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SUMÁRIO

Lição 1 – O Discípulo e o Estudo da Bíblia---------------------------------------------------------------


Lição 2 – O Discípulo e a Oração-------------------------------------------------------------------------
Lição 3 – O Discípulo e a Fé------------------------------------------------------------------------------
Lição 4 – O Discípulo e o Jejum-------------------------------------------------------------------------
O Discípulo e o Estudo da Bíblia
Texto Bíblico: Salmo 119.8

OBJ ETIVOS

Ao final do estudo desta lição, você deverá ser capaz de:


1. Adquirir para a sua vida conhecimentos práticos da Palavra de Deus.
2. Estudar sistematicamente e sozinho a Palavra de Deus, separando diariamente um tempo
para a sua leitura e meditação.
3. Assumir o compromisso de ler anualmente toda a Bíblia.
4. Interpretar corretamente a Palavra de Deus e aplicar seus princípios ao viver diário,
compartilhando-os com outros.
5. Identificar no texto bíblico a mensagem de Deus para o momento presente, uma ordem ou
mandamento, uma advertência, uma promessa ou um princípio eterno.

INTRODUÇÃO

Tim LaHaye, em seu livro Como Estudar a Bíblia Sozinho (Ed. Betânia), conta que certa vez
um rapaz de 17 anos foi a um culto, atendendo a um convite de um vendedor de sapatos que o
levara a Cristo. Esse vendedor falou-lhe da necessidade de conhecer melhor o Salvador que
acabara de aceitar. Durante o culto, após o período de louvor, o pregador disse: "Abramos a
Bíblia agora em 2 Timóteo 5.12." O jovem convertido abriu na primeira página a Bíblia que seu
amigo lhe dera, e começou a folheá-Ia por Gênesis, Êxodo, e outros livros, sem encontrar 2
Timóteo. Um pouco confuso, voltou ao índice e observou que 2 Timóteo encontrava-se na página
325. Quando abriu a Bíblia nesse número encontrou o livro de Josué. Olhou no índice novamente
e percebeu que a Bíblia tinha duas grandes divisões, e que Timóteo achava-se na segunda.
Quando afinal encontrou o texto, o pastor já havia terminado o sermão.
Embora tenha fracassado nessa primeira tentativa, aquele jovem sentiu um grande desejo
de conhecer melhor a Bíblia. Anos depois, ele tornou-se um famoso pregador, que levou a Cristo
um milhão de pessoas. O nome dele era Dwight L. Moody. Como discípulos, temos o desejo de
conhecer o Senhor Jesus e a sua vontade para as nossas vidas. Para tanto, é fundamental a
leitura, estudo, meditação e aplicação da Palavra de Deus.
A Bíblia é uma verdadeira biblioteca. Com 66 livros, 39 no Antigo Testamento, 27 no Novo e
escrita por cerca de 40 homens inspirados pelo Espírito Santo, durante um período aproximado
de 1600 anos, é o livro mais lido no mundo. Foi publicada em mais de 160 idiomas e é,
certamente, o livro dos livros. Para o discípulo de Jesus Cristo, a Palavra de Deus reveste-se de
especial interesse, pois é a sua relação com ela que determinará o sucesso ou o fracasso na vida
cristã. Na Bíblia, o discípulo é confrontado com a vontade de Deus para a sua vida, demonstrada
na atualidade de seus ensinos e nos princípios eternos que Deus revelou através dela. A Bíblia é,
pois, fonte de inspiração para o discípulo, a bússola que orienta a vida, a revelação escrita de
Deus.
A relação do discípulo com a Bíblia envolve ouvir, ler, estudar, memorizar e meditar no que
Deus fala através de sua Palavra, aplicando a mensagem bíblica à própria vida. Olhando desse
ponto de vista, quando o discípulo aprende a estudar a Palavra de Deus sozinho, encontra uma
fonte inesgotável de vigor espiritual e sua vida adquire uma nova dimensão.
Vejamos agora como estudar a Bíblia com grande proveito. Um dos métodos mais eficientes
do estudo da Palavra de Deus é o método indutivo. Ajunta de Missões Nacionais da Convenção
Batista Brasileira tem desenvolvido os estudos bíblicos indutivos para os Núcleos de Estudos
Bíblicos (NEBs), porque estudar a Bíblia dessa maneira é a garantia de ter-se um meio prático e
sistemático para buscar alimento espiritual na Palavra de Deus diariamente. O estudo bíblico
indutivo contém três partes:

I - OBSERVAÇÃO DOS FATOS


No estudo bíblico, a leitura atenciosa do texto é fundamental. Quanto mais cuidadosa for a
leitura, mais proveitosa será a compreensão do texto bíblico. Algumas questões nos ajudarão a
distinguir o que é, de fato, importante. 1) Quem são os personagens da narrativa? 2) O que
aconteceu? 3) Onde ocorreu o fato? 4) Quando ocorreu 5) Por que ocorreu? 6) Como ocorreu? É
importante que o discípulo tenha à mão lápis ou caneta para anotar as informações que for
descobrindo. Esses dados serão fundamentais para a correta interpretação do texto.

II - INTERPRETAÇÃO DO TEXTO BÍBLICO


Compreender o que Deus nos fala através de sua Palavra é um processo que exige, além
de uma leitura atenciosa, um exercício mental e espiritual para buscar o verdadeiro significado do
texto bíblico.
A Bíblia é um livro extraordinário porque a sua mensagem tem relevância para os nossos
dias. Na compreensão dessa mensagem, entretanto, precisamos buscar o significado para a
época em que foi escrita. Alguém afirmou que precisamos "entrar no pensamento do autor" para
compreendermos sua mensagem. Nessa tarefa, você precisa considerar o seguinte: Quem
escreveu o texto bíblico? Quando o escreveu? Para quem o escreveu? Em que circunstâncias o
escreveu? De onde o escreveu? Quais eram os costumes da época? Essas informações
históricas vão ajudá-Io a vivenciar a realidade histórica da mensagem.
Outras questões podem ajudá-Io na compreensão das verdades bíblicas. São as que dizem
respeito ao estudo gramatical do texto. A Bíblia em português é uma tradução do hebraico,
aramaico e grego. Essas foram as línguas nas quais foram escritos o Antigo e o Novo
Testamentos. No processo de tradução, nem sempre se encontra uma palavra que expresse todo
o significado da palavra no original. Portanto, é importante observar o sentido original da palavra,
pois isso pode esclarecer muita coisa. O aspecto literário também precisa ser considerado. Não
podemos interpretar da mesma forma uma poesia, uma parábola ou uma alegoria. Há vários
gêneros de literatura na Bíblia. Cada autor inspirado por Deus tinha o seu próprio modo de
comunicar.
Ao buscar o significado do texto bíblico devemos ter sempre em mente o fato de que a Bíblia
não é um livro como outro qualquer. É inspirado pelo Espírito Santo de Deus (2 Pedro 1.20,21) e
é ele mesmo quem nos capacita a entendê-Ia (João 16.13). Da mesma forma, qualquer texto
bíblico deve ser compreendido à luz do seu contexto e a própria Bíblia oferece subsídios para
isso. O Novo Testamento é a chave para a interpretação do Antigo Testamento e vice-versa.

É importante que você tenha em mãos, na medida do possível, um bom comentário, um


bom dicionário bíblico e uma boa chave bíblica. São ferramentas extras que podem fornecer
preciosas informações para a compreensão do texto sagrado.
Depois de uma leitura atenciosa e de uma interpretação correta, o discípulo deverá aplicar a
Palavra de Deus à sua própria vida.

III - A APLICAÇÃO
Ao aplicar o que entender ser a mensagem de Deus para a sua vida, você deve considerar
as seguintes questões:
1. Qual é a mensagem de Deus para a minha vida hoje? Para cada situação de sua vida,
Deus tem uma mensagem específica. Procure descobri-Ia de coração aberto através do seu
estudo da Palavra de Deus.
2. Há algum mandamento a que preciso obedecer? As ordens ou mandamentos que
encontramos na Palavra de Deus foram dados para o nosso bem-estar espiritual. Sua
observância enriquece e prolonga os nossos dias nesta vida. Um mandamento é uma ordem
simples, clara, objetiva e definida, dirigida a quem queira cumpri-Ia sem fazer qualquer tipo de
exigência. Nisso está a dureza dos primeiros passos a serem dados pelo discípulo, quando
descobre a vontade do seu Mestre. Não se deve tornar as coisas mais difíceis do que elas são.
Por outro lado, também não se pode facilitar os objetivos reais de Cristo quando chama homens e
mulheres para segui-Io. ''A porta é estreita” (Mateus 7.14). É melhor você estar consciente de que
Cristo exige do discípulo uma renúncia completa e incondicional (Mateus 16.24,25), do que
participar do contingente de cristãos sem "as marcas de Jesus" (Gálatas 6.17). O discipulado
"barato" não vai realizar o discípulo e, tampouco, satisfará a expectativa do Mestre, conforme
podemos perceber nos Evangelhos.
3. Há alguma promessa de que eu deva tomar posse? Ao analisar as promessas na
Palavra de Deus, o discípulo precisa fazer duas coisas:
a. Verificar se as promessas são universais e se aplicam aos nossos dias atuais. Há
promessas na Bíblia que foram feitas para o povo de Israel e que se aplicavam só àquele
contexto. Exemplo: A vinda do Messias.
b. Verificar se as promessas estão associadas a algumas condições. A Bíblia registra uma
promessa do Senhor Jesus Cristo aos seus discípulos: "Vós sereis meus amigos". Mas essa
promessa tem uma condição: "Se fizerdes o que eu vos mando" (João 15.14).
As promessas são importantes em função da natureza frágil e debilitada do discípulo, que
não teria forças suficientes em si mesmo, se não fosse vivamente estimulado pelas fiéis
promessas do Senhor da glória. A personalidade do discípulo precisa estar totalmente envolvida
com a idéia de plena realização. É isso que as promessas feitas por Jesus Cristo se propõem.
Elas são, por assim dizer, um direito adquirido do discípulo.
É necessário distinguir as promessas que dizem respeito à esperança futura, como a volta
de Cristo, por exemplo, das promessas que dizem respeito à nossa esperança presente, como,
por exemplo, a oração que Jesus promete atender mediante a fé dos seus discípulos.
4. Existe alguma advertência a observar? As advertências não são mandamentos.
Enquanto no mandamento o discípulo não tem escolha, só obedece, na advertência ele passa a
exercitar seu discernimento espiritual, para saber como lidar com valores e situações
semelhantes aos narrados na Palavra de Deus. Quando se estuda as bem-aventuranças, por
exemplo, encontra-se uma série de valores espirituais, emocionais e práticos, com clara
demonstração de que eles ajudariam os discípulos a serem pessoas realizadas.
5. Há algum princípio eterno? Os princípios eternos são postulados que ajudam o
discípulo diante da necessidade de tomadas de decisão. São leis que governam seu
relacionamento com as coisas e pessoas e que contribuem para o seu bem-estar espiritual, físico
e emocional. Por exemplo: "Tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6.7).
Além dessas questões, o discípulo deve estar atento às revelações que Deus faz sobre si mesmo
em sua Palavra, os pecados que devem ser abandonados, aquilo que não foi compreendido e
necessite de explicações, os motivos pelos quais se deve agradecer a Deus, o versículo que mais
fala ao coração e a forma prática como irá vivenciar tudo o que Deus lhe falou através do estudo.
O mais importante é a sua disposição como discípulo em aplicar o que foi estudado à sua própria
vida. Assim sendo, depois de realizar seu estudo pessoal da Palavra de Deus, deve dizer para si
mesmo: "Como resultado do que Deus me falou hoje através de sua Palavra, vou fazer isto..."
(diga-o claramente; de preferência escrevendo-o numa folha de papel).
A seguir, oferecemos um exemplo do que foi apresentado:

TEXTO: Filipenses 2.1-11 Data:

1. Mensagem de Deus para hoje: Devo procurar ao máximo ser semelhante a Jesus Cristo
no meu relacionamento com o próximo (v. 5).
2. Um mandamento ou ordem a obedecer: Ter o mesmo sentimento de humildade que
houve em Jesus Cristo, considerando sempre os outros superiores a mim mesmo (vv. 5-8).
3. Uma promessa em que devo confiar: Não achei.
4. Existe alguma condição para Deus cumprir a sua promessa?
5. Uma advertência (há algum pecado ou procedimento a abandonar?): O sentimento
egoísta de achar-se superior aos outros (vv . 3-4).
6. Um princípio bíblico: A humildade deve ser o ponto forte em minha vida, como foi na do
Senhor Jesus Cristo (v. 8).
7. O que este texto revela sobre Deus (Pai, Filho ou Espírito Santo): Que Jesus Cristo
abriu mão de sua divindade para tornar-se um ser humano como nós e foi obediente até a sua
morte na cruz (vv.6-8). Todos os homens se prostrarão perante Jesus Cristo e confessarão que
ele é Senhor (v. 10).
8. O que eu não entendo no texto e preciso estudar mais: O que é o "nome que é sobre
todo nome" (v. 9)?
9. Motivos que o texto me mostra pelos quais devo agradecer a Deus: Jesus Cristo
humilhou-se como homem para a minha salvação.

COMO RESULTADO DO QUE DEUS ME FALOU ATRAV ÉS DE SUA PALAVRA, VOU


FAZER ISTO:
Procurarei ser mais humilde nas minhas relações, pois se Jesus, sendo Deus, fez assim,
quanto mais eu, que sou seu discípulo.

CONCLUSÃO
O estudo da Palavra de Deus é algo indispensável para a sua sobrevivência espiritual. O
estudo bíblico fará muito por você. Por exemplo:
1. Tornará você um discípulo mais forte espiritualmente (1 João 2.14). Jesus venceu as
tentações no deserto porque sua mente e seu coração estavam cheios da Palavra de Deus
(Mateus 4).
2. Orientará você nas mais importantes decisões da vida
(Salmo 119.105). A Palavra de Deus é uma lâmpada que nos ilumina diante de quaisquer
circunstâncias.
3. Capacitará você na tarefa de fazer outros discípulos (1 Pedro 3.15,16). O testemunho de
sua fé terá autoridade se for fundamentado na Palavra de Deus. Tudo isso e muito mais fará a
Palavra de Deus em sua vida se você estiver disposto a estudá-Ia sistemática e diariamente. Se
este for o seu desejo, observe estas sugestões:
1. Leia a Bíblia diariamente. Se você ler quatro páginas por dia, completará sua leitura em
menos de 1 ano.
2. Marque uma hora específica para esse momento de leitura e meditação.
3. Tenha um lugar definido onde possa manter a concentração na leitura.
4. Leia a Bíblia devocionalmente, com oração, buscando sempre a mensagem de Deus
para aquele dia.
5. Leia com lápis ou caneta à mão. As idéias devem ser anotadas imediatamente. O hábito
de anotar descobertas criará em você uma expectativa para o que Deus irá falar.
6. Se for do seu interesse, tenha um diário espiritual onde possa anotar o que Deus lhe fala
a cada dia (Veja o modelo em PROJETOS CONCRETOS DE VIDA).
Que o estudo da Palavra de Deus possa ser um fator de sustento espiritual para você,
além de revigorar suas forças espirituais como um bom discípulo de Jesus Cristo.

PROJETOS CONCRETOS DE VIDA

1. Memorize Josué 1.8.


2. Separe diariamente um período para o seu estUdo da Palavra de Deus.
3. Utilize uma folha como o modelo abaixo para fazer suas anotações diárias do estudo da
Palavra de Deus.
4. Compartilhe com outros as verdades que você tem colocado em prática em sua vida.
5. Nesta semana, leia os seguintes textos e medite neles:
1 ° dia: Salmo 1 5° dia: 2 Reis 22.1-13
2° dia: Salmo 119.9-24 6° dia: 2 Reis 23.1-14
3° dia: Salmo 119.97-112 7° dia: 2 Timóteo 3.14-17
4° dia: Salmo 119.161-168

TEXTO: ___________________________
DATA: ____/____/____

1. Mensagem de Deus para hoje: ___________________________________


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2. Um mandamento ou ordem a obedecer: ____________________________
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3. Uma promessa em que devo confiar: ______________________________


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4. Existe alguma condição para Deus cumprir sua promessa? _____________
___________________________________________________________________
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5. Uma advertência (há algum pecado ou procedimento a abandonar?): _____
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6. Um princípio bíblico: ___________________________________________
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7. O que este texto revela sobre Deus (Pai, Filho ou Espírito Santo): _______
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8. O que eu não entendo no texto e preciso estudar mais: ________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9. Motivos que o texto me mostra pelos quais devo agradecer a Deus: ______
___________________________________________________________________
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COMO RESULTADO DO QUE DEUS ME FALOU ATRAVÉS DE SUA
PALAVRA, VOU FAZER ISTO:
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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

O Discípulo e a Oração

Texto Bíblico: Salmo 5.3

OBJETIVOS

Ao final deste estudo, você deverá ser capaz de:


1. Ter uma consciência ampliada do seu dever e privilégio da oração.
2. Tomar a decisão de ter um horário específico para oração.
3. Reconhecer a prática da oração em todos os aspectos de sua vida.

INTRODUÇÃO
Conta-se a história de um camponês russo que desejava a todo custo entender o significado
do verso bíblico: "Orai sem cessar.1 Após muita vã peregrinação, ele encontrou-se finalmente com
alguém que lhe ensinou a "oração de Jesus". Seu mestre instruiu-o a sentar-se em silêncio,
abaixar sua cabeça, fechar seus olhos, respirar pausadamente, olhando seu próprio coração, e
daí, em sussurro, dizer: "Senhor Jesus Cristo, tenha misericórdia de mim". O camponês deveria
proferir essas palavras 3.000 vezes cada dia, aumentar para 6.000 vezes ao dia, 12.000 vezes ao
dia, até chegar ao ponto em que dissesse tais palavras tantas vezes quanto desejasse. Com o
passar do tempo, o camponês peregrino experimentou uma grande alegria. Sua oração havia
penetrado em sua vida de tal modo que já não podia esconder a satisfação de estar totalmente
dependente de Cristo, do seu perdão e do seu amor. E esse amor e dependência o ajudaram a
suportar as dificuldades do dia-a-dia, por mais penosas que fossem.
Entre as frases abaixo, qual expressa melhor a experiência do camponês? (Marque-a com

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um x.)
( ) 1. Oração é comunhão contínua com Deus.
( ) 2. Oração é um exercício intelectual do homem para com Deus.
( ) 3. Oração é uma obrigação do homem para com Deus.
Não há dúvida de que a opção número 1 transmite, em forma global, a experiência do
camponês. Apesar de utilizarmos o nosso intelecto ao falar com Deus, e apesar de termos a
obrigação da oração, visto que Deus nos manda orar, oração é a comunhão do dia-a-dia com o
nosso Deus. Oração é o ingrediente essencial para a transformação pela renovação da nossa
mente.2

I - DEFINIÇÃO E PROPÓSITO DA ORAÇÃO


A Bíblia não apresenta uma definição de oração. O conceito em si pode ser extraído das
muitas experiências dos personagens bíblicos e das exortações de Deus. Observe os exemplos
na página seguinte, conforme o Quadro 1.
Entre estes exemplos dados, o que você pode observar sobre a oração? Marque F para
falso, e V para verdadeiro, nas sentenças abaixo:

( ) 1. A oração é um processo dinâmico entre o homem e Deus.


( ) 2. A oração envolve petição. intercessão e louvor.
( ) 3. Deus não se interessa por ouvir fraquezas humanas.
Naturalmente você deve ter marcado (V) para os dois primeiros exemplos e (F) para o
terceiro. Vejamos o porquê de a questão 3 ser falsa:
Deus criou o homem para que este o glorificasse e tivesse comunhão com ele. O pecado
separou o homem de Deus. Como parte do plano restaurador para esse relacionamento, Deus
enviou seu Filho Jesus Cristo ao mundo. A Bíblia diz que Jesus morreu na cruz para salvar o
homem do seu pecado, da sua alienação de Deus. 3 Quando o homem aceita a Jesus como seu
Salvador pessoal, ele experimenta novamente o contato direto com Deus. 4

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

Essa comunhão mútua se concretiza através da oração, e é um ato de fé. Martinho Lutero dizia
que a fé não pode ser colocada no bolso. Ela é dádiva de Deus e deve ser entregue a Deus.
Deus dá fé ao homem para que este volte-se para ele e mantenha-se espiritualmente sadio. Isso
significa que o homem deve buscar a Deus, em todos os detalhes de sua vida.

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Nova vida em Cristo

Até aqui temos considerado que a oração tem como propósito a comunhão com Deus.
Considere-se você mesmo e a sua vida de oração. Ainda olhando para o Quadro 1, preencha o
Quadro 2, de acordo com as suas próprias experiências:

Qual o nível de sua abertura para Deus? Você é capaz de dizer a ele tudo que se passa em
sua vida? Deus almeja ter intimidade com você. Ele quer ser seu melhor amigo. Ele quer
preencher todo o seu ser. A comunhão que Deus quer ter com o homem é o segundo propósito
da oração.
Reflita no seguinte testemunho:
"O privilégio da oração, para mim, é das possessões a mais apreciada, porque tanto a
experiência como a fé me convencem de que Deus mesmo a ouve e responde, conforme a sua
sabedoria. A mim só compete pedir, e a ele conceder ou recusar, de acordo com a sua
presciência. Se não fosse assim, jamais eu ousaria orar. No sossego do lar, no ardor da vida e da
luta, na presença da morte, o privilégio de falar com Deus é para mim incalculável. E eu o aprecio
tanto mais, quanto não exige de nós nada que esteja acima das nossas forças . É bastante
elevarmos a mente em súplica para que sejamos ouvidos por Deus. Mesmo quando não o vejo,
não o ouço, nem falo, posso orar e ter a certeza de que Deus me ouve. Quando afinal tiver de
atravessar o vale da sombra da morte, espero fazê-Io, conversando com Deus".
Leia os seguintes textos: Jeremias 33.3; Isaías 55.6;
Jeremias 29.13; Salmo 50.15. Qual é a promessa que temos de Deus?________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Podemos confiar em Deus, mesmo quando não o vemos ou ouvimos. 5 Ele nos ouve e quer
comunhão contínua conosco. Medite nos exemplos e testemunhos dados até aqui, e defina o
termo "oração", com suas palavras: Para mim, oração é:
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II - ELEMENTOS DA ORAÇÃO
Quando Jesus esteve na terra, ele focalizou o tema da oração muitas vezes.
Leia Mateus 6.5-15.
Jesus disse que não deveríamos ser como os hipócritas. Ele identificou neles atitudes que
não devemos nutrir ao orarmos (v.5). Observe o verso 6. Quais são algumas sugestões que
Jesus nos dá? __________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Anteriormente já consideramos alguns elementos da oração. (Veja Quadros 1 e 2.) Agora
observe o exemplo que Jesus deu aos seus discípulos, e identifique outros elementos da oração.
(Veja Quadro 3. )
Você provavelmente poderia acrescentar outros elementos necessários à oração. Por
exemplo: O apóstolo Paulo nos admoesta à responsabilidade de estarmos sempre gratos. 6
Também através do seu próprio exemplo, Paulo mostra que devemos interceder pelo nosso
próximo.7 Assim, a gratidão e a intercessão devem ser elementos constantes em nossas orações.

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III - ORAÇÃO E A LEITURA DA BíBLIA


E. F. Hallock disse certa vez que a oração e a leitura da Bíblia representam as duas asas
do avião. O Pastor Hallock acreditava tanto na leitura da Bíblia que por mais de 50 anos a leu
pelo menos duas vezes ao ano. O crente encontra muitas respostas para suas indagações ao ler
a Palavra de Deus. É preciso que haja um sentimento de busca. Jesus insiste em que o façamos. 8

IV - COMO E QUANDO ORAR

Assinale com um X as respostas certas:


( ) 1. O crente em Cristo deve manter uma atitude constante de oração.
( ) 2. A oração do crente deve incluir elementos tais como: adoração, gratidão,
arrependimento e confissão, intercessão, petição e consagração.
( ) 3. O crente lucra quando tem hora marcada para um encontro especial com Deus.
Você está absoluramente correto(a) se assinalou as três respostas. As três afirmativas
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Nova vida em Cristo

revelam verdades concernentes à oração.


Uma vez que a pessoa aceite a Cristo como seu Salvador, passa a receber orientação
direta do Espírito Santo quanto ao relacionamento íntimo com Deus. A Bíblia diz que o Espírito
intercede pelos santos.9 Isso significa que quando nos aproximamos de Deus estamos sendo
guiados pelo Espírito, que vive em nós. 1O Daí temos a garantia de sermos ouvidos, porque
chegamos diante de Deus com as credenciais do seu próprio Filho, cujo Espírito vive em nós.

PROJETOS CONCRETOS DE VIDA


1. Considere o Quadro 3: Oração-modelo. Quais são os elementos mais usados? E os
menos usados? Por quê?
2. O que você acha da seguinte experiência? Nair contraiu uma doença incurável. Soube
há pouco que sua filhinha de 2 anos também a contraiu. Além disso, a menina quebrou a perna e
precisou passar muitos dias no hospital. Nair está zangada com a situação e muito frustrada. Ela
é crente mas no momento tem dificuldade para orar. Sua irmã, também crente, disse-lhe que
contasse a Deus exatamente como se sentia.
Você concorda com o conselho da irmã de Nair, ou discorda dele? Por quê?
3. Leia e descubra o mandamento que os seguintes textos bíblicos têm em comum:
Deuteronômio 4.29; Isaías 55.6; Atos 17.27; Salmo 105.4; Oséias 10.12
O que este mandamento diz a sua vida?
4. Desenvolva o hábito de ter pelo menos 15 minutos de comunhão diária com Deus,
através da oração e da leitura da Biblia.
5. Desenvolva o hábito de anotar seus pedidos de oração, colocando a data do pedido e a
data da resposta.
6. Faça uma pesquisa no Novo Testamento sobre a vida de oração de Jesus Cristo. Que
lições você pode tirar dele paraa sua própria vida?
7. Compartilhe com outros suas definições de oração.
8. Memorize Jeremias 33.3
9. Nesta semana, leia os seguintes textos e medite neles:
1° dia: Mateus 7.7-11; Romanos 12.9-21
2° dia: Mateus 6.5-15
3° dia: Marcos 11.12-25
4° dia: 1 João 5.14-21
5° dia: Tiago 5.13-18
6° dia: João 14.12-14; 15.16; 16.23-24
7° dia: Hebreus 11.1-40
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Nova vida em Cristo

O Discípulo e a Fé
Texto Bíblico: Salmo Hb 11:01 – At 11:24

Texto base: Hb 11:01 – At 11:24

INTRODUÇÃO

A melhor definição para fé é a do texto bíblico que introduz este comentário. Nesta acepção,
ela é a base da esperança que faz o crente seguir adiante firmado nas promessas de Deus e
deixando para trás as dúvidas, incertezas e incredulidade. Ela é o ponto de partida para o
pecador conhecer ao Senhor e receber a salvação. Segundo o apostolo Paulo, a fé nasce na vida
de cada um quando se ouve a palavra de Deus, que é também o alimento para que ela, a fé, se
torne cada vez mais consolidada e robustecida. Ter a fé vital para as relações do crente com
Deus. É impossível esta comunhão sem ela, Hb 11:06.

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

I – A IMPORTÂNCIA DA FÈ

1. A fé no antigo testamento:

Se você percorrer a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, vai descobrir que ela é o livro que trata
das relações do homem com Deus mediante a fé. A fé é de tal importância que o capítulo 11 de
Hebreus é considerado como a galeria dos heróis da fé. Eles viveram nos tempos do antigo
testamento e estavam firmados nas promessas de Deus para o futuro. Hb 11. Eles olharam para
cruz, o divisor entre a velha e a nova aliança. Por causa de sua fé foram massacrados,
vituperados, perseguidos, mas em momento algum fraquejaram, pois estavam certos da
promessa do nascimento de Jesus cristo, não obstante a verem de longe.

A fé no novo testamento

Os crentes da atualidade, segundo o escritor do mesmo livro bíblico citado acima, são mais
bem-aventurados do que os do antigo testamento. No caso dos crentes de hoje, a cruz já está no
passado, mas projeta com segurança o fato de que se Deus cumpriu a promessa que tanto os
heróis da fé almejavam, mesmo que eles não a tenham fisicamente alcançado, Deus dará
continuidade ao seu plano até que se consumem todas as coisas. Hb 11:40. Os servos de Deus
do antigo testamento honraram a fé, e agora, como uma nuvem de testemunhas, Hb 12:01.
Esperam que os crentes de hoje, também, vão cumprir a sua parte. Só a fé os fez triunfar. Só a fé
lhe fará triunfar.

A fé na vida cristã

Tudo quanto fizermos se não tiver a fé como base, não terá nenhum sentido. A Bíblia diz que
aquilo que não se faz por fé constitui-se pecado, Rm 14:23. Hb 11:06. Porque a fé é tão
importante na vida cristã? Porque se ela não tiver operando, a incredulidade predomina, gerando
incertezas e fracassos. Quem dúvida jamais realiza qualquer coisa para Deus. Este sentimento
deixa o crente indeciso, o que compromete o seu caminho vitorioso, pois poderá agir como Pedro

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

que, ao primeiro momento, deu passadas firmes sobre as águas do mar, mas logo começou a
afundar. A dúvida deixou-o sem saber se olhava para Jesus ou para as circunstâncias adversas à
sua volta

O objeto da fé

Você agora vai aprender que a sua fé deve gravitar em torno da pessoa de Jesus. O autor dos
Hebreus, ao concluir sua profunda reflexão sobre a fé, finaliza: Hb 12:02
A fé não pode estar direcionada para outro foco. Se for o caso, não é a fé legítima que se
sustenta só no filho de Deus. Por outro lado não se trata da fé apenas por causa das obras que
ele realizou ou pode realizar, mas daquela que se traduz na certeza pessoal dada a cada crente
não só para vencer circunstâncias adversas, se esta for a sua vontade, mas também para você
continuar a servi-lo, ainda que seja do agrado de Cristo que você passe pelo vale da sombra da
morte. Neste caso, como disse Paulo, o morrer é ganho e significa o triunfo definitivo da fé.

Foi à fé centrada na pessoa de Cristo que levou os amigos de Daniel a enfrentarem a fornalha
de fogo ardente. Eles criam no livramento, mas também criam que aquela circunstância poderia
levá-lo à presença de Deus. É tanto que disseram ao rei: “ não necessitamos de te responder
sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos
livrará do fogo ardente e da tua mão, ó rei. E se não. Dn 3:17-18. A visão de nabucodonosor veio
confirmar esta verdade. Ele viu o quarto homem na fornalha, que não era outro senão o filho de
Deus.

Para os amigos de Daniel, então, não fazia diferença. Fora da fornalha tinha a proteção do
Senhor, na fornalha ele os acompanhava e se fossem levados para o céu, ficariam para sempre
na sua glória e majestosa presença. Este é, portanto, o cerne da verdadeira fé: Cristo.

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

II. AS QUALIDADES DA FÉ

Fé para salvação

Esta fé é aquela que leva o crente a reconhecerem os seus pecados e a aceitar o sacrifício de
Cristo em seu lugar. Ela é o ponto de partida que introduz o crente à vida cristã mediante o novo
nascimento. É como a centelha que dá a partida para fazer funcionar o motor de qualquer veículo.

Fé vitoriosa

Você vai descobrir que no exercício da vida cristã, a fé varia de intensidade. A Bíblia fala de
“pouca fé” Mt 6:30. “Tanta fé” Mt 8:10 “fé como um grão de mostarda” Mt 17:20. “Homem cheio
de fé” At 6:5 e sobre “a medida da fé” Rm 12:6. Isto explica porque uns fazem coisas grandes
para Deus, enquanto outros vivem uma vida cristã de menor intensidade. Significa que o trabalho
de cada um será, proporcional ao tamanho de sua fé. Só fará grandes coisas para Deus quem
tiver fé abundante e fundamentada nas promessas de Deus.

Dom da fé

O dom da fé situa-se numa dimensão mais profunda. Trata-se de manifestação sobrenatural


para a realização de maravilhas, sendo uma particularidade que o Espírito Santo concede ao
crente para aquilo que for útil. Está entre os Dons Espirituais 1Co 12:11.

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

III OS EFEITOS DA FÉ

A fé produz salvação

Já foi dito anteriormente que a fé é a base para salvação. Portanto, o ponto focal da nossa
responsabilidade, como crentes, é pregar o evangelho para que os pecadores sejam tomados
pela fé, reconheçam os seus pedados, confessam que Jesus é o filho de Deus e o aceitem como
único e suficiente salvador. Esta é a mensagem que você, como novo crente, deve levar aos seus
amigos. Você precisa sentir a mesma ansiedade do apóstolo Paulo, que afirmou: “ai de mim se
não pregar o evangelho”. Ou seja, o amor de cristo deve constrangê-lo a proclamar a palavra
para produzir a fé nos ouvintes para a salvação.

A fé produz segurança

Quem está em Cristo passa a viver em segurança, mesmo que as circunstâncias à sua volta
sejam adversas. Cabem, neste caso, as palavras do salmista: “pelo que não temermos, ainda que
a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares; ainda que as
águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem por sua braveza. Há um rio cujas
correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do altíssimo. Deus está no meio
dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã” (Salmo 46.2-5).

Isto significa que, pela fé, sempre seremos vitoriosos sobre satanás. Se alguma circunstância
levar você ao encontro do pai, o inimigo estará vencido para sempre, pois já não poderá intentar
nenhum mal contra os salvos. Portanto, isto quer dizer: se você estiver com Cristo na terra ou no
Céu, satanás será sempre perdedor.

A fé não vê o fracasso

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

Aquilo que, na visão de muitos, aparenta fracasso, para o verdadeiro crente é um meio de
fortalecer a sua fé e passar a depender mais de Jesus. Quando o apóstolo Paulo afirmava que se
considerava fraco isto servia para ele entender que sem Cristo nada podia fazer. Isto o levou,
inclusive, a receber do Senhor o consolo: “a minha graça te basta”. O fracasso eventual, quando
olhado por este prisma, é fator de fortalecimento da fé para aprofundar a sua comunhão com
Deus.

A fé conduz à vitória

Para concluir, vale adaptar o texto de um autor desconhecido. ”Enquanto a dúvida olha para
baixo, a fé olha para o alto; enquanto a dúvida vê o perigo, a fé enxerga a segurança; enquanto a
dúvida resvala na incredulidade, a fé se abriga no esconderijo do altíssimo, enquanto a dúvida
afunda no desespero, a fé se agiganta na esperança; enquanto a dúvida pergunta quem crê, a fé
responde:” eu creio!”.

Glossário:

Cerne: a parte mais íntima, essencial, âmago.


Consolidar: tornar sólido, seguro, estável.
Eventual: casual, fortuito, acidental.
Gravitar: tender para um ponto ou centro pela força da gravitação; andar à volta de.
Ignomínia: grande desonra; opróbrio, infâmia.
Instilar: induzir, persuadir.
Prisma: ponto de vista.
Resvalar: cair, incorrer.
Robustecer: tornar robusto ou forte, fortalecer.
Triunfar: sair vencedor ou triunfante.
Vituperar: tratar com vitupérios, injuriar, insultar, afrontar.

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

Questionário

1 – qual a melhor definição para a fé?


2 – por que hebreus 11 é considerado como a galeria dos heróis da fé?
3 – o que levou os heróis de antigo testamento a serem vitoriosos?
4 – por que a fé é tão importante na vida cristã?
5 – o que é o dom da fé?

O Discípulo e o Jejum
O jejum é uma abstinência voluntária de alimentos por um período definido e propósito
específico. Ele pode ser total ou parcial.  Vem sendo praticado pela humanidade em todas as
épocas, nações, culturas e religiões. Pode ser com finalidade espiritual ou até mesmo medicinal,
visto que o jejum traz tremendos benefícios físicos com a desintoxicação que produz no corpo.

Com o assustador advento da nova era, a filosofia oriental e suas religiões tem sido amplamente
divulgadas em nossa cultura, muitas dessas religiões pagãs trazem consigo uma prática assídua
do jejum e da alimentação vegetariana, o que tem levantado em nosso meio um certo preconceito
a esses assuntos.

Graças a Deus a igreja de nossos dias está redescobrindo o que a Bíblia diz acerca do jejum.
Ensinos distorcidos ou simplesmente nenhum estímulo ao jejum também são freqüentes ainda
em nossos dias.

Creio que a Igreja de hoje vive dividida entre dois extremos: aqueles que não dão valor algum ao
jejum e aqueles que se excedem em suas ênfases, confundindo-se ao antigo gnosticismo cristão.
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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

Penso que Deus queira despertar-nos para a compreensão e prática deste princípio que, sem
dúvida, é uma arma poderosa para o cristão.

Não há regras fixas na Bíblia sobre quando jejuar ou qual tipo de jejum praticar, isto é algo
pessoal. O princípio básico para essa prática é: "Abster-se voluntariamente de alguma coisa
importante a fim de dedicar maior tempo a Deus".

Tendo em mente esse princípio afirmo ser possível praticarmos em nossos dias jejum de
televisão, festas, excesso de trabalho, ou qualquer outro elemento em nossas vidas.

Na Antiga Aliança o Jejum era Obrigatório? E Hoje?

No Antigo Testamento, na lei de Moisés, os judeus tinham um único dia por ano de jejum
instituído: o do Dia da Expiação (Lv.16:29,31 e 23:27), que também ficou conhecido como "o dia
do jejum" (Jr.36:6) e ao qual Paulo se referiu como "o jejum" (At.27:9). Depois no período do exílio
foram estabelecidos para cada ano, quatro dias de jejum nacional: 1) Pela queda de Jerusalém
(Jr 52:6); 2) Pela destruição do templo (2 Rs 25:8,9 e Jr 52:12); 3) Pelo assassinato de Gedalias
(2 Rs25:25; Jr 41:1,2); 4) princípio do cerco (2 Rs 25:1; Jr 52:4 e Zc 8:19,20).

Ainda na Antiga Aliança encontramos o jejum relacionado ao:

- Luto pelos mortos (1 SM 31:13 e 2 Sm 1:12)

- Infortúnio e profunda tristeza  (Jz 20:25; 1 Sm 1:7; 20:34; Ne 1:4; Sl 35:13; 109:24 e Jl 1:14;
2:12,15)

- Com expressão de dor e arrependimento pelos pecados (Dt 9:18; 1 Sm 7:6; 1 Rs 21:27; Ed
10:6; Ne 9:1; Sl 69:10; Jn 3:5)

Mas no Novo Testamento percebemos que a prática do jejum continua, sem haver ênfase na
prática do mesmo como forma de obedecer a lei, mas sim a ênfase esta na disciplina individual
de quem o pratica.

Apesar de não haver um imperativo acerca desta prática, a Bíblia esta cheia de menções ao
jejum. Fala não apenas de pessoas que jejuaram e da forma como o fizeram, mas infere que nós
também jejuaríamos e nos instrui na forma correta de faze-lo.

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

Muitos educadores falharam de maneira grave ao dizer que, por não haver nenhuma ordem
específica para o jejum, então não deveríamos jejuar. Mas quando consideramos o ensino de
Jesus sobre o jejum, não há como negar que o Mestre esperava que jejuássemos: "Quando
jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim
de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a sua
recompensa. Tu, porém, quando jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não
parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará." Mateus 6:16-18.

Embora Jesus não esteja mandando jejuar, suas palavras revelam que ele esperava de nós esta
prática. Ele nos instruiu até na motivação correta que se deve ter ao jejuar. E quando disse que o
Pai recompensaria a atitude correta do jejum, nos mostrou que tal prática produz resultados!

Algumas pessoas dizem que se as epístolas não dizem nada sobre jejuar é porque não é
importante, e desprezam o ensino de Jesus sobre o jejum. Isto é errado! Jesus não veio ensinar
os judeus a viverem bem a Velha Aliança, Ele veio instituir a Nova Aliança, e todos os seus
ensinos apontavam para as práticas dos cidadãos do reino de Deus.

Quando estava para ser assunto ao céu, deu ordem aos seus apóstolos que ensinassem as
pessoas a guardar TUDO o que Ele tinha ordenado (Mt.28:20), inclusive o modo correto de jejuar!

O próprio Jesus praticou o jejum, os líderes da Igreja também o faziam. (Atos 13:1-3; 14:23 e
27:9). Registros históricos dos pais da igreja também revelam que o jejum continuou sendo
observado como prática dos cristãos durante muito tempo depois dos apóstolos. O jejum,
portanto, deve ser parte de nossas vidas e praticado de forma equilibrada, dentro do ensino
bíblico.

Embora o próprio Senhor Jesus tenha jejuado por quarenta dias e quarenta noites no deserto, e
muitas vezes ficava sem comer (quer por falta de tempo ministrando ao povo - Mc.6:31, quer por
passar as noites só orando sem comer - Mc.6:46), devemos reconhecer que Ele e seus discípulos
não observavam o jejum dos judeus de seus dias.

Era costume dos fariseus jejuar dois dias por semana (Lc.18:12), mas Jesus e seus discípulos
não o faziam. Aliás, chegaram a questionar Jesus acerca disto: "Disseram-lhe eles: Os discípulos
de João e bem assim os fariseus freqüentemente jejuam e fazem orações; os teus, entretanto,
comem e bebem. Jesus, porém, lhes disse: Podeis fazer jejuar os convidados para o casamento,
enquanto está com eles o noivo? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; naqueles
dias, sim, jejuarão." Lucas 5:33-35.

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

O Mestre mostrou não ser contra o jejum, e disse que depois que Ele fosse "tirado" do convívio
direto com os discípulos (voltando ao céu) eles haveriam de jejuar. Jesus não se referiu ao jejum
somente para os dias entre sua morte, ressurreição e reaparição aos discípulos (ao mencionar os
dias que eles estariam sem o noivo), e sim aos dias a partir de sua morte.

Contudo, Jesus deixou bem claro que a prática do jejum nos moldes do que havia em seus dias
não era o que Deus esperava. A motivação estava errada, as pessoas jejuavam para provar sua
religiosidade e espiritualidade, e Jesus ensinou a faze-lo em secreto, sem alarde.

O jejum pode ser uma prática vazia se não for feito da maneira correta. Isto aconteceu no Antigo
Testamento, quando o povo começou a indagar: "Por que jejuamos nós, e não atentas para isto?
Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta?" Isaías 58:3a.

E a resposta de Deus foi exatamente a de que estavam jejuando de maneira errada: "Eis que, no
dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso
trabalho. Eis que jejuais para contendas e para rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando
assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto." Isaías 58:3b,4. Por outro lado, o
versículo está inferindo que se observado de forma correta, Deus atentaria para isto e a voz deles
seria ouvida.

Tiago 1:27 "A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos
e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo."

A motivação do seu coração é a chave para um jejum eficiente.

Muitos confundem a disciplina de jejuar para reservar mais tempo ao Senhor com o ensino
errôneo de auto-flagelação. O ensino de algumas religiões chega a ser pecaminoso, nenhuma
forma de auto-justiça, auto-piedade, auto-sacrifício será aceita por Deus.

Deus não é um Deus sanguinário que aguarda pelo sofrimento e flagelação de seu povo para em
troca abençoa-lo. Não tente cambiar, barganhar, fazer negócio com Deus para em troca obter
respostas as suas orações.

Salmos 51:16 "Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas
de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e
contrito, não o desprezarás, ó Deus."

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

Isaías 58:5-6 "Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua
cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e
dia aceitável ao SENHOR? Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da
impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo
jugo?"

É uma ilusão pensar que qualquer sacrifício pessoal de nossa parte possa comover o coração de
Deus, o único sacrifício que Ele reconhece foi aquele oferecido por Jesus na cruz do Calvário!
Jejuar e orar acreditando que com esse "sacrifício" você vai conseguir persuadir a Deus a
satisfazer seus desejos narcisistas e hedonistas é pecado! Ainda que inconscientemente é um
meio de tentar competir com aquilo que Jesus já realizou na cruz do Calvário.

Precisamos e devemos jejuar para exercitarmos nossa vida de oração. Os pais da igreja primitiva
reuniam-se semanalmente para consagrar suas vidas e buscarem a Deus, esses encontros eram
marcados por jejum e oração.

Sempre que me dedico a longos períodos de jejum e oração, fico muito mais sensível a voz do
Espírito Santo. Tenho maior discernimento espiritual das circunstâncias que estão ao meu redor.
Sempre que meu organismo reclama por alimento, lembro-me que preciso orar mais um pouco.

Porém assim que observo estar passando mau, ou que meu rosto já está tão desfalecido que
todos percebem, oro a Deus entregando aquele período de jejum e procuro alimentar-me.

Quando entramos em longos períodos de jejum e oração, precisamos preparar nosso organismo
para o mesmo, e mesmo depois ao terminarmos períodos com mais de 7 ou 10 dias de jejum
ininterrupto, precisamos absorver alimentos leves.

Para quem nunca jejuou e orou, parece impossível passar 10 dias seguidos em jejum total de
alimentos, apenas bebendo líquidos. Porém quero lhe dizer que a  maior dificuldade será o
apenas os três primeiros dias, depois deles a dor de cabeça vai embora, a dificuldade para pegar
no sono desaparece e seu organismo começa a absorver energia de suas reservas.

Porém se você não esta acostumado a passar longos períodos em jejum, não fique frustrado.
Você pode jejuar três dias seguidos e todas as noites fazer um lanche leve ou ainda fazer jejum
de apenas 24 horas. Lembre-se que o Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas.

Não recomendo a ninguém praticar o jejum absoluto, aquele em que até o líquido foi eliminado.
Existem evidências de que Moisés quando recebeu as tábuas da lei praticou esse tipo de jejum,

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

(Êx 34:28 e Dt 9:9) e Elias (1 Rs 19:8). Acredito que ele só possa ser praticado por um meio
sobrenatural.

O próprio Senhor Jesus ao jejuar no deserto, depois de 40 dias e 40 noites teve "fome" e que foi
tentado a "comer" e não a beber. O texto não fala que Ele teve sede, o que nos leva a crer que
Ele tenha feito abstinência apenas de alimentos e não líquidos (Mt 4:1-3, 11). Outro aspecto
interessante é que Ele foi levado, impelido, conduzido pelo Espírito Santo a esse longo período
de jejum e que "não teve fome" durante os dias de consagração.

Podemos perfeitamente jejuar e orar enquanto seguimos nossa rotina semanal, de estudos,
trabalhos e demais compromissos. Veja o que diz 1 Reis 19:8 "Levantou-se, pois, comeu e
bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o
monte de Deus". Quem quer encontrará um meio, quem não quer encontrará uma bela desculpa.

"O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas, jejuar
mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se mais suscetível ao Espírito de Deus".  K. H.

Vejamos alguns exemplos bíblicos de jejum:

Consagração - O voto do nazireado envolvia a abstinência/jejum de determinados tipos de


alimentos (Nm.6:3,4);

Arrependimento de pecados - Samuel e o povo jejuando em Mispa, como sinal de


arrependimento de seus pecados (I Sm.7:6, Ne.9:11);

Luto - Davi jejua em expressão de dor pela morte de Saul e Jônatas, e depois pela morte de
Abner. (II Sm.1:12 e 3:35);

Aflições - Davi jejua em favor da criança que nascera de Bate-Seba, que estava doente, à morte
(II Sm.12:16-23); Josafá apregoou um jejum em todo Judá quando estava sob o risco de ser
vencido pelos moabitas e amonitas (II Cr.20:3);

Buscando Proteção - Esdras proclamou jejum junto ao rio Ava, pedindo a proteção e benção de
Deus sobre sua viagem (Ed.8:21-23); Ester pede que seu povo jejue por ela, para proteção no
seu encontro com o rei (Et.4:16);

Em situações de enfermidade - Davi jejuava e orava por outros que estavam enfermos (Sl.35:13);

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Fundamentos da Fé – Módulo II
Nova vida em Cristo

Intercessão - Daniel orando por Jerusalém e seu povo - 21 dias (Dn.9:3, 10:2,3);

Preparação para a Batalha Espiritual - Jesus mencionou que determinadas castas só sairão por
meio de oração e jejum, que trazem um maior revestimento de autoridade (Mt.17:21);

Estar com o Senhor - Ana não saía do templo, orando e jejuando freqüentemente (Lc.2:37);

Preparar-se para o Ministério - Jesus só começou seu ministério depois de ter sido cheio do
Espírito Santo e se preparado em jejum (prolongado) no deserto (Lc.4:1,2);

Ministrar ao Senhor - Os líderes da igreja em Antioquia jejuando apenas para adorar ao Senhor
(At.13:2);

Enviar ministérios - Na hora de impor as mãos e enviar ministérios comissionados (At.13:3);

Estabelecer presbíteros - Além de impor as mãos com jejum sobre os enviados, o faziam também
sobre os que recebiam autoridade de governo na igreja local, o que revela que o jejum era um
princípio praticado nas ordenações de ministros (At.14:23).

Nas Epístolas só encontramos menções de Paulo de ter jejuado (II Co.6:3-5; 11:23-27).

Diferentes Formas de Jejum

Jejum PARCIAL. - Normalmente o jejum parcial é praticado em períodos maiores ou quando a


pessoa não tem condições de se abster totalmente do alimento (por causa do trabalho, por
exemplo). Lemos sobre esta forma de jejum no livro de Daniel:

"Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem
carne, nem vinho entraram em minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que se passaram
as três semanas." Daniel 10:2,3.

O profeta Daniel diz exatamente o quê ficou sem ingerir: carne, vinho e manjar desejável.
Provavelmente se restringiu à uma dieta de frutas e legumes, não sabemos ao certo. O fato é que
se absteve de alimentos, porém não totalmente.

E embora tenha escolhido o que aparentemente seja a forma menos rigorosa de jejuar, dedicou-
se à ela por três semanas. Em outras situações Daniel parece ter feito um jejum normal (Dn.9:3),

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Fundamentos da Fé – Módulo II
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o que mostra que praticava mais de uma forma de jejum. Ao fim deste período, um anjo do
Senhor veio a ele e lhe trouxe uma revelação tremenda.

Jejum NORMAL. - É a abstinência de alimentos mas com ingestão de água. Foi a forma que
nosso Senhor adotou ao jejuar no deserto. "Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi
guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. Nada
comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome." Mateus 4:2.

Jejum TOTAL - É abstinência de tudo, inclusive de água. Na Bíblia encontramos poucas menções
de ter alguém jejuado sem água, e isto dentro de um limite: no máximo três dias. A água não é
alimento, e nosso corpo depende dela a fim de que os rins funcionem normalmente e que as
toxinas não se acumulem no organismo. Há dois exemplos bíblicos deste tipo de jejum, um no
Velho outro no Novo Testamento:

Ester, num momento de crise em que os judeus (como povo) estavam condenados à morte por
um decreto do rei, pede a seu tio Mardoqueu que jejuem por ela: "Vai, ajunta a todos os judeus
que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite
nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é
contra a lei; se perecer, pereci." (Ester 4:16).

Paulo, na sua conversão também usou esta forma de jejum, devido ao impacto da revelação que
recebera: "Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu" (Atos 9:9).

Não há qualquer outra menção de um jejum total maior do que estes (a não ser o de Moisés e
Elias numa condição sobrenatural).  Veja Dt 9:9, Ex 34:28 e 1 Rs 19:8.

A medicina adverte contra um período de mais de três dias sem água, como sendo nocivo.
Devemos cuidar do corpo ao jejuar e não agredi-lo; lembre-se de que estará lutando contra sua
carne (natureza e impulsos) e não contra o seu corpo.

A Duração do Jejum:

1 dia - O jejum do Dia da Expiação

3 dias - O jejum de Ester (Et.4:16) e o de Paulo (At.9:9);

7 dias - Jejum por luto pela morte de Saul (I Sm.31:13);

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14 dias - Jejum involuntário de Paulo e os que com ele estavam no navio (At.27:33)

21 dias - O jejum de Daniel em favor de Jerusalém (Dn.10:3);

40 dias - O jejum do Senhor Jesus no deserto (Lc.4:1,2);

Bíblia fala de Moisés (Ex.34:28) e Elias (I Re.19:8) jejuando períodos de quarenta dias. Porém
vale ressaltar que estavam em condições especiais, sob o sobrenatural de Deus. Moisés nem
sequer bebeu água nestes 40 dias, o que humanamente é impossível.

Mas ele foi envolvido pela glória divina. O mesmo se deu com Elias, que caminhou 40 dias na
força do alimento que o anjo lhe trouxe. Isto é um jejum diferente que começou com um belo
"depósito", uma comida celestial. Jesus, porém, fez um jejum normal com esta duração.

Muitas pessoas erram ao fazer votos ligados à duração do jejum... Não aconselho ninguém fazer
um voto de quanto tempo vai jejuar, pois isso te deixará "preso" no caso de algo fugir ao seu
controle. Siga o conselho bíblico:

"Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos.
Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras". Eclesiastes 5:4-
5.

É importante que haja uma intenção e um alvo quanto à duração do jejum no coração, mas não
transforme isto em voto. Já intentei jejuns prolongados e no meio do caminho fui forçado a
interromper. Mas também já comecei jejuns sem a intenção de prolongá-lo e, no entanto, isto
acabou acontecendo mesmo sem ter feito os planos para isto.

O Jejum Prolongado:

Há algo especial num jejum prolongado, mas deve ser feito sob a direção de Deus. Conheço
irmãos que tem jejuado por trinta e até quarenta dias, embora eu, pessoalmente, não tenha feito
um jejum tão longo. Cada um deles confirma ter recebido de Deus uma direção para tal.

Vale ressaltar também que certos cuidados devem ser tomados. Não podemos brincar com o
nosso corpo. Uma dieta para desintoxicação do organismo antes do jejum é recomendada, e
também na quebra do jejum prolongado (mais de 3 dias).

Podemos Falar que Estamos Jejuando?

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Fundamentos da Fé – Módulo II
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Algumas pessoas são extremistas quanto a discrição do jejum, enquanto outras, à semelhança
dos fariseus, tocam trombeta diante de si. Em Mateus 6:16-18, Jesus condena o exibicionismo
dos fariseus querendo parecer contristados aos homens para atestar sua espiritualidade.

Ele não proibiu de se comentar sobre o jejum, senão a própria Bíblia estaria violando isto ao
contar o jejum que Jesus fez... Como souberam que Cristo (que estava sozinho no deserto) fez
um jejum de quarenta dias? Certamente porque Ele contou! Não saiu alardeando perante todo
mundo, mas discretamente repartiu sua experiência com os seus discípulos.

Eu, particularmente, comecei a jejuar estimulado pelo relato das experiências de outros irmãos.
Depois é que comecei (aos poucos) a entender o ensino bíblico sobre o jejum. E louvo a Deus
pelas pessoas que me estimularam! Sabe, precisamos tomar cuidado com determinadas pessoas
que não tem o que acrescentar à nossa edificação e somente atacam e criticam.

Lembro-me que o primeiro jejum que fiz na minha adolescência, teve a duração de 24 horas,
cortei só o alimento e tomei muito líquido ao longo do dia.

Desafio: Haverá períodos em que o Espírito Santo vai nos atrair mais para o jejum, e épocas em
que quase não sentiremos a necessidade de faze-lo. Já passei longos períodos sem receber
nenhum impulso especial para jejuns de mais de três dias e, mesmos estes, foram poucos. E
houve épocas em que, seguidamente sentia a necessidade de faze-lo.

Porém, penso que o jejum normal de um dia de duração é algo que os cristãos deveriam praticar
mais, mesmo sem sentir nenhuma "urgência" espiritual para isto.

Devemos ser sensíveis e seguir os impulsos do Espírito de Deus nesta área. Isto vale não só
para começar a jejuar mas até para quebrar o jejum. Já fiz jejuns que queria prolongar mais e
senti que não deveria faze-lo, pois a motivação já não era mais a mesma... ou estava tão
atarefado que o jejum espiritual havia se transformado em uma "greve de fome", pois eu não
estava orando.

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Fundamentos da Fé – Módulo II
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REFERÊNCIAS

1. Oliveira, E. Livro: Maturidade Cristã, Rio De Janeiro, 2009


2. Becker, J. Apostila:O verdadeiro Jejum Bíblico, São Paulo, 2010
3. Monteiro, A. Apostila: O Cristão e a Fé, São Paulo, 2001

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