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História

I. História Antiga

Com o desenvolvimento da escrita cuneiforme pelo povo sumério, temos a delimitação


que separa Pré-História e História, na data aproximada de 4.000 AC.
A Pré-História é subdividida em Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais (sendo que
cada período possui ainda outras subdivisões mais específicas). Já a História é dividida em Idade
Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
A partir de 4.000 AC, portanto, inicia-se a Idade Antiga, com o desenvolvimento das
grandes civilizações da região da mesopotâmia (palavra que significa “terra entre rios”).
Localizados no Crescente Fértil, os rios Tigre, Eufrates e Nilo foram fundamentais para o
fornecimento de água e terras férteis aos povos que ali se assentaram.

a) Povo Sumério

Situando-se entre os rios Tigre e Eufrates, os povos sumérios se desenvolveram com


mais força a partir de 4.000 AC, quando seu comércio e agricultura demandaram o
armazenamento de informações. Desenvolveram então a escrita cuneiforme, o primeiro
sistema de escrita que temos registro.
Em tábuas feitas de argila, registraram histórias, conjuntos de leis básicas, dados
comerciais, dados astronômicos, entre outros. Também foram responsáveis por popularizar o
uso da roda, da metalurgia, de embarcações a vela e a construírem os Zigurates, pirâmides que
tinham funções religiosas, sendo essas os grandes templos de culto aos deuses annunakis.
Eram, portanto, politeístas.
Viviam em cidades-estados independentes umas das outras, sendo que cada uma era
comandada por um rei. As principais eram Ur, Uruk e Lagash e os reis procuravam manter-se
em harmonia, havendo, também, um conselho coletivo de anciãos.
A partir de 2.800 AC, os sumérios passaram a ser constantemente perseguidos e
invadidos por outros povos, o que levou a sua lenta extinção ao longo dos séculos posteriores.

b) Povo Babilônico

Após a destruição de grande parte dos povos sumérios, comunidades amoritas e


comunidades de acádios acabaram fundindo-se, dando origem ao povo da babilônia por volta
de 2.000 Ac. Essa sociedade cresceu lentamente ao longo dos séculos seguintes, com cunho
politeísta (sendo o deus principal o deus Marduk) e com desenvolvimento de seu caráter
comercial.
Por volta de 1790 aC, um rei chamado Hamurabi assumiu o poder e passou a lançar-se
em campanhas militares visando uma completa unificação territorial da região. Ao completar
sua saga, Hamurabi comandava uma grande extensão de terra, unindo vários povos diferentes
sobre sua bandeira.
Hamurabi foi o responsável por criar o primeiro código completo de leis escritas que
temos registro, unificando o entendimento do que seria aceito e do que não seria aceito no
império. Esse código ficou conhecido como Lei do Talião e tinha como lema a expressão “olho
por olho, dente por dente”.
Com a morte de Hamurabi em 1.686 AC, contudo, a unificação territorial e populacional
se deteriorou, havendo o fim do 1º império da Babilônia.
Por volta do ano de 600 AC, o rei Nabopassalar retomou a antiga luta pela unificação
territorial na Babilônia, entrando em conflito direto e expulsando os Assírios da região. Após sua
morte, seu filho Nabucodonosor II assumiu seu lugar, concluindo a missão de seu pai e dando
início ao 2º império da Babilônia.
Nabucodonosor foi o responsável por pacificar o império, bem como por construir os
famosos jardins suspensos da babilônia como um presente para sua esposa, construções que
fazem parte do rol de maravilhas do mundo antigo. Além disso, é durante seu reinado que se
consolida a ideia da construção da chamada Torre de Babel.
O rei Nabucodonosor também foi responsável por uma série de invasões a outros povos
e conquistas territoriais. Uma das regiões conquistadas foi a região de Canaã, terra do povo
hebreu. Com sua tomada, Canaã foi saqueada, o Templo de Salomão (templo religioso
importante para os hebreus) foi destruído e grupos de hebreus foram deportados a força para
a Babilônia, pela primeira vez em cerca de 598 AC e pela segunda vez em 587 AC. Essa migração
forçada é conhecida como Primeira Diáspora Judaica.
Com a morte de Nabucodonosor, mais uma vez o império enfrentou dificuldades para
se manter estruturado e unificado, tornando-se alvo para conquistadores maiores, como os
Persas. Em 538 Ac, Ciro, rei Persa, consolidou a sua conquista sobre a babilônia e libertou os
judeus aprisionados, que retornaram as suas terras. Tinha fim, nesse momento, o 2º império da
Babilônia.

c) Povo Hebreu

O povo Hebreu se situou na região de Canaã por volta de +- 2.000 Ac, guiados por
Abraão, líder que alegava ter recebido a inspiração de seu Deus para levar seu povo até a “terra
prometida”.
Lá, os hebreus se dedicaram a agricultura, ao comércio de forma livre (visando lucro) e
ao culto monoteísta (a um único Deus), sendo seu livro sagrado a Torá (cujo conteúdo compõe
o atual antigo testamento cristão).
Comumente, os hebreus são conhecidos como judeus, por conta de sua religião judaica.
Por volta de 1.700 AC (período aproximado em que Hamurabi era governador na
Babilônia), a região de Canaã sofreu intensas crises climáticas, o que prejudicou as plantações e
colheitas naquele período. Essa situação os obrigou a migrar para outras regiões.
O Egito, a princípio, se mostrou uma boa localidade para que os hebreus trabalhassem
e morassem ali. Contudo, com a ascensão de novos faraós menos tolerantes (especialmente
com a religião monoteísta judaica), os hebreus passaram a ser vistos como uma ameaça, o que
lentamente desencadeou um processo de escravização dos mesmos.
Estima-se que grande parte do povo Hebreu ficou aprisionada no Egito por cerca de 400
anos, sendo finalmente libertada por Moisés, um hebreu influente que conseguiu a negociação
da libertação de seu povo. Ao retornarem as terras de Canaã, a população precisou lutar para
retomar seus domínios, aquela altura tomada por outros povos.
Os hebreus retomaram lentamente partes de suas terras, retomando também o
comércio e a prática monoteísta, inclusive com a finalização da construção do Templo de
Salomão, importante templo judeu.
Contudo, em meados de 598 aC, durante as conquistas territoriais movidas pelo rei
babilônio Nabucodonosor II, os hebreus se viram mais uma vez cercados por um forte inimigo,
que acabou invadindo suas terras e subjugando seu povo. Levados como escravos para a
Babilônia em duas grandes levas, os hebreus passaram pelo que é conhecido como Primeira
Diáspora Judaica.
Com a morte de Nabucodonosor e a invasão de Ciro, rei dos Persas, os hebreus se viram
libertados em meados de 538 Ac. Ao retornarem a sua região, entretanto, os hebreus se
encontraram rodeados por novos povos que ali se assentaram, passando a ter que disputar o
território novamente. Conseguiram em partes, firmando-se em suas terras até a época do
império romano, quando novamente enfrentariam disputas por seus territórios.

d) Povo Assírio

Os Assírios foram um povo extremamente bélico que habitou a região da Mesopotâmia,


construindo um grande império a partir de suas cidades mais importantes, Assur e Nínive. Seu
domínio estendeu-se aproximadamente entre os anos de 1.300 aC e 612 aC e se consolidou a
partir de táticas de guerra sangrentas e violentas junto a seus inimigos.
A sociedade assíria se organizava principalmente a partir do militarismo, sendo o
primeiro povo a possuir um exército profissional no período, munido de armas de ferro bem
desenvolvidas, arqueiros e infantaria. A própria elite da sociedade era composta por guerreiros
que se destacavam nas guerras.
Tal organização, contudo, não permitia um grande desenvolvimento administrativo ou
comercial, o que fazia com que a sociedade assíria tivesse constantes problemas de organização
interna. Essa falta de organização administrativa lentamente levou a crises e conflitos por poder
que enfraqueceram a unidade do império, levando a sua destruição pelos babilônios na época
do rei Nabucodonosor II.

e) Povo Fenício

Os Fenícios foram um povo que, diferentemente dos demais, não se assentou ao redor
dos rios Nilo, Tigre e Eufrates, mas as margens do Mar Mediterrâneo, por volta de 2000 aC.
Nesse sentido, necessitaram precocemente investigar melhor o mar, buscando alternativas para
comercialização, tráfego e até mesmo para estruturação interna de sua sociedade.
Por serem um dos poucos povos diretamente ligados ao mar, os Fenícios se destacaram
na produção de adornos e utensílios advindos de moluscos e conchas, o que tinha alto valor
estético e comercial na época. Ademais, esse povo descobriu uma forma de se extrair uma
espécie de corante púrpura (próximo a cor roxa) do múrex, um tipo de molusco marítimo. Com
o corante passou a ser possível tingir roupas, inaugurando –se aí uma nova visão de consumo e
de moda na antiguidade.
A estrutura social se organizava em forma de Talassocracia, ou seja, comandavam os
altos cargos da comunidade apenas aqueles que estivessem ligados a atividades marítimas.
As atividades comerciais de fato se tornaram tão intensas, que os Fenícios necessitaram
alterar as estruturas de seu próprio alfabeto, incluindo novas letras capazes de aumentarem as
possibilidades de marcação escrita de ideias, tratados e dados matemáticos. Portanto, foram
eles os responsáveis por inserirem, no alfabeto padrão, as vogais, aperfeiçoando a ideia de um
alfabeto fonético.
Os fenícios prosperaram na região, intensificando seu comércio e se tornando
referência em assuntos marítimos até meados de 260 depois de cristo, quando entraram em
conflito direto com os romanos, o que acabou levando a destruição de seus domínios.

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