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Volume I
Joseph Fielding Smith
2. D & C 130:22.
3. D & C 18:23.
8. João 14:28.
9. Lucas 24:39.
14. Conference Report, abril 1921, p. 40; Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 11; Éter 3:17-20; 4:7.
17. D & C 45:39: 76:5; Atos 10:34-35; Salmos 111:10; 112:1: Prov. 1:7; Ecles. 12:13.
18. O Pai e o Filho são personagens de espírito e de tabernáculo. Estas expressões, conforme foram
empregadas aqui, são sinônimos e intercambiáveis. Ambos os personagens possuem corpos
ressurretos. Um corpo ressurreto de carne e ossos é um corpo espiritual na terminologia escriturística.
Assim diz Paulo: “Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há
também corpo espiritual. Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma
vivente; o último Adão em espírito vivificante.” (I Cor. 15:44-45) Assim diz igualmente o Senhor: “Pois
apesar de morrerem, também ressurgirão outra vez, corpos espirituais.” (D & C88:27) B. R. N.
2. D & C 130:22.
3. D & C 18:23.
8. João 14:28.
9. Lucas 24:39.
14. Conference Report, abril 1921, p. 40; Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 11; Éter 3:17-20; 4:7.
17. D & C 45:39: 76:5; Atos 10:34-35; Salmos 111:10; 112:1: Prov. 1:7; Ecles. 12:13.
18. O Pai e o Filho são personagens de espírito e de tabernáculo. Estas expressões, conforme foram
empregadas aqui, são sinônimos e intercambiáveis. Ambos os personagens possuem corpos
ressurretos. Um corpo ressurreto de carne e ossos é um corpo espiritual na terminologia escriturística.
Assim diz Paulo: “Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há
também corpo espiritual. Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma
vivente; o último Adão em espírito vivificante.” (I Cor. 15:44-45) Assim diz igualmente o Senhor: “Pois
apesar de morrerem, também ressurgirão outra vez, corpos espirituais.” (D & C88:27) B. R. N.
3. João 3:18.
5. João 14:28.
7. Corresp. Pessoal; Éter 3:6-16; Moisés 1:31-33; João 1:1-14; Hebr. 1:1-4.
8. Alma 7:10.
9. Lucas 1:34-35.
18. Mateus 26:17-75; 27:1-50; Marcos 14:12-72; 15:1-38; Lucas 22:7-71; 23:1-46; I Cor. 5:7.
21. A versão inglesa do Rei Tiago diz: “… e quem contará a sua geração?” N. do T.
29. D & C 29:5: 45:3-4: 62:1: 76:69: 107:18-19: 2 Néfi 2:9-10: Morôni 7:27-28; Rom. 8:34; Gál. 3:19-20; 1 Tim.
2:5-6; Hebr. 7:25; I João 2:1.
33. A versão em português é praticamente igual à do Rei Tiago: “E eu apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó,
como o Deus Todo-poderoso: mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido.” N.
do T.
41. Aqueles que acreditam que a alma dorme, são grupos que dizem que isto acontece na morte, e que a
alma não acorda até a ressurreição do corpo.
3. Corresp. Pessoal.
4. João 14:26.
5. 2 Pedro 1:21.
6. D & C 33:15.
7. D & C 20:41.
9. Corresp. Pessoal.
11. Joseph Fielding Smith, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, pp. 194-95.
24. Gên. 41:38: Êx. 31:3; 35:31: Núm. 24:2: 1 Sam. 10:10: 11:6: 19:20, 23; 2 Crôn. 15:1: Eze. 11:24.
25. 2 Pedro 1:21.
2. D & C 93:21-23.
9. 1 João 3:1-3.
16. Atos 17:26; a versão inglesa King James diz: “de um só sangue fez…” N. do T.
a
21. 3. Regra de Fé; 2 Néfi 26:33; 3 Néfi 27:20; Marcos 16:15.
32. Gen. Y Hist. Mag., vol. 17, pp. 152-154; D & C 77:2.
34. D & C 29:36-39; 76:25-29; Apoc. 12:7-10; Moisés 4:1-4; Abraão 3:27-28; Lucas 10:18; Judas 6; 2 Pedro
2:4; 2 Néfi 2:17-18; 9:8-9.
40. Era, vol. 19, pp. 319, 321, 425; Lucas 4:41; Marcos 1:24; Atos 19:15.
49. Ibid., vol. 17, p. 154; D & C 6:7; 117:4-8; Apoc. 3:17-18.
4. Corresp. Pessoal.
5. D & C 29:22-25.
7. Corresp. Pessoal.
8. Millennial Star, vol. 93, p. 241; D & C 38:1-3; João 1:1-5; 1 Cor. 8:6; Col. 1:16; Efésios 3:9.
9. Conf. Report., outubro de 1925, p. 113; Moisés 1:32-33; D & C 76:24; 93:10; Heb. 1:2.
19. Joseph Fielding Smith, Man: His Origin and Destiny, cap. 15, 16, 17.
29. Evening and Morning Star, Fev. de 1835; D & C 49:23; 109:74; 133:17-25,44; Isaías 40:4; 54:10; Eze.
38:20; Apoc. 16:15-20.
31. D & C 63:20-21; 101:23-31; Malaquias 3:2-3; 4:1-6; Joseph Smith 2:36-40; 3 Néfi 20:23.
36. Corresp. Pessoal; D & C 29:22-30; 88:14-33, 95-116; Apoc. 4:6; 15:1-4; 20:1-15; 21:1-27; 22:1-5.
5. Corresp. Pessoal.
7. Church News, 15 de abril de 1939, pp. 3, 6: Alma 11:45; 12:18; D & C 63:49: 88:16, 116: 93:33-34.
9. Moisés 3:7.
10. D & C 1:19; 67:11; 76:73-74; 84:21; João 8:15; Rom. 8:12-13; Jer. 17:5.
14. D & C 84:16; Moisés 1:34; 3:7; 6:45; Abraão 1:3; I Néfi 5:11.
16. Era, vol. 13, p. 75; Joseph Fielding Smith, Man: His Origin and Destiny, pp. 348-355.
17. Joseph Fielding Smith, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 163.
19. Era, vol. 22, p. 466: Moisés 2:26-27: 5:58: 6:5-6, 46.
20. Rel. Soc. Mag., vol. 39, pp. 4-5: Moisés 5:2-15, 57-59; 6:51-68; 7:1.
43. Corresp. Pessoal; Dan. 7:9-14; D & C 116; Smith, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 153.
CAPÍTULO 7
A QUEDA DE ADÃO
CONDIÇÃO DE ADÃO ANTES DA QUEDA
BÊNÇÃOS DA MORTALIDADE ERAM DESCONHECIDAS NO
ÉDEN. Encontramos Adão no Jardim do Éden com a promessa de
que poderá viver ali, ficar ali, deleitar-se no que lhe é possível sob
as condições, enquanto quiser, enquanto não fizer algo que lhe foi
proibido, isto é, provar do fruto da árvore do conhecimento do bem e
do mal. Foi informado de que, no dia em que comesse daquele
fruto, haveria de morrer.1
Vemos, pois, que a condição de Adão antes da queda era:
1. Ele não estava sujeito à morte.2
2. Estava na presença de Deus.3 Ele o via exatamente como vós
vedes vossos pais; estava em sua presença e aprendeu a sua
linguagem. Bem, se algum de vós é professor de nossas escolas de
línguas e tem a ideia de que a linguagem surgiu como dizem esses
teóricos, digo-vos que Adão falava uma linguagem perfeita, pois lhe
foi ensinada a língua de Deus. Esta foi a primeira língua sobre a
terra. Chega quanto às tais teorias.
3. Ele não tinha posteridade.
4. Não tinha conhecimento do bem e do mal.4 Ele tinha
conhecimento, é lógico. Sabia falar. Sabia conversar. Havia muitas
coisas que podia aprender e foram-lhe ensinadas; mas, sob as
condições em que então vivia, era-lhe impossível visualizar ou
entender o poder do bem e do mal. Ele não sabia o que era a dor.
Não conhecia a tristeza: e mais uma porção de outras coisas que
nos acontecem nesta vida Adão não conhecia no Jardim do Éden,
não podia entender e não teria conhecido, se ali ficasse. Essa era
sua condição antes da queda.5
ANTES DA QUEDA NÃO HAVIA MORTE NA TERRA. O Senhor
considerou a terra boa quando estava terminada. Tudo que havia na
face dela foi considerado bom. Antes da queda de Adão, não havia
morte na terra. Pouco me importa o que dizem os cientistas sobre
dinossauros e outras criaturas sobre a terra milhões de anos atrás,
que viviam e morriam, combatiam e lutavam pela existência.
Quando a terra foi criada e declarada boa, reinava paz entre todas
as criaturas sobre a sua face. Não havia contenda e maldade, nem
tampouco qualquer corrupção…
Toda vida no mar, no ar, na terra era isenta de morte. Os animais
não morriam. As coisas não mudavam como as vemos mudando
nesta existência mortal, pois a mortalidade não chegara. Hoje
vivemos num mundo mutável, por estarmos vivendo sob condições
totalmente diversas das existentes no princípio e antes da queda do
homem.
O LIVRO DE MÓRMON ENSINA A VERDADE SOBRE A
QUEDA. Nós, santos dos últimos dias, aceitamos o Livro de
Mórmon como sendo a palavra de Deus. Temos certeza de que o
Senhor pôs o selo de aprovação sobre ele, quando de sua tradução
e falou com sua própria voz às testemunhas, ordenando-lhes que
dele testificassem em todo o mundo. A palavra do Senhor me
significa mais do que outra coisa qualquer. Eu a coloco acima dos
ensinamentos dos homens. A verdade é o que prevalecerá. Toda a
teoria, filosofia e sabedoria dos sábios que não estiverem em
concordância com a verdade revelada de Deus perecerá. Elas têm
que mudar e passar, e estão mudando e passando constantemente;
mas, quando o Senhor fala, isto é verdade eterna na qual se pode
confiar.
O Evangelho nos ensina que, se Adão e Eva não tivessem
provado do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, eles
teriam permanecido no Jardim do Éden na mesma condição
existente antes da queda. Nesse caso, não teriam tido semente.
“Adão caiu, para que os homens existissem”, conforme foi decretado
nos céus antes de o mundo existir. Leí nos deu uma visão bastante
clara e compreensível da obra de Adão e da expiação de Jesus
Cristo; e o Livro de Mórmon é muito explícito ao ensinar essas
doutrinas fundamentais. Com respeito à condição pré-mortal de
Adão e da terra inteira, disse Leí:
“Vede, portanto, que, se Adão não houvesse transgredido, não
teria caído e teria permanecido no Jardim do Éden. E todas as
coisas que foram criadas deveriam ter permanecido no mesmo
estado em que estavam depois de terem sido criadas; e assim
deviam permanecer para sempre, sem ter fim.”6
Não é uma declaração suficientemente clara? Em quem ireis
acreditar, no Senhor ou nos homens?
ADÃO FOI PREORDENADO PARA CAIR. O Senhor não
pretendia que a terra ficasse naquela condição. Leí diz mais: “Mas
eis que todas as coisas foram feitas pela sabedoria daquele que
tudo conhece.” Esta terra foi preparada para o progresso dos filhos
de Deus. Viemos da preexistência, a fim de recebermos um
tabernáculo de carne e ossos e passar pela mortalidade. Foi
decretado nos céus que os homens deveriam morrer depois de
virem para esta provação e aprenderem as dores e tribulações da
mortalidade, bem como suas alegrias e felicidade. Nas Escrituras,
Jesus Cristo é descrito como o Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo.7 Pedro diz que nós não fomos redimidos com
coisas corruptíveis como prata e ouro, mas com o precioso sangue
de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, “o qual,
na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da criação
do mundo, mas manifestado nestas últimos tempos por amor de
vós.”8 Assim, o plano de salvação era perfeitamente entendido no
mundo espiritual, e foi-nos ensinado o propósito da vida mortal que
Adão havia de introduzir na terra.
ADÃO TINHA PODER PARA TRAZER A MORTE AO MUNDO.
Por revelação, estamos plenamente informados de que Adão não
estava sujeito à morte ao ser colocado no Jardim do Éden, nem
havia morte alguma sobre a terra. O Senhor não achou por bem
contar-nos exatamente como Adão veio ao mundo, pois não
estamos preparados para receber essa verdade. Ele não veio como
um ser ressurreto para morrer novamente, pois sabemos de modo
categórico que aqueles que passam pela ressurreição recebem
imortalidade e não podem mais morrer.
Até que o Senhor nos revele mais a respeito, basta sabermos
que Adão não estava sujeito à morte, mas tinha o poder, pela
transgressão da lei, de tornar-se sujeito a ela e fazer com que a
mesma maldição recaísse sobre a terra e toda a vida que nela
existe. Por isso, esta terra, antes considerada boa, foi amaldiçoada
depois da queda. Ela está passando por sua provação mortal, da
mesma forma como toda a vida que nela há, e eventualmente
receberá a ressurreição e um lugar de exaltação que lhe está
reservado nos céus.
VERDADES AINDA NÃO REVELADAS A RESPEITO DA
QUEDA. Tempo virá em que seremos informados de tudo sobre
Adão e a forma de criação, pois o Senhor prometeu que, quando ele
vier, dará a conhecer todas estas coisas. Eis suas palavras:
“Sim, na verdade vos digo que, no dia em que o Senhor vier, ele
revelará todas as coisas — Coisas passadas e coisas ocultas,
desconhecidas dos homens, coisas da terra, pelas quais foi feita,
seu propósito e fim — Coisas preciosíssimas, coisas do alto, e
coisas de baixo, coisas de dentro da terra, sobre a terra, e dos
céus.”9
De minha parte, estou disposto a esperar até que chegue esse
tempo, para aprender a verdade dessas coisas. Esta informação foi
dada aos santos certa vez numa dispensação anterior, mas o
Senhor disse que não poderíamos tê-la nos dias de iniquidade.
Quando os gentios “se arrependerem de suas iniquidades e se
tornarem limpos perante o Senhor”, então ela voltará a ser
revelada.10
CONDIÇÃO DE ADÃO APÓS A QUEDA
BÊNÇÃOS DA MORTALIDADE VIERAM COM A QUEDA. A
condição de Adão depois da queda:
1. Foi banido da presença de Deus e teve parte na morte
espiritual. Bem, isto foi uma terrível calamidade. Pelo menos,
conforme lemos no capítulo nove de segundo Néfi, esse banimento
da presença de Deus teria sido uma coisa sumamente terrível, se
não houvesse nenhum remédio.11
2. Teve igualmente parte na morte temporal ou física, e isto
também teria sido terrível calamidade, se não pudesse ser
remediado.12
3. Ganhou conhecimento e experiência — conhecimento do bem
e do mal.
4. Obteve o grande dom de ter posteridade.13
ADÃO TROUXE A MORTE ESPIRITUAL E TEMPORAL. Por
causa de sua transgressão, foi pronunciada sobre Adão a morte
espiritual -- banimento da presença do Senhor bem como a morte
temporal. A morte espiritual deu-se no momento da queda e
banimento; e na mesma hora, foram lançadas igualmente as
sementes da morte temporal; isto é, Adão e Eva sofreram uma
transformação física, tornando-se mortais, ficando assim sujeitos
aos males da carne que resultaram no seu declínio para a idade
avançada, e finalmente, na separação do espírito do corpo.
Antes de ocorrer essa morte temporal, o Senhor, por sua própria
voz e visitação e ministração de anjos, ensinou a Adão os princípios
do Evangelho, administrou-lhe as ordenanças salvadoras através
das quais reconquistou o favor do Senhor e retornou à sua
presença. Além disso, através da expiação, não só Adão, mas toda
sua posteridade, foi redimida dos efeitos temporais da queda, e se
levantará na ressurreição para receber imortalidade.14
A TRANSGRESSÃO DE ADÃO TROUXE A MORTE. Que a
morte veio pela transgressão de Adão nos é ensinado pelas
Escrituras. Por exemplo, o Senhor revelou: “Por causa da
transgressão vem a queda, que traz a morte; e como haveis nascido
no mundo pela água, sangue e espírito que fiz, e assim haveis
tornado do pó alma vivente, mesmo assim tereis de nascer de
novo.”15
Não consigo imaginar que o Senhor haja criado a morte em
qualquer criatura, planta, animal, ou mesmo na terra sobre a qual
habitamos, na época de sua formação. A morte veio pela violação
de uma lei e passou para todas as coisas por sentença do
Onipotente através da transgressão de Adão, por ser o senhor a
quem foi dado domínio sobre todas estas coisas.
A MORTE DE TODAS AS COISAS VIVAS VEIO PELA QUEDA.
Disse o Presidente Brigham Young: “Alguns talvez lamentem que
nossos primeiros pais tenham pecado. Isto é tolice. Se
estivéssemos lá e eles não pecassem, nós pecaríamos. Não quero
culpar Adão ou Eva. Por que? Porque era preciso que o pecado
entrasse no mundo: homem algum conseguiria jamais entender o
princípio da exaltação sem o oposto; ninguém jamais conseguiria
obter a exaltação sem ter conhecido o contrário. Como Adão e Eva
pecaram? Eles se opuseram diretamente a Deus e seu governo?
Não. Mas transgrediram um mandamento do Senhor, e por meio
dessa transgressão, o pecado veio ao mundo. O Senhor sabia que
eles o fariam e havia decidido que deveriam fazê-lo. Então caiu a
maldição sobre os frutos, sobre os vegetais e sobre nossa mãe-
terra; caiu sobre os répteis, sobre os grãos do campo, os peixes do
mar e sobre todas as coisas pertencentes a esta terra, pela
transgressão do homem.”16
O Élder Parley P. Pratt e o Presidente John Taylor deixaram-nos
este ensinamento: “Primeiro, dando ouvidos à tentação, o homem
perdeu seu lugar perante Deus; e esta queda afetou a criação
inteira, bem como o homem, causando a ocorrência de várias
mudanças; ele foi banido da presença de seu Criador, e um véu foi
posto entre eles; ele foi expulso do Jardim do Éden a fim de lavrar a
terra, a qual foi então amaldiçoada por causa do homem, devendo
começar a produzir espinhos e cardos; com o suor de seu rosto
deveria ele ganhar seu pão e dele comer em aflição todos os dias
de sua vida, para, finalmente, retornar ao pó.”17
A QUEDA DE ADÃO — UMA BÊNÇÃO
SEM QUEDA, NÃO HAVERIA IMORTALIDADE OU VIDA
ETERNA. Quando Adão foi expulso do Jardim do Éden, o Senhor
lhe impôs uma sentença. Algumas pessoas têm considerado essa
sentença como coisa horrível. Pois não foi: foi uma bênção. Nem sei
se poderá em verdade ser considerada sequer como uma punição
disfarçada.18
A fim de que a humanidade obtenha salvação e seja exaltada, é
necessário que os homens adquiram um corpo neste mundo e
passem pelas experiências e aprendizado que se encontram
somente na mortalidade. O Senhor disse que sua grande obra e
glória é “proporcionar a imortalidade e a vida eterna ao
homem”.19 Sem mortalidade, não haveria como realizar essa grande
bênção. Por isso, mundos são criados e povoados com os filhos de
Deus, garantindo-lhes o privilégio de passarem pela existência
mortal com a posse do grande dom do livre arbítrio. Por meio desse
dom, eles escolhem o bem ou o mal, recebendo, assim, uma
recompensa merecida nas eternidades vindouras. Nós estamos aqui
na vida mortal por causa da transgressão de Adão…
A queda do homem veio como uma bênção disfarçada; foi o
meio de promover os propósitos do Senhor no progresso do
homem, em lugar de ser um impedimento para ele.20
“TRANSGRESSÃO” E NÃO “PECADO” DE ADÃO. Nunca tacho
de pecado a parte que Eva teve na queda, tampouco acuso Adão de
haver pecado. Alguém poderá dizer: “Bem, mas eles não quebraram
um mandamento? Sim. Porém, vejamos a natureza desse
mandamento e os resultados decorrentes.
Em nenhum outro mandamento que o Senhor já deu ao homem,
ele disse: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não
comerás. Não obstante, poderás escolher segundo tua vontade.21
É verdade que o Senhor avisou Adão e Eva de que, provando do
fruto, estariam transgredindo uma lei, e foi o que aconteceu. Mas
transgredir uma lei nem sempre é pecado. Procurarei ilustrar este
ponto. Em seu laboratório, o químico toma de diversos elementos e
os combina, e como resultado, produz algo muito diferente.
Ele modificou a lei. Como por exemplo: duas partes de hidrogênio e
uma parte de oxigênio submetidas a uma corrente elétrica,
combinam-se e formam água. Tanto o hidrogênio como oxigênio são
inflamáveis, mas a água apaga o fogo. Isto talvez provoque
objeções por parte de críticos, alegando que isto não é transgredir
uma lei. Bem, a transgressão de Adão foi de caráter semelhante,
isto é, sua transgressão estava de acordo com a lei.
A transgressão de Adão não implicou em pecado sexual como
alguns falsamente supõem e ensinam. Adão e Eva foram casados
pelo Senhor, enquanto eram ainda seres imortais no Jardim do
Éden, antes de existir a morte no mundo.
ADÃO E EVA ALEGRARAM-SE COM A QUEDA. Antes de
provar do fruto, Adão poderia viver para sempre; portanto, sua
condição era de imortal. Comendo do fruto, tornou-se sujeito à
morte, e, portanto, passou a ser mortal. Isto foi uma transgressão da
lei, mas não um pecado no sentido estrito, pois era algo que Adão e
Eva tinham que fazer!
Tenho certeza de que nem Adão nem Eva o consideraram
pecado, quando souberam das consequências, e isto é
demonstrado em suas palavras depois de o saberem.
Disse Adão: “Bendito seja o nome de Deus, que por causa de
minha transgressão, meus olhos foram abertos e terei alegria nesta
vida, e em carne verei outra vez a Deus.”
Disse Eva: “Se não fosse pela nossa transgressão, jamais
teríamos tido semente, jamais teríamos conhecido o bem e o mal,
nem a alegria de nossa redenção, nem a vida eterna que Deus
concede a todos os obedientes.”22
Não é admissível que encaremos como pecado algo resultando
em tantos benefícios, no sentido em que entendemos o pecado.23
A MORTE CUMPRE O MISERICORDIOSO PLANO DE DEUS.
Temos participado dos benefícios e das coisas não consideradas
benefícios — se é que existem — provenientes da queda de Adão,
queda que ocasionou todas as vicissitudes da mortalidade. Ela
trouxe a dor. Trouxe a morte; porém, não devemos perder de vista o
fato de que também trouxe bênçãos, conforme mencionam as
Escrituras. Ela trouxe a bênção do conhecimento, do entendimento
e da vida mortal.
Agora, houvéssemos nós ficado naquela condição, sem
nenhuma esperança de redenção da queda, esta teria sido a mais
terrível calamidade. Gostaria de ler-vos algumas das palavras que
Jacó ensinou ao povo, conforme estão registradas no capítulo nove
de segundo Néfi:
“Porque assim como a morte passou sobre todos os homens,
para que seja cumprido o plano misericordioso do grande Criador”
— faço agora uma pausa depois de ler isto. Essa é uma expressão
muito peculiar. Não é costumeiro entre os homens encarar a
transgressão de Adão, a qual trouxe a morte, sob este ponto de
vista — que veio, a fim de cumprir “o plano misericordioso do grande
Criador”.
MORRER É TÃO IMPORTANTE QUANTO NASCER. Em outras
palavras, a morte é tão importante para o bem-estar do homem
como o nascimento. Não existe bênção que supere a bênção de
nascer. A um terço das hostes celestes foi negado esse privilégio,
porque se rebelaram, e por isso não têm um corpo de carne e
ossos, este grande dom de Deus.
Mas quem gostaria de viver para sempre neste mundo terreno,
repleto de dor, decadência, sofrimento e tribulação, ficar velho e
enfermo, e ser obrigado ainda assim a permanecer com todas as
vicissitudes da mortalidade? Se nos fosse feita essa proposição,
penso que todos chegaríamos à conclusão de que não gostaríamos
de tê-la. Nós a rejeitaríamos, Não haveríamos de querer uma vida
dessa natureza. A vida neste mundo é curta por necessidade, e não
obstante, permite cumprir todo o requerido; a morte, porém, é
exatamente tão importante no plano de salvação como o
nascimento. Nós temos que morrer — isto é essencial — e a morte
vem ao mundo “para que seja cumprido o plano misericordioso do
grande Criador”.24
“SEM ADÃO NÃO HAVERIA QUEDA; SEM QUEDA NÃO HAVERIA EXPIAÇÃO”
NOSSA DOUTRINA A RESPEITO DE ADÃO É
VERDADEIRA? Adão realmente trouxe a morte ao mundo?
Estaremos nós laborando em equívoco? Estaremos errados? Será
verdade que a morte existia aqui milhões de anos antes de Adão vir
para este mundo? Se assim for, quero saber quem a trouxe. Quem
foi o transgressor? E quem expiou pelos seres que morreram antes
da queda de Adão?25
Adão não pode ser responsabilizado pela morte antes de chegar
aqui. Pois bem, é ou não é verdade que Adão trouxe morte ao
mundo? Essas Escrituras são verdadeiras? Esses irmãos estão
certos? — e eu citei três dos presidentes da Igreja incluindo o
próprio Profeta. Eles estão certos ou devemos descartar seus
ensinamentos e os ensinamentos das Escrituras, porque as
filosofias dos homens hoje em dia apregoam uma doutrina
contrária?
OS EVOLUCIONISTAS NEGAM A QUEDA. E para onde vos
conduz essa doutrina? Eu vo-lo direi. John Fisk foi considerado um
grande homem. Ouçamos o que ele fala: “A teologia tem muito a
dizer sobre o pecado original. Esse pecado original não é nada mais
nem menos que a herança do irracional que todo homem carrega
consigo.”26 É isto o que tem a dizer um grande editor e historiador.
Eis o que disse o Dr. E. W. McBride numa conferência religiosa
— na Conferência de Oxford de Eclesiásticos Modernos — e ele é
um ministro: “Se a humanidade evoluiu lentamente de antepassados
primatas, então o que é chamado de pecado nada mais é que as
tendências que o homem herdou de seus ancestrais: nunca houve
um estado de inocência primeva, e todas as nações do mundo se
desenvolveram a partir do homem primitivo, por processos naturais
como os que deram origem aos judeus.”27
Tenho-vos ensinado aqui por essas revelações, que a queda de
Adão trouxe ao mundo o pecado, e que antes de ele trazê-lo, não
havia pecado algum. Bem, isto é o que a outra doutrina prega.
Eis o que disse o Dr. H. D. A. Major na mesma conferência: “A
ciência tem-nos mostrado que o que chamamos popularmente de
‘pecado original’… consiste na herança do homem de seus
antepassados irracionais.”28
OS EVOLUCIONISTAS NEGAM A EXPIAÇÃO. Aqui está o
que Sir Oliver Lodge tem a dizer: Bem, são homens eminentes que
estou citando: “O fato é que o homem superior de hoje não se
preocupa absolutamente com seus pecados, muito menos com sua
punição. A missão dele, se presta para alguma coisa, é manter-se
ativo, ocupado; e à medida que age mal ou insensatamente, ele
espera sofrer. Poderá inconscientemente implorar lenitivo, com o
pretexto de boas intenções; mas nunca, seja consciente ou
inconscientemente, alguém, senão um sujeito boçal, pedirá que a
punição recaia sobre outra pessoa, nem se regozijará se lhe
disserem que de fato já recaiu.”29
Em outras palavras, por acreditar na redenção que veio ao
homem através de Jesus Cristo, que ele é o Redentor do mundo,
que deu a vida para que os homens vivessem e fossem redimidos
da transgressão original, eu sou um sujeito boçal, segundo o
ensinamento de Sir Oliver Lodge. Pois bem, que me classifiquem
entre os boçais, pois sabem os céus que não quero descer ao nível
a que chegou este homem que ridiculariza a expiação de Jesus
Cristo.
Eis aqui mais outra de um pretenso ministro cristão — Durant
Drake. Diz ele: “Que tipo de justiça é essa que pode ser satisfeita
com a punição de um homem inocente e o livre perdão de miríades
de homens culpados? A teoria parece um remanescente do antigo
conceito de que é preciso aplacar os Deuses; porém, ao lado dos
deuses pagãos, contentáveis com humildes oferendas de carne e
fruto, o Deus cristão, exigindo o sofrimento e morte de seu próprio
Filho, parece um monstro de crueldade.”30
OS EVOLUCIONISTAS RIDICULARIZAM DEUS E A RELIGIÃO.
Agora, meus bons irmãos, essa abominável doutrina tão
predominante no mundo de hoje, que é ensinada em todas as
faculdades de nosso país, e que se alastrou sobre a face da terra
qual destrutivo vagalhão do mal, atacando os próprios fundamentos
de vossa fé — é a doutrina tão difundida que ridiculariza o Filho de
Deus, faz pouco de seu Pai como um monstro cruel (eu ia dizer
desumano, mas não consigo) por permitir que seu Filho sofresse por
vós e por mim.
Se homens preeminentes que estabelecem as diretrizes
educacionais, que controlam o pensamento do mundo, estão
ensinando doutrinas tão terríveis, espiritualmente destrutivas como
estas que vos li, é de admirar que o mundo esteja ridicularizando os
profetas e fazendo troça das Sagradas Escrituras? E estes são
apenas uns poucos. Milhares de livros com pensamentos
semelhantes têm sido publicados.
A CRENÇA EM ADÃO E CRISTO ANDA DE MÃOS DADAS.
Contrastando com isso, vou citar um outro grande homem. Ele foi
extraordinário. Estava enganado em muitas coisas, é óbvio, mas fez
o melhor que pôde nas circunstâncias, e acho que o Espírito do
Senhor o guiou em muitas coisas. John Wesley disse: “A queda do
homem é o próprio fundamento da religião revelada. Se for retirada,
é subvertido o sistema cristão; tampouco merecerá designação tão
honrosa como a de fábula astuciosamente engendrada.”31
Depois acrescenta: “Todos os que negam isto — chamai-o de
pecado original ou outro título qualquer — não passam ainda de
pagãos no ponto fundamental que diferencia paganismo do
cristianismo.”32 Pois bem, isto soa melhor, não é?
E existe outra verdade declarada por mais um grande pensador,
Robert Blatchford. Diz ele: “Mas — sem Adão não haveria a Queda;
sem a Queda, não haveria a Expiação; sem Expiação, não haveria o
Salvador. Como podemos crer na queda, aceitando a evolução?
Quando o homem caiu — foi antes de deixar de ser macaco, ou
depois? Foi quando era um homem arborícola, ou mais tarde? Foi
na Idade da Pedra ou na Idade do Bronze, ou na Idade do Ferro?…
E, se nunca houve uma queda, porque haveria de existir qualquer
expiação?33
Estas são questões pertinentes propostas pelo Sr. Blatchford.
“Sem Adão, não haveria a Queda; sem a Queda não haveria a
Expiação.” Isto é tão exato como nós estarmos aqui. Se sempre
existiu morte aqui, então ela não foi trazida por Adão, e ele não
poderia ter sido punido por isso. Se Adão não caiu, Cristo não
existiu, porque a expiação de Jesus Cristo está baseada na queda
de Adão. E assim enfrentamos esses problemas.
A SALVAÇÃO SE BASEIA NA QUEDA E EXPIAÇÃO. Se houver
alguém aqui que acredita que sempre existiu morte, e que o pecado
sempre esteve aqui, ele terá dificuldade em explicar Adão e a
queda, ou a expiação. Por esses escritos, podeis ver em que terrível
estado caem esses homens, não crendo na queda e na introdução
do pecado no mundo.
Se eu colocar a mão num fogão quente, é lógico que me
queimarei — isto é natural, isto não seria um pecado: e é dessa
maneira que eles encaram todas as coisas. O homem não pode
pecar, segundo essa doutrina. Sabeis de algo mais condenável que
isto? E é a isto que nos leva.
Se aqui sempre houve morte, então não poderia ter havido
expiação; e não havendo expiação, não existe salvação. Ora, não
há nada mais claro. Se as coisas não aconteceram conforme disse
o Senhor, nessas revelações, então continuamos numa condição
irremediável, e quando morrermos não mais existiremos, porque, se
tudo isso é verdade, não há nenhuma existência após esta vida —
ela é o fim. Quero dizer-vos que neste mundo há forças trabalhando
para destruir Jesus Cristo e sua missão.34
Anotação
1. Moisés 3:8-9, 16-17; Abraão 5:8-13; Gên. 2:8-9, 15-17.
2. 2 Néfi 2:22.
6. 2 Néfi 2:19-26.
7. Apoc. 13:8.
8. 1 Pedro 1:20; a versão inglesa King James diz: “o qual, na verdade, em outro tempo foi preordenado …” N.
do T.
9. D & C 101:32-34.
10. Gen. & Hist. Mag., vol. 21, pp. 148-150: Éter 4:6-7.
12. 2 Néfi 9:6-8; Mosias 16:4-11; Alma 12:26; Helamã 14:16-17; Mórmon 9:13.
17. Corresp. Pessoal: John Taylor. The Government of God, pp. 106-115, citando Parley P. Pratt, The Voice of
Warning.
5. 1 Cor. 15:22-26.
8. Salmos 68:18.
9. Mat. 7:14.
16. Gen. & Hist. Mag., vol. 17, pp. 146-148; João 5:21-24; 10:10-18.
24. Millennial Star, vol. 94, p. 385; D & C 59:5-6; Mat. 22:36-40.
25. Esta matéria sobre “Expiação pelo Sangue” foi publicada primeiramente uns cinquenta anos atrás, para
refutar acusações falsas, malévolas e injuriosas de pretensos élderes da igreja “Reorganizada”,
inclusive de certo R. C. Evans, segundo conselheiro na presidência dessa seita. Ainda hoje estão sendo
feitas falsas acusações semelhantes por algumas pessoas, que preferem andar nas trevas e combater a
verdade com mentiras. B. R. M.
26. 1 Néfi 12:10; 2 Néfi 9:7; Mosias 3:11, 15; Alma 21:9; Marcos 14:22-25; D & C 29:1, 17; 45:4; 74:7; 76:39-
41.
28. 2 Néfi 9:35; Alma 1:13-14; 42:19; Versão Inspirada, Gên. 9:12-13; Lucas 11:50; Heb. 9:22; 10:26-29; 1
João 3:15; 5:16; D & C 42:18-19, 79; 87:7; 101:80.
35. Blood Atonement and the Origin of Plural Marriage, pp. 14, 47-48: Journal of Discourses, vol. 4, p. 220.
40. Blood Atonement and the Origin of Plural Marriage, pp. 15-16.
41. D & C 87:7.
44. Conference Report, 6 de outubro de 1934, pp. 64-65; D & C 29:23-25; 88:25-26.
CAPÍTULO 9
EVOLUÇÃO
ORIGEM DA VIDA1
TEORIA DA GERAÇÃO ESPONTÂNEA. A teoria que prevalece
atualmente a respeito da origem do homem é que toda vida se
desenvolveu de uma origem comum, espontaneamente; que
homem, peixe, ave e fera, e até mesmo a vegetação sobre a terra,
provieram todos do mesmo germe original, o qual se formou por si
mesmo no mar há milhões de anos atrás, no vago e remoto
passado…
Essa teoria presume como fato que a vida, milhões de anos
atrás, se originou espontaneamente. Esta é a base da teoria da
evolução. Surge, pois, a questão natural — se foi possível a geração
espontânea, continua ela possível? Se não, por que não?
VIDA TRANSPLANTADA DE OUTRAS TERRAS. Digo-vos, a
vida não começou nesta terra espontaneamente. Sua origem não foi
aqui. A vida existia muito antes de nosso sistema solar vir a ser. O
fato é que nunca houve tempo em que o homem — feito à imagem
de Deus, macho e fêmea — não existisse. O Senhor revelou a
Joseph Smith a verdade de que o homem, no princípio, também
estava com Deus.2…
O Senhor nos informou a respeito de suas criações, e de como
ele tem feito muitas terras, pois jamais houve um princípio, jamais
houve tempo em que o homem não existisse em alguma parte do
universo e, quando chegou o tempo de esta terra ser povoada, o
Senhor, nosso Deus, nela transplantou de alguma outra terra a vida
encontrada aqui. O homem, ele o criou à sua própria imagem.
Tivéssemos nós o privilégio de sair daqui e visitar algumas de suas
outras criações, outros mundos no espaço, descobriríamos que são
povoados com seres parecidos conosco, pois eles, também, são
geração de Deus, e da mesma raça da qual nós viemos. Talvez
estivessem mais exaltados, mas, não obstante, seriam à imagem de
Deus, e assim somos nós. Adão não foi um “homem das cavernas”,
mas possivelmente o homem que mais de perto se assemelhava à
perfeição em forma e características do nosso Pai e Criador.3
A TEORIA DA EVOLUÇÃO É FALSA. A ideia de que tudo
começou com um microrganismo, da espuma da superfície do mar,
e desenvolveu-se gradualmente até que todas as formas de vida, as
feras do campo, as aves do céu, os peixes do mar e as plantas da
superfície da terra se originaram todos dessa única fonte, é absoluta
falsidade. Não há verdade nisso, pois Deus nos deu a sua palavra
pela qual podemos saber, e todos os que são guiados pelo Espírito
de Deus podem entender através deste Santo Espírito, a verdade
dessas coisas.4…
Quão tolo, quão tacanho, quão desprezível é para homens, que
professam ser inteligentes e possuir conhecimento e sabedoria
científicos, declarar que toda a vida existente na terra é espontânea,
confessar que nada sabem a respeito de qualquer forma de
existência em nenhum outro mundo e, ainda mais, declarar que a
vida daqui se originou toda da mesma simples fonte.
DEUS — A ÚNICA FONTE DE VIDA. É verdade que toda vida
provém da mesma fonte, mas esta não é a espuma do mar, uma
medusa ou um girino. Deus, nosso Pai, é o criador da vida, e ele
colocou nesta terra variadas formas de vida, e também em outros
mundos. Ele continuará sua obra nesta terra e em outros planetas,
ou mundos, que tomarão o lugar desta terra, quando ela tiver sido
exaltada e alcançado sua glória celestial. Ele continuará a realizar
seus propósitos, povoando mundos e proporcionando imortalidade e
vida eterna a seus filhos.
Bem, considero isto um pensamento nobre. Penso que é algo
que iluminará a mente dos homens e os alentará. Fortalecerá a
nossa fé e nos dará ânimo para continuarmos agindo bem, porque
nos dá esperança de coisas melhores, mesmo a imortalidade e vida
eterna como filhos e filhas de Deus. A falsa teoria, porém, que
prevalece tão amplamente no mundo, é degradante e não enobrece,
nem eleva.5
EVOLUÇÃO E RELIGIÃO NÃO SE HARMONIZAM
ADÃO NÃO EVOLUIU DE FORMAS DE VIDA MAIS
PRIMITIVAS. Pensais, porventura, que Adão, o grande e importante
príncipe, o arcanjo perante a presença de Deus, era meio
macaco? Em outras palavras, que mal acabara de evoluir
paulatinamente do reino animal, de alguma forma animal, de modo a
que o Senhor nele pudesse colocar um espírito e chamá-lo de
homem? Pensais isso? Há gente que acredita assim. É por isto que
vos faço esta pergunta.
Penso que, naturalmente, essas pessoas defensoras do ponto
de vista de que o homem evoluiu, no decorrer de bilhões de anos,
da espuma do mar, não acreditam em Adão. Honestamente, nem
sei como poderiam, e provar-vos-ei que elas não acreditam. Alguns
há que tentam fazê-lo, mas são inconsistentes — absolutamente
inconsistentes, pois tal doutrina é tão incompatível, tão
absolutamente destoante das revelações do Senhor, que é
simplesmente impossível crer-se em ambas.6
IMPOSSÍVEL CRER SIMULTANEAMENTE NO EVANGELHO E
NA EVOLUÇÃO. Afirmo com toda ênfase, não podeis crer nessa
teoria da origem do homem e ao mesmo tempo aceitar o plano de
salvação, conforme é apresentado pelo Senhor, nosso Deus. Tereis
que escolher um e rejeitar o outro, pois são diretamente conflitantes
e separados por um tão grande abismo, que não pode ser
transposto, por mais que se tente.
Se acreditais na doutrina da evolução, tendes que aceitar a tese
de que o homem evoluiu, através de incontáveis eras, da mais
primitiva forma de vida, passando por vários estágios da vida
animal, até, finalmente, atingir a forma humana. O primeiro homem,
conhecido de acordo com tal hipótese como o “homem das
cavernas”, era uma criatura absolutamente ignorante e destituída de
qualquer sinal de inteligência superior à das feras do campo.
A TEORIA DA EVOLUÇÃO NEGA A CRISTO. Adão, e com isto
quero dizer o primeiro homem, não era capaz de pecar. Não podia
transgredir, e com isto trazer ao mundo a morte; pois, segundo essa
teoria, sempre houve morte no mundo. Se, portanto, não houve
queda, não havia necessidade de expiação, seguindo-se que a
vinda do Filho de Deus como o Salvador do mundo é uma
contradição, uma coisa impossível. Estais preparados para crer
numa coisa dessas? Acreditais que o primeiro homem foi um
selvagem? Carente do dom da inteligência? Continuamente na
estrada do progresso? Isto é o que ensinam tais teóricos…
TODOS PODEM CONHECER A ORIGEM DA VIDA NA TERRA.
De onde veio o homem? Qual é o seu destino? Causa-me
estranheza os homens irem tão longe, seguindo uma quimera até
caírem no atoleiro e rejeitarem a verdade à sua porta. Como
resposta a essas questões, por que não aceitar a declaração do
Único que sabe? Esse conhecimento está ao alcance de todos. A
história é simples, mas sua grandiosidade mostra-se tão acima da
doutrina evolucionista, quanto os céus estão acima dos abismos do
inferno.
DILEMA DOS EVOLUCIONISTAS TEÍSTAS. É verdade que a
escola dos evolucionistas está dividida em duas grandes classes,
nos ramos teísta e ateísta. Mas, o evolucionista teísta é um religioso
frouxo e descrente, desculpando-se constantemente pelos milagres
das Escrituras e que não crê na missão divina de Jesus Cristo.
Volto a declarar, nenhum homem pode aceitar consistentemente
a doutrina evolucionista e crer do mesmo modo na divina missão de
nosso Redentor. Os dois conceitos são absolutamente conflitantes.
Não é possível harmonizá-los e servir aos dois senhores.
SE A EVOLUÇÃO É VERDADEIRA, A IGREJA É FALSA. Se a
vida começou na terra segundo advogam Darwin, Huxley,
Haeckel7 (que foi apanhado cometendo fraude abertamente), e
outros dessa escola, seja por acaso ou por alguma mão engenhosa,
então as doutrinas da Igreja são falsas. Então não existiu nenhum
Jardim do Éden, nenhum Adão e Eva, e tampouco uma queda. Se
não houve queda; se a morte não veio ao mundo segundo declaram
as Escrituras — e para ser consistente, se sois um evolucionista,
deveis adotar este ponto de vista — então não havia necessidade
alguma de redenção, e Jesus Cristo não é o Filho de Deus e não
morreu pela transgressão de Adão nem pelos pecados do mundo.
Então não existiu nenhuma ressurreição da
morte! Consistentemente, logicamente, não existe outra opção e
nenhuma outra alternativa. Pois bem, meus irmãos, estais
preparados para aceitar esse ponto de vista?8
OS EVOLUCIONISTAS REJEITAM A PATERNIDADE DE DEUS.
O mundo moderno está cumprindo as Escrituras que dizem que, nos
últimos dias, os homens estariam sempre aprendendo, sem nunca
chegarem ao conhecimento da verdade.9 Hoje em dia, o mundo
renega a grande verdade concernente à Paternidade de Deus
e voltou-se para fábulas. Adotou e está promulgando em livros e
escolas a doutrina degradante de que o homem não é progênie de
Deus, mas uma evolução natural através de eras incontáveis das
formas mais inferiores da vida física, até seu presente estado e
inteligência.
Tal doutrina é um insulto ao nosso Pai em cuja imagem fomos
criados, e no entanto grandes multidões parecem gloriar-se nesse
ensinamento. Paulo viu nossos dias, e por visão profética, declarou
que nesta dispensação prevaleceriam tais condições e que, por
isso, o Senhor “lhes enviará a operação do erro, para que creiam a
mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a
verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.”10
A VIDA: SUA CRIAÇÃO E QUEDA. Toda a vida nesta terra veio
de uma vida anterior. O homem nunca foi capaz de criar vida, não
obstante suas numerosas tentativas nesse sentido.
Toda vida, tendo sido criada por nosso Pai Eterno, tem que ser
eterna como ele é eterno.
Se toda vida é eterna, então deve ter sofrido uma queda.
Se toda vida caiu por causa da queda de Adão, então toda vida
tem direito a uma ressurreição, através da expiação de Jesus Cristo.
Se a vida foi produzida, ou pode ser produzida,
espontaneamente sem o poder de Deus, mas em estado natural,
então tal vida não teria direito a uma redenção, ou restauração,
desde que nunca tivera nada a que pudesse ser restaurada.11
A INTELIGÊNCIA DOS ANTIGOS
INTELIGÊNCIA DOS HOMENS DE OUTRAS ERAS. É
largamente aceito que as pessoas de hoje são mais inteligentes do
que as que viveram em épocas passadas. Não posso aceitar tal
ponto de vista, porque, com meu conhecimento da restauração do
Evangelho e dos negócios de nosso Pai Eterno com seus filhos
desde o princípio, eu sei que ele não escolheria e mandaria a este
mundo no princípio inteligências inferiores para ficarem à testa de
sua obra.
INTELIGÊNCIA DESENVOLVIDA NA PREEXISTÊNCIA. Somos
informados de que, nos conselhos realizados nos céus, quando
foram feitos testes, os espíritos humanos que então viviam em
estado pré-mortal na presença do Pai e do Filho, foram escolhidos
para viverem na terra nas diversas épocas da história do mundo, a
fim de ocuparem determinadas posições de responsabilidade em
virtude da inteligência superior manifestada no mundo espiritual.
Satisfaz-me o pensamento de que, entre tais espíritos, não havia
nenhum maior, exceto o próprio Salvador do mundo, do que o
chamado para ser o cabeça da família humana.12
CERTO CONHECIMENTO RESERVADO PARA A
DISPENSAÇÃO FINAL. Assim, pois, não é devido à maior
inteligência, mas por causa, sem dúvida, de maior acúmulo de
conhecimento aliado à inspiração proveniente do Senhor, à medida
que a concede aos homens, que recebemos os benefícios dessas
bênçãos dos últimos dias. Chegou o tempo para o Pai reunir em
uma todas as coisas em Cristo, tanto as coisas que estão nos céus
como as que estão na terra, para que seja consumada a plenitude
da sua obra. É por este motivo que estamos vendo e gozando as
grandes vantagens de nossa época. Os profetas de antigamente,
tenho certeza, falavam desses maravilhosos eventos que se dariam
na dispensação da plenitude dos tempos.13
AS INVENÇÕES MODERNAS RESERVADAS PARA OS
ÚLTIMOS DIAS. Abraão, sentado em sua tenda, não podia ler as
notícias do mundo publicadas na imprensa e recebê-las diariamente
entregues na porta; não podia apertar um botão e ligar a luz elétrica,
mas isto quer dizer que era menos inteligente do que os homens
que habitam na terra atualmente?
A verdade é que essas coisas não foram tencionadas para a
época de Abraão e elas não seriam conhecidas e utilizadas hoje em
dia, se o Senhor não as tivesse revelado ao homem, não houvesse
inspirado homens a fazerem as descobertas que foram feitas, pelas
quais podemos receber as notícias transmitidas pelo telégrafo e pela
telegrafia sem fio, e impressas pela maquinaria movida a
eletricidade.
Podemos sentar-nos confortavelmente em nossa casa e ligar a
luz, apertando um botão; podemos ler a imprensa diária e saber o
que vai pelo mundo hoje; mas isto prova que hoje somos mais
inteligentes ou que temos maior entendimento do que Abraão,
Moisés, Elias ou qualquer dos profetas daqueles tempos primitivos,
pertinentes às coisas mais essenciais para a salvação da
humanidade? De forma alguma!
PROFETAS ANTIGOS VIRAM NOSSA CIVILIZAÇÃO. Li nas
Escrituras, se as entendo corretamente, que a muitos dos profetas
de antigamente foi dada a visão de cenas da história dos filhos dos
homens até o final dos tempos, e o Senhor lhes revelou as
condições que prevaleceriam na terra nesta geração.
Eles viram, se entendo o assunto corretamente, nossos
automóveis, nossos trens ferroviários; viram, é muito provável, as
comunicações sobre a face da terra funcionando tão
maravilhosamente por transmissão sem fio, ou por meio de fios
pelos quais são transmitidas as notícias. Viram, creio eu, os aviões
voando pelos céus, porque encontramos nas profecias dessas
Escrituras antigas muitos indícios de que tais coisas foram
reveladas a esses antigos profetas.14
INVENÇÕES NEGADAS AOS HOMENS ANTIGAMENTE. Mas
essas maravilhosas descobertas e conveniências não se
destinavam à época deles. Não podiam sentar-se num automóvel e
viajar de cidade a cidade, ou andar confortavelmente num trem de
ferrovia, tampouco podiam andar numa moderna carruagem puxada
por cavalos; viajavam de um lugar para outro montados num
jumento, ou caminhando ao lado de seu animal de carga, vencendo
diariamente uns poucos quilômetros a que chamavam jornada
diária.
Não obstante, os profetas viram os últimos dias em que se
arvoraria um estandarte, a fim de que os que se reuniriam em Sião
viessem apressadamente; eles não se cansariam nem teriam
necessidade de dormir, não se lhes desatando o cinto de seus
lombos, nem a correia dos sapatos.
INVENTORES SÃO INSPIRADOS POR DEUS. Mas essas
vantagens não eram para os tempos deles, e os costumes e
condições que prevalecem agora foram-nos reservados, não porque
somos melhores ou mais merecedores que os santos de outros
tempos, nem por termos mais capacidade, mas porque estamos
vivendo na dispensação da plenitude dos tempos, quando o Senhor
está congregando todas as coisas em uma e preparando a terra
para o grande reino milenial; e, agora é necessário que todas essas
descobertas, essas maravilhosas invenções e conveniências sejam
dadas a conhecer aos filhos dos homens.
Os que fazem tais descobertas são inspirados por Deus ou
jamais as fariam. O Senhor deu inspiração a Édison, Franklin,
Morse, Whitney15 e a todos os inventores e descobridores; e através
dessa inspiração, eles obtiveram o conhecimento necessário e
foram capazes de manufaturar e inventar o que conseguiram para o
benefício do mundo. Sem o auxílio do Senhor, teriam sido tão
impotentes como os povos de outras épocas.
ABRAÃO: O MAIOR ASTRÔNOMO DE TODOS OS TEMPOS.
Abraão sabia muito mais em sua época a respeito dos planetas e
grandes astros fixos da imensidão do espaço, do que o maior
astrônomo de hoje. Como conseguiu tal conhecimento? Não por
meio de um telescópio; nem por um espectroscópio, mas abrindo-
se-lhe a visão pelo Espírito de Deus. Ele foi ensinado pelo Próprio
Senhor, o qual lhe revelou todas essas coisas e explicou os grandes
corpos celestes e seu funcionamento, também a terra, de uma
forma que jamais foi e nem pode ser alcançada pelo cientista com
ajuda de todos os seus instrumentos e inspirado pelo aprendizado
mundano — não vos esqueçais disto!16
Esses antigos videntes e santos eram exatamente tão
inteligentes quanto nós. Tinham a mesma medida de inspiração.
Tinham o Espírito do Senhor para guiá-los e por ele eram dirigidos.
Eles davam ouvidos às coisas ensinadas por Deus e entendiam a
verdade e sabiam imensamente mais aquilo que é essencial, num
minuto, do que alguns desses pretensos cientistas, que declaram
que a vida é espontânea e começou na terra, sabem em um ano.17
A INVOLUÇÃO E NÃO EVOLUÇÃO DA CIVILIZAÇÃO
A VERDADEIRA DOUTRINA DA EVOLUÇÃO. Não foi senão
quando o homem rejeitou a diretriz divina que o Senhor estava
sempre disposto a dar-lhe, que começou o retrocesso. O “homem
das cavernas” e o selvagem são produtos da transgressão e do
pecado; pois, no princípio o homem era inteligente, e dirigido pela
luz e verdade, mesmo pelo Salvador, Jesus Cristo, que é o
Mediador entre Deus e o homem. O destino do homem é tornar-se,
passando por estágios de progresso, semelhante a seu Pai; e após
a ressurreição da morte, lhe será acrescido, conforme dizem as
Escrituras, até receber todas as coisas que o “Pai possui”, e será
contado como filho e co-herdeiro com Jesus Cristo, que é as
primícias dos que dormem e o Salvador do mundo.18
EVOLUÇÃO — UMA DOUTRINA DO DEMÔNIO. Esta é,
portanto, a verdadeira evolução na qual creem os santos dos
últimos dias. Existe algo de inspirador, nobilitante e grandioso nesta
visão das coisas; mas a outra visão — que é a doutrina do demônio,
que deseja que todos os homens sejam miseráveis como ele
próprio, pois lhe foi negado um corpo e o privilégio de progredir
nesta terra — é degradante e não encerra nenhum pensamento
elevado ou enobrecedor.19
OS HOMENS TORNARAM-SE SELVAGENS PELA
REGRESSÃO. Não foi senão depois que o homem se rebelou e
rejeitou a palavra de Deus, que ele caiu em degeneração
mental e perdeu o poder de comunicar-se em linguagem escrita. No
princípio, o homem era inteligente e entendia muitas verdades
fundamentais; porém, quando se recusou a receber orientação
divina, o Espírito do Senhor se afastou, então ele ficou sozinho
e tornou-se um selvagem, pois a luz que tinha em si transformou-se
em trevas.
Tubal Caim era “mestre de todo artífice que trabalha em bronze
e ferro” muito antes do dilúvio.20 Não obstante, ainda em meados do
século XIX, quando Speke, Grant, Livingstone21 e outros exploraram
os sertões africanos, encontraram os descendentes de Caim
vivendo em estado selvagem, nas profundezas da “idade da pedra .
Colombo, em 1492, encontrou a “idade da pedra” florescendo em
toda sua glória aqui na América. Igualmente os pioneiros de Utah,
em 1847, descobriram condições semelhantes nos vales destas
montanhas.
IDADE DA PEDRA PODE SEGUIR ALTA CIVILIZAÇÃO.
Deveríamos, por isso, inferir que o pobre, ignorante, selvagem
africano e o igualmente inculto índio da América se desenvolveram
mais lentamente que os povos da Europa e Ásia? Se assim
fizermos, nossa conclusão será precipitada, sem uma investigação
de todos os fatos a serem considerados. A “idade da pedra”, a
“idade do bronze”, a “idade do ferro” e a idade da cultura e
refinamento correm paralelas numa mesma época, mas a idade do
conhecimento e inspiração precedeu a todas…
O fato de haver existido uma “idade da pedra , uma “idade do
bronze” ou qualquer outra idade ou grau de desenvolvimento na
civilização do mundo, não prova que houve um constante e
paulatino progresso de conhecimento e habilidade desde o princípio,
seja qual for a época. Na história, há evidência abundante para
provar cabalmente que, mesmo onde prevaleceu uma condição
esclarecida e os homens se recusaram a continuar na luz, surgiram
influências degeneradoras; as idades do bronze, cobre ou pedra
podem perfeitamente seguir a idade de progresso e
desenvolvimento, como precedê-la.22
ASCENSÃO E QUEDA DE CIVILIZAÇÕES. Nações têm
ascendido a grande poder e domínio, apenas para logo entrarem em
decadência e serem suplantadas por outras nações. Assim tem sido
desde o princípio. Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma —
todos tiveram seus dias de grandeza, cultura e poder, mas sua
glória se foi para sempre. Sob certos aspectos, muito da sua cultura
e conhecimento das artes e ciências também pereceu com elas, e
não pode ser reproduzido nesta época de maravilhoso progresso.
Tudo isto nos faz lembrar as palavras de Byron23, tão habilmente
expressas:
A Moral de toda história humana,
É mera repetição do passado.
Primeiro Liberdade, Glória depois — quando isto falha,
Riqueza, vício, depravação — finalmente barbarismo.
E a História, com todos seus vastos volumes,
Se resume, afinal, numa só folha.
DECADÊNCIA DA CIVILIZAÇÃO JAREDITA. Aqui mesmo na
América, há milhares de anos, floresceu uma civilização igual,
senão superior às encontradas no Egito ou Ásia naquele tempo.
Esse povo antigo desenvolveu as artes e era notável e
particularmente avançado na agricultura…
Não obstante, esse povo se afastou do Senhor, abandonando os
convênios que havia feito com ele. Surgiram contendas, seguidas de
sangrentos conflitos, até estarem completamente destruídos. Em
certas regiões dos Estados Unidos e outras partes deste continente,
restam algumas evidências mudas de sua passada glória. No
Michigan, foram encontradas ruínas de antigas minas de cobre.
Em outras localidades, existem igualmente indícios de extração
de minérios da terra, e grandes montes feitos pela mão humana
ainda permanecem. Não teriam sido feitos por esse povo antigo?24
DECADÊNCIA DA CIVILIZAÇÃO NEFITA. Seiscentos anos
antes do nascimento de Cristo, uma outra civilização suplantou a
previamente mencionada, que foi destruída mais ou menos nessa
época. Esta civilização floresceu por uns mil anos, multiplicando-se
o povo e se espalhando sobre a face de todo o continente. Eram
muito cultos, e quando davam ouvidos à voz de seus profetas e
guardavam os mandamentos do Senhor, prosperavam e, à
semelhança da nação que os precedera, tornaram-se peritos na
tecelagem de toda sorte de linho fino e outros tecidos. Cultivavam o
solo e mineraram a terra, contando também com “hábeis artífices
que trabalhavam e refinavam toda espécie de metais. Assim,
tornaram-se ricos”.25
Todavia, assim como seus predecessores, acabaram
esquecendo-se do Senhor; seu Espírito afastou-se, e a maior parte
do povo foi destruída. Sua civilização pereceu. Os
remanescentes tornaram-se ferozes e sanguinários. Em sua
decadência, perderam seus conhecimentos de agricultura e de
como trabalhar com metais, e se tornaram tribos mais ou menos
nômades. Seus descendentes, os índios americanos, erravam pelo
país em toda sua feroz selvageria, quando os Pais Peregrinos26 nele
se estabeleceram para ficar.27
Anotação
1. O Presidente Joseph Fielding Smith publicou três bem documentados tratados sobre as pretensões e
heresias da Igreja “Reorganizada”; Origin of the “Reorganized” Church; Blood Atonement an the Origin
of Plural Marriage; e The “Reorganized” Church vs. Salvation for the Dead.
2. D & C 93:21-36.
4. 1 Cor. 2:11-16.
7. Darwin, Charles Robert (1809-1880) — Naturalista britânico, criador da teoria da evolução das espécies.
9. 2 Tim, 3:7.
12. Abraão 3:21-26; 5:7; Moisés 3:5; 6:51; Éter 3:6-16; 1 Néfi 11:18, 29; 14:27; 2 Néfi 3:6-11, 14-18; Jer. 1:5;
Apoc. 12:7-9.
13. Conference Report, outubro de 1926, p. 118; Efésios 1:9-10.
15. Edison, Thomas Alva (1847-1931) — Inventor norte americano (telégrafo, fonógrafo, fotografia, iluminação
elétrica).
26. Puritanos ingleses que fundaram a colônia de Plymouth. Nova Inglaterra, em 1620.
2. D & C 22:1-4.
3. Êxodo 31:13-17
6. D & C 132:4.
7. Isaías 2:2-3.
8. Jeremias 31:31-34.
9. Ezequiel 37:26.
14. D & C 1:22; 39:11; 45:9; 49:9; 76:101; 88:131, 133; 98:14; 101:39.
21. Era, vol. 30, pp. 736-738; Atos 1:6; Efésios 1:9-10; Romanos 11:25-27; D & C 124:41; 128:18.
26. Moisés 1:1-41; D & C 84:19-25; Hebreus 4:2; 11:24-26: 1 Cor. 10:1-4.
27. João 1:19-37; Lucas 7:24-30: D & C 84:26-28.
28. João 15:16; Mateus 16:18-19; 17:1-5; 18:18; Marcos 16:14-17; D & C 27:12-13; 128-20.
30. Corresp. Pessoal; Eter 1:41-43; 3:6-16; 1 Néfi 2:2-4; Helamã 10:3-17; 11:19-23; 3 Néfi 7:15-19; 9:15-22;
11:7-40; 16:1-4.
34. Church News, 12 de dezembro de 1931, p. 7; Atos 1:6-7: Efésios 1:9-10: Apoc. 14:6-7.
35. Abraão 2:6-11: Gênesis 17:1-14; 22:15-18: Atos 3:25; 7:1-8; 3 Néfi 20:25-28.
37. Church News, 6 de maio de 1939, p. 3; Jeremias 31:31-34; 32:36-42; Ezequiel 37:24-28; Deuteronômio
4:29-31.
CAPÍTULO 11
A RESTAURAÇÃO DE TODAS AS
COISAS1
UMA OBRA MARAVILHOSA E UM ASSOMBRO
O MOTIVO DA RESTAURAÇÃO. O convênio eterno havia sido
quebrado; a compreensão correta dos princípios do Evangelho
desaparecera devido à apostasia; havia deixado de existir entre os
homens o direito de oficiar nas ordenanças do Evangelho. Assim,
tornou-se necessário que tudo isso fosse restaurado, e que
aumentasse a fé entre o povo através de uma abertura dos céus e a
restauração do Evangelho.2
COMO SE DÁ A RESTAURAÇÃO. Para efetuar essa
restauração, os céus têm que se abrir. Mensageiros da presença de
Deus têm que, necessariamente, vir à terra. De que outra maneira
se revelariam as coisas dos céus? É preciso escolher homens na
terra e conferir-lhes o Sacerdócio, a fim de poderem dirigir os
negócios do Senhor na terra. Este é, na economia do Todo-
Poderoso, sempre o plano.
Como em dispensações anteriores, é preciso enviar
testemunhas investidas de autoridade divina, para advertir o povo e
pregar o Evangelho do arrependimento, a fim de que os homens
possam entrar em harmonia com a palavra revelada de Deus. Foi
por este motivo que o Senhor declarou: “E este Evangelho do reino
será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes”,
antes que venha o fim da injustiça.3
O QUE DEVE SER RESTAURADO. Nessa restauração é
necessário que seja restaurada em sua singeleza e autenticidade a
Igreja de Jesus Cristo. Todas as chaves e poderes do Sacerdócio
possuídos pelos profetas de dispensações passadas têm que ser
conferidos aos representantes eleitos de Deus na terra. Desta
maneira, toda a autoridade e todas as chaves do Sacerdócio do
passado fluem para a mais gloriosa e grandiosa das dispensações,
como claras correntes desaguando num possante rio. O convênio
eterno dado em outros tempos aos antigos e que, diz Isaías, foi
quebrado, tem que ser restaurado.4
Os convênios prometidos pelo Senhor a Israel — e dos quais os
gentios podem participar através da fé e do arrependimento —
devem ser conferidos. “E não ensinará alguém mais a seu próximo
nem alguém a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque
todos me conhecerão, desde o mais pequeno deles até o maior, diz
o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me
lembrarei de seus pecados.”5
O MILÊNIO E A RESTAURAÇÃO. Quando esse tempo chegar,
“a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas
cobrem o mar”. A iniquidade será destruída, pois Jeová “julgará com
justiça os pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra;
e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus
lábios matará o ímpio.”6
Nesse dia, não haverá nenhum “cristianismo dividido”. Todos os
que não se arrependerem e receberem o Evangelho, logo serão
removidos, e os que permanecerem, aprenderão a adorar o
verdadeiro Deus vivo em espírito e em verdade. A Igreja de Jesus
Cristo governará a terra inteira, pois Cristo será o Rei e
Libertador. Haverá paz tanto entre os homens como entre os
animais. Satanás será atado, e seu domínio, o qual vem retendo
pela usurpação e fraude desde o começo da existência temporal da
terra, chegará ao fim. Há de reinar o Rei legítimo, e seus santos
possuirão o reino de acordo com a visão de Daniel.7
Jerusalém se tornará uma cidade justa, quando Israel estiver
coligada e redimida. Sião também será lavada de toda iniquidade, e
nesse dia em que Cristo reinar, cumprir-se-á a palavra de Isaías,
“porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor”.8
RESTAURAÇÃO DA TERRA. Isaías predisse, como parte dessa
grande restauração, o surgimento de “céus novos e nova terra; e
não haverá lembrança de coisas passadas, nem mais se
recordarão”.9 Esses novos céus e terra são apenas parte da grande
restauração proclamada na décima regra de nossa fé:
“Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das Dez
Tribos; que Sião será construída neste continente (o americano);
que Cristo reinará pessoalmente sobre a terra; e que a mesma será
renovada e receberá a sua glória paradisíaca.”
A superfície da terra voltará a juntar-se como era antes de ser
dividida, e a terra de Jerusalém e a de Sião regressarão aos seus
próprios lugares, e a terra será como nos dias de sua glória
paradisíaca. As montanhas serão abatidas e não se acharão os
vales, e a grande profundeza será novamente impelida para o norte,
e as ilhas do mar se tornarão uma só terra.10
A RESTAURAÇÃO NECESSITA DE UM PROFETA. Visto que os
profetas predisseram que nos últimos dias o Senhor coligaria Israel
e lhe revelaria mais uma vez os seus convênios, o bom senso
reclama que tais convênios e as chaves para essa restauração
devem ser dados a algum mensageiro escolhido. Joseph Smith é
esse mensageiro. Ele devia vir na época em que o povo se
aproximaria do Senhor só com a boca, honrando-o com seus lábios,
enquanto seu coração estaria muito afastado dele, e seu temor para
com ele consistiria em mandamentos de homens. Haveria de ser
nesse dia, disse o Senhor, que “continuarei a fazer uma obra
maravilhosa no meio deste povo; uma obra maravilhosa e um
assombro, porque a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o
entendimento de seus prudentes se esconderá.”11
A RESTAURAÇÃO: LINHA SOBRE LINHA. Um belo fio de
consistência percorre todo o esquema da restauração do
Evangelho. Joseph Smith e Oliver Cowdery não podiam prever o fim
desde o princípio, mas o Senhor era o Arquiteto e fê-los saber
pouco a pouco, à medida que conhecimento e organização se
faziam necessários, até ser restaurada a perfeita estrutura da Igreja.
O fato de que cada parte, ao ser revelada, encaixava
perfeitamente no que havia vindo antes, mostra a inspiração. Não
houve necessidade alguma de eliminar, modificar ou ajustar
qualquer parte para que se enquadrasse; cada nova revelação
sobre doutrina e Sacerdócio, se encaixava perfeitamente em seu
lugar para completar a estrutura, conforme havia sido planejada pelo
Construtor Mestre. A organização da Igreja em todas as suas partes
e funções é considerada, mesmo pelos inimigos, tão próxima à
perfeição quanto consegue ser qualquer organização na terra.12
ELAÍAS, ELIAS E A RESTAURAÇÃO
ELIAS: UM ELO ENTRE DISPENSAÇÕES. Parece muito
apropriado que o último dos antigos profetas conclua suas predições
com uma promessa para as gerações futuras, e nesta promessa fale
de um tempo vindouro em que haveria uma ligação das
dispensações passadas com as dos últimos tempos.
As palavras proféticas de Malaquias têm sido um mistério
intransponível para grande parte dos comentaristas. Isto se aplica
particularmente à declaração dele sobre a vinda de Elias. A razão
dessa dificuldade deve-se principalmente à incapacidade dos
comentaristas bíblicos de compreenderem que é tanto possível
como razoável que antigos profetas, os quais viveram perto de mil
anos antes de Cristo, sejam enviados nestes dias com tamanho
poder como o descrito por Malaquias e possuído por Elias.13
JOÃO BATISTA: UM ELAÍAS. Tem sido uma interpretação
popular dizer-se que essa profecia foi cumprida com a vinda de
João Batista como um Elaías, com poder para converter o coração
dos pais aos filhos, e o dos filhos aos pais. Um dos motivos de tal
interpretação é a incapacidade desses eruditos de entenderem
corretamente as palavras do anjo a Zacarias, em relação a João, e
que dizem:
“E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias [Elaías], para
converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência
dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem
disposto.”14
É certo que João veio no espírito e poder de Elaías, mas não
para cumprir a promessa feita por Malaquias que, conforme se
depreende pelo contexto, é algo destinado a ocorrer nos últimos
dias, pouco antes do grande e terrível dia do Senhor, por ocasião do
segundo advento de Cristo na terra.
Tampouco deve parecer desarrazoado para quem tem fé nas
Escrituras, acreditar que um profeta antigo possa ser enviado à terra
nos últimos tempos. Os autores dos Evangelhos narram o caso
vívido da aparição de Moisés e Elias a Pedro, Tiago e João, quando
estavam com Cristo no Monte da Transfiguração.15 Ora, se Moisés e
Elias podiam aparecer a esses discípulos centenas de anos depois
de terem vivido na terra, por que não acreditar que possam ser
enviados novamente com uma mensagem de salvação e com
autoridade, aos homens na terra em nossos dias?
ELAÍAS PARA RESTAURAR TODAS AS COISAS. Quando o
Salvador e os discípulos desciam do Monte da Transfiguração, o
Senhor ordenou-lhes que não falassem a ninguém sobre aquela
manifestação, até que ele ressurgisse dentre os mortos. Entretanto,
como se mostrassem ansiosos por saberem alguma coisa sobre a
vinda de Elaías, e respondendo a suas perguntas, o Senhor lhes
disse: “Em verdade Elaías virá primeiro e restaurará todas as
coisas. Mas digo-vos que Elaías já veio, e não o conheceram, mas
fizeram-lhe tudo o que quiseram.”16 Então os discípulos souberam
que o Mestre se referia a João.
O Salvador deixou perfeitamente claro que João Batista veio
como um Elaías, ou seja, para preparar-lhe o caminho, mas também
esclareceu que em alguma época futura, viria ainda um outro Elaías
com o poder para restaurar todas as coisas. João não restaurou
todas as coisas durante seu breve ministério, por mais importante
que tenha sido. Sua tarefa era a de preparar o ministério de Jesus
Cristo, e neste sentido, ele foi um Elaías.
Elaías é mais que um nome próprio; é igualmente um
título. Elaías é alguém que precede um maior do que ele próprio,
preparando o caminho para aquele que o seguirá. Foi neste
chamado que serviu João, e não como restaurador de todas as
coisas. Torna-se evidente que a restauração de todas as coisas não
era o propósito a ser cumprido durante o meridiano dos tempos,
enquanto Cristo ministrava. Essa grande obra estava reservada
para os últimos dias. Consideremos este ponto por um momento.
A RESTAURAÇÃO DEVERIA DAR-SE APÓS A ÉPOCA DO
NOVO TESTAMENTO. Pouco antes da ascensão de nosso Senhor,
os discípulos apresentaram-lhe esta questão: “Senhor, restaurarás
tu neste tempo o reino a Israel?”, ao que respondeu: “Não vos
pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu
pelo seu próprio poder.”17
Esta resposta tem um único sentido, isto é, que a restauração
não era destinada à época deles’ Mais tarde, esses discípulos
compreenderam claramente esta verdade. Foi pouco depois dessa
ocorrência, quando Pedro admoestava alguns judeus que
contribuíram para a morte do Senhor. Instou-os a que se
arrependessem e se convertessem, para que seus pecados
pudessem ser apagados “e venham assim os tempos do refrigério
pela presença do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes
vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até os tempos
da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os
seus santos profetas, desde o princípio.”18
Também Paulo, escrevendo aos santos efésios, disse que na
dispensação da plenitude dos tempos o Pai congregaria em Cristo
todas as coisas, “tanto as que estão nos céus como as que estão na
terra”.19
A RESTAURAÇÃO DEVE PRECEDER A SEGUNDA VINDA. Os
discípulos sabiam que a restauração não viria até aproximar-se a
época da segunda vinda de Jesus Cristo, e devia ser nesse dia que
Elias traria seu Sacerdócio de volta à terra e restituiria aos homens
o poder de selar na terra e nos céus, a fim de que a humanidade
tivesse meios de escapar da destruição que aguardava os iníquos
naquele grande e terrível dia do Senhor. Este grande e terrível dia
do Senhor não pode ser outro que o da vinda de Jesus Cristo para
estabelecer com poder o seu reino na terra, e limpá-la de toda
iniquidade. Não será um dia de terror e temor para os justos, mas
um dia de temor e terror para os ímpios. Isto aprendemos pelas
palavras de nosso próprio Salvador.20
RESTAURAÇÃO DAS CHAVES DE TODAS AS
DISPENSAÇÕES. Na restauração da autoridade, era necessário
que viesse primeiro João Batista — o mensageiro que em outros
tempos foi mandado preparar o caminho.21 A seguir, tinham que vir
Pedro, Tiago e João, que retinham as chaves do Sacerdócio Maior,
a fim de conferirem seu poder, para que a Igreja pudesse ser
organizada na terra. Pedro, Tiago e João, os três apóstolos
chefes, os quais constituíam a presidência da Igreja em sua
época, eram os personagens lógicos para trazerem essa
autoridade.22
Mas ainda outros teriam que vir. Após a vinda dos apóstolos,
não conhecemos exatamente a ordem observada. É natural
concluirmos que as autoridades reveladas e restauradas
começaram com Adão, “o qual foi o primeiro homem”,23 Depois
viriam Enoque, Noé e assim por diante, seguindo a linha de
autoridade até a dispensação do meridiano dos tempos.24
O ELAÍAS DOS DIAS DE ABRAÃO. Não fomos informados da
identidade do homem intitulado Elaías, que viveu nos dias de
Abraão. Alguns pensam tratar-se de Melquisedeque. Porém,
sabemos que esse homem Elaías retinha as chaves da dispensação
em que viveu Abraão. Ele, também, veio e restaurou a sua
autoridade, que é a restauração do Evangelho com todos os seus
convênios, conforme foram dados nos dias de Abraão.25
O ELAÍAS DA RESTAURAÇÃO. O Elaías que devia restaurar
todas as coisas é um personagem múltiplo. Em outras palavras, a
restauração não foi realizada por um único personagem, mas
muitos, e ao falar em Elaías que viria restaurar todas as coisas, o
Senhor estava usando o título no sentido plural, tendo em mente
todos os profetas que vieram restaurar a plenitude do
Evangelho. Isto incluiria João Batista, Pedro, Tiago, João e todo
profeta antigo que restaurou chaves a partir dos dias de Adão.26
ALCANCE MUNDIAL DA RESTAURAÇÃO
OS REFORMADORES PREPARARAM O CAMINHO PARA A
RESTAURAÇÃO. Ao fazer os preparativos para essa restauração, o
Senhor levantou homens nobres, tal como Lutero, Calvino, Knox27 e
outros que chamamos de reformadores, dando-lhes poder para
quebrar os grilhões que prendiam o povo e lhes negavam o direito
sagrado de adorar a Deus de acordo com os ditames da própria
consciência. O Todo-Poderoso deu livre arbítrio ao homem, ou seja,
o poder de agir por si mesmo na escolha entre o bem e o mal, antes
de ser estabelecido o fundamento da terra; mas, desde quando, no
princípio, foi expulso dos céus, o dragão vem-se esforçando para
privar o homem deste grande dom de Deus.
Nos dias da maior treva espiritual, quando o mal campeava, o
Senhor levantou homens honrados que se rebelaram contra a tirania
do dragão e seus emissários que dominavam na terra e mantinham
em abjeta servidão as consciências dos homens.28
Os santos dos últimos dias prestam homenagem a esses
grandes e destemidos reformadores que romperam os grilhões que
constrangiam o mundo religioso. Eles tinham o Senhor como seu
Protetor nessa missão cheia de muitos perigos. Naqueles dias,
entretanto, não havia chegado o tempo para a restauração da
plenitude do Evangelho. A obra dos reformadores foi de grande
importância, mas era um trabalho preparatório e de forma alguma
eles hão de perder sua merecida recompensa.
Não foi até o final da primeira quarta parte do século XIX que
chegou a hora para a restauração da luz e verdade em sua primitiva
plenitude. O mundo estava então suficientemente preparado, tanto
pelo estabelecimento da liberdade política como religiosa, para que
a Igreja de Jesus Cristo e o santo Sacerdócio pudessem ser
restituídos seguramente à terra.29
PROFECIA DE JOEL SOBRE OS ÚLTIMOS DIAS. O segundo
capítulo de Joel, a partir do versículo vinte e sete, diz assim:
“E vós sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o
Senhor vosso Deus, e ninguém mais: e o meu povo não será
envergonhado para sempre. E há de ser que depois, derramarei o
meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas
profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos
terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles
dias derramarei o meu Espírito. E mostrarei prodígios no céu, e na
terra, sangue e fogo, e colunas de fumo. O sol se converterá em
trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia
do Senhor. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo: porque no monte de Sião e em Jerusalém
haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, e nos restantes,
que o Senhor chamar.”30
Obviamente, entendemos que haverá duas sedes: Sião e
Jerusalém. E destas duas cidades, sairá a palavra do Senhor, e
seus mandamentos, não só para os que são membros da Igreja,
mas para as nações da terra, quando seu reino estiver plenamente
estabelecido.31
O SENHOR DERRAMARÁ O SEU ESPÍRITO SOBRE TODA
CARNE. Ainda não chegou o tempo em que o sol escurecerá e a lua
se converterá em sangue; contudo, o Senhor já começou a
derramar o seu Espírito sobre toda a carne, e estamos vendo
mesmo agora seus filhos e filhas profetizando, os velhos tendo
sonhos, e os moços, visões.
Bem, meus irmãos, não vou restringir essa profecia aos
membros da Igreja. O Senhor disse que derramaria o seu Espírito
sobre toda a carne: Isto não significa que o Espírito Santo seria
enviado a toda a carne, e que todos seriam participantes das
bênçãos a que têm direito os que foram batizados e investidos, e se
tornam membros da Igreja:32 mas que o Senhor derramaria suas
bênçãos e o seu Espírito sobre todas as pessoas e as usaria para
realizar seus propósitos.33
A RENASCENÇA PREPAROU O CAMINHO PARA A
RESTAURAÇÃO. Penso que é lícito remontarmos aos dias do
ressurgir do conhecimento — à Renascença, como é chamada — e
da reforma nos séculos XV e XVI, para encontrarmos o início do
cumprimento dessa promessa. O Senhor tinha que começar a
preparar naqueles dias o caminho para introduzir a dispensação da
plenitude dos tempos, porque nos séculos XIV e XV, o mundo
cristão se encontrava em treva total: um pálio negro cobria a terra
como igual, creio, nunca havia visto antes, e a corrupção da
chamada Igreja Cristã atingia as raias do inacreditável.
Durante os séculos XV e XVI, porém, o Renascimento rompeu
essas trevas e preparou o terreno para a reforma, que conseguiu
lançar uma cabeça de ponte no século XVI. Esse foi realmente o
alvorecer de nossa época atual. Partiu-se o jugo do grande poder
que dominava as nações, não só física mas também
espiritualmente; e os raios de luz começaram a insinuar-se, abrindo
caminho para a liberdade civil e religiosa.
AS INVENÇÕES PREPARARAM O CAMINHO PARA A
RESTAURAÇÃO. Se tomardes tempo para refletir, vereis que na
questão de descoberta e invenção, as coisas se deram de maneira
lógica, passo a passo, à medida que o povo estava preparado para
recebê-las; e cada passo servia para estabelecer a verdade do
Evangelho eterno sobre a terra. Assim, quando o povo se pôs a
estudar e aprender, conforme fizeram naquele tempo, e o
conhecimento começou a espraiar-se, surgiu a prensa tipográfica,
facilitando a publicação de livros e outros materiais e a distribuição
entre o povo, de modo que toda pessoa podia aprender a ler e
escrever.
Antes daquela época, o homem capaz de ler e que era educado,
pertencia a uma classe privilegiada, geralmente ao clero; e quando
acusado de alguma ofensa, se ele sabia ler e escrever e mostrava
ter algum estudo, podia exigir um julgamento pelo tribunal
eclesiástico, em lugar de pela corte civil, e isto era bastante
vantajoso, porque aquela exigia mais testemunhas para julgar um
caso do que esta.
NA IDADE MÉDIA, PREVALECIA A IGNORÂNCIA. Um homem
instruído podia ingressar no ministério, e as pessoas comuns eram
mantidas na ignorância, particularmente no que dizia respeito às
Escrituras. Prevalecia a ideia de que as Escrituras não eram para o
povo em geral. Um dos grandes líderes do pensamento religioso
daquela época disse que lamentava a invenção da tipografia,
porque, por meio dela, as Escrituras, a joia da Igreja, dizia ele,
ficavam ao alcance das pessoas leigas; e deplorava isso por ser
uma profanação de coisas sagradas. Era este o pensamento da
época.
E assim podemos seguir essas coisas passo a passo, e vemos
que as descobertas e invenções deram-se; logicamente quando
mais necessárias. Antes da época de Colombo, o povo acreditava
que além das margens do Atlântico, se estendia um mar de
escuridão atrás do qual havia dragões; e se alguém se aventurasse
a navegar mais longe, seria devorado por esses terríveis monstros.
AS INVENÇÕES VÊM PELO ESPÍRITO DO SENHOR. Daqueles
tempos até hoje, nunca se deu um só passo no tocante à
descoberta ou invenção em que o Espírito do Senhor (isto é, o
espírito mencionado por Joel, a Luz de Cristo, não o Espírito Santo!)
não houvesse sido a força propulsora, pousada sobre o indivíduo,
levando-o a fazer a descoberta ou invenção. O mundo não entende
isso, mas é perfeitamente claro para mim; como também nem
sempre o Senhor se utilizou daqueles que tinham fé, nem o faz hoje
em dia. Ele usa os intelectos flexíveis e que se deixam dirigir para
certos rumos, a fim de realizar a sua obra, acreditem nele ou não.
A América precisava ser descoberta, pois seria nessa terra que
devia ser restaurado o Evangelho. Tinha de haver a destruição do
poder despótico; o feudalismo tinha que ter um fim, e os homens
tinham que ser libertados. Era necessário que se organizassem
parlamentos, que o povo tivesse uma Constituição e voz ativa
quanto ao que deveria ou não ser feito em termos de governo.
A CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS E A
RESTAURAÇÃO. Tudo isto tinha que ser antes do estabelecimento
da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias na terra.
Essas coisas ocorreram na Europa antes da descoberta da América.
Após seu descobrimento, a liberdade nessas terras tomou um
ímpeto que o velho mundo não lhe poderia dar; e o país foi redimido
pelo sangue derramado (o Senhor é quem o diz), e a liberdade
proclamada na Constituição dos Estados Unidos, de modo que
todos os povos da terra pudessem encontrar refúgio na América, a
Terra da Promissão.34 Isto feito, chegara a hora de trazer à luz e
estabelecer o Evangelho de Jesus Cristo sobre a terra.
INVENÇÕES RESERVADAS PARA A ERA DA RESTAURAÇÃO.
Desde essa época, têm-se feito muitas descobertas. Na verdade, a
partir do estabelecimento do Evangelho, essas descobertas e
invenções aumentaram grandemente, e temos visto talvez mais no
último quarto de século, digamos assim, do que se viram durante
todos os anos desde os dias da Renascença e da Reforma até a
visita do Anjo Morôni ao Profeta Joseph Smith.
Entre outras coisas, foi descoberta e inventada — e agora não
me estou limitando a este lado da restauração do Evangelho, mas
às coisas que levam a ela — maquinaria para poupar o trabalho
braçal ou manual, como de tecelagem, malharia, costura, serviços
agrícolas e todo tipo de trabalho. A descoberta da força motriz do
vapor deu-se antes da época, mas reparai como se desenvolveu
desde aí; vede como todas essas coisas se desenvolveram. Cada
uma das descobertas vindas a público antes da aparição de Morôni,
ou digamos, antes do estabelecimento da Igreja em 1830, a partir
daí foi desenvolvida e aperfeiçoada maravilhosamente milhares de
vezes.
INVENÇÕES AJUDAM A CUMPRIR PROFECIA DE JOEL. Bem,
referi-me a essas coisas como sendo o cumprimento da predição
pelo Profeta Joel e que, segundo Morôni disse ao Profeta Joseph
Smith, deviam cumprir-se nesta dispensação da plenitude dos
tempos.35Apenas as abordei aqui e ali, pois o tempo não me permite
entrar em maiores detalhes. Olhai para estas lâmpadas elétricas.
Podemos estar sentados aqui vendo-nos uns aos outros, e posso ler
para nós com auxílio dessas luzes, geradas pela eletricidade.
Sabíamos disso há muito tempo, mas não faz tanto tempo assim
que estamos usando um globo elétrico, e vede como ele tem sido
aperfeiçoado.
Depois, como já dissemos, a eletricidade é usada ainda como
força motriz, para propelir maquinaria, propelir nossos carros pelas
ruas e de uma cidade para outra! É usada para erguer grandes
pesos; potentes ímãs são produzidos pela força elétrica, que servem
para levantar grandes peças de metal e movê-las de lugar; o
homem aprendeu a utilizar de várias maneiras esta grande força, da
qual sabe tão pouco.
INVENTORES USADOS PELO SENHOR. Agora, acaso pensais
que as descobertas e invenções feitas por Marconi, Edison, Bell,
Stephenson36 e tantos outros inventores e descobridores,
aconteceram simplesmente porque esses homens se sentaram e se
concentraram no assunto, e o descobriram pelo raciocínio ou
acidentalmente? Absolutamente não. O Espírito do Senhor, a Luz de
Cristo estava atrás disso, impelindo-os a fazer o que fizeram; e por
quê? Porque era chegado o tempo, estava maduro. Nós estamos
preparados para essas descobertas e invenções, e todas elas têm
algo a ver com a restauração do Evangelho e a preparação para o
tempo ainda futuro, mas que não demorará, quando Cristo há de
reinar na terra, e será estabelecida a paz durante mil anos. Este é o
propósito de tudo.
Bem, um homem como Edison poderia dizer: “Eu não creio num
ser supremo.” Não sei se seria o caso; alguns desses homens não o
fazem. Contudo, o Senhor, em sua grande misericórdia, releva isso
e utiliza tal homem por estar capacitado para determinado trabalho,
e ele pode inspirá-lo, por meio do seu Espírito, a fazer essa grande
obra. Por isso, ele prossegue e o faz, tudo para o estabelecimento
do reino de Deus.
OS SANTOS TÊM A MENSAGEM DA SALVAÇÃO. Às vezes,
devido à nossa maneira limitada de ver as coisas, achamos que por
sermos o povo do Senhor, ele se utiliza unicamente de nós. Porque
temos o propósito de ir e pregar o Evangelho e conduzir os
honestos de Sião com cânticos de alegria eterna, podemos ter a
ideia de que “nós somos o povo”, como diria Jó, “e conosco morrerá
a sabedoria”.37 Mas o Senhor está usando também outras forças,
outros povos, outros poderes.
A nós cabe executar a grande obra de salvação para os vivos e
pelos mortos, e aqueles outros povos estão preparando em outros
sentidos o caminho para o qual não podemos ser chamados, porque
nosso tempo deve ser dedicado a outra coisa.
O SENHOR USA PESSOAS DO MUNDO PARA SEUS
PROPÓSITOS. Não espero que essas grandes descobertas
provenham particularmente dentre os santos dos últimos dias,
porque o Senhor nos reservou outro trabalho, e por isso ele usa
pessoas de fora que disponham de tempo para fazerem grandes
descobertas científicas. Ele poderá estar usando igualmente alguns
de nós para tal coisa, mas faz isso e parece-me muito razoável que
derrame seu Espírito sobre essas pessoas de fora.
Conforme sabeis, Pedro pensava que o Evangelho era somente
para os judeus. O Senhor teve bastante trabalho para convencê-lo
de que Cornélio era digno do batismo e salvação.38Não nos
tornemos tão tacanhos a ponto de pensar que, por termos o
Evangelho e a salvação estar conosco, o Senhor esteja limitando o
cumprimento dessas Escrituras tão somente aos santos dos últimos
dias, e que, ao derramar o seu Espírito, ele o faz somente sobre
nossos filhos e filhas, sobre nossos servos e servas, e sobre nossos
velhos e nossos jovens. Não devemos pensar que o Senhor se vale
somente dos de sua Igreja e seu reino. Ele usa todos os que acha
conveniente usar, mesmo aqueles que o rejeitam, para realizar seus
propósitos. Esses homens podem dizer: “Eu não creio”, e “Eu
realizei isto “, reclamando a honra para si mesmos, mas a honra
pertence a Deus.39
INVENÇÕES POR PESSOAS DE FORA DA IGREJA. A voz é
ouvida e reconhecida talvez a milhares de quilômetros, e as
palavras calam na mente daqueles que escutam quase que como se
estivessem sentados diante do orador, como vós estais. Penso que
isto é extremamente maravilhoso; e no entanto, esta grande
descoberta não veio por revelação a um membro da Igreja; não foi
enviada através de um portador do Sacerdócio; mas veio por
alguém que não é da Igreja, porém foi inspirado pelo Senhor para
proporcionar essa grande bênção ao mundo. O mesmo se dá com
muitas outras coisas; o automóvel e o avião como meios de
transportes; o gravador e todas as outras grandes descobertas
feitas através de pesquisa científica; elas vieram, em sua grande
maioria, de fora da Igreja.
AS INVENÇÕES MODERNAS SÃO PARTE DA PLENITUDE
DOS TEMPOS. Todavia, sustento que, não tivesse havido a
restauração do Evangelho e a organização da Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias, não existiria o rádio, não haveria
aviões, não teriam sido feitas as maravilhosas descobertas na
medicina, química, eletricidade, nem as muitas outras coisas com as
quais o mundo se vem beneficiando.
Em tais condições, essas bênçãos ficariam retidas, pois elas
pertencem à dispensação da plenitude dos tempos, da qual a
restauração do Evangelho e a organização da Igreja constituem o
ponto central, que irradia para o mundo o Espírito do Senhor. A
inspiração do Senhor tem-se projetado e apossado da mente dos
homens, embora estes não o saibam e eles são dirigidos pelo
Senhor. Desta maneira, ele os põe a seu serviço, para que seus
propósitos, sua justiça, no devido tempo, sejam supremos na terra.
Agora, gostaria de dizer brevemente que não creio, por um só
momento, que essas descobertas se fizeram por acaso, ou que são
produto da inteligência superior dos homens de hoje em
comparação com os que viveram em eras passadas. Elas vieram e
estão vindo, porque o tempo está maduro, porque é da vontade do
Senhor, e porque ele tem derramado seu Espírito sobre toda a
carne.40
Anotação
1. Para um estudo mais aprofundado do assunto, vide: “The Restoratíon of All Things”, obra de trezentos e
vinte páginas, de autoria do Presidente Joseph Fielding Smith.
3. Mateus 24:14.
5. Jeremias 31:34.
6. Isaías 11:4, 9.
8. Isaías 2:3.
9. Isaías 65:17.
14. Lucas 1:17; Em português, a Bíblia não faz distinção entre Elaías e Elias, chamando-os
indiscriminadamente de Elias. N. do T.
36. Marconi Marquês Guglielmo (1874-1937) — Físico italiano, considerado inventor da telegrafia sem fio.
3. Mateus 24:14.
5. Jeremias 31:34.
6. Isaías 11:4, 9.
8. Isaías 2:3.
9. Isaías 65:17.
14. Lucas 1:17; Em português, a Bíblia não faz distinção entre Elaías e Elias, chamando-os
indiscriminadamente de Elias. N. do T.
36. Marconi Marquês Guglielmo (1874-1937) — Físico italiano, considerado inventor da telegrafia sem fio.
4. Apoc. 19:10.
5. Relief Society Magazine, vol. 28, pp. 3-4; 1 Cor. 12:28; 14:1-6, 24, 31-39.
6. D & C 43:3-6.
8. D & C 1:20.
19. Wesley, Charles (1707-1788) — Pregador metodista e compositor de hinos; irmão de John.
30. Church News, 1.° de abril de 1939, pp. 7-8; Atos 9:1-18; 22:6-16.
2. 2 Cor. 13:1.
4. Mateus 18:15-16.
5. Moisés 8:2-3.
7. Êxodo 4:10.
8. Êxodo, caps. 3 e 4.
9. Mateus 17:1-13.
28. Era, vol. 30, pp. 953-954: Lucas 16:31; D & C 5:5-10.
35. “É bem conhecido que Oliver Cowdery e David Whitmer deixaram a Igreja, mas geralmente se supõe que
Martin Harris nunca foi excomungado. O Journal History, periódico da Igreja de 1.° de Janeiro de 1938,
entretanto, fala de sua excomunhão pelo Sumo Conselho de Kirtland, em Dezembro de 1837. Foi
rebatizado em 17 de Setembro de 1870, em Salt Lake City, por Edward Stevenson e confirmado no
mesmo dia por Orson Pratt; Journal History, 17 de Setembro de 1870.”
2. D & C 38:22.
3. Daniel 7:14.
5. Daniel 7:27.
7. Corresp. Pessoal.
8. D & C 20.
9. D & C 21.
10. Era, vol. 12, pp. 554-558; D & C 1:2, 4, 11, 34-35; 18:28; 39:15; 42:58; 43:20-28; 68:8; 84:62, 75-76; 90:8-
11; 133:7-25, 63-74.
19. Conference Report, outubro de 1926, pp. 119-120; D & C 41:1; 82:2-4.
20. Conference Report, abril de 1951, pp. 152-153; D & C 6:6; 11:6; 12:6; 14:6.
2. Strang, James J. — Apóstata que alegava ter sido designado seu sucessor pelo Profeta Joseph Smith.
3. A “Reorganized” Church History afirma que Z. H. Gurley foi ordenado um setenta em Far West, no ano de
1838. Isto é um engano; eles não possuem nenhum registro original de tal ordenação. Os registros
originais dos setentas existentes no Escritório do Historiador, na Cidade do Lago Salgado, dão sua
ordenação conforme mencionada aqui. J. F. S.
6. D & C 107:21-24; 112:14-34; Joseph Fielding Smith, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 185.
7. D & C 107:25-32.
9. D & C 20:63, 65; 28:13; 38:34; 41:9; 51:12; 72:7; 104:64, 71-72, 76; 124:144.
16. Times and Seasons, vol. 5, pp. 651, 644, 698; Millennial Star, vol. 10, p. 115.
23. Blood Atonement and the Origin of Plural Marriage, pp. 51-52.
24. Em diversos artigos de Zena H. Gurley, um dos fundadores da Igreja “Reorganizada”, publicados no
Saints Herald, vol. 1, ele se refere a ela como “uma nova organização da igreja”. Isto concorda com a
declaração do presidente dessa igreja, no Saints Herald, de 17 de fevereiro de 1904, em que diz: “A
Igreja, usando o termo para significar a Igreja rejeitada, não foi recebida de novo.” J. F. S.
28. Em seu depoimento perante a Corte Itinerante, em Kansas City, no litígio pela posse da propriedade do
templo, disse ele: “Não, senhor, eu não declarei que fui ordenado por meu pai como seu sucessor; de
acordo com meu entendimento da palavra ordenar, eu não fui.” Plaintiff’s Abstract, p. 79, paragr. 126. J.
F. S.
33. Ibid.
36. Times and Seasons, vol. 2, p. 578; “Reorganized” Church History, vol. 2, p. 546.
37. Ibid.
54. A Igreja “Reorganizada” vs Salvação para os Mortos pp. 3-5, 9-12, 18-23.
CAPÍTULO 16
A LEI DA REVELAÇÃO
NATUREZA ETERNA DA REVELAÇÃO
REVELAÇÃO IRROMPE NUM MUNDO APÓSTATA. Cremos
que nosso Pai Eterno está tão pronto a falar com os que o buscam
hoje em dia, quanto nos tempos antigos.
Cremos que a Bíblia não contém todas as revelações dadas por
manifestações divinas; mas que apenas contém relatos
fragmentários dos negócios do Senhor com seus servos, os profetas
antigos.
Cremos que, durante seu ministério na terra, nosso Salvador,
Jesus Cristo, estabeleceu a sua Igreja sobre princípios eternos,
fundamentais para a salvação da humanidade.
Cremos que, após a morte dos apóstolos antigos, esses
princípios eternos foram corrompidos e se mesclaram com filosofia
pagã.
Cremos que as ordenanças essenciais do Evangelho foram
alteradas e modificadas pela vontade do homem e não por instrução
divina, de modo que chegou o tempo em que, conforme dissera
Isaías, o povo se aproximava do Senhor com a sua boca, honrando-
o com seus lábios, mas o seu coração se afastava para longe dele.1
A igreja se corrompeu e modificou-se a tal ponto, que tornou
necessário que os céus se abrissem, viessem mensageiros
celestiais e se restaurasse a primitiva fé e autoridade divina.2
A REVELAÇÃO COMEÇOU NOVAMENTE COM JOSEPH
SMITH. Passada a época dos apóstolos, o homem recusou-se a dar
atenção ao Espírito do Senhor; por isso, o Espírito afastou-se, e o
homem foi deixado sem orientação divina. Assim, surgiu a estranha
crença de que o Senhor não mais comungava com o homem, tendo-
lhe dado na palavra escrita tudo o que era necessário para sua
orientação. Esta era a crença universal, quando Joseph Smith
anunciou sua visão. Quando jovem, havia aprendido que não havia
aparecimento de anjos, não havia revelação nem necessidade de
Escrituras adicionais.
O Senhor, porém, deu a Joseph Smith uma revelação da
plenitude do Evangelho, “provando ao mundo que as santas
Escrituras são verdadeiras, e que Deus inspira os homens e os
chama ao seu santo serviço, nesta época e geração, tanto quanto
em gerações de tempos antigos; mostrando, assim, que ele é o
mesmo Deus ontem, hoje e para sempre.”3
PROFETAS PREDIZEM REVELAÇÕES MODERNAS. Por que
considerar estranho que o Senhor fale ao homem nestes dias, seja
por sua própria voz ou pela voz de anjos? Estaria menos
interessado no homem hoje em dia? Ou terá o homem avançado
tanto, que não mais precise de ajuda divina?
Disse um dos profetas antigos: “Não havendo profecia, o povo
se corrompe,”4 e outro falou: “Certamente o Senhor Jeová não fará
cousa alguma sem [antes] ter revelado o seu segredo aos seus
servos, os profetas.”5 Outro ainda disse, referindo-se aos últimos
dias: “Os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão
visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias
derramarei o meu Espírito.”6
Igualmente positivo é o pronunciamento de um antigo profeta
nefita: “Deixaram os anjos de aparecer aos filhos dos homens?
Deles retirou o Senhor o poder do Espírito Santo? Ou fará ele isso
enquanto durar o tempo, enquanto subsistir a terra e houver no
mundo um homem para ser salvo? Eis que vos digo que não, pois é
pela fé que os milagres são realizados; e é pela fé que os anjos
aparecem e exercem seu ministério em favor dos homens; portanto,
ai dos filhos dos homens, se estas coisas tiverem cessado, pois que
isso terá acontecido em virtude de sua descrença, e tudo será vão!”7
Sim, é muito estranho que os santos dos últimos dias se
encontrem visivelmente sozinhos na crença de que o Pai pode
revelar e de fato revela a si próprio e a sua verdade ao homem,
conforme os antigos profetas proclamaram que ele faria nestes
últimos dias.8
REVELAÇÃO NECESSÁRIA PARA CUMPRIR CONVÊNIOS DO
SENHOR. Considerando o que está escrito na Bíblia, é muito
estranho que chegasse a se enraizar na mente do povo a ideia de
que o cânone das Escrituras está completo; que o Senhor não tem
mais nenhum conselho para dar ao homem, não importa quão
grande a necessidade de maior orientação divina; e que o homem
deva depender unicamente da palavra falada aos antigos profetas
bíblicos para seu consolo.
Esses profetas não entendiam assim. Falaram de convênios a
serem feitos entre Deus e o homem nos últimos dias. Como isto
seria possível sem que os céus se abrissem? E se os céus assim se
abrissem, não seria isto uma revelação, sim, mesmo Escritura?
Proclamando a palavra do Senhor a Israel nos últimos dias, disse
Ezequiel:
“E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual
habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos, e os
filhos de seus filhos, para sempre… E farei com eles um concerto de
paz; e será um concerto perpétuo; e os estabelecerei, e os
multiplicarei; e porei o meu santuário no meio deles para sempre. E
o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles
serão o meu povo.”9
O CONVÊNIO ETERNO REVELADO ATRAVÉS DE JOSEPH
SMITH. Jeremias também presta o mesmo testemunho,
acrescentando que o povo não mais ensinará “a seu próximo, nem
alguém a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos
me conhecerão, desde o mais pequeno deles até o maior, diz o
Senhor: porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me
lembrarei dos seus pecados.”10
Por causa desta antiga promessa, não deveria estranhar que
surgisse um profeta proclamando a introdução de um novo e eterno
convênio. Nesse dia, o Senhor disse a Joseph Smith: “Portanto, eu,
o Senhor, conhecendo a calamidade que haveria de vir sobre os
habitantes da terra, chamei meu servo Joseph Smith, lhe falei dos
céus e dei-lhe mandamentos; … Para que o meu eterno convênio
seja estabelecido; para que a plenitude do meu Evangelho seja
proclamada pelos fracos e humildes aos confins do mundo, e diante
de reis e governadores. Eis que eu sou Deus, e o disse.”11
O RECEBIMENTO DE NOVAS REVELAÇÕES É RAZOÁVEL.
Se o homem permitir que a razão o guie no caminho do bom senso,
ele será forçado a concluir que não existe justificativa para a crença
de que todas as Escrituras estejam encerradas dentro da capa
da Bíblia Sagrada. Tal doutrina cerra a boca do Onipotente,
negando-lhe o poder de falar. Tampouco se pode afirmar
consistentemente que não há mais necessidade de revelações. É
igualmente inconsistente dizer-se que o Senhor não se interessou
por outros povos, além do palestino, o bastante para lhes falar e
guiá-los com sua palavra.
Alma, o profeta nefita que viveu antes dos dias de Cristo,
proferiu esta verdade: “Porque, eis que o Senhor concede a todas
as nações que lhes seja ensinada a cada uma em sua própria
língua, a sua palavra, sim, tudo o que ele em sabedoria acha que
devem aprender; vemos, portanto, que o Senhor aconselha em
sabedoria, segundo o que é justo e verdadeiro.”12
DUAS NAÇÕES TESTEMUNHAS DE CRISTO. Néfi, um profeta
mais antigo, registrou por mandamento: “Não sabeis que há mais
que uma nação? Não sabeis que eu, o Senhor vosso Deus, criei
todos os homens e que não me esqueço dos que habitam as ilhas
do mar; e que governo nas alturas dos céus e embaixo na terra,
e levo minha palavra aos filhos dos homens, sim, a todas as nações
da terra?
“Por que murmurais por ter que receber mais palavras minhas?
Não sabeis que o depoimento de duas nações é o testemunho de
que eu sou Deus, de que me recordo tanto de uma como de outra
nação? Portanto, digo as mesmas palavras tanto a uma como a
outra. E, quando as duas nações se juntarem, o testemunho delas
se juntará também.”13
Isto foi falado, por profecia, aos gentios dos dias atuais. Deve-se
recordar igualmente que a lei dada a Israel era que “o testemunho
de dois homens é verdadeiro”14, desde que fossem testemunhas
honradas. Aqui o Senhor aplica a lei a nações. E por que não
deveria ser assim?
Se a palavra do Senhor deve ser estabelecida por duas
testemunhas escolhidas, então podemos muito bem procurar duas
nações eleitas para servirem de testemunhas de Cristo. Uma
dessas nações era a de Israel na Palestina, a outra a de Israel na
América. Judá falando do Velho Mundo, e José do Novo Mundo.
Hoje, estas duas testemunhas de Deus e sua verdade se
juntaram.15
AS ESCRITURAS MODERNAS ESCLARECEM A BÍBLIA. Não
existe um único princípio concernente à salvação dos homens que
esteja tão claramente formulado na Bíblia, conforme esta chegou
até nós, que não faça os homens tropeçar — nenhuma só coisa.
Não há um único princípio tão claramente declarado que eles
concordem entre si e não achem suas interpretações conflitantes.
Quereis saber a respeito da ressurreição dos mortos? Quem
será salvo no reino celestial de Deus? Então lede vosso Livro de
Mórmon. Lede vosso Doutrina & Convênios. A seção setenta e seis,
de Doutrina & Convênios, conhecida como a Visão, é a mais clara, a
mais concisa declaração a respeito da salvação que conheço, e
duvido que o Senhor jamais haja dado a qualquer povo, em
qualquer tempo, sobre a face da terra, uma coisa mais clara que
essa revelação.
As pessoas do mundo sabem para onde vão, quando morrerem?
Não. Elas cantam sobre uma bela ilha em algum lugar. Elas não
sabem. Poderão descobri-lo na Bíblia? Sim, podemos encontrá-lo.
Poderão encontrá-lo, se tiverem a inspiração certa. Porém, com o
auxílio extra obtido nos registros que o Senhor nos deu, nós não
tropeçamos sobre isso.
Nós não tropeçamos na questão do batismo e de que deve ser
feito e por quem. Temos um claro e perfeito entendimento da
natureza de Deus. Bem, eu posso encontrar isso na Bíblia; e assim
podeis vós. Eles também podem, se procurassem no espírito de fé;
mas tropeçam; no entanto, não estão dispostos a aceitar as
revelações do Senhor dadas no dia e dispensação em que vivem, e
que lhes mostrariam claramente todos esses princípios de verdade
eterna. Quão grandemente somos abençoados!16
VER COISAS PASSADAS. Na Ciência, é fato comum e
conhecido que a luz dos astros leva milhares de anos para atingir a
terra, e que nós os vemos como foram há milhares de anos e não
como são agora. Isto sendo verdade, se conseguíssemos chegar ao
ponto certo, poderíamos ver as coisas como foram elas em qualquer
época passada.17
A REVELAÇÃO NA IGREJA, HOJE
REVELAÇÃO DESDE OS DIAS DE JOSEPH SMITH. Os
presidentes da Igreja desde o Profeta Joseph até agora, têm
recebido revelações do Senhor para a orientação do seu
povo. Embora nem todas estas revelações estejam incluídas
em Doutrina & Convênios, nem por isto deixam de ser menos
legítimas. Nem todas as revelações dadas a Joseph, o Vidente,
foram incluídas em Doutrina & Convênios na época dele; desde a
sua morte, nós acrescentamos muitas de suas revelações a esta
obra.
E existem outras que não foram incluídas. Algumas destas
destinavam-se à Igreja e não ao mundo, e por isso são dadas
apenas aos santos. Porém, desde a morte de Joseph Smith, foram
dadas numerosas revelações à Igreja. Algumas foram publicadas,
outras não. Tenho tido o privilégio de ler e manusear algumas delas
que ainda estão em manuscrito, não tendo sido dadas ao mundo por
um sábio propósito do Senhor. Mas estão arquivadas e serão
preservadas.18
A IGREJA É GUIADA POR REVELAÇÃO HOJE. A Igreja é
guiada por revelação hoje em dia. Nem todas as revelações dadas
ao Profeta estão em Doutrina & Convênios: mas tudo o que nele
está é essencial para nossa salvação. Não é preciso que
acrescentemos outras revelações em que não é revelada nova
doutrina, mas que são meramente conselho e diretriz, a esta obra
das Escrituras.
Todos os presidentes da Igreja têm recebido revelação; algumas
das recebidas por Brigham Young19, John Taylor20, Wilford
Woodruff21 e Joseph F. Smith foram publicadas. Em Doutrina do
Evangelho, encontrareis uma delas.22
Não nos devemos alarmar, pois, se tivermos o espírito de
discernimento, saberemos que o Espírito do Senhor está guiando as
autoridades da Igreja.
A revelação do Senhor é válida para nós, quer a recebamos ou
não; se a rejeitarmos, seremos punidos.23
O Senhor não nos deixou vagueando a esmo; ele não nos
deixou sozinhos no mundo a tatear nas trevas; a Igreja que ele
fundou é guiada pelo espírito de revelação, e a inspiração do
Senhor paira sobre os que se encontram a sua testa. Eles não estão
fazendo esse trabalho em seu próprio nome; não procuram
estabelecer a si próprios, mas executar o plano que o Senhor tem
revelado e dar a conhecer aos filhos dos homens o grande desejo
de nosso Pai, para que todos os homens possam ser salvos através
da obediência ao Evangelho, e receber um lugar e posição em seu
reino.24
REVELAÇÃO DADA NA CONFERÊNCIA GERAL. Pessoas
imprudentes e descuidadas comentam às vezes que o espírito de
revelação não está guiando os santos dos últimos dias hoje como
em tempos passados. Tal pensamento dificilmente ocorreu aos
membros que lotaram o Tabernáculo durante os três dias de
conferência. A todos os que possuem o espírito de discernimento e
são iluminados pelo Santo Espírito, era patente que o Senhor estava
derramando seu Espírito e dando aos membros da Igreja
mandamentos e orientação, muito oportunos e necessários nestes
dias de crescente desobediência e iniquidade que impregna o
mundo.25
REVELAÇÃO DADA AOS IRMÃOS. O Senhor abençoa este
povo através da inspiração advinda aos seus servos, ao dirigirem,
ensinarem e exporem as Escrituras. Frequentemente é declarado
pelos inimigos do povo e, de tempos em tempos, ouvimo-lo nas ruas
desta cidade, que não há revelação alguma na Igreja. Eu vos digo
que há revelação na Igreja.
O Senhor abençoa não só os homens que se encontram à testa
e possuem as chaves do reino, mas também abençoa com o
espírito de inspiração a todo indivíduo fiel. Ele concede a seu povo
revelação para sua própria diretriz, e por essa razão, obedecem a
seus mandamentos e o servem. Esta é uma bênção prometida e
dentro do seu poder de receber.
Nós somos abençoados com revelação; a Igreja é edificada
sobre este fundamento. Todas as revelações dadas não precisam
ser escritas. Os irmãos podem receber inspiração quanto ao que
deverá ser feito, ou não ser feito, segundo o Senhor os dirigir. Não
precisa ser impresso num livro. Temos revelações que foram dadas,
as quais foram escritas; algumas delas foram publicadas, outras
não.26
MAIOR NECESSIDADE DE REVELAÇÕES NOS PRIMEIROS
TEMPOS DA IGREJA. Nos dias do Profeta Joseph Smith o Senhor
deu à Igreja revelações a respeito de cada princípio essencial para
um entendimento apropriado de princípios do Evangelho e o
governo da Igreja. Como os membros acabavam de sair do mundo e
haviam sido ensinados em todos os seus conceitos e tradições
religiosas, tinham que ser orientados em todas as coisas. O
recebimento de revelações para sua orientação foi diminuindo com
o passar dos anos, de modo que, nos últimos quatro anos de vida
do Profeta, não foi preciso revelar o Senhor informação alguma a
respeito de princípios fundamentais.
Entretanto, ele disse que os santos seriam “coroados com
bênçãos do alto, sim, com mandamentos, não poucos, e
com revelações no seu próprio tempo — os que são fiéis e
diligentes diante de mim”.27 Esta promessa e a palavra do Senhor
para a Igreja na seção 104:58, foi e está sendo constantemente
cumprida. Não é necessário ao Senhor requerer que todas as suas
revelações para a Igreja sejam publicadas em livro e dadas ao povo.
Ele fala aos seus servos e revela a sua vontade, e então eles
transmitem sua instrução ao povo.28
REVELAÇÕES LIMITADAS À CAPACIDADE DO HOMEM DE
RECEBÊ-LAS. A revelação nos é prometida através de nossa
fidelidade; assim, também, o conhecimento concernente aos
mistérios e governo da Igreja. O Senhor retém muito do que
revelaria se os membros da Igreja estivessem preparados para
recebê-lo. Quando eles não querem viver de acordo com as
revelações que ele tem dado, como podem ter direito de receber
mais? O povo da Igreja não está vivendo em pleno acordo com os
mandamentos que o Senhor já lhes deu:
Nós nos encontramos, portanto, em situação bastante
semelhante à dos nefitas, quando Néfi falou de revelação: “E agora
eu, Néfi, não posso dizer mais; o Espírito encerra a minha fala, e eu
lamento por causa da incredulidade, malvadez, ignorância e
obstinação dos homens; pois que não procuram o saber, nem
entendem o grande entendimento, quando lhes é dado claramente,
sim, tão simples quanto possível.”29
Outras razões por que o Senhor não dá ao povo mais
revelações são enumeradas por Mórmon e Morôni no Livro de
Mórmon.30
Temos pouco motivo para reclamar mais revelação, quando nos
recusamos a dar ouvidos ao que o Senhor tem revelado para nossa
salvação. Entretanto, as autoridades são dirigidas por revelação, e
isto é aparente a todos os que possuem espírito de discernimento.
O Senhor não abandonou seu povo, embora eles nem sempre
tenham posto sua confiança nele.31
FALSOS ESPÍRITOS E FALSAS REVELAÇÕES
O PRESIDENTE: ÚNICA FONTE DE REVELAÇÃO PARA A
IGREJA. Sempre existe apenas um que retém as chaves e o direito
de receber revelação para a Igreja, e este homem é o
seu presidente. E quando a Primeira Presidência é dissolvida pela
morte do presidente, então, de acordo com a revelação, os Doze
Apóstolos se tornam o quórum presidente da Igreja: e aí, se o
Senhor tiver alguma revelação a dar ao seu povo, ela virá através
do devido canal — o presidente dos Doze.
Se tivermos isto em mente, será para nós uma chave, como o
Senhor tencionou que fosse, pela qual poderemos avaliar e pesar as
pretensas revelações dos homens. Quando virmos este homem ou
aquele, ou talvez aquela mulher ou criança dando revelações como
foi o caso na Igreja “Reorganizada”, quando Jason W. Briggs, Zenas
H. Gurley, Henry H. Dean e a filha de Zenas H. Gurley receberam
“revelações” orientando a organização do culto deles, saberemos,
com certeza, que essas coisas não são de Deus.
O Senhor jamais há de ignorar o oficial e o quórum presidente
da Igreja, pois ele respeita a autoridade exatamente como requer de
nós que a respeitemos. E isto sempre nos será uma chave, se
tivermos em mente que, toda vez que ele tem uma revelação ou
mandamento para dar ao seu povo, ele o fará através do oficial
presidente da Igreja. Isto é ensinado claramente nas revelações.32
PROVA DE VERACIDADE DAS REVELAÇÕES. Se o Senhor
tem uma revelação ou um mandamento para dar ao seu povo, este
virá do cabeça, e quando alguém mais surge entre o povo,
professando ter revelações e dando mandamentos, podemos testar
a questão muito facilmente. Não precisamos entrar em nenhum
detalhe ou proceder a um exame prolongado das pretensões. Não
há necessidade alguma de qualquer investigação, porque o Senhor
nos deu a chave como uma lei para a Igreja, pela qual devemos ser
governados.33
CHAVE PARA RECONHECER REVELAÇÕES VERDADEIRAS.
Nós temos uma chave dada por revelação pela qual podemos
reconhecer os falsos espíritos, pela qual podemos reconhecer a
falsa revelação. Existe apenas um único homem nesta Igreja, num
dado tempo, que tem o direito de receber revelação para a Igreja. O
Senhor disse que a casa dele é uma casa de ordem, não uma casa
de confusão, e por isso há um designado para falar. Um só tem o
direito de receber a palavra do Senhor e dá-la à Igreja.
Todos nós temos o direito de receber revelação para nossa
própria diretriz. O presidente da estaca tem direito à revelação para
guiar sua estaca. Mas nenhum homem tem direito de receber
revelação para esta Igreja, exceto aquele a quem o Senhor chamou.
Se ele recebe uma revelação, esta será declarada sem dúvida,
desde que seja destinada à Igreja, de uma forma que todos
possamos saber a fonte da qual veio. E quando encontramos
pessoas difundindo secretamente pela Igreja pretensas revelações,
ou visões, ou manifestações, que não promanaram das autoridades
da Igreja, nem foram por elas aprovadas, podemos anotar que tais
coisas não são de Deus.
Não precisamos escrever para perguntar a respeito dessas
coisas. Não precisamos questioná-las por um momento, pois o
Senhor não vai dar uma revelação a nenhum sumo sacerdote,
nenhum élder ou setenta para esta Igreja. Ela virá através daquele
designado para isso. E, se o Senhor não vai escolher os que
ocupam posição nos quóruns do Sacerdócio, podeis ficar
certamente assegurados de que não escolherá alguém que nem
sequer possui o Sacerdócio. Assim, nossa mente pode ficar
sossegada em relação a questões desse tipo…
FALSOS ESPÍRITOS ILUDEM OS INFIÉIS. Se seguirmos o
espírito de luz, o espírito da verdade, o espírito descrito nas
revelações do Senhor; se buscarmos a orientação do Espírito Santo
através do espírito de oração e humildade, o Senhor há de
aumentar nossa luz e nosso entendimento, de modo que teremos o
espírito de discernimento, entenderemos a verdade,
reconheceremos a falsidade quando a virmos, e não seremos
enganados.
Quem é que é iludido nesta Igreja? Não o homem que tem sido
fiel no desempenho do dever; não o homem que se familiarizou com
a palavra do Senhor; não o homem que tem praticado os
mandamentos dados nessas revelações; mas o homem que não
conhece a verdade, o homem que se encontra em treva espiritual, o
homem que não compreende e entende os princípios do Evangelho.
Um homem assim será enganado, e quando esses falsos espíritos
surgem entre nós, ele poderá não entender ou não ser capaz de
distinguir entre a luz e as trevas.
OS FIÉIS NÃO SÃO ILUDIDOS POR FALSAS REVELAÇÕES.
Mas, se andarmos na luz das revelações do Senhor, se dermos
ouvidos às palavras que nos são dadas pelos que se assentam nos
conselhos da Igreja, autorizados a darem instruções, nós não nos
extraviaremos…
“E o que entesourar minha palavra, não será
enganado.”34 Portanto, prossigamos com vigor nas obras desta
Igreja, e no estudo e entendimento dos princípios do Evangelho,
estes princípios de luz; e à medida que os estudarmos, o Senhor
nos revelará mais luz, até recebermos a plenitude, no devido tempo,
no dia perfeito; e não teremos necessidade de estar sujeitos à
dúvida e buscar conselho, quando confrontados com assuntos
desse tipo, porque o próprio Espírito do Senhor nos ensinará.
Está chegando o dia, assim diz Jeremias, quando não mais será
necessário um homem ensinar seu próximo, dizendo: “Conhecei ao
Senhor”35, porque todos o conhecerão, desde o maior até o menor.
E este virá quando nós, com todo intento do coração, estivermos
dispostos a servir o Senhor e guardar seus mandamentos, e dermos
ouvido aos conselhos vindos dos que nos presidem.36
OS SANTOS TÊM DIREITO AO ESPÍRITO DE
DISCERNIMENTO. Não existe motivo no mundo que impeça
qualquer membro da Igreja de possuir um perfeito entendimento dos
princípios do Evangelho, da ordem da Igreja, e do governo da Igreja,
de modo que ninguém precisa deixar-se levar por todo o vento de
doutrina ou noção que prevalece entre os filhos dos homens, que
possa vir ao seu conhecimento.
Se estivermos firmemente alicerçados na fé e edificados sobre a
rocha, conheceremos a verdade, a verdade que nos libertará. Existe
um espírito mentiroso solto na terra…
Se entendeis as regras e os convênios da Igreja, se lerdes as
Escrituras e vos familiarizardes com as coisas que estão registradas
nas revelações do Senhor, não vos será necessário fazer quaisquer
perguntas com respeito à autenticidade ou então sobre qualquer
pretensa revelação, visão ou manifestação que procede das trevas,
maquinada em algum canto, sub-repticiamente apresentada e não
comunicada através dos devidos canais da Igreja.
AS REVELAÇÕES VERDADEIRAS SERÃO PUBLICADAS
PELA IGREJA. Permiti-me acrescentar que, quando uma revelação
vem para a diretriz deste povo, podeis estar seguros de que não
será apresentada de alguma forma misteriosa, contrária à ordem da
Igreja. Ela será divulgada de tal maneira, que o povo entenderá que
vem daqueles que possuem autoridade, pois será enviada aos
presidentes de estaca e aos bispos das alas, com as assinaturas
das autoridades presidentes, publicada em algum dos periódicos ou
revistas regulares sob controle e direção da Igreja, ou então
apresentada perante uma assembleia como esta numa conferência
geral. Ela não surgirá em alguma parte distante da Igreja e não
estará nas mãos de algum indivíduo obscuro sem autoridade, sendo
circulada assim entre os santos dos últimos dias. Agora, lembrai-vos
disto.37
MANIFESTAÇÕES PARA O INDIVÍDUO, NÃO PARA A IGREJA.
De tempos em tempos, tem havido indivíduos que foram convidados
para ir às alas, a reuniões sacramentais, classes do Sacerdócio,
organizações da Escola Dominical e de Melhoramentos Mútuos, e,
às vezes, têm sido realizadas reuniões domiciliares, para benefício
especial deles, para que pudessem relatar notáveis visões ou
revelações que tais indivíduos pretensamente receberam. Tudo isso
é errado…
Agora, o Senhor dará revelações a esta Igreja; e ele, de tempos
em tempos, dará mandamentos a esta Igreja, conforme for
necessário; mas sempre de acordo com a sua própria lei; e não
temos necessidade de sair correndo a convidar indivíduos sem
nenhuma autoridade, para que nos relatem pretensas visões ou
revelações ou mandamentos para a orientação deste povo.
Na Igreja, tudo é feito em ordem. Tudo concernente ao reino de
Deus é em ordem, porque é obediente à lei…
Se entre os santos dos últimos dias surgir um homem
professando ter recebido uma visão ou revelação, ou um sonho
extraordinário, e o Senhor lhe tiver concedido tal coisa, ele deve
guardá-lo para si. É totalmente contrário à ordem, nesta Igreja,
alguém o convidar para relatá-lo à mesma num serviço sacramental,
porque o Senhor dará suas revelações de maneira apropriada
àquele designado para receber e dispensar a palavra de Deus aos
membros da Igreja…
OS SANTOS NÃO SEGUIRÃO REVELAÇÕES FALSAS. Ora,
essas histórias de revelação que estão circulando por aí, não têm
consequência alguma, exceto pelo rumor e conversas tolas por
parte de pessoas sem nenhuma autoridade. O fato da questão é
simplesmente este: Homem algum pode entrar no descanso de
Deus, até que tenha absorvido a verdade, de tal modo que será
capaz de examinar minuciosamente e esclarecer todo erro, toda
falsidade, todo equívoco e falsa exposição, e saber que é erro e não
a verdade.
Quando conheceis a verdade, quando entrais no descanso de
Deus, não andareis à caça de revelações de toda e qualquer pessoa
no mundo. Não seguireis as excentricidades quiméricas de homens
e mulheres que apresentam disparates e suas próprias ideias.
Quando conheceis a verdade, vós vos sujeitareis e ela vos libertará.
É unicamente a verdade que vos libertará dos erros dos homens, e
das falsidades e deturpações do maligno, que está à espreita para
iludir e desviar o povo de Deus dos caminhos da retidão e
verdade.38
Anotação
1. Isaías 29:13.
2. Correspondência Pessoal.
3. D & C 20:11-12.
5. Amós 3:7.
6. Joel 2:28-29.
7. Morôni 7:36-37.
9. Ezequiel 37:25-27.
20. B. H. Roberts, Seventy’s Course in Theology, First Year Book, pp. 15, 16.
22. Joseph F. Smith, Doutrina do Evangelho, pp. 432-436; (Também no Curso para os Quóruns do Sacerdócio
de Melquisedeque 1971-72, A doutrina do Evangelho, vol. 2, cap. 37, “Visão da Redenção dos Mortos”,
segundo subtítulo.)
36. Conference Report, abril de 1931, pp. 70-72; D & C 50:1-3, 21-24.
2. Joseph Fielding Smith, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, pp. 288, 293, 316, 322. 324.
3. D & C 93:36-37.
4. D & C 93:26-27.
7. Church News, 13 de fevereiro de 1952, pp. 3-4. Comentários feitos por ocasião do funeral do Élder Joseph
F. Merrill, do Conselho dos Doze.
29. Conference Report, outubro de 1931, p. 15; 1 João 4:1; 1 Tim. 4:1.
33. Mateus 7:8; D & C 76:1-10; 98:11-15; 121:26-32; 128:21; Isaías 28:9-13.
7. João 3:19.
15. Clawson, Rudger — (1857-1943) ordenado apóstolo em 1898, chegou a ser presidente do Quórum dos
Doze.
24. Conference Report, abril de 1951, p. 153; D & C 18:10-16; 2 Néfi 28:15.
31. Rel. Soc. Magazine, vol. 18, pp. 683-684; D & C 93:36-39.