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As Sociedades da Antiguidade Oriental- Oriente Próximo

As civilizações da Antiguidade Oriental se desenvolveram durante a Idade Antiga no Oriente,


particularmente no Oriente Médio e no norte da África. As civilizações da Antiguidade
Oriental possuíam algumas características em comum: eram caracterizadas pela formação dos
primeiros Estados centralizados com governos teocráticos baseados no politeísmo.

Características
ECONOMIA 
● agricultura de regadio: principal atividade com cultivo de cereais
● importância das obras de irrigação
● comércio e artesanato: atividades secundárias
SOCIEDADE
Dividida em castas (nascimento determina a posição social do indivíduo)
● soberano e aristocracia (nobres e sacerdotes)
● grupos intermediários (burocratas, militares, mercadores e artesãos)
● camponeses
● escravos: servidão coletiva - comunidades camponesas produzem excedentes entregues
ao Estado sob a forma de impostos. A escravidão era utilizada na construção de obras
públicas (obras de irrigação, templos, palácios, etc.).
GOVERNO
Monarquias Teocráticas: Estado fortemente centralizado que possuías as terras e controlava a
mão de obra; a religião justificava o poder absoluto do governante.

Egito
Condicionamentos
● Nordeste africano de clima semiárido: chuvas escassas ao longo do ano
● Importância do rio Nilo: irrigação e fertilização
● Ação humana: construção de obras de irrigação que exigiam forte centralização do
poder: agricultura de regadio e monarquia teocrática.
Evolução Histórica
Período Pré-Dinástico (até 3.200 a.C.): ausência de centralização política.
● População organizada em aldeias (nomos = comunidades primitivas), chefiadas
pelos nomarcas.
Por volta de 3.500 a.C., a união de esforços necessária à construção de obras hidráulicas levou
ao surgimento de dois reinos: Alto Egito (sul) e Baixo Egito (norte).
Período Dinástico: forte centralização política.
Menés, em 3.200 a.C., promoveu a unificação política do Alto e do Baixo Egito, tornando-se o
primeiro faraó. Os nomarcas tornaram-se “governadores” subordinados à autoridade do faraó.
PERÍODO CARACTERÍSTICAS
Antigo Império ● Capital: Mênfis
(3000-2300 a.C.) ● Construção das grandes pirâmides de Gizé.  
● Invasão de povos nômades e fragmentação do poder
Médio Império ● Capital: Tebas
(2000-1580 a.C.) ● Dinamismo econômico.
● Disputas entre o poder central (faraó) e os poderes locais
(nomarcas), resultando em agitações (rebeliões de camponeses e
escravos) e no enfraquecimento da autoridade central.
● Invasão dos hicsos
Novo Império ● Capital: Tebas
(1580-525 a.C.) ● Militarismo e expansionismo, afluxo de riquezas e escravos.
● Destaque para o militarismo dos faraós Tutmés e Ramsés
● Conquista de terras no Oriente Médio e consequente aumento da
atividade comercial controlada pelo Estado.
● Aumento do prestígio social dos militares, burocratas e sacerdotes e
piora das condições de vida de camponeses e escravos.
● Amenófis IV: reforma religiosa para fortalecer sua autoridade com
implantação do monoteísmo.
● Invasões dos “povos do mar” (ilhas do Mediterrâneo) e tribos
nômades da Líbia. Houve perda dos territórios asiáticos.
● Invasão dos persas liderados por Cambises, resultando no fim da
independência política.
Características gerais
Agricultura de regadio: agricultura favorecida pelas obras de irrigação (base econômica).
Cultivo de cereais (trigo, cevada, algodão, papiro, linho, etc.) criação de animais (pastoreio),
artesanato e comércio
Monarquia teocrática: O governante (faraó) era considerado um deus na Terra. Havia forte
centralização do poder com anulação dos poderes locais devido à necessidade de conjugação
de esforços para as grandes construções. O governo, proprietário das terras, cobrava impostos
das comunidades camponesas (servidão coletiva), que podiam ser pagos com trabalho gratuito
nas obras públicas ou com parte da produção. A presença de uma grande burocracia estatal
auxiliava o faraó nos negócios do Estado.
Sociedade de castas (origem determina posição social do indivíduo):
● Faraó e sua família
● Aristocracia (nobreza e sacerdotes)
● Grupos intermediários (militares, burocratas, comerciantes e artesãos)
● Camponeses
● Escravos
Cultura: politeísmo antropomórfico; crença na vida após a morte; desenvolvimento de técnicas
de mumificação; aprimoramento de conhecimentos médico-anatômicos; grandes obras de
engenharia e arquitetura (irrigação, templos e palácios); e escrita hieroglífica

Mesopotâmia

Situada entre os rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia pertencia ao chamado Crescente Fértil.


Ao Norte, o território é montanhoso, desértico e, portanto, menos fértil. Já o Sul, é constituído
de planícies muito férteis.
A aridez do clima obrigou a fixação da população às margens dos rios Tigre e Eufrates, cujas
águas foram aproveitadas para o desenvolvimento agrícola. A construção de obras de irrigação
foi fundamental para o aproveitamento racional dos recursos hídricos.
Além disso, por ser uma região de grande fertilidade em meio à hostilidade natural, a
Mesopotâmia foi vítima de constantes invasões de povos estrangeiros.
Evolução Histórica
POVO CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
SUMÉRIOS Originários do planalto do Irã, fixaram-se na Caldéia. Organizavam-se
(antes de politicamente em cidades-estados (Ur, Uruk, Lagash, Eridu), governadas por
2000 a.C.) chefes militares e religiosos chamados patesi. Importantes contribuições
culturais: politeísmo, construção de pirâmides escalonadas chamadas
de zigurates e invenção da escrita cuneiforme.

ACADIANOS Povo de origem semita que ocupou a parte central da Mesopotâmia,


(antes de realizando, por volta de 2300 a.C., durante o reinado de Sargão I, a unificação
2000 a.C.) política. Todavia, disputas internas e invasões estrangeiras levaram ao
desaparecimento desse Império.
PRIMEIRO Grupo de invasores amoritas, vindos do deserto da Arábia
IMPÉRIO Capital: Babilônia, que era o grande centro urbano da Antiguidade Oriental – o
BABILÔNICO eixo econômico e cultural da região.
(2000 aC – Destaque para Hamurabi que, além de unificar politicamente a Mesopotâmia,
1750 a.C.) elaborou o famoso Código de Hamurabi, primeiro código de leis escritas
conhecido. Nele está prevista a Lei do Talião (“olho por olho, dente por
dente”),
Rebeliões internas e invasões levaram ao enfraquecimento do Império e à
fragmentação do poder.
IMPÉRIO Ocuparam o norte da Mesopotâmia, região rica em madeira e minério (cobre
ASSÍRIO e ferro)
(1300 a.C. – Capital: Assur
612 a.C.) Principal atividade econômica: pastoreio
Militarismo: uso de cavalos e armas de ferro e crueldade com os derrotados
de guerra.
Governante mais conhecido: Assurbanipal, que ampliou as fronteiras do
império e ordenou construção da principal biblioteca da Antiguidade Oriental
em Nínive, reunindo importante acervo cultural. Morreu em 631 a.C.,
passando a ocorrer revoltas dos povos dominados que, chefiados pelos
caldeus de Nabopolasar, derrubaram o império por volta de 612 a.C.
SEGUNDO Origem semita. Após derrotar os assírios, estabeleceram seu poder sobre a
IMPÉRIO Mesopotâmia
BABILÔNICO Capital: Babilônia
(612 a.C. – Destaque para o governo de Nabucodonosor, quando foram construídas
539 a.C.) grandes obras públicas, sobretudo templos e palácios; ordenou a construção
dos “Jardins Suspensos da Babilônia”. Além disso, ampliou as fronteiras do
reino, dominando a Fenícia, a Síria e Israel, escravizando os hebreus que ali
habitavam (“O Cativeiro da Babilônia”).
A morte do imperador resultou no enfraquecimento do reino, que se tornou
alvo da expansão persa. Chefiados por Ciro I, os persas invadiram e
dominaram a Mesopotâmia, a qual se tornou província do Império Persa

Fenícia
A Fenícia corresponde atualmente à região do Líbano. De recursos naturais escassos, além do
clima árido e solo pouco apropriado à atividade agrícola, a localização geográfica da Fenícia
favoreceu fundamentalmente a navegação e o comércio. Essa vocação marítima dos fenícios
contou ainda com a ajuda das abundantes florestas de cedro, madeira adequada para a
fabricação de embarcações, presentes em seu território.
Não havia centralização política na Fenícia. Havia unidades autônomas do ponto de vista
econômico e administrativo. As que mais se destacaram foram Biblos, Tiro e Sidon.

A expansão das atividades comerciais levou os fenícios a controlar a navegação no


Mediterrâneo, onde fundaram diversas colônias e feitorias. Entre elas destacam-se Palermo, na
Sicília, Cádiz e Málaga, na Espanha, e, principalmente, Cartago, no norte da África. A cultura
fenícia, dado o caráter “aberto” de sua organização socioeconômica, assimilou diversos
componentes de outras culturas. Cabe, destacar, entretanto, sua mais importante contribuição
para a cultura ocidental: a invenção do alfabeto com 22 letras, matriz de nossa escrita atual.
Hebreus

Os hebreus, povo de origem semita, estabeleceram-se em Israel por volta de 2000 a.C.
No início de sua história - Era dos Patriarcas -, os hebreus viviam em tribos, num total de doze.
Abraão, Isaac e Jacob são os três Patriarcas do Povo Judeu.
Jacob e sua família imigraram para o Egito. Seus descendentes foram escravizados e
posteriormente libertados, sendo liderados pelo maior profeta na história judaica, Moisés, que
promoveu o Êxodo.
Após a chegada a Israel, houve um período conhecido como a Era dos Juízes. Para garantir o
domínio sobre a terra, os hebreus perceberam que precisavam se unir e, para fortalecer a
união, nomearam os juízes, líderes militares indicados pelas tribos que possuíam poderes
temporários para enfrentar os inimigos. Destacaram-se, nesse período, os nomes de Gideão,
Sansão, Gefté e Samuel, este último o principal articulador da unidade entre as doze tribos,
concretizada sob Saul, o primeiro rei hebreu, iniciador de uma nova etapa histórica
chamada Era dos Reis.
Essa fase foi a mais importante da história hebraica, durante a qual a civilização conheceu seu
apogeu. Depois da morte de Saul, seu sucessor, David, venceu definitivamente os inimigos que
ameaçavam o controle dos hebreus sobre Israel e estabeleceu um poder fortemente
centralizado. A Era dos Reis foi uma fase de estabilidade política, garantida pela burocracia e
pelo exército, além de enorme prosperidade econômica, devido, sobretudo, à atividade
comercial estimulada por Salomão, filho e sucessor de David. Durante o reinado de Salomão,
considerado um grande sábio, inúmeras obras públicas foram construídas, destacando-se o
Templo de Jerusalém.

Representação do Grande Templo de Salomão em Jerusalém


A estabilidade, porém, não sobreviveu à morte de Salomão: a população, sobrecarregada de
impostos e descontente com a corrupção, insurgiu-se e não reconheceu a sucessão do rei.
Nesse contexto deu-se o Cisma hebraico, quando as doze tribos dividiram-se em dois reinos, o
de Israel e o de Judá. A fragilidade decorrente da divisão favoreceu o avanço de povos
invasores, como os assírios, os babilônicos, os persas, os greco-macedônicos e os romanos.
Durante o domínio romano deu-se a Diáspora (dispersão) dos hebreus por outras regiões. O
Templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos e os hebreus só conseguiram voltar à sua
pátria ancestral, após a Segunda Guerra Mundial, com a criação do Estado de Israel.
As informações acerca da história hebraica nos chegam sobretudo por meio da Bíblia. Os
hebreus, além de serem um povo de pastores, também foram a única civilização
monoteísta da Antiguidade.

Persas
Localizada no planalto do Irã, a Pérsia foi povoada originalmente por tribos indo-europeias.
Os persas tornaram-se famosos por sua habilidade guerreira, a qual lhes garantiu a formação
de um extenso e poderoso império militar. Além disso, ao contrário dos assírios, conhecidos
pela crueldade com que tratavam os povos subjugados, os persas souberam respeitar
tradições, crenças e valores das populações dominadas, minimizando os atritos e conseguindo
sustentar sua dominação por mais tempo.
Dentre os principais governantes persas podemos destacar:
● Ciro I (559 a.C. - 529 a.C.). Foi o primeiro rei da Pérsia, responsável pela unificação
política das tribos e iniciador do expansionismo que levaria à constituição de um vasto
império.
● Cambises I (529 a.C. - 522 a.C.). Continuou o expansionismo do pai, anexando o Egito ao
império persa.
● Dario I (512 aC - 484 a.C.). Durante seu reinado, deu-se o apogeu do Império Persa.
Dario implantou uma administração eficiente sobre as várias regiões do Império: dividiu
o território em unidades administrativas (satrapias), as quais eram regidas por um
governador (satrapa) nomeado diretamente pelo imperador.

Dario I tentou estender as fronteiras do Império Persa para o Ocidente e invadiu colônias
gregas na Ásia Menor, almejando conquistar a própria Grécia. Os gregos, porém, chefiados pela
cidade de Atenas, venceram a ameaça persa nas chamadas Guerras Médicas.
A derrota militar frente aos gregos enfraqueceu o prestígio militarista persa, bem como a
estrutura do Império. As províncias perceberam essa situação e intensificaram a resistência
contra o pagamento de tributos e a própria dominação. O declínio acentuou-se e permitiu a
conquista macedônica de Alexandre, o Grande, em 330 a.C.
Depois do domínio macedônico e das sucessivas tentativas romanas em anexar a região a seu
império, a Pérsia foi conquistada pelos árabes islâmicos, no século VII, submetendo-se ao
Império Árabe.

Fonte: Disponível
em:https://www.educabras.com/enem/materia/historia/historia_geral/aulas/civilizacoes_da_a
ntiguidade_oriental. Acesso em: 12 abril 2023.

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