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“E, levantando-se dali, foi para os territórios de Tiro e de Sidom.

E, entrando numa casa,


queria que ninguém o soubesse, mas não pôde esconder-se, porque uma mulher cuja filha
tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus pés. E a mulher era
grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio. Mas
Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos
e lança-los aos cachorrinhos. Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também
os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. Então, ela disse-lhe: Por
essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E, indo ela para sua casa, achou a filha
deitada sobre a cama, pois o demônio já tinha saído.” (Marcos 7.24-30)
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uma pregação do início ao fim?
Jesus não pode esconder-se (v. 24)
Jesus passou a maior parte do último ano do seu ministério público, em território
dos gentios; na Fenícia, em Decápolis e na Peréia.

Mas seu fruto ali era tão grande como fora na Galileia. Sua fama o precedera e
apesar de entrar ocultamente não podia esconder-se.

Talvez devido à crescente oposição religiosa e política ou mais provavelmente por


causa de um desejo de repouso e privacidade, Jesus foi para os territórios
(regiões) de Tiro e de Sidom.

Tiro estava localizada a cerca de 80 km ao noroeste do lago da Galileia, no litoral


do Mar Mediterrâneo, no território do Líbano moderno. Apesar de muitos judeus
residirem ali, o povo de Tiro não era, em geral, amistoso para com os judeus.

Tanto Tiro como Sidom possuíam baías naturais, o que fazia com que suas
posições se assemelhassem a fortalezas.

A Fenícia, que quase circundava todo o norte da Galileia, fazia parte da Síria. Por
causa dessa proximidade era muito natural que um viajante da Galileia
atravessasse o território de Tiro.

Más mesmo se retirando, Jesus não conseguia ocultar-se. Pode-se colocar uma
vela debaixo dum alqueire, mas não o sol.

Enchia-se toda a casa, onde Jesus estava. Assim foi também ali, não sabemos
quem era o dono daquela casa, talvez um amigo dEle. De alguma forma a mulher
siro-fenícia ficou sabendo onde ele estava.

Aonde a fonte da água chega, certamente, aqueles que tem sede vão até Ele.
Assim foi, a mulher assim que tomou conhecimento sobre sua estadia, foi atrás.
Quando chegou, Jesus não estava mais na casa e sim andando pela
região (Mateus 15.23). Quase não consegue alcançar o Mestre a tempo.
Imagine comigo as barreiras que ela teve renunciar dentro de si, no momento que
escolheu ir atrás do seu milagre.

Ela por sua vez siro-fenícia de nascimento, e grega, culturalmente falando ela não
tem direito às promessas que Deus fizera a Israel.

Além de não ser israelita, segundo os rabinos ela teve o infortúnio de ser uma
mulher. O que uma pessoa duplamente desqualificada como ela poderia esperar?

Mesmo assim, tomou uma atitude de fé e foi até Jesus. Assim devemos ser cada
um de nós também, não importa se a circunstância tem nos dito ao contrário do
que queremos, se renunciarmos a visão do mundo e aceitarmos a visão celestial
nas nossas vidas, certamente vamos viver maravilhas.

Lançou-se aos pés de Jesus e rogava (v. 25-26)


Quando aquela mulher alcança Cristo, tão rapidamente lança-se aos pés e
começa a rogar por um pedido particular.

Tinha uma filha possuída por um espírito imundo, e queria que fosse liberta sua
menina daquela opressão. O relato de Mateus (15.21- 28), assim como o uso do
verbo rogar no tempo imperfeito, indica que sua súplica deve ter persistido durante
algum tempo.
O pensamento dela certamente foi coerente com o tamanho da sua fé, quando se
lança aos pés e começa a rogar, imaginava que tão somente Aquele que estava
adiante podia ajudar a inverter sua situação.

Não demonstrou confiança em outra coisa, ou até mesmo, em médicos naquele


momento, más foi atrás do Médico dos médicos.

A palavra rogar pode ser definida também como “pedir com insistência”, ela sabia
o que queria então pediu com insistência, eu não sei o conhecimento dessa
mulher, mas, certamente ela sabia que Jesus procurava adoradores e não adoração.
Você e eu, sabe o que aprendemos? Ela podia ter desistido por ser mulher e ainda
gentia, más mesmo assim se rendeu, buscando de todo o coração aquele seu
desejo.

Nós também devemos ser assim, buscar a Deus naquilo que precisamos de todas
as nossas forças. Constantemente escuto pessoas se queixando sobre algo de
sua vida, eu mesmo já falhei bastante nisso, contudo, será que estamos buscando
ao Pai naquilo que tanto reclamamos?

Sua oração naquele momento era explícita, pediu definitivamente, em contraste a


muitas orações indefinidas que Deus “abençoe” a fulano e sicrano, ou, isto e
aquilo.
Temos que demonstrar convicção no que pedimos, ter certeza do que queremos.
Se tiver falta de fé em nós (indecisão), dificilmente alcançaremos o coração do
Cordeiro.

Podemos ser fracos e pecadores, más o pedido de um Filho a bíblia nos diz que
Deus não rejeita, pois Ele sabe o que precisamos e somente nos dá coisas
boas (Mateus 7.11).
Não perca sua esperança, está diante de algo que parece impossível aos seus
olhos? Coloque na oração e roga para um Sumo Sacerdote que não existe nada
impossível á Ele (Lucas 1.37).
Lembre-se de Bartimeu, que mesmo diante da multidão que tentava o calar, ele não
desistiu e graças a misericórdia de Deus, conseguiu seu milagre (esta passagem é
simplesmente linda!)
Irmão (a), sabe o que é comovente? Ela não se importou com quem estava ao
redor, possivelmente, tinha pessoas pela redondeza que conhecia, mas de forma
alguma deixou-se ser abalada por isso, tinha convicção do que estava pedindo, e
também para Quem estava pedindo. Não teve vergonha nessa hora.

Não precisamos ter vergonha das pessoas e situações, pois as vezes, pode nos
impedir de conseguir aquilo que pedimos a Deus. Se você pode chorar, chora; se
adorar, adora; se prostrar-se, assim faça. Perder a oportunidade por vergonha?
você é filho dEle também, o véu foi rasgado, tem liberdade para achegar-se diante
do Pai.

Os que desejam receber de Cristo têm de prostrar-se aos pés; devem humilhar-se
e submeter a Ele tudo.

Lembre-mos, contudo, que é vão prostrarmo-nos em corpo sem nos prostrar-mos


em espírito (João 4.24). A adoração deve ser verdadeira e não legalista (entenda a
diferença nesse estudo).
O silêncio de Jesus e a oposição dos discípulos
A Bíblia cita algo um tanto quanto interessante no primeiro momento do clamor
daquela mulher, em Mateus 15.23, diz:
“Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-
lhe, dizendo: Despe-a, que vem gritando atrás de nós.” (Mateus 15.23)
O silêncio de Jesus para aquela situação foi crucial, devemos encarar essa atitude
dele, como sendo uma prova de fé para aquela mulher.

Seria fácil demais se tudo aquilo que pedimos em poucos segundos já tivéssemos,
más existe situações que Deus se coloca em silêncio, justamente, para provar a
nossa fé.

Temos alguns costumes de não valorizar aquilo que vem fácil, talvez, Deus
sabendo disso, espera o momento ideal para lhe proporcionar o que tanto pede.

Não se preocupe se tem clamado com intensidade e, aparentemente pensa que


não tem sido escutado(a), aquela mulher teve motivos para pensar isso,
entretanto, não desistiu de perseverar no clamor que fazia, com fé que o Mestre
escutava ela.

O paralítico na tanque de Bestesda, também enfrentou um silêncio de Deus por mais


de 38, mesmo assim não desistiu!
Me lembro quando era mais novo, queria receber o dom de falar em outras
línguas. Entrei em momento de orações grandiosos, queria a qualquer custo, foi
algo que demorou para ocorrer em minha vida, más depois de um certo tempo
ocorreu.

Analisando essa situação percebo, essa busca pelo dom, trouxe diversos
ensinamentos sobre como orar e também meditar na palavra, juntando com o
jejum.

Graças a Deus por não ter conseguido no momento que pedi, pois só o tempo traz
lições importantíssimas que utilizo até os atuais dias.

Assim pode também acontecer na sua vida, aquilo que parece demorar hoje, é
uma lição ao amanhã que está porvir. Pense ainda, que os próprios discípulos de
Jesus, “pediram” ao Mestre que rejeitasse aquela mulher despedindo-a.

As vezes quem está dentro do corpo de Cristo ou, se diz estar no corpo, não
consegue reconhecer a necessidade individual de cada um, e começa a hesitar (é
por isso que a unidade na igreja de Cristo é fundamental).
Porém, o mesmo que seu irmão passa de lutas pode não ser aquilo que você está
passando, por isso, não devemos ser contrários, e sim ajudar uns aos outros em
amor.

Jesus veio a casa de Israel e a fé da mulher


Os últimos acontecimentos dessa passagem que iremos analisar são cativantes e
cruciais, veja:

“Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos
filhos e lança-los aos cachorrinhos. Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas
também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. Então, ele disse-
lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E, indo ela para sua casa, achou
a filha deitada sobre a cama, pois o demônio já tinha saído.” (Marcos 7.27-30)
A resposta de Jesus desperta alguma reflexão. Deixa primeiro saciar os filhos,
porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos (27).

O termo filhos está se referindo, naturalmente, a Israel (Isaías 1.2) e a expressão


cachorrinhos representa os gentios.
Isso parece ser uma resposta um pouco ríspida, porém vários fatores servem para
abrandar essas palavras.
Jesus estava no território dos gentios e sentia o custo de desenvolver a sua
missão fora da terra de Israel. No plano divino, o Servo Sofredor deveria ir até as
“tribos de Jacó” antes de se tornar a “luz dos gentios” (Isaías 49.6).
O evangelho deveria ser pregado primeiro aos judeus e depois aos
gregos (Romanos 1.16; cf. 15.8-9). Jesus não podia se afastar do caminho que
levava a Jerusalém e à cruz.
Essa aparente rispidez foi amenizada pelo fato de Jesus ter-se referido, não aos
cachorros carniceiros e violentos das ruas, mas aos cachorrinhos das casas
(kunarioi), provavelmente aos bichinhos de estimação das crianças. Esses podiam
comer debaixo da mesa (v. 28), especialmente se recebessem as migalhas que os
filhos lhes jogavam às escondidas.

“Um quadro gracioso. Cachorrinhos, pequenas lascas de pão e criancinhas.”

A persistência, fé e perspicácia da mulher abriram caminho em meio as


dificuldades. Concordando que os filhos devem receber primeiro (v. 27) e
aceitando a implicação de que os gentios eram uma espécie de cães, ela pediu,
buscou e bateu (Lucas 19.9-10) até que o seu pedido foi atendido.
A mulher prontamente entende a parábola de Jesus e responde com sua própria
versão.

Embora reconheça a primazia de Israel, ela crê que a concessão ao seu pedido
não privará os filhos de comerem o que quiserem. A graça de Deus é mais do que
suficiente para atender as suas necessidades e as dos outros. Ela se satisfará com
as “migalhas”.

Como diz Joachim Jeremias, “a fé da mulher gentia não consiste no fato de que
ela dá a Jesus uma resposta rápida, mas no fato de que com seu “Sim Senhor;
mas” ela o reconhece como o doador do pão da vida (v. 28). Ela “declara-se
satisfeita com uma migalha daquilo que está destinado a Israel”.

E por isso Jesus lhe disse: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E,
indo ela para sua casa, achou a filha (29-30) completamente sã.

Um comentário de Orlando Boyer (mais informações nas notas no final da página),


sobre os montes que essa mulher venceu é gracioso:

1) O primeiro “monte” foi a doença de sua filinha, que estava “horrivelmente


endemoninhada”, Mateus 15.22. O estado da menina era tal que a mãe “clamava”
na angústia, Mateus 15.22.
2) A oposição dos discípulos. E “os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe:
Despede-a, pois vem chorando atrás de nós” Mateus 15.23. Estranho como pareça,
para chega à presença de Jesus, tem-se de enfrentar o grande “monte” da
oposição de seus discípulos. Os filhos de Deus, muitas vezes, escandalizam-se
com o clamor (Mateus 15.22) e as lágrimas (Mateus 15.23) dos verdadeiros
contritos.
3) O “monte” da sua nacionalidade. A mulher era gentia “separada da comunidade
de Israel”. Antes de chegar a Jesus tinha de vencer os seguintes obstáculos:
 O “monte” do silêncio de Jesus, Mateus 15.23. Como nos oprime o espírito
quando Deus não nos responde! Inumeráveis santos conheciam o que a siro-
fenícia experimentou quando “Ele, porém, não lhe respondeu palavra”.
 As Palavras de Jesus, que pareciam duras e contra seu pedido. No início,
Jesus, não podia socorrer a mulher; não foi enviado senão às ovelhas perdidas
de Israel (Mateus 15.24) e ela era cananeia. Sua fé a levou, não somente a
persistir em suplicar, más em adorar. Não sabemos o que foi, mas logo algo
aconteceu no céu, e Jesus se achou livre para conceder-lhe o pedido. Quantas
vezes recebemos somente quando abrimos nosso coração endurecido para
render-lhe o verdadeiro louvor devido ao seu bendito nome.
Conclusão
Um quadro difícil aquela mulher teve de enfrentar por causa de seu milagre, mas,
devemos ser iguais a ela.

Sabendo que Cristo está escutando nosso clamor, não desista no primeiro monte
que encontrar. Conseguimos perceber que ela não fez isso, más passando por
cima deles chamou a atenção do Mestre.

Existem situações em nossas vidas que vamos ter que se prostrar aos pés dEle e
começar a rogar, más são essas que nos dão prazeres espirituais. Adquirimos
intimidades em momentos de angustia, quando partilhamos nossas situações com
Jesus, assim como vimos, não fique preocupado se aparentemente Ele não está
respondendo.

A solução pode não chegar agora, mas, tenha certeza que Jesus está te
escutando.

A Bíblia nos revela que o Espírito Santo intercede por nós (Romanos 8.26), por isso,
existe alguém que no momento da sua angustia, Ele intercede por vocês. Amados,
não sei qual é sua prova, nem se quer tenho a solução dela, más permita-me
dizer-lhe: Deus sabe, e quando você menos esperar, verá o mover dEle!
Não se preocupe com a oposição, pode ser uma pessoa ou situação em sua vida.
Deus é aquele que está do seu lado sem olhar circunstâncias, não existe barreira e
muito menos oposição para aquele que é Criador (Gênesis 1.1).
Se você recebe esse estudo com algo de Deus, não esqueça de compartilhar
também essa palavra com pessoas que estejam passando por situações similares,
seja um canal de benção na vida das pessoas.

A Mulher Cananeia | A Mulher


Siro-Fenícia | Estudo Bíblico
A história sobre a mulher Cananeia é uma lição de persistência, humildade, e
de fé. Como é lindo ver o amor de uma mãe obstinada, que luta com Deus pela
cura de sua filha. A mulher Cananeia lutou como Jacó, insistiu e “venceu” Deus.
Nós podemos encontrar essa magnífica passagem, no Evangelho de Marcos
7:24-30 (contada em sete versículos) e Mateus 15:21-28 (contada também em
sete versículos).
Jesus estava na região de Tiro e Sidom, que estava localizada na antiga Fenícia,
um país que atualmente constitui o Líbano. Na época do Império Romano, o
Líbano formava juntamente com a Síria (Damasco e Palmira) a província
da Siro-fenícia.
Jesus estava tentando ficar oculto, sem ser encontrado por ninguém, por
causa da perseguição dos ultra-ortodoxos da seita dos Fariseus. O Mestre
estava agindo na semelhança do Profeta Elias, que também foi para Sidom,
para escapar da perseguição do rei de Israel, o rei Acabe.
Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei
ali a uma mulher viúva que te sustente.
1 Reis 17:9

Quem era a mulher Cananeia?


A mulher Cananeia pertencia à descendência do povo Cananeu que habitou
por muitos séculos a região chamada de terra de Canaã. Quando os Hebreus
voltaram do Egito e conquistaram Canaã com Josué, os Cananeus ficaram mais
ao norte, onde o Líbano está localizado.
O Evangelho de Mateus, em Hebraico, a chama de ‫כנענית‬ “canaanita”. O
Evangelho de Marcos relata que ela era Grega e Siro-fenícia de nação.
Isso porque a Síria e a Fenícia, antes de serem controladas pelos Romanos,
estiveram nas mãos dos Gregos, durante o Império do Grego/Macedônio
Alexandre, chamado “o grande”.
A mulher Cananeia tinha uma descendência que vinha de muitos povos. Essas
nações causaram muito sofrimento ao povo de Israel no passado,
principalmente os Cananeus.
Ouvindo o cananeu, rei de Arade, que habitava para o lado sul, que Israel
vinha pelo caminho dos espias, pelejou contra Israel, e dele levou alguns
prisioneiros.
Números 21:1
Por ter origem nessas várias nações, a mulher Cananeia se torna uma alegoria,
ela representa as nações, e essa passagem é um exemplo firme da salvação
que seria estendida aos Gentios, às nações de toda a terra.

A mulher Cananeia Clamou


E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou,
dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está
miseravelmente endemoninhada.
Mateus 15:22
O texto de Mateus inicia a história da mulher siro-fenícia, registrando que ela
“clamou”. O fato é que Jesus não queria ser encontrado naquele dia.
O Mestre tinha a intenção de ficar distante de Suas atividades ministeriais, ao
menos por um tempo, conforme lemos no livro de Marcos.
E, entrando numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pôde
esconder-se;
Marcos 7:24
Mas algo acontece que faz com que Ele retorne imediatamente à Sua missão
salvadora. E tudo é reiniciado por um clamor. O texto de Mateus em Hebraico,
usa o verbo ‫“לִ צְעֹוק‬lits’oq” (lê-se litis-ôk), que significa “chorar“.
É um tipo de clamor intenso, que envolve “levantar a voz”, com choro! Era o
reflexo da dor de uma mãe, ao ver a sua filha amada, atormentada, vivendo
em uma prisão espiritual. O cego Bartimeu usou esta mesma expressão para
clamar a Jesus.

Quando Deus não responde


A narrativa prossegue, e Mateus nos informa que Jesus não deu resposta
alguma para aquela mãe aflita.

Mas ele não lhe respondeu palavra…


Mateus 15:23
E esse silêncio de Jesus se constitui no paradigma do silêncio divino. E
realmente, há momentos que os céus parecem se fechar. Há situações
difíceis que passamos, e nós oramos, clamamos, porém surpreendentemente
não há resposta – há um silêncio.
Isso me faz lembrar a provação de Abraão, quando o Eterno mandou que
sacrificasse o seu filho Isaque. Abraão depois da ordem recebida, “entrou no
silêncio divino”, onde nada parecia fazer muita lógica.
Mas ele sabia que estava no “mundo
de ‫ניסיון‬ nissayon (provação em Hebraico)”, onde a resposta divina parece
estar tão longe…
Esse é um dos significados das palavras do Gênesis 22:4:

Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe.


Gênesis 22:4
Abraão viu o local em que terminaria o seu teste, porém o viu “de longe”. É por
isso que Jesus na oração do pai nosso nos ensinou a pedir:
‫ ואל תביאנו לידי ניסיון‬veal tivienu liydey nissayon – E não nos deixe nas mãos
da provação.
Mas a mulher Cananeia estava na sua nissayon, no meio do silêncio da
provação. Será que ela passou no teste de Jesus?
Salva-me
Jesus não respondeu. Mas ela não desistiu, e passou a seguir ao Mestre com
seus discípulos. Quando lemos esse verso, temos a impressão de que ela os
seguia e clamava, e não foi algo de curta duração.
Certamente a mulher Cananeia os perseguiu por bastante tempo, ao ponto
dos próprios Apóstolos pedirem que Jesus a mandasse embora:
E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a,
que vem gritando atrás de nós.
Mateus 15:23
Até aquele momento, a mulher Siro-fenícia continuava no silêncio. Mas ela
sabiamente conseguiu quebrar o silêncio divino, quando usou uma
palavra que simbolizava toda a vida e a obra de Jesus.
E, como falamos no início desse estudo bíblico, essa história está organizada
em sete versos, que quase formam uma estrutura quiástica. É quase
um quiasmo, uma estrutura poética, onde o tema central está localizado
exatamente no centro do quiasmo.
Vamos tentar reproduzir este quiasmo com a tradução em Português:

[1] E eis que uma mulher Cananeia, que saíra daquelas cercanias, clamou,
dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está
miseravelmente endemoninhada.
[2] Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé
dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós.
[3] E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da
casa de Israel.
[4] —> tema central —> Então chegou ela, e adorou-o, dizendo:
Senhor, socorre-me! <—- centro do quiasmo
[5] Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-
lo aos cachorrinhos.
[6] E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das
migalhas que caem da mesa dos seus senhores.
[7] Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso
feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.
Mateus 15:22-28

Veja que encontramos o centro do quiasmo, no verso que numeramos [4], pois
temos três versos anteriores a este [1,2,3], e temos mais três versos depois
deste [5,6,7].

E repare que no verso central, fiz questão de sublinhar a palavra  socorre-me .


Ocorre que essa palavra, no original em Hebraico, corresponde ao
termo ‫הושיעני‬ “hoshiany”, que significa “salva-me“. Esta história trata-
se salvação!
O próprio nome de Jesus em Hebraico é ‫ישוע‬ Yeshua, que vem da mesma raiz,
do verbo ‫להושיע‬ “lehoshia”, “salvar”. Jesus significa, “Ele salvará”, pois foi essa a
profecia do anjo ao seu pai José, antes do nascimento de Jesus.
E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS [Yeshua]; porque ele
salvará [Yoshia] o seu povo dos seus pecados.
Mateus 1:21
Então, a mulher Cananeia usou, no seu clamor, uma palavra que trazia à tona
toda a história de Jesus. Ela estava invocando a razão da vida do Mestre, pois
Ele veio salvar o que se havia perdido. A missão de Jesus era e é salvar.
Quando clamou por salvação, ela atraiu a atenção de Deus e quebrou o
silêncio divino. Mas o Mestre ainda a submeteria a mais uma provação da fé.
Será que ela vai vencer?

A prova final
A mulher Siro-fenícia conseguiu chamar a atenção do Mestre. Agora os céus
estão olhando para ela, e os Seus ouvidos estão atentos às suas palavras.
Ela estava diante aquele que tem todo o poder, no céu e na terra.
E Jesus a submete a uma última prova de humildade, e de reconhecimento,
uma frase que resume todo o passado de sofrimento que os povos Cananeus
trouxeram ao povo de Israel.
Conforme lemos no início desse estudo, Israel, quando voltava da servidão
de 400 anos no Egito, ainda com muitos fracos, crianças e idosos, caminhando
uma longa jornada pelo deserto, e foi atacado pelos Cananeus.
E eles levaram alguns cativos do povo e fizeram prisioneiros. Sem contar com
a contaminação de Israel com a idolatria, a adoração aos deuses Cananeus,
asherá e baal.
Será que a mulher Cananeia renunciaria a esses “deuses”, e reconheceria o
Deus de Israel como único Senhor?
Ela estava pedindo por salvação!

Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-
lo aos cachorrinhos.
Mateus 15:26
Talvez a figura de um cão, só perdesse em matéria de consideração
de impureza, para o porco, na cultura Judaica. O cão era considerado um
animal impuro, impróprio para o consumo humano.
E pela sua natureza, ele mesmo sendo limpo, asseado pelo seu dono, se não
houver cuidado, volta a sujar-se sem nenhum tipo de preocupação:
Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete a sua estultícia.
Provérbios 26:11
E o poder de Jesus era advindo da Sua santidade. Não era lícito lançar deste
poder para pessoas que não criam verdadeiramente, e que não reconheciam o
seu estado decaído.
Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas,
não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.
Mateus 7:6
As coisas santas são para os que buscam a santidade. Para ter comunhão com
o Mestre, o ser humano deveria demonstrar o mínimo de arrependimento e
humildade, e uma disposição de mudar a sua prática de vida.
E nesse caso, a Siro-fenícia possuía uma fé tão imbatível que se ela estava
passando por uma prova de humildade, ela se humilhou ainda mais, e foi além
da prova:
E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas
que caem da mesa dos seus senhores.
Mateus 15:27
Era o reconhecimento do povo de Israel como filhos do único e verdadeiro
Deus. Era o reconhecimento do estado de “impureza” e pecado, que
historicamente os Cananeus andavam.
Mas ela clamou por salvação, e se humilhou, e reconheceu Aquele que tem o
poder de perdoar, purificar e salvar. Deus tinha um plano para a salvação de
todos os povos da terra.
Brevemente Jesus estaria derramando o Seu sangue para a purificação de
todos os pecadores, fossem eles Judeus, Cananeus, Sírios, Fenícios, Brasileiros
e etc…
Realmente a mulher Cananeia foi um exemplo de humildade e persistência.
Veja que Jesus não queria ser encontrado naquele dia. Jesus não queria
atender ao pedido dela.
Mas ela não desistiu, e passou na prova, e no final recebeu o bom
testemunho vindo, com surpresa, do Senhor da fé:
Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso
feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.
Mateus 15:28
E Deus teve que mudar os Seus planos naquele dia. Ele não pôde se ocultar
dela! Ele não pode se ocultar de um coração que ama, e que busca nesse amor
a salvação em benefício de alguém.
Ela “lutou” com Deus, e “venceu”! O Eterno tem todo o poder, mas tem um
“estranho prazer” em se deixar vencer por aqueles que “lutam” com Ele, em
humildade, em reconhecimento e em arrependimento.

A mulher Cananeia trouxe as suas queixas para a pessoa certa. Ela clamou,
chorou, lutou, mas foi com Deus! Ele é o nosso Deus, o pai nosso, essa ligação
com o nosso pai é que nos dá o direito de clamar, e de até “lutar” com Ele, se
for necessário.
Mas que seja com Ele, e com mais ninguém! A humildade é o segredo.

Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo
vos exalte;
1 Pedro 5:6
A MULHER CANANÉIA (SIRO-FENÍCIA)

Aprendizados com a mulher Cananéia (Siro-Fenícia), cuja filha endemoninhada foi liberta por Jesus.
Mesmo não sendo judia, ela acreditou em Jesus e pediu libertação para sua filhinha. Jesus viu sua fé e
libertou a menina. Quem eram os Cananeus (Siro-Fenícios)?

“Partindo Jesus dali [de Genesaré, ou seja, da Galiléia], retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. E eis
que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão
de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os
seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós. Mas Jesus
respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Ela, porém, veio e o adorou,
dizendo: Senhor, socorre-me! Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e
lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das
migalhas que caem da mesa dos seus donos. Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-
se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã” (Mt 15: 21-28 cf. Mc 7: 24-30 – a
mulher siro-fenícia).

Os cananeus (assim como os heteus, os amorreus, os fereseus, os heveus, os jebuseus e os girgaseus)


foram os primeiros moradores da Terra Prometida antes de Israel chegar. Eles habitavam na região
próxima ao Grande Mar (Mar Mediterrâneo) até o Norte, por isso também eram chamados de Siro-
Fenícios. Nos tempos do AT, a Fenícia era chamada de Canaã, e seus habitantes, Cananeus, que
significa ‘comerciantes’, ‘mascates’. Em grego, a Fenícia é chamada Phoiníkē, Φοινίκη, ‘terra das
palmeiras’.

Ensinamentos

A mulher era de origem grega, portanto, não israelita. Um deus muito adorado em naquela terra
era Eshmun ou Esmum, que em grego era chamado de Asklepios e, em latim, Esculápio, o deus da
cura. Os judeus os chamavam de cachorrinhos. As nações sabiam que eles eram o povo escolhido; o
problema era que a maioria dos da sua raça assumia uma postura orgulhosa e arrogante, desprezando
todos os seres humanos que não eram selados por seu Deus e isso concorria bastante para a rivalidade
entre os dois povos.

Portanto, nosso primeiro ensinamento é que falsos deuses não trazem solução para nenhum dos
nossos problemas, só os agravam. A presença desses deuses cananeus provavelmente concorria para
perpetuar a rivalidade entre judeus e povos de origem grega, não permitindo que a luz do entendimento
chegasse até eles. Entretanto, aquela mulher teve os olhos do seu coração abertos, assim como o cego
de Jericó, para ver em Jesus o Filho de Davi, o Messias prometido. Ela não era judia, mas cria Nele e,
naquele momento, não só estava se repetindo o que acontecera no passado com Elias e a viúva da
cidade de Sarepta (distrito de Sidom, na Fenícia, a mesma terra da mulher cananéia, por isso, não
judia) que, ao crer no Deus de Israel na pessoa do profeta, conseguiu livramento para sua escassez de
alimento e para a vida de seu filho, posteriormente ressuscitado pelo homem de Deus (1 Rs 17: 8-24);
também era um ato profético do chamamento dos gentios por Jesus Cristo. A mulher cananéia deve ter
refletido por muito tempo sobre a revelação que tivera a respeito da pessoa de Jesus para poder tomar
uma decisão tão ousada como a de ir até Ele pedindo socorro. Ela começou a perceber que os deuses
que o seu povo servia eram falsos deuses que nada podiam fazer para resgatar sua filhinha daquele
tormento. Era mais provável que eles fossem a causa da possessão demoníaca da menina. O pecado de
idolatria tinha gerado uma maldição sobre a sua vida e sobre a sua família. Com certeza, seu
entendimento foi aberto pelo próprio Deus, permitindo que a cura da criança viesse a exaltar o nome do
Seu Filho, destronando a idolatria naquela região e contribuindo para que a fé da mulher aumentasse. A
cura fez dela um testemunho vivo não apenas entre seu povo como também entre os próprios judeus,
dando-lhes igualmente uma lição de fé e humildade. Da mesma forma, a viúva de Sarepta lhes havia
dado no passado.

O segundo ensinamento vem praticamente junto com o primeiro, no sentido de que uma rivalidade
entre nações estava certamente sendo agravada pela presença das entidades que ali reinavam. Isso,
para nós, quer dizer que no seio de uma família, quando não há adoração ao Deus verdadeiro, mas uma
idolatria a muitos deuses, o que ocorre é separação, divisão, ódio e contenda, impedindo que o amor
penetre nos corações trazendo a união. É sinal de que Jesus precisa passar por ali. Além disso, alguém
dentro dessa família precisa ter coragem para seguir Jesus e destronar os “altares de Baal”.
Em terceiro lugar, quando existe um problema que nos incomoda há muito tempo, não podemos fazer
caso do ridículo, pelo contrário, apesar de todos os comentários e obstáculos ao nosso redor, devemos
gritar pela ajuda de Deus, buscando-o insistentemente até conseguirmos a vitória. A mulher, com
certeza, passou por louca, abusada, no mínimo incômoda, pois seguia gritando atrás de Jesus, a ponto
de perturbar os próprios discípulos. Ela não se importou com o que pensavam dela, porém se
concentrou na sua necessidade e clamou ao Senhor. Nossa fé pode ser erroneamente interpretada pelos
incrédulos, mas quando ela é honrada por Jesus nos abençoando com a cura e com a libertação, ela
passa a ser veículo de transformação nos que estão à nossa volta e quebra as rivalidades e os
preconceitos.

Em quarto lugar: a fé em ação nos faz superar todos os obstáculos internos e externos. A fé daquela
mulher a fez superar, em primeiro lugar, o obstáculo interno do orgulho, dos costumes sociais colocados
dentro de si, dos preconceitos pessoais, das mágoas e de outros sentimentos ruins que pudessem estar
em seu coração devido à guerra entre nações. Tinha fé no poder existente em Jesus, mas poderia ter a
incerteza de como Ele a trataria; apesar disso, preferiu arriscar a ser mal tratada, contanto que sua filha
fosse liberta. Em segundo lugar, sua fé a levou a superar os obstáculos externos como a multidão, o
pensamento coletivo existente na sua nação em relação aos judeus e seu orgulho, se achando melhores
do que os outros povos (chamando-os de cachorrinhos).

Quinto: o Senhor muitas vezes nos desafia a querer mais Dele e prova a nossa perseverança e a nossa
fé. Também nos faz ter certeza de que estamos curados de verdade. Jesus pode ter parecido cruel a
princípio, pois Sua resposta pareceu estar provocando a mulher que já se sentia humilhada por estar ali
falando com Ele. Entretanto, sua cura já havia sido conquistada antes, quando seu orgulho foi quebrado
pela vontade de buscar o Mestre em Sua passagem por Sidom. A resposta de Jesus provou a
perseverança e a fé existente no espírito da mulher, ao mesmo tempo em que deixou bem claro a ela
que sua cura interior já era uma realidade. Ela creu, aceitou o desafio e saiu honrada.

Sexto: O Senhor nos usa como instrumentos de disciplina e ensino para outros também. Quando Jesus
veio para exercer Seu ministério na terra, Deus não se achava feliz com o Seu povo. Estavam muito
distantes Dele, tanto pela idolatria como pela religiosidade. Neste texto, Ele usou a pessoa mais
improvável para ensinar e disciplinar os judeus. A fé ativa daquela mulher os confrontou com sua
incredulidade e lhes revelou o que Ele gostaria de ver em Israel. Além disso, Ele lhes revelou o que faria
no futuro com os outros povos que cressem em Seu Filho. Na verdade, Ele lhes mostrava que tinha
vindo tanto para judeus quanto para gentios, enfim, para todos quantos o recebessem. Nós podemos
dizer também que, como homem, Jesus foi reconfortado pela fé daquela mulher e sentiu Sua alma
aliviada da perseguição e da hostilidade por parte do Seu próprio povo que o rejeitava e afrontava com a
incredulidade deles (ver o texto anterior, onde Jesus enfrentou uma discussão com os anciãos judeus
sobre suas tradições; eles vieram de Jerusalém para a Galiléia simplesmente para importuná-lo na Sua
missão). Louvado seja Jesus que sofreu por nós e sentiu em Si mesmo a nossa humanidade e é o único
que nos livra das perseguições e nos justifica das afrontas de pessoas carnais que, mesmo sem saber,
se tornam um instrumento nas mãos do diabo contra nós.

Sétimo: um discípulo precisa ter discernimento espiritual e compaixão. Os discípulos estavam,


provavelmente, tão preocupados com a própria segurança por estarem em território inimigo, que se
esqueceram que Jesus estava no controle da situação; por onde Ele os conduzia, havia sempre um
aprendizado. A princípio, eles se sentiram muito incomodados ao serem seguidos por aquela mulher
gritando atrás deles. Além disso, era uma mulher e não tinha tanta liberdade assim de falar com um
homem judeu, ainda mais por se tratar de um Rabi. Eles não tiveram o discernimento espiritual para
perceberem que Jesus faria algo e estava permitindo tudo aquilo, senão, Ele mesmo já a teria
repreendido. Também não tiveram compaixão por uma criança endemoninhada. Pensaram mais em si
mesmos do que nas necessidades do seu semelhante. Qual não deve ter sido sua surpresa ao ver Jesus
atender às súplicas da mulher! Muito provavelmente, a resposta brusca do Mestre deve ter causado um
choque neles, fazendo-os calar sua própria alma para ouvir e ver as coisas com os olhos do espírito.
Muitas vezes, como servos de Deus, ficamos, a princípio, um tanto incomodados com a reação daqueles
que nos procuram, pois não compreendemos o porquê de estarmos passando por uma situação dessas.
Entretanto, ao calarmos a voz da carne para darmos lugar ao trabalhar do Espírito, podemos perceber
que, ao obedecer ao Senhor e aceitar Seus desafios, nós somos os primeiros a ser beneficiados.
Portanto, um discípulo precisa estar atento aos sinais de Deus e ver a bênção divina escondida entre
aquilo que parece ser uma maldição.
A mulher era Siro-Fenícia do texto de Mc 7:24;22, não era
judia, portanto não era conhecedora nem muito menos
cumpridora da lei de Deus, não servia ao Senhor, era uma
pecadora. Mas ela teve um encontro com Jesus e sua vida
mudou, as migalhas esperadas foram muito mais do que
pensava.
21 E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom.  22 E eis que uma mulher
cananeia que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de David, tem
misericórdia de mim que minha filha está miseravelmente endemoninhada.23 Mas ele não
lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo:
Despede-a, que vem gritando atrás de nós. 24 E ele, respondendo, disse: Eu não fui
enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. 25 Então chegou ela, e adorou-o,
dizendo: Senhor, socorre-me. 26 Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no
pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. 27 E ela disse: Sim, Senhor, mas também os
cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. 28 Então
respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher! Grande é a tua fé seja isso feito para contigo
como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.

 Mateus 15:21-28
Mesmo não sendo judia ela sabia quem era Jesus, quando o aborda o chama de Filho de Davi e reconhece o senhorio
de Jesus Mc. 7:22

Reconhecimento
Ela reconhecia o seu próprio estado e o de sua filha: Tem misericórdia de mim, minha filha está miseravelmente
endemoninhada. O pedido de misericórdia pela miserabilidade de sua situação é um grande sinal de quebrantamento
dessa mulher.

Quando reconhecemos nossa própria condição damos o primeiro passo para que Jesus mude nossa vida. O salmista
diz que Deus lembra-se que somos pó, mas nós mesmos sempre nos esquecemos disso. Salmos 103:14

Vencendo as Barreiras
Essa mulher tinha muitas barreiras para vencer, tanto barreiras internas como externas. Sua nacionalidade e
distanciamento do Senhor foi a primeira barreira vencida, O Senhor havia sido enviado para as ovelhas da casa de
Israel apenas, mesmo assim ela vai adiante e supera essa barreira.

O silêncio de Jesus foi à segunda barreira enfrentada por essa mulher, a indiferença proposital do mestre testava a sua
fé. Muitas vezes só temos o silêncio de Deus e isso não deve nos desanimar, precisamos insistir e permanecer firmes
na busca ao Senhor. Quando a resposta de Jesus é o silêncio devemos perseverar, continuar clamando v.23; As vezes
nem a interseção dos apóstolos (homens de Deus) pode ajudar, a momentos que somos apenas nós e Deus e
precisamos passar por eles;

A resposta negativa de Jesus aos apóstolos foi a terceira barreira vencida por essa mulher, aqueles apóstolos não
podiam fazer mais nada alem do que já estavam fazendo nas suas condições atuais. Muita gente as vezes deseja nos
ajudar mas nem sempre conseguem.

A resposta negativa de Jesus a mulher foi a quarta barreira que a mulher venceu, eventualmente o silêncio é quebrado
mas não para uma resposta positiva como esperamos, recebemos uma resposta negativa para o que almejamos v24;
Ainda assim essa mulher persiste na busca e interseção por sua filha. v.26;

Parece algo muito difícil insistir nessas condições, ela foi comparada a um cachorro, muitos desistiriam nesse
momento, mas ela persistiu.
A adoração e a humildade levam ao milagre
Por fim, ela adorou ao Senhor. Sua adoração foi reverente, prostrada, humilde. Todas as barreiras foram vencidas e
ela estava diante do Mestre. Socorre-me – Seu pedido de socorro é também uma forma de adoração. A mulher aceita
e reconhece sua condição pecadora e foi abençoada. Humildemente aceita as “migalhas” e recebe o milagre. Afinal,
uma migalha de Deus é melhor que um banquete de qualquer outra fonte.

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD


JOVENS

 
3º Trimestre de 2018

 
Título: Milagres de Jesus — A Fé realizando o Impossível.
Comentarista: César Moisés Carvalho

 
Lição 13: O milagre da mulher grega e siro-fenícia
Data: 23 de Setembro de 2018

 
 
TEXTO DO DIA

“Então, respondeu Jesus e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé. Seja isso feito

para contigo, como tu desejas. E, desde aquela hora, a sua filha ficou sã” (Mt

15.28).

 
SÍNTESE

Além de intercessora, a mulher cananeia era também sábia, pois respondeu o

Mestre corretamente e assim recebeu a bênção que necessitava.

 
AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — 1Sm 25.3,18-35

Uma mulher intercessora e sábia

TERÇA — Et 2.5-10

Uma jovem obediente, sábia e temente a Deus

QUARTA — Rt 1.16,17

Uma mulher exemplar e influenciadora

 
 

QUINTA — 1Sm 1.20-28

Uma mulher de palavra

SEXTA — Lc 1.38

Uma mulher de coragem e de fé

SÁBADO — Rm 16.3,4

Uma mulher que arriscava sua vida pelos outros

 
OBJETIVOS

 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
 DEMONSTRAR o que significava a atitude do Mestre em aproximar-se de
território pagão;
 ANALISAR a reação de Jesus ante o desesperado pedido da mulher;
 VALORIZAR a resposta da mulher e a humildade do Senhor em atendê-la.

 
INTERAÇÃO

 
O quanto estamos dispostos a reconsiderar uma decisão e rever uma
posição? Pode parecer algo sem importância, mas se refletirmos com calma,
veremos que não é tão simples. Geralmente ficamos tranquilos quando tudo
está do “nosso jeito” e as coisas estão ao nosso favor. Mas, e quando somos
contrariados ou as coisas não saem necessariamente como gostamos?
Geralmente nos revoltamos e, exasperados, não raras vezes, falamos até
daquilo que não sabemos, pois não apreciamos ser contrariados.
Acostumados com a ideia de que se tudo está indo bem é porque Deus está
conosco, mas se algo não der certo significa que saímos da vontade dEle,
podemos errar muito. Nem sempre a realidade funciona assim. Devemos ser
suficientemente confiantes para crer que o Senhor da história tem o melhor para
as nossas vidas, ainda que os contornos não sejam os que nós somos
habituados ou conhecemos.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 
Há muitos temas transversais nesta penúltima lição — humildade, mudança,
reconsideração — que são apresentados tanto na postura do Senhor quanto na
da mulher grega e siro-fenícia. Aborde a classe perguntando se os alunos
identificam mais algum tema.

 
TEXTO BÍBLICO

Marcos 7.24-30.

24 — E, levantando-se dali, foi para os territórios de Tiro e de Sidom. E, entrando

numa casa, queria que ninguém o soubesse, mas não pôde esconder-se,

25 — porque uma mulher cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele,

foi e lançou-se aos seus pés.

26 — E a mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de

sua filha o demônio.

27 — Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém

tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.


28 — Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os

cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.

29 — Então, ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha.

30 — E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, pois o

demônio já tinha saído.

 
COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

A narrativa da presente lição encerra, tanto no material de Marcos quanto no

texto paralelo, grandes ensinamentos (Mt 15.21-28). Contudo, o destaque neste

momento inicial fica por conta do fato de a narrativa colocar em relevo a pessoa

de uma mulher. Mais precisamente de duas, pois a mulher viera pedir por sua

filha. Como anteriormente já foi frisado, o conhecimento dos costumes sociais

do Antigo Oriente indica que a forma como Jesus tratava a mulher, naquele

momento histórico, estava muito à frente de seu tempo.

I. JESUS ENTRA EM TERRITÓRIO PAGÃO

 
1. Jesus entra em território pagão. É exatamente isto que o texto quer
destacar — a presença de Jesus, ou sua investida, em terras pagãs (v.24a).
Apesar de o território de Tiro, na Fenícia, ser uma região prototípica na Bíblia,
sobretudo no Antigo Testamento e, vale a pena pontuar, no aspecto negativo (Is
23.1-12; Jr 25.22; 27.1-11; Ez 26.1-21; Jl 3.4-8; Am 1.9,10), não é efetivamente a
questão geográfica que interessa a Marcos, mas sim o aspecto demográfico, ou
seja, a proximidade do Senhor com os gentios. Mesmo o texto não afirmando
que Jesus tenha penetrado na terra de Tiro, não deixa de ser sugestivo que Ele
tenha ao menos passado pela região.
2. Jesus queria “esconder-se”, mas não foi possível. A intenção do Mestre
em entrar em uma casa para “esconder-se” (v.24b), não significa que Ele tenha
agido de má-fé ou mesmo sido negligente, antes indica que o Senhor,
juntamente com o colégio apostólico, buscava fazer uma pausa necessária em
uma casa que, muito provavelmente, pertencia a um judeu conhecido deles.
Contudo, mesmo com toda a sua discrição e estando fora da área em que
atuava ministerialmente, não pôde manter-se afastado do cumprimento de sua
missão.
3. Uma mulher procura Jesus. O evangelista revela que a possibilidade de o
Mestre passar incólume, e no anonimato, não foi possível “porque uma mulher
cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus
pés” (v.25). A fama de Jesus havia extrapolado a Judeia e a Galileia (Mt 4.24; Jo
12.20-22). Isto era um fato. Não obstante, considerando o aspecto puramente
histórico e a cultura da época, a situação dessa pessoa que procurara o Senhor
em nada lhe era favorável, pois se tratava de uma mulher que, pela forma com
que se colocara diante do Mestre, estava em flagrante desespero.

II. A REAÇÃO DE JESUS DIANTE DO PEDIDO DA MULHER

 
1. A religião da mulher e sua naturalidade. Devido ao domínio grego que
outrora havia prevalecido na região, Marcos informa que a mulher era “grega”,
isto é, uma legítima gentia nos costumes incluindo a religião que não era o
judaísmo, e siro-fenícia de nação, ou seja, aqui sim o aspecto de sua
naturalidade (v.26). Tal informação vem a calhar com os propósitos e os
destinatários do Evangelho de Marcos que, como tradicionalmente tem sido
defendido, são os romanos, isto é, cristãos de origem pagã. A narrativa neste
caso seria, dentro do contexto do que anteriormente havia sido discutido (Mc
7.1-23), a demonstração concreta de que realmente não havia diferença entre
judeu e gentio, pois não é o ritual que define a pessoa e sim o coração. Dessa
forma, os ouvintes e leitores de Marcos deveriam ficar em paz, pois eram tão
alvo do amor divino quanto os judeus.
2. Um pedido desesperado. A despeito de a cultura grega antiga ser
conhecida não apenas por sua mitologia, mas também por causa de sua
racionalidade e lógica (1Co 1.22-25), essa mulher mostrava-se desesperada
diante do fato de que sua filha estava dominada pelo demônio. De certa forma, o
texto paralelo parece sugerir que juntamente com a possessão havia também
enfermidade (Mt 15.28c). Portanto, não é de admirar que esta mulher estivesse
extremamente aflita. Ela roga ao Senhor que expulse o espírito maligno de sua
filha (v.26). Tal súplica indica que tudo que ela ouvira falar acerca do Mestre fora
suficiente para produzir-lhe a confiança de que Ele poderia libertar sua filha.
3. A curiosa resposta do Senhor. Jesus responde de forma, no mínimo
curiosa, à interpelação da mulher: “Deixa primeiro saciar os filhos, porque não
convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (v.27). Os
intérpretes são unânimes a respeito do fato de que “filhos” trata-se de uma
alusão aos judeus, enquanto que “cachorrinhos” refere-se aos gentios. Eles,
todavia, se dividem quanto ao significado do texto. Há os que acreditam ser uma
resposta dura, marcada pela distinção que o judeu faz entre ele e as demais
pessoas, tratando muitas vezes os gentios como “cães”, enquanto outros
defendem a ideia de que se trata de um “dito espirituoso” que pedia uma
resposta igualmente “engenhosa”. Independentemente de qual delas é a correta,
o fato é que o Mestre, no texto de Marcos, fala de precedência e não de
exclusão. Ele deve atender primeiramente os judeus e posteriormente os
demais. Contudo, como pode ser visto no prólogo do quarto Evangelho, foi
justamente entre os gentios que sua obra acabou sendo mais proeminente (Jo
1.11-13).

 
III. UMA RESPOSTA SÁBIA E O RECEBIMENTO DO MILAGRE

 
1. Uma surpreendente resposta. Seja qual for a interpretação que se dê à
resposta de Jesus, dura ou espirituosa, a verdade é que o clímax da passagem
está na reação da mulher. De forma surpreendente ela respondeu a Jesus: “Sim,
Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas
dos filhos” (v.28). A sábia resposta da mulher demonstrou que ela não apenas
entendeu o que o Mestre disse, mas que, além disso, aceitou as posições
apresentadas! De fato a resposta da mulher traz à mente uma cena bastante
corriqueira: Uma grande mesa em que uma família banqueteia e, no entorno,
cães de estimação, ou não, se deliciam com os restos que caem ou que são
lançados. Digno de menção também é a expressão grega Kyrios (Senhor) que
ela utiliza para dirigir-se a Jesus. Tal destaque é merecido porque está é a única
ocorrência da expressão, como forma de confissão, em todo o Evangelho de
Marcos. E ela não vem de um judeu, mas de uma gentia, uma mulher pagã que
desde o momento que viu Jesus reconheceu seu senhorio, pois “lançou-se aos
seus pés” (v.25).
2. O elogio do Senhor e a concessão do milagre. Se a resposta é
surpreendente, não menos inesperado nessa narrativa é o fato de que é a siro-
fenícia que dá o tom do assunto e acaba fazendo toda a diferença. Na verdade,
ela decide o desfecho final, pois o Mestre, no texto paralelo, por exemplo, a
elogia (Mt 15.28b), e aqui no texto de Marcos, Ele observa: “Por essa palavra, vai;
o demônio já saiu de tua filha” (v.29). Ambas as narrativas não deixam margem
alguma para dúvida, foi a resposta da mulher quem decidiu o final feliz desse
episódio em que o Senhor parece colocar à prova a fé dessa mãe.
3. A confirmação do milagre. Chega a ser intrigante a confiança dessa
estrangeira. Tal como o oficial do rei (Lc 7.1-10), ela não solicita que Jesus vá
até a sua casa, mas apenas pede que o Senhor expulse o demônio de sua filha.
Ela crê que, à distância, Jesus tem tanto poder que pode realizar esse milagre.
De fato, Marcos encerra essa narrativa com fortes tons comprobatórios dizendo
que “indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, pois o demônio
já tinha saído” (v.30). Os comentaristas concordam em dizer que as expressões
utilizadas indicam uma libertação total, ou seja, o espírito imundo não mais
achou lugar e, por isso, não retornaria.

CONCLUSÃO

 
Uma das grandes lições deste episódio é que Jesus, ao aproximar-se da
região gentílica, de certa forma permitiu-se ser interpelado, como de fato o foi,
por alguém que não pertencia à nação de Israel. Tal atitude antecipa a abertura
do Evangelho, a mensagem de salvação e o caminho de Deus aos que não
tinham nenhuma esperança, isto é, a nós que, parafraseando Pedro, em outro
tempo, não éramos povo, mas, agora, somos povo de Deus; que não tínhamos
alcançado misericórdia, mas, agora, alcançamos misericórdia (1Pe 2.10).

 
ESTANTE DO PROFESSOR

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico

Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

 
HORA DA REVISÃO

1. Dentro do contexto, a narrativa da libertação da filha da siro-fenícia fora uma

demonstração concreta de quê?

A demonstração concreta de que realmente não havia diferença entre judeu e

gentio, pois não é o ritual que define a pessoa e sim o coração.

 
2. Quais são as duas opções interpretativas da resposta de Jesus à mulher?

Há os que acreditam ser uma resposta dura, marcada pela distinção que o judeu

faz entre ele e as demais pessoas, tratando muitas vezes os gentios como “cães”,

enquanto outros defendem a ideia de que se trata de um “dito espirituoso” que

pedia uma resposta igualmente “engenhosa”.

3. A sábia resposta da mulher traz à mente uma cena. Qual é?

Uma grande mesa em que uma família banqueteia e, no entorno, cães de

estimação, ou não, se deliciam com os restos que caem ou que são lançados.

4. O que foi decisivo para o desfecho final dessa história?

A resposta da mulher.

5. Qual seria sua reação diante da resposta de Jesus?

Resposta pessoal.

 
SUBSÍDIO

 
“Jesus expulsa o demônio de uma jovem / 7.24-30
[...] 7.24 Jesus viajou cerca de trinta milhas até o território de Tiro, e depois
de Sidom (7.31). Essas eram duas cidades portuárias localizadas no Mar
Mediterrâneo e ao norte de Israel. Ambas praticavam um intenso comércio e
eram muito ricas. Além disso, eram duas orgulhosas e históricas cidades
cananeias. Na época de Davi, Tiro mantinha boas relações com Israel (2Sm
5.11), mas logo depois a cidade tornou-se conhecida pela sua imoralidade. Seu
rei até afirmava ser Deus (Ez 28.1ss.). Toda cidade se regozijou quando
Jerusalém foi destruída em 586 a.C., porque sem a sua concorrência o comércio
e os lucros de Tiro iriam aumentar. Provavelmente, Jesus e seus discípulos
foram a esse território dos gentios pensando que lá seriam menos conhecidos e
assim poderiam ter algum tempo de privacidade para descansar. Foram à casa
de alguém (provavelmente o lar de um judeu que vivia nesse local) e não
queriam que ninguém soubesse sobre sua chegada. Mas nem mesmo nesse
território Jesus conseguiu manter sua presença em segredo” (Comentário do
Novo Testamento. Aplicação Pessoal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009,
pp.235,236).

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