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4. Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.


Como uma evidência de que o teu reino vem, e a fim de santificar o teu nome, Pai que estás
nos céus, faça-se a tua vontade. Nós sabemos, ó Senhor, que tudo quanto aprouve a ti, tu o
fizeste, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos (Sl 135.6); o teu conselho
permanecerá de pé, tu farás toda a tua vontade (Is 46.10): ainda assim, Santo Pai, não se
faça a nossa vontade, e sim a tua (Lc 22.42). Como tu pensaste, que assim suceda, e como
tu determinaste, que assim se efetue (Is 14.24). Faze tudo conforme o conselho da tua
vontade (Ef 1.11). Faze que sirvam aos teus propósitos até mesmo aqueles que não te
conheceram, que assim não pensam, e cujo coração não entende assim (Is 10.7).

Pai, que tua vontade seja feita com respeito a nós e aos nossos (1Sm 3.12). Eis-nos aqui; é o
SENHOR; faça a nós o que bem lhe aprouver (1Sm 3.18; 2Sm 15.26); faça-se a vontade do
Senhor (At 21.14). Ó, dá-nos submetermo-nos à tua vontade em conformidade com o
exemplo do Senhor Jesus, que disse: não seja como eu quero, e sim como tu queres (Mt
26.39); e dizermos: o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do
SENHOR (Jó 1.21). Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal (Jó
2.10)?

Pai, que as Escrituras sejam cumpridas, as Escrituras dos profetas, que não podem falhar
(Mt 26.56; Jo 10.35). Ainda que o céu e a terra passem, que nem um i ou um til da tua
palavra jamais passe (Mt 5.18). Faze o que está expresso na escritura da verdade (Dn
10.21), e que seja visto que para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra no céu (Sl
119.89).

Senhor, dá graça a cada um de nós para conhecermos e fazermos a vontade de nosso Pai
celestial (Mt 12.50). Esta é a vontade de Deus: a nossa santificação (1Ts 4.3). O mesmo
Deus da paz nos santifique em tudo (1Ts 5.23). Ó, que nós transbordemos de pleno
conhecimento da tua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual (Cl 1.9), e que
sejamos aperfeiçoados em todo o bem, para cumprirmos a tua vontade (Hb 13.21). Ó, que
baste o tempo decorrido para termos executado a vontade da carne (1Pe 4.3) e andado
segundo o curso deste mundo (Ef 2.2). E de agora em diante concede que nossa comida e
bebida consistam sempre em fazer a vontade de nosso Pai e realizar a sua obra (Jo 4.34);
não a nossa própria vontade, e sim a daquele que nos enviou (Jo 6.38), para que nós
possamos ser daqueles que entrarão no reino dos céus (Mt 7.21) e não daqueles que serão
punidos com muitos açoites (Lc 12.47).

Senhor, dá graça a outros também, para que conheçam e façam a tua vontade; para que
experimentem qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2); para que
não se tornem insensatos, mas procurem compreender qual a vontade do Senhor (Ef 5.17);
e, assim, dá-lhes que se conservem perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de
Deus (Cl 4.12); e que nós todos sirvamos à nossa própria geração, conforme aquela vontade
(At 13.36). E havendo feito a vontade de Deus, que alcancemos a promessa (Hb 10.36); e
que aquela parte da vontade de Deus seja feita. Senhor, que a palavra que disseste acerca
dos teus servos seja estabelecida para sempre; e faze como falaste (1Cr 17.23).

Nós nos regozijamos em que tua vontade seja feita no céu; em que os santos anjos executem
as tuas ordens e obedeçam à tua palavra (Sl 103.20); em que eles vejam incessantemente a
face de nosso Pai (Mt 18.10). E nós lamentamos que tua vontade seja tão pouco feita na
terra, que tantos filhos dos homens sejam feitos cativos por Satanás para cumprirem a sua
vontade (2Tm 2.26). Ó, que esta terra seja feita mais parecida com o céu! E que nós que
esperamos ser em breve como os anjos no céu (Mt 22.30), possamos, agora, como eles,
nunca descansar de louvar a ti (Ap 4.8); que possamos agora, como eles, aguentar e resistir
contra Satanás (Dn 10.13); que sejamos como labaredas de fogo voando rapidamente (Sl
104.4; Dn 9.21), e que andemos para a frente, para onde o Espírito for (Ez 1.12); que
sirvamos para o bem de outros (Hb 1.14) e, assim, que nos cheguemos à comunhão de
incontáveis hostes de anjos e à universal assembleia (Hb 12.22).

Faça-se a tua vontade, assim na terra como no


céu (Mt 6.10): Agora Mexeu Comigo!
29/07/2015 by João Paulo Thomaz de Aquino

Existe um sentido em que orar “santificado seja o teu nome” e “venha o teu reino”
é menos pessoal do que orar esse terceiro pedido da “oração do Pai Nosso”. “Seja
feita a tua vontade” diz respeito à vontade de Deus prevalecendo no mundo e,
dessa forma, prevalecendo também sobre a minha própria vontade. É aí que a
porca torce o rabo!

Uma das faculdades do nosso coração (no pensamento bíblico, e da mente, no


pensamento contemporâneo) é a vontade. Junto com a razão, as emoções e a fé,
a vontade tem um papel muito importante em nossa vida. A Bíblia usa vários
termos para se referir à nossa vontade: desejos, concupiscência, fome, sede,
anseio.

A nossa vontade depende de uma série de outros fatores mais profundos que
formam a nossa visão de mundo: história de vida, constituição genética, convívio
familiar, influência da cultura/sociedade e ação sobrenatural sobre nós. Assim, as
nossas vontades revelam em grande medida quem somos. O pecado de nossos
primeiros pais e representantes fez com que a imagem de Deus em nós se
deteriorasse e, dessa forma, a nossa vontade se corrompeu.
Adão e Eva desejaram ser como Deus e comeram do fruto proibido. Caim desejou
ser aceito por Deus independente de seu procedimento e resolveu matar seu
irmão ao ver seu desejo frustrado. Ele ouviu de Deus algo que é verdadeiro a
respeito de todos os pecadores: “o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre
dominá-lo” (Gn 4.7). O povo que Deus libertou do Egito tinha uma cerviz dura (Êx
32.9), ou seja, tinha grande dificuldade de se submeter à vontade de Deus,
enquanto aspirava pelas condições da escravidão em vez da liberdade junto a
Deus. Davi teve vontade de possuir Bate-Seba (2Sm 11). Os profetas advertiam o
povo por se entregarem às suas vontades pecaminosas e Provérbios adverte
contra várias vontades danosas. João parece implicar que o mundo anda de
acordo com as vontades da carne e dos olhos (1Jo 2.16-17). Paulo diz que uma
das punições de Deus aos homens que o conhecem e o desprezam, é entregar-
lhes às vontade do seu próprio coração (Rm 1.24) e que o pecado em nós faz com
que os mandamentos despertem em nós toda a sorte de concupiscências (Rm
7.8). A nossa natureza pecaminosa gera desejos pecaminosos contra os quais a
única solução é andar no Espírito (Gl 5.16, 24). Paulo chama esses desejos
pecaminosos de concupiscência do engano (Ef 4.22).

Em suma, por causa do pecado cometido pelo nosso representante, Adão, o nosso
coração e mente foram corrompidos e o resultado é que temos uma tendência
pecaminosa “natural” de desejar aquilo que é contrário à vontade de Deus.
Queremos receber louvor em vez de dá-lo, queremos ter coisas em vez de dar e
dispô-las ao serviço de Deus, queremos que as pessoas e Deus se submetam
à nossa vontade nas mínimas coisas e nas grandes também. Olhamos coisas e
queremos, mesmo quando sabemos serem erradas. Queremos lucro, sucesso,
poder, prazeres, bens materiais, comida em excesso, subjugar outros… Queremos
que a nossa vontade seja feita nos céus e na terra!

É por isso que o terceiro pedido da oração dominical nos confronta tanto. O próprio
Jesus teve que orar essa oração quando a sua vontade humana e a do Pai
entraram em conflito: “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem
que eu o beba, faça-se a tua vontade” (Mt 26:42). Após orar essa oração Jesus
crucificou a sua própria vontade e voluntariamente se sacrificou.

Esse pedido da oração dominical é para que Deus realize a sua vontade boa,
perfeita e agradável na terra da mesma forma que essa vontade é feita no céu, o
lugar do trono de Deus, onde os santos anjos o servem e adoram. Entre as
dimensões desse cumprimento estão as dimensões cósmica, nacional, eclesiástica
e pessoal. Na dimensão cósmica o pedido é para que tudo o que Deus criou
cumpra o papel original determinado por Deus, é um pedido por shalom. Na
dimensão nacional é um pedido para que a nação aprove leis e tome decisões que
seram favoráveis à vontade revelaca na Palavra. Do ponto de vista eclesiástico,
seja feita a tua vontade, é um pedido para que a igreja de Jesus Cristo abandone a
competição entre as denominações, a politicagem e os escândalos e cumpra o seu
papel de ser coluna e baluarte da verdade, enquanto ao mesmo tempo se
preocupa em cuidar dos pobres. Finalmente, na dimensão pessoal, esse pedido
expressa um clamor por socorro na decisão de viver de acordo com a vontade de
Deus, crucificando a própria vontade. É uma decisão/pedido de viver uma vida de
santidade, onde a vontade revelada de Deus nas Escrituras se torna o guia prático
para as decisões e atitudes diárias em todos os contextos em que vivemos e
papéis sociais que exerocamos. Leon Morris diz que o pedido “Não aponta para
uma aquiescência passiva, mas para uma identificação ativa do adorador com a
consumação do propósito divino; se nós oramos isso, devemos viver dessa forma”.

Finalmente, existe um aspecto escatológico nesse pedido também. Craig Keener o


comenta da seguinte forma: “A santificação do nome de Deus, a consumação de
seu reino e o fazer de sua vontade são todas variações da mesma promessa do
fim dos tempos: tudo será arrumado algum dia… Aqueles que anseiam pela
vontade de Deus na terra no futuro, devem viver consistentemente com aquele
desejo no presente, trabalhando pela justiça e procurando fazer a vontade dele
aqui (6.33; 26.39)”.

Eu e você temos vontades que não agradam a Deus. O nosso natural não é
obedecer aos mandamentos de Deus. Assim, precisamos lutar para conformar as
nossas vontades à dele, fazendo morrer as nossas vontades pecaminosas e vendo
o reino dele se consumar em nossa vida e o nome dele santificado por nosso
intermédio. Quais são as tuas vontades que têm contrariado a vontade revelada de
Deus? Quais são as áreas de sua vida ou hábitos pecaminosos que precisam ser
crucificados? O que você precisa renunciar? Quais são as coisas que você não
gosta de fazer, mas que refletem a vontade de Deus e, portanto, tem que ser
feitas? Essa é a nossa luta de cada dia. Conformarmo-nos à vontade dele e
encontrarmos, então, alegria e plenitude ao fazê-lo. Seja feita a tua vontade,
Senhor, como no céu, também sobre a terra (γενηθήτω τὸ θέλημά σου, ὡς ἐν
οὐρανῷ καὶ ἐπὶ γῆς•)
O que significa orar ‘seja
feita a tua vontade’?
RESPOSTA

“Seja feita a tua vontade” é um dos pedidos no Pai Nosso. Em parte, Jesus ensinou Seus
discípulos a orar: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:9-10). O próprio Jesus implorou
para que a vontade de Deus fosse feita no Jardim do Getsêmani. Antes da Sua crucificação, Ele
orou: “Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice! Contudo, não seja como eu quero, e
sim como tu queres” (Mateus 26:39). Jesus estava comprometido em ver a vontade de Deus
cumprida, e a oração “seja feita a tua vontade” foi um tema da Sua vida.

Mais simplesmente, orar “seja feita a tua vontade” é pedir a Deus que faça o que Ele deseja.
Claro, estamos orando ao Deus que disse: “Haja luz”, e houve luz (Gênesis 1:3), então sabemos
que o Seu decreto soberano será cumprido, orando ou não por isso. Mas há outro aspecto da
vontade de Deus, que chamamos da Sua vontade “revelada” ou vontade “preceptiva”. Esta é a
“vontade” de Deus que Ele nos revelou, mas que não nos impõe. Por exemplo, é a vontade de
Deus que falemos a verdade em amor (Efésios 4:15) e que não cometamos adultério (1 Coríntios
6:18) ou nos embriaguemos (Efésios 5:18). Quando oramos “seja feita a tua vontade”, estamos
pedindo a Deus que aumente a justiça no mundo, traga mais pessoas ao arrependimento e
promova a causa do reino de Seu Filho.

Quando oramos “seja feita a tua vontade”, reconhecemos o direito de Deus governar. Não
oramos “seja feita a minha vontade”, mas que “seja feita a tua vontade”. Pedir que a vontade de
Deus seja feita é uma demonstração da nossa confiança de que Ele sabe o que é melhor. É uma
declaração de submissão aos Seus caminhos e planos. Pedimos que a nossa vontade seja
conforme à dEle.

A Oração do Senhor começa reconhecendo Deus como Pai no céu. Jesus então modela a
petição, apresentando três pedidos ao Pai: 1) Que Deus santifique Seu nome; em outras
palavras, como disse um escritor, que Deus aja de uma maneira que exiba visivelmente a Sua
santidade e glória (The Prayer That Turns the World Upside Down: The Lord's Prayer as a
Manifesto for Revolution, A Oração que Vira o Mundo de Cabeça para Baixo: a Oração do Senhor
como um Manifesto para a Revolução, página 61 em inglês). 2) Que Deus traga o Seu reino à
terra; isto é, que a pregação do evangelho converta pecadores em santos que andam no poder
do Espírito Santo e que Deus livre o mundo do mal e crie os novos céus e a nova terra onde
Deus habitará com o Seu povo e não mais haverá maldição nem morte (veja Apocalipse 21-22).
3) Que a vontade de Deus seja feita “assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). No céu, os
anjos realizam o desejo de Deus de forma completa, alegre e imediata – que mundo seria este
se os humanos agissem assim!

Como ponto de esclarecimento, “seja feita a tua vontade” não é uma oração impassível de
resignação. A oração de Jesus no Getsêmani não foi nem um pouco passiva ou fatalista; Ele
desnudou o Seu coração diante do Pai e revelou o Seu desejo final: que a vontade de Deus
fosse realizada. Orar “seja feita a tua vontade” reconhece que Deus tem mais conhecimento do
que nós e que confiamos que o Seu caminho é o melhor. Também é um compromisso de
trabalhar ativamente para promover a execução da vontade de Deus.

Romanos 12:1-2 diz: “Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu
corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. E não
vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação
da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
Compreendendo quem é Deus, nós nos submetemos a Ele e permitimos que nos transforme.
Quanto mais conhecemos a Deus, mais prontamente nossas orações se alinharão com a Sua
vontade e podemos orar verdadeiramente para que “seja feita a tua vontade”. Podemos nos
aproximar de Deus com a confiança de que “se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade,
ele nos ouve” (1 João 5:14-15).

Pela fé, sabemos que orar “seja feita a tua vontade” é a melhor coisa que possamos pedir. “Ora,
àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por
todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Efésios 3:20-21).

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