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Para seguir a Cristo, devemos não somente abandonar alguns pecados específicos, como também

renunciar aos nossos desejos egoístas, que se encontram na raiz de todos os nossos pecados. Seguir a
Cristo é:
Entregar a ele os direitos sobre a nossa própria vida.
É também abdicar ao trono do nosso coração e
Reverenciá-lo como nosso Rei.
Jesus descreve vividamente, em três frases, essa renúncia.
MAS, A CRUZ EXIGE TAMBÉM DE NÓS
Marcos 8.34-36 Então ele chamou a multidão e os discípulos e disse: "Se alguém quiser
acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.35 Pois quem quiser salvar
a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará. 36
Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
A CRUCIFICAÇÃO DO EU
Gálatas 2.20 “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e
a vida que agora vivo, na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou
a si mesmo por mim”.
O QUE ESTÁ TE CRUCIFICANDO?
Negue-se a si mesmo: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue”. Esse mesmo verbo foi
usado quando Pedro negou ao Senhor no pátio do palácio do sumo sacerdote. Devemos repudiar a
nós mesmos da mesma forma como Pedro repudiou a Cristo quando disse, “Não conheço tal
homem”. Não se trata de parar de comer doces ou de fumar definitivamente ou por um período de
abstinência voluntária. A questão não é negar algumas coisas a si mesmo, mas negar a si mesmo. É
dizer não ao EU e sim a Cristo; repudiar o EU e reconhecer a Cristo como Senhor de nossas vidas.
1º Prego – NEGAÇÃO: v.34 “a si mesmo se negue”.
A primeira coisa que nos prende à cruz é a difícil tarefa de negar as vontades da carne. Este
negar a si mesmo é dizer não para o próprio querer. Estamos acostumados a dizer não para as
pessoas, mas não é fácil dizer não para o eu. Experimente fazer isso: diante de uma vontade
qualquer, diga a você mesmo que não vai fazer. Será uma grande luta entre a carne e o espírito
(Marcos 14.38). Isso dói como uma martelada. Quando resistimos ao pecado em prol da vontade
de Deus estamos crucificando nossa carne com o pecado (Hebreus 12.4).
Diga não às suas vontades pecaminosas!

Tome a sua cruz: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.
Se vivêssemos na Palestina, na época de Jesus, e víssemos um homem carregando uma cruz, nós
saberíamos imediatamente tratar-se de um condenado à penalidade máxima, pois a Palestina era um
país ocupado, e era assim que os romanos castigavam seus condenados. Tomar a cruz é “colocar-se
na posição de um homem condenado, a caminho de sua execução”. Em outras palavras, tomar a cruz
é crucificar o EU. Paulo usa essa mesma metáfora quando declara que, “Os que são de Cristo Jesus
crucificaram a carne [isto é, nossa natureza corrupta] com as suas paixões e concupiscências”.
2º Prego - SEGUIR: v.34 “tome a sua cruz e siga-me”.
O segundo prego representa o discipulado. Quando seguimos Jesus estamos indo na mesma
direção que Cristo rumo ao calvário. Muitos querem seguir pessoas famosas e bem-sucedidas.
Mas seguir a um condenado rumo à crucificação é algo que poucos fariam. Contudo Jesus foi à
nossa frente levando o peso dos nossos pecados (Isaías 53.3,4).
Seguir significa repetir os mesmos atos. Ir à mesma direção. Ao seguir Jesus estamos deixando
de ir para onde queremos para ir aonde Jesus está (I João 2.6). Como Simão Cireneu que seguiu
Jesus na crucificação e por isso teve que ajudar a levar a cruz (Lucas 23.26). Quando seguimos
a Jesus, estamos com os pés presos à cruz e de lá não podemos sair até que sermos ressuscitados
para uma nova vida.
Siga o exemplo Cristo em tudo que fizer!
Na versão de Lucas dessas palavras de Cristo, a expressão “dia a dia” é acrescentada. Isto significa
que o cristão deve morrer diariamente. Todos os dias ele renuncia à soberania de sua própria
vontade. Todos os dias ele renova a sua entrega incondicional a Jesus Cristo.
Perder a sua vida. A terceira expressão usada por Jesus para descrever a renúncia ao eu é perder
a vida: “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a
salvará”. A palavra “vida” aqui não denota a existência física, nem a alma, mas o nosso eu.
A psique é o ego, a personalidade humana, que pensa, sente, planeja e escolhe.
De acordo com um ditado semelhante preservado por Lucas, Jesus simplesmente usou o pronome
reflexivo para falar sobre o homem perder “a si mesmo”. O homem que assume um compromisso
com Cristo perde a si mesmo. Isso não significa que ele perde a sua individualidade. A sua vontade
é, de fato, submetida à vontade de Cristo, mas a sua personalidade não é absorvida pela
personalidade de Cristo. Ao contrário, quando o cristão se perde, ele encontra a si mesmo e descobre
a sua verdadeira identidade.
3º Prego - PERDER: v.35,36 “quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-
á”.
A terceira martelada é uma das mais dolorosas. Estamos acostumados a ganhar e receber.
Ninguém gosta de perder. Por isso dói tanto quando passamos pela cruz nas perdas da vida.
Contudo é preciso perder para ganhar (Filipenses 2.7-9).
A mão perfurada pelo prego da perda não tem forças para segurar suas opiniões e desejos. Este
prego nos faz sentir incapazes de pegar qualquer coisa, com a mão vazada tudo se escorre pelas
feridas. Assim nos sentimos quando perdemos.

Quando passamos pela crucificação abrindo mão de qualquer coisa em prol de nossa fé em
Jesus, ficamos presos à cruz como Cristo estava. Mas é neste momento que nossos braços estão
abertos para Deus (Colossenses 2.12). Não importa o que você perdeu e sim o que ganhará na
ressurreição (I Coríntios 4.14).

Para ganhar é preciso perder!


Não deixe a sua cruz!

Assim, para seguir a Cristo, temos que negar a nós mesmos, crucificar a nós mesmos e perder a nós
mesmos. Isso é o que Jesus requer de cada um de seus seguidores. Ele não nos chama para segui-lo
de forma displicente, mas através de um compromisso forte e absoluto. Ele nos chama para que
façamos dele o Senhor de nossas vidas.

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