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Universidade Federal de Mato Grosso do Sul CPAQ/UFMS

HISTÓRIA MEDIEVAL

Formação dos reinos bárbaros. Feudalismo. 02 Avaliações


1 semestrais
Renascimento comercial, urbano e cultural.
Questões
Discursivas

Carga Horária: 68 aulas 02 médias

Aulas Remotas Trabalhos:


- Resenha.
-Seminários.
- Outros

Professor Dr. Marcos Lourenço de Amorim


Programa:
Transição histórica das sociedades antigas para o
sistema feudal.
A formação do Sistema Feudal.
Cotidiano e imaginário da Idade Média
As questões religiosas e filosóficas na Idade Média.
A cultura medieval. 2
Renascimento comercial e urbano da Idade Média.

- Analisar as origens, formação e decadência do sistema feudal;


- Discutir questões da cultura medieval;
- Compreender a transição sócio-econômica do sistema feudal para o
sistema capitalista. Analisar as origens, formação e decadência do
sistema feudal;
- Discutir questões da cultura medieval;
- Compreender a transição sócio-econômica do sistema feudal para o
sistema capitalista.
Idades da História
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Desde o aparecimento do homem até aos dias


de hoje…
Periodização da História
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NO FINAL DO SÉCULO XIX, QUANDO SE COMEÇOU A ENCARAR A

HISTÓRIA COMO UMA CIÊNCIA, AFIRMOU-SE NO MUNDO

OCIDENTAL, UMA DIVISÃO DA HISTÓRIA BASEADA EM

GRANDES MARCOS OU EVENTOS.

DENOMINA-SE

"PERIODIZAÇÃO CLÁSSICA”.
Periodização Clássica
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 Pré-História

 Idade Antiga

 Idade Média

 Idade Moderna

 Idade Contemporânea
Periodização Clássica
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Pré-História
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 Inicia-se com o aparecimento do Até cerca de 4000aC, quando é


inventada a escrita.
Homem na Terra

Caracteriza-se pelo nomadismo e pelas atividades de caça e de recolha.


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 Pré-História
A chamada Pré-História se inicia com o surgimento do Homem
na Terra e dura até cerca de 4.000 a. C., quando é inventada a
escrita no Crescente Fértil, mais precisamente na
Mesopotâmia. Caracteriza-se pelo nomadismo, e pelas
atividades de caça e de coleta. Nessa época temos o
surgimento da agricultura e da pecuária, o que após alguns
anos levou os homens pré-históricos ao sedentarismo e a
criação das primeiras cidades. Nesse período foram feitas
grandes descobertas sem as quais hoje seria muito difícil viver.
No paleolítico tivemos a descoberta do fogo e, mais tarde na
Idade dos Metais ou Metalurgia, a de que os metais poderiam
ser fundidos e até misturados uns aos outros.
Idade Antiga
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 De 4.000 a.C. Até 476 dC - quando ocorre a queda do


 Império Romano do Ocidente.
Aparecimento da
escrita
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 Idade Antiga
 A Antigüidade é computada de cerca de 4.000 a.C.
até 476 d.C., quando ocorre a queda do Império
Romano do Ocidente. É estudada com estreita
relação ao Próximo Oriente, onde floresceram as
primeiras civilizações, sobretudo no chamado
Crescente Fértil, que atraiu, pelas possibilidades
agrícolas, os primeiros habitantes do Egito,
Palestina, Mesopotâmia, Irã e Fenícia. Abrange,
também, as chamadas civilizações clássicas: Grécia e
Roma. Caracterizou-se pelo escravismo
As sete maravilhas do mundo antigo
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Os Jardins
Suspensos
da Babilônia

A Estátua de Zeus, O Templo de Artemis,


em Olímpia em Éfeso

O Farol de
Alexandria

As Pirâmides de Gizé
O Mausoléu
O Colosso de Rodes de
Halicarnasso
Idade Média
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Até 1453 – quando ocorre a queda
 De 476 d.C. - quando
do Império Romano do Oriente, a
ocorre a queda do Tomada de Constantinopla.
Império Romano do

Ocidente.

No final deste período de tempo aconteceu uma coisa terrível: a peste negra atingiu a Europa.
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 Idade Média
 A Idade Média é computada de 476 d.C. até 1453, quando
ocorre a conquista de Constantinopla pelos turcos
otomanos e consequente queda do Império Romano do
Oriente. É estudada com relação às três culturas em
confronto em torno da bacia do mar Mediterrâneo.
Caracterizou-se pelo modo de produção feudal.
 A Alta Idade Média corresponde ao momento histórico de
formação e desenvolvimento do mundo medieval.
 Durante esse período ocorreu a convivência e a
interpenetração dos três elementos: o Império Romano, os
bárbaros germânicos e o cristianismo.
Idade Moderna
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 De 1453 – quando Até 1789, quando da eclosão da


ocorre a queda do revolução francesa
Império Romano do
Oriente
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 Idade Moderna
 A chamada Idade Moderna é considerada de 1453 até
1789, quando da eclosão da Revolução Francesa.
Compreende o período da invenção da Imprensa, os
descobrimentos marítimos e o Renascimento.
Caracteriza-se pelo nascimento do modo de
produção capitalista.
Idade Contemporânea
16 Até os dias atuais…

 De 1789, quando
da eclosão da
revolução
francesa
17

 Idade Contemporânea
 A chamada Idade Contemporânea compreende de
1789 até aos dias atuais. Envolve conceitos tão
diferentes quando o grande avanço da técnica, os
conflitos armados de grandes proporções e a Nova
Ordem Mundial.
As Idades da História são:
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Pré-História

História

Idade Idade Idade Idade


Antiga Média Moderna Contemporânea

4000 a.C. 476 1453 1789 até


a a a à
476 d.C. 1453 1789 actualidade
A IDADE MÉDIA
19
A IDADE MÉDIA
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IDADE MÉDIA: FILHA DOS ANTIGOS, BERÇO DA MODERNIDADE

Fábio Della Paschoa Rodrigues

“Somos anões empoleirados nos ombros de


gigantes. Assim, vemos melhor e mais longe do
que eles, não porque nossa vista seja mais
aguda ou nossa estatura mais alta, mas porque
eles nos elevam até o nível de toda a sua
gigantesca altura...”

Bernardo de Chartres
O conceito de Idade Média
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 O conceito de Idade Média como “Idade das Trevas”, em oposição ao


Renascimento e à Antigüidade, foi forjado sobretudo no século XIX
pelos historiadores liberais, segundo o qual a Idade Média teria
interrompido o progresso do conhecimento e da cultura do homem, que
seriam retomados mais tarde no século XVI. Felizmente, este conceito
vem sendo desmistificado por diversos estudiosos. Seguindo a teoria de
Toynbee, os movimentos culturais podem estar ligados por uma relação
de gerações, de tal modo que uma cultura seja filha da outra. Esta é
relação existente entre a Antigüidade, a Idade Média e a Cultura
Ocidental Moderna. A idéia de Idade Média como uma época que
esqueceu os antigos não se fundamenta e, na verdade, temos a Idade
Média como filha da Antigüidade e berço do Renascimento e, enfim, do
nosso mundo ocidental.
(pre)conceitos
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 Portanto não é possível estudar a Idade Média se nos limitarmos a


(pre)conceitos criados a posteriori, pois nela encontramos elementos
cuja história e significado só se encontram em períodos mais antigos.

 O medievo bebe na fonte dos antigos mas, não se contentando com o


paladar, altera-lhe o sabor a seu gosto. Estamos falando de uma nova
utilização dos antigos (entendidos como toda a cultura antiga, não
somente a clássica), que alguns chamariam supostamente de imitação
servil, mas que, aos olhos do homem da época é algo completamente
novo, moderno. A partir do legado da tardia Antigüidade latina, a Idade
Média adotou e transformou seus elementos, construindo uma imagem
própria dos antigos: “a Antigüidade está presente na Idade Média como
recepção e transmutação”.
A LONGA HISTÓRIA
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 Para começar precisamos entrar em acordo sobre o


início e o fim desse período que se convencionou
chamar de Idade Média. Sem nos demorarmos muito
nessa questão, porque toda opção de tal ou qual
barreira cronológica é sempre complicada para os os
historiadores, nós vamos simplesmente assumir as
barreiras históricas mais comumente aceitas. A partir
daí, vamos distinguir a subdivisão do período
medieval.
CRÍTICA À HISTÓRIA EPISÓDICA E POLÍTICA
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 Em lugar de falar em datas precisas como limites


históricos vamos falar em séculos. As datas
geralmente se referem a um evento político,
econômico... Esses eventos podem contribuir para a
transformação da sociedade como um todo, mas essa
transformação raramente se deve a um fato isolado e
mais, eventos como a deposição do último imperador
romano por exemplo só se deu porque a instituição
do império já estava condenada.
Transição do mundo antigo para o medieval
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Em História antiga se estuda o período


anterior à decadência do sistema escravista
romano e as modificações que ocorreram
na sua estrutura a partir dos séculos III e
IV. No século V, a crise do Império
Romano se aprofundou.
Aspectos da crise do Império Romano
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 Contínua dificuldade de obter mão de obra escrava.

 Problemas com a concentração da propriedade rural.

 Fortalecimento da aristocracia agrária.

 Decrescente produção agrícola.

 Altos impostos cobrados para manutenção da imensa

máquina burocrática do Estado.

 Despesas com o Exercito.


Transição do mundo antigo para o medieval
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A inflação decorrente de toda essa situação e,


finalmente, o desaquecimento das atividades
comerciais mostram a decadência romana.

Gradativamente o Império Romano foi se


desorganizando, chegando mesmo a se dividir, em
395, entre o Império do Ocidente e Império do
Oriente (Bizâncio ou Império Bizantino).
O Império Romano
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A Alta Idade Média
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 A Alta Idade Média teve início com a invasão, ocupação e

assentamento dos vários povos germânicos, (como francos,


visigodos, suevos, ostrogodos, lombardos, anglo saxões), em
diversas regiões européias ocidentais, o que deu origem a
inúmeros reinos. Com as grandes modificações introduzidas
com as invasões bárbaras, a população passa a ser composta por
uma maioria camponesa, dominada pelos proprietários de terras,
vivendo em condições de grande pobreza, sofrendo constantes
períodos de fome e ataques dos povos inimigos.
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Reinos Bárbaros – Século VI
31
32

 Entres os principais reinos surgidos nos domínios


romanos, o mais importante para a formação e
consolidação de feudalismo foi o franco.
 Até o século VmO povo franco (de origem germânica
ocidental) estava dividido em tribos, unificadas por
Clóvis (480-511).
 O primeiro reino dos francos, deu início a dinastia
merovíngia (de Meroveu, chefe franco que reinou de
448 na 457).
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Um fato que facilitou muito
o fortalecimento do poder
de Clóvis I foi sua
conversão ao cristianismo e
a aliança com a Igreja
Católica. Após sua morte, o
reino foi dividido entre seus
filhos. A sucessão de divisão entre filhos
e netos de Clóvis enfraqueceu o
poder real e permitiu o
fortalecimento político dos
prefeitos do palácio, ou do paço
(major domus),
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 Em 732, Carlos Martel, o prefeito


do palácio, enfraqueceu e venceu
uma invasão de árabes
mulçumanos na batalha de
Poitiers, fazendo-os recuar. A
partir desse momento o major
domus teve seu poder centralizado
e fortalecido.

Após a morte de Carlos Martel, seu filho, Pepino, o Breve


assumiu o cargo e derrotou os lombardos, na Itália,
doando suas terras a igreja.
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 Em 751, Pepino, o Breve destronou o último rei


merovíngio, inaugurando uma nova dinastia.
 Carlos Magno, filho de Pepino, o Breve, assumiu o
trono em 768, governando até 814. Durante seu
reinado, o Estado franco se fortaleceu e expandiu suas
fronteiras
Considerações sobre a Alta Idade Média
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 O Império mais importante do período da Alta Idade

Média foi o Carolíngeo, assim chamado por ter


sido Carlos Magno, seu primeiro imperador. Ele
sonhou reunificar sob o domínio dos francos, todo o
território que antes pertencera ao Império Romano.
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Considerações sobre a Alta Idade Média
38

 A contenção das últimas ondas de invasões bárbaras

(mulçumanas, húngaras e normandas), no século X


seguiu-se uma fase de relativa tranquilidade em
relação às ameaças externas. A sociedade européia
ocidental havia passado por profundas
transformações e já não apresentava mais as
características de pânico que marcaram séculos
passados.
Considerações sobre a Alta Idade Média
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 A economia agrária produzia poucos excedentes, além

daqueles necessários para o sustento do próprio grupo,


que passou a conviver naquela comunidade.

 A atividade comercial realizada com moedas não

desapareceu totalmente, mas restringiu-se um pouco,


devido a crise generalizada, que rondava a Europa
neste momento. Nessa época as cidades tiveram pouca
importância e várias foram inclusive abandonadas.
Considerações sobre a Alta Idade Média
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 Um fato importante que marcou o período da Alta Idade


Média, foi a mudança na forma de trabalho. A escravidão
característica da Antiguidade Clássica foi substituída pela
servidão.
 O servo distingue-se do escravo fundamentalmente, por
não ser propriedade do senhor que não pode, portanto,
dispor de sua pessoa. Sua condição é a de um trabalhador
semi-livre pois está preso ao senhor, que lhe deve proteção,
e a terra que dele recebeu, não tendo portanto, o direito de
dispor livremente de si mesmo.
Considerações sobre a Alta Idade Média
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 A servidão é, portanto, uma modalidade de trabalho

compulsório, aqui entendido como aquele trabalho


que o indivíduo é obrigado a realizar não tendo
poder de decisão quanto ao seu início ou término e
não podendo abandoná-lo por vontade própria.
A primeira Idade Média
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 É por essa razão que o historiador da USP Hilário Franco Jr.


situa a primeira Idade Média entre os séculos IV e VIII,
quando começou a convivência dos romanos e dos bárbaros
articulados pela Igreja. A "pluralidade política substituindo a
unidade romana", a "concepção recíproca entre chefes e
guerreiros" são constantes da sociedade medieval que
começavam a ser delineadas nesta época. Uma temporária
unidade política sob o Império franco de Carlos Magno e a
aliança entre Igreja e Império caracterizariam a Alta Idade
Média (meados do sec.VIII ao séc. X), período que findaria
com a desestruturação deste império, acelerada pelas invasões
vikings, muçulmanas e do leste europeu).
A Idade Média Central
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 A resposta da Europa Ocidental ao fracasso do Império


Carolíngeo e às constantes invasões foi uma nova
fragmentação política, era o Feudalismo que nascia e com ele a
conjugação de elementos presentes desde o século IV. É o
período clássico da cavalaria, do código de honra e das
obrigações recíprocas entre senhor feudal e vassalo, da
expansão demográfica e econômica, das primeiras
universidades, das catedrais góticas e de um novo crescimento
sem precedentes das cidades, é a época das Cruzadas do
renascimento cultural, notadamente o século XII. Costuma-se
denominar este período de Idade Média Central.
A Baixa Idade Média
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 A Baixa Idade Média se anuncia quando o


Feudalismo começa se mostrar um sistema
político saturado, que não podia mais
corresponder à realidade social da época. O
avanço da vida urbana e mercantil faz com
que alguns historiadores falem do
desenvolvimento de uma "sociedade feudo-
burguesa".
IDADE MÉDIA TARDIA
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 O início do século XIV e o final do século XV podem


ser considerados o outono da Idade Média, embora
Hilário Franco Jr. admita o seu final somente em
meados do século XVI. A razão para um final do
período medieval aparentemente tardio é o paralelo
que ele traça entre acontecimentos históricos dos
séculos XII e XIII com aqueles do século XVI.
O FIM DA IDADE MÉDIA
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 Assim, o Renascimento humanista


guardaria uma certa relação com o
Renascimento do século XII, o
Protestantismo com as heresias, as
Grandes Navegações com as viagens
dos normandos e dos italianos e assim
por diante.

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 Embora esta relação entre os eventos do


século XVI citados acima e aqueles ocorridos
entre os séculos XII e XIV seja aceitável é
inegável que o Mundo Moderno já se
anunciava nesses mesmos eventos. O
Absolutismo e o avanço da classe burguesa
em detrimento da nobreza são outros sinais
dos novos tempos.

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