HISTÓRIA MÓDULO 01 CBMERJ

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Antiguidade: entre os mundos oriental e ocidental.
Sumérios (3500 – 2800 a.C.)
Os sumérios foram responsáveis pelo desenvolvimento da escrita,
Antiguidade Oriental
chamada de cuneiforme, e considerada a primeira forma de escrita da
A Antiguidade Oriental comporta a história de povos que viviam, em
história. Houve nesse período uma tentativa de unificação que reuniu o
suma, no leste europeu. Tais povos, sendo principalmente os
exército de Sargão I e acabou por criar um novo império, na cidade de
mesopotâmicos, egípcios, hebreus e fenícios, possuíam uma
Akkad ou Acádia e teve seu povo chamado de acádios, em homenagem
significativa diversidade cultural, porém, apesar disso, mantinham
a seu nome.
igualdades como a rígida estratificação social, uma rara mobilidade
social e, especialmente, a forma de produção agrícola, baseada nas
cheias dos rios. A região que ficou conhecida como crescente fértil foi
determinante para o desenvolvimento desses povos.

Babilônicos (1772 – 1750 a.C.)

Localizados na região que hoje é conhecida como Iraque, os babilônicos
ascenderam em um momento de muitas invasões e guerras, assim como
o de declínio da Suméria e domínio dos assírios. O líder dos babilônicos
era de uma outra dinastia, a dos amoreus, que terminou após invasão dos
Mesopotâmia hititas, Hamurabi, como se chamava, foi responsável pelo controle do
A denominação “mesopotâmia” é originária do grego (meso = meio; maior império de Ur, cidade mesopotâmica e ficou conhecido pela
potamos = água) e significa região entre rios, configurando a importância construção do primeiro código de leis escritas, intitulado Código de
dos rios (Tigre e Eufrates) para a região. Se complexificando a partir da Hamurabi. O código contava com uma instrução para a vida cotidiana e
Revolução Neolítica, que teve como principal fator a observação da continha questões de ordem civil, penal e administrativa. Uma das leis
natureza e a adequação das técnicas agrícolas e pastoris, a região mais famosas foi a Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente.”
contou com a criação de canais de irrigação e de barreiras para a
contenção das cheias dos rios.
Com a complexificação da sociedade, que se sedentarizou após a
Revolução Neolítica, houve uma nova forma de organização, que
dispunha de uma diferenciação entre os grupos existentes, onde cada
uma passou a se especializar em técnicas produtivas. Alguns dedicaram-
se a agricultura, outros ao artesanato etc., o que significou um acúmulo
de riquezas para aqueles que melhor se saíram, aumentando seu poder
e criando sobreposições entre os grupos.
Como uma melhor forma de organização econômica, por conta do
comércio, social, por conta da necessidade de proteção e religiosa, por
conta de uma procura por uma normatização dos cultos, surgem as
cidades ou centros urbanos por volta de 4000 a.C., sendo as primeiras
Kish, Ur, Lagash, Nippur e Uruk.

As cidades por serem independentes entre si, eram chamadas de

cidades-Estado e possuíam divisão governamental que se dava por uma
interligação entre o poder religioso (sacerdotes ou zigurates) e o poder
político (patesi). Os sacerdotes estavam ligados a função, naturalmente,
religiosa, e eram responsáveis pelos cultos aos deuses, já que eram
politeístas, mas não raro possuíam influências políticas e influência na
economia, através do controle das ofertas dos fiéis (feitas em terras). Já
o patesi, além de chefe político era considerado o escolhido dos deuses
na terra e também chefe militar, por isso além de ter tais atribuições,
cuidava das burocracias, como a cobrança de impostos, a delegação dos
Neobabilônicos (625 – 539 a.C.)
Após a fragmentação do Império Babilônico pela fragilidade do império
e o belicismo dos assírios, um novo povo se organizou na cidade da
Babilônia, os caldeus. Liderados pelo rei Nabucodonosor II, o império se
expandiu pela Síria e Palestina, ocupando Jerusalém. A cidade ficou
conhecida pelos jardins suspensos, feitos para agrado da esposa Amitis
de Nabucodonosor.

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O império decai após a morte do rei e a pressão nas fronteiras por Ciro
II, rei persa, em 539 a.C.
Egito Antigo
O Egito tem por localização também a região do crescente fértil, mais
exatamente ao norte da África. Assim como a região mesopotâmica, o
Egito conta com o auxílio de um rio, o Nilo. Por ter suas fronteiras o Mar
Mediterrâneo, o Deserto da Líbia e o Deserto Oriental Africano, as cheias
e vazantes do rio foram de suma importância para a fixação dos grupos
nas terras férteis, o que favorecia o desenvolvimento da agricultura,
principalmente após a construção de canais de irrigação.
O Egito era habitado por comunidades (clãs) chamadas de nomos, cada
um deles comandando por um nomarca e tinham um sistema de
cooperação mútua. Com o crescimento populacional e desenvolvimento
da agricultura, muitas disputas começaram a acontecer, o que
determinou a fusão dos nomos, passando a ser chamados de aldeias e
posteriormente a fusão de aldeias, passando a ser chamadas de cidades.
O processo final de fusão e/ou unificação foi o das cidades, o que deu
origem a dois reinos: Baixo Egito, de terras férteis, ricas e populosas e
Alto Egito, de terras férteis apenas ao longo do Nilo, sendo
completamente dependentes do rio.
Por volta de 3100 a.C. os reinos foram unificados por um governante do
Alto Egito, Menés, que passou a ser denominado de faraó.
O faraó, considerado uma divindade, inaugurou o período que ficou
conhecido como monarquia teocrática e o poder do faraó abrangia a
política, economia, religião, a justiça e o exército. Como figura de maior
autoridade, o faraó possuía a maior posição hierárquica da sociedade,
acompanhado dos:
• Sacerdotes: desempenhavam as práticas religiosas, controlavam as
riquezas dos templos e eram o elo entre os deuses e a sociedade;
• Nobreza: auxiliadores nas burocracias do reino, eram altos
funcionários que administravam as províncias e o exército, além de
fiscalizarem o cumprimento das ordens do faraó e fazer a arrecadação
de impostos;
• Escribas: eram profissionais pertencentes a baixa nobreza e
responsáveis pela elaboração de leis, de escritos sobre o faraó,
catalogação dos impostos etc. Eram eles também que faziam os
registros nas paredes nas pirâmides;
• Soldados: estavam sob o comando do faraó e participavam de
expedições fora do reino;
• Artesãos: eram de uma camada inferior da sociedade, mas possuíam
estratificações diferentes dentro do próprio grupo, se dividindo de
acordo com aquilo que produziam;
• Camponeses: viviam sob um comando do faraó acordado com a
necessidade do momento, fosse para a agricultura, o cuidado com os
animais ou as obras públicas no período das cheias do Nilo;
• Escravizados: em suma eram escravos de guerra, por isso
constituíam um grupo majoritariamente pequeno, que se ampliava em
períodos de conflito, predominando então o que era chamado de
servidão coletiva.
Como politeístas, os egípcios cultuavam diferentes deuses, esses eram
antropozoomórficos, isto é, possuíam forma humana e animal e
representavam forças da natureza. Diferentemente dos mesopotâmicos,
os egípcios tinham uma relação particular com a morte, entendendo-a
como uma libertação para a vida em outro plano, é a partir dessa crença
que surge o ritual de mumificação.
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Hebreus
A história dos Hebreus remonta várias passagens bíblicas. Os mesmos
localizaram-se em uma região entre o Egito e a Mesopotâmia, eram
originalmente nômades, até emigrarem das proximidades da cidade de
Ur, na Mesopotâmia, por volta de 2000 a.C., e se sedentarizarem na
região da Palestina. De acordo com a Bíblia, o líder Abrãao estaria
incumbido por Deus a levar seu povo para Canãa, a Terra Prometida, que
atualmente é a Palestina. A história está descrita em Gênesis, capítulo
12, versículos de 1 a 3.
Diferentemente das sociedades mesopotâmicas e egípcias, os hebreus
ocupavam terra pouco fértil, cortada pelo rio Jordão, que não possuía
manancial suficiente para irrigações. Vigoravam cidades independentes
e autônomas, sem grande força política, apesar de terem experimentado,
durante um curto período de tempo, a centralização do poder com a
monarquia hebraica. A forma de organização política e social baseava-
se nas tribos, lideradas pelos chamados juízes ou patriarcas – chefe
religioso e militar. Após período de seca e em razão da fome, migraram
para o Egito, onde foram feitos de escravos e voltaram a ser livres quando
Moisés, incumbido por Deus da missão de libertar os hebreus, os resgata,
por volta de 1300 a.C. Após o êxodo (volta para a Palestina), viram
necessidade de um poder unificado, que se concretizou com a monarquia
hebraica sob comando do rei Saul.
Partindo da monolatria (crença em vários deuses, mas culto a apenas
um), a sociedade hebraica constituiu uma religião monoteísta, cujo
processo de consolidação contribuiu para a formação do judaísmo,
cristianismo e islamismo.
Fenícios
Localizados em uma região de dificultosa geografia – entre as
montanhas e o Mediterrâneo Oriental, onde atualmente localiza-se a
região do Líbano –, a expansão desse povo se deu pelo Mediterrâneo,
razão pela qual os mesmos se tornaram marinheiros e comerciantes.
Os fenícios nunca possuíram poder centralizado, predominava entre eles
a autonomia das cidades, que disputavam o poder entre si, já que tinham
seus próprios governantes e formas administrativas. De acordo isso,
diferentes cidades foram importantes para a estruturação o povo:
• Sídon: importante centro econômico, tendo como principais produtos
a tinta púrpura e o vidro. Foi a principal competidora com Tiro para centro
de poder;
• Tiro: importante centro econômico e produtor de tinta púrpura,
possuía porto muito movimentado e disputou hegemonia com Sídon;
• Biblos: era assim chamada por conta da referência grega ao principal
produto vendido na cidade, o papiro. Biblos para os gregos tinha um
significado próximo a “livros”. Era também influente pelo caráter
religioso da região.
Tendo como atividade econômica mais importante o comércio realizado
nos portos, adquiriram muitos acordos. Seus principais compradores
eram os habitantes das regiões Ibéricas (Portugal e Espanha), os
egípcios e os povos do Chipre (ao sul da Turquia) e seus produtos eram
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vários (tapetes, joias, ervas aromáticas, lã, móveis de marfim etc.). A
disposição abundante de Cedro, madeira ótima para a confecção de
barcos (leves e resistentes) ajudou no desenvolvimento econômico e
social, por isso os fenícios eram contratados por outros povos para
serviços marítimos, o que os levou a um conhecimento assíduo de
localização pela posição das estrelas e pelo conhecimento das correntes
marítimas, sendo a primeira civilização da história a se orientar de tais
formas.
Diferente da maioria das outras civilizações antigas, na Fenícia, a
mobilidade social era possível. Além disso, os comerciantes eram
respeitados, pois eles que sustentavam as riquezas dos reis e suas
famílias. Já os escravos, eram prisioneiros de guerra, assim como no
Egito. Eram politeístas e pela grande atividade comercial, passaram a
possuir uma necessidade de registro comercial mais fácil do que os
hieróglifos e mais ágil que a de escrita cuneiforme, o que os levou a criar
uma série de 22 sinais, que, quando combinados, poderiam representar
o som da fala. Ou seja, desenvolveram o alfabeto, cujo sistema, que com
os gregos e romanos foi acrescido de novas vogais, é utilizado até hoje.
Antiguidade Clássica
A Antiguidade Clássica remonta um período da história entre os séculos
VIII e V a.C., onde a centralidade era o Mar Mediterrâneo e as civilizações
grega e romana foram a grande influência para Europa, norte da África e
Ásia ocidental. A cultura de ambas, ainda que díspares e em períodos
distintos, foi o que arquitetou o mundo moderno, a partir da arte, da
língua, leis etc.
Grécia Antiga
O mundo grego é divido entre terras continentais e insulares, sendo a
Grécia insular o que corresponde as ilhas de Creta, Rodes, Eubeia e
Lesbos e a Grécia continental a parte que ocupava a península Balcânica,
a costa da Ásia Menor e o sul da Itália;
Por possuir diferentes períodos, com diferentes características,
podemos dividir sua história em:
• Pré- Homérico (2000 – 1000 a.C): ocupação da Grécia, com foco na
região de Creta;
• Homérico (século XII ao VIII a.C.): organização das comunidades
rurais;
• Arcaico (século VIII ao VI a.C.): formação das cidades-Estado
(póleis) gregas;
• Clássico (século V ao IV a.C.): apogeu da cultura grega;
• Helenístico (século IV ao II a.C.): decadência das póleis e domínio da
Macedônia e de Roma sobre a Grécia.
PRÉ-HOMÉRICO
O período corresponde ao primeiro e mais importante centro comercial e
cultural do Mediterrâneo, interligando a Europa, África e parte do Oriente:
a ilha de Creta. A sociedade de Creta mantinha rica agricultura e produzia
manufaturados têxteis, metalurgia, cerâmica etc., a economia girava em
torno do comércio exportador e por volta de 2000 a.C. os cretenses já
dominavam o comércio marítimo no Mediterrâneo. O controle político
desta sociedade estava nas mãos da elite comercial (talassocracia). O
rei Minos teria sido o grande representante da talassocracia, por conta
desse rei, a sociedade cretense também ficou conhecida como minoica.
Sendo a base de pequenos reinos, que gradativamente se reuniram sob
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um governo centralizado, Creta passou a ser governada por seu maior
centro urbano, o palácio e o templo de Cnossos.
Por volta de 1400 a.C. os aqueus invadiram Creta e destruíram Cnossos,
pondo fim a cultura cretense, com a decadência da talassocracia
cretense, os fenícios ocuparam o espaço de comércio marítimo no
Mediterrâneo. O contato entre aqueus e cretenses deu origem à
sociedade Micênica-Cretense, onde o povo ficou conhecido também por
Micenas. O que passou a se destacar neste período foi o comércio e a
produção artesanal.
Os aqueus também invadiram a Ásia Menor e destruíram a cidade de
Troia. Esse último episódio serviu de base para a composição da Ilíada,
de Homero.
O fim do domínio aqueu ocorreu com a invasão dos dórios. Aqueus,
dórios, jônios e eólios populações de origem indo-europeia ao se
fundirem, deram origem ao povo grego.
PERÍODO HOMÉRICO
O período correspondeu invasão dórica e ao fim da civilização creto-
micênica. Com a dispersão do povo dessa região, houve o
desaparecimento da escrita, o que fertilizou o terreno para a criação da
Ilíada e Odisséia, histórias escritas por Homero, a primeira tratando sobre
a guerra de Tróia (batalha entre gregos e troianos) e a segunda a
narração da volta do herói Odisseu Ulisses da mesma.
A organização social era feita em clãs, chamados de oikoi, que
significava “casa” ou “família”. O comando desse oikoi pertencia ao
homem mais velho, sendo esse também a camada mais alta da
hierarquia da época (comumente chamados de aristocratas, pois eram
os donos de terras), seguido dos parentes, homens e mulheres livres
(incluindo os tethas, os mais pobres) e os escravizados.
PERÍODO ARCAICO
Houve nesse período uma urbanização, com a construção de templos e
desenvolvimento dos centros comerciais e dos campos de cultivos,
substitutivos da economia de subsistência. É neste momento que surge
a pólis, a cidade-Estado grega, que possuía independência política e
autossuficiência econômica e a ideia de cidadania, por conta das
estruturas componentes da pólis (Ágora e Acrópole).
Paradoxalmente a ideia de cidadania que surgia, houve no período uma
acentuação do trabalho escravo, haja vista a crise econômica que
assolou a população por conta do aumento populacional e da escassez
de terras nas mãos dos aristocratas, o que gerou um aumento dos
impostos e a impossibilidade de muitas famílias cumprirem com o
pagamento, tornando-se escravos por dívida. Em razão da crise, muitos
também optaram pelo abandono das terras, migrando para outros locais
e formando novas colônias que se estenderam do Mar Negro até a
Península Ibérica, o que permitiu um grande intercâmbio cultural e
comercial entre as regiões.
A partir da construção da pólis, surge Atenas, uma das mais prósperas e
conhecida como o berço da democracia.
PERÍODO CLÁSSICO
O período contou com a consolidação da democracia e a partir da
Reforma política de Clístenes (por volta de 508 a.C.) determinou a
abolição da divisão social por laços sanguíneos.
Durante o período, há o estabelecimento de um outro tipo de governo, o
oligárquico, presente na cidade-Estado Esparta, que possuía uma
configuração política diferente de Atenas, por conta do sistema de dupla
realeza (diarquia), em que a concentração de poderes políticos,
religiosos e militares estava nas mãos de dois reis. Levanta-se a hipótese
de que o início dessa diarquia advinha de um compromisso entre as duas
diferentes famílias poderosas durante a criação do Estado espartano.
Havia também uma divisão social em três categorias:
• Homoioi (iguais)/esparciatas: cidadãos espartanos, responsáveis
pela vida política e militar;
• Periecos: homens livres, detentores de terras e fornecedores de
tributos ao rei;
• Hilotas: servos do Estado.
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PERÍODO HELENÍSTICO As tábuas não haviam sido usadas para escrever poesia ou enviar
O período é marcado por disputas e conquistas territoriais, assim como mensagens a lugares remotos. Foram empregadas para fazer contas – e
das trocas culturais e artísticas. O nome referência é o de Alexandre também para elaborar os primeiros contratos.
Magno, que expande o império e conquista parte da África e do Egito. https://tinyurl.com/ycuj8mq6 Acesso em: 26.10.2018. Adaptado.

Exercícios O texto faz referência a um período muito conhecido da história da

Humanidade, no qual surgiram os primeiros registros escritos.
1. Entre as transformações havidas na passagem da pré-história para o
Assinale a alternativa que, corretamente, descreve o contexto em que
período propriamente histórico, destaca-se a formação de cidades em
surgiu a escrita na Mesopotâmia.
regiões de:
a) Os mesopotâmicos criaram a escrita como forma de se comunicar
a) solo fértil, atingido periodicamente pelas cheias dos rios, permitindo
com os deuses, entalhando placas de argila que eram cuidadosamente
grande produção de alimentos e crescimento populacional.
depositadas no interior dos templos religiosos.
b) difícil acesso, cuja disposição do relevo levantava barreiras naturais
b) O surgimento da escrita foi vinculado à criação de um sistema de
às invasões de povos que viviam do saque de riquezas.
educação segundo o qual todas as crianças deveriam dominar o
c) entroncamento de rotas comerciais oriundas de países e continentes
conhecimento das letras e dos cálculos.
distintos, local de confluência de produtos exóticos.
c) As cidades da Mesopotâmia eram separadas por longas distâncias,
d) riquezas minerais e de abundância de madeira, condições necessárias
percorridas a pé por mensageiros que levavam cartas e ofícios trocados
para a edificação dos primeiros núcleos urbanos.
entre os governantes.
e) terra firme, distanciada de rios e de cursos d’água, com grau de
d) A evolução da literatura oral gerou a necessidade de registrar os textos
salubridade compatível com a concentração populacional.
poéticos declamados pelos grandes oradores da Antiguidade clássica.
e) O desenvolvimento do comércio levou à criação da escrita, utilizada,
2. “Em Uruk foram encontrados vestígios de um templo que tinha mais
inicialmente, para realizar registros contábeis e firmar contratos.
de dois mil metros quadrados (exatamente 80 m por 33 m). Perto dele foi
edificado um monte artificial (ziggurat) com 11 metros de altura,
5. No século VIII a.C. os fenícios protagonizaram uma intensa
construído com tijolos e enfeitado com pedaços de cerâmica. Através de
movimentação no Mar Mediterrâneo ao lançarem seus navios para o alto
uma escada chega-se ao pequeno templo, no alto, paredes de tijolos
mar, implementando uma rede de comercialização de ferro, vinho, azeite,
brancos e madeira importada, altares nas extremidades e outros detalhes
ouro, cerâmica e escravos.
mostram o requinte e a técnica da construção.
Há aqui uma força de trabalho organizada pelos próprios dirigentes dos
Os fenícios também são os responsáveis pela criação da
templos, que faziam às vezes de arquitetos, engenheiros e mestres-de-
a) literatura.
obras em nome dos deuses que representavam na terra.”
b) escrita alfabética.
(PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Ed. Atual, 1994, p. 53).
c) roda.
d) matemática.
O texto acima melhor se aplica a uma única das civilizações antigas
citadas abaixo, assinale a alternativa correta:
6. Os dois povos que foram os principais responsáveis pela construção
a) Sumerianos, na Mesopotâmia;
da sociedade mesopotâmica foram os:
b) Hebreus;
a) fenícios e os anatólios
c) Gregos;
b) gregos e os romanos.
d) Romanos;
c) hititas e os egípcios.
e) Cretenses, no Mediterrâneo.
d) sumérios e os acadianos.
3. Sexto rei sumério (governante entre os séculos XVIll e XVIl a.C.) e
7. Leia o trecho a seguir:
nascido em Babel, “Khammu-rabi” (pronúncia em babilônio) foi fundador
“A imagem do Egito antigo que temos no senso comum do ocidente
do Império Babilônico (correspondente ao atual Iraque), unificando
contemporâneo é tão artificial que uma criança dificilmente associa o
amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os semitas e os sumérios
Egito ao seu continente, a África (...). O povo do Egito antigo era negro.
e levando a Babilônia ao máximo esplendor. O nome de Hamurabi
Diversos textos antigos (gregos e árabes) assim os relatam. Na
permanece indissociavelmente ligado ao código jurídico tido como o
historiografia moderna, porém, esses textos são ignorados. O processo
mais remoto já descoberto: O Código de Hamurabi. O legislador
de construção de uma imagem eurométrica do povo egípcio se dá de
babilônico consolidou a tradição jurídica, harmonizou os costumes e
forma maquínica: a arte, a literatura e a mídia ocidentalizam sua imagem
estendeu o direito e a lei a todos os súditos.
Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br Acesso em: 12 fev 2013 (adaptado) (embranquecem a pele e normativizam suas relações sociais pelo padrão
europeu); sua existência enquanto povo é dissociada da África”.
(COURI, Aline. O embranquecimento histórico do Egito. 11 abr. 2016. Disponível
Nesse contexto de organização da vida social, as leis contidas no Código
em http://www.geledes.org.br Acesso em 25 fev. 2018).
citado tinham o sentido de
a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.
Segundo o ponto de vista exposto no texto pela pesquisadora Aline Couri,
b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.
a respeito desse processo de “branqueamento” do Egito antigo, é correto
c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de guerra.
afirmar que:
d) promover distribuição de terras aos desempregados urbanos.
a) Ele é fruto do desejo daquele povo em se assemelhar aos europeus da
e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes de estrangeiros.
época, potencialmente superiores.
b) É um processo oriundo dos documentos históricos que descreveram
4. Em 1929, o arqueólogo alemão Julius Jordan desenterrou uma vasta
o povo egípcio de tez clara, caucasiana.
biblioteca de tábuas de argila com um tipo de escrita conhecida como
c) Trata-se de um racismo reverso, pois os egípcios de hoje procuram se
“cuneiforme”, com cinco mil anos de idade, mais antigas que exemplares
distanciar de seu passado europeizado.
semelhantes encontrados na China, no Egito e na América.
d) Trata-se de um racismo historiográfico, que negligenciou a negritude
As tábuas estavam em Uruk, uma cidade mesopotâmica – e uma das
de um dos mais importantes povos africanos.
primeiras do mundo – às margens do rio Eufrates, onde hoje fica o Iraque.
e) Trata-se de uma visão oriunda das crianças árabes e gregas, que não
associam o Egito ao seu continente, a África.

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8. Às vezes se denomina “Crescente Fértil” a importante região que
forma um arco de território desde o Delta do Nilo através da Palestina e
do Levante, estende-se a leste ao longo das colinas da Anatólia e termina
nas montanhas situadas entre o Irã e o Mar Cáspio, incluindo os vales
fluviais da Mesopotâmia.
(J. M. Roberts. O livro de ouro da história do mundo, 2001.)
O excerto descreve um espaço geográfico e histórico em que
a) constituíram-se os padrões culturais europeus, como o teatro trágico,
e as organizações políticas populares, como a democracia.
b) desapareceram as fontes históricas escritas, como os códigos de leis,
e registros arqueológicos, como as peças de cerâmica.
c) ocorreram mudanças culturais significativas, como a invenção da
escrita, e políticas, como a formação de Estados.
d) predominaram a uniformidade cultural, com o emprego de um só
idioma, e longo período de paz social, com a ausência de guerras.
e) permaneceram precários os contatos entre as comunidades, como nas
do centro da África, e as atividades econômicas, com a coleta.
9. Então disse: “Este é o local onde construirei. Tudo pode chegar aqui
pelo Eufrates, o Tigre e uma rede de canais. Só um lugar como este
sustentará o exército e a população geral”. Assim ele traçou e destinou
as verbas para a sua construção, e deitou o primeiro tijolo com sua
própria mão, dizendo: “Em nome de Deus, e em louvor a Ele. Construí, e
que Deus vos abençoe”.
AL-TABARI, M. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Cia. das Letras. 1995
(adaptado).
A decisão do califa Al-Mansur (754-775) de construir Bagdá nesse local
orientou-se pela
a) disponibilidade de rotas e terras férteis como base da dominação
política.
b) proximidade de áreas populosas como afirmação da superioridade
bélica.
c) submissão à hierarquia e à lei islâmica como controle do poder real.
d) fuga da península arábica como afastamento dos conflitos
sucessórios.
e) ocupação de região fronteiriça como contenção do avanço mongol.
10. Leia o trecho a seguir.
O que diz o primeiro documento escrito da história
Na Antiguidade, acreditava-se que a escrita vinha dos deuses. Os gregos
pensavam tê-la recebido de Prometeus. Os egípcios, de Tot, o deus do
conhecimento. Para os sumérios, a deusa Inanna a havia roubado de
Enki, o deus da sabedoria.
Mas à medida que essa visão perdia crédito, passou-se a investigar o que
levou civilizações antigas a criar a escrita. Motivos religiosos ou
artísticos? Ou teria sido para enviar mensagens a exércitos distantes?
O enigma ficou mais complexo em 1929, após o arqueólogo alemão
Julius Jordan desenterrar uma vasta biblioteca de tábuas de argila com
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figuras abstratas, um tipo de escrita conhecida como "cuneiforme", com
5 mil anos de idade [...].
As tábuas estavam em Uruk, uma cidade [...] das primeiras do mundo -
às margens do rio Eufrates, onde hoje fica o Iraque. Ali, desenvolveu-se
uma escrita que nenhum especialista moderno conseguia decifrar.
Disponível em: ˂http://www.bbc.com/portuguese/geral-39842626˃ Acesso em:
04 set. 2017.
De acordo com o trecho, podemos identificar que o texto está tratando
do modelo de escrita antiga desenvolvido
a) no Egito do período faraônico.
b) na China anterior ao primeiro imperador.
c) em uma das primeiras civilizações da Mesopotâmia.
d) na Anatólia do período bíblico.
e) na Grécia dos tempos homéricos.
11. As 281 leis foram talhadas numa rocha de diorito de cor escura.
Escrita em caracteres cuneiformes, as leis dispõem sobre regras e
punições para eventos da vida cotidiana. Tinha como objetivo principal
unificar o reino através de um código de leis comuns. Para isso, o rei (...)
mandou espalhar cópias deste código em várias regiões do reino.
As leis apresentam punições para o não cumprimento das regras
estabelecidas em várias áreas como, por exemplo, relações familiares,
comércio, construção civil, agricultura, pecuária etc. As punições
ocorriam de acordo com a posição que a pessoa criminosa ocupava na
hierarquia social.
O código é baseado na antiga Lei de Talião, “olho por olho, dente por
dente”. Logo, para cada ato fora da lei haveria uma punição, que
acreditavam ser proporcional ao crime cometido. A pena de morte é a
punição mais comum nas leis do código. Não havia a possibilidade de
desculpas ou de desconhecimento das leis.
(Fonte: www.suapesquisa.com)
Usando seus conhecimentos de História e o texto acima, responda
à questão.
Podemos dizer que o surgimento do primeiro código de leis escritas da
História:
a) Remonta a um período anterior ao surgimento das primeiras
civilizações e primeiros Estados da História.
b) Ocorreu por volta de 10 mil anos atrás, junto com a agricultura e o uso
de metais, durante as chamadas Revoluções do Neolítico.
c) Surgiu, com poucos séculos de diferença, em diferentes civilizações
da América, Europa e Oriente Médio.
d) Ocorreu na Mesopotâmia poucos milênios antes de Cristo.
e) Teve início na República Romana e não se relaciona com o texto acima.
12. O sistema de irrigação egípcio era muito diferente do complexo
sistema mesopotâmico, porque as condições naturais eram muito
diversas nos dois casos. A cheia do Nilo também fertiliza as terras com
aluviões, mas é muito mais regular e favorável em seu processo e em
suas datas do que a do Tigre e Eufrates, além de ser menos destruidora.
CARDOSO, C. F. Sociedades do antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986.
A comparação entre as disposições do recurso natural em questão revela
sua importância para a
a) desagregação das redes comerciais.
b) supressão da mão de obra escrava.
c) expansão da atividade agrícola.
d) multiplicação de religiões monoteístas.
e) fragmentação do poder político.
13. “Após chegarem, descarregam as mercadorias, dispondo-as em
ordem na praia, e depois voltam às suas embarcações e fazem sinais de
fumaça. Os nativos veem a fumaça e, aproximando-se do mar, colocam
ao lado das mercadorias o ouro que oferecem em troca, retirando-se a
seguir. Os fenícios retornam e examinam o que os nativos deixaram. Se
julgarem que a quantidade do ouro corresponde ao valor das
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mercadorias, tomam-no e partem, do contrário regressam aos navios e
aguardam.”
Heródoto. História. Brasília: UnB, 1988, p. 274. Adaptado.
A partir do texto de Heródoto (século V a.C.) e de seus conhecimentos, é
correto afirmar que a atividade dos fenícios
a) dependia do aparato militar que acompanhava os comerciantes e
impedia a realização de saques e ataques de piratas.
b) consistia prioritariamente no comércio, realizado através dos mares e,
especialmente, na região mediterrânica.
c) permitiu o desenvolvimento de poderosa indústria náutica, depois
utilizada para derrotar os romanos nas Guerras Púnicas.
d) contribuiu decisivamente para a vitória de Esparta na Guerra do
Peloponeso, ao garantir o abastecimento da cidade grega.
14.
A imagem mostra uma das faces do Estandarte de Ur, a caixa de
ressonância de uma lira da antiga cidade mesopotâmica de Ur (c. 2600
a.C.), e representa cenas militares. Assinale a alternativa que descreve
CORRETAMENTE a imagem.
a) O domínio de armas de projéteis percebidos pela presença de arcos e
flechas.
b) A misericórdia com os derrotados em batalha que não são
sacrificados nem humilhados.
c) O processo político pacífico que caracterizou o início da Era Imperial
na Baixa Mesopotâmia.
d) Um exército formal, com divisões de infantaria uniformizada e carros
de combate bem equipados, puxados a cavalo.
e) A inexistência de comando militar que seria percebido pela presença
de figuras com tamanho maior que o normal e de símbolos de poder.
15. No século V a.C., Heródoto, historiador grego, afirmou que
“O Egito é uma dádiva do Nilo”.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a principal razão de
se atribuir ao rio Nilo uma importância tão grande para o
desenvolvimento do Egito Antigo.
a) Nos períodos de cheias, as águas desse rio fertilizavam as margens, o
que possibilitou a agricultura.
b) Os faraós construíram barragens para obter eletricidade, aumentando
a produção de itens de exportação.
c) A navegação pelo grande rio permitiu que os egípcios conquistassem
o sul da Europa, formando um grande império.
d) Das margens do rio se retirava o barro com que eram fabricados os
tijolos utilizados na construção das grandes pirâmides.
e) Atravessando a África de norte a sul, o Nilo possibilitou a integração
cultural e econômica da área entre o Saara e o deserto da Namíbia.
16. Atente para o que é dito sobre a religiosidade nas sociedades do
antigo oriente próximo. Em seguida, assinale com V as afirmações
verdadeiras e com F as afirmações falsas.
( ) Entre os persas, desenvolveu-se uma religião dualista, criada por
Zoroastro, em que Aura-Mazda, deus do bem, e Ahriman, deus do mal,
lutavam pelo domínio das ações humanas.
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( ) Os egípcios acreditavam que, após a morte, a alma seria julgada por
Anúbis e iria para o céu ou para o inferno, de acordo com suas ações na
Terra.
( ) O faraó Amenófis IV promoveu uma revolução religiosa no Egito,
estabelecendo o culto a um só deus, Aton, simbolizado pelo disco solar.
( ) A mumificação garantia a preservação do corpo após a morte, para o
eventual retorno da alma após o julgamento no tribunal de Osíris.
( ) Os hebreus evoluíram de um monoteísmo ético para um panteísmo
religioso.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V, V, F, V, F.
b) F, V, F, F, V.
c) V, F, V, V, F.
d) F, F, V, V, V.
17. A civilização egípcia, uma das mais poderosas da Antiguidade,
desenvolveu-se às margens do rio Nilo, no norte da África, a partir do IV
milênio a.C. Graças às periódicas cheias do rio, que fertilizavam suas
margens, e à construção de diques e canais de irrigação, uma forte
agricultura se desenvolveu no Egito Antigo, gerando grande crescimento
populacional que exigia um forte poder político. Sobre sua economia,
política e sociedade, é correto afirmar que
a) a rígida hierarquia da sociedade dificultou a formação de uma classe
mercantil, o que impediu que o comércio conhecesse qualquer
dinamismo.
b) os escravos eram a base da prosperidade da civilização egípcia, sendo
especialmente maltratados e, em gigantesca maioria, eram adquiridos
em entrepostos comerciais do litoral atlântico africano.
c) os escribas, considerados como os olhos e os ouvidos do faraó, eram
sacerdotes oriundos das camadas sociais mais elevadas, recebiam
grandes propriedades e exerciam considerável influência política.
d) o proprietário de todas as terras era o faraó, cabendo ao Estado dirigir
toda a atividade econômica e o fornecimento de alimentos; às
comunidades era relegada apenas a posse e o direito de usufruir da
terra.
e) o sistema econômico era descentralizado e ficava sob
responsabilidade dos governadores provinciais, que remetiam ao faraó
metade da riqueza produzida pelas comunidades de agricultores e
mineradores.
18. Leia atentamente as afirmativas a seguir, sobre os povos do Oriente
Antigo.
I - As primeiras civilizações mesopotâmicas, como as sumérias e
acadianas, ao invés de grandes impérios, formaram um conjunto de
cidades-estado autônomas como as de Asur, Uruk, Akad e Lagash, até a
centralização imposta por Sargão I.
II - Enquanto na Mesopotâmia predominava um teocentrismo baseado na
crença de que os governantes encarnavam o papel de deus-vivo, no Egito
os governantes eram vistos como humanos, mas que representavam a
função de primeiro sacerdote.
III - Os governantes persas tinham o hábito de dividir as províncias
conquistadas em satrápias, entregues a funcionários da mais elevada
confiança destes, o que provou ser eficiente para a administração de um
império de grandes dimensões.
IV - O monoteísmo foi uma criação exclusiva dos hebreus, ideia inédita
até a adoção de uma autoridade divina (Jeová) única a ser reverenciada,
posteriormente copiada pelos egípcios que cultuaram Aton.
Estão corretas apenas
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
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19. [...] a propriedade da terra era monopólio do Estado, restando às longo período de bilinguismo de dois séculos não deixasse marcas no
comunidades locais apenas a posse privada da terra e dos frutos por ela português do Brasil.
produzidos. Aqui, a propriedade era estatal e somente a posse era ELIA, S. Fundamentos Histórico-Linguísticos do Português do Brasil. Rio
privada, mas mesmo assim era uma posse em nível de aldeia comunal, e de Janeiro: Lucerna, 2003 (adaptado).
não propriamente individual. No final do século XVIII, no norte do Egito, foi descoberta a Pedra de
Roseta, que continha um texto escrito em egípcio antigo, uma versão
[...] quem se apropriava do excedente da produção não eram indivíduos desse texto chamada “demótico”, e o mesmo texto escrito em grego.
privados e nem mesmo os agrupamentos locais comunais, mas sim o Até então, a antiga escrita egípcia não estava decifrada. O inglês Thomas
Estado, a unidade superior agregadora e ratificadora do nexo social entre Young estudou o objeto e fez algumas descobertas como, por exemplo,
as várias comunidades aldeãs, espalhadas pela quase infinita vastidão a direção em que a leitura deveria ser feita. Mais tarde, o francês Jean-
do território (Marx. Apud Godelier, 1969: 54). [...] Para Marx, como François Champollion voltou a estudá-la e conseguiu decifrar a antiga
dissemos, o Estado é uma forma de instituição que nasce naturalmente escrita egípcia a partir do grego, provando que, na verdade, o grego era a
das necessidades das comunidades semigregárias, ou recém- língua original do texto e que o egípcio era uma tradução.
assentadas, de organizar as obras de produção e reprodução da vida
material imediata. Com base na leitura dos textos conclui-se, sobre as línguas, que
(ANAIS. 2017). a) cada língua é única e intraduzível.
ANAIS. Disponível em: b) elementos de uma língua são preservados, ainda que não haja mais
<http://www.unicamp.br/cemarx/anais_v_coloquio_arquivos/arquivos/comunicac falantes dessa língua.
oes/gt1/sessao3/Jair_Antunes.pdf>. Acesso em 15 mar. 2017.
c) a língua escrita de determinado grupo desaparece quando a sociedade
que a produzia é extinta.
O modo de produção tem sido utilizado para a melhor compreensão das
d) o egípcio antigo e o grego apresentam a mesma estrutura gramatical,
diversas sociedades humanas, em tempos históricos e espaços
assim como as línguas indígenas brasileiras e o português do Brasil.
distintos.
e) o egípcio e o grego apresentavam letras e palavras similares, o que
Dessa maneira, as características de modo de produção explicitadas no
possibilitou a comparação linguística, o mesmo que aconteceu com as
texto podem ser corretamente identificadas, na história das sociedades,
línguas indígenas brasileiras e o português do Brasil.
a) nas aldeias neolíticas, no processo de formação da gene da sociedade
grega antiga, no qual o Estado era descentralizado e exercido pelas
22. Que característica da civilização fenícia foi herdada por civilizações
cidades-estado.
da Europa Ocidental, como a grega e a romana, e que se destaca ainda
b) no Oriente Próximo antigo, no qual Estado teocrático possibilitava o
hoje como uma das invenções mais importantes para o desenvolvimento
controle estatal sobre a produção.
da cultura humana?
c) na sociedade romana no tempo do Império, momento em que o Estado
a) a invenção da bússola.
autoritário submeteu a população plebeia ao trabalho escravo.
b) o desenvolvimento da escrita alfabética.
d) na sociedade medieval, na qual a população servil camponesa era
c) a criação da pólvora.
submetida ao controle do Estado, através das relações de suserania e
d) a descoberta da fusão de metais, como o ferro.
vassalagem.
e) o desenvolvimento do monoteísmo religioso.
e) no Império Bizantino, no qual o poder autocrático do imperador
impunha uma economia rural e fechada, baseada na troca e de base
23. Entre os povos do oriente médio, os hebreus foram os que mais
camponesa.
influenciaram a cultura da civilização ocidental, uma vez que o
cristianismo é considerado como uma continuação das tradições
20. (...) um dos traços mais visíveis da economia egípcia antiga era, sem
religiosas hebraicas.
dúvida, o estatismo faraônico: a quase totalidade da vida econômica
A partir do texto anterior, assinale a alternativa incorreta:
passava pelo faraó e seus funcionários, ou pelos templos. Estes últimos
a) Originários da Arábia, os hebreus constituíram dois reinos: o de Judá
devem ser considerados parte integrante do Estado, mesmo se, em
e o de Israel na Palestina.
certas ocasiões, houve atritos entre a realeza e a hierarquia sacerdotal
b) As guerras geraram a unidade política dos hebreus. Essa unidade se
(...). As atividades produtivas e comerciais, mesmo quando não
firmou primeiro em torno de juízes e, depois, em volta dos reis.
integravam os numerosos monopólios estatais, eram estritamente
c) Os profetas surgiram na Palestina por volta dos séculos VIII e VII a.C.,
controladas, regulamentadas e taxadas pela burocracia governamental.
quando ocorreu uma onda de protestos dos trabalhadores contra os
(Ciro F. Cardoso. O Egito Antigo, 1982. Adaptado.)
comerciantes.
d) A religião hebraica passou por diversas fases, evoluindo do politeísmo
A partir do texto, conclui-se que, no antigo Egito,
ao monoteísmo difundido pelos profetas.
a) a economia era ineficiente, pois funcionários corruptos exploravam os
e) Os hebreus organizaram-se social e economicamente com base na
camponeses e desviavam os impostos devidos ao Estado.
propriedade da terra, o que deu início à Diáspora.
b) as constantes disputas entre a burocracia estatal e os sacerdotes
levaram à separação entre o poder político e religioso, o que
24. Os gregos produziram uma civilização notável e muitas conquistas
comprometeu o poder do faraó.
dessa civilização ajudaram a formar a sociedade do Ocidente Cristão, da
c) o domínio do poder público sobre a sociedade inibiu o surgimento de
qual somos herdeiros. Relacione corretamente os períodos da história
iniciativas privadas, capazes de racionalizar a produção e evitar o
grega com as respectivas características, numerando a Coluna II de
desperdício.
acordo com a Coluna I.
d) a cobrança de impostos constituía-se na principal atividade do Estado,
que não dispunha de exércitos organizados para enfrentar inimigos
Coluna I
externos.
1. Período pré-helênico
e) a organização da economia garantia ao estado o controle dos
2. Período homérico
excedentes de produção, que se constituíam em importante fator de
3. Período arcaico
poder político.
4. Período clássico
21. Resta saber o que ficou nas línguas indígenas no Português do Brasil.
Coluna II
Serafim da Silva Neto afirma: "No Brasil não há, positivamente, influência
( ) formação da pólis
das línguas africanas ou ameríndias”. Todavia, é difícil de aceitar que um
( ) estabelecimento da democracia
( ) regime gentílico

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( ) governo de reis 25. D

A sequência correta, de cima para baixo, é: 26. B
a) 4, 2, 1, 3.
b) 1, 3, 2, 4.
c) 4, 1, 3, 2.
d) 3, 4, 2, 1.

25. [...] os mestres gregos foram à escola com os egípcios, e todos nós
somos discípulos dos gregos. [...] Embora alguns [dos] templos [gregos]
sejam vastos e imponentes, não atingem as colossais dimensões das
construções egípcias. Sente-se que foram edificadas por seres humanos,
para seres humanos. De fato, não existia um governante divino
imperando sobre os gregos que pudesse forçar – ou tivesse forçado –
todo um povo a trabalhar como escravos para ele. As tribos gregas
tinham-se instalado em várias cidades pequenas e em portos de abrigo
ao longo da costa. Havia muita rivalidade e atritos entre essas
comunidades, mas nenhuma delas conseguiu dominar todas as outras.
(Ernst H. Gombrich. A história da arte, 1993.)
O diálogo intercivilizacional entre o Egito e as cidades-Estado gregas na
Antiguidade foi
a) impossibilitado pelas diferenças profundas de suas atividades
econômicas.
b) estimulado por suas alianças militares contra o Império Persa.
c) interrompido pela oposição da filosofia grega às explicações
religiosas do mundo.
d) condicionado por suas específicas organizações políticas.
e) favorecido pela presença de colônias egípcias nos territórios gregos.

26. É a partir do século VIII a.C. que começamos a entrever, em diferentes

regiões do Mediterrâneo, o progressivo surgimento das cidades-Estados
ou pólis. Elas formaram a organização social e política dominante das
comunidades organizadas ao longo do Mediterrâneo nos séculos
seguintes.
(Norberto Luiz Guarinello, História Antiga, 2013, p. 77. Adaptado)
Nas pólis, é correto
a) assinalar a crescente importância da mulher e da família nos espaços
públicos.
b) reconhecer a presença de espaços públicos, caso da ágora.
c) destacar uma característica: a inexistência de espaços rurais.
d) identificar a acumulação de capital pela ação do Estado.
e) apontar para a sua essência: a organização urbana estruturada para a
guerra.

GABARITO:
1. A
2. A
3. B
4. E
5. B
6. D
7. D
8. C
9. A
10. C
11. D
12. C
13. B
14. D
15. A
16. C
17. D
18. B
19. B
20. E
21. B
22. B
23. E
24. D