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1.

Civilizações Pré-Colombianas

Resumo Geral dos três principais povos pré-colombianos. Fonte: Felipe Tomita / Pinterest.

Hoje iremos embarcar em uma incrível jornada pelo tempo e espaço, diretamente para o
período pré-colombiano nas Américas. Nessa época, antes da chegada de Cristóvão Colombo em
1492, várias culturas floresceram, criando impérios majestosos e avançados que ainda nos
maravilham hoje. Eles deixaram para trás magníficas cidades, impressionantes monumentos e
importantes contribuições científicas e culturais. Nesta aula, nos concentraremos em quatro
dessas civilizações: os Astecas, Incas, Maias e Mochicas.
Primeiro, vamos começar com os Astecas. Eles surgiram por volta do século XIII e construíram
um poderoso império baseado no Vale do México. A cidade-estado de Tenochtitlán, capital do
Império Asteca, era uma das maiores cidades do mundo na época. Eles eram conhecidos por sua
agricultura avançada, sofisticada arquitetura e sacrifícios humanos rituais.
Depois, temos os Incas, que governaram a maior parte da costa oeste da América do Sul a partir
do século XIII até a chegada dos espanhóis no século XVI. Com a capital em Cusco, os Incas
desenvolveram um complexo sistema administrativo e uma rede de estradas que atravessava
toda a cordilheira dos Andes. Eles são conhecidos por maravilhas arquitetônicas como Machu
Picchu e pelo sistema de "quipus", um método de registro de informações por meio de nós em
cordas.
Em seguida, encontramos os Maias, cuja civilização floresceu principalmente na região que hoje
é conhecida como Guatemala, Belize, Yucatán e partes de Honduras e El Salvador. Os Maias são
especialmente conhecidos por sua escrita hieroglífica, astronomia avançada, calendários
precisos e magníficas cidades como Tikal e Chichén Itzá.
Essas civilizações, cada uma à sua maneira, construíram sociedades incrivelmente complexas e
avançadas sem o conhecimento ou influência do mundo europeu. Elas são testemunhos
fascinantes da capacidade humana de inovar, se adaptar e prosperar em uma ampla variedade
de ambientes.
a) Características Gerais

Distribuição dos três principais povos pré-colombianos. Fonte: Guia do Estudante.

Apesar de suas diferenças culturais e geográficas, as civilizações pré-colombianas compartilham


algumas características gerais que podemos explorar:
1. Agricultura: Todas essas civilizações baseavam grande parte de sua economia na
agricultura. O milho (ou maiz), a batata, o feijão, a abóbora, o tomate, a pimenta e o
cacau são apenas alguns dos alimentos cultivados pelas civilizações pré-colombianas.
2. Arquitetura monumental: Cada uma dessas civilizações era conhecida por sua
impressionante arquitetura. Desde as pirâmides dos astecas e maias até as cidades de
pedra dos incas e as estruturas de adobe dos mochicas, essas civilizações construíram
monumentos impressionantes que ainda hoje sobrevivem.
3. Religião: A religião desempenhava um papel importante na sociedade e política dessas
civilizações. Eles praticavam rituais religiosos elaborados e frequentemente faziam
sacrifícios a seus deuses.
4. Sociedade Hierárquica: As sociedades pré-colombianas eram altamente estratificadas,
com uma clara hierarquia social. No topo estavam os governantes e a nobreza, seguidos
por artesãos, agricultores e servos.
5. Conhecimento Astronômico: Essas civilizações tinham um conhecimento profundo
dos movimentos celestes. Os maias, por exemplo, tinham um calendário precisamente
sincronizado com os ciclos do sol, da lua e de Vênus.
6. Escrita e registro de informações: Embora os sistemas variem, as civilizações pré-
colombianas desenvolveram formas de registrar informações, seja através de hieróglifos
maias, quipus incas, ou a iconografia encontrada na arte mochica e asteca.
7. Arte: As civilizações pré-colombianas produziram uma variedade de arte, incluindo
cerâmica, escultura, tecelagem, ourivesaria, pintura e muito mais.
Estas são apenas algumas das características compartilhadas pelas civilizações pré-
colombianas. Cada uma dessas culturas tinha sua própria maneira única de interpretar e
expressar essas características, o que torna o estudo dessas sociedades tão fascinante.
2. Astecas

Várias características da sociedade Asteca. Fonte: Aqui.

Imaginem, alunos, uma cidade vibrante e movimentada, construída em ilhas artificiais em um


lago, cheia de pirâmides, palácios, mercados e canais. Este é Tenochtitlán, a capital do Império
Asteca, um dos mais poderosos impérios das Américas pré-colombianas. Localizada onde hoje
está a Cidade do México, Tenochtitlán era uma das maiores cidades do mundo no século XV.

Representação de Tenochtitlán

Os astecas, também conhecidos como "mexicas", estabeleceram-se na Bacia do México por volta
do século XIII. Segundo a lenda, os astecas migraram do que chamavam de Aztlan, daí o nome
"asteca". Eles foram guiados por sua divindade, Huitzilopochtli, que instruiu-os a se
estabelecerem onde vissem uma águia pousada em um cacto, devorando uma serpente. Essa
imagem é hoje o centro do brasão nacional do México.
No auge de seu poder, no século XV, o império asteca controlava uma vasta área que se estendia
desde o Golfo do México até o Oceano Pacífico, e do sul do México até a região de Guatemala.
Para administrar este vasto território, os astecas desenvolveram um sistema complexo de
tributos, no qual as cidades conquistadas eram obrigadas a pagar bens valiosos, como tecidos,
grãos, cacau, ouro e até mesmo penas de quetzal.
Império Asteca

Os astecas eram notáveis por suas realizações em muitos campos. Eles eram mestres da
arquitetura e engenharia, como evidenciado pelas suas impressionantes pirâmides e templos.
Eles eram também agricultores habilidosos, desenvolvendo um sistema de agricultura chamado
chinampas, ou "jardins flutuantes", que permitia o cultivo de alimentos nos lagos rasos ao redor
de Tenochtitlán.
Na ciência, os astecas tinham um calendário preciso e conhecimentos avançados de astronomia.
Na arte, eles eram conhecidos por sua escultura em pedra, joalheria em ouro e penas, e cerâmica
pintada.
Entretanto, a civilização asteca também é conhecida por suas práticas de sacrifício humano. Eles
acreditavam que esses sacrifícios eram necessários para apaziguar os deuses e garantir a
continuação do mundo.
A queda do Império Asteca começou com a chegada dos espanhóis liderados por Hernán Cortés
em 1519. Apesar da resistência feroz, Tenochtitlán caiu nas mãos dos espanhóis em 1521,
marcando o fim da civilização asteca.
Embora o Império Asteca tenha caído, sua influência é sentida até hoje. A língua asteca, o
Nahuatl, ainda é falada por mais de um milhão de pessoas no México, e muitos aspectos da
cultura e mitologia asteca continuam a fazer parte da identidade mexicana.
a) Sociedade e Política

Divisão Social dos Astecas. Fonte: Fazendo História Nova

A sociedade asteca era altamente hierarquizada e organizada, com cada indivíduo e grupo tendo
funções específicas.
No topo da pirâmide social estava o 'tlatoani', ou "aquele que fala". Ele era o governante
supremo, o rei, e acreditava-se que ele era o representante dos deuses na Terra. O tlatoani era
responsável por fazer as leis, liderar o exército em tempos de guerra e realizar importantes
rituais religiosos.
Abaixo do tlatoani estavam os nobres, ou 'pipiltin'. Este grupo era composto por líderes
militares de alta patente, sacerdotes, juízes e altos funcionários do governo. Eles tinham muitos
privilégios, como a posse de terras e a isenção de alguns impostos.
Os 'macehualtin', ou plebeus, compunham a maior parte da população. Eles eram agricultores,
artesãos, comerciantes e trabalhadores de baixo escalão. Embora fossem livres, estavam
sujeitos a uma pesada carga tributária e tinham poucos direitos políticos.
Por fim, havia os 'tlacotin', ou escravos. Eles eram prisioneiros de guerra, criminosos ou pessoas
que se endividaram. No entanto, diferentemente de outras sociedades, a escravidão na
sociedade asteca não era necessariamente uma condição permanente. Um escravo poderia
comprar sua liberdade ou ser libertado por seu mestre.
No que diz respeito à política, os astecas estabeleceram um império poderoso através da
conquista militar. Cada cidade ou região conquistada tornava-se um 'altepetl', ou cidade-estado,
liderado por um governante local, que devia lealdade ao tlatoani e era obrigado a pagar tributos.
A capital, Tenochtitlán, era governada conjuntamente por dois tlatoque, que presidiam um
conselho de quatro nobres. Este conselho aconselhava o tlatoani e ajudava a administrar o
império.
É importante notar que a religião estava profundamente entrelaçada com a política na
sociedade asteca. O tlatoani era visto como um intermediário entre os deuses e as pessoas, e os
rituais religiosos eram uma parte importante de sua função. Grandes templos dominavam a
cidade de Tenochtitlán, e as cerimônias religiosas eram eventos comunitários importantes.
b) Cultura

A cultura asteca é notável por sua arte, literatura, música e, é claro, pela arquitetura
monumental. Os astecas eram artistas habilidosos, criando belas cerâmicas, esculturas, joias e
plumárias. Também eram conhecidos por suas impressionantes obras de arquitetura, incluindo
templos, pirâmides e palácios.
A literatura asteca, que era transmitida oralmente ou escrita em códices (livros feitos de casca
de árvore ou de pele de animal), incluía mitos, lendas, poesia e canções. A poesia, ou "flor e
canto", como era conhecida, desempenhava um papel central na cultura asteca, sendo usada
para transmitir conhecimento e preservar a história.
A música era outra forma importante de expressão artística. Os astecas utilizavam uma
variedade de instrumentos, como tambores, flautas, trombetas de concha e chocalhos, para criar
melodias que acompanhavam danças e cerimônias.
Agora, em relação à religião, os astecas acreditavam em uma multidão de deuses e deusas, cada
um governando diferentes aspectos da vida e do cosmos. Huitzilopochtli, o deus do sol e da
guerra, era uma das divindades mais veneradas, assim como Tlaloc, o deus da chuva, e
Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada, deus da sabedoria e do vento.
A religião asteca estava repleta de rituais e cerimônias, que variavam de ofertas simples a
festivais elaborados que duravam vários dias. Muitos desses rituais incluíam sacrifício humano,
que os astecas acreditavam ser necessário para apaziguar os deuses e garantir a continuação do
universo. Embora essa prática possa parecer brutal para nós, para os astecas era uma parte
essencial de sua visão de mundo e sistema de crenças.

Um professor, ensinando as crianças astecas


Os astecas também eram notáveis por sua educação. Todas as crianças, independentemente de
sua classe social, recebiam algum tipo de educação. As crianças de famílias nobres
frequentavam o 'Calmecac', uma escola para futuros líderes e sacerdotes, enquanto as crianças
comuns frequentavam o 'Tepochcalli', onde aprendiam ofícios e habilidades básicas.
A cultura e a religião asteca eram tão ricas e complexas quanto sua política e sociedade. Elas
refletiam a forma como os astecas viam o mundo ao seu redor, um mundo que era
simultaneamente natural e sobrenatural, humano e divino.
c) Contribuições
Comecemos pela agricultura. Os astecas desenvolveram um método inovador de agricultura
conhecido como chinampas, ou "jardins flutuantes". Nesse sistema, eles construíam camas de
plantio retangulares no lago, que eram fertilizadas com lama rica em nutrientes do fundo do
lago. Isso permitiu que cultivassem uma variedade de culturas, incluindo milho, feijão e
abóbora, em um ambiente que de outra forma seria inadequado para a agricultura. A técnica das
chinampas ainda é usada por alguns agricultores no México hoje.

Chinampas

Na arquitetura, os astecas eram mestres construtores. Eles criaram monumentais pirâmides de


degraus, templos e palácios, muitos dos quais ainda podem ser vistos hoje. Além disso, a capital
asteca, Tenochtitlán, era uma maravilha de planejamento urbano e engenharia, com canais,
pontes e estradas bem projetadas.
Em relação à matemática e à astronomia, os astecas tinham um sofisticado sistema de
calendário baseado em observações astronômicas precisas. Eles também desenvolveram um
sistema de numeração vigesimal (base 20), que usava um sistema de pontos e barras para
representar números.
Na medicina, os astecas tinham um extenso conhecimento de ervas medicinais e utilizavam uma
variedade de plantas para tratar doenças. Eles também realizavam cirurgias, incluindo
trepanação (perfuração de um buraco no crânio), uma prática que poucas sociedades pré-
modernas realizavam.
Finalmente, na arte, os astecas eram mestres em escultura, pintura, joalheria e plumária. Eles
criaram belos objetos que eram usados tanto no cotidiano quanto em cerimônias religiosas.
Apesar de sua eventual queda nas mãos dos espanhóis, a civilização asteca deixou uma marca
indelével no mundo. Suas inovações em agricultura, arquitetura, matemática, medicina e arte
não só moldaram a cultura e a história do México, mas também contribuíram para o avanço da
civilização humana como um todo.

3. Incas

Mapa mental Incas. Fonte: Docsity.

Localizada na parte ocidental da América do Sul, a civilização Inca era centrada no que hoje
conhecemos como Peru. Seu território se estendia da região sul da Colômbia até o norte do Chile
e Argentina, atravessando o Equador, Peru, Bolívia e partes do Brasil. Isso significa que o
Império Inca cobria uma vasta extensão de território, com uma diversidade geográfica
impressionante, desde as montanhas andinas até a floresta amazônica.
O coração do Império Inca era Cusco, considerada a "capital" do império. Cusco era um centro
administrativo, político e religioso, onde o Sapa Inca, ou o governante Inca, residia.
O Império Inca, também conhecido como Tahuantinsuyo, que significa "as quatro partes juntas"
em quechua, a língua dos Incas, era um feito impressionante de administração e organização.
Dividido em quatro províncias, cada uma liderada por um governador, o império era
eficientemente controlado a partir de Cusco.
Estima-se que o Império Inca chegou a ter cerca de 10 milhões de habitantes no auge de seu
poder no século XV. E é importante ressaltar que, embora chamemos esta civilização de "Inca",
na verdade este termo originalmente se referia apenas à nobreza. A população do império era
composta por muitos grupos étnicos diferentes, cada um com suas próprias tradições e línguas.

Antiga estrada inca

A civilização Inca é famosa por muitas coisas, incluindo sua arquitetura impressionante, sua
rede de estradas que se estendia por todo o império, e seu sistema de comunicação baseado em
cordas amarradas chamado quipu.

Quipu inca

Entretanto, como toda civilização, os Incas não eram apenas seus feitos e realizações. Eles eram
uma sociedade viva e dinâmica, com sua própria política, sociedade, cultura e religião.
a) Sociedade e Política

Extensão máxima do Império Inca. Fonte: Cola da Web.

A sociedade Inca, baseada principalmente no que é hoje o Peru, era uma das mais organizadas e
sofisticadas das Américas pré-colombianas. No auge de seu poder, no século XV, o Império Inca,
também conhecido como Tawantinsuyu, que significa "quatro partes juntas", estendia-se por
quase 2.500 milhas, de norte a sul, através de partes do que hoje são a Colômbia, Equador, Peru,
Bolívia, Chile e Argentina.
No topo da sociedade Inca estava o Sapa Inca, ou "o único Inca", considerado um governante
divino e descendente direto do deus do sol, Inti. Abaixo do Sapa Inca estavam os membros da
nobreza, que incluíam os parentes do Sapa Inca e os líderes das várias regiões ou suyus do
império.
A sociedade Inca era altamente hierárquica e regimentada. Cada cidadão tinha um papel
específico a desempenhar na sociedade. Os Incas não usavam dinheiro. Em vez disso, eles
operavam com um sistema de obrigações de trabalho conhecido como mita. Em troca de seu
trabalho, seja na construção de edifícios, na manutenção de estradas ou na agricultura, os
cidadãos recebiam comida, roupas e moradia do estado.
A política Inca era tão sofisticada quanto sua sociedade. O império foi dividido em quatro
regiões ou suyus, cada uma governada por um governador local que era responsável perante o
Sapa Inca. Este sistema permitiu aos Incas governar efetivamente um território vasto e
diversificado.

Ruínas de Machu Picchu, atualmente um dos grandes símbolos da civilização inca


Um dos maiores feitos dos Incas foi a criação de um extenso sistema de estradas, que se
estendia por milhares de quilômetros através de montanhas e vales, permitindo uma
comunicação e transporte eficazes dentro do império. Eles também construíram cidades
impressionantes, como a famosa Machu Picchu, com sua notável arquitetura em pedra.
Curiosamente, os Incas não tinham um sistema de escrita, como conhecemos. Em vez disso, eles
usavam um sistema de nós em cordas, conhecido como quipus, para registrar informações.
Embora a exata natureza e uso dos quipus ainda seja objeto de pesquisa, acredita-se que eles
foram usados para registrar uma variedade de informações, incluindo contabilidade e talvez até
mesmo histórias e lendas.
Infelizmente, assim como os astecas, o Império Inca caiu nas mãos dos conquistadores
espanhóis no século XVI. No entanto, o legado dos Incas vive até hoje, na língua quechua falada
por milhões de pessoas, nas técnicas agrícolas que ainda são usadas nos Andes e, é claro, nas
impressionantes ruínas que pontilham a paisagem.
b) Cultura
A cultura inca era rica e complexa. Eles eram mestres em engenharia e arquitetura, como visto
em suas cidades construídas nas montanhas, como Machu Picchu e Cusco, a capital do império.
Eles construíram uma vasta rede de estradas e pontes, usavam um sistema de mensageiros
chamado "chasquis" para enviar mensagens rapidamente pelo império, e tinham um sistema de
registro de informações chamado "quipu", que utilizava cordas com nós.
A religião desempenhava um papel fundamental na cultura inca. Eles adoravam uma variedade
de deuses, com o deus do sol, Inti, sendo o mais importante. O governante inca, o Sapa Inca, era
considerado o "filho do sol" e tinha um status quase divino.
Os Incas acreditavam na vida após a morte e praticavam o ritual de mumificação. Os mortos
eram embalsamados e colocados em tumbas com seus pertences, alimentos e até servos
sacrificados, para que pudessem continuar sua vida no pós-morte.
O mundo dos Incas era cheio de rituais e cerimônias religiosas. Um dos mais importantes era o
Inti Raymi, ou Festival do Sol, que ocorria durante o solstício de inverno. Durante esta
cerimônia, sacrifícios eram feitos para agradecer a Inti e pedir por uma boa colheita.
Além de Inti, os Incas também veneravam muitos outros deuses, incluindo Pachamama, a deusa
da terra; Mama Quilla, a deusa da lua; e Viracocha, o criador do universo.
É interessante notar que os incas acreditavam em um conceito chamado "ayni", que é
frequentemente traduzido como "reciprocidade" ou "cooperação mútua". Isso se refletia em
muitas práticas sociais e religiosas, incluindo a expectativa de que as pessoas contribuíssem
com trabalho para projetos comunitários, como a construção de estradas ou templos.
A queda do Império Inca ocorreu com a chegada dos espanhóis no século XVI, mas sua rica
cultura e tradições sobreviveram e continuam a influenciar as culturas andinas até hoje.
c) Contribuições

Extensão de uma estrada inca. Fonte: Viagens Macchu Picchu.

Primeiramente, os Incas eram mestres em engenharia e arquitetura. Seus edifícios e cidades


eram meticulosamente planejados e construídos com pedras cortadas com tanta precisão que
não necessitavam de argamassa para mantê-las unidas. Se você olhar para as ruínas de Machu
Picchu hoje, verá que as pedras se encaixam tão perfeitamente que é impossível deslizar até
mesmo uma folha de papel entre elas!
Em segundo lugar, os Incas desenvolveram uma impressionante rede de estradas que se
estendia por milhares de quilômetros, desde as altas montanhas dos Andes até a costa do
Pacífico. Eles também construíram pontes suspensas para cruzar os profundos desfiladeiros dos
Andes. Estas estradas permitiam o rápido transporte de mensagens e mercadorias por todo o
império.

Incas cultivavam em montanhas íngremes


No campo da agricultura, os Incas foram inovadores. Eles desenvolveram terraços de cultivo em
montanhas íngremes, criando mais terras aráveis e prevenindo a erosão do solo. Além disso, os
Incas cultivaram uma grande variedade de alimentos, incluindo mais de 3.000 tipos diferentes
de batatas!
Os Incas também se destacaram na arte do tecelagem, produzindo tecidos de algodão e lã de
alpaca e lhama de qualidade incrível. Suas peças tecidas eram tão finas e bem feitas que eram
usadas não apenas para roupas, mas também como meio de troca e oferendas aos deuses.
Finalmente, os Incas tinham um entendimento avançado de medicina para a época. Eles
praticavam a trepanação - uma cirurgia na qual um buraco é feito no crânio - com uma taxa de
sucesso surpreendentemente alta. Também utilizavam plantas medicinais para tratar uma
variedade de doenças.
Em suma, os Incas deixaram um legado duradouro em muitos campos, desde a engenharia e
agricultura até a arte e medicina. Seu império pode ter desaparecido, mas suas contribuições
para o mundo ainda são sentidas até hoje.

4. Maias

Fonte: Pinterest.

Os Maias são conhecidos por sua avançada escrita hieroglífica, por suas notáveis conquistas em
arte e arquitetura, por seus sistemas de calendário preciso e por seu conhecimento profundo de
matemática e astronomia.
A civilização maia floresceu na região que hoje conhecemos como Mesoamérica. Isso inclui o sul
do México (especificamente os estados de Yucatán, Campeche, Chiapas, Tabasco e Quintana
Roo), toda a Guatemala e Belize, assim como partes ocidentais de Honduras e El Salvador.
A área maia era muito diversificada, desde as planícies costeiras do Golfo do México até as altas
montanhas da Guatemala e de El Salvador. Essa diversidade geográfica significava que havia
uma variedade de recursos disponíveis para os maias, desde peixe e marisco na costa até caça e
colheita na floresta tropical e cultivo nas montanhas.
A civilização maia não era um império unificado, como os astecas ou incas. Em vez disso, era
composta por uma série de cidades-estado independentes que compartilhavam uma cultura e
uma língua comuns. Cada cidade-estado tinha seu próprio governante e era autônoma em
muitos aspectos.

Ruínas de Uxmal

A maioria das cidades maias que conhecemos hoje, como Tikal, Palenque, Uxmal e Chichén Itzá,
foram grandes centros urbanos com palácios, templos, quadras de jogo de bola e outras
estruturas importantes. Essas cidades eram centros de vida religiosa, política e econômica.
Os maias são muitas vezes lembrados pela sua "queda" ou "desaparecimento", mas é importante
lembrar que muitos descendentes dos maias ainda vivem nas mesmas regiões e mantêm muitos
aspectos da cultura maia, incluindo a língua maia.
a) Sociedade e Política

A civilização Maia se desenvolveu na Mesoamérica, uma região que inclui o sul do México e
partes da América Central, incluindo Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador. Eles se
destacaram por mais de 2000 anos, aproximadamente de 2000 a.C. a 900 d.C., deixando para
trás um legado impressionante de ciência, arte, arquitetura e um sistema de escrita complexo.
A sociedade Maia era estratificada e hierárquica. No topo da hierarquia estava o "K’uhul Ajaw"
ou o governante sagrado. Este rei, muitas vezes considerado uma divindade viva, detinha o
poder absoluto. Ele era a figura central na política e na religião, e sua legitimidade era muitas
vezes estabelecida através de linhas de sangue, casamento e guerra.
Logo abaixo do rei estavam os membros da nobreza, que consistiam de linhas de sangue real e
sacerdotes. Esses nobres desempenhavam funções administrativas e religiosas, muitas vezes
servindo como conselheiros do rei e ajudando na administração das cidades-estado.
Os artistas e artesãos formavam uma classe distinta na sociedade maia, e eram altamente
valorizados por suas habilidades. Abaixo deles, a maior parte da população era composta de
camponeses e trabalhadores, que cultivavam os campos, construíam edifícios e pagavam
impostos para os nobres e o rei.
No fundo da pirâmide social estavam os escravos, que geralmente eram prisioneiros de guerra,
devedores ou criminosos.
Politicamente, os maias não formavam um império unificado, mas eram organizados em uma
série de cidades-estado independentes, cada uma com seu próprio governante. Cada cidade-
estado controlava uma certa quantidade de território ao redor, mas a extensão do controle
variava.
As cidades-estado maias muitas vezes competiam entre si por recursos e prestígio. Eles faziam
alianças, comerciavam e lutavam entre si, o que levava a uma paisagem política complexa e em
constante mudança.
Uma das características mais notáveis da política maia era o uso de casamentos reais para
formar alianças entre diferentes cidades-estado. Ao casar-se com uma princesa de uma cidade-
estado vizinha, um rei poderia fortalecer sua própria posição e estabelecer uma relação de paz
com seu vizinho.
b) Cultura

Pintura maia

Os Maias eram um povo de grande espiritualidade e profundamente religioso. Eles acreditavam


em uma multiplicidade de deuses, cada um governando aspectos diferentes da natureza e da
vida humana. Entre essas divindades estavam Itzamná, o deus criador, K'inich Ajaw, o deus do
sol, e Chac, o deus da chuva.
A cosmologia maia concebia o universo como uma série de camadas, com o mundo humano no
meio, os céus acima e o submundo abaixo. Esses diferentes níveis eram habitados por deuses,
espíritos e ancestrais.
Os rituais e cerimônias religiosas eram uma parte essencial da vida maia, projetados para
manter a harmonia entre os deuses e o mundo humano. Esses rituais incluíam orações, danças,
oferendas, jejuns e, em alguns casos, sacrifícios humanos.
Os Maias acreditavam que o sangue era uma oferenda poderosa, e os nobres muitas vezes
realizavam rituais de auto-sacrifício, perfurando suas próprias orelhas, línguas ou genitais para
oferecer seu sangue aos deuses.
Os sacerdotes maias desempenhavam um papel central na sociedade. Eles eram responsáveis
por realizar rituais, interpretar as vontades dos deuses, prever o futuro e manter os complexos
calendários maias.

Calendário Maia

Falando em calendários, os Maias desenvolveram um sistema de calendário incrivelmente


preciso, que na verdade consistia em dois calendários diferentes. O Haab era um calendário
solar de 365 dias dividido em 18 meses de 20 dias cada, com um período de 5 dias "infortúnios"
no final. O Tzolk'in era um calendário ritual de 260 dias usado para prever eventos e determinar
os dias mais auspiciosos para rituais, casamentos e guerras. Estes dois calendários giravam
juntos como rodas interligadas, sincronizando-se a cada 52 anos, um evento que os Maias
celebravam com um grande "Fogo Novo" ou ritual de renovação.

A cultura maia também brilhou nas artes. Eles eram mestres da escultura em pedra, produzindo
belos relevos e estátuas. Eles eram conhecidos por suas cerâmicas pintadas, suas intricadas
joias de jade e suas penas tecidas em padrões complexos.
A literatura também era importante para os Maias. Eles registravam sua história, seus mitos e
seus conhecimentos em livros de papel amate chamados codex. Infelizmente, a maioria desses
códices foram destruídos pelos conquistadores espanhóis, mas três deles sobreviveram e
fornecem uma visão valiosa da mente maia.
c) Contribuições
Os Maias foram um povo de notável intelecto e criatividade. Eles deixaram um legado
duradouro em várias áreas, incluindo matemática, astronomia, arquitetura, agricultura e
linguagem escrita.

Numeração maia

Vamos começar com a matemática. Você sabia que os Maias inventaram o conceito de zero
muito antes dos europeus? Sim, eles tinham um sistema de numeração vigesimal (base 20)
altamente sofisticado, que incluía um símbolo para zero. Este conceito revolucionário permitiu-
lhes realizar cálculos complexos e precisos.
Em astronomia, os Maias eram verdadeiramente avançados. Eles observavam cuidadosamente
os movimentos do sol, da lua, das estrelas e dos planetas e registravam suas observações em
livros detalhados. Com base nesses dados, eles desenvolveram calendários incrivelmente
precisos, podendo prever eclipses solares e lunares, e até mesmo o ciclo de Vênus com uma
precisão surpreendente.
Em termos de arquitetura, os Maias eram mestres construtores. Eles construíram
impressionantes pirâmides, palácios, templos e observatórios, muitos dos quais sobreviveram
até hoje. As cidades maias, como Tikal, Palenque e Chichén Itzá, são maravilhas da engenharia e
da arte, com suas enormes pirâmides, esculturas detalhadas e complexos sistemas de água.
No campo da agricultura, os Maias desenvolveram técnicas avançadas de cultivo, incluindo o
uso de terraços e a criação de campos inundados para o cultivo de milho, feijão, abóbora e
cacau. Eles também domesticaram o peru e a abelha sem ferrão para a produção de carne e mel.
Finalmente, os Maias desenvolveram um dos poucos sistemas de escrita verdadeiramente
originais no mundo antigo. Seu sistema de escrita hieroglífica era altamente complexo e
expressivo, capaz de representar não apenas sons, mas também ideias e conceitos. Infelizmente,
a maior parte da literatura maia foi destruída durante a conquista espanhola, mas os textos que
sobreviveram, juntamente com as inscrições em pedra e cerâmica, fornecem uma rica visão da
história e da cultura maia.

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