seus ressenti-
mentos e anseios. `A intensa vontade do homem, a paix&o de sua sinceridade pa-
reciam fluir dele para mim. Senti uma exaltacio gue sê poderia ser comparadaa
cConversao religiosa”, disse um dos primeiros admiradores*. )
Em novembro de 1923, Hitler tentou tomar o poder em Munigue, no Estado
da Baviera, como prelidio 3 derrubada da repiblica. A tentativa, due ficou Eo
nhecida como o “golpe da cervejaria”, fracassou. Ironicamente, porém, o PrES””
glo de Hitler aumentou, pois guando foi submetido a julgamento, aprovelrou i
oportunidade para denunciar a repiblica e o tratado de Versalhes c ged,
Pe | sua filosofia do nacionalismo racial. Seus discursos apaixonados, divulgados pe
imprensa, conguistaram-lhe reputagao nacional e uma sentenca leve — CINCO
se
de prisao com a promessa de ripida liberdade condicional. Na prisio, Hider i
HouKERReyAMeire Kampf, um livro pomposo e cheio de divagac6es, gue continha a €S$€
ER ys EEN ier Mes ge ms 5 jnou
" 1
OE k ai
' MERE
GE "AAR N VAT | h
NE EE EP EA ` RS
ENE AN TA
Ee Ad dak Wen
EA. ' i
' ds
Hider uma licio valiosa: a insurreicio armada contra uma forga superior falha.
j
- onguistaria o poder nao pela forga, mas explorando os instrumentos da de-
ei acia — eleicoes € polftica partidria. Usaria melos aparentemente legais para
moC de W e i m a r e i mpor uma ditadura.
deesstruir 2 Re pd bl ic a
d e m u n d o d e H i e r
4 visio
sé-
racial SUE O pensamento de Hitler era uma colcha de retalhos ge do
Nac ion ali s ant i-s emi tas , Volk ish, dar win ist as soclals, antidemo-
sulo XDS, eunindo idéias
tir des sas idé ias , mu it as das gu ai s ti nh am gr ande
.Aticas € antimarxistas- A par to e no rir ual. O
um a vis ao de mu nd o en ra iz ad a no mi
popularidade, construiu Iu mi ni smo, €
nt o as tr ad ic 6e s ju da ic o- cr is ti s co mo as do
nazismo rejeitava ta ial. Para
no va or de m mu nd ia l ba se ad a no na ci on al is mo rac
procurou Fndar uma re di cava gue
e pa ra a co mp re en sa o da his tér ia mu nd ia l. Ac
Hider, araca era a chav me m de vo nt a-
nt e un id a, li de ra da po r um ho
uma Alemanha desperra, racialme
império europeu e daria o golpe mortal na decadente
de [érrea, criaria um vasto
ng ui st ar ia a Ru ss ia , ac ab ar ia co m o co mu ni sm o e re du zi ri a
dvilizacëo liberal. Co ne-
esl avo s su bu ma no s, 'u ma ma ss a de es cr av os nat os, du e sente a
) servidio os
cessidade de um senhor*.
er dividiu
Na tradicdo dos nacionalistas Volkisb e dos darwinistas sociais, Hitl
o mundo em racas superiores e inferiores, e colocou-as umas contra as outras na
a pel a so br ev iv ên ci a. Pa ra ele , a lut a pel a vid a era um a lei da na tu re za , €e da his-
lut
téria. Como raca superior, os alem#es tinham o direito de conguistar € subjugar
as outras racas. A Alemanha devia conguistar um ebensraum (espago vital) ex-
pandindo-se para o leste, As custas dos eslavos racialmente inferiores.
el
ke sd
je ele
nk
dr
vi ol ên ci a ea ju ve nt ud e gu e acabava de
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te s da
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am an
n 8
tente, desempregados,
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im en sa atr a-
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a ca us a. F ha vi a se
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ir direltos polfticos e anslava po r um
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idade fandrica,
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si nc er
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em ae s fo ra m co nv en ci do s po r sua
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Hider. Muiros al
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on de frrea e sua Convic6a0 de gue fora escolhido pelo destino para sal
ad Ee Ed
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EL Rd n Paai ie NE
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7 Alemanha.
os na zi st as re ce be ra m 37 ,3 % do s voros e
,
Na eleigao de 31 de julho de 1932
al
dai
EEUEEE EDEEE SEEaarad
— mu it o ma is do guOuUtro
e gu alguer
.
conguistaram 230 cade tr as no pa rl am en to
i
ed Perai.
Ed fen
%
ma lo ri a, Fr an z vo n Pa pe n, gu e ha vi a re nu nc ia do ao car -
partido, mas ainda nio a
-
es id en te Pa ul vo n Hi nd en bu rg (1 84 7- 19 34 )
gode chanceler, persuadiu o idoso pr ol o do s indus-
ap
ELAd
Ne ss a de ci sd o, Pa pe n tev e o
, nomear Hitler como chanceler.
--Li]
ins -
GT
atas al em êe s, gu e co ns id er av am Hi de r um
iais e dos latifundidrios aristocr
RE
ni sm o, im pe di r a re fo rm a soc ial , ac ab ar
rumento vtil para combater o comu ma me nr to s.
ga ni za do e re co ns tr ui r a in di st ri a de ar
som o trabalho or tu ia o, Hit ler,
do go ve rn ar de nt ro do esp iri to da co ns ti
Sem ter jamals pretendi
de ja ne ir o de 19 33 , ag iu ra pi da me nt e pa ra co ns eg ui r
gue assumiu o Cargo em 50
ro ve it an do -s e de um in cë nd io at ea do no Re ic hs ta g em fe-
sderes ditatoriais. Ap
po r um va ga bu nd o ho la nd ês de te nd én ci as co mu ni st as , Hi rl er
vereiro de 1933
nd en bu rg a as si na r um de cr et o de em er gê nc ia su sp en de nd o os di-
pressionou Hi
is, sob pr et ex to de gu e o Es ta do est ava am ea ca do pel a su bv er sa o int er-
reitos civ
na. Hit ler us ou en ti o ess es po de re s de em er gé nc ia pa ra pr en de r, se m pr oc es so le-
gal, os deputados comunistas e social-democratas.
Nas eleicêes de margo de 1933, o povo alemao elegeu 288 deputados nazistas
para um Reichstag de 647 cadeiras. Com o apoio de 52 deputados do Partido
Nacionalista e a ausência dos deputados comunistas, gue estavam presos, os na-
zistas passaram a ter uma trangtila maioria. No mesmo més, Hidler forcou o
Reichstag a aprovar uma lei gue permitia ao chanceler legislar independente-
mente do parlamento. Com espantosa passividade, os partidos politicos permiei-
ram aos nazistas demonstrar o governo e fazer de Hider um ditador com poderes
-
1
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limitados. Hitler usara os instramentos da democracia para destruir a repiblica ET
ma '
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M
A Alemanha nazista
Os lideres toralit4rios guerem mais do gue o poder pelo poder. Em tldima
andlise, buscam transformar o mundo de acordo com uma ideologia, uma visao
“oralmente abrangente, gue constitui uma verdade superior € exclusiva. Tal como
3 religiëo, a ideologia totalirdria oferece a seus seguidores crengas due Ihes permi-
em compreender a histéria e a sociedade e gue dio & existência uma explicagao
“Moclonalmente gratificante. A ideologia satisfaz o anseio humano por absolutos
* Cria adeptos fiéis, gue sentem estar participando de uma grande causa. Também
COMO a religido, o partido totalit4rio d4 a indivfduos isolados e alienados um
“enso de pertencer a algo, um sentimento de comunidade; permite a uma pessoa
580 Givilizacio ocidental
nao Hons
poderia h
direitos individuais gue o Estado tives se de respe itar. O parti do
no Estado; seus énsinamentos converteram-se na alma da nacao
alema. mm
Ao contrério dos regimes autocraticos anteriores, a ditadura totali
tdria AO se
sarisfaz com a obediëncia externa de seus siditos. Exigindo lealdade
incondicio-
nal € apoio entusidstico das massas, empenha-se em controlar o fntimo das pes-
soas: moldar pensamentos, sentimentos e atitudes segundo a ideologia partid4-
ria, gue se torna o credo oficial. O objetivo é criar um “novo homem?, gue se
dedigue de corpo e alma ao partido e suas doutrinas, um adepto fiel estimulado
por uma missao. Joseph Goebbels (ver p. 582) assim resumiu essa meta do tota-
litarismo: “Nao basta harmonizar mais ou menos as pessoas a nosso regime, lev4-
las a uma posi€ao de neutralidade com relag&o a nés; gueremos influencid-las até
gue se tornem devotadas a nés.”” Um poeta nazista anênimo expressou o credo
totalitdrio com estas palavras:
O Estado-lider
O 'Ter ceir o Rei ch foi org ani zad o com o um Esta do-l ider , no gual Hid er, *
(de r), rep res ent ava e exp res sav a a von tad e real do pov o ale mêo , de
Fiibrer
va a lealdade suprema da nagao e detinha poder absoluto. Como disse um Pa
co politico nazista: “A autoridade do Fihrer é total e abrangente (.)
sujeita a controles ou reservas; no é circunscrita por nenhum (...) direlto
dual; é sobrepujante e livre de grilhêes.”" dentro
Em junho de 1933, o Partido Social Democrara foi declarado ilegal, € de
de poucas semanas os outros partidos sim plesmente se dissolveram. Em m4
s .
1933, os nazistas confiscaram as propriedades dos sindicde atos, prenderam seus li
Prente Ale"
'derese suspenderam as negociac6es coletivase greves. A recém-criada
18 do Trabalho, instrumento do partido, tornou-se a organizagdo ofidi
ad ET
Rd.
e " " st ! da clas”
A civilizacio ocidental em crise 581
o de st ru i ra m as cl as se s su pe ri or es
co nt ré ri o do s bo lc he vi gu es , os na zistas na
Ao
gu er ra ao s in du st ri ai s, po is gu er ia de les
jo antigo regime. Hider nao declarou al em ae s pr os pe -
ma gu in a de po erra. Os ne go ci an te s
lealdade, ob ed ié nc la e Um a
um a in fl ué nc a na s de ci sê es politicas. Cresceram
raram, mas nio exerciam ne nh na o te ve
o re al do s tr ab al ha do re s al em ae s
sslucros do setof industrial, mas o saldri br av a o re gi me po r ter po st o
hado ra ce le
sumento. Mesmo aSSIOs a classe trabal
Fm crise do desemprego. cr is ti an is mo. “O
ue co m os va lo re s es se nc ia is do
O nazismo entrou em chog is ti an is mo ”, di ss e
ni da de foi o ad ve nt o do cr
ja so fr id o pe la hu ma
pior golpe
er ra Mu nd ia l' . O na zi sm o no po di a to-
Hider a alguns intimos, Jurantea II Gu nh ec en do gu e o cr is ti an is mo era
ou tr a fé. Re co
lerara coexistência com enhuma as ig re ja s pr or es ta ntes
37 os na zi st as re pr im ir am
um pretendente val 3 alma alem zi da e os ca te ci smos
st ru ci o re li gi os a foi re du
. carélica. Nas escolas piblicas, a in mo . Cr is to er a re tr at ado
ju da ic a do cr is ti an is
modificados para omitir a origem no te is mo he br eu , mas
tr ad ig ao pr of ét ic a do mo
`#o como um judeu, herdeiro da do ) ce ns ur av a os jor-
ap o (p ol ic ia se cr et a do Es ta
-omo um heréi ariano. A Gest , pr oi bi u alguns reli-
rm êe s e as at iv id ad es re li gi os as
nais da Igreja, examinava Os se pren-
es co la s te ol dg ic as os ad ve rs dr io s do na zi sm o e
giosos de pregar, afastou das
deu os padres gue criticaram o regime.
m re pr es en ta do en tr e os al em ae s gu e resistiam ao nazismo;
O cl er o es ta va be
mb ro s fo ra m ma nd ad os pa ra os Ca mp os de co nc en tr agio ou
alguns de seus me as gu e,
. s es se cl er o co ra jo so na o foi re pr es en ta ri vo da s ig re ja s al em
executados Ma
it ui c6 es or ga ni za da s, Ca pi tu la ra m e co op er ar am Co m o re gi me . Tanto a
como inst
an gé li ca co mo a ca té li ca pe di ra m a se us fié is gu e fo ss em le ai s a Hitler;
igreja ev -
ho s 3 pe rs eg ui g3 o ao s ju de us ; am ba s co nd en ar am a re si st ên
ambas fecharam os ol
ca e admiraram muita coisa no 'Terceiro Reich; ambas apoiaram a guerra de
Hider. O destacado teëlogo luterano gue “saudou a modificacio ocorrida na Ale-
manha €m 1933 como um dom e um milagre divinos”, expressou os senrimen-
tos de muitos membros do dlero".
ormar
Os nazistas instituiram mauitas medidas anti-semitas, destinadas a transf
de
ak
de us em p4 ri as . Mi lh ar es de mé di co s, ad vo ga do s, mu si co s, artistas e profes-
OS Ju
do s de pr ar ic ar su a pr of is sa o, e os du e er am fa nc io nd -
der eg foram impedi
m de mi ti do s. Um a sé ri e de lei s re fo rg ou ai nd a ma is as hu mi lh a-
' os fora
s. sa me nt o ou re la co se xu al en tr e al em êe s € ju de us fo ra m
vOES € perseguige Ca
Universidades, escolas, restaurantes, farmdcias, hospirals, teatros, mu-
re
pos de arletismo foram gradualmente fechados aos judeus.
sl es s ro ma nd o Co mo pr et ex to o as sa ss in ar o de um di plo-
de
w ar is po r um jo ve m ju de u de 17 an os cu ja fa mi li a fora maltra-
ada pelo e zi st as
e w N E G u m am pl o po gr om . Gr up os de na
ese oe OS
€ — o e e pi lh ar am mi lh ar es de re si dê nc ia s,
skeie ee ee e judeus
, a : em an ha — ep is éd io ag ue fi co u co nh eci-
doeane HE N € EE s
P S RA G 2). Vi nt e mi l ju de us fo ra m ar ir ad os no
camposdec Pe AE
lta de um bilhio de mar-
oncentracao. O Reich impês entdo uma mu
582 Givilizacio ocidental
'
! Jetivo Fundam
tal dos nazistas durante a || Guerra Mundial. en-
FT) N ee]
ima ndo livr os em Sal zbu rgo , Aus tri a, 193 8. Heinrich Heine, o grande poees
Jovens nazistas gue do
due gueimam livros acabam gueman
judeu-alemao do século XIX, disse cerra vez gue as pessoas
pessoas. @ Tophaml The Image Works
es do
to do terror foi a SS, organizada em 1925 para proteger Hitler e outros lider
N,
RT
ak PAIN
de seu chefe , a SS
aa
(1900-1945),
transformou-se numa forca de elite, de homens disciplinados, dedicados e total-
ERERR
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mente impiedosos.
TESE
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-se um Est ado pol ici al, car act eri zad o pel as
O regime nazista tornou
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re aai
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oa ai
A difusio do autoritarismo
Espanha e Portugal “Tanto na Espanha como em Porrugal, os regimes par .
, T1-
'.. tares enfrentaram forte oposicio da igreja, do exército e dos grandes lart med
ss rios. Em 1926, oficiais do exército derrubarama republica portuguesa cria ae
1910 e,Es gradualmente, Antênio
mie, surgiu como de Oliveira Salazar (1889-1970), um
ditador. Na Espanha, depois ed
gue as forcas antim
dy oa
De,
ME
A civilizario ocidental em crise
As democracias ocidentais
Enguanto os governos liberais cafam por toda parte, as grandes democracias
ocidentais — Estados Unidos, Inglaterra e Franca — continuavam a preservar as
ri riges democrdticas. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, os movimentos
dSClIStas nao passaram de um estorvo. Na Franca, porém, o fascismo foi mais do
due uma ameaga, pois explorou certa hostilidade, profundamente arraigada, aos
ideais liberais da Revoluۑo Francesa.
Adsi Ee Ere
8) AL
ia Td
Aknee ir
ed de
A civilizacdo ocidental em crisé 8/
os
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das massas.
Ed
ae na AE EPEG
sd di io WE
da de 19 20 , a Fr an ga es ta va pr eo cu pa da em recu-
Em principios da dé ca
ad
Franca.
alad
sid o ar ru in ad as pela
Da RR
mi na s e flo res tas gu e ha vi am
perar aldeias, estradas de ferro, perlda-
ra ve ss ou um pe rf od o de re la ti va pr os
guerra. De 1926 a 1929,a Franga at
Kg NG
du st ri al e ag ri co la , a in te ns if ic ac ao do tur is-
de. com o aumento da produ€io in
A
ra a Gr an de De pr es sa o ni o te nh a at in gi do a
ES ER
hoeaestabilidade da moeda. Em bo
Fa SS
an to os Es ta do s Un id os e a Al em an ha , a na ga o
Franca de manelra (ao penosa gu go . A
e na pr od ug o e a el ev ag ao do de se mp re
sofreu com o dedlinio no comércio desde
ti ca gu e ha vi a as so la do a Te rc ei ra Re pu bl ic a, gu as e gue
nstabilidade poli ce u. Como
il id ad e co nt ra o re gi me re pu bl ic an o cr es
seu inicio, conrinuou, €a host
eg ui am re so lv er os pr ob le ma s da na ga o, va ri os gru-
os grandes partidos nao cons
pos fascistas ganharam forca. e
a €r es ce nt e do fa sc is mo em seu pai s, be m co mo na Trd lia
Receando a forc
os da esg uer da for mar am a Fre nte Pop ula r. Em 193 6, Léo n
Alemanha, os partid
195 0), soc ial ist a € jud eu, tor nou -se pri mei ro- min ist ro. O governo
Blum (1872-
Pop ula r de Blu m real izZo u mai s ref orm as do gue gua lgu er out ro na his-
da Frente
a da 'Ter ceir a Rep ubl ica . Par a aca bar com a ond a de gre ves gue pre jud ica va a
téri
as
producëo, Blum concedeu aos trabalhadores uma semana de 40 horas e féri
idas
remuneradas, assegurando-lhes o direito & negociagao coletiva. Tomou med
a
para nacionalizar as indvstrias de armamentos e avi6es. Para reduzir a influénci
das familias mais ricas, colocou o Banco da Franga sob controle do governo. Ele-
vando os precos e comprando trigo, ajudou os agriculrores. Os conservadores €
fascistas denunciaram Blum como um judeu socialista gue estava transformando
a pétria num Estado comunista. “Melhor Hirler do gue Blum, murmuravam OS
direitistas franceses.
Apesar das reformas significativas, a Frente Popular nio conseguiu revitalizara
€conomia. Perdendo apoio polftico, Blum renunciou em 1937, e a Frente Po-
pular gue sempre fora uma alianga frégil, desmoronou. Através de meios demo-
crêticos, o governo Blum havia tentado dar & Franga um New Deal, mas as refor-
mas sociais aprovadas pela Frente Popular apenas intensificaram o 6dio entre as
classes trabalhadoras € o resto da nacio. A Franca tinha preservado a democracia
e dividi-
contra o atague dos fascistas internos, mas foi uma nacao desmoralizada
da gue enfrentou a unida e dinAmica Alemanha nazista.
O pessimismo do pds-guerra
Apês a ] Guerra Mundial, os europeus passaram a olhar de man
eira diferente
para si mesmos e sua civilizac&o. Parecia gue na ciëncia e na
tecnologia haviam
desencadeado forcas gue nio podiam controlar, ea crenca na estabilid
ade e segu-
ranca da civilizac&o européla revelou-se como uma ilusio. Também iluséria eraa
€xpectativa de gue a razio baniria os indicios remanescentes de escurido, igno
-
rência e injustica, e anunciaria uma era de progresso incessante. Os intelectuais
€uropeus sentiam gue estavam vivendo num “mundo falido”. Numa era de extre-
ma brutalidade e irracionalidade ativa, os valores da velha Furopa pareciam irre-
Cuperaveis. Iodas as grandes palavras”, escreveu D. H. Lawrence, “foram inval-
dadas para esta geragso.”'e As fissuras gue se discerniam na civilizagao européla
antes de 1914 haviam se tornado maiores e mais profundas. É evidente gue havla
também os otimistas — agueles gue encontraram motivo para esperanga na so”
ciedade das Nac6es, no abrandamento das tensêes internacionais e na melhoria
das condic6es econêmicas em meados da década de 1920. Entretanto, a Grande
Depress&o eo triunfo do totalitarismo intensificaram os sentimentos de dvividae
desilusao.
Depois da I Guerra Mundial, as manifestacëes de pessimismo tornaram-$€
abundantes. Em 1919, Paul Valéry dedlarou: “Ns, as civilizac6es derd,
aprendemos a reconhecer gue somos to mortais guanto as outras. Beer
gue uma civilizacao é to fr4gil guanto a vida.”” “Vivemos hoje sob o esugma Ge
.. colapso da civilizag8o”'s, afirmou o humanitarista Albert Schweitzer em oe
se Bdésofo alemao Karl Jaspers observou em 1932 gue “h4 uma waas re
`verim
uh g |
aior da rufna iminente, semelhante a um medo do Sm préximo
Z MS de
N
de
Ao
is iS Ft BETER vr
He
y
A civiizacdo ocidental em Crisé 589
#
ra devastada (1922) de T. $. Eliot também transmite um sentimento agou-
&o eu ro pé ia ag on iz an te , Eli ot cri a um ce- '|
ho. Em sua imagem de um a civ ili za€
rento. bro. Hordas en ca pu za da s de br ba ro s mo de rn os en xa me la m as pla ni-
narlo maca
, Ale xan dri a, Vie na e Lon dre s — cad a
usalém, Atenas
diese devastam 25 cidades. Jeriri rres
| vm dos grandes centros esp tuais ou culturais de outrora — sio agora 'to
ouv e-s e “al to no ar/ O mu rm ur io do la-
desabando.. Fm meio a essa destruig4 o,
nento materno”. mod ern o em bus ca
o Car l Gus tav Jun g dec lar ou em O hom em
O psicélogo suic
je uma abma (1933):
ger and o gua ndo dig o gue 0 bo me m mod ern o sof reu , psi col ogica-
Aeredito nêo estar exa ert eza (..)
faz al, em raz do do gua l cat u em pro fun da inc
mente falando, um chogue guase s catastréficos da
sa per spe cti va con sci ent e, pro dua ida pel os res ult ado
A revolacio em mos de nos sa fé em nos
evi den cia -se em nos sa vid a int eri or pel a des tru icd o
Cuerra Mundsal, den do a fé
pri o val or (... ) Per ceb o per fei tam ent e bem gue est ou per
mesmos € em nosso pré mil êni o, no
org ani zac ao aci ona l do mun do; o vel bo son bo do
na possibilidade de uma
gual reinariam a paz € a harmonia, ofsuscou-se.”!
6, o his tor iad or hol and ês Joh an Hui zin ga esc rev eu num cap itu lo inti -
Fm 193
tulado “Apprehension of Doom” (Medo do Juizo):
guanto
Vivemos num mundo demente. E sabemos disso (..) Em todo lugar hd dividas
imen-
3 solidea de nossa estruura social, temores vagos guanto ao futuro iminente, um sent
to de gue nossa civilizagio estd a caminho da ruina (...) guase todas as coisas gue outrora
pareciam sagradas € imutdveis tornaram-se agora incertas, verdade e bumanidade, justiga
e raado (..) A sensario de viver em meio a uma violenta crise da civilizacio, ameagando
ao colapso completo, difundiu-se por toda parte.”
Fi
ii
-
(.) sua absolura falta de restricAo, por seu cardter orgidstico, radicalmente anti
humano € freneticamente dinAmico (...) Tudo é posstvel, tudo é permirido en-
guanto arma contra a decência humana (...) O fanatismo converte-se num meio
de salvag#io (...) a politica torna-se um 6pio para as massas (...) ea razao encobre
seu rosto”?:.
Abalados com a 1 Guerra Mundial, descontentes com a forga cada vez malor
do fascismo. € comovidos com o sofrimento ocasionado pela depressao, muiros
escritores aderiram a causas sociais e politicas. O livro Nada de novo no fronte oci-
dental (1929), de Erich Maria Remargue, foi um dos muitos romances antiguer-
ra. The Road to Wigan Pier (1937), de George Orwell, relatou a vida melancélica
dos mineiros de carvio ingleses. Em As vin/uas da ira (1939), John Steinbeck cap-
tou a angistia dos fazendeiros norte-americanos expulsos de sua terra por causa
do dust bowl* e da execuc5o de hipotecas durante a depressao. Poucas guestêes
agitaram a consciëncia dos intelectuais guanto & Guerra Civil espanhola, e mui-
tos deles apresentaram-se como voluntérios para lutar ao lado dos republicanos
“spanhêis contra os fascistas. A obra Por guem os sinos dobram (1 940), de Ernest
Hemingway, expressou os sentimentos desses pensadores.
As novas tendéncias seguidas pela arte antes da 1 Guerra Mundial — o abstra-
CIONISMO € o expressionismo — prosseguiram nas décadas pOs-guerra. Picasso,
EE
ou improdutiva, especificamente
*
-
LA
ad G a
392 Civilizacio oridental
DiFssou ist
seuaalmed
emoo, de outra guerra mundial iminente. Karhe Kollwitz, am
de)
Es
ri mi do s. Mi gr ag do (1 93 2) , de Wi ll ia m
famintoS doentes e politicamente op
os de sc ri -
GE
ou o so fr im en to do s me sm os fa ze nd ei ro s ex pr op ri ad
dramatiz
As vinbas da ira, de Steinbeck. Philip Evergood, em Dom? C7y
SERE
(1938-1944), retrarou a aparia das criangas esfomeadas e o terrivel deses-
e
at
ES Pa
dk RA
de so ld ad os mu ti la do s, ag on iz an te s € mor tos , o artista ale-
Fm suas gravuras
a po de ro sa den tin cia vis ual da cr ue ld ad e e do so frimento
mo Otto Di fez um
vir no exé rci to al em Zo du ra nt e a ] Gu er ra Mundial,
da Grande Guerra. Apd6s ser da
nv ol ve u um a ag ud a pe rc ep ga o da vio lén cla e
o pintor Max Beckmann dese ontado
pr es so u em 4 mo e (1 91 8- 19 ) e out ras pin tur as. Ap
) ruralidade, gue ele ex exi lad o. Em Gu er -
ta de ge ne ra do ”, Be ck ma nn foi
sJos nazistas como um “artis
ass o im or ta li zo u o vil are jo es pa nh ol di zi ma do por bo mb ardeios
via (1937), Pic
civ il. Em Ws it e Cru cif ixi on (19 38) , Ma rc Cha gal l, pin tor russo
durante a guerra
aic a gue se est abe lec era em Par is, ret rat ou 0 ter ror e a fuga dos
de origem jud
judeus na Alemanha nazista.
' i 7
594 Givilizacio ocidental
Anjo da familia e do lar, de Max Ernst (1891-1976). Ernst fez parte da transic&o
do dadaismo
para o surrealismo. Suas pinturas expressam uma profunda ansiedade. Andr
é Breton referija-sea
ele como “a mente mais magnificamente mal-assombrada da Europa. @ 1995 Artis
ts Rights
Society (ARS), Nova York SPADEM/ADA GP Paris
[No] interesse de uma justa distribuicio de terra, deliberadamente deixamos gue Ger
de 5 milhoes de agricultores com suas familias morressem de fome em um adno. (2 (Para
libertar] os seres bumanos das algemas da exploragio industrial (..) mandamos cerca
10 milhoes de pessoas para o trabalbo forcado nas regiëes driicas (...) soo rondicoes semé”
lhantes Aguelas dos antigos condenados 3s galés.”
A civilizacio ocidental em crisé 995
ele
ubordinar-se €, S€ necessdrio, sacrificar-se ao regime. Mesmo assim,
devé * , sendo um Servo leal do partido; os adeptos fiéis nio rompem facilmen-
Rub ash ov real iza seu ult imo ser vic o par a a revolugao.
RE ad fé. Ao confessar,
(
eir o ade pto , tud o — a ver dad e, a just ica e a san tid ade do indivi-
die
Para 0 ver dad
duo — é corretameEn te sacrificado ao partido.
Re af sr ma gd o da vi si o de mu nd o cr is ti
a as Cre nga s lib era is fu nd am en ta is —a bo nd ad e ess enc ial
Colocando em dvdvid
pri maz ia da raz ao, a efi cêc ia da cië nci a e a ine vit abi lid a-
da natureza humana, a €ri s-
a | Gue rra Mu nd ia l lev ou os pen sad ore s a enc ont rar no
de do progresso —,
ati va da exp eri ënc ia hu ma na e da cri se do séc ulo X.
janismo uma visio alt ern
sta os, ent re ele s Kar l Bar th, Pau l Til lic h, Re in ho ld Nie buhr,
Os pensadores cri
, Jac gue s Mar ita in e T. $. Eli ot, af ir ma ra m a rea lid ade do
Christopher Dawson
za hu ma na . Ac us ar am os lib era is e'm arx ist as de sus ten tar em uma
al na nature
ess iva men te oti mis ta da nat ure za e da raz io hu ma na s e de pos tularem
eo exc
s, a
ma flosofia da histéria meramente racional e secular. Para esses pensadore
concepcao crista da histéria como um embate entre o arbitrio humano e OS
mandamentos de Deus oferecia uma explicagio inteligente para as tragédias do
século KOL.
Karl Barth (1886-1968), teëlogo protestante suico-alemao, exortou a reafir-
mac3o da fé crista, da singularidade do cristianismo e do poder espiritual da reve-
lacio divina. O verdadeiro significado da histêria, dizia ele, nao val ser encontra-
DER eE mn
do na visio liberal de liberdade e progresso da raz&o, nem na concepgio marxis-
HE GT GE ELE
ra de determinismo €conêmico; ele deriva, na verdade, do fato de gue a histêria
éa arena na gual a fé do individuo é posta 4 prova.
OE DERE
ET BES
O francês Jacgues Maritain (1882-1973), jlustre pensador catélico, denun-
clou os elementos centrais da perspectiva moderna: a auto-suficiëncia do indivi-
mo Deus e redimidos pelo mesmo Cristo (...) [e] a dignidade inaliendvel de cada
ET
WET
Para recobrar sua vitalidade, ou mesmo sobreviver, nossa civilizaedo precisa parar de
negligenciar suas ralzes espirituais e compreender gue a religido ndo é uma guestio de sen-
EEdo
AF T
timento pessoal gue nada tem a ver com as realidades objetivas da sociedade, mas, a0 con-
ER de
ed le
nl el
Sob o fascismo, surge pela primeira ves na Europa um Hpo de homem due nio '
apresentar razbes ou estar certo, mas gue estd simplesmente resolvido a gere
mides. Esta é a novidade: o direito de nio ser razodvel, a “vazdo da falra de razdo. ! !
sidero portanto gue a manifestario mais palpdvel da nova mentalidade das massas
fato de terem decidido governar a sociedade sem capacidade para faaé-lo”
MEES Ed T F;
A civiliza(io ocidental em crise 37
AE OE op RS eye
fensor da tradicao duminisa, emigrou ap6s Hider subir ao poder, fixando-se fi-
er
ads ed
ie
nalmente nos Estados Unidos. Pouco antes do triunfo de Hitler, em 1932, Cas-
EES
WEN
de preservar € revigorar essa tradigao: “A meu
siter escreveu sobre a necessidade
EL ma ae
ma EE
GE NR
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ver, mais do gue nunea, este é momento oportuno de aplicar (...) a autocritica
GE DE EE De ee
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) época ,tual, de exibir-lhe o espelho limpido e dlaro criado pelo Iluminismo (...)
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deEE sl
A era gue venerou a razao ea ciëncia como a mais elevada faculdade humana nio
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Errieda
pode e nem deve perder-se para NOS.
ra Re hem
Fm sua Gltima obra, O mitg do Fstado (1946), Cassirer descreveu o nazismo
LIER
n Di AEERT
como o triunfo do pensamento mitico sobre a razio. Os nazistas, escreveu ele,
WER Eg DE EO
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inteligentemente fabricaram mitos — da raga, do lider, do partido, do Estado —
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a
—
gue desorientaram o intelecto. Os alemies gue acataram esses mitos abriram
mo da capacidade de julgar por si mesmos, tornando-se vulnerdveis a manipu-
Er
FREE Eb rig
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Jaco pela lideranga nazista. Para refrear o poder destrurivo dos miros politicos,
ANNE
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Cassirer pregava o fortalecimento da tradig&o racional humanista e exortava ao
Ee” TT Er
Ed ie ae
(..) Devemos estudar minuciosamente a origem, a estrutura, os métodos e a téc-
h-
da
nica dos mitos politicos. Devemos olhar o adversdrio cara a cara para saber como 1
Ed
1
derrotd-lo”%.
George Orwell (1903-1950), romancista e jornalista politico britênico, escre- ds
veu duas poderosas dentincias contra o totalitarismo: @evolugdo dos bichos (1945) j:
e 1984 (1949). Em Revolucdo dos bichos, baseado em parte em suas €xperiëncias
com comunistas durante a Guerra Civil espanhola, Orwell satiriza o regime tota-
litdrio erigido por Lenin e Stalin na Russia. Em 1984, Orwell, gue era profunda-
mente comprometido com a dignidade e liberdade do ser humano, adverte gue
esses grandes principios estavam agora permanentemente ameagados pela con-
centragao e o abuso do poder politico. `Se guer um guadro do futuro, imagine
uma bota pisando um rosto humano para sempre”, diz um membro da elite go-
| vernante enguanto tortura uma vitima nos cérceres da Policia do Pensamento”.
A sociedade de 1984 dirigida pelo Partido Interno, gue constitui cerca de
2% da populac&o. Liderando o partido estd o Grande Irmao — provavelmente
uma figura mitica criada pela elite governante para satisfazer o anseio gue rêm as
Pessoas por um lider. O partido dourrina o povo a adorar o Grande Irmao, cuja
Magem est por toda parte. O Ministério da Verdade uriliza o controle do pen-
Samento para dominar € manipular as massas € manter os membros do partido
leais € subservientes. O raciocinio independente é eliminado; nio existe mais
verdade objetiva. A verdade é aguilo gue o partido decrera no momento; se ele
“stabelecer gue dois mais dois é igual a cinco, é nisso due se deve acreditar.
Oualguer um gue tenha pensame€ntos proibidos, é acusado de criminoso do
PEnsamento e pode ser punido com a morte. Os agentes da Policia do Pensa-
MENLO estio em todo lugar, usando cameras € microfones ocultos para vigiar se
%$ membros do partido estao de alguma maneira se afastando das regras e da ideo-
logia partid4ria. Os cartazes com a imagem do Grande Irmao trazem os seguin-
298 Civilizacio oridental
Partido.
8 . , os PL #
Existencialismo
O movimento filoséfico gue mais bem ilustrou
a ansiedade e incerteza da Eu-
ropa numa época de guerras mundiais foi
o ex istencialismo. Como os eser;
e artistas, os fil6ésofos existencialistas $u
rgiram como uma reacao 3a EE
sao gue parecia cstar a beira da dissolucëo. Embo
ra o reine iste!
tundido depois da N Guerra Mundial, expressand
o a ansiedade e o desespero de
muiros in telectuais gue haviam perdido a confianca na
razo € no progresso, vd-
rlas de suas principais obras foram escritas antes ou dura
nte a guerra. |
Cdue caminho deveriam seguir as pessoas num mundo
em gue as conviccêese
os valores antigos tinham desaparecido, onde se rejeitava a
verdade universal € se
negava a existência de Deus? Como as pessoas poderiam conv
iver numa socieda-
de cm due eram ameagadas pela tecnologia, manipuladas por burocrac
ias impes-
soais € sufocadas por sentimentos de ansiedade? Se o universo carecia de um sig-
nifticado superior, gue significado alguém poderia atribuir & prépria vida? Essas
€ram as guestoes crucias da filosofia existencialista.
o €xistencialismo no se enguadra numa definico Wnica, pois seus princi-
pals teoricos nao compartilhavam um corpo de doutrinas comum. Por exemplo,
alguns eram areistas, como Jean-Paul Sartre, ou omitiam Deus de seu pensamen-
to, como Martin Heidegger; outros, como Karl Jaspers, acreditavam em Deus
mas nao nas doutrinas cristas; outros ainda, como Gabriel Marcel e Nikolai
Berdyaev, eram cristios; e Martin Buber era um judeu convicto. Os pr inci
piosa
seguir contêm talvez a essência do existencialismo, embora nem todos os exis-
tencialistas endossariam cada um deles ou concordariam com a forma como $a9
EXpressos.
mais do gue sujeitos pensantes gue abordam o mundo mediante a andlise €ridC*
Sao também seres dotados de sentimento € vontade, gue precisam participaf ple-
Ë ek.
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te Ere vd
s
ER EA ATEe
ed F namente da vida e experimentar a existência de maneira direta, ativa € apalXxons”
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EERa, Somente assim o individuo pode viver uma vida integra e auréntica-
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OP sr Ed ee ERK ES ed od EA 1
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aak Pi et
A civilizardo ocidental em Crise 393
Fi f]
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EN
O transe moderno
O processo de fragmentag#o gue teve inicio nas artes € no PENSamento
EUro-
peus no final do século XIX acelerou apés a 1 Guerra Mundial.
mai des com a Fil
tra êso
dicfos
o , Pe esr;
res e arri stas mos tra ram -se cad a vez s ilu did os
humanista do IHuminismo; perderam a confianca na Cap
acidade da razig oe
bondade humana, € passaram a ver o progresso continuo como uma
ilusio.
Para alguns pensadores, o principal problema estava na grande mudanc
a gue
ocorrera na forma de se entender a verdade. Desde o Surgimento da filo
sofia na
Grécia antiga, os pensadores ocidentais haviam acreditado na existênci
a de ver-
dades objetivas e universais: verdades gue eram inerentes por natureza e gue
se
aplicavam a todos os povos, em todas as épocas. (O cristianismo, é dlaro, tam-
bém pregou a realidade da verdade revelada por Deus.) Afirmava-se gue essas
verdades — como por exemplo os direitos naturais do individuo — podiam ser
compreendidas pelo intelecto e servir de critério para as aspiracêes individuaise
a vida social. O reconhecimento desses principios universais, segundo se acredi-
tava, forgava as pessoas a avaliarem o mundo do agui-agora 3 luz de normas ra-
cionais € universais e assim instituirem as reformas apropriadas. Era tarefa da fi-
losofia conciliar a existência humana com a ordem objetiva.
No decorrer do século XIX, a existência da verdade universal foi guestionada.
Uma crescente consciëncia histérica levou alguns pensadores a afirmarem dgue
aguilo gue as pessoas consideravam como verdade nio passava, de fato, de um
simples reflexo de sua cultura num certo estégio da histéria — de sua percepsao
das coisas num momento especifico da evolucao da consciëncia humana. Diziam
esses pensadores gue as verdades universais nio faziam parte da natureza. O indi
viduo nêo tinha, de nascimento, o direito natural & vida, liberdade e proprieda-
de; nio havia critérios de justica ou igualdade gue fossem inerentes por nature?
e passiveis de serem comprovados pela raz&o. Eram as préprias pessoas du€ ie
vam as crengas e valores de uma época & condigao de verdade objeriva ar
Essa ruptura radical com a tradicional concepgio de verdade contribuiu SIEN"
ficativamente para a crise da consciëncia européia gue caracterizou a PT FR
metade do século XX. Os valores € crencas tradicionais, tanto agueles herda a
do Tuminismo como os gue foram ensinados pelo cristianismo, delxaram d n
recer seguranGa e certeza aos €uropeus. As pessoas ficaram sem uma ordem n
martiva gue lhes servisse de direg&o para viver.
te verda-
Essa perspectiva favorece o niilismo. Poi s se nad a é fu nd amentalmen
SE
“ssdeiro — se nao EG
s hê principios de moral e justica gue emanam de Deus OU gue P OS”
ms j 2 1etzs”
imser deduzidos pelaord raz&0 —, pode-se concluir entso, como entendeu Ni ifes-
tudo é permitido. Alguns Intérpretes viram o nazismo como 4maf'
Ad ba
A civilizacio oridental em crisé 601
cul min ant € de uma ati tud e niil ista a cam inh o de se torn ar cad a vez mais
so
radi
ee de do século XX, a aritude dos ocidentais com respeito & razio havia
nsf orm aga o radi cal. Alg uns pen sad ore s, gue tin ham dep osi tad o
ofrido uma tra
tra dic do rac ion al do Hlu min ism o, fic ara m des ola dos com a
aas esperangas na
o de reso lver as tens oes € cont lico s da mod ern a sociedade
ncapacidade da raza
Alé m diss o, o Cre sce nte rec onh eci men to do irra cion al —- dos imp uls os
- dustrial. do pa- i
ana s — levo u as pes soa s a duv ida rem
ocultos dué€ determinam as ag6es hum en- $
ano. Outros pensadores
pel predominante da razao no comportamento hum ki
sob uma per spe cti va dife rent e. Com bar iam a pos-
aaravam o problema da razao nao
ao cri sti ani smo por gue seus €ns ina men tos
ura mental gue negava €spaco
no test € da raz3 o e da ciën cia, ou cen sur ava m a raza o por criar uma
passavam
e tec nol égi ca e bur ocr dti ca, due sub est ima va e rep rim ia as paixêes hu-
sociedad
os seres
manas € sufocava a individualidade. Esses pensadores enfatizavam gue
T
n
ente, se seus
ss Me ee T Pa BAG ie
Ed ER Wes
hum ano s nao pod em real izar seu pot enc ial , n4o pod em vive r ple nam
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de D. H.
sentimentos sio negados. Concordavam nesse aspecto com a critica
E
eddeels
ma
,
Tawrence ao racionalismo: “A atribuigao de racionalidade 3 natureza humana
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eef HE ea
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em vez de enriguecê-la, parece agora té-la empobrecido. Pois ignorou certas fon-
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j ae Be , REF s IR
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onr êne as e irra
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tes de sen tim ent o vali osas e pod ero sas . Alg uma s das exp los 6es esp
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VO
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donais da natureza humana podem ter uma espécie de valor gue foi amputado
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de nosso esguematismo.
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Fnguanto muitos pensadores concentraram sua atengao nas limitac6es da ra-
iese DE VEN
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Zi0, outros, particularmente os existencialistas, assinalavam gue a razao era uma
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RR Veeegi PAETER
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el
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| faca de dois gumes; podia tanto aviltar guanto digniticar individuo. Esses pen-
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sadores criticavam todas as teorias gue subordinavam o individuo a um sistema
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rigido. Denunciaram o positivismo por reduzir a personalidade humana a leis
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psicolégicas, e o marxismo por tornar a classe social uma realidade superior ao
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individuo. Rebelaram-se contra a coletivizacio polirica, gue regulava vidas indi-
Lone
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tand
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viduais segundo as necessidades do Estado corporativo. Censuraram também a
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.
tecnologia e a burocracia modernas, criag6es da mente racional, por moldar uma ,
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“S$€s pensadores, a sociedade industrial moderna, com sua tendência para a efl-
self
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| Em resposta aos criticos da raza0, seus defensores insistlam em gue era neces-
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da, em sua expressao moderna, pelo Hluminismo. A raz4o, diziam eles, é indis-
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“AS, € por todos os outros gue invesdigavam o mundo dos sentimentos, da vonta-
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1
602 Civilizacio oridental
vidual
GE EN N ke id.
niza o ind;
ele fosse um objeto gualguer? Serd due os valores associados ao
viduo
COMO se
T| UMINISMO for.
Ee
Notas
1. Citado em Zeev Sternhill. “Fascist Ideo- 10. Citado em ]. S. Conway. The Nazi Perse-
logy”, in Fascism: A Reader) Guide org. culion of the Churches. Nova York, Basic
por Walter Lagueur. Berkeley, University Books, 1968, p. 202.
of California Press, 1976, p. 338. 11. Citado em Helmut Krausnick, Hans Buch-
2. Cicado em Max Gallo. Mussolini* tab. heim, Martin Broszart e Hans-Adolf Ja-
Nova York, Macmillan, 1973, p. 218. cobsen. Amatomy of the SS State. Londres,
3. Citado em Joachim C. Fest. Hitler, trad. Collins, 1968, p. 128.
por Richard e Clara Winston. Nova York, 12. Hieler$ Secret Conversatons, p. 6.
Harcourt Brace Jovanovich, 1974, p. 162. 13. Citado em Hermann Graml ef al, The Ger-
4. Hier Secret Conversations, 1941-1944. man Kesistance to Hitler. Berkeley, Univer-
com um ensalo introdutério de H. R. Tre- sity of California Press, 1970, p. 206.
vor Roper. Nova York, Farrar, Straus & 14. Citado em T. L. Jarman, 7he Rise and Fall
Young, 1953, p. 28. of Nazi Germany. Nova York, New York
-Citado em Lucy $. Dawidowicz. The University Press, 1956, p. 182.
War Against the Jews 1933-1945. Nova 15. Citado em Karl Dietrich Bracher. The
York, Holt, Rinehart & Winston, 1975, German Dictatorskip, vrad. por Jean Stein-
p.21. berg. Nova York, Praeger, 1970, p. 268.
6. Citado em Uri Tal. “Consecration of Po- 16. Citado em Barbara Tachman. 7he Guns
litics in the Nazi Era”, in Judaism and of August. Nova York, Macmillan, 1962,
Christianity Under the Impact of National p. 489. Ee
Socialism, org. por Otto Dov Kulka e 17. Citado em Hans Kohn. “The Crisis In 1
Paul R. Mendes Flohr. Jerusalém, Histo- ropean Thoughr and Culture, in pm
rical Society of Israel, 1987. p. 70. War I A Turning Point in Modern '
7. Adolf Hider, Mein Kampf. Boston, Hough- tory, org. por JackJ. Roch. Nova York,
ton Mifflin, 1962, p. 107. fred A. Knopf, 1967, p. 28. mies
8. Citado em Hannah Arendt. 7he Origins 18. Citado em Franklin L. Baumer. vi
of Totalitarianism. Nova York, Meridian tieth-Century Version of rhe Apocalyf
el Books, World Publishing, 1958, p. 330. se”, Gahiers d'Histoire Mondiale (Jou
9, Citado em David Welch (org). ac Pro- of World History), 1 jan. 19594.
EEERA pagan da. Totowa, N. ]., Barnes & Noble, 19. Jbid,
EE N im
ep d
A civilizacio ocidental em crise
ane
p o r M a r v i n P e r r y ef . al , 23
dion, org. Masses. Nova York, Norton, 1927, PP:
ye
, 1 991. v. 2,
NO ENE
o n , H o u g h t o n M i f i l i n
ed. Bost 63, 18.
pk
pp. 351-92.
34. Ibid., p. 73.
Ng
-
Painters and Poets, org. por Robert Mo mes P. Pettegrove. Boston, Beacon, 1995,
herwell. Nova York, Witterborn, Schultz,
Eed BE
pp. Xi-xil.
RI N
195p.125 ,0.
dr EF EES
36. Ernst Cassirer. The Mytb of the State. New
Ak
EE
25. Ibid., p. 248.
Haven, Conn., Yale University Press, 1946,
26. Ibid., p. 251.
p. 296.
E n
27. Citado em David Caute. The Fellow Tra-
OE ELE
37. George Orwell. 7984. Nova York, Har-
maer
pp. 15, 21.
and Decline ofWestern Liberalism. Oxdord,
arm ak
29. Arthur Koestler. Darkness at Noon. Nova
York, Macmillan, 1941, pp. 158-59. Basil Blackwell, 1984, p. 81.
aa
ugestêes de leitura
Allen, William Sheridan. The Nazi Seizure of Bullock, Alan. Hitler: A Smdy in Tyranny
Power (1965). Estudo esclarecedor de como (1964). Excelente biografta.
a populacio de uma peguena cidade ale- Burleigh, Michael e Wolfgang Wippermann.
ma reagiu ao nazismo durante os anos de The Racial State: Germany 1933-1945
1930-1935. (1991). Perseguic3o dos judeus, ciganos,
Bissel, Richard (org). Life in the Third Reich deficientes mentais e homossexuais; andlise
(1987). Ensaios abordando virios aspec- das politicas sociais de inspiragao racial do
tos da vida na Alemanha hirlerista; bons regime nazista.
panoramas. Cassels, Alan. Fascist Jtaly (1968). Uma in-
Blackham, H. J. Six Existentialist Thinkers troducëo bem eserita.
(1952). Andlises Greis de Kierkegaard, Fest, Joachim C. Hier (1974). Excelente bio-
Nietzsche, Jaspers, Marcel, Heidegger e grafia.
Meme mer
"da ig
604 Givilizacêo ocidental
(uestoes de revisio
1. Em gue sentido os principios fascistas “re- terra e Franga tentaram lidar com a
presentam a antitese categérica, cabal e Gran
de Depressao?
definitiva do mundo da democracia (...) 9. Oue fatores contribuiram para o senti-
do mundo gue ainda sustenta os princi- mento de pessimismo no periodo poste-
pios fundamentais afirmados em 1789”? rior a 1 Guerra Mundial?
2. Por due alguns italianos apoiaram Mus- 10. Franz Kafka compreendeu o dilema da
solini? Em gue aspectos Mussolini teve idade moderna como nenhum Outro ro-
menos éxito gue Hidler em estabelecer um mancista de sua época. Discuta essa afir-
Estado totalit4rio? magao. Na sua opiniëo, seus jmusights ain-
3.Em gue medida a perspecriva de Hitler da hoje sio validos?
foi fruto de suas experiëncias em Viena? 11.Em A montanha mdgica, Thomas Mann
Ouais eram suas posicêes com respeito refleriu sobre a dissoluc3o da civilizacëo
democracia, as massas, 3 guerra, aos ju- burguesa européia. Discuta essa afirmacio.
deus e 3 propaganda? 12.Em gue aspectos o dadafsmo e o surrea-
4. Como os nazistas estenderam seu Contro- lismo foram uma expressio de sua época?
le sobre a Alemanha? 13. Por gue tantos intelectuais foram atrafdos
J.Em gue aspectos o nazismo entrou em pelo comunismo na década de 1930?
chogue com os valores essenciais do cris- 14.O gue Ortega y Gasset guis dizer com
tianismo? Oual a politica geral dos nazis- “homem da massa”? Oue perigos repre-
ras com relagao as igrejas? Por gue as igre- sentava esse homem da massa?
jas alemas deixaram de se opor ao regime 15. Por gue Julien Benda deu a seu livro o
nazista? titulo de 7he Treason of the Intellectuals (A
6. Por volta de 1939, a maioria dos alemaes traigao dos intelectuais)?
€stava entusiasmada com o regime nazis- 16. ual a posicëo de Ernst Cassirer com
ta. Discuta essa afirmacao. relag&o ao Iluminismo? Como ele inter-
7.Apés a 1 Guerra Mundial, a democracia pretou o nazismo?
parlamentar fracassou em diversos pafses 17. Cite algumas das condicêes gue deram
e lideres autoritdrios tomaram o poder. origem ao existencialismo. CJuais sa0 OS
Expligue. principios bdsicos do existencialismo?
8. De gue maneira Estados Unidos, Ingla-
, C A P I T U L O 2 1
TT G u e r r a M u n d i a l :
, civiliza c i o o c i d e n t a l n a b a l a n g a
TE
ni o pr ep ar ar am S€ US PO vo ne m to ma ra m
izacio ocidental, mas
mi)
au me nt ad o su bs ta nc ia lm en te su a ca pa -
alguma, até guea Alemanha tivesse
si da de de tr av ar um a gu er ra ag re ss iv a. ** EE
EE
pr op 6s it o gu e o le va ra
oportunismo € unicidade de
eke
a pro pag and a par a enf rag uec er a von tad e de res ist ênc ia de seu s adver-
caso usou
ana
a de pro pag and a naz ist a, gue hav ia con gui sta do com eficiëncia
sêrios. A mAguin
ale mao , COr RO SE um in st ru me nt o da pol iti ca externa. Para
a mente do povo
605
606 Givilizacio ocidental
O rompimento da paz
Para realizar os objetivos de sua politica externa Hitler necessitava de uma for-
mid4vel m4guina militar. A Alemanha precisava rearmar-se. O tratado de Versa-
Ihes limitara o tamanho do exército alemëo a 100 mil voluntdrios, restringira a$
A civilizacio ocidental em crisé 607
Ee
Cronologia 21.1 *& IT Guerra Mundial
Outubro, 1935
Itdlia invade a Eri6pia.
Guerra Civil espanhola.
1936-1939
7 de marGo, 1936 A Alemanha remilitariza a Renênia.
Julho, 1937
Japao invade a China.
Guerra civil espanhola A Guerra Civil espanhola de 1936-1939 foi outra viré-
ria para o fascismo. A Alemanha nazista e a Irdlia fascista ajudaram Franco (ver
p. 585); a Uniëo Soviética abasteceu a repiblica espanhola. Em outubro de 1937,
cerca de 60 mil “voluntérios” italianos lutavam na Espanha. Hirler enviou de 5
mil a 6 mil homens e centenas de aviëes — ajuda gue se revelou decisiva. Com-
parativamente, a assistência prestada pela Uniao Soviética foi peguena.
sem considerdvel ajuda da Franca a repdblica espanhola estava condenada,
mas o primeiro-ministro Léon Blum temia gue a intervencao francesa levasse a-
guerra com a Alemanha. Além disso, ajudar a republica traria sérias consegu€n-”
Clas internas, j4 gue os direitistas franceses simpatizavam com o autoritarismo
conservador e clerical de Franco. Em 1939, a repiblica caiu, e Franco estabele-
ceu uma diradura. A guerra civil espanhola ofereceu 4 Alemanha uma oportun!
dade de testar armas e pilotos, e demonstrou mais uma vez gue falrava a Franga €
3 Inglaterra a disposigëo de combater o fascismo.
A civilizario ocidental em crise 609
ob je ti vo s de Hi de r er a a in co rp or ag o da Aus-
plus com 4 ustria Um dos nt e a un ië o
o de Ve rs alhes pr oi bi ra ex pr es sa me
, 30 Terceiro Re ic h, ma s o tr at ad
) dos dois palses- Em marco de 1938, a pretexto de prevenir a violên-
a Au st ri a. C o m o en tu st as ti co ap ol o . “
di ssem
4
in va
A
as tr op as
'
u du e su
1
va, Hie r
Anschiuss
o r d e n o ic h al
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em ao .
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Re
F
a p r o v
Pe
i n c a do
stria tornou-se entao um
A -
de seu POVOs 4 Au
f
a Au st ri a pe la si mp le s am ea ga da
Munigue, Praga Hidler conseguira
s da Tc he co sl ov gu ia . Do s 3, 5 milhêes
tr a am ea ga Ihe daria os Sudeto lados
forca. O lh êe s er am al em êe s ét ni co s. Es ti mu
da regiao, cerca de 2.8 mi nr ad
es do s Su de to s, li de ra do s po r Ko
pe la Al em an ha , os al em
, orientados se gu ir ” a mi no ri a ge rm ên ic a €
de nu nc la ra m o gO V€ Er no por “per
tcheco
He nl ei n, am ag it ac oe s em fa vo r da au-
au to de te rm in aio e pr om ov er
priva- la do di re it o de At ré s de s-
ideolo gi a
sana
r ci on
a al -s oc ia li st a.
'onomia lo ca l e do di re it o de pr of es
em so de an ex ar a re gi ëo do s Su de ro s.
as reivindicag6es estava o objetivo sl os al em ae s do s Su de to s e o gover-
6e s en tr e
Fnguanto prossegulam as negociag av a os tc he co s de cr im es he-
de Hi de r ac us
ho tcheco, a m4guina de propaganda CO T! re ta li ac êe s. Hi tl er ta mb ém
eaga va -o $
Aiondos contra a minoria alemê e am sZ o da Tc he co sl ov 4g ui a. Lu ta s
m UI ma in va
ordenou a seus generais gue preparasse ic ar am as te ns êe s. Pr oc ur an do
co s e os al em ae s do s Su de tos - te ns if
sn tr e os tc he 86 9- 19 40 ) da In -
im ei ro -m in is tr o Ne vi lle Ch am be rl ai n (1
ma nt er a pa z, o pr o um co nv it e
fe re nc ia r co m Hitl er , gu e lh e fe z en ta
gl at er ra of er ec eu -s e pa ra on
nesse sentido. in ic a de mo cr ac ia da
3 Tc he co sl ov ig ui a, a
A posicio da Inglaterra com relacao Fr an ga . Em 19 24 , a Pr anga
re nt e da gu el a da
Europa oriental, era um pouco dife na hi pt es e de um ata-
as si st ên cl a mu it ua
frmara com os tchecos um acordo de ov ig ui a ti nh a ac or do se me-
dos dois pafses . A Tc he co sl
gue alemao a gualguer um a ru ss a de pe nd er ia de a
com a re ss al va de au e a aj ud
Ihante com a Russia, mas er ra na o ti nha ne-
OS termos de se u ac or do . A In gl at
Franca cumprir primeiro ic as , ac reditan-
ma s au to ri da de s br it ên
nhum compromisso com o$ tchecos. Algu
al em ae s do s Su de to s er am re al me n-
na pr op ag an da de Hi tl er , ac ha va m gue os
do to de te rm in ag do ; al ém di ss o, ac ha-
o de au
te uma minoria perseguida com direit a um a gu er ra gu e po di a
Au st ri a, ni o va li
vam gue a regiëo dos Sudetos, como 4 enas incorporar OS
a ci vi li za ca o oc id en ta l. Hi dl er , di zi am el es, gueria ap
destruir ci pi o de
; es ta va ap en as le va nd o o pr in
alemaes gue viviam fora da Alemanha al em ae s vi ve ss em so b a
ic a. Ou an do es se s
autodeterminacio a sua conclusio l6ég ca ri a sa ri sf ei -
€S $a S autorida de s in gl es as , Hi dl er Hi
ba nd ei ra al em 4, ar gu me nt av am
se re ar ma r en tr e 19 33 e 19 38 , a In-
gu al gu er m o do , se m ter conseguido
to. De ic ao fr ég il . Os ch ef es do es ta do -m ai or br it ên ic o
se en co nt ra va n u m a P os
glater ra
P reparado para a guerra e gue era necessdrio sacri-
achavam gue o pas nao estava r t e m po.
g u i a a F m de g a n h a
ficar a'Tchecoslovi i d o na C o n f e r ê n c i a de M u n i g u e (s e-
c i d
O destino da Tchecosloviguia foi de e o pri mei ro-ministro
tembro de 1938), ent re Ch am be rl ai n, Hid er, Mus sol ini
84- 197 0). O aco rdo de Mu ni gu e deu os Sud etos a
francês Edouard Daladier (18
# Pi ff”
610 Givilizacado ocidental
Alemanha. 'Tanto Chamberlain guanto Daladier foram muito elogiados pelo povo
da Inglaterra e da Franca por terem mantido a paz.
Os criticos de Chamberlain insistiram em gue o acordo de Munigue foi um
erro gigantesco e uma tragédia. Chamberlain, dizem eles, foi um tolo em acredi-
tar gue Hier, gue procurava dominar a Europa, pudesse ser comprado apéna$
com os Sudetos. Para Hidler, as concessêes feitas pela Inglaterra e pela Franga fo-
ram um indicio de fragueza e apenas aumentaram seu apetite por mais rerrito-
rios. Além disso, argumentam os criticos, teria sido melhor lutar contra Hitler
em 1938 do gue um ano depois, guando a guerra realmente foi deflagrada. É
A civilizacio ocidental em crise 611
Jade gue no ano seg uin te ao aco rdo de Mun igu e, a Ing lat err a aum ent ou seu
mas a Ale man ha tam bém fez o mes mo, con str uin do submarinos
ve 2] militar,
tal ece ndo as defe sas da fron teir a oci den tal e tre ina ndo mais
Me ues pesados, for
el nim ero de bon s tan gue s € 0 povo
ges Os tchecos dispunham de raz o4v
luta r para pre ser var a int egr ida de terr itor ial do seu pais. En-
pysstava disposto a
incipais elementos do exército alemao ads estivessem ee combatendo os
po de ri am
i
A ?2 de mai o de 1939 , Hitl er e Mus sol ini cel ebr am o pacr o de Ago, pro-
Polênia
metendo ajud a mii tua no caso de guer ra. No dia segu inte , Hirl er diss e aos seus
oficiais gue a ver dad eir a met a da Ale man ha era a dest ruig ao da Polê nia. ` Dan tzi g
nio é o obje tivo . É uma gue std o de exp and ir noss o espa 6o vita l no leste , de asse -
gurar nosso abastecimento de alimentos (..). No podemos portanto poupar a
Polênia, ea decisio € a de aracé-la no primeiro momento adeguado.*
Inglaterra, Franga e Unido Soviérica vinham realizando negociac6es desde
abril. A Uniso Soviética gueria um pacto de assistência murua, gue incluisse um
planejamento militar conjunto, € exigia bases na Polênia e Romênia, para se pre-
para contra um atague alemao. A Inglaterra relutava para endossar €ssas exigên-
Hi-
cias, temendo gue um pacto de assistência mitua com a Russia pudesse levar
der a iniciar uma aventura louca gue arrastasse os ingleses para a guerra. Além
EIE LN * Im
as em
disso, a Polênia, receosa da expansêo soviérica, nio permitiria tropas russ
mr
seu solo.
EI
nazista. Ao contrério dos Aliados, a Alemanha conseguiu atrair Stalin com o ter-
RE
ritério polonês, gue serviria de tampao entre a Alemanha e a Ruissia. Além disso,
RE
o tratado com os alem&es daria tempo 2 Russia de fortalecer suas forcas armadas.
EER
um pact o de nao-
EE
Em 23 de agosto de 193? , os dois Est ado s tota lit& rios ass ina ram
Polênia
agresso gue surpreendeu o mundo. Um anexo secreto previa a divisao da
- Rat
id . s AE,
Ho,
ha
' dd IR
`N EN
A blitzkrieg nazista
A Alemanha atacou a Polênia com forca e rapidez.
A aviagio alema, a Luf-
watte, destruiu os aviëes poloneses no solo, atacou
tangues, destruiu redes de de.
fesa €e bombardeou Varsêvia, aterrorizando a Populag&
o. Tangues abriram bre.
chas nas defesas polonesas, e colunas motorizadas atrope
laram 0 exército polonês,
due marchava a pé, capturando intimeros soldados. O alto
comando polonês nio
conseguiu enfrentar a incrivel velocidade e coordenagëio dos
atagues aéreos € ter-
restres alemaes. A 8 de setembro, os alemzes avanGaram até
as proximidades de
Varsêvia. A 17, as tropas soviéticas invadiram a Polênia vindo do
leste. A 27.a
Polênia rendeu-se. Em menos de um mês, a blitakrieg (guerra relAmp
ago) nazis-
ta havia vencido a Polênia.
A gueda da Franca
Para Hider, a conguista da Polênia foi apenas o prelédio de um império ale-
mao gue se estenderia do AdlAntico aos Urais. Ouando as condicëes dlimdticas
fossem propicias, ele lancaria uma grande ofensiva no oeste. Em principios de
abril de 1940, os alem&es aracaram a Dinamarca ea Noruega. A Dinamarca ren-
deu-se em guesto de horas. Uma forca anglo-francesa prestou ajuda aos norue-
gueses, mas os desembargues, mal coordenados e sem apoio aéreo, falharam.
A 10 de maio de 1940, Hitler langou sua ofensiva no oeste, invadindo a Bél-
gica, a Holanda e Luxemburgo, gue eram neutros. A 14 de maio, depois do
bombardeio de Rotterdam pela Luftwaffe, gue destruiu o centro da cidade e
matou virlas pessoas, os holandeses renderam-se. Praticamente sem encontrar
resistncia, as divisêes panzer haviam atravessado as estreitas passagens das mon-
tanhas de Luxemburgo e a densa floresta de Ardenas, no sul da Bélgica. Acre-
ditando gue a floresta de Ardenas nao podia ser penetrada por uma grande
forca alema, os franceses fortificaram pouco a extens&o ocidental da Linha Ma-
ginot. A 12 de maio, porém, as unidades alemas estavam em solo francês, nas
proximidades de Sedan. Ent&o os alemêes avancaram pelo norte da Franca em
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614 Civilizacio ocidental
A batalha da Inglaterra
Hitler esperava gue, depois de sua espantosa vitéria no oeste, a Inglaterra Éi-
zesse a paz. Os ingleses, porém, continuaram a rejeitar as sondagens alemas de
Paz, pois sê podiam imaginar um futuro sombrio se Hitler dominasse o conri-
nente europeu. Ap6s a vit6ria alema na Noruega, o apoio de Chamberlain na
CAmara dos Comuns decaiu, e ele foi substituido por Winston Churchill, gue se
Opunha 3 paz. Dinêmico, corajoso e elogiiente, Churchill tinha capacidade
para
encorajar e liderar seu povo na luta contra o nazismo. “A batalha da Inglarerra val
comear', disse Churchill aos britnicos. “Dela depende a sobrevivência da Cv
lizag3o crista (...) se falharmos, entio (..) tudo o gue conhecemos e respeitamos
iré afundar no abismo de uma nova Idade das 'Trevas
?
615
.
A invasdo da Russia
co ng ui st a, ex pl or ag io e co lo ni za ao da Ru s-
A destruicdo do bolchevismo e a id eo lo gi a de Hi de r.
OS el em en to s b4 si co s da
sia pela raca superior germanica eram ssi a, o fl an co ba lcê-
na : mi ne nt e in va sa o da Rui
Para evitar gualguer interferência ac ar am a Gr écla
6 de abr il de 19 41 , os al em êe s at
nico tinha de ser controlado. A gue contava
A Tu go sl dv ia foi ra pi da me nt e do mi na da e a Gr éc ia ,
ea Jugosldvia. os , re nd eu -s e
ing les es, ne oz el an de se s e au st ra li an
com a ajuda de 50 mil soldados
em fins de abril. rc a
, Hi tl er ha vi a pr ep ar ad o um a fo rg a ma ci ga — ce
Paraa guerra contra a Russia im ei ra s horas de 22
30 0 ta ng ue s, 5 (0 0 avi ëes . Na s pr
de 4 milhêes de homens, 3
em ae s la nc ar am sua of en si va nu ma fr en te am pl a. Aracan-
de junho de 1941, os al dia . Os
os rus sos , a Lu ft wa ff e de st ru iu 12 00 av ië es no pr im ei ro
do os aerédrom rg an iz a-
, is ol an do e ce rc an do as fo rc as rus sas , de so
alem&es avancaram pela Rissia
pa ra da s. Os ru ss os so fr er am pe rd as ter riv eis . Em po uc o mais de trés
das e despre ur a-
os ru ss os ha vi am sid o mo rt os , fe ri do s ou ca pt
meses, 2,5 milhêes de soldad cr uza-
de st ru id os . De sc re ve nd o a gu er ra cC om o um a
dos, e 14 mil tangues foram
da para salvar a Europa do “bolchev ismo judaico”, a propaganda alema afirmava
gue a vit6ria estava assegurada. , gu e ti-
ais in gu ie ta nt es pa ra os in va so re s. Os rus sos
Mas havia também sin m com obsti-
er bi al ca pa ci da de de su po rt ar di fi cu ld ad es , lu ta va
nham uma prov
ge m, € Oo BO VE TN Y ni o pe ns av a em Ca pi tu la r. As re se rv as russas ram
nac3o e cora e
va m. A We hr ma ch c (o ex ér ci to al em &o ), lo ng
maiores do gue os alemaes espera ve l, e os ca-
nt o, co me ga va a sof rer fal ta de co mb us ti
de suas linhas de abastecime or ma ra m
de en fr en ta r es tr ad as pr im it iv as gu e se tr an sf
minhêes € carros tinham
an do ch eg ar am as ch uv as de ou to no . Um in ve rn o an tecipa-
num mar de lama gu
nt at iv a al em 3 de oc up ar Mo sc ou . Os al em ae s chega-
do e rigoroso prej udicou a te
Ta;
616 (ivilizacio ocideutal
ed
Mi.
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Frente russa. Cerca de 25 milhêes de russos pereceram na I] Guerra Mundial, muitos deles
vitimas das atrocidades nazistas. Souforo/Vida sovidtica
A Nova Ordem
Em 1942, a Alemanha governava praticamente toda a Europa, do ArlAnrco
aré os confins da Russia. Parte do territério conguistado foi simplesmente aneX?”
do; outras terras eram administradas por oficiais alemaes; e ainda em outros pa"
ses, os alemaes governavam por meio de auroridades locais gue simparizavam
com o nazismo, ou estavam dispostos a colaborar com os alemaes. Sobre SS
vasto império, Hitler e seus seguidores impuseram uma Nova Ordem.
A civilizacdo ocidental em crise 617
Exploragdo e terror
Os alemaes saducaram sistematicamente as terras conguistadas, levando ouro,
tesouros de arte, mAguinas e alimentos de volta para a Alemanha, e utilizando o
potencial industrial e agricola das terras nao germanicas para ajudar a economia
de guerra alema. Os nazistas também transformaram em trabalhadores escravos
0 POVOS conguistados. Cerca de sete milhêes de pessoas de toda a Europa foram
srrancadas de seus lares e levadas para a Alemanha. Esses trabalhadores forgados,
parti cular mente russos € polon eses, a guem a ideol ogia nazist a classi ficava de
subumanos, viviam em Casernas deplordveis e frias, eram mal alimentados e tra-
balhavam demais. Muitos pereceram de fome, enfermidades e exaustao.
Os nazistas governavam usando a forga e o terror. A cela da prisao, a cêAmara
de tortur as, o pelot do de fuzil ament o e o camp o de conce ntrag ao simbo lizav am a
Nova Ordem. Na provincia polonesa anexada & Alemanha, os nazistas prende-
am € executaram intelectuais e padres, fecharam todas as escolas e a maioria das
igrejas e proibiram os poloneses de exercer profissêes liberais. Na regido da Pol6-
nia administrada pelos oficiais alemaes, a maiorja das escolas nao-elementares
foram fechadas. Os alemses foram particularmente impiedosos com os russos.
Os funciondrios politicos soviéticos eram imediatamente fuzilados; muiros pri-
sioneiros de guerra foram amontoados em campos e deixados a fome até morre-
rem. Os alemaes fizeram cerca de 5,5 milhêes de prisioneiros russos, dos guais mas
de 3,5 milhêes pereceram.
Exterminio
de con cen tra gao . Mil har es de pris ione iros ema cia dos e enf ermos dos
Sobreviventes de campos
tra g&o ale mêe s mor rer am nas $em ana s seg uin tes 3 liberragio pelos Alrados.
campos de concen dad e hum ana para a
ece r&o para sem pre com o um mon dme nto 3 cap aci
Esses campos perman
desumanidade. @ Topham/ The Image Works
EE
,
des sa men tal ida de bur ocr dti ca, obs erv ou gue sua s cAm aras de gas
um exemplo om o-
nte s do gue agu ela s uri liz ada s em Tre bli nka , poi s po di am ac
eram mais eficie
mai or de pes soa s. Os ale mae s era m to pr eo cu pa dos com
dar um némero muito
cus to gue — par a eco nom iza r mu ni ca o ou gs e nio des ace lerar o
2 eficiëncia € o
mo dos pro ced ime nto s, des de o mo me nt o gue as vit ima s rec ebiam ordens de se
rit
em pre cip ita das nas cam ara s de gds — tir ava m os beb ês de sua s
despirem até ser
os nos bur aco s em cha mas ou nas cov as rep ler as.
maes € os atiravam viv
gue rra rer min ou, os ass ass ino s da SS e seu s aux ili are s ret orn aram a
Ouando a
s fam ili as € tra bal hos , rea ssu min do um a vid a nor mal , liv res de rem orsos ou
sua
“A cap aci dad e hu ma na de nor mal iza r o ano rma l é, co m efe ito , ate rrado-
culpa.
tem assassinaros
ra”, assinala o soci6logo Rainer C. Baum'. As pessoas gue come
so nec ess ari ame nte psi cop ara s. Ira ta- se de um a “ve rda de psi col é-
em massa AO
êmo da, , dec lar a Rob ert Jay Lif ton , o fat o de gue `ge nte co mu m possa
gica inc
ato s de mo nf ac os *. |
praticar
Ao longo da histéria mundial, muitos massacres ocorreram. E os nazistas as-
represdlia aos
sassinaram intimeros nao judeus nos campos de concentragio e em
620 Givilizacio ocidental
Resistência
Cada pais ocupado teve seus colaboradores, gue viam com satisfacZo o desapa-
recimento da democracia e consideravam Hirler como a melhor defesa gue a Eu-
ropa tinha contra o comunismo, e gue lucravam com a venda de material de
guerra. Cada pais teve também um movimento de resistência, gue cresceu & me-
dida gue a barbdrie nazista se tornou mais evidente e as perspectivas da derrota
alema revelavam-se mais prov4veis. Os nazistas retaliavam, torturando e execu-
tando os combatentes da resistência capturados e matando refdns, em geral na
proporgao de 50 para cada alem&o morto. -
Na Europa ocidental, a resistência salvava pilotos aliados, enviava informag6es
militares para a Inglaterra € sabotava instalacêes alemas. Os noruegueses Hzeram
explodir o estogue alemao de 4gua pesada, necessdrio & pesguisa atémica. A resis-
téncia dinamarguesa sabotou as ferrovias e contrabandeou para a Suécia neutra
guase todos os 8 mil judeus do pas, antes gue fossem deportados para os campos
de morte. Depois do desembargue aliado no litoral francês, em junho de 1944, a
resistência francesa retardou o movimento dos reforcos alemaes e libertou vartas
dreas da Franca.
Na Europa oriental, a resistência tomou a forma de guerra de guerrilhas € de
sabotagem. Em agosto de 1944, guando as forcas soviéticas se aproximavam de
Varsévia, os poloneses realizaram uma revolta de grandes proporg6es contra OS
oEUpantes nazistas. Apelaram entio para a ajuda dos soviéticos, gue €stavamm
A civilizacio ocidental em crise 621
O refluxo da maré
na va a Eu ro pa , seu ali ado , o Ja pi o, es te nd ia seu
Enguanto a Alemanha domi me rc ad os segu-
Asi a. Bu sc an do ma té ri as -p ri ma s e
dominio sobre virias dreas da xe né fo bo , o Ja-
ne se s, € mo ti va do por um na ci on al is mo
ros para os produtos japo pi da men-
Ma nc hi ri a, no no rt e da Ch in a. Oc up an do ra
pa0 atacara, em 1931, a o, em 19 32 . De -
o Es ta do -t te re do Ma nc hu cu
tea provincia, os japonEs€S criaram 1937. O
gua , a gu er ra co nt ra a Ch in a foi re no va da em ju lh o de
pois de uma tré
rt an te s, in cl us iv e os pr in ci pa is po rt os ch ineses, € 1m-
Japao ocupou cidades impo o go verno de
l or ga ni za da s for gas ch in es as , ob ri ga nd o
pês pesadas baixas a ma erior.
sh ek a rer ira r-s e par a Tc ho ng -K in g no int
Chang Ka i-
A guerra no Pacifico
e es ta nd o a In gl at er ra lu ta nd o sozinha
Franca
Em 1940, depois da derrota da Asia — In-
Al em an ha na zi st a, 9 Ja pi o vo lt ou os ol ho s pa ra o sudeste da
contra a nt ai s ho la nd es as .
it ên ic as e as In di as Or ie
dochina francesa, Birmênta € Maldsia br e es ta nh o, vi ta lm en te ne ce ss êr io s a
ac ha
Esperava obter dessas dreas petréleo, borr ha va gu e um
fi ci en te pa ra al im en ta r a na gë o. O Ja pa o ac
sua industria, € afrOZ su o ra
golpe rapido contra a frora norte-americana no Pacifico lhe daria temp pa
ia r € co ns ol id ar s€ u im pé ri o. A 7 de de ze mb ro de 19 41 , os ja po ne ses ataca-
ampl
Ki
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SSA EP EE,
nas N"
OCEANO PA£TFICO
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Paiwan
Ref.
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I * Midway 1942
::
Okinawa
ys : lihas Ha valanas
-lihas Mariana : Pearl Harbor
, “Wake *
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lIhas Marshalk,
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Guadalcanal
1942
OCEANO INDICO
M . -]
Brisbane
—— — EE
Fa t vat
623
bre
po rt a- av i6 es . T o m a d o s de
Ha va l, c o m av ië es la nc ad os de
am Pearl Harbor, no u m a de rr ot a to ta l: 17 na vi os fo ra m af un -
am er ic an os so fr er am
surpresas OS norte- guerra ; 18 8 av ië es fo ra m de st ru id os e ou-
se te do s o1 co na vl os de
,
dadoS, : nc lu si ve rderam ape”
ja po ne se s p e
s fo ra m mo rt os . OS
Es
vos 159 danificados; e 2 403 hom e n
gu er ra aos
ET Er
or , a A l e m a n h a de cl ar ou
is do at ag ue a Pearl Harb
MR TE DRR
nas 29 av ië es . De po ic an a po de ri a
ca pa ci da de in du st ri al no rt e- am er
Fstados Un id os . Ag or a a im en sa
Ja pao.
AAS
— A l e m a n h a , It dl ia e
ra OS pa fs es do Éixo po né s in -
EE
se r us ad a co nt nc en do . O im pé ri o ja
a de 19 42 , es se s pa ls es es ta vam ve
av er
WEERDE N oe RNENSE GV ef EE a
Na prim Bi rm ên ia , a Ma ld si a e as fn di as
Ch in a, a In do ch in a, ,' Ta il ên dia, a
dufa a costa da has do Pa ci fi co . A A l e m a n h a co nt ro -
nd es as , as Fi li pi na s e ou tr as il
Orientais hola o o an o te rm in ou , Po ré m, OS Al ia-
du as e du e at é M o s c o u . Ouand
lava a Europa si va s — M i d w a y , St al in gr ado e€
am ce rt os da vi té ri a. Tr és batalhas deci
dos pareci
a vo lt a da ma ré .
T
o v o c a r a m
& ROELF
El-Alamein — p r ra M i d w a y ,
MEE
ci pa l da frota ja po ne sa di ri gi u- se pa
Em junh o de 19 42 , o co rp o pr in u m o u
l Ha rbor ; a ou tr a pa rt e da fr ot a r
17 00 k m a no ro es té de Pe ar
, cerca de r a fror a no rt e- am er ic an a. M a s os no rt e-
eu ta s, n u m a ve nt at iv a de di vi di
para as Al po nê s e ti nh am c o n h e c i m e n t o do
n o s ha vi am de ci fr ad o o cé di go na val ja
. perica ma ri nh as tr av ar am U m a ba ta lh a na va l
4 de ju nh o de 19 42 , as du as
plano. A de av ië es ba se ad os em po rt a- av i6es,
dio
Ts
ex dl us iv am en te po r n t e r m é
Mei
guase gu e ar em S€ us gr an de s ca nh êes.
it o di st an te s u m a da outr a pa ra us
pois es ta va m mu ca rr eg ad os de av ië es. A
er ic an os de st ru irtam 4 po rr a- av i6 es
Os pi lo to s no rt e- am m o ac el er am en to
ao Ja pa o a in ic iativa da gu er ra . C o
batalha de M i d w a y ro ub ou i t é r i a ja po -
ic an a, a oportu ni da de pa ra u m a v
da produc ao in du st ri al no rt e- am er
nesa havia passado.
xo
A derrota das potêncus do Fi
sc ou , €m de ze mb ro de 19 41 ,
is de se re m de ti do s na s vi zi nh an ga s de Mo
Depo a e ve ra o de 19 42 . O ob je ti vo de
primav er
os alemaes renovaram sua ofensiva na za do As ma rg en s do ri o
o, o gr an de ce nt ro indust ri al lo ca li
Hi de r er a St al in gr ad um a re de fe r-
ad o da ri a 3 Al em an ha o co ma nd o de
Volga; o co nt ro le de St al in gr gu al so ld a-
alingr ad o foi um a lu ta ép ic a, na
rovikria fundamental. A baralha de St fc io e rua da cidade. Os remanescentes do
ru ss os di sp ut ar am ca da ed if
dos e civis . Ce rc a de 26 0 mil sol-
em fe ve re ir o de 19 43
Sexto Exército alemao renderam-se in gr ad o, e ou tr os 11 0 mi l fo ra m fe i-
dados alemZes pereceram na bata lh a de St al
tos prisioneiros. ot an do os it al ia no s no no rte da
Em janeiro de 1941, os in gl es es es ta va m de rr
wi n Ro mm el (1 89 1- 19 44 ) a ta re fa de de te r o avan-
Africa. Hider deu ao general Er ss e bo ns re fo rc os ,
gl es es da Li bi a e, se ti ve
co britanico. Rommel expulsou os in m,
de ri a te r oc up ad o o Eg it o eo ca na l de Su ez . A pr eo cu pa gi o de Hitler, poré
po os de
era tomar a Jugoslévla €2 Gréc ia € preparar a invas3o da Russia. Em principi
co , pr et en de nd o co ng ui st ar o Eg it o. O Oi tavo
1942, Rommel retomou 9 avan go me ry , o de teve
ge ne ra l Be rn ar d L. Mo nt
Exército briténico comandado pelo lu -se a inva-
br o de 19 42 . A es sa vi té ri a se gu
na baralha de El-Alamein, €m outu
EP
624 Givilizacio ocidental
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Hiroshima apés a bomba atêmica. A total destruic&o de Hiroshima prenunciou uma nova
Cpoca. As armas nucleares deram & humanidade a capacidade de destruir a civilizacao.
The Bettmann Archive
. EE i et ;
A civilizacio ocidental em crise 625
€a o do inv ern o, a sit ua€ ëo par eci a des esp era dor a par a os ale-
Com a aproxi ma
uér pia for am to ma da s pel os Ali ados; aviëes aliados bombar-
maes. Bru xel as e Ant
liz ava m bo mb ar de io s em mas sa nas cid ade s ale -
deavam as fébricas alemas e rea Hir ler ten -
gue cus tou nu me ro sa s vid as. Des esp era do,
mas, numa tarica de terror
br a. Em me ad os de de ze mb ro de 194 4, lancou uma ofen-
rou uma Glima mano uérpia. Os
siva para dividir as forcas aliadas e reconguistar o porto vital de Ant
s de sur pre sa, mas a her 6ic a res ist énc ia dos nor te- ame ric a-
Aljados foram tomado
tog ne con tev e a ofe nsi va ale ma. En gu an to os Ali ado s av an ga va m no
hos em Bas
Va m $Ua ma rc ha no lest e, ap ro xi ma nd o- se dos Est ado s
oeste, OS TUSSOS CONtINUA
a € da Hun gri a. Em fev ere iro de 194 5, ch eg ar am a 150 guilê-
balticos, da Polêni
metros de Berlim.
de 194 5, tro pas nor te- ame ric ana s, ing les as € rus sas en tr av am na Ale-
Em abril
nh a pel o les te e oes te. Em seu abr igo sub ter rin eo, pr éx im o da chancelaria em
ma
men te esg ota do e ama rgu rad o, ent reg ava -se a fan ras ias alu ci-
Berlim, Hitler, fisica
vit éri as ale mas . A 30 de abr il de 194 5, co m OS rus sos a um a
vadas sobre novas
gua rte irê es, o Fii hre r sui cid ou- se. A 7 de mai o de 194 5, a
distência de alguns
.
Alemanha, abatida e devastada, rendeu-se incondicionalmente
Pac ifi co, dep ois da vit éri a de Mi dw ay , em jun ho de 194 2, as forgas norte-
No
as ilh as est rat égi cas ocu pad as pel o Jap ao. Sol dad os nor te- ame -
,mericanas atacaram
EURO
de abr ir ca mi nh o nas pra ias e sel vas te na zm en te def end ida s pel os
EE OE N
Hicanos tiveram
MERE
gue ac ha va m a mor t€ pre fer ive l 3 des gra ga da ren dig &o. Em ma rgo de
japoneses,
21 mil jap one ses per ece ram em Iwo Jim a; out ros 100 mil morreram em
1945,
RT
in aw a, em abr il de 194 5, dis pur and o cad a pal mo de ter ra da ilha.
Ok
AE
de 194 5, os Est ado s Uni dos lan gar am um a bo mb a atémica $O-
A 6 de agosto
a E
ima , ma ta nd o mai s de 78 mil pes soa s € des tru ind o 60 % da cidade. O
al BE GEEREER. ' o
bre Hir osh
ou due é ord eno u o ata gue a fim de evi tar um a inv asa o
presidente Truman dedlar
oge
tad o cen ten as de mil har es de vid as. A dec is& o de Tr um an
rg
do Japzo, o gue teria cus bom-
enorme polêmica. Alguns analistas afirmam aue o langamento da
EL EEN
suscitou
om om des
s por um blo gue io nav al nor te- ame ric ano , e ind efe so contra os
produtos essenciai
OE
bom bar dei os aére os, esta va pres tes a s€ ren der e jd dem ons trava isso.
incessantes AR
ëo Sov iét ica esta va para €nt raf no con fli to con tra o Jap ao, sugeriu-se
EE
Como a Uni
gue rra ime dia tam ent e, pri van do ass im a URS S da
EE
G u e r r a M u n d i a l
O legado da II
dia l foi a mai s des tru tiv a da his tér ia. As est imartivas do ni-
A IT Guerra Mun
bem a 50 milhêes, indEsluindo 20 milhêes de russos, gue sacri-
mero de mortos SO
co € recuIrsos mareriais, mas do gue os outros participantes
ficaram, em popula
626 Givilizacio oridental
A guerra provocou uma Enorme migragao de povos, sem paralelo na histéria eu.
ropéia moderna. A Uniao Soviética anexou as
terras bélticas da Leténia, LituAn;
e Esténia, deport
ando pela forca muitos dos habitantes para a Riss
maior parte da Pruissia oriental foi ocupada pela ia central A
Polênia, ea Rissia anexou
par te leste. Milh6es de alemaes fugiram, ou foram ex
pulsos, da Prissia, de ie
giëes da Tchecosloviguia, Romênia, Tugosldvia e
Hungria, onde seus ancestrais
haviam vivido durante séculos. Os custos materiais fora
m €Spanrtosos. Por tod;
parte, cidades estavam em ruinas; pontes, sistemas ferrov
idrios, vias Huviais e por-
tos destruidos; terras agricolas devastadas, gado morto
e minas de Carvio desaba-
das. Pessoas sem lar e famintas vagavam pelas ruas e estrad
as. A Europa enfrentou
uma gl gantesca tarefa de reconstrug&o. Recuperou-se, porém, é com su
rpreenden-
te rapidez, de sua desgraca material.
A guerra provocou uma modificacio nas estruturas de pode
r. Os Estados Uni-
dos ea Unido Soviética surgiram como os dois mais pode
rosos Estados do mun-
do. As grandes potências tradicionais — Inglaterra, Franga e Aleman
ha — foram
obscurecidas por essas superpotëncias. Os Estados Unidos tinham a bo
mba atê-
mica € um imenso poderio industrial; a Uniëo Soviética tinha o ma
ior exército
do mundo e estendia seu dominio & Europa oriental. Com a Alemanha der
rota-
da, o principal incentivo para a cooperacio soviético-americana desaparecera
.
Enguanto a 1 Guerra Mundial foi seguida de uma intensificacad das paixêes
nacionalistas, depois da II Guerra os europeus ocidentais tenderam para a coope-
ragao ea unidade. O perfodo hiderista convencera muitos europeus dos perigos
inerentes ao nacionalismo extremado, e o medo da Uniëo Soviética fortificou a
necessidade de maior cooperacao.
A Guerra Mundial acelerou a desintegragao dos impérios europeus de além-
mar. Os Estados europeus nao poderiam justificar o dominio de africanos e asid-
ricos depois de terem lutado para libertar as terras européias do imperialismo ale-
mao. Nem poderiam pedir a seus povos, esgotados pelo periodo de Hitler e em-
penhados com todas as forgas na reconstrug#o, gue travassem novas guerras con-
tra os africanos e asidticos gue desejavam a independência. Imediatamente de-
pois da guerra, a Gra-Bretanha abriu mao da fndia, a Franca deixou o Libano ea
Sfria e os holandeses partiram da Indonésia. Nas décadas de 1950 e 1960, prati-
camente todos os territérios coloniais conguistaram a independência. Nos Casos
em due a potência colonial resistiu 3 independência desejada pela colênia, o
prego foi o derramamento de sangue.
A consciëncia da Europa, profundamente atingida pela 1 Guerra Mundial, foi,
mais uma vez, gravemente ferida. As teorias racjais nazistas mostraram gue numa
era de ciëncia sofisticada, a mente continua atrafda por Crenas irracionais € ima-
gens miticas. As atrocidades nazistas revelaram gue o homem torturara e marard
com zelo religioso e uma indiferenca maguinal. O atague nazista 4 razao € 3 li-
berdade demonstrou novamente a precariedade da civilizaco ocidenrtal.
Fsse arague para sempre langaria dividas sobrea concepcio iluminista da bon-
ie dade e da racionalidade secular humanas€ do progresso da civilizagio mediante
Ee O$ avangos cientdficos e tecnolégicos. Ele corrobora o ponto de vista sustentado
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1 kb N
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A civilizario ocidental em crise 627
or Walter Lippmann de gue “os homens foram b4rbaros por mais tempo do gue
foram civilizados. Sao apenas precariamente civilizados, e dentro de nés existe a
persi stent e como a forca da gravi dade, a retor nar, guan do sob pressao
propensao,
tenta gao, 3 nossa natur eza prim itiv ”.
a 'Tant o a tradi gao crista guan-
é tensio, Ou
to a iluminista fracassaram no Ocidente.
Alguns intelectuais, chocados com a irracionalidade e os horrores da era hitle-
deses pero. Para esses pensa dores , a vida era absur da, sem signift-
rista, Cairam em
cado; os seres humanos nao eram capazes de compreendê-la nem controld-la. Em
1945, somente os ingênuos consegulam ter fé no progresso continuo ou acredi-
ade essen cial do indiv iduo. O futur o visl umbr ado pelos philo sophe s
ar na bond
mais dista nte do gue nunca . Cont udo, essa prof unda desil usao foi tem-
parecia
o tota-
perada pela esperanga. A democracia tinha, com efeito, prevalecido sobre
ismo e o terro r nazis tas. 'Talve z entao as insti tuicê es e os valor es democrdticos
|itar
se espalhassem pelo globo , ea recé m-fu ndad a Orga niza g3o das Nag6 es Unid as
conseguisse promover a paz mundial.
Notas
]. Pierre Renouvin. World War IT and ls Ori- 6. Citado em Steven T. Katz. “Technology
gins. Nova York, Harper &c Row, 1969, and Genocide: Technology as a Form of
p. 167. Life”, in Echoes from the Holocaust, org.
2. Documents on German Foreign Policy 1918- por Alan Rosenberg e Gerald E. Meyers.
1945, vol. 6. Londres, Her Majesty's Sta- Filadelfia, Temple University Press, 1988,
tionery Office, 1956, série D. n* 433. p. 281.
3. Winston S. Churchill. 7he Second World 7. Rainer C. Baum. “Holocaust: Moral In-
War: Their Finest Hour. Boston, Hough- difference as the Form of Modern Evil”, in
ton Mifflin, 1949, v. 2, pp. 225-26. Echoes from the Holocaust, org. por Ro-
4. Judith Sternberg Newman. In the Hell of senberg e Meyers, p. 83.
Auscbuwite. Nova York, Exposition, 1964, 8. Robert Jay Lifton. 7he Nazi Doctors. No-
p. 18. va York, Basic Books, 1968, p. 5.
S. Konnilyn G. Feig. Hitters Death Camps. 9. Walcer Lippmann. 7he Public Philosophy.
Nova York, Holmes &c Meier, 1979, p. 37. Boston, Lite Brown, 1955, p. 86.
Sugestêes de leitura
Adams, R. ]. O. Brits Politics and Foreign Bauer, Yehuda. A History of he Holocaust
Policy in the Age of Appeasement, 1935- (1982). Estudo de peso.
1939 (1993). A natureza, 9 prop6sito eo Baumont, Maurice. 7he Origins of the Second
significado do apaziguamenro: Wor ld War (1978). Obra concisa de auto-
Ambrose, Stephen E. D-Day (1994). Basea- ria de um ilustre erudito francês.
do em histérias contadas por pessoas due Bell, P M.H. 7e Origins of the Second World
, War in Europe (1986). Pesguisa inteligente.
Hitler Army (1992). Exce- (Calvocoressi, Peter, e€ Guy Wint. Zotal War
Bartow, Omer.
egio dos sol-
doutrina
lente material soa br (1972). Bom relato sobre a II Guerra
dados alemaes. Mundial.
628 Givilizacio ocidental
Hildebrand, Klaus. 7he Foreign Policy of the Michel, Henri. The Second World War, 2 vol
Third Reich (1973). Breve avaliacso da (1975). Traducëo de u
m IMportante EStu-
politica externa nazista. do re alizado Por um proemi
Keegan, John. 7e Second World War (1989). nente histo-
riador francês.
Pesguisa recente realizada por um impor- Remak, Joachim. The Or; NS
0
tante historiador militar. World War (1976). ik ie ACOMPa-
ed
Marrus, Michael R. 7e Holocaust in History nhado de documentos.
dril,
(uestoes de revisao
1970 Dérentenas relac6es entre Oriente Rawls, Uma teoria da justiga (1971)
e Ocidente (década de 70) Soljenftsin, Arguiplélago Gulag
Acordos de Helsingue (1975) (1974-1978)
Uniëo Soviética invade Afeganistao (1979)
-
EA AE
s CAPITULO 22
O Ocidente numa era global
Mu nd ia l, Wi ns to n Ch ur ch il l de sc re ve u a Eu ro pa
FR ER
o final da TT Guerra io par a a
um ter ren o pr op ic
wed h Re
um oss u4r io,
eg NE
como “uma pilha de ent ulh o,
6d io`. Mi lh êe s de pes soa s ha vi am mo rr id o. A ind dstria,
pestilência e 6
vieoe DR Er EE
es es ta va m pr at ic am en te par ali sad os; po n-
o transporte e as comunicag6 Pes soa s em a-
fér tei s ha vi am sid o ar ru in ad os .
tes, canais, digues e terras
vink N
A Europa estava po li ti ca me nt e div idi da
| Ga Ed as EE
sov iét ica s ha vi am at ra ve ss ad o a Eu ro pa
os exércitos de Hitler, as tropas pa de-
agd o da Al em an ha . O fut uro da Eu ro
oriental € penetrado no cor
sk EE,
ses — Es ta do s Un id os e Un ië o So vi éd ca —, due
pendia agora de dois pai exaurida
LE
ma pe no sa gue rra fri a. A Un ia o Sov iér ica ,
logo se envolveram nu
ENORME
nd ia l e ans ios a gu an to & se gu ra ng a, im pê s sua rigida
pela TT Guerra Mu Unidos, prati-
os Es ta do s
am
tradicao ditatoria l ao les te eu ro pe u, €n du an to
rra , es te nd er am o ben efi cio de sua ri gu ez a e
camente intocados pela gue
rec ons tru ir a Eu ro pa oci den tal . Da f em diante, os
poder para ajudar a
her dei ros e gu ar di ëe s da tra dig ao oci -
Fstados Unidos emergiram cComo ri o dir eit o. *
pol iti co gue co ng ui st ar a seu pr ép
dental, um gigante
A guerra fria
pe lo fi na nc is ta no rt e- am er ic an o Be rn ar d
A guerra fria (expressêo cunhada rg en te s e da s in co mp at i-
Baruch em 1947) derivo u de ex pe ri ën ci as hi st ér ic as di ve
e da Un ië o So vi ér ic a, gu e se ch oc ar am
os
veis ambicées polidcas dos Estados Unid fo rm a. Du ra nt e a gu er -
co u a to ma r
de frente guando a noV2 ordem global come fo ra m of us ca da s,
en tr e o Oc id en te e a UR SS
ra, as disparidades fundamentais u, as diferencas entre as instituicêes e
o comu m desap arece
mas, guando o perig
pol iri cas om ar e” de no vo a frente.
ideologias da Eu ro pa ori ent al, o de st ino
rcito Vermelho avangou atr avé s
Ouando o Fyéiso pendeu na balanga. O acordo de alta, em fevereiro de 1945,
dos povos da reg
e Sta lin no sol o nar al des te ul ti mo , na pe ni n-
assinado por Roosevelt, Churchill ili bri o de pod er mili tar pre-
sula da Criméi as con ver teu em arra njo poli tico o egu
631
632 Givilizatdo ocidental
sedes | 2 C ———
: f Territério perdido pela Alemanha ET Rd l Ms
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Paises comunistas
Cortina de ferro ap6s 1950
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|| Membros da OTAN
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Paises ocidentais nao aliados
Membros do Mercado |
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Lu Membros do Mercado F #
Comum m p posterior : Incorporado 3
URSS, 1948
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Mapa 22.1 Europa ocidental apés 1945
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636 Civilizacio ocidental
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O mundo contempordneo 637
Confrontos
em
Guerra da Coréia Em junho de 1950, eclodiu a guerra na Coréla, pais gue
5 se div idi ra ent re um reg ime co mu ni st a pré -so vié tic o, no norte, e um regl-
194
e nacio-
me favordvel aos Estados Unidos, no sul. Ansiosa para restaurar a unidad
nal coreana € supondo, eguivocadamente, gue os norte-americanos nao intervi-
riam, a Cor éia do Nor té inv adi u a Cor éia do Sul , pos siv elm ent e co m a apr ova Gao
Est ado s Uni dos im ed ia ta me nt e ad ot ar am med ida s def ens ivas, ob-
de Stalin. Os
io das Nac êes Uni das par a um a gue rra con tra a Cor éia do Nor te. Sob
tendo apo
s sul-co-
o comando do general Douglas McArthur, as tropas norte-americana e
reanas, auxiliadas por uma peducna forca adicional enviada pelos outros mem-
bros das Nacêes Unidas, abriram caminho para o norte em diregio 3 fronteira da
o por Su4 pré pri a seg ura nga , Ma o Tsé -tu ng env iou “vo lun tdr ios”
China. Temend
e r l a n d s . (N . do T.)
* Em ingléês, Ne t h
638 Civilizacio ocidental
ole sd ET he
bdk MERK
O mundo contempordneo (639
di
tan o, no Viet na. Os nor te- ame ric ano s def end era m o Vietna do Sul contra a
Afundado no pên
de dom ini o pelo Vie tna do Nor te, de reg ime com unista. Entre 1964 e 1973, o
ameaca es
dos Est ado s Uni dos na mal fad ada Gue rra do Vie tna cus tou dez enas de milhar
envolvimento
vida s vie rna mit as € nor te- ame ric ana s, arr uin ou o Vie tna do Sul e dividiu a opiniao publica
de
to
guanto 3 moralidade da guerra. Wide World Pho
o dos Fst ado s Uni dos man dou par a o Vie rna cer ca de mei o milhao
O govern
egu ipa dos com as mai s ava nca das arm as gui mic as e eguipamenrtos
de soldados,
ive ls- Con tud o, a vit éri a fug ia As for cas nor te- ame ric a-
eletrênicos entao dispon
O gov ern o hor te- vie tna mit a e seu pov o sup ort ara m a mai s €ru el pun igao jé
nas.
lig ida a sere s hum ano s: o ata gue de bom bas e arm as gui micas. Nem mesmo o
inf
es serem
Vietna do Sul foi poupado; praticamente todas as familias viram parent
arruinados.
mortos ou mutilados, € Suas fazendas e meios de subsistência,
aum ent ass € 4 Opo sic ao int ern a a gue rra e a res ist ênc la vietcongue nao
Como
pudesse ser vencida, 0 presidente Richard M. Nixon, eleito em 1968, percebeu
rer min ada com uma “pa z hon ros a'. Eng uan to ele ini-
gue a guerra precisava ser
es Com * Vie tna do Nor te, as for gas nor te- ame ric ana s pressiona-
ciava negociagê
vam o inimigo atacando bases coOmunistas e rotas de suprimentos em Laos e Cam-
boja, palses “iainhos. Os civis foram bombardeados com mais violência gue na
Mun dia l. Em 197 3, por aco rdo com o Vie tna 4 do Nor te, os Estados
IT Guerra
640 Givilizacio ocidental
Descolonizacao
Enguanto isso, a guerra fria entre as duas superpotências espalhou-se para Asia
eAfrica— para o chamado Terceiro Mundo. O imperialismo ocidental introduzi-
ra em toda parte as instituicées, mercadorias e ideais do Ocidente. A II Guerra
Mundial tinha insuflado entre os povos n&o-ocidentais gue viviam sob o regime
colonial o anseio de se emanciparem. Ouando a guerra terminou, a militéncia dos
movimentos anticoloniais intensificou-se. A agitacio politica da guerra, na gual
muitos soldados coloniais combateram lealmente por seus senhores, acendeu o
desejo de independência politica. Afinal de contas, liberdade e autodeterminagio
haviam sido os principais slogans de guerra dos Aliados. Exauridas pelo conflito,
as potências coloniais européias tinham pouca energia para sustentar o dominio
colonial.
Nesse cendrio, uma poderosa onda de descolonizagao, apoiada pelas superpo-
tências e pelos ideais das Nac6es Unidas, aboliu finalmente todos os impérios ul-
tramarinos e impulsionou seus antigos stiditos & condig&o de Estados indepen-
dentes. A descolonizac&o rapidamente tornou-se uma guestao importante na
guerra fria, jA gue as duas superpotëncias competiam entre si pela influência nos
emergentes Estados da Africa e Asia. A Unigo Soviética, proclamando uma ideo-
logia gue apelava para a libertac&o de todos os povos oprimidos, tentou conduzir
os movimentos de independência para dentro de sua esfera de ago, apoiando-os
com mentores e armas. As potências ocidentais, com seus recursos superiores, bus”
caram obter de seus antigos stiditos coloniais uma fidelidade favordvel ao Oci-
dente, oferecendo-lhes igualmente ajuda militar, politica e financeira. Ignorando
as Culturas locais, os dois lados viram-se enredados nas complexidades das lutas
de poder locais, sobretudo na Africa tropical, fregiientemente envolvida em Pro”
longadas guerras civis gue beiravam 2a anargulia.
A descoloniza@ao teve inicio em 1946, na Asia, guando os Estados Unidos con”
cederam a independência as Filipinas. Em 1947, a India e o Paguistio conguis”
taram a condigao de Estados soberanos; em 1948, a Holanda foi forgada a con-
ceder a independência 3 Indonésia. No mesmo ano, a China tornou-se comunis”
O mundo contempordneo 641
A unidade europtia
Em 1951, os principais consumidores € produtores continentais de carvao e
AGO, os dois itens mais essenciais para a reconstrucio da Europa ocidenrtal, cria-
ram a Comunidade Européia do Carvao e do Aco (CECA). Seus seis membros —
Fran€a, Alemanha Ocidental, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Irdlia — preten-
diam colocar sob controle internacional o complexo industrial do Ruhr, sede do
poderio industrial alemao, promovendo assim a cooperacdo ea reconciliacao,
bem como o fortalecimento econêmico.
Encorajados pelo sucesso da CECA, os seis paises fundaram em 1957 a Co-
munidade Econêmica Européia (CEB), também conhecida como Mercado Co-
mum: um acordo aduaneiro gue criou um mercado livre entre os Estados mem-
bros e buscou melhorar as condicêes de vida em cada um deles. Em 1973, Gra-
Bretanha, Irlanda e Dinamarca juntaram-se aos membros originais para formara
entdo chamada Comunidade Européia (CE); em 1986, Espanha, Portugale Gré-
cla também passaram a integrar 0 grupo. A CE constitui o maior bloco comeI-
O mundo contempordneo 643
1E
dy
Ta atTt '
N i vk SS d ER,
O mundo contempordnaeo 645
ist ra bri tên ica Mar gar et Tha tch er des per tou o patriorismo
A Dama de Ferro. A primeira-min
o gua ndo , em 198 2, as for cas bri rên ica s exp uls aram os invasores argenrinos
adormecido de seu pov to da capacidade
o €st ava co mp ro me ti do com 6 for tal eci men
das ilhas Falkland. Seu govern
on
nuclear € militar do pais. Jeter Jordan/Liais
ar o Car 8* de pr im ei ro -m in is tr o. Du ra nt e a
a primeira mulher britênica a oc up
no u a pol iti ca ing les a, co mb at en do a inf lag ao e
década seguinte, Thatcher domi es a. Du ra nt e seu
me En te 2 ini cia tiv a pr iv ad a e a liv re em pr
encorajando vigorosa
bri tên ica me lh or ou , e Lo nd re s re cu pe ro u seu an ti go desta-
governo, a €conomia
eir o. Me sm o ass im, as in ds tr ia s de ca fr am , au mentando
gue como centro Financ o ÉEx érc ito Re pu -
o desemprego. As ten soe s clv ica s — 0 te rr or is mo pr at ic ad o pel
és co m o obj eti vo de ex pu ls ar os br it ên ic os da Ir la nd a do Norte ea
blicano Irland
gn ac ao co m a ,fl uën cia de ind ian os, pa gu is ta ne se s e ou tr os po vo s or iundos
indi
— ta mb ém co br ar am seu tri but o. Al ém dis so, em bo ra fo ssem
das antigas colênias ento insular
me mb ro s da CE , os ing les es co ns er va va m seu tr ad ic io na l di st an ci am
de seus vizinhos do conrinente. up ag ao al em a, foi
Do out ro lad o do can al da Ma nc ha , a Fr an ga , liv re da oc
ar ic am en te sob a Ou ar ta Re pu bl ic a e log o al ca ng ou um con-
reorganizada democr
me nt o EC OD Y MR , de sp ei to das fre gii ent es mu da ng as de gover-
siderdvel eresci
no (26 em doze anos). A derrota na Indochina e uma guerra civil na Argélia,
646 Givilizacdo ocidental
-
H Ps
O mundo contemporineo 647
A Uniao Soviética
imp res soe s do Oci den te, for am env iad os par a cam pos de tra bal ho forcado.
siadas
sov iét ico s for am nov ame nte ate rro riz ado s par a se eng uad rar em
Os intelectuais
o. E em 194 8 os pri nci pai s lide res da her éic a luta de Len in-
vas fleiras do partid
a for am apr isi ona dos e fuz ila dos . No mes mo ano ,
grado contra o cerco nazist
Gralin estreitou o controle sobre a Europa oriental.
str uir o pod eri o sov iét ico . Em 194 9, mal s ced o do gue
Gtalin continuou a con
Uni ao Sov iét ica j4 tin ha a bom ba até mic a. Em 195 3, ao me sm o
se esperava, a
Est ado s Uni dos , pos sui a tam bém a bom ba de hid rog êni o. Sta lin
tempo gue os
as bas es par a a con str ugi o do Spu tni k 1 (gu e sig nif ica
ambém ajudou a langar na 6rb i-
de via gem ” da Ter ra) , o pri mei ro saré lite arti fici al a ent rar
“tompanheiro
ta terrestre. o por uns pou -
Fm seus dltimo s ano s, Stal in viv eu pra tic ame nte iso lad o, rod ead
serv is e ame dro nta dos , e sua par ané ia pio rou . Anr es de morrer,
oos subordinados
com plê ent re os méd ico s gue tra tav am del e e, pes soa lmente,
“dentificou” um Ouando,
par a gue fos sem ror tur ado s (um dos méd ico s mor reu ).
expediu ordens
de 195 3, o deb ili tad o dic ado r fal ece u, vit ima de der rame cerebral,
em 5 de marco Par a elas ,
ali via dos , mas mui tas pes soa s cho rar am.
seus conselheiros suspiraram
Stalin era o lider e salvador divino da nagéo.
Os sucessores de Stalin
eis her dei ros de Sta lin era Lav ren ti Ber ia, che fe
O mais odiado entre os posstv Em
sec ret a e do vas to imp éri o dos ca mp os de tra bal ho forcado.
da policia pri nci pais
foi su bi ca me nt e exe cut ado , jun to co m seu s
dezembro de 1953, Beria oes cinicase
sob a acu sag a9o de ser um “es pië o es tr an ge ir o. Essas acusag
capangas, os rivais na
am o dlt imo sus pir o do sta lin ism o; des de ent ao,
mortes violentas for s poucos, a
lid era nga su pr em a mo rr er am de cau sas nat ura is. Ao
competicdo pela 954-
foi as su mi da por um gr up o en ca be ca do por Nik ita Kruschev (1
lideranca iz
vo ale nto & vid a sov iét ica . Kr us ch ev foi a for ca mo tr
1964), gue insuflou um noV o e pe rmiriu &
“de gel o” gue esv azi ou os ca mp os de tra bal ho for cad
por tris do
ali dad es obr iga das ao re as se nt am en to du ra nt e a gue rra retor-
maioria das nacion Par tid o em
gem . Nu m dis cur so no 20* Co ng re ss o do
narem a suas regi6es de ori A audiëncia
so u inc lus ive ata car o pré pri o Sta lin .
fevereiro de 1956, Kruschev ou e can-
hor ror ao ouv i-l o rec ita r os fat os: “D os 139 me mbros
ficou boguiaberta de ss o (19 34) , 98 pes-
tid o ele ito s no 17* Co ng re
didatos do Comirê Central do Par a me sm a dis pos i-
€ fuz ila das . `4 Pr os se gu in do co m
soas, isto é, 70%, foram presas do ter Stalin. Sem
ror de
Kr us ch ev cit ou co ns ec ut iv os ex em pl os
c&o de espirito,
cri tic ar o sis tem a SOV IÉd Co, ele re co nh ec eu e rej eit ou os exc ess os do sta lin ism o.
nd o, a$ rev ela c6e s de Kr us ch ev ca us ar am um a pr of un da agita-
Em todo o mu
5 dimularama deserio entre as fileiras comunistas. Entre os pafses sarélites
T” 3 bei ra de um a re be li o em 195 6; um lev ant e da clas-
soviéticos, a Polênia “SE mo ano , tod o o
cou a troc a de lid era nga . Na Hun gri a, no mes
se trabalhadora for j ar su-
sta foi ; des dest rona do, , m mas O exé rci to sov iti co re oc up ou o pai s e
regime Comuni
focou a revolra-
650 Civiliaacio ocidental
LR ki
BE kas
` j di *— aa
]
.*O exdlio internio de seis anos de Sakharov terminou em 1986, e em 1989 ele ganhou uma cadeira na
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soEP.
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PRE IE - ' * ” sa A
ss ie aiSeEF Fee ri ' , N "ER
' kn. ri s'
O mundo contempordneo 651
A Europa oriental
a con tin ua rep res sio sob re os pai ses sar éli tes aca bar ia provo-
Percebendo gue
tum ult os, os suc ess ore s de Sta lin co me ga ra m a rel axa r seu controle. Uma
cando
pon tav a par a a Fur opa Ori ent al. Os sar éli tes sov iét ico s passaram a
nova era des
se em dir eGa o a um a au to de te rm in a€ io mai or, ten tan do enc ont rar formas
mover-
de ind ust ria liz aci o, col eti viz aga o da agr icu lru ra e dit adu ra com unista. A
préprias
, des de 195 5, foi por tan to um a sér ie de exp eri men tos para de-
histéria do regime a e gue
de afa sta men to da prê ric a sov i€d ica na pol iti ca int ern
erminar gue tipos o Kr em li n iria tol era r.
nedidas de auto-afirmag&o, no Amb iro da pol iti ca ext ern a,
ci me nt o rev elo u-s e to cru cia l gua nto o ara gue de Kr us ch ev a
Nenhum aconte -
séd io des enc ade ou um ter rem oto pol iti co em tod o o blo
Gulin, em 1956. O epi tidos, rea-
lin ist as e enc ora jan do os mo de ra do s nos par
co, desacreditando os sta
sêe s cau tel osa s ent re OS int ele ctu ais e des per tando, inclusive,
cendendo discus
sonhos de autodeterminag&o nacional. na Po lê ni a— o
de pro tes to soa ram em jun ho de 195 6,
Os primeiros estrondos dec isi vo
dos paf ses sar éli tes . A cri se che gou a um Pon to
naior € mais turbulento Exé rci co Ver-
a se reb ela ria , exp ond o-s e a um a Inv asa o pel o
em outubro: a Polêni cedeu em
abr and ari a o con tro le sov iér ico ? O lid er sov iér ico
melho. ou Kruschev tir de ent ao,
man ter -sé leal 3 Uni ao Sov iét ica . A par
troca da garantia polonesa de mo co mo a pe-
liv rem ent e, aga rra ndo -se ao cat oli cis
a Polênia pêde respirar mais
dra angular de sua identidade nacional. e, os ac on te cl -
re nh a te rm in ad o pa ci fi ca me nt
Fmbora o “outubro polonés” Du ra nt e mu i-
ar am -s € par a um a re so lu ca o bru tal .
mentos na Hungria encaminh o. Em 20 de
am re pr im id o o or gu lh o na ci on al hi ng ar
tos anos, os stalinistas havi le vante em Bu-
se nt im en to an ti -s ov ié ti co ir ro mp eu nu m
outubro de 1956, o
s a se retirarem do pais. Um governo comu-
dapeste, forgando as tropas soviética
o o co nt ro le . An si os o po r co ng ui st ar a si mp at ia
nista moderado assumiu enti do Oc id ente, €
giu um a de mo cr ac ia pol iri ca ao est ilo
popular, o novo governo exi ar ma do s, e co nt an -
to de Va rs
Pac év ia . Co mp le ta me nt e al
a Hungria retirou-sé do
sm o Tir o, OS lid ere s so vi ét ic os re vi da ra m. Em 4 de
do com o apolio de Mao e me
tO Pa S sov iét ica s en tr ar am no va me nt e na Hu ng ria e
novembro daguele ano, as
sufocaram totalmente a Oposi€&0.
as . O no vo lid er co mu ni st a da Hu ng ria, Td-
Mas o ousado levante detxou marc
nos K4dar, era um moderado. Com a aprovagëo de Kruschev, ele erigiu um prag-
sm o go ul as k” or ie nt ad o par a o co ns um o, of er ecendo
mdtico regime de “omuni K4dar também
op or ru ni da de s par a a em pr es a pr iv ad a. O re gi me de
assim boas ass unr cos pii bli -
ip as se m ex te ns am en te dos
permitiu due OS p30-comunistas partic ar am , na dé-
nt o € 4 de sc en tr al iz ac &o do pl an ej am en to po ss ib il it
cos. O relaxame
dve l au me nt o na pr os pe ri da de do po vo hi in ga ro e na liber-
cada de 1970, um nor
ënd la da Hu ng ri a foi mo ti vo de inv eja ent re todos os
dade individual. A experl o
do blo co IE HE R
demais palses sp ec to s ao lid a-
vi ét ic os to rn ar am -s e ma is Ci rc un
Depois de 1956, os lideres so pe rm it in do um a di ve rs id ad e
OS as SU NT OS in te rn os do s pa is es satélices,
rem com
652 Giviliaacio ocidental
ae e ! ta OE ' `n ` ' F.
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O mundo contempordneo 653
ant es due o gov ern o da Ale man ha ori ent al con str uis se, em agos-
soas escaparam
ame mur o de Ber lim , alé m de bar rei ras igu alm ent e mor tais ao
to de 1961, o inf
a fro nte ira com a Ale man ha oci den tal . Dur ant e alg um tempo, ces-
longo de toda
“ou todo contato entre as duas Alemanhas. pri meliro
le sob re seu pov o, os lid ere s com uni sta s —
Com renovado contro
, a par tir da déc ada de 197 0, Eri ch Hon eck er — con se-
alter Ulbricht e depois
nom ia. Os ale mae s ori ent ais des fru tar am do mai s ele-
guiram fazer avancar a €co
iét ico . Em 197 2, a dét ent e abr iu rel ag6 es dip lo-
vado padr8o de vida do bloco sov dos lao s eco -
tal e pro mov eu um est rei tam ent o
éticas com a Alemanha ociden ref orm as
ent ais sau dar am o and ame nto das
oêmicos. Apês 1985, os alemaes ori o “ma rch a par a a
Hon eck er, den unc iou com
`a Uniëo Soviética — gue seu lider, em seu pas .
anarguia” — € pas sar am a ans lar por ben efi cio s sem elh ant es
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O mundo contempordneo 655
O: anos de Gorbachev
rb ac he v ti nh a pe rf ei ta co ns ci ën ci a
Go
Autoconfiante, enérgico e€ articulado, s. gue a Uniao
Sa bi a
ta va an sl os o pa ra co mb ar ê- lo
dos problemas de seu pals € es e in du st ri al € ag ri co la se gu is es se
id ad
Soviética precisava renoVvar SU” produriv da Eu ro pa oc id enrtal€
do Su l, Ta iw an , os pa is es
competir com o Japao, 2 Coréia pa rt ic ul ar me nt e at ra sa da no de se n-
os EstadosUnidos; a (UJniëo Soviét ic a es ta va
ao de co mp ut ad or es . Um a gr av e de mo ns tr ag ao de inefi-
volvimento e€ na produg gu an do, devido a
no fin al de ab ri l de 19 86 ,
ciëncia e m4 administragdo ocorreu ina nuclear
ta do -m al or , ex pl od iu um do s re at or es da us
um erro de célculo do es ac ad o. As pa rt ic ul as téxicas
era a no ci va ra di
de Chernobyl, cuspindo na atmosf e Gorbachev olhasse, a m4
cobriram grande part da Europa. Para onde guer gu
rag o ocas ! nada pelo pla nej ame nto rigi do e cent rali zado suf oca va as
Ad minist
inovacoes. sed,
no s gu e u m a re or ga ni za ci o fu nd am en tal do siste-
Gorbachev exiglu n? me
co —a perestroika —, com o partido no comando mas atendendo mais
656 Givilizacéo ocidental
prontamente aos projetos e esperangas dos cidadaos soviéticos. Ainda mais gue
seus predecessores, ele advogava “a democratizacao da sociedade”, esperando as-
sim estimular a participagéo dos cidadaos comuns, sobretudo em seus locais de
trabalho e na administracio local. Defendeu candidatos muilriplos para os Cargos
eleitos, uma experiëncia inédita para os eleitores soviéticos, Para abrandara rigi-
dez administrativa, também concedeu maior liberdade aos empresdrios locais doe
setores industrial, agricola e de servicos, exigindo uma estreita coordenacëo de
oferta e procura, tal como num mercado livre.
Na discussao dos assuntos piblicos, Gorbachev promoveu uma nova politica,a
glasnost (abertura). Oue todos os problemas da sociedade soviética, até ent&o man-
tidos em segredo, fossem abertamente debatidos: corrupg&o, abuso de poder, des-
respeito 3 lei e repressio da critica. Os noticidrios internos cCoOmeECaram entao a
retratar a realidade soviética de maneira mais exata. O passado soviético passou
também a ser examinado com mais honestidade. Durante o 709 aniversêrio da
Revolugio Bolchevigue, Gorbachev declarou gue “a culpa de Stalin (...) pelas
indiscriminadas medidas repressivas e atos de ilegalidade é enorme e imperdo4-
vel”. Gorbachev assegurou entao aos cidadaos soviéticos gue nao hesitassem em
pronunciar-se livremente. Acadêmicos, escritores e artistas responderam a isso
com entusiasmo. A medida gue aumentavam os contatos com o mundo externo,
os ideais do Ocidente, bem como sua cultura e o respeito pelos direitos humanos,
entraram na mentalidade soviética como nunca antes. As reformas politicas foram
acompanhadas por mudangas econêmicas abrangentes, destinadas a afrouxar as
restricêes do planejamento central e promover a economia de mercado.
rci to Ve rm el ho em 198 8, su sp en de u ta mb ém os
mente grandes anidades do Exé tarde,
es de ci pu la - co m o pre sid ent e Re ag an e, mais
testes nucleares. Fm reunië
Go rb ac he v pr es si on ou em fav or da reducao
com O presidente George Bush —, s Un id os gu an to a Uniao
de 199 1, tan to os Fst ado
das armas estratégicas. No final de seu s ars ena ls
er- se de um a par te sig nif ica tiv a
Soviética concordaram €m desfaz
nucleares.
O colapso do comunismo
N pe re st ro ik a e a gl as no st es pa lh ar am -s e €n tr e 0S po”
1989: o ano da libertagdo pr eo cu pa do s co m as
da do mi na ga o so vi ét ic a e
vos do Leste europeu, ressentidos 19 90 , os eu ro pe us or ientais
Du ra nt e 19 89 e
erescentes dificuldades econêmicas. mu ni st a € ex ig ir am reformas
co m a id er an ca co
demonstraram sua insatisfagdo da de de sc on te nt am en to po -
ce nt € on
democrdticas. Defrontados com uma cres ra m co m as re fo rm as . Em
ou co nc or da
pular, os lideres comunistas renunciaram no va era na Eu ro pa or ie nt al .
o de um a
odo o mundo, as pessoas saudaram o inid ru ze ls ki a pê r fi m a sua dit a-
o ge ne ra l Ja
Na Polênia, a presso piblica torgara ec on om ia em de te ri or a-
an do co nt ra um a
dura e designar um governo civil. 1 ut li da ri ed ad e, ex tr em am en té po-
si nd ic at o So
co, Jaruzelski legalizou, em 1989, o do pa rt id o co mu ni st a numa
98 ca nd id at os
pular. Autorizado a concorrer Com ma ga do ra vit éri a. Os membros
st ou um a es
eleic&o livre, o Solidariedade congui ag or a 7 pa rl am en to po lo -
ed ad e, ou tr or a pr is io ne ir os , sentav am -s e
do So li da ri
do s gu e ha vi am ma nd ad o pr en dê -l os. Em dezembro de 1990, Lech
nês ao lado
Walesa foi eleito presidente. Hu ng ri a ab ol iu sua burocracia
Po lê ni a, a
Estimulada pelos acontecimentos na lrpar-
comunista em maio de 1989. No Pa l do ano, foi instituido um sistema mu
Fo ru m De mo cr êt ic o ea Al ia ng a do s
io , co m doi s pa rt id os HB o- co mu ni st as — 0
ridr Os hi ng ar os li vr ar am -s e as si m da
ra nc a.
Democratas Livres — disputando a lide da liv re em pr es a.
ais da de mo cr ac ia e
dominacao soviética e abragaram OS ide e an o oc or re u na Al em an ha orien-
ante ne ss
Uma sublevacso ainda mais import e e pel a pr os pe ri da de co m seu s
li be rd ad
al. Mais de 340 mil pessoas votaram pela ab er ta s fr on te ir as da
at ra vé s das re cé m-
pés, fugindo para a Alemanha ocidental io r to mo u as rua s em pro-
nd me ro ai nd a ma
Hungria e da Tchecosloviguia. Um a ca lm a, os co le ga s de Ho necker
re st ab el ec er
testo Contra 0 regime. Esperando
o € in ha -d ur a, ma s as de mo ns tr ac êe s contra-
depuseram seu chefe idoso, enferm , gu an do gu as e um milhao de
continuaram. Em 6 de no ve mb ro
rias ao governo ni st a re nu n-
im ori ent al, o go ve rn o co mu
'anifestantes encheram as TUS de Berl ti co , o Mu ro de Be rlim
pl os ao de fe rv or pa tr ié
ciou. Em 9 de novembro, numa ex
mi lh ar es de al em ae s or ie nt ai s af lu iram para Berlim oci-
oi guebrado; dezenas de
bi do s co m flo res e ch am pa nh e. Ap és a li be rt ag so, a Ale-
dental, onde foram rece ap ro va gë io fin al de
ee oriental log o re un lu -s € 3 Al em an ha oc id en ta l, co m a
Gorbachev:
de Be rl im le va ra m & re nt nc ia de
Na Bulgérias OS dramdricos acontecimentos so vi ét ic o e um op o-
mu ni st a do bl oc o
Tedor Zhivkov. 9 mais antigo ditador co
658 Givilizacio ocidental
em
O muro prestes a cair. O muro de Berlim, simbolo da divisao da Alemanha, foi destruido
nto
novembro de 1989. Jovens entusiasmados escalavam a muralha parcialmente demolida, engua
berlinenses do leste e do oeste invadiam as ruas. Regis Bossu/sygma
' 1%
O mundo contempordneo 659
Gerco de Mostar. Fugindo dos aragues sérvios na Bésnia, os muculmanos encheram a cidade de
Mostar, na Crod4cia. Os croatas, alarmados, tentaram expulsd-los bombardeando a drea gue
ocupavam na cidade. Os muculmanos amontoavam-se em porêes sem 4gua, luz, nem instalac6es
sanitdrias. Agui, um habitante, tentando escapar as bombas, carrega dgua e provisêes. O cerco
durou nove meses e destruiu a 4drea muculmana de Mostar. Jaurent van der Stock/Liaison
, ' ot TY A
m o r t e d e u m i deal?
A
O repentino € inesperado colapso do comunismo na Europa oriental em 1989
para semp reo marxi smo. Os refor mador es dos paises do les-
pareceu desacreditar
NN ie
N: BeRae
UIT desejo de regen erar seus Estad os infun dindo -lhes os ideais li-
do socialista €
uigoes dié ae ente. Havel , o recém -elei to presi dente da Tchecoslo-
beraise instit
sedm @des sdu DAE OEI N EA N passa do e a esper anga de um novo
vAguia, :
d e m o c r ê r lco
futuro
662 Givilizacio ocidental
O pior de tuao é gue vivemos num ambiente moral estragado. Tornamo-nos morabmen.
te doentes porgue estamos acostumados a dizer uma coisa e pensar outa. Aprendemos a nig
acreditar em nada, a ndo nos interessar us pelos outros, a preocupar-nos somente com nos
mesmos (..J O regime anterior, munido de uma ideologia arrogante e intolerante reduziu
as pessoas a meios de producdo (...) Muitos de nossos cidad&os morreram na Prisdo na déca-
da de 1950. Muitos foram executados. Milhares de vidas bumanas foram destruidas.
Vocés talvez estejam indagando com gue tipo de republica eu sonbo. Eu Ihes direi: uma
republica gue seja independente, livre € democrdtica, uma republica com Prosperidade eco-
némica € também justica social.
Serd o marxismo uma ideologia fracassada gue sê pela forca se mantém nos
poucos paises em gue os regimes comunistas ainda subsistem? Serd gue o “socialis-
mo cientifico”, gue alegava ter decifrado o significado essencial e o curso da his-
toria, nao é nem cienrtifico nem relevante para as necessidades atuais? Serd mera-
mente outra idéia & gual se deu demasiado crédito e gue agora est prestes a ser
varrida para a lata de lixo da histéria? O teërico politico Francis Fukuyama suge-
re gue o declinio do comunismo e o fim da guerra fria revelam um processo mais
amplo em andamento, `o triunfo supremo da democracia liberal do Ocidente”:
AE ed ae! '
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ie se; ” ESE hi s yk a LG 4 eN tik
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664 Givilizacio ocidental
ado
ocidental, o leste asiético esté desempenhando um papel cada vez mais destac
no mundo. g u l o b a l . e r c o d a
A Eur o p a o c i d e n t a l s i t u a - s e n o t e r c e i r o v é r t i c e d o t r i ë n g l o B
a l s c e n d o m u n i d a d e p o l i t i c a e e c o n ê m i c a , e l a c o n s t i t ui
o
civilizac& ociden t € cre e
a s u n t o s m u n d i a i s . S e n d o a m a i o r e n t i d a d e d e c o m é r -
uma preseng de peso nos as
a , p o n s é v e l p o r u m g u i n t o d a e c o n o m i a m u n d i a l , o ocidente euro-
cio isolad res
m s o t ê n c i a s n u c l e a r e s , F r a n c a e I n g l a t e r r a , a m b a s m e m -
peu abriga també dua p a a r m e n t e aos
g a das Nac6 e s Un i d a s . V i n c u l a d m i l i t
bros do Conselho de Seguran
T A N , a E u r o p a o c i d e n t a l é u m c e n t r o d e p o d e r
Fstados Unidos por meio da O
ranto polftico guanto militar. n tal ainda é visi-
r s i d a d e h i s t ê r i c a a l t a m e n t e i n t e r a t i v a d a E u r o p a o c i d e
A dive m e -
s , n d e s g u a n t o p e g u e n o s — t o d o s c o m p r o
o
vel. Seus Estados membro tant gra servar
s o m o g o v e r n o d e m o c r d t i c o e m s u a s v a r t a s f o r m a s — , l u t am para con
do c a d es internas. O
a d e s i c i o n a i s e n g u a n t o l i d a m c o m as d i f i c u l d
suas identid trad
r e g o , d o d e r e f u g i a d o s e i m i g r a n t e s , a crescen divi te da
alto indice de dese m p o m e
s f a g s o i a l , a s i n c o n s t a n t e s m a i res
o r i a s p a r l a m e n t a e a n e -
dos governos, a insati so c
p e t i t i v i d a d e e c o n ê m i c a c o n s t i t u e m i m p o r t a n tes desa-
oessidade de manter a com s , l o c a r a m - s e
o s s r o b l e m a s i n t e r n o d e s
Pos. Os eleitores receosos, absorvid em seu p s o p é i a . r e u n i f i-
l e r a n d o e n d ê n c i a r u m o 3 i n t e g r a g e u r o A
para a direita, desace a t
m r o u e g u i l i -
a , gue imp p ê s e s a d o s é n u s a o p a i s , r a m b é a l t e o
cac&o da Alemanh n h o s r e o c u p a -
a n h a , d e i x a n d o s e u s v i z i p
brio de poder europeu em favor da Alem s , a n h a d e l o n g e o
o p u l a c i o d e 8 1 m i l h é e s d e h a b i t a n t e a A l e m é
dos. Com uma p - s e m i s s a & c o m u n i-
. d u e c o n t i n u a r d a i n t e g r a r s u b
maior Estado da Europa Ser g - l a ?
a i d e n t a l , o u t e n t a r d d o m i n d
dade de nacëes da Europ oc aram unidade Européia
t o , r o j e t o s a m b i c i o s o s t r a n s f o r m a C o m
Engua n o
iss p
d o r a t a d o d e M a a s t r i c h t , e s b o c a d o em 1991, a
na Uniëo Européia. Segu n o " T
u m o f i n a l d o s é c u l o e i r d c o m p a r -
a om n
Uniëo Européia deverd ter uma moed c r - se da coesao de um
r n a . i n a l m e n t e , i r d a p r o x i m a
tilhar a mesma polftica exte F
s onais ntre os
e
o f i c a d o . D a d a , p o r é m , a p e r s i s t ê n c ia das ambicêe naci
Fstad uni z e m e m p o . O p r o j e -
, o v 4 v e l u e e s s e s p l a n o s s e r e a l i e m t
Fetados membros é impr g
o s o -
r - s e a e s t e c o l o c a a i n d a o b s t d c u l a d i c i
to da Uniso Européia de expandi par o l
s s o s r o s p e r o s € d e m o c r é t i c o s p a i s e s e s c a n d i n avos d o-
nao ser pr
nais. A inc l u d o p
a , p d b l i c a T c h e c a , a F s l o v é g u i a e a H u n g r ia, cuja
blema. Mas comoa Polêni a Re
r n o de-
d a , m p r i r o s r e g u i s i t o s d e u m g o v e
admissio est4 sendo considera ir4o cu
s , e s s é r i o s p a r a s u a a d e s a o? Ain-
n o m i a e m e r c a d o e s t é v e i n e c
mocrtico € Uma eco d
lco pês-
a i s i n g u i e t a n t e , d e g u e m a n e i r a a n o v a F u r o p a i r d l i d a r c o m o t u m u
da m
a l c a s e, a c i m a d e t u d o , n a R u s s i a e o u t ros paises
sOviético NOS paises além — nos B r i c a n os olham para o
ais e seus ali a d o s n o r t e - a m e
da Eurdsia? Os europ€ ocident
t i f i c a d a p r e o c u p a g a o .
este com jus
6O6 Givilizacdo ocidental
` ht t AM *
OOolPISE
e1sel Op SEOIWOUOJE SEIWUBIOddn
eledoinz apepliunuio) 7
BUPOUSUIE-AHON .
OIDI8WOD) Ar] ep OESPIIOSSY Fi
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668 Givilizario ocidental
ky atRd
O mundo contempordneo 669
MED sd
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Ps 4 si
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rd
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d ' F s
“af
ME mak Ep
d (n
F. i T
gs”
ad
id
Mudanca na Africa do Sul. O ex-presidenre da Africa do Sul, EF. W. de Klerk, conversando com
seu sucessor, Nelson Mandela. A eleigio em 1994 de um governo muldirraial, chefiado pelo |
presidente Mandela, encerrou o amargo capitulo do repressivo dominio branco na Africa do Sul.
Todos os pafses africanos rém agora governos narivos ou multirraciais. Meuters/Bettmann
s as par-
Nas artes e na literatura, a interag&o das influências culturais de roda
mun do for am um esti mulo cria tivo . Ain da mais imp ort ant e, dif und iu-sea
tes do
pag o com a dig nid ade hum ana . Emb ora des pre zad a na prdt ica, a Ded la-
preocu
ce um padrao
rac&o Universal dos Direitos Humanos das Nagoes Unidas estabele
mundial gue serve de guia para o fururo. Orgaos como a Anistia Internacional
as viol ac6e s dos dire itos hum ano s; outr os pro cur am aliv iar a fom ee
est&o atentos
em assi stên cia dura nte as epi dem ias e apés as ocor rénc ias de card strofes na-
oferec
rurais. Esses avanGos criaram um sentimenrto de otimismo entre algumas pessoas,
em uma opo rtu nid ade de mud ang a para o cont role esdl arecido do
gue perceb
destino humano em todo o mundo. A prosperidade do pés-guerra encorajou um
in te r naci onal de coo per agd o para traz er os recursos naturais € a popula-
esforco
cons tant e, prop icia r uma igu ald ade mai or ao redo r
GAo mundial a UM eguilibrio
do mundo e evitar U€TT2S mundiais devastadoras. Esse estado de espirito ainda
subsiste em alguns guadrantes. | mad |
apoi ar tal ori mis mo, um obs erv ado r can ade nse cita evid ênci as esta tisticas
Para
ora s. Nos dlri mos 30 anos , a pro duc ao de ali men tos per capi ta no mundo
animad
670 Givilizacao ocidental
refugiados, a erosao crescente dos Estados nacionais € das fronteiras internacionais, € 0 for-
talecimento dos exércitos privados, das empresas de seguranga e dos cartéis internacionais
de drogas sio agora demonstrados, de maneira mais mmeguivoca, através do pris
ma do oci-
dente africano. A Africa oeidental constitui uma introducio apropriada aos problemas
(..) gue logo irio confrontar nossa civilizacio.”
legado, a despelro de rodas as suas deficiëncias, ainda tem uma mensagem pode-
di
674 Civilizado ocidental
Um dia o Sul saberd gue, guando esses flhos deserdados de Deus sentaram-se nos bal-
coes de almogo, estavam na verdade defendendo o gue hd de melbor no sonko americano €
as leis mais sagradas de nossa beranga judaico-crist4, e, dessa forma, levande toda a nagdo
de volta aos grandes poros da democracia, gue os Patriarcas Fundadores cavaram bem
fundo ao formularem a Constituirio e a Declarario de Independência.V
Nao estou criticando nem rejeitando outras civiliaacoes e sociedades (...) A coisa (.
contra a gual eu protesto é a atitude tola dos intelectuais ocidentais em odiar seu préprio
mundo e entdo, ilogicamente, exaltar todas as outras civiliaabes. Faga a si mesmo esta per”
gunta: Se os chineses acabatam com a prdtica de amarrar os pés das mulheres, e se os mar-
roguinos, turcos e argelinos comegaram a libertar suas mulberes, de onde veio 0 impalso
para essas mudangas? Do Ocidente, e de nenhum outro lugar! Guem inventou os dirertos
do homem”?
i ee (Jo fato essencial, central e inegdvel é gue o Ocidente foi a primetra civilizacio da
EE ehistéria a concentrar a atentio no individug € na liberdade (..) O Ocidente, € somente 0
O mundo contempordneo 675
Ocidente, é responsdvel pelo movimento gue conduziu ao desejo de liberdade (..) Hoje os
homens acusam de ultraje a escravidao e a tortura. Onde se originou esse tHpo de indigna-
rio? Gue civilizaio ou cultura gritou gue a escravidiio era inaceitdvel e a tortura escanda-
losa? Nio o lslao, nem 0 budismo, nem Confsicio, nem o Zen, nem os cédigos religiosos €
morais da Africa e da India! Somente o Ocidente defendeu os direitos inaliendveis da pes-
oa bumana, a dignidade do individuo (...) O Ocidente tentou aplicar, de maneira cons-
rente €e metbdica, as implicagêes da liberdade.
(..) o Ocidente descobriu o gue ninguém havia descoberto: a liberdade e o individu
(..) Nio vejio nenbum outro modelo satigfatdrio gue possa substituir aguilo gue o Ocidente
produziu.”
Notas
1. Citado em Walter Lagueur, Europe Since anotado por Boris 1. Nicolaevsky. Nova
Hitler. Baltimore, Penguin Books, 1970, York, The New Leader, 1956, p. 20.
118. S. Discurso de Gorbachev no 70 aniversd-
2 “The Truman Doctrine”, in Major Pro- rio da Revolucio Bolchevigue, citado no
blems in American Foreign Policy: Docru- New York Times, 3 nov. 1987, p. A3.
mens and Essays, org. por Thomas G. Pa- 6. Citado em Anthony Lewis, “Er Tu
rerson. Lexington, Mass, Hearh, 1978, Eduard", New York Times, 21 dez. 1990,
vol. 2, p. 290. p- A39.
3. Kwame Nkrumah. The Autobiograpby of 7. New York Times, 2 jan. 1990, p. A13.
Kwame Nkrumab. Edimburgo, Thomas 8. Francis Fukuyama, “The End of His-
Nelson, 1957, p- * tory', The National Interest (verso de
4. Nikica S. Kruschev in 7he Crimes of Stalin 1989): 3-4.
Era Special Report to the 20 Confress of 9. James Brooke. “U.S. and 33 Hemisphere
she Comrmunist Party of the Sovier Union, Narions Agree to Create Pree-Trade Zo-
676 Givilizacdo ocidental
ne", New York Times, 11 dez. 1994, sec. . 13. Robert D. Kaplan, “The Co
pl. ming Anar-
Chy”, AHantic Montbly, 273
10. Marcus Gee. “Surprisel The World Gers (fevereiro de
1994): 46.
Better, World Press Review, 41 (julho de 14. Jeid, p. dd.
1994): 18-20. 15. Extrafdo de James M. Washin
11. Paul Kennedy. Preparing for the Twenty- gton (org)
The Essential Writing and Sp
First Century. Nova York, Random House, eeches sf
Martin Lutber King, Jr. Nova
1993, p. 23. York, Har-
per Collins, 1991, p. 302.
12. John Darnton. “Lost Decade'Drains Afri- 16. Jacgues Ellul. 7e Betrayal of
as Vitality”, New York Times, 19 jun. the Woes:
Trad. de Matthew J. O'Connell.
1994, sec. 1, p. 10. Nova
York, Seabury, 1978, pp. 16-19,
29, 49.
Sugestoes de leitura
Ouest6es de revisao
iores Furopa oriental em 1989. Por gue a “revo-
]. Na sua opiniëo, duais foram as ma
mu da n€ as gu e oc or re ra m na Eu ro pa oci- lucao de 1989” foi relativamente pacifica?
dental ap6s a I] Guerra Mundial? .O gue você pensa a respeito do contlico
r- entre a modernizacio e a preservag#o das
7 Discuta os principais problemas do gove
ho na Franca e Inglaterra desde 1945. culturas tradicionais?
3, Oue problemas Stalin enfrentou na Uniao . Ouais sio os principais problemas globais
Soviética apés a II Guerra Mundial? Como gue afetam sua geragio? Você se considera
ele tentou lidar com eles? um pessimista ou um orimista?
4, O gue aconteceu ao stalinismo apés a mo
r- . Por gue alguns pensadores criticam a ci-
te de Stalin? E durante os governos de vilizac&o ocidental? Como os defensores
Kruschev e Gorbachev? da tradicdo ocidental respondem a esses
5. Relacione os principais acontecimentos na atagues?
FEE 1 “mud he sd FEEDe N ui
TE EEN EG
Marvin Perry faz com gue o leitor possa abordar
' Pi das idêias e a histêria dos aconteci- Braudel, F. Givilizacio Material, Fconomia € Capitalis
mentos'com a mesma facilidade. Braudel, F. Gramdtica das Civilizagdes
' id conciso e conceitualmente unificado, Braudel, F. O #spaco e a Fistéria no Mediterrdnueo
destaca as relacoes entre o cdlima intelectual dos TEI IETS sobie a Historia
mento politico, cultural, social e econêmico des- Commelin, P. Mizo/ogia Grega € Roma
sas épocas. Cerca de cingienta mapas ilvstram e Coulanges, F. de A Cidade Antiga
servem de apoio didatico as narrativas dos even- Dalarum, 4. Amor e Celibato na lgreja Medreval
tos histêricos. Daumard, A. Os Burgueses e a Burguesia na Franga
Toynbee, A. Ui ATE E ET
saios de condusêo dos capitulos, expandidos os
capitulos sobre a histêria intelectual e dado vm
destague maior e vma nova organizacio aos
ensaics,sobre arte.
(oen
4AT y dd. TAP TA
EE
- HR "TT ! f
d TE TA MEET iN MT FEIT OT TT KEESA
Givilizacio Ocidental
Uma histéria concisa
SEGUNDA EDICAO
MARVIN PERRY
Traducao
WALTENSIR DUTRA
SILVANA VIEIRA
Martins Fontes
SZo Paulo 999
ma edge
DE
EE
ED
EN n mE RA
EFF EP
! vra abra tou publiada orngimalmente em mrelés com o Hule
MESTERN CMVILIGATION A BRIEF HISTORY,
por Houghton Miflin Companv. Boston. Massachurers,
Unaimed States of America
Copvrighr € 1997 hy Houghton Miflin Company
Copvrighr € Livraria Maruns Fontes Eduora Lida.
Sac Paulo. I98S. para a presente edicdo
1! edicaa
setembro de |YAS
2' edicao. revista e atualizada
Junho de Iy
Traducio
WALTENSIR DUTRA
SILVANA VIEIRA
Revisao da traducio
Silvana Vieira
Revisao grafica
Ana Luiza Franca
lvanv Picasso Batsta
Producao grifica
Geraldo Alves
Paginacao/Fotolitos
Studie 3 Desenvolvimento Fduorual (6957-7653)
IR
d MY, dd P dy
(ronologias
XAE
Prefdcio
(. reografia da Europa
PARTE UM
O mundo antigo: da fundacio do Ocidente
a 500 d.C.
CaplTULO 1
O Oriente Préximo antigo: as primeiras civilizagoes
Pré-histéria 4
Ascensêo 3 civilizacao 8
A civilizagao mesoporimica 9
Religido: base da civilizagdo mesopotdmica 10
O governo, a lei ea economia 12
Matemdtica, astronomia e medicina 13
A civilizagao egipcia 14
Do Antugo bnpério ao Médio Império I4
Religiëo: base da civilizagdo egipeia 15
A realeza divina 16
Ciëncia e matemdtica 17
O Novo bnpério e o derlinio da civilizacdo egipcia 18
Construtores de impérios 20
Hititas 20
Peguenas nagoes 20
Assiria 21
Pérsia: unificadora do Oriente Préximo 22
A orientagao religiosa do Oriente Préximo antigo 3
Uma visdo mitica do mundo 24
Realizacies do Oriente Préximo 25
Notas Sugestêes de leitura Ouestêes de revisao 26
GAPITULO 2
Os hebreus: uma nova concepcio de Deus e do individuo 28
Primérdios da histéria hebraica 28
vl Civilicacéo ocidental
CAPITULO 3
Os gregos: do mito 3 fazao 42
As primeiras civilizag6es egéias 42
A evolug3o das cidades-estados 44 |
| Homero, o modelador do espirito grego 45
O rompimento com a politica teocrdtica 47
| Esparta: um Estaao fortificado 48
Atenas: 9 despontar da democracia 48
As Guerras Persas - 51
O amadurecimento da democracia ateniense 52
O dedlinio das cidades-estados 55
A Guerra do Peloponeso 55
O sérulo IV 56
O ailema da politica grega 57
A tilosofia na idade helênica 58 |
Cosmologistas: a andlise racional da natureza 58
Softstas: a investigacio racional da cultura bumana 61
Sdcrates: o individuo racional 62
Plato: a sociedade racional 64
Aristoteles: sintese do pensamento grego 67
| Arte 69
i Poesia e teatro 70
Histéria 72
Herédoto 73
Tucdides 73
A idade helenfstica: o segundo estégio da civilizacao grega 74
Alexandre Magno 75
Dinastias rivais 76
Cosmopolitismo 77
A culcura e o pensamento helenisticos 78
Histêria 78 o
Are 79
Ciëncia 79 |
Filosofid "80 VEER eu
As realizag6es gregas: razao, liberdade, hu
manismo. . 83...
ras. Sugestoes de leitura Ouestêes de reviszo 85
Sumdrio Vil
CAPITULO 4
Roma: de cidade-estado a império mundial 87
A evolucio da constituigaio romana 87
A expansêo romana até 146 a.C. 91
A unificardo da ltdlia 92
A conguista do mundo mediterrêneo 92
As consegtiëncias da expansdo 96
A cultura na Repiblica 97
O colapso da Repuiblica 98
A revolucio dos Graco 99
A rivalidade entre os generais I01
fdlio César 101
Os dltimos anos da Republica 102
Augusto e os alicerces do Império Romano 103
A pax romana 104
Os sucessores de Augusto 104
A era da felcidade” 107
A cultura € o direito romanos durante a pax romana 109
Sinais de agitac3o 114
Debilidades sociais e econêmicas 114
Estagnagio cultural e transformacdo 115
O declinio de Roma 117
A crise do século HT II17
Diocleciano e Constantino: o Fstado arregimentado 119
Invasoes €e migracbes tribais 120
As raz6es do declfinio 120
O legado romano 123
Notas Sugestêes de leitura Ouestêes de revisao 123
CAPITULO 5
Primérdios do cristianismo: uma religio mundial 125
Origens do cristianismo 125
O judafsmo no século Ia.C. 126
Jesus: a transformagdo moral do individuo l126
SZo Paulo: de seita judaica a religiëo mundial 129
Difusao e triunfo do cristianismo 131
A atracio do cristianismo 13
O cristanismo e Roma 132
O cristianismo e a filosofsa grega 133
Desenvolvimento da organiza€ao, doutrina e atitude cristas 134
O primado do bispo de Roma 134
O surgimento do monasticismo 135
A tradicio das escrituras € as disputas doutrindrias 136
viil Givilizacio oeidental
PARTE DOIS
A Idade Média: os séculos cristios — 500-1400 144
CAPITULO 6
O despontar da Europa: fusio das tradices
cléssica, crista e germanica 146
O Oriente medieval 146
Bizdncio 146
ll l48
A cristandade latina na Alta Idade Média 151
Transformagio politica, econêmica € intelectual 151
A lgreja: modeladora da civilizacio medieval 153
O reino dos francos 155
A era de Carlos Magno 155
A fragmentacio do império de Carlos Magno 158
A sociedade feudal 159
Vassalagem 159
Os guerreiros feudais 160
As mulheres da nobreza l6I1
A sociedade agriria 162
Expansao econêmica no apogeu da Idade Média 163
Uma revolagio agricola 164
! O renascimento do comércio 165
A ascensio das cidades 166
A ascensio dos Estados 168
Inglaterra 168
Frangca 170
Germênia I7I
O crescimento do poder pontifical 173
A reforma gregoriana 173
As CGruzadas 176
Dissidentes e reformadgres 178 .
es Jnocéncio III: o auge do poder pontifical. 160
CAPITULO 7 185
Florescimento e dissolucao da civilizaco medieval
Renascimento do conhecimento 185
A visio de mundo medieval 187
O universo: os mundos superior e inferior l68
O individuo: pecador mas redimivel 18?
Filosofta, ciëncia e direito 190
Santo Anselmo e Abelardo 191
Santo Tomds de Aguino: a stntese da fé e da razio 192
Ciëncia 194
Recuperacio do direito romano 1 95
Literatura 196
Araguitetura 198
O século XIV: uma época de adversidades 199
O declinio do papado 203
Conflito com a Franga 203
O Grande Cisma € o movimento conciliar 204
Heresias do século XIV 205
A dissolucao da sintese tomista 206
A Idade Média e o mundo moderno: continuidade
e descontinuidade 207
Notas Sugestêes de leitura Ouestêes de revisao 212
PARTE TRÊS
A ascensio da modernidade: da Renascenga
ao lluminismo — 1350-1789 214
CAPITULO 8
Transicdo para a Idade Moderna: Renascenga e Reforma 216
CAPITULO 9
Transformacao politica e econbdmica: Estados nacionais,
expans&o ultramarina, revolugao comercial 248
A caminho do Estado moderno 248
A Espanha dos Habsburgo 251
Fernando e Isabel 252
O reinado de Carlos V: rei da Espanha
e Santo Imperador Romano 253
| Filip 254
O fm dos Habsburgo espanhdis 255
O crescimento do poderio francês 256
| A religiio e o Estado francés 256
A consokidagio do poder mondrguico francês 258
Ef)
na Inglaterra 261
EE
CAPfTULO 10
'Transformaco intelectual: a Revolugio
282
Cientifica e a Era do Iluminismo
A vis3o medieval do universo 282
Uma nova visaio da natureza 283
Nicolau Copérnico: o destronamento da Terra 285
Galileu: uniformidade da natureza e fisica experimental 285
A critica & autoridade 287
Johannes Kepler: leis do movimento planetdrio 2689
A sintese newtoniana 290
Profetas da ciëncia moderna 291
Francis Bacon: o método indutivo 291
René Descartes: o método dedutivo 292
O significado da Revolug&o Cientifica 293
do Ium ini smo : afi rma cio da raz& o e da lib erd ade 296
A Era
A ertfica ao eristianismo: a busca de uma religido natural 297
Pensamento politico 298
Antecedentes do século XVII: Hobbes e Locke 299
Montesguieu 300
Voltaire 301
Rousseau 301
Pensamento social e econêmico 303
Epistemologia, psicologia € educacdo 303
Liberdade de consciëncia e pensamento 304
Humanitarismo 306
Economia do laissez-faire 306
A idéia de progresso 309
Guerra, revolug&o e politica 310
Conflitos armados e revolugdo 310
Despotismo esclarecido 312
O Iluminismo e a mentalidade moderna 313
Notas Sugestêesdeleitura Ouestoes de revisao 314
PARTE OUATRO
O Ocidente moderno: progresso e ruptura
— 1789-1914 317
CAPfTULO 11
A Era da Revolug&o Francesa: afirmacdo
de liberdade e igualdade 319
O Antigo Regime 319
O primeiro estado 319
XI Civiliaario ocidental
Os sans-culottes 332
N EN
EEN” vs”
TE EER Ne ER ee rd EE eg RE
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ee ' Ee nt R'e ed
FAK Ed Ed ek n
Sumdrio Xill
CAPITULO 13
XIDX 3/7)
Pensamento e cultura no inicio do século
Romantismo: uma nova orientagio cultural 213
Exaltacio da imaginagdo e dos sentimentos 374
Narureza, Deus, bistêria 376
O impacto do movimento romdntico 37 7
O idealismo alemao 378
O desafso do empirismo de Hume 37?
Immanuel Kant 379
G. WE Hegel 380
Conservadorismo: o valor da tradigao 383
Hostulidade 4 Revolucdo Francesa 363
A busca da estabilidade social 384
Liberalismo: o valor do individuo 385
As origens do liberalismo 385
Liberdade individual 386
Liberalismo e democracia 387
Nacionalismo: o cardter sagrado da naGao 388
A emergéncia do nacionalismo moderno 38”
Nacionalismo e liberalismo . 390
Notas Sugestêes de leitura Ouestoes de revisao 391
CAPfTULO 14
O despontar do liberalismo e do nacionalismo:
revolucëo, contra-revolucio e unificago 393
CAPITULO 15
Pensamento e cultura em meados do século XD:
realismo e critica social 421
Realismo e naruralismo 421
Positivismo 423
Darwinismo 424
Selerio natural 425
Darwinismo e cristianismo 426
Darwinismo social 427
Marxismo 428
Uma ciëncia da histêria 429
Conflito de classes 43l1
A destruicdo do capitalismo 432
A influência de Marx 433
Criticos de Marx 434
O liberalismo em transicao 435
John Stuart Mill 435
Thomas Hill Green 436
Feminismo: estendendo o principio da igualdade 437
Notas Sugestêesde leitura Ouestêes de revisao 439
CAPITULO 16
Europa no final do século XIX: modernizacao,
nacionalismo, imperialismo 442)
O avanco industrial Add
Urbanizagio acelerada 445
A ascensdo dos partidos socialistas 446
Gra-Bretanha: reforma e inguietacso 447
Reforma social 448
Agitardo feminista 448
A guestiio irlandesa 450
Franga: uma nagdo agitada 45
Alemanha: o poder do Estado 452
Ttélia: expectativas frustradas 454
Fstados Unidos, 1865-1914 4ss
sd ss A ascensao do nacionalismo racial 457
EO
Kn
N je
Causas 465
Controle e resistência 467
A dominacao européia da Asia 468
fndia 468
China d47l
Japdo 472
A disputa pela Africa 476
A conferência de Berlim 476
Os ingleses na Africa 477
Outros paises europeus na Africa 479
O legado do imperialismo 479
Notas Sugestêes de leitura Ouestoes de revisao 480
CAPITULO 17
A consciëncia moderna: novas formas de ver
A82
a natureza, o ser humano e as artes
Trracionalismo 482
Nietasche 483
Bergson 487
Sorel 488
Freud: uma nova visio da natureza humana 488
Pensamento social: confronto entre o irracional e as complexidades
da sociedade moderna 492
Durkheim d92
Pareto 493
Weber 494
O movimento modernista 495
Ruptura com a estética convencional 495
Arte moderna 497
Fisica moderna 500
O desmantelamento da tradig&o iluminista 502
Notas Sugestoes de leitura Ouestêes de revisao 505
PARTE CINCO
A civilizacdo ocidental em crise: as guerras
mundiais e o totalitarismo — 1914-1945 507
CApfTULO 18
I Guerra Mundial: o Ocidente em desespero 509
Agravamento das tensêes nacionalistas na Austria-Hungria 510
O sistema alem&o de aliancas $13
O novo império alemdo 513
As metas de Bismarck 515
I
STER Eko
Civikzacio ocidental
N
CAPITULO 19
A Uniao Soviética: modernizacio e totalitarismo 542,
A autocracia Czarista 542
A Revoluczo Russa de 1917 545
O colapso da autocracia 545
E
ir]
Os problemas do governo provisrio 546
|
Ii
A Revolugso Bolchevigue 548
Lenin e a ascensdo do bolrhevismo 549
Ys
8
|
by
A oportunidade de Lenin 551
Ek
ER
Os bolchevigues sobrevivem DI
Guerra civil 552
bg
CAPITULO 21
II Guerra Mundial: a civiliza€ao ocidental na balanga 605
O caminho para a guerra 605
As politicas externas inglesa e francesa 606
O rompimento da paz 606
A blitzkrieg nazista 612
A gueda da Franca 612
A batalha da Inglaterra 614
A invasdo da Russia 615
A Nova Ordem 616
Exploracio e terror 617
Exterminio 617
Resistência 620
O refluxo da maré 621
A guerra no Pacifico 621
A derrota das potências do Eixo 623
XVlll Civilizacio ocidental
e
EE
er
Se
PARTE SEIS
va EE
CAPITULO 22
O Ocidente numa era global 631
aET
Confrontos 637
Descolonizac3o 640
A construgao de uma nova Europa 642
A unidade européia 642
Recuperafdo e novos problemas e tensêes 643
Os principais Estados da Europa ocidental 644
A Uniëio Soviética 648
Ë Os altimos anos de Stalin 648
Ë Os sucessores de Stalin 649
A Europa oriental 651
) Détente— e mais guerra fria 653
A transformagao da Uniëo Soviética e do Leste europeu
|
654
Os anos de Gorbachev 655
O fm da guerafria 656
O colapso do comunismo 657
E A morte de um ideal? 661
Ë O mundo pés-guerra fria 662
O novo globalismo: problemas e perspectivas
-
$| 666
A tradig3o ocidental numa era global
F
672
Notas
ak ries
Sugestêesdeleitura
FI
15
dd Civilizac6es mesoporAmica e egipcia
23
1.2 Impérios assirlo e persa
A9
sd A bacia do Egeu
o 76
32 A divisio do império de Alexandre e a difusao do helenism
95
4.1 A expansêo de Roma: da Republica ao Império
118
4.2 Migrag6es e incursêes, c. 300-500
130
1 A difusao do cristianismo
156
6.1 O mundo carolingio
177
6.2 O Santo Império Romano, c. 1200
240
8.1 As Reformas protestante e catélica
257
9.1 Europa, 1648
268
9.2 Explorag#o e conguista ultramarina, €. 1400-1600
343
11.1 A Europa de Napoleio, 1810
12.1 Crescimento industrial no continente, meados da década
de 1800 358
14.1 A era das revolugêes na Europa 398
14.2 Unificacio da Alemanha, 1866-1871 AG9
16.1 Asia em 1914 AG69
16.2 Africa em 1914 475
18.1 Grupos étnicos na Alemanha, Austria e Bélcas antes da
I Guerra Mundial gli2
18.2 I Guerra Mundial, 1914-1918 525
18.3 O mundo apés a 1 Guerra: impérios destruidos e fronteiras
alteradas 533
21.1 T Guerra Mundial: o teatro europeu 613
21.2 II Guerra Mundial: o teatro do Pacifico 622
22. Europa ocidental apés 1945 632
22 Europa oriental apés 1945 635
22.3 Europa e a antiga Uniëo Soviética apés a guerra £ria 663
22.4 Os três principais blocos comerciais 667
# Cronologias
zac ao oci den tal é um dr am a maj est oso , ma s tri gic o. O Ocr-
A civili
me nt os da raz ao gue pos sib ili tar am a co mp re en-
dente forjou os instru
ure za fis ica e da cul tur a hu ma na , co nc eb eu a idéia de
&o racional da nat
iti ca e re co nh ec eu o val or int rin sec o do ind ivi duo . Ma s o
liberdade pol
no de rn o, em bo ra ten ha pe ne tr ad o os mis tér ios da natureza,
Ocidente
ca de sol ug6 es rac ion ais par a os mal es soc iai s €
teve menos êxito na bus -
nac êes . A cië nci a, a gr an de rea liz aga o do int ele cto oci
os conflitos entre
ra ten ha me lh or ad o as co nd ig 6e s de vid a, ta mb ém pr od u-
dental, embo
s de des tru ici o em mas sa. O Oc id en te foi pio net ro na pr otecao
ju arma
ios due
dos direitos humanos, mas também produziu regimes toralitêr
lib erd ade ind ivi dua l ea di gn id ad e hu ma na . E ape sar de ter
pisotearam a
ns tr ad o de di ca ci o 3 igu ald ade hu ma na , pra tic ou ta mb ém o rac is-
demo
mo brutal.
cei ra edi c&o de Civ ili zag io oci den tal : um a bis tér ia con cis a Ë
Esta ter
ver sio abr evi ada de Civ ili zac io oci den tal : idé ias , pol iti ca € soc ied ade,
ma
a a
5a edicio. Da mesma forma gue o texto malor, este volume examin
tradiczo ocidental — esses padrêes tinicos de pensamento € sistemas de
valores gue constituem a heranga do Ocidente. Além de focalizar as
idéias-chave e as guestêes importantes, 0 texto oferece também um tra-
tamento eguilibrado da histéria econêmica, politica e social para os alu-
nos dos cursos de civilizacio ocidenral.
O texto foi escrito na convicc#o de gue a histéria nio é um conto ab-
surdo. Sem o conhecimento da histéria, homens e mulheres nao podem
conhecer-se perfeitamente, pois todos os seres humanos foram modela-
dos pelas instituic6es e valores herdados do passado. Sem a consciëncia
da evolucio histêrica da razo e da liberdade, idéias predominantes da
civilizac&o ocidental, a dedicacao a esses ideais diminuird. Sem o conhe-
cimento da histéria, o Ocidente nao pode compreender perfeitamente,
ou enfrentar de maneira adeguada, os problemas gue pesam sobre sua
civilizacao e sobre o mundo.
Ao procurar dar um sentido ao passado, o autor teve o cuidado de
evitar as generalizag6es superficiais gue simplificam demais os aconteci-
mentos e as forcas histéricas e organizam a histéria numa estrutura de-
masiado ordenada. Procuramos, porém, interpretar e sintetizar para pro-
porcionar aos alunos um guadro referencial para a compreensao dos
principais acontecimentos e épocas da histéria ocidental.
EET
Civiljaacio ocidental
Ë
Aspectos distintivos
R ie cdigdo resumida foi preparada para os cursos de civiliza€&o oci-
denral com durag3o de apenas um ano, para professores gu€ gostam de
` esEomplementar o texto principal com intérpretes das fontes primdrias,
AE EE DE
Prefdcio xx
s, € pa ra Cu rs os de ci ën ci as hu ma na s no s guais
romances ou monografia
icionais sobre literatura e arte. Ao abreviar
estarBo prescritos trabalhos ad
ro de ca pf tu lo s foi re du zi do de 32 pa ra 22. Man-
o texto maior, o ni me
idé ias e da cu lt ur a, ma s a gu an ti da de de
teve-se a nfase na histéria das
detalhes foi necessariamente diminuida. tr od ug oe s
ias ca ra ct er is ti ca s pe da g6 gi ca s. As in
O texto apresenta vdr nf er em
um a vis io ger al do s te ma s pr in ci pa is e co
a0s Capitulos oferecem og ia s, no
e co er ên ci a ao fl ux o da his tor ia. As cr on ol
um senso de direcio ci me n-
s ca pi tu lo s, mo st ra m a se gi én cl a do s ac on te
'nfcio da maioria do en salos
ut id os no ca pi tu lo . Mu it os ca pi tu lo s tr az em
tos importantes disc
di sc or re m so br e o si gn if ic ad o ma is am pl o do material.
conclusivos gue os con-
cu id ad os am en te se le cj on ad os de mo do a ilu str ar
Os fatos foram op ri mi -
rt an te s e evi tar du e OS al un os se ja m
ceitos e relac6es mais impo co m
um a li ga ga o en tr e si. Ca da ca pi tu lo fin ali za
dos por dados sem nenh te m
nt ad a e gu es tê es de rev isa o. As gu es t6 es re me
uma bibliografia come
os pr in ci pa is € vi sa m su sc it ar re sp os ta s ref ler ida s.
os alunos aos pont
en co nt ra -s e pu bl ic ad o em ed is 6e s de um e doi s vo lu me s. O
Este texto
ra ng e o pe rf od o gu e vai de sd e as pr im ei ra s ci vi li za g6 es no
volume 1 ab
nt e Pr éx im o até a era do IH um in is mo , no sé cu lo XV IN (c apitulos 1a
Orie
. O vo lu me II co mp re en de o pe ri od o gu e se es te nd e de sde a Renas-
10)
rm a aré a ép oc a co nt em po ra ne a (c ap ir ul os 8 a 22) , in co rp o-
cenca ea Refo
trê s ca pi tu lo s fin ais do vo lu me 1: “' Tr an si ca o pa ra a da de Mo -
rando os
a: Re na sc en ca e Re fo rm a” , “T ra ns fo rm ag ao pol iti ca e ec on êm ic a: Es-
de rn
-
rados nacionais, €xpanso ultramarina, Revolugao Comercial” e `Trans
formac3o intelectual: a revolug#o ciendfica ea Era do Iluminismo'. O vo-
la me 2 ap re se nt a ta mb ém um a in tr od ug ëo am pl a gu e ex am in a o mu nd o
antigo e a Idade Média; essa introdugao destina-se particularmente aos es-
rtudantes gue nio participaram da primeira metade do curso.
Material de apoio
Também contribuem para a urilidade do texto os mareriais de apoio
de ensino e aprendizagem, gue incluem um Gaia de estudo, um Manual
do professor com tépicos para exame, Tpicos para exame por computaaor e
Transparências de mapas. O Guia de estudo foi preparado pelo professor
Lyle E. Linville, do Prince George's Community College. Para cada ca-
pitulo, o guia traz uma introdug3o, objerivos da aprendizagem, vocabu-
|rio, identificacêes, um exercicio de estudo de mapa, exercicios crono-
légicos/relacionais, guestêes dissertarivas ou de mulripla escolha e uma
“transicao”, gue faz uma reflex&o sobre o capitulo e antecipa o assunto
do capftulo seguinte. No estudo de mapas, os alunos sio solicitados a
examinar contornos de mapas e localizar neles os aspectos geogr4ficos.
XV Givilizagao geidental
# Geogratfia da Europa
O map a das pdg ina s a segu ir mos tra o con tin ent e €ur ope u € OS pais es
20 red or do mar Med ite rr& neo . Nel e esta o ass ina lad os os nom es dos pal-
cComo
ses € suas Capitais, bem como os aspectos fisicos do territério, tals
os principais rios e outras massas de 4gua, as montanhas € as mudangas
de altitude. O conhecimento da geografia dessa drea ajudard a compreen-
der a relacao entre geografia e histêria: de gue maneira as caracteristicas
do terreno e o acesso a rios e outras massas de 4gua influenciaram o mo-
vimento dos povos e o seu relacionamento com o meio ambiente ao lon-
go da histéria.
A Europa é o menor continente do mundo, 3 excegao da Australia.
do
Os demais continentes sio Africa, Asia, América do Norte, América
Sul e Antdrtida. O continente europeu, gue pode ser considerado como
3 extensio ocidental do territêrio asidtico, apresenta uma conflguragao
caracteristica. Uma porgao significariva de sua drea terrestre é constitui-
da de peninsulas. Esse aspecro confere A Europa uma linha costeira in-
comumente longa, igual em distêincia a uma volta e meia na linha do
eguador (cerca de 61 000 km). O limite ocidental da Europa é o ocea-
no Arlêntico; os montes Urais, o rio Ural e o mar Céspio — na Federagao
Russa e Cazaguistio — formam sua fronteira oriental. O continente eu-
ropeu estende-se ao sul até as montanhas do C4ucaso, o mar Negro eo
mar Mediterrêineo, e ao norte até o oceano Artico. Afastadas do conti-
nente, mas consideradas pelos geégrafos como parte da Europa, estao
milhares de ilhas, notadamente as Ilhas BritêAnicas, a noroeste.
O pegueno tamanho do continente europeu com fregtiëncia sur-
preende os norte-americanos. A Franga, por exemplo, ocupa uma drea
geogr4fica menor gue o Texas, e a Inglaterra assemelha-se em tamanho
ao Alabama. A distêincia de Londres a Paris é guase a mesma gue de Nova
York a Boston; a distência de Berlim a Moscou é compardvel & de Chi-
cago a Denver. E o continente inteiro é guase do tamanho do Canadd.
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Civilizapio ocidental
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Grécia e a Turguia).
EET
Es sa s fo rm as de re le vo po de m ser se pa ra -
carpadas a extensas planicies. es te , a gr ande
ci pa l: as mo nt an ha s do no ro
das em guatro regiëes prin ho so alp i-
al co s ce nt ra is € o co mp le xo mo nt an
planfcie européia, os plan ss a re gido, atra-
no ro es te co br em a ma io r pa rt e de
Do. As montanhas do a, a Su éc 1a ,
a Ir la nd a, a Es cc ia , a No ru eg
vessando o noroeste da Franga, a.
di a e a re gi fo no ro es te da Fe de ra sa o Ru ss
o norte da Finlan a po rg ao €u ro -
la es te nd e- se po r gu as e to da
A grande planicie europé as mo nt an has
vi €r ic a, de sd e o oc ea no Ar ti co até
péia da antiga Unido So ni a, Alemanha,
em di re gi o a oe st e at ra v€ s da Po lê
do C4ucaso. Avanca
Bé lg ic a, oe st e da Fr an ga € su de st e da In gl at er ra .
ns ti tu em um ci nt ur do de alt os pla rêé s, co li nas
Os planaltos centrais co ce nt ra l de
ci nt ur ao es te nd e- se de sd e o pl an al ro
- montes baixos. Esse ce nt ra l da Fr an -
e as ter ras alt as da re gi so
Portugal, cruzando a Espanha bl ic a Tc he ca e
do sul da Al em an ha , da Re pd
ca, até as colinas e montes
da Eslov4guia. la s de mon-
mo nt an ho so al pi no co mp re en de vé ri as ca de
O complexo no su-
, en tr e a Es pa nh a e a Fr an ga ; os Al pe s,
vanhas. Inclui os Pireneus Ap eninos ,
e da Tr4 lia , Su ic a e oe st e da Au st ri a; os
deste da Franca, nort
ém pe rt en ce m a ess e co mp le xo as co rd il he ir as da penin-
na Ir4lia. Tamb Ro mê ni a,
es CA rp at os , na Es lo v4 gu ia , Po lê ni a e
sula Balcênica, os mont
C4 uc as o, en tr e os ma re s Ne gr o e C4 sp io . Ao longo
e as montanhas do
ess as ca de ia s co ns ti tu ir am ba rr ei ra s e fr on te ir as formiddveis,
da histéria,
me nt o do s po vo s e o re la ci on am en to del es en tr e si
hfluenciando o movi
e com o territorio.
es tu da r o ma pa da Eu ro pa , € im po rr an te ob se rv ar a pr ox imidade das
Ao
ta is da As ia — es pe ci al me nt e ag ue la s da ex tr em id ad e or ie nt al
regiëes ociden
r Me di te rr ên eo — co m pa rt es da Af ri ca do No rt e. As cu lr ur as de ssas
do ma
e-
Areas n30 apenas interagiram com as da Europa, cComo também desemp
nharam papel significarivo na histéria da civilizaGo ocidental.
je