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Vamos examinar isto de forma prática e simples, tomando como exemplo a própria vida do Senhor
Jesus.
E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.
(Marcos 8:34 KJF) . “QUER SER DISCÍPULO CARREGUEA A SUA CRUZ “
Três referências com a mesma essência. Dos quatro evangelhos, apenas João não traz essa passagem.
Tenho meditado acerca desse "negue-se a si mesmo". Creio que todos nós, cristãos e não cristãos já
ouvimos isso que Jesus disse várias vezes. Mas já paramos pra analisar pessoal e profundamente o que
significa?
William James, um dos pais da psicologia, distingue, em 1892, o "eu" como a instância interna
conhecedora, e o "si mesmo", como o conhecimento que o indivíduo tem sobre si próprio.
Baumeister, doutor em psicologia social pela Universidade de Princeton, propõe, em 1993, que o "si
mesmo" se baseia em três experiências básicas do ser humano: a consciência reflexiva, que é o
conhecimento sobre si próprio e a capacidade de ter consciência de si; a interpessoalidade dos
relacionamentos humanos, através dos quais o indivíduo recebe informações sobre si; a capacidade do
ser humano de agir.
Esse conhecimento que o "eu" tem sobre "si mesmo" tem dois aspectos distintos: por uma lado um
aspecto descritivo chamado auto-imagem e por outro um aspecto valorativo, a auto-estima.
Definitivamente Jesus nunca foi preocupado com a auto-estima de ninguém, nem Ele nem os profetas; e
sabemos que muito do que se tem como auto-imagem é fruto de mentiras e marcas de engano lançadas
sobre nós ao longo da vida pelo inimigo.
Entendo então, que o si mesmo pode dizer de uma imagem, ou um personagem construído por cada um
de nós a fim de sermos aceitos em sociedade. Tendo consciência de si, vemos várias características que
não são agradáveis nem a nós nem a quem nos cerca e temos o hábito de esconder nossas imperfeições,
criando uma imagem maquiada de nós mesmos. Quanto à interpessoalidade, (onde os outros nos dão
informações sobre nós mesmos, através da interação do convívio – o que nossos atos produzem nelas,
ou mesmo procurando responder às expectativas existentes), vamos nos moldando numa lógica de
custo-benefício das imagens ou papéis desempenhados/interpretados. O que, por sua vez, dita um pouco
sobre nosso modo de agir. “Se produz aceitação e ‘harmonia’ na comunhão, vai ser assim que agirei
daqui pra frente!” e “Se causa aversão ou contendas, não devo mostrar posso omitir partes de quem
realmente sou”.
“Se alguém”: o dever imposto é para todos os que desejam se unir aos seguidores de Cristo e alistar sob
a Sua bandeira. “Se alguém quer”: o grego é muito enfático, significando não somente o consentimento
da vontade, mas o pleno propósito de coração, uma resolução determinada. “Vir após mim”: como um
servo sujeito ao seu Mestre, um estudante ao seu Professor, um soldado ao seu Capitão. “Negue”: o
grego significa “negar totalmente”. Negar a si mesmo: sua natureza pecaminosa e corrompida. “E
tome”: não passivamente sofra ou suporte, mas assuma voluntariamente, adote ativamente. “Sua cruz”:
que é desprezada pelo mundo, odiada pela carne, mas que é a marca distintiva de um cristão verdadeiro.
“E siga-me”: viva como Cristo viveu — para a glória de Deus (A Cruz e o Ego, Arthur W. Pink).
Logo, negar a si mesmo significa fazer o mesmo que Jesus fez: ELE renunciou o fato de ser Deus, E
poder escapar da morte, e entregou-se à missão que o Pai o designou (Leia Mateus 26:51-54; João
18:10,11; Filipenses 2: 5-8).
Da mesma forma, nós precisamos entregar a direção de nossa vida a Deus e considerar que Ele tem o
controle dela, não somos mais nós que “ditamos as regras”, mas devemos estar prontos a viver por
aquilo que Deus nos designar.
Leia o texto abaixo com muita atenção:
Porque o amor de Cristo nos constrange, porque assim nós julgamos: Que, se um morreu por todos,
então todos morreram.
E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam daqui em diante para si, mas para aquele
que morreu por eles e ressuscitou. (2 Coríntios 5:14,15 KJF)
E Jesus, respondendo, disse: Na verdade eu vos digo que não há nenhum homem, que tenha deixado
casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa de mim e do
evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e
filhos, e campos, com perseguições; e no mundo vindouro a vida eterna.
(Marcos 10:29-30 KJF)