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Modo de Produção Asiático

Por Emerson Santiago
Recebe o nome de "modo de produção asiático" o modo como se estruturava a economia e a
produção de bens nos primeiros estados surgidos no Oriente, como por exemplo Índia, China e
Egito. A agricultura, que fez o homem abandonar o nomadismo, continuava sendo a mola
propulsora de todas as comunidades mais avançadas que iam surgindo, mas agora, quem era
responsável pelo cultivo eram comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam
abandonar seu local de trabalho e viviam sob um regime de servidão coletiva, ou seja, os
responsáveis, em última análise, pelo sustento de todo um estado, já sofriam sob um regime
de exploração de alguém que conseguiu arregimentar poder através da força.

Logicamente, todas as terras pertenciam ao Estado, representado pelas figuras do imperador,


rei ou faraó, que se apropriavam do excedente agrícola, dividindo-o entre a nobreza, formada
por sacerdotes e guerreiros. Esse cenário caracterizava um estado centralizador, onde reis ou
imperadores eram venerados como verdadeiros deuses, e por isso mesmo, tinham o poder de
controlar a produção de alimentos, favorecendo ou não o seu povo, mediante satisfação de
seus desígnios. Nos períodos entre-safras, era comum o deslocamento de grandes levas de
servos e escravos que iriam trabalhar nas imensas obras públicas, especialmente canais de
irrigação e monumentos.

Este tipo de poder recebeu o nome de despotismo oriental, e suas características principais


eram a formação de grandes comunidades agrícolas e apropriação do excedente de produção,
tornando estas civilizações as primeiras sociedades estratificadas, ou sociedades de classe. O
ser humano completava assim, um ciclo, de indivíduo nômade, coletor a membro de uma
sociedade de classes.

A partir daí, predominaria um modelo de servidão no qual de um lado ficavam os exploradores,


e do outro, os explorados, embora nessa época o conceito de propriedade privada fosse pouco
difundido. A servidão coletiva era o modo de pagamento ao rei, imperador ou faraó pela
utilização das terras.

Apesar da diferença de séculos entre as várias civilizações antigas que se desenvolveram do


Norte da África ao Extremo Oriente, pode-se afirmar com segurança que todas estas nações
dividiram muito dos conceitos aqui abordados e que receberam coletivamente o nome de
modo de produção asiático. Da Etiópia, Sudão, Egito Antigo, passando pela Suméria, Babilônia,
Assíria, antigas civilizações do vale do Indo e chegando até à China Histórica, os modelos se
repente em uma coincidência impressionante, com monarcas fortes, apoiados por uma
nobreza que se beneficiava do poder do chefe de estado, e de um grupo militar e clero que
reforçavam a exploração do grupo no poder em relação à população que era visivelmente
explorada.

Bibliografia:
GLUFKE, Carlos E. C. Modo de produção asiático. Disponível
em: <http://carloshistoria.blogspot.com/2006/09/modo-de-produo-asitico.html>. Acesso
em: 04 set. 2011.

Fonte: Disponível em: https://www.infoescola.com/economia/modo-de-producao-asiatico/


Acesso: 15 abril 2023.
MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO (resumo)

1. O que é modo de produção asiático

Tipo de organização socio político-econômica anterior ao capitalismo e que vigorou,


principalmente, nas primeiras sociedades estatais com agricultura irrigada e sem a propriedade
privada da terra. Essas sociedades, por sua forte dependência dos rios e das obras realizadas
nele, são também chamadas de “sociedades hidráulicas”.

Embora o modo de produção asiático originalmente se refira a civilizações antigas do Oriente,


ele é aplicável, também, a sociedades não asiáticas da África e da América. O conceito é
polêmico e criticado por parte dos historiadores, porém ele ainda é utilizado como uma
ferramenta de explicação para as civilizações da Antiguidade.

O conceito de modo de produção asiático apesar de polêmico ainda é utilizado como uma
ferramenta de explicação para as civilizações da Antiguidade.

2. Sociedades sob modo de produção asiático

● Egito antigo

● Babilônicos

● Reino de Kush (Cuxe)

● Assírios

● Persas

● China antiga

● Vale do Indo

● Índia (Império Mauria, 322-185 a.C.)

● Astecas

● Incas
● Império Ajuran (na Somália, séc. XIII a XVII)

3. Características do modo de produção asiático

1. ESTADO CENTRLIZADO

● Estado forte e centralizado, exercido por um poder monárquico (faraó, rei, imperador,
Inca, Tlatoani) divinizado ou representante dos deuses.

● Detêm a propriedade da maior parte das terras, controla a economia, dirige as obras
públicas.

● Organiza a defesa da comunidade e comanda a força militar.

● Tem o controle da religião e exerce as principais funções religiosas.

2. “SOCIEDADES HIDRÁULICAS”

● Sociedades dependentes dos rios e da agricultura irrigada e outras obras hidráulicas


(diques, reservatórios, drenagem, aquedutos etc.).

● Controle estatal do abastecimento de água e da engenharia hidráulica.

3. PRODUÇÃO AGRÍCOLA EXCEDENTE

● Pertence ao Estado que também absorve a produção artesanal (produtos de luxo) e


controla a circulação interna de mercadorias e o grande comércio exterior.

● Excedentes coletados são usados pelo Estado para sustentar sacerdotes, a corte, os
burocratas e guerreiros, e para armazenar provisões para períodos de carência.

4. MÃO DE OBRA ABUNDANTE SUBORDINADA AO ESTADO

● Subordinação coletiva de todos os trabalhadores ao Estado (servidão coletiva).

● Comerciantes e artesãos não formam uma classe independente.

● A comunidade aldeã pagar tributos ao Estado sob a forma de produtos (cereais, gado
etc.) e pode prestar serviços ao Estado nas grandes obras (abertura de canais de
irrigação, construção de muralhas, templos, manutenção de pontes etc.).

5. ESCRAVIDÃO NÃO ESSENCIAL

● Embora existam escravos (por dívida, prisioneiros de guerra, condenação pela justiça),
eles não constituem a base da produção social. Esta base são as comunidades aldeãs.

6. RELIGIÃO

● Religião politeísta sendo o rei considerado a encarnação do deus ou representante dos


deuses.

● Os sacerdotes e os templos são subordinados ao rei.

7. GRANDES REALIZAÇÕES CULTURAIS


● Realização de grandes obras monumentais (muralhas, templos, diques, palácios) sob
ordens do Estado.

● Desenvolvimento da escrita para registro da produção agrícola, do comércio, dos


tributos e dos feitos políticos do governante.

● Desenvolvimento da matemática, da astronomia e criação de calendários –


importantes para marcar os trabalhos agrícolas (início da semeadura, colheita, vazão e
cheia dos rios).

● O calendário estabelecido e controlado pelos sacerdotes a serviço do Estado.

Fonte: Disponível
em:https://studhistoria.com.br/resumos-e-mapas/modo-de-producao-asiatico/ Acesso em: 15
abril 2023

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