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HISTÓRIA
HEBREUS, FENICIOS E PERSAS
Os hebreus eram um povo da Antiguidade que, segundo a narrativa bíblica, teria suas origens na
Mesopotâmia. Os hebreus migraram para Canaã, supostamente por um chamado de Deus, e depois de
um tempo no Egito teriam penetrado lentamente na região. A história hebraica é dividida em três fases:
dos patriarcas, dos juízes e dos reis. Por volta do século I d.C., começaram a fugir de sua terra por
causa da perseguição dos romanos.
● Os hebreus e a Bíblia
O relato bíblico conta que os hebreus surgiram do patriarca Abraão. Por volta do século XX a.C.,
Abraão vivia na cidade de Ur, na Mesopotâmia. Ele, que era um pastor seminômade, teria
supostamente recebido uma profecia de Deus (Javé, para os hebreus), prometendo-lhe uma terra e
uma grande descendência se ele largasse a Mesopotâmia e adorasse a esse único Deus.
Abraão teria seguido esse chamado e partido na migração que o levou à região de Canaã, atualmente
chamada de Palestina. Nessa localidade, os hebreus fixaram-se na região do Vale do Rio Jordão,
marcado por possuir terras mais férteis. Mesmo na nova terra, o estilo de vida dos hebreus era
baseado no seminomadismo. Essa fase da história hebraica é conhecida como a fase dos patriarcas.
Acredita-se que a sobrevivência dos hebreus vinha da criação de animais e também do cultivo agrícola.
O cultivo de animais era muito comum entre as tribos hebraicas que habitavam regiões mais
desérticas, enquanto que, na agricultura, o arado e métodos de irrigação já eram utilizados para
melhorar a produtividade do solo.
● Escravidão no Egito
Após esse período em Canaã, a narrativa conta que os hebreus decidiram migrar-se para o Egito. Isso
pode ter acontecido por volta de 1700 a.C. e foi motivado pela escassez de alimentos em toda Canaã.
O Egito, por sua vez, era uma terra fértil, por conta do rio Nilo, e por isso não enfrentava escassez de
alimentos.
Existe divergência sobre se a migração dos hebreus ao Egito teria sido aderida por todas as tribos ou
se apenas uma parte das tribos mudou-se para lá. De toda forma, a chegada dos hebreus ao Egito
coincidiu com o período em que os hicsos, povo de origem semita (assim como os hebreus),
dominavam a região.
Os hebreus teriam se aproveitado do domínio hicso, estabelecendo-se lá pacificamente e ocupando
posições importantes na região. A colaboração hebraica com os hicsos acabou custando caro, e os
hebreus passaram a ser escravizados depois que os egípcios expulsaram os hicsos. A libertação dos
hebreus teria ocorrido, por volta de 1300 a.C., por Moisés.
● Conquista de Canaã
A migração dos hebreus do Egito de volta para Canaã ficou conhecida como Êxodo, e alguns
historiadores alegam que não existem evidências que sustentam que um grande número de pessoas
tenham feito essa migração simultaneamente. Assim, muito provavelmente, a história do Êxodo tem um
fundo histórico real, mas mitificado na posteridade.
Quando os hebreus chegaram a Canaã, encontraram a terra povoada pelos cananeus (povos
originários da região) e filisteus. A narrativa bíblica conta que a região teria sido conquistada em uma
campanha militar feita sob a liderança de Josué. Nessa campanha, a região seria integralmente
conquistada, e cada tribo de Israel ocuparia uma parte distinta.
No entanto, o escritor André Chouraqui sugere que essa conquista de Canaã provavelmente foi muito
mais lenta e que teria sido feita por uma lenta penetração das tribos israelitas na região. Ele sugere
também que a domesticação do camelo e o domínio da metalurgia foram fundamentais para os
hebreus, pois permitiram-lhes morar em regiões com menor presença de cananeus e, com base
nesses locais, expandir-se por Canaã.
A historiadora Karen Armstrong também aponta que não existem indícios que sustentam uma grande
invasão estrangeira a Canaã no período e que, mesmo fixando-se nessa região, as “conquistas” dos
hebreus não teriam sido plenas: as grandes cidades de Canaã não tinham sido conquistadas e os
filisteus não tinham sido expulsos.
Nesse período, a grande autoridade entre os hebreus era o juiz, um chefe militar que era escolhido em
cada uma das tribos hebraicas. O último juiz hebreu, Samuel, foi o responsável por inaugurar a
monarquia hebraica com a coroação de Saul.
● Reino de Israel
A coroação de Saul teria acontecido no final do século XI a.C. Ele foi responsável por centralizar o
poder do Reino de Israel e liderar a guerra contra os filisteus pelo controle de Canaã. Saul foi
responsável por importantes conquistas territoriais, e, depois de sua morte, Davi tornou-se rei. A
transformação de Davi em rei de Israel passou ainda por alguns anos de conflito com Isboset, filho de
Saul.
Davi foi o responsável por liderar a conquista da cidade de Jebus, encravada no território de seu reino
e habitada pelos jebuseus. A conquista de Jebus, renomeada de Ir Davi, aconteceu por volta de 1000
a.C. e foi um dos grandes marcos de seu reinado. A cidade foi transformada em capital das terras
hebraicas, sendo conhecida atualmente como Jerusalém.
Um dos grandes feitos da história hebraica foi a construção do Templo de Jerusalém, conhecido
também como Templo de Salomão por ter sido construído durante o reinado de Salomão. O reinado de
Salomão foi entendido como um momento de prosperidade, e o Reino de Israel teve um exército
fortalecido e um comércio pujante. O período desses três reis é conhecido como período monárquico
da história hebraica.
Os fenícios conviveram e comerciaram com vários povos. Tiveram como vizinhos os hebreus que
também viviam na região onde está o atual Estado de Israel.
Com os persas, além do comércio, os fenícios ainda tiveram que enfrentá-los como inimigos devido à
expansão do Império Persa.
Religião
A religião da Fenícia era o Politeísmo onde praticavam rituais de sacrifício de animais.
Os fenícios cultuavam, principalmente, três deuses, que são conhecidos por nomes diferentes:
El - era o deus máximo – aquele que havia criado o mundo, mas não necessariamente os deuses.
Nada acontecia sem seu consentimento e por isso, ele sabe de tudo. El é representado como um
homem velho, sentado no alto da montanha, distante da humanidade. Para alcançar suas graças, os
fiéis devem se dirigir a sua esposa, Astarte.
Asherah - esposa de El – deusa-mãe, do mar, dos rebanhos e das colheitas. Um dos seus símbolos é
a palmeira, árvore que se destaca no deserto por sua resistência, assim como ela se destaca entre os
deuses.
Baal - filho de El e Astarte – era o deus das tempestades e montanhas, encarregado da fertilidade. É
conhecido por vários títulos como Cavaleiro das nuvens ou Mestre das Terras, um guerreiro que
combate as forças da morte. Como filho de El também atua como regente na ausência do pai.
Economia
Política
É importante ressaltar que nunca houve um país unificado chamado “Fenícia” tal como entendemos
hoje.
A Fenícia era formada por várias cidades-estados, tais como Arad, Biblos, Tiro, Sídon e Ugarit. Cada
uma dessas cidades era governada de forma independente que tanto podiam ser aliadas como
guerrear entre si.
O poder político se baseava nas rotas marítimas e estava nas mãos dos homens que dominavam o
mar, constituindo a Talassocracia.
Esta palavra vem do grego e significa “thálassa”- mar e “kratía”- força, poder.
Cultura
A cultura fenícia recebeu influências dos povos que eles comercializavam a ponto de muitos estudiosos
identificarem poucos elementos originais.
No entanto, destacaram-se na cunhagem de moedas e imprimiram ali os desenhos de seus barcos e
mitos.
Utilizavam a música e a dança para louvar os deuses em rituais realizados no campo ou no centro das
cidades.
Alfabeto
A maior herança dos fenícios que chegou aos nossos dias é o alfabeto.
Ao contrário de outros povos como os egípcios ou os babilônicos que elaboraram uma escrita baseada
em símbolos, o alfabeto fenício representava os fonemas. Este alfabeto seria a origem da escrita
ocidental. Possuía 22 consoantes e, posteriormente, os gregos acrescentariam as vogais.
Foi criado com o objetivo de facilitar as relações comerciais.
PERSAS
Depois de já edificado os alicerces do Império Persa, Dário I assumiu e governou com ainda mais
riquezas e vitórias territoriais. Seu governo durou de 549 a 485 a.C e foi marcado por muitas
realizações políticas e administrativas, sendo reconhecido como grande guerreiro persa.
Uma das formas de manutenção das riquezas era com a arrecadação de impostos dos povos
dominados, e para otimizar essa tarefa em toda parte do vasto domínio persa, Dário I os dividiu em
vinte unidades territoriais menores chamadas de satrapias. Em cada satrapias foi designado um
governador local que era chamado de sátrapa.
Os sátrapas eram incumbidos de fiscalizar e arrecadar os impostos e auxiliar no crescimento da
economia local. Juntamente com os sátrapas existiam homens de confiança do rei que faziam todos os
relatos ao governo persa. Por isso, eles eram chamados de “olhos e ouvidos do rei”.
A hegemonia do Império foi concretizada com as construções de estradas. Uma das principais foi a
estrada real persa que auxiliou o desenvolvimento da economia e serviu de passagem para os
soldados do exército e dos funcionários dos correios.
A civilização persa tornou-se exuberante também pelas construções de palácios, monumentos e o
crescimento das cidades.
Sociedade persa
Na sociedade persa não existia a possibilidade de mobilidade social, ou seja, da pessoa mudar seu
status social com o fruto de seu trabalho. Se um persa nascesse em uma família pobre morreria nessa
estratificação social. Da mesma forma que aqueles nascidos em famílias mais abastardas permanecem
ricos.
Dessa forma, a sociedade civil persa era chamada de estamental e rígida. Somente em determinadas
situações peculiares essa tradição social era quebrada. A coluna principal do império eram os soldados
persas. Eles tinham muito valor dentro da sociedade porque eram os responsáveis pela organização
dos diferentes povos, e da proteção das fronteiras.
Os soldados eram homens que tinham treinamento militar intenso, boa remuneração, e temidos pela
população. O recrutamento ocorria com homens de várias partes do domínio persa. No auge do
Império, o exército alcançou aproximadamente 300 mil soldados.