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“AO QUE CRÊ”

FREDERICK W. BABBEL
TRADUZIDO DO ORIGINAL EM INGLÊS:
To Him That Believeth
POR SAINT-CLAIR C. LIMA
Uma Palavra Inicial
“Tudo é possível ao que crê” (Marcos 9:23).Os desafios aos quais se refere Ao Que
Crê podem parecer incríveis a alguns. Contudo, quando você compreende os princípios
envolvidos e suas implicações relativas ao seu destino eterno você descobrirá que
realmente você determina o seu sucesso na vida ou sua falha em alcançar realizações!
Desde que escrevi On Wings of Faith, tem sido um privilégio discursar e palestrar
para centenas de audiências por todos os Estados Unidos. Repetidamente pessoas têm
expressado preocupação sobre como ativar o poder da Deus em suas vidas. Os oito
tópicos abordados neste livro lidam com as necessidades mais freqüentemente
expressas.
Tem sido perturbador descobrir quantas poucas pessoas têm experimentado o
profundo impacto que esses conceitos têm no desenvolvimento da vida mais abundante
da qual o Salvador falou.
Há mais poder disponível para você determinar seu próprio curso bem sucedido na
vida do que você jamais pode ter pensado. Alguns poucos princípios e chaves simples
constituem a solução fundamental de nossos problemas. Aqui estão esses princípios
destilados das escrituras e da sabedoria de líderes inspirados. Eles, então são aplicados a
essas preocupações maiores em nossas vidas. A incorporação dessas verdades em sua
vida lhe permitirão achegar-se aos próprios poderes do céu.
Quer seja jovem, quer esteja no primor da idade ou no crepúsculo de sua vida,
nenhuma das oportunidades e bênção resultantes que estão descritas nesse livro está fora
do seu alcance. Você tem o poder de fazer hoje, e em todos os dias que se seguirem,
uma nova vida para si, a despeito do que aconteceu no passado.
Eu os desafio a aplicar esses princípios em sua vida. Com a ajuda de Deus você terá
sucesso. Muitas vidas foram profundamente elevadas por eles, e a sua também pode.

-- Frederick W. Babbel
Reconhecimentos
Expresso minha sincera gratidão às numerosas pessoas, incluindo oficiantes,
membros da organização, visitantes e líderes do Templo de Washington, que
ofereceram sugestões significativas e encorajamento contínuo na escrita deste livro.
Também agradeço a amigos seletos e companheiros que leram e revisaram meus
escritos. Assistência especial me foi dada por meu caro amigo, Dr. Brendan Stack, que
disponibilizou a mim e minha esposa o uso de seu gabinete, onde muito desse
manuscrito foi preparado.
Em todos os meus esforços desfrutei de completo apoio, encorajamento e assistência
de Marvin W. Wallin, Ann St. Clair, e outros membros da equipe da Bookcraft, e aqui
expresso minha apreciação a eles.
Ofereço agradecimento especial à minha devotada esposa, June, cuja constante
assistência e valioso companheirismo muito contribuíram para esse livro. Descobrimos
estarem nossas vidas profundamente estimuladas pelo espírito e mensagem desse livro.
Porque a fé é desejo, os frutos existem.
Desde que o mundo existe ninguém teve 1
fé sem ter algo além dela...Um homem
que não tem dom algum não tem fé; e
ele se engana a si mesmo se a supõe ter.
(Joseph Smith, History of the Church
5:218.Doravante referida como DHC.)

Edificando a Fé Poderosa

Aprendi uma lição valiosa alguns anos atrás quando minha esposa e eu visitamos o
Grand Canyon no Arizona. Estávamos no borda norte o guia naturalista nos mostrou
um velho junípero contorcido e tosco que estava literalmente crescendo no lado da
parede rochosa do cânion junto ao mirante. Nós nos perguntamos como ela poderia
continuar a crescer. Nosso guia, então contou-nos um interessante pedaço da história
relacionada àquela árvore.
Uma semente junípero tem a forma semelhante a uma semente cantalupo. Uma
dessas pequenas sementes caiu em uma fenda junto à borda da parede do cânion. Tudo
era rocha sólida. Parecia que a semente não poderia germinar, uma vez que não havia
solo, talvez pouca água e quase nenhuma luz solar naquela fenda. Contudo essa
sementinha não tinha preocupação com esses limites. Tinha tão somente um ardente
desejo, que era cumprir a medida de sua criação!
De uma forma que não podemos compreender, aquela sementinha germinou, e
implantou suas raízes naquela rocha sólida e começou a crescer. Gradualmente ela
rebentou um ramo através da fenda onde poderia buscar luz solar e um pouco de chuva.
À medida que continuou a crescer e a expandir-se em uma perfeita, embora
deformada, árvore seu tronco e suas raízes começaram a exercer uma pressão contínua
na borda exterior da rocha. Finalmente a pressão se tornou tão grande que uma grande
seção inteira da parede do cânion soltou-se e despedaçou-se em um massivo monte
perto da base do cânion aproximadamente uma milha [1,5 km] abaixo.
O guia disse que se estimou que quarenta milhões de toneladas de rocha jazem à base
desse tremendo cânion por que aquela sementinha não sabia que não podia crescer. Ela
simplesmente não desistiria.
Ninguém fracassa até que pare de tentar. Ninguém.
Componentes Essenciais da Fé

Freqüentemente ouvimos a admoestação, “... sem fé homem algum agrada a Deus...”


(D&C 63:11). Precisamos descobrir como crescer em fé. Precisamos também de
experiência. Uma fé viva é uma posse sem preço e a busca por ela é digna das nossas
energias combinadas de mente, corpo e espírito.
A persistência é um dos componentes essenciais da fé. Não desista! O que
persistimos em fazer se torna mais fácil de fazer; não que a natureza da tarefa tenha
mudado, mas a nossa capacidade de fazê-la aumentou!” (Heber J. Grant, Gospel
Standards, comp. G. Homer Durham [Salt Lake City: Improvement Era, 1944], p. 355).
Agir “como se” é outro componente essencial.
Comece encarando a fé no sentido de “algo a fazer” ao invés de algo a se “possuir”.
A fé não deve ser do tipo que se senta e cruza os braços, mas ao invés disso o tipo de fé que
instiga alguém a trabalhar incansável e implacavelmente.
Se ela faz um homem trabalhar – e continuar trabalhando – ela é genuína.
Você deve trabalhar como se soubesse que o sucesso já está assegurado ou nunca fará os esforços
necessários... Não há nada de misterioso nisso. Você nem mesmo tem que “sentir” a fé. Se você nunca
começar a agir “como se”, então o sentimento (...) virá por si só. (Elmer Wheeler, The Wealth Within
You [New York City, Prentice-Hall, 1995], pp. 62, a partir de então citado como: The Wealth Within
You).

Fé e obras andam juntas. É impossível ter fé sem ter também obras e ação.
A fé não é um substituto para as obras. Não é um substituto para preparação. Mas sim uma parte
necessária destas. Não existe nada que pode ser demonstrado e indicado como fé sem estar
relacionado com as obras. O homem que diz que tem fé que pode fazer alguma coisa, mas nada faz,
nunca conheceu a fé, pois ela só passa a existir com a ação. Se tivesse fé ele teria feito alguma coisa
(...). Fé é uma atitude afirmativa que é demonstrada. (The Wealth Within You, p. 65).
Note que estes três diferentes fatores aplicam-se à busca de qualquer coisa na vida:
fama, fortuna e posses materiais. Elas são, também, essenciais para construir força
espiritual.
Um tipo diferente de obras ou ação pode ser requerido para alcançar uma meta
espiritual. Suas “obras” podem consistir de oração ou gratidão contínuas. Ou de se estar
continuamente “sintonizado” o suficiente para poder saber a vontade de Deus e seguir
sua orientação. (Se você tem fé suficiente para mover uma montanha, pegue uma pá. Se
você tem fé no Senhor suficiente para mover uma montanha, sai da frente!).
Devemos lembrar que as bênçãos eternas vêm apenas quando estamos em harmonia
com os poderes do céu e nos achegamos a eles. Como alcançar tal harmonia é o que será
discutido nos capítulos subseqüentes.
Quando manifestamos fé no Senhor Jesus Cristo, colocamos em ação todas as forças
que abrirão as portas para as bênçãos do céu. Pois, “Eis que vos digo que todo aquele
que crer em Cristo, sem de nada duvidar, tudo o que pedir ao Pai em nome de Cristo
ser-lhe-á concedido; e esta promessa estende-se a todos, até os confins da Terra”.
(Mórmon 9:21; ver também vv. 25, 28).
Isso estabelece o fato de que é uma lei eterna que aquele que se achega a Deus, em
nada duvidando, terá tudo o que pedir. Exercer grande e vigorosa fé fará com que a
energia divina, pela mente ou pelo desejo, entre em ação.
Frutos da Fé Extraordinária

Os frutos da fé extraordinária nas vidas humanas podem ser ilustrados por um


número de casos com os quais eu já sou pessoalmente familiarizado.
A primeira série deles está ligada a Fritz Lehnig, um de nossos fiéis presidentes de
distrito na Alemanha, na época em que eu estava lá em minha primeira missão. Alguns
dos missionários costumavam se referir a ele como “o Moisés da Missão”. Meu
primeiro contato com ele começou quando o Presidente Heber J. Grant estava visitando
as missões européias em 1937.

Aquiete-se Enquanto o Profeta Fala

Uma enorme congregação de aproximadamente quinze mil Santos e pesquisadores se


reunia na cidade de Breslau, Alemanha (agora Wroclaw, Polônia) para ouvir o profeta.
Vários presidentes de distrito daquela área geral estavam no púlpito, junto com o
presidente da missão e convidados especiais.
Quando o Presidente Grant se levantou para se dirigir à congregação, uma criancinha
perto da frente do salão começou a causar certa perturbação. Sem falar uma palavra, o
Irmão Lehnig deixou o seu assento no púlpito, andou em direção a essa criancinha e
colocou suas mãos sobre sua cabeça, ordenando-lhe, em nome de Jesus Cristo, que
ficasse quieta enquanto o profeta falava. Daquele momento em diante, não mais houve
nenhuma perturbação. Tal era a simples fé desse homem.

Envie Vinte Marcos ao Irmão Fritz Lehnig

Algum tempo depois, um de nossos presidentes de ramo, Irmão Woolf, da cidade de


Weimar, estava trabalhando com os livros de seu ramo em casa. Subitamente, ele ouviu
distintamente uma voz dizer-lhe: “Envie vinte marcos ao Irmão Fritz Lehnig!”.
Ele estava confuso, assustado, e pensou: “Porque essa ordem viria até mim? Eu
nunca ouvi falar de Fritz Lehnig. Quem é ele?”.
Ele achou que talvez alguém lhe estivesse tentando pregar uma peça e perguntou a
sua esposa que estava junto à cozinha: “Você me falou algo agora a pouco?”. Ela lhe
garantiu que não. Então ele lhe perguntou se qualquer das crianças ainda estava em
casa. Novamente sua resposta foi negativa. Irmão Woolf concluiu que provavelmente
havia se enganado ao pensar que alguém lhe tinha falado, e retornou ao seu trabalho.
Mal tinha retornado ao trabalho quando de novo ouviu, em uma voz mais insistente:
“Envie vinte marcos ao Irmão Fritz Lehnig!”. Desta vez ele saltou de pé e se apressou
em sair da casa para olhar ao redor. Não encontrando ninguém, ele fez à sua esposa as
mesmas perguntas de antes, e ela lhe reafirmou que não dissera nada.
Enquanto voltava para sua sala, ele decidiu verificar o registro da liderança da Igreja
nas outras missões de língua alemã. Lá descobriu que o Irmão Lehnig era o presidente
do Distrito Spreewald, na missão Alemanha Leste. Seu endereço estava incluso. Irmão
Woolf, então, decidiu seguir a intuição e lhe enviou dez marcos. Quando buscava o
dinheiro na caixa em que o guardava, uma voz imperativa lhe disse novamente: “Envie
vinte marcos ao Irmão Fritz Lehnig!”.
Sem mais hesitação ele endereçou o envelope, pôs lá o dinheiro, e escreveu a lápis
uma breve nota dizendo, com efeito: “Caro Irmão Lehnig: não tenho a menor idéia de
quem é o senhor. Por favor, poderia me escrever contando o porquê de eu lhe estar
enviando vinte marcos?”.
Alguns dias depois aqueles dois homens se encontraram pela primeira vez, quando o
Presidente Reuben Clark foi a Berlim em uma designação especial do Presidente dos
Estados Unidos. Durante sua estadia ele programou para falar aos Santos que
convenientemente poderiam vir a Berlim. Depois de uma mensagem inspiradora, ele
pediu que o tempo restante fosse usado pelos membros da congregação para prestar
testemunho.
A primeira pessoa a se levantar foi o Irmão Fritz Lehnig. Ele relatou sobre como ele
esteve a ponto de perder sua casa. Uma hipoteca de sete anos estava se vencendo com o
seu valor líquido e com seus juros. Depois de contatar todas as possíveis fontes pelas
quais poderia obter a quantia necessária, descobriu que ainda lhe faltavam vinte marcos
e que o débito seria vencido no dia seguinte.
Com uma fé simples ele orou ao Senhor. Ele lembrou-lhe do problema e do que
havia feito para resolvê-lo. Ele terminou pedindo ao Senhor que fizesse a sua parte,
uma vez que ele precisaria dos vinte marcos que faltavam na manhã seguinte para evitar
a perda de sua casa. Ele, então explicou como recebera a carta de Irmão Woolf com a
quantia necessária e expressou gratidão por essa bênção.
Irmão Woolf, que também estava na audiência, não perdeu tempo em se apressar
para abraçar o Irmão Fritz e então contar sua versão do episódio. Que belo testemunho
do poder da fé viva!

A Fé Sobrepuja o Câncer

Poucas semanas depois, o filho de Irmão Fritz, Reinhold, foi à casa da missão Berlim
para entregar uma bela réplica, feita à mão, da catedral de Ulm, a mais alta catedral
espiralada da Alemanha. Foi enviada como um presente de despedida para o Presidente
Kelly, presidente da missão, que logo estaria partindo em retorno à sua casa.
Presidente Kelly, sendo um médico e cirurgião, inquiriu Reinhold quanto à presente
condição de sua mãe. Ele estava a par de que ela estava lidando com câncer terminal.
Reinhold relatou que o médico enviara sua mãe para casa, para que morresse, sentindo
que ela tinha apenas mais alguns dias de vida.
“Presidente Kelly, nós não estamos desanimados. Papai e eu estamos jejuando. Nos
domingos, papai dará uma bênção à mamãe para ser curada deste câncer. Com essa
bênção ele fará, também, um convênio com o Senhor de me enviar em missão quando
ela estiver curada”.
Cerca de duas semanas depois, Irmão Fritz Lehnig avisou o Presidente Kelly, pelo
telefone, de que Reinhold estava pronto para ser enviado à missão. Irmã Lehnig fora
completamente curada de seu câncer.

A Mão e o Pulso Esmagados

Senti que essa seria a última experiência que ouviria concernente à fé do Irmão
Lehnig, uma vez que estava sendo transferido para outra missão. Alguns anos depois,
contudo, me achei de volta na Alemanha com o Élder Ezra Taft Benson, bem depois
que a Segunda Guerra Mundial terminou. Nessa ocasião o Élder Benson convidara
todos os presidentes de distrito da Missão Alemanha Oriental para reuniram-se com ele
em Berlim.
Três de nossos irmãos, um dos quais era Irmão Lehnig, estavam embarcando em um
trem de vagões na fronteira polonesa. Depois que a guerra terminou, quase nenhum
carro de passageiros restou e as pessoas tinham que embarcar em toscos vagões ou
carros de gado para chegarem ao seu destino por trilhos. Eles se aglomerariam dentro
desses vagões como muitas ovelhas. Quando o interior dos vagões estava cheio, as
pessoas se penduravam do lado de fora ou escalavam e faziam a viagem no topo.
Enquanto esses três homens procuravam espaço, perceberam que seria necessário
escalar para o topo de um dos vagões. Aparentemente, o espaço já estava abarrotado de
pessoas e um deles foi empurrado do vagão. Quando ele caiu na plataforma da estação e
ficou estendido, um grande caminhão, que vinha sobre os seus aros (pneus não eram
disponíveis), passou por cima de sua mão e de seu pulso, estraçalhando-os seriamente.
Nessa dolorosa condição ele pediu por ajuda. Seus dois companheiros desceram e o
levaram à estação de primeiros-socorros mais próxima. Enquanto o faziam o irmão
ferido pediu-lhes: “Irmãos, eu vim aqui para ir com vocês para a nossa reunião em
Berlim. Quero que me dêem uma bênção para que eu possa estar lá também”.
Seus companheiros impuseram suas mãos sobre sua cabeça. Irmão Lehnig proferiu a
bênção. Ao tirarem suas mãos da cabeça dele, viram que sua mão e seu pulso estavam
restaurados e estavam tão sãos quanto tinham visto antes do acidente.
Regozijando-se, chegaram algumas horas depois na reunião designada. Relataram o
incidente aos que estavam presentes e não podíamos ver sinal algum de machucadura
em sua mão e em seu pulso. Aquela fé simples tinha novamente movido os poderes do
céu.

Nós Temos um Encontro Com o Senhor

Mais recentemente, encontrei no Templo de Washington um de meus companheiros


de minha primeira missão. Ele me contou uma experiência inesquecível.
Ele e seus companheiros tinham sido designados para realizar uma reunião de rua,
certa tarde. Mas, uma vez que a chuva se derramava torrencialmente, informaram ao
Presidente Lehnig que a reunião de rua seria cancelada porque ninguém quereria parar e
ouvir em uma chuva tão vigorosa. Irmão Lehnig respondeu: “Irmãos, temos um
encontro com o Senhor. Ponham suas capas de chuva e apanhem seus guarda-chuvas, e
seguiremos caminho”.
Dois élderes relutantes seguiram seu conselho. Quando chegaram ao lugar escolhido,
pessoas estavam correndo em disparada para todos os lados para sair da chuva. Muitos
se amontoavam nas ombreiras das portas esperando que a chuva ficasse menos intensa.
Com a chuva despencando, os élderes ofereceram uma oração inicial. Ao abrir seus
olhos, se depararam com uma cena estranha. Eles presenciaram a chuva que caía, mas
uma estranha área semicircular ao seu redor estava completamente livre da chuva. A
constante cortina d’água que caía, muito se assemelhava a uma cortina de teatro que
lhes protegia.
As pessoas que se amontoavam nas soleiras das portas e outros que corriam para
escapar da chuva notaram esse estranho fenômeno e se aglomeraram nessa área livre de
chuva. Os élderes tinham praticamente cativado a audiência a lhes ouvirem naquela
tarde. Eles tinham ido ao encontro que tinham com o Senhor.
A Era de Milagres Não Terminou

Recentemente fui convidado a discursar em uma reunião com toda a liderança do


Wiscousin. Quando cheguei a Milwaukee, fui recebido por um representante de Salt
Lake City e pelo Representante Regional que servia na área. Perguntei-lhes como
poderíamos usar o nosso tempo na reunião da noite de sexta-feira e fui informado de
que eles desejavam que eu usasse todo o tempo.
Durante as minhas palavras naquela reunião, relatei algumas das histórias as quais
edificam a fé, que foram inclusas neste livro. O Representante Regional foi até o púlpito
depois que encerrei e anunciou: “Irmãos e irmãs, eu dissera a Élder Babbel que não
desejava falar nesta noite, mas devo falar”.
Ele, então, relatou como ele, um cidadão da Alemanha Oriental, tinha conhecido
Élder Benson e eu, logo após a guerra, e de como tinha se voluntariado ao serviço
missionário. Prestou testemunho das coisas de que eu falara, uma vez que era
familiarizado com Irmão Lehnig e os eventos extraordinários da vida desse homem.
Também falou de sua fuga da Alemanha Oriental e sua posterior cidadania nos Estados
Unidos. Ele, então prosseguiu:
“Irmãos e irmãs, acabei de retornar da Alemanha Oriental, para onde os Irmãos em
Salt Lake City me enviaram para me reunir com a nossa liderança da Igreja. Nossas
reuniões foram bem sucedidas na Berlim Oriental.
“Enquanto me preparava para voltar ao meu hotel na Berlim Ocidental, subitamente
percebi que eu deixara meu passaporte americano e todos os meus materiais de
identificação na sala de meu hotel. Sem essa documentação eu não poderia deixar a
Berlim Oriental, especialmente por que eu fugira anos antes e seria considerado um
desertor, provavelmente seria aprisionado e julgado em um tribunal da Alemanha
Oriental. Isso realmente me encheu de preocupação e medo.
“Esse Irmão Lehnig, sobre o qual irmão Babbel falou, caminhava comigo ao longo
da rua que leva a Brandenburger Tor, o enorme arco memorial que separa a Berlim
Oriental da Ocidental. Quando lhe falei de meu dilema, ele pôs seu braço em meu
ombro e disse: ‘Irmão Walter, quero que se lembre de uma coisa. A era de milagres não
terminou! Agora eu quero que você faça exatamente o que eu vou dizer. Eu quero que
você ande pelo meio da rua sob o arco. Não olhe para a direita nem para a esquerda.
Não pare para fazer ou responder perguntas. Apenas continue andando em frente até
chegar à segurança de Berlim Ocidental’.
“Conhecendo bem a fé do Irmão Lehnig, decidi fazer como ele pediu, mas confesso
que por dentro eu estava tremendo. Comecei a andar até o arco. Quatro policiais
militares, empunhando armas automáticas, estavam em riste em cada lado enquanto eu
passava sob o arco. Quando estava do lado oposto ao deles continuei a andar e
momentaneamente esperei sentir balas em minhas costas. Subitamente percebi que
passara o arco e me encontrava no território livre de Berlim Ocidental!
“Ao me voltar para olhar, pude ver Irmão Lehnig acenando, e me parecia dizer: ‘Vê,
Irmão Walter? A era de milagres não terminou’!”.
Ele terminou sua mensagem com este comovente testemunho: “Irmãos e Irmãs,
estou vivo diante de vocês hoje por causa da fé daquele homem. Quer o Senhor me
tenha envolvido em invisibilidade de forma a poder passar por aqueles guardas ou lhes
tenha cegado os olhos de forma que não pudessem me ver, eu estou com vocês hoje por
causa da fé daquele homem”.
Curado por uma Oração de Fé

Enquanto eu servia como Secretário do Comitê do Sacerdócio de Melquisedeque da


Igreja, meu escritório estava situado próximo ao de Élder Henry D. Moyle. Certa manhã
ele me pediu para ir ao seu escritório.
“Por acaso você conhece o jovem homem que me escreveu esta carta?”, me
perguntou ele ao me entregar a carta.
Reconheci o nome de um jovem irmão alemão que eu conhecera, primeiro em minha
missão e depois em Berlim, seguindo-se o fim da Segunda Guerra Mundial.
Quando era um bebê de apenas alguns poucos meses de idade, esse jovem homem
tinha sido deixado momentaneamente sem cuidados em uma mesa de cozinha. Ele caiu
dela e feriu seu corpo tão seriamente que um lado de seu corpo ficou paralisado e uma
grande corcunda se formou em suas costas. Quando o vi pela primeira vez, sua
aparência penosa de um inutilizado deformado me encheu de grande empatia. Elder
Moyle confessou ter tido sentimentos semelhantes anos antes, quando o conhecera esse
homem ao servir missão lá [Berlim].
Esse jovem homem estava na época servindo uma missão e descrevia um
acontecimento recente. Seu presidente de missão lhe pedira para visitar várias cidades
grandes próximas em um esforço para localizar alguns Santos refugiados, de forma que
o programa de bem estar e as atividades da Igreja pudessem novamente se tornar parte
de suas vidas despedaçadas.
Ao se preparar para partir, seu corpo estava coberto de grandes feridas e onde quer
que seus aparelhos ortopédicos nelas roçassem, elas começavam a sangrar. Isso não
somente era muito doloroso, como também sua roupa ficava tão ensopada de sangue
que lhe era impossível continuar.
Desesperado, ele removeu os aparelhos ortopédicos, que era o seu décimo conjunto
desde que era uma criança. Sem eles, ele seria totalmente incapaz de se mover de um
lugar a outro.
Ele, então, conta como caiu sobre seus joelhos ao lado de sua cama e implorou ao
Senhor para curá-lo, de forma que pudesse cumprir aquela designação especial.
Sua fé não foi vã. Pela primeira vez em sua vida, ele foi capaz de ficar ereto, com sua
paralisia eliminada, a corcunda foi removida de seus ombros e as feridas removidas de
seu corpo. Sua fé lhe curara! Assim, depois que isso ocorreu, ele expressou sua gratidão
por ter sido abençoado em realizar a designação que recebera.
Quando Élder Moyle e eu terminamos de ler esta comovente carta, nossos olhos
estavam cheios de lágrimas e nossos corações estavam transbordando de gratidão pelas
bênçãos do Senhor, dadas a seu humilde missionário. Deus não se esquece dos seus.

Alicerce para uma Vida Familiar Abundante

Infecção de Ouvido Curada

Quando o Elder Ezra Taft Benson foi escolhido pelo Presidente Eisenhower para
servir como o Secretário da Agricultura, foi-me pedido que trabalhasse como Assistente
da Secretaria. Três semanas depois de nos mudarmos para Washington, D.C., e de
nossos filhos sofressem com catapora, nosso quarto filho nasceu.
Na ocasião, nossa filha mais velha tinha contraído uma séria infecção no ouvido. O
pediatra lhe aplicou uma injeção e aconselhou lavar o ouvido freqüentemente para
expurgar a infecção. Prescreveu, também, gotas de remédio no nariz e no ouvido, assim
como medicação oral a cada quatro horas. Com o bebê recém nascido, isso tornou nossa
rotina bem agitada.
Vários dias depois nossa segunda filha foi acometida com uma alta febre e reclamava
de dores nos ouvidos. O médico disse que parecia ser a mesma coisa, só que pior, e
prescreveu o mesmo tratamento.
Pouco tempo depois, nossa filha estava deitada no sofá da sala de estar. Nós
acabáramos de encerrar uma oração ao seu lado quando ouvimos a porta bater. Que
alegria foi me deparar com o Secretário Benson vindo nos visitar e dar uma olhada em
nosso bebê recém nascido!
Orgulhosamente lhe mostramos nossa menininha. Enquanto conversávamos, nossa
filha no sofá, que tinha somente quatro anos de idade na ocasião, falou: “Papai, O Irmão
Benson e você poderiam me dar uma bênção para que eu fique bem?”.
Ajoelhamo-nos ao lado do sofá e lhe demos uma bênção. Dentro de uma hora, a
febre cedeu, e não mais houve problemas.
Minha esposa descreve o que aconteceu depois que saí com o Irmão Benson:
“Não pude ouvir a bênção, e quando eles terminaram, puxei meu marido de lado e
lhe perguntei se ela seria curada, se a infecção no ouvido tinha sido repreendida. Ele
assegurou-me de que ela ficaria bem e disse para não me preocupar sobre isso. Nossa
filha ainda estava muito quente e muito quieta. Com o passar do tempo, me perguntava
se deveria lhe dar alguns dos remédios que compráramos no caminho para casa. Afinal,
já estava tudo pago. Eu sabia que ela ficaria curada. Não havia dúvida disso, mas
tínhamos o remédio em mãos e poderíamos usá-lo também. Ao menos não lhe faria mal.
Então pensei: O Senhor não precisa de remédio algum, e ele a está curando. Assim que
me decidi nisso, a febre caiu dramaticamente. Antes disso, mesmo depois da bênção,
não houvera mudança alguma. Pareceu-me que deveria ter a minha mente totalmente
dependente do Senhor antes que ela pudesse ser curada”.
Naquela noite, eu pude ouvir a nossa filha mais velha chorando. Quando cheguei em
sua cama, ela pediu: “Papai, meu ouvido está doendo muito. Não quer me dar uma
bênção, como a que deu em Julene, pra que eu fique boa?” Na quietude daquela noite,
atendi ao seu pedido e ela foi curada.
Sob condições normais, sempre fizéramos das bênçãos nos nossos filhos um hábito,
quando a doença estava presente. Porque não administrar bênçãos a nossos filhos antes
de tudo? Nós nem mesmo pensamos nisso. Talvez a mudança, a catapora e o novo bebê
que nos fatigava, ou nosso esquecimento tencionavam fazer da experiência uma lição de
fé – como realmente foi!

Você Tem que Estar Curada Amanhã de Manhã

Na Universidade Brigham Young, nossa filha, Julene, ajudou a organizar um grupo


de canto com cerca de cinqüenta estudantes. Eles se intitulavam “Y Americans”. Seu
propósito era o de cantar canções patrióticas e levar os americanos a apreciar o seu
legado. Muitas dessas canções foram compostas e tiveram arranjos feitos por Julene, e
ela lhes tocava o acompanhamento.
Em uma sexta feira pela manhã, ela ligou para avisar que Ed Sullivan tinha
convidado o grupo para aparecer numa apresentação televisiva de nível nacional, na
cidade de Nova York. Ela mencionou que o grupo se reuniria no dia seguinte para uma
sessão de gravação e que a fita seria enviada para Nova York.
Naquela tarde, sua irmã mais velha, Bonnie, ligou para nos falar que Julene, em sua
animação, tropeçara e caíra da escadaria. Ela tinha fraturado o seu polegar esquerdo, sua
unha tinha sido arrancada e tivera paralisia no braço esquerdo, aparentemente devido a
uma compressão no nervo. O médico lhe dissera que levaria semanas antes que ela
pudesse usar o braço novamente, uma vez que a paralisia o abandonasse.
Julene estava cheia de dor e decepção. Minha esposa lhe sugeriu que ela teria que
conseguir alguém para tocar em seu lugar.
“Mas mãe,” ela replicou, “isso não é possível. Ninguém é capaz de tocar essa música
exceto eu.”
“Com certeza alguém no campus poderia aprendê-la.”
“Ela não está escrita. Eu fiz os arranjos e os tocava de ouvido. Não existe um meio
pelo qual ela pode ser escrita a tempo para a gravação de amanhã.”
“Então terão que adiar a gravação”.
“É impossível. Levaria várias semanas para marcar outra e reunir todas as pessoas”.
Sua mãe continuou: “Pensei que não haveria outra maneira – com exceção de um
milagre – de tornar possível de acontecer a gravação que estava marcada. Pensamentos
adejavam rapidamente em minha mente. O programa de Ed Sullivan era uma coisa
mundana, não necessariamente o tipo de coisa que justificaria pedir uma ajuda do
Senhor. Mas, haveria alguma coisa de errado em pedir ajuda? Finalmente me convenci
que era algo bom. Não havia outra maneira que eu visse pela qual ela pudesse fazê-lo,
exceto pedir por um milagre.
“Cerca de 5:00 da manhã, horário de Provo, ela ligou novamente. A anestesia estava
passando e Julene sentia pungentes dores. A enfermaria estava fechada para o fim de
semana. Os médicos tinham ido para casa e as meninas não sabiam como contatá-los.
Eles não haviam prescrito quaisquer analgésicos, pois a paralisia os fizera temerosos de
fazê-lo.
“Eu disse: ‘Sem um milagre não há outra forma de você tocar amanhã. Há alguém na
cidade de Provo que teria coragem de lhe dar uma bênção como essa’? As meninas não
podiam pensar em ninguém.
“Lembrei-me de que naquela noite haveria uma reunião familiar em Salt Lake City, e
lhes disse para fazer quatro coisas específicas:
“Primeiro, pegue algumas aspirinas para ajudar a diminuir a dor enquanto vciaja para
a reunião familiar em Salt Lake City.
“Então peça à Bonnie que lhe leve à reunião e encontre alguém lá que esteja disposto
a dar-lhe a bênção de que precisa. Especifique que você precisa que eles lhe abençoem
de forma que possa tocar amanhã de manhã. Não se limite a pedir uma bênção. Seja
específica.
“E quando tiver dores, não pense no quanto está doendo, mas fale imediatamente
com seu Pai Celestial. Diga-lhe o quanto você é grata por ele lhe amar e por ele saber o
que fazer para ajudar sua mão.
“Por fim, cada vez que pensar sobre isso, visualize-se como se estivesse assistindo
um filme de como você vai estar amanhã. Pense no seu vestido cor-de-rosa, seu cabelo,
então se veja iniciando o concerto, sentando-se ao piano e começando a tocaras oitavas
com a mão esquerda. Então erga as mãos, olhe para elas, abra um grande sorriso e diga:
‘Funcionou! Eu posso tocar’!; e comece a tocar novamente. Você precisa se ver assim
repetidamente. Se você acordar durante a noite, ponha novamente esse ‘filme’ na mente
tantas vezes quanto for necessário. Nós vamos jejuar e orar até que você fale conosco
amanhã depois do programa de gravação. Então, na próxima semana iremos a Nova
York ver a apresentação com você.
“Toda a nossa família foi instruída a fazer a mesma coisa. Jejuamos. Oramos.
Expressamos nossa gratidão e a visualizamos sendo capaz de tocar”.
No dia seguinte, no fim da tarde, recebemos a ligação de uma feliz e exultante
garota. “Pai”, veio a sua voz, “eu fui curada! Foi exatamente como visualizamos!
Quando eu me levantei, no sábado de manhã, Meu braço estava realmente dolorido e eu
ainda não conseguia mover o polegar. Mas eu não estava preocupada. Visualizei mais
uma vez meu braço estando bem e me aprontei. Enquanto o grupo se aquecia, eu não
toquei para eles. Só me sentei ao piano com o meu braço na tipóia. Mas quando a
gravação de verdade começou, a paralisia partira e eu podia tocar. Eu toquei por sete
horas até terminarmos a gravação. Vejo vocês em Nova York na quinta-feira”.
No outro dia, a mãe de minha esposa ligou de Ogden, Utah. Ela estava chorando.
“Foi um milagre”, disse ela, “Ah, se vocês pudessem vê-la na sexta feira à noite; eu
nunca vi nada igual!”. Então ela segurou o fone de maneira que podíamos ouvir Julene
dedilhar vigorosamente o piano para seus primos.
Que enorme prazer foi para nós e para Julene descobrir que o poder de sua fé se
manifestara nessa extensão!
Naquele fim de semana em Nova York, nós presenciamos uma bela apresentação.

Joelho Deslocado Curado na Noite

Cerca de duas semanas depois Julene ligou e disse: “Pai, dessa vez eu realmente
extrapolei. Na noite passada depois de um baile nós nos amontoávamos dentro do carro
quando meu joelho acertou a estrutura da porta e se deslocou. O médico colocou um
gesso flexível. Provavelmente se passarão umas oito semanas até o gesso poder ser
removido, então eu não poderei ir para casa no verão coma Bonnie no verão, como
tínhamos planejado”.
Eu repliquei: “Julene, você já se esqueceu da lição que acabou de aprender com
relação ao programa de Ed Sullivan?”. Houve um longo silêncio.
“Entendi a mensagem, pai”, veio a resposta.
Na manhã que se seguiu Julene nos ligou de novo. “Pai, eu tirei o gesso. Estarei em
casa com a Bonnie, como tínhamos planejado!”.

Fé Cura Dor de Cabeça Quase Instantaneamente

Quando voltávamos para casa depois de uma designação de um discurso, algumas


semanas depois, Julene perguntou a sua mãe se ela tinha uma aspirina. “Minha cabeça
está explodindo e cada balanço na estrada faz com que piore”.
Então eu lhe lembrei: “Julene, você já se esqueceu das lições que aprendeu
recentemente?”
Ela replicou: “Acha que vai funcionar com uma dor de cabeça também?”
“Por que não?”, foi a minha resposta.
Sem qualquer outra palavra ela se virou e, olhando diretamente para frente, fez uma
oração silenciosa. Em um minuto ou dois ela virou-se de volta e disse, sorriu largamente
e disse: “Bem, pai, se foi!”.

Quando o Sapato Está em Outro Pé

Em Julho eu era responsável pelo Veraneio Anual da Estaca para nossos Escoteiros e
Meninas Moças. Eu estava carregando o carro sozinho na casa de um amigo, colocando
na carroceria do carro duas enormes churrasqueiras cobertas com gordura. Eu
conseguira colocar dentro a primeira sem qualquer incidente. Enquanto colocava a
segunda para dentro, ela começou a escorregar de uma de minhas mãos. Instintivamente
me movi para frente para tentar outro agarro. Com isso, desloquei minha coluna. Com
grande dificuldade, me arrastei para dentro do carro e dirigi para casa. Lá chegando,
abri a porta do carro e literalmente tombei na direção da entrada da garagem. Meus
filhos me levantaram e me ajudaram a entrar na casa.
Eu estava deitado no chão da sala da frente com uma dor intensa quando minha filha,
Julene, veio e disse: “Certo, pai, o que vai fazer com relação a isso?”.
Rangendo os dentes com dor, lhe respondi: “Você está realmente me pondo contra a
parede, não é?”.
Ela deu um grande sorriso e respondeu: “Pretendo fazê-lo!”.
Depois de alguns momentos eu sabia o que eu tinha que fazer. Eu respondi: “Já que
você me coloca nessa situação, vou levantar em alguns minutos e tomar um banho
quente de banheira. Então vou lá fora e dou uma longa caminhada para me pôr em
forma. Amanhã de manhã vou para a igreja e subirei a escadaria para onde ensinarei
nosso grupo de sumo-sacerdotes. O que acha disso?”.
“É bom, pai”, veio a resposta.
Bem isso era exatamente o que eu tinha que fazer. E eu o fiz! Mas eu tive que
manifestar aquele poder de fé que eu tentara instilar em meus filhos. Eu mesmo tinha
que me achegar aos poderes do céu.

Fé Poderosa Confirmada

Essas e muitas outras experiências foram relatadas para assegurar que através de uma
fé viva, podemos nos achegar aos poderes do céu. Aqui parece apropriado considerar a
promessa do Senhor em Doutrina e Convênios.
... aquele que tiver fé em mim para ser curado e não estiver designado para morrer, será curado.
Aquele que tiver fé para ver verá.
Aquele que tiver fé para ouvir, ouvirá.
O coxo que tiver fé para saltar saltará. (D&C 42:28-51).
Elder Orson F. Whitney interagiu com essa “mola mestra do poder” e compartilhou
conosco um pensamento desafiador:
Deus interage com os homens de acordo com sua fé. O Salvador realizou muitos milagres
poderosos através de sua própria fé, mas a maior parte deles ocorreu onde havia fé abundante nos
corações das pessoas. Em outros lugares ele não fez tantas obras poderosas “devido a sua
incredulidade”. A fé é um dom de Deus, e aqueles que melhor o servem têm mais dela. A fé é o solo
de onde brotam os milagres. “Tudo é possível aos que crêem”. (Saturday Night Thoughts, Salt Lake
City: Deseret News, 1921, p. 283).
Não deveríamos sempre dizer: “não seja como eu quero, mas como tu queres”?
(Mateus 26:39).
A vontade de Deus é bem clara. Deus ministra na terra para nos abençoar e não para
nos amaldiçoar ou afligir. “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância”
(João 10:10) Foi o clamor do Salvador. Seu desafio para nós era: “sede vós perfeitos,
como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48). Se Cristo quer que
sejamos perfeitos, não é isto a mente e vontade de Deus?
Cessemos de buscar justificar nossas dúvidas, medos, temores, fraquezas e aflições.
Estes não vêm de Deus. Raramente estamos justificados em tentar racionalizar nossos
pensamentos negativos quando consideramos a escritura: “Não seja feita a minha
vontade, mas a tua”.
Um dos discursos de rádio do Élder Talmage, intitulado “Ó Vós de Pouca Fé” nos
oferece um conselho prático:
A fé inclui uma ativa, vital e inspiradora confiança em Deus, e a aceitação de sua vontade como
uma lei e de suas palavras como nosso guia na vida. Fé em Deus é um princípio de poder, pois, por
meio de seu exercício, forças espirituais se tornam operativas; e pelo seu poder fenômenos que
parecem sobrenaturais, como chamamos os milagres, são realizados.
...
Está fora de questão que a fé no Senhor Jesus Cristo como Salvador e Redentor é essencial para a
salvação. Mas esse tipo de fé é possível apenas àquele que a busca sinceramente e é receptivo às suas
influências; pois, saiba-se que a fé é um dom de Deus. (v. Ef. 2:8). O dom é grátis a todos os que o
desejam. Peça por ele, esforce-se por ele, e ele lhe será dado! Busque-o e não falharás em encontrá-lo!
A prova de que o recebeu será manifesta no que você faz com ele. (Sunday Night talks by Radio, Salt
Lake City, The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1931, pp121, 125. Doravante chamado de
Sunday Night Talks).
Precisamos acender uma fé poderosa. Precisamos manifestar uma fé viva.
Precisamos aceitar as coisas que pedimos a Deus como estando/sendo cumpridas. Se
uma pessoa pede a seu Pai por pão, ele lhe dará uma pedra? Se nós, como mortais.
Somos capazes de dar boas dádivas àqueles que pedem, quão maior não é o amor que
move Deus a cumprir sua promessa divina! “Todas as coisas que pedirdes, orando,
crede receber e tê-las-eis” (Marcos 11:14).
Esta é a vontade de Deus. Deixe-a ser manifesta em você. Pois os milagres não
cessaram, nem cessarão. Quando cessarem é por que racionalizamos e nos colocamos
fora do alcance desses poderes pelos quais essas dádivas maravilhosas podem-se fazer
manifestas.
Como explicou o profeta Joseph Smith, podemos sentir que temos certos dons
divinos. Se os frutos desses dons nos estão faltando, nos enganamos. Dons vêm e
permanecem conosco por meio da fé. Quando há falta de fé há falta de dons e dos frutos
desses dons.
O profeta Morôni nos dá um desafio e sábio conselho perto do fim de seu registro.
Portanto, meus amados irmãos, cessaram os milagres porque Cristo subiu aos céus...
E por ele ter feito isso, meus amados irmãos, cessaram os milagres? Eis que vos digo que não;
tampouco os anjos cessaram de ministrar entre os filhos dos homens.
Pois eis que a eles estão sujeitos para ministrarem de acordo com a palavra de sua ordem,
manifestando-se aos que têm uma fé vigorosa e uma mente firme em toda forma de santidade...
Ou deixaram os homens de aparecer aos filhos dos homens? Ou negou-lhes ele o poder do Espírito
Santo? Ou fará ele isso enquanto durar o tempo ou existir a Terra ou existir na face da Terra um
homem para ser salvo?
Eis que vos digo: Não; porque é pela fé que os milagres são realizados; e é pela fé que os anjos
aparecem e ministram entre os homens; portanto, ai dos filhos dos homens se essas coisas tiverem
cessado, porque é por causa da descrença; e tudo é vão. (Morôni 7:27, 29-30, 36-37).
Lembre-se, com fé, todas as coisas são possíveis. É por isso que precisamos estar
ativamente engajados na edificação de uma fé poderosa. Nisso, não devemos falhar.
O que aprendemos até agora sobre desenvolver uma fé poderosa?
1. Seja persistente.
2. Aja “como se”.
3. Trabalhe por ela.
4. Não duvide.
5. A fé é um dom de Deus.
Um filho de Deus, em como Deus ser
Não rouba a divindade 2
E aquele que dentro de si tem essa
esperança
Purificar-se-á de todo o pecado.
(Lorenzo Snow, Improvement Era, Junho de 1919, 22:160).

Moldando o Seu Destino

Deus trabalha segundo princípios eternos. A sua ajuda está disponível a todos os que
têm necessidade, que desejam e que confiam a despeito de filiação a igreja. Às vezes
uma pessoa terá uma experiência que mudará completamente sua perspectiva sobre a
vida. Meu antigo companheiro de trabalho é um bom exemplo.
Em 1920 ele experimentou a morte enquanto jazia na mesa de operação. O médico
lhe prometera tentar remover um grande tumor de sua veia jugular. Meu companheiro
presenciou toda a operação enquanto seu espírito pairava sobre seu corpo e ele ouviu a
conversa entre o médico e a enfermeira. A certa altura, o médico disse: “Não posso
prosseguir. Se eu o fizer, ele morrerá.”
“Mas você lhe prometeu que tentaria,” disse a enfermeira, “mesmo que lhe custasse a
vida. Você deve cumprir a sua promessa.”
Durante a operação, como temia o médico, a veia jugular se rompeu e o sangue
começou a jorrar do ferimento.
O espírito de meu companheiro partiu da sala nesse momento, e descobriu-se
entrando no mundo espiritual, onde encontrou pessoas amadas que haviam partido antes
dele. Ele foi, de uma só vez, envolvido por uma luz branca brilhante.
“Eu te trouxe de volta à minha presença,” disse a voz no meio da luz cegante,
“porque tanto temeste a transição a que chamas morte. Tu agora percebes que nada há a
se temer, mas, ao invés disso, há a oportunidade de desfrutar um ilimitado futuro muito
mais glorioso do que aquilo que tu conheceste.”
Então esse glorioso personagem continuou: “Tu deves retornar à Terra. Tua missão
na vida ainda não está terminada. Tu perderás tudo o que amas e prezas. Não obstante,
se tu confiares em mim, tu ainda realizarás muitas grandes coisas e experimentarás
algumas das mais doces bênçãos que, na Terra, estão disponíveis aos filhos de meu
Pai.”
Ao retornar para o seu corpo, que então estava coberto com um lençol, ele viu a
enfermeira se preparando para sair da sala. Quando o seu espírito entrou em seu corpo, a
enfermeira percebeu movimento e respiração. Ela chamou o médico agitadamente:
“Doutor! Volte! Ele está vivo e respirando novamente!” Então o meu parceiro caiu na
inconsciência.
Quando deixou o hospital, a Madre Superior lhe disse: “nós não tínhamos qualquer
esperança de que partisse daqui vivo. Você esteve morto por vários minutos!”
Tudo o que lhe foi dito durante a sua breve conversa no mundo espiritual aconteceu.
Ele perdeu quase tudo o que amava, incluindo a sua esposa, que se divorciou dele e lhe
tomou metade de suas posses terrenas. Pouco depois dos infames eventos em Pearl
Harbor, em 1941, ele se tornou um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias e logo depois se casou com uma bela missionária retornada. Abundantes
bênçãos continuam a ser desfrutadas por aquele casal e família.
A maior parte de nós não tem experiências tão dramáticas para nos forçar a avaliar e
assumir o controle de nossas vidas. Contudo quer estejamos alertas ou não, consciente
ou inconscientemente, moldamos o nosso destino. O nosso desafio é aprender os
princípios que nos ajudarão. Mas primeiro, precisamos responder à pergunta: “Quem
sou eu?”

Você é Alguém!

Você não é um ninguém. Você é alguém – uma pessoa real com potencial ilimitado!
“Quem, eu?” você pode perguntar. Sim, você. Você é literalmente um filho ou filha
de Deus. Ele é de fato o Pai do divino espírito que habita em seu corpo mortal e lhe dá
vida. Quando esse espírito deixa o seu corpo, estamos pronunciadamente mortos.
Ainda mais significante, sendo a progênie da Deidade – Deus – é exatamente a razão
pela qual Deus declarou, uma vez no Velho Testamento e novamente no Novo
Testamento: “Vós sois deuses” (Salmos 82:6; João 10:34).
Você é da família de nosso Pai Celestial. E você é investido com o potencial, se você
escolher usá-lo, de se tornar com o seu divino Pai.
“Parece inacreditável!” você pode exclamar. “Temos alguma prova de que isso é
verdade?”
“Prova genuína e inspiradora,” é a resposta, “através de profetas de nossos dias, bem
como dos registros sagrados que chamamos de escrituras. Isso é parte do nosso legado
de Deus.”
Talvez a mais conhecida expressão relevante sobre este assunto tenha sido escrita
pelo Presidente Lorenzo Snow em 1840: “Como o homem agora é, Deus um dia já foi:
Como Deus é agora, o homem pode ser” (Biography and Family Records of Lorenzo
Snow, Salt Lake City: Zion’s Book Store, 1975, p. 46).
Consideraremos três declarações inspiradas para confirmar e ampliar as declarações
já feitas.
Em seu memorável Sermão de King Follet, o Profeta Joseph Smith identificou
claramente a gênese do homem:
A alma – a mente do homem – o espírito imortal – de onde ela veio? Todos os homens instruídos e
doutores no que é divino dizem que Deus a criou no princípio; mas não o foi: a própria idéia diminui o
homem em minha estima. Eu não creio nessa doutrina. Eu sei mais.
Ouvi-a, todos vós, confins do mundo, pois Deus ma falou. Se vós não acreditardes em mim, isso
não fará sem efeito a verdade...
Nós dizemos que o próprio Deus é um ser auto-existente. Quem vo-lo disse? È suficientemente
correto, mas como isso chegou às vossas cabeças? Quem vos disse que o homem não existe de igual
maneira, sob os mesmos princípios? O homem existe sob os mesmos princípios, sim... A mente, ou
inteligência que o homem possui é co-existente [co-eterna] com o próprio Deus! Sei que meu
testemunho é verdadeiro. A inteligência dos espíritos não teve início, tampouco terá um fim... Os
primeiros princípios do homem são co-existentes com Deus (DHC 6:310).
E com relação à fase seguinte da existência do homem? Como ele se tornou progênie
da deidade? Parley P. Pratt clarifica esse assunto:
Este corpo individual e espiritual foi gerado pelo Pai Celestial, em sua própria semelhança e
imagem, e pelas leis de procriação. Ele nasceu e foi nutrido nas mansões celestiais, treinado na escola
do amor em um círculo familiar, e em meio aos mais ternos abraços de afeição parental e fraterna.
Nesta provação primária, em seu lar celestial, ele viveu e se portou como uma inteligência livre e
racional, agindo por sua própria escolha, e como toda inteligência, independente em sua própria
esfera.
Ele foi colocado sob certas leis e era responsável perante o seu Cabeça Patriarcal (Key to the
Science of Theology, Salt Lake City: Deseret Book Co., 1938, p.56. Doravante, referida como Key to
Theology).
Ponhamos o nosso estado de existência e presente e futura no devido foco. Para esta
informação, tornaremos ao Élder James E. Talmage:
O homem, como um indivíduo, é eterno, pois ele é literalmente o filho do eterno Pai dos
espíritos, verossimilmente nascido na linhagem dos Deuses!
Antes do nascimento, agora e depois da morte, cada um de nós foi, é e será um personagem
distinto – absolutamente o mesmo ser, de identidade imutável e, portanto, eterna.
Você era você e eu era eu antes de nascermos nesses corpos de carne. Você será você e eu serei
eu no além-túmulo. Esse nosso corpo é a veste terrena do espírito imortal...
Há no homem um espírito imortal que viveu como um ser inteligente antes de o corpo ser
formado, e que continuará a existir como o mesmo indivíduo imortal depois que o corpo houver
decaído...
A revelação divina atesta essa verdade superior, de que o homem é de natureza eterna. (Sunday
Night Talks, n° 21, p. 230).
Eis aí. Por meio destas inspiradas declarações, começamos a perceber quem nós
somos e o que podemos nos tornar. Está desvendada a resposta à admoestação de
Sócrates: “Homem, conhece-te a ti mesmo.”

Você, Criador de Seu Próprio Destino

Cada um de nós está agora no processo de tornar-se o tipo de pessoa com quem
devemos viver por toda a eternidade. Contudo, relativamente poucos de nós percebem o
potencial ilimitado que possuímos como filhos e filhas literais do nosso Grande Pai e
Deus. Ainda menos descobriram como se comunicar ativamente com os poderes do céu.
E apenas um número insignificante percebeu em suas vidas o convite e promessa de
Jesus Cristo quando ele disse:
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e
com ele cearei, e ele comigo.
Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me
assentei com meu Pai no seu trono. (Apocalipse 3: 20-21).

Esse é o assunto desse livro – esclarecer os desafios a serem enfrentados e delinear


o alicerce, os blocos de construção que permitirão a todos os que os aplicam a si
desfrutarem uma vida com mais poder e propósito do que a maioria de nós jamais
sonhou ser possível.
Quer você seja jovem, esteja no primor da idade ou no crepúsculo da vida,
nenhuma das oportunidades descritas neste livro está fora do seu alcance. Você tem o
poder de fazer do hoje, e de todos os dias que o seguirem, o que você quiser, a despeito
do que aconteceu no passado.
Enquanto as escrituras afirmam que Jesus Cristo é o autor e consumador da nossa
fé, a própria sugestão de que você é o autor e consumador de seu próprio destino pode
parecer surpreendente. Contudo, ao entender os princípios envolvidos e suas
implicações no tocante a nosso destino eterno, você perceberá que é você quem
determina seu sucesso na vida ou sua falta de realizações. Há mais poder disponível
para que você molde o seu destino – seu próprio curso bem sucedido de vida – do que
você jamais imaginou antes. A vivência desses princípios vai fazer os próprios poderes
do céu disponíveis para o seu benefício.

Princípios Eternos de Progresso

Nesse capítulo, examinaremos dois princípios e duas chaves por meio das quais
podemos aumentar a nossa fé e aplicá-la na moldagem de nosso destino.

A Lei da Colheita

O primeiro princípio é a Lei da Colheita.


... tudo o que o homem semear, isso também ceifará. (Gálatas 6:7).
Algumas pessoas a chamam de Lei da Causa e Efeito; outros de Lei da Ação e
Reação; e ainda outros de Lei do Karma. As referências das escrituras sagradas
geralmente se referem a ela como a Lei da Colheita. Esta lei pode ser afirmada como a
primeira lei dada durante a criação desta terra e de todas as formas de vida que nela
estão (v. Gênese 1:11-12, 27-28).
Tudo se multiplica “segundo a sua própria espécie.” Isso inclui plantas, árvores
frutíferas, pássaros, peixes, insetos, animais e seres humanos. Se você planta uma
semente de cenoura, não obterá um tomate. Se quiser um tomate, terá que plantar o tipo
certo de semente.
Uma semente não retribui somente uma única semente e não permanece apenas
uma semente plantada. Se você planta uma semente de melancia e a nutrir, ela se
tornará uma plantação de melancias, cada uma contendo centenas de sementes.
Igualmente, um grão de milho não dá somente um único grão de milho. E a concepção
de uma criança resulta em um futuro pai ou mãe, um avô ou uma avó.
Aplicando esse princípio às situações de nossa vida diária, perceberemos que ele
também se aplica aos nossos pensamentos, sentimentos e ações.
Em um dos cursos de treinamento que eu dirigi nos Arquivos Nacionais, tivemos
vários empregados da Base Modelo David Taylor da Marinha, perto de Washington,
D.C. Já que estávamos considerando os princípios e práticas de boa administração,
discuti esses conceitos com eles na medida em que se aplicavam às suas funções e
atividades específicas.
Um dos estudantes desafiou a minha sugestão de que nossos pensamentos e
sentimentos são projetados àqueles que nos cercam e que resultarão, igualmente, em um
retorno amplificado de bem ou mal. Eles e seus companheiros se deram por voluntários
para conduzir um experimento de forma a provar que eu estava errado sobre essas
coisas. Eu os convidei a trazer seus resultados à sessão de encerramento, duas semanas
depois.
Quando retornaram, esboçaram de forma breve, no quadro negro, um diagrama de
seu experimento. Eles haviam pegado um pesado pedaço de prancha e em seu topo
montaram um sismógrafo. Abaixo, eles suspenderam um aparelho sonar, semelhante
aos que são usados para detectar perturbações subaquáticas.
Eles colocaram esse equipamento em um de seus lagos artificiais. Então pegaram
uma grande pedra e atiraram-na deforma que caiu na água perto desse aparelho. O
sismógrafo registrou o impacto, as ondas e mesmo a oscilação da água enquanto
desapareciam ao longo da margem.
Os estudantes continuaram a focalizar os seus binóculos no sismógrafo. Em um
instante, a agulha de registro começou a se mover com uma intensidade crescente. A fita
de monitoramento mostrou que o registro final era quase o triplo do registro do impacto.
Eles concluíram que as oscilações que foram até a margem tinham retornado, por baixo
da água, até a rocha, a fonte original da energia. O sistema de sonar na água mostrava
que a força que retornou à rocha se multiplicara aproximadamente por três.
Eles concluíram que, uma vez que esses princípios se aplicam aos objetos
inanimados (como a rocha), certamente se aplicaria a pensamentos e sentimentos, os
quais instrumentos científicos têm registrado como produtores de mensuráveis
quantidades de energia.
Podemos perceber isso por nós mesmos. Tudo o que temos que fazer é estar e na
mesma sala que uma pessoa que está furiosa, para sentir a energia que ela está
irradiando, a qual é absorvida por nosso sistema nervoso. Assim, através de radiação
negativa, nós consumimos uns aos outros e nos isolamos do Espírito do Senhor. A
pessoa que gera tal fúria é grandemente prejudicada à medida que essa energia negativa
se multiplica e retorna para ser reabsorvida por sua própria alma.
Porque o que de ti sair, a ti retornará e (Alma 41:15)
O que quer que você dê à vida lhe será restituído – multiplicado! Isso se aplica a
nossos pensamentos, sentimentos e ações diários, sejam elas positivas ou negativas,
edificantes ou depressivos. Isto posto, precisamos tomar decisões sábias.
Devido a esse princípio você pode construir um céu ou um inferno na Terra. Somente
você deve carregar a responsabilidade pelas escolhas que você faz.
Quem estabelece o padrão de quanto perdão você pode esperar receber? É você que o
faz (Mateus 6:14-15).Se você deseja ser perdoado, você deve, antes, perdoar os outros.
Quem estabelece o padrão de como você será julgado? É você que o faz (Mateus 7:1-
2). O seu próprio julgamento feito pelo Pai Celestial será compassivo ou rigoroso,
dependendo do padrão que você estabeleceu em julgar os outros.
Você precisa, antes, dar à vida as coisas que você deseja dela (Mateus 7:12). E no
que toca às coisas que você deseja? Como a semente plantada no solo, a vida somente
pode lhe restituir as coisas que você lhe deu antes – com a promessa adicional de que
tudo o que você der deve, absolutamente, lhe será restituído multiplicado. Talvez seja
por isso que um sábio de anos já idos disse uma grande verdade: “Dê ao mundo o
melhor que você tem e o melhor lhe será restituído.” E poderíamos adicionar que será
multiplicado!
Se você se sente o tipo de pessoa que é azarada, “pé-frio” ou do tipo “Porque-isso-
sempre-acontece-comigo”, você se tornou vítima, ao invés de senhor, dessa lei. Sua
atenção está nos seus problemas e por isso eles continuarão a se multiplicar. Mas essa
lei pode funcionar a seu favor, bem como contra você.
Na Bíblia, Jó é a epítome de um homem justo e perfeito que tem muitos problemas.
No inicio de seu registro parece que ele ao compreende as implicações da Lei da
Colheita.
Quando eu era um jovem da Escola Dominical, costumava me incomodar bastante
quando o nosso professor nos relatava a história de Jó e seu angustioso sofrimento e dor.
A explicação era sempre a de que precisamos ser pacientes nas nossas aflições e
dificuldades, assim como Jó.
A racionalização era sempre a de que o diabo queria testar a Jó e que Deus lhe deu o
privilégio de, literalmente, destroçar a vida desse pobre homem e tudo o que ele
construíra. Eu jamais poderia aceitar o tal espécie de Deus, que compactuaria, ou “faria
um trato” com o diabo. Minha experiência confirmou que ele é um Deus de amor, um
Deus de bondade, um Deus de paciência, meu Pai, que é divino e me colocou aqui nesta
Terra para que eu pudesse ter alegria. Não poderia conceber tal deliberação em permitir
que esse tipo de sofrimento sobreviesse a uma pessoa perfeita.
Depois de ler o relato bíblico muitas vezes, finalmente me ocorreu que Jó fala a
causa real de todos os seus desastres no terceiro capítulo, versículo vinte e cinco:
“Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu.” (Jó 3:25).
Em outras palavras, Jô reconheceu que ele tinha medo, que era temeroso. O que faria se
perdesse suas posses? O que faria se perdesse seu negócio? O que faria se perdesse sua
casa? O que aconteceria se perdesse toda a sua família? O que aconteceria se os seus
amigos mais próximos se voltassem contra ele? Tais pensamentos, aparentemente, o
assolavam continuamente.
A lei é que as coisas que nós pensamos e as coisas que acolhemos geram nossos
sentimentos, e esses sentimentos resultam em nossos atos que produzem a colheita. Pois
“tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:7). “Pois como [o
homem] imaginou no seu coração, assim é ele” (Provérbios 23:7).
Partindo de que Jó semeou sementes de preocupação, dúvida e medo, o diabo teve
acesso a ele e a colheita foi calamitosa. Ele perdeu tudo, exceto a fé no Senhor.
As coisas com as quais Jó admitidamente se preocupava tanto aconteceram. Elas se
tornaram tão insuportáveis que ele desejou nunca ter nascido, ser ocultado debaixo da
maior das cadeias de montanhas, de forma que nem Deus pudesse encontrá-lo ou ter
qualquer lembrança de sua existência.
Mas com todos os seus problemas e dificuldades, ele não negou a Deus. Finalmente
o Senhor lhe veio e, de fato, lhe disse: “Jó, levanta-te e sê um homem. Não te lembras
do quanto eras feliz na manhã da criação e do quão avidamente ansiavas pela
maravilhosa oportunidade de vir a esta Terra e partilhar das belezas daqui? Agora para
de choramingar e sê homem. Cinge teus lombos e fala como se tivesses entendimento.”
Quando Jó se conscientizou da mensagem e percebeu que ele semeara as sementes de
seus próprios problemas e anulação, ele tomou coragem. (Jó 42). Ele, então, abandonou
o medo e desejou as coisas que são de Deus. Ele estava desejoso de seguir as diretrizes
que Deus lhe dera. Perceba como a Lei da Colheita começou a funcionar em seu
benefício quando ele mudou a sua atitude.
As escrituras revelam que quando Jó percebeu a causa de seu dilema e pediu pelo
perdão do Senhor, suas bênçãos foram abundantemente multiplicadas; ele foi
recompensado em dobro em família, em amigos, em rebanhos e gado, em saúde e em
tudo de que se precisa para uma vida abundante.
A partir do momento em que fiquei cônscio da causa do real problema de Jó, sempre
tive o sentimento de que sua paciência e longanimidade proveram conforto e esperança
para aqueles que sofrem aflições similares pelas mesmas razões. Ensina-nos também a
“insistir” até que aprendamos os meios pelos quais podemos nos mover na outra
direção. Contudo, a mensagem básica parece ser o que nós devemos tirar aproveito da
experiência de Jó. Ao reconhecer e aplicar essas leis e chaves, as quais Jó, depois de
seus problemas, aprendeu a reconhecer e aplicar, calamidades espirituais podem ser
evitadas e podemos acordar e viver.
Qualquer coisa que emanamos em nossos pensamentos, sentimentos e ações nos
serão restituídos multiplicados em muitos!

A Lei do Arbítrio e Responsabilidade

O segundo princípio é a Lei do Arbítrio e Responsabilidade.


O arbítrio é um dom de Deus. Nós podemos escolher.
Enquanto muitas pessoas pelo mundo reconhecem que o homem é uma criação que
tem o direito de escolha, a Bíblia Sagrada não o menciona claramente como um direito
dado por Deus. Parece ser uma das “coisas claras e preciosas” (1 Néfi 13:28) que foram
retiradas da Bíblia. Sem o auxílio da revelação dos últimos dias, o mundo como um
todo teria alguma consciência das cruciais ramificações desse princípio do arbítrio e de
sua responsabilidade inerente.
Nós sabemos que Moisés entendia que as pessoas podiam escolher (Deuteronômio
30:19).
Menção qualquer, contudo, é feita em Gênese de Adão recebendo de Deus a liberdade
de escolher. E a revelação moderna esclarece esse assunto (Moisés 3:17).
O livro de Moisés estabelece o fato de que o arbítrio do homem é uma dádiva de Deus.
Precisamos desse reconhecimento como uma base.
... Satanás se [rebelou] contra mim e [procurou] destruir o arbítrio do homem, o qual eu, o
Senhor Deus, lhe dera... (Moisés4:3).
Deus não irá – e o diabo não pode – violar o nosso arbítrio.
O Profeta Joseph Smith esclareceu esse assunto:
Ele, então, observou que geralmente a culpa era posta em Satanás pelos males que cometíamos,
mas se ele era a causa de toda a nossa iniqüidade, os homens não podiam ser condenados. O diabo
não podia compelir a humanidade a praticar o mal; tudo era voluntário. Aqueles que resistiam ao
Espírito de Deus estariam sujeitos a ser conduzidos à tentação, e então a comunhão com o céu se
afastaria daqueles que recusassem ser participantes de tão grande glória. Deus não se utilizaria de
meios compulsórios, e o diabo não pode fazê-lo. (Journal of Discourses 2:272. . Doravante, referida
como JD).
Brigham Young também ensinou esse princípio: “O querer do indivíduo é livre; esse
é uma lei de sua existência, e o Senhor não pode violar sua própria lei; se Ele o fizesse,
Ele deixaria de ser Deus.” (JD 2:22).
Se Deus não irá e o diabo não pede violar o nosso arbítrio, porque deveríamos
permitir que outros ditem nossos pensamentos, sentimentos ou ações?
Somos responsáveis por nossas próprias escolhas.
A responsabilidade inerente que é inclusa na dádiva do arbítrio é claramente exposta
em Doutrina e Convênios: “Para que todo homem aja, em doutrina e princípio relativos
ao futuro, de acordo com o arbítrio moral que lhe dei para que todo homem seja
responsável por seus próprios pecados no dia do juízo." (D&C 101:78)
Algumas pessoas podem sentir que a expiação de Jesus Cristo nos absolve da
responsabilidade por nossos pecados. De forma alguma! Jesus Cristo declarou “Pois eis
que eu, Deus, sofri essas coisas por todos, para que não precisem sofrer caso se
arrependam; Mas se não se arrependerem, terão que sofrer assim como eu sofri.” (D&C
19:16-17).
Isso implica que, no que toca a nossos pecados, a Expiação não é incondicional. É
verdade que Jesus morreu por nossos pecados, mas somente mediante uma condição: se
nós nos arrependermos.
Se não nos arrependermos, a Lei da Colheita agirá contra nós. O que semearmos,
que for contrário às leis de Deus, nós colheremos em sofrimento, amargura e dor. Dessa
forma, nós, literalmente, nos tornamos os criadores de nosso próprio destino.
Mas talvez você diga: “E o grande poder do diabo?”
Se você ler as “letras miúdas” das escrituras – a parte que raramente é enfatizada –
freqüentemente perceberá uma cláusula de “se”, “quando”, “por isso” ou “se o
permitires”. (Alma 5:20; Mosias 16:3; D&C 19:16-17; Alma 39:11; 3 Néfi 7:5; D&C
76:31; 2 Néfi 26:10).
Heber C. Kimball, conselheiro de Brigham Young, nos fez esse desafio:
Eu nada temo. Nada temo que há no céu, ou que está sobre a Terra. Eu não temo o inferno nem
suas combinações; nem o inferno nem o diabo, nem qualquer um de seus anjos tem poder sobre
mim, ou sobre vocês a menos que o permitamos.
Se permitirmos que o diabo tenha poder sobre nós ... então ele terá domínio sobre nós. Segundo
esse mesmo princípio, permitimos que o pecado tenha poder sobre nós, mas ele não terá poder sobre
nós, a menos que nos sujeitemos a ele. (JD 1:204).
Você não pode ser justificado, dizendo: “O diabo me fez fazer isso.” O que você
realmente quer dizer é: “Eu permiti que o diabo me influenciasse e cedi.”
Uma vez que somos livres para escolher e somos responsáveis por nossas escolhas, é
óbvio que, em nosso melhor auto-interesse, devemos sempre escolher o que é certo.

Duas Chaves para o Autodomínio

Juntamente com esses dois princípios – a Lei da Colheita e a Lei do Arbítrio e


Responsabilidade – há dois princípios chave que podem mudar sua vida e contribuir
grandemente no processo de alcançar sua meta de autodomínio.

Chave Número Um: Devemos Ser Positivos

A primeira chave é lembrar que Deus trabalha por meio de pensamentos positivos.
O adversário entra em nossas vidas através de pensamentos, sentimentos e atos
negativos.
Presidente George Albert Smith aprendeu esse princípio enquanto era uma jovem
criança.
Existem duas influências no mundo de hoje, e sempre existiram desde o princípio. Uma delas é
uma influência construtiva, que irradia felicidade e edifica o caráter. A outra influência é uma que
destrói, torna os homens demônios, despedaça e desencoraja. Somos suscetíveis a ambas. Uma vem
do Pai Celestial e a outra vem da fonte do mal que existe no mundo desde o princípio, buscando
efetuar destruição da família humana.
Meu avô costumava dizer à sua família: “Há uma linha de demarcação, bem definida, entre o
território do Senhor e o do diabo. Se você ficar do lado da linha que pertence ao Senhor, você estará
sob sua influência e não terá o desejo de fazer o que é errado; mas se você cruzar a linha para o lado
do diabo, um só centímetro, você estará sob o poder do tentador, e se ele for bem sucedido, não
conseguirá pensar ou raciocinar adequadamente, porque perdeu o espírito do Senhor.
...
Se você quer ser feliz, lembre-se de que toda a felicidade verdadeira está do lado da linha que
pertence ao Senhor e que toda a dor e decepção estão do lado da linha que pertence ao diabo.
(Sharing the Gospel with Others, Salt Lake City: Deseret News Press, 1948, pp. 42-43).
O apóstolo Paulo discute os mesmos princípios em Gálatas. Ele identifica
sentimentos positivos como “os frutos do Espírito” e sentimentos negativos como “as
obras da carne.” (Gálatas 5:19).
Dr. John A. Widtsoe explicou: “O diabo é sujeito a Deus, e tem a permissão de
operar somente se se mantiver dentro de limites bem definidos... (A Rational Theology,
Salt Lake City: General Priesthood Committee, 1915, p. 81).
Deus opera por intermédio de pensamentos, sentimentos e atos positivos. O diabo
opera por intermédio de pensamentos, sentimentos e atos negativos.
As escrituras afirmam esse fato. Percebam ao que elas dizem.
Exemplos de sentimentos que vêm de Deus são encontrados nas seguintes
escrituras: amor – 1 Tessalonicenses 4:9; 1 João 2:10; D&C 76:116 ; D&C 121:41;
humildade – Mateus 18:4; Tiago 4:10; 1 Pedro 5:6; D&C 112:10; gratidão – Salmos
100:4; Efésios 5:17, 20; D&C 46:7; 78:19; perdão – Mateus 6:14-15; Marcos 11:25;
Mosias 26:30; D&C 64:7-11.
Inversamente, os que se seguem são exemplos de escrituras que descrevem os
sentimentos negativos de Satanás: medo – 2 Timóteo 1:7; Josué 1:9; Apocalipse 21:8;
D&C 6:36; raiva – Salmos 37:8; Mateus 5:22; Morôni 9:3; 2 Néfi 33:5; D&C 10:24;
descrença – Apocalipse 21:8; Hebreus 3:12; Mateus 13:58; D&C 58:15; contenda – 3
Néfi 11:29; D&C 10:63; Lucas 6:30 (TJS).

Lado de Deus Amor


Regozijo (louvor)
Gratidão
Alegria

Perdão
Paciência (longanimidade)
Humildade (mansidão)
Harmonia
Paz
Temperança
Bondade
Gentileza
_______________________________A LINHA__________________________________

Lado do Adversário Crítica


Discórdia (querelas)
Contendas (teimas)
Orgulho (disputas)
Inveja
Desânimo
Descrença (dúvida)
Medo (preocupação, ansiedade)
Raiva
Ódio

Pergunte-se: “Estou do lado da linha que pertence ao Senhor?” Você


provavelmente descobrirá que sua resposta muda de acordo com as mudanças das
condições. Não se desanime, pois você pode controlar a situação. A tabela acima é
somente um início.
Muitas escrituras confirmam esse princípio. Segue-se uma lista parcial:
Virtudes (lado positivo da linha): 2 Pedro 1:5-8; 13ª Regra de Fé; Deuteronômio
3:5-7; Josué 1:9; 2 Néfi 31:20; Salmos 24:3-5; 1 Tessalonicenses 5:14-22; Mosias
26:39; Mateus 5:44; 6:33, 7:7; D&C 112:10; 78:19; 121:41-45.
Pecados (lado negativo da linha): Romanos 1:24-32; 1 Coríntios 3:16-17; 6:1-10;
10:8; Efésios 5:3-7; Gálatas5:19-21; Colossenses 3:5, 7-8; 1 Tessalonicenses 4:3-5;
Apocalipse 21:8.
Todo mundo sabe que não deve estar cheio de fúria, ódio, ciúmes ou sentimentos
semelhantes. Mas, será que percebemos que não devemos ser preocupados, estar
amedrontados, nos sentir culpados ou ser críticos com nós mesmos? Percebemos que a
dúvida é a causa principal de muitos de nossos problemas?
Em Apocalipse 21:8 uma ênfase especial é dada à descrença. Em Mórmon 9:23-29
um discurso especial feito por Morôni faz contraste entre crer e duvidar.
Um discurso fascinante que eu descobri sobre esse assunto discute a virtude da fé
contra o pecado da dúvida. Eu o incluo aqui porque geralmente não está disponível a
muitas pessoas.
Remove de ti todo o duvidar;
E absolutamente nada questiones,
quando qualquer coisa ao Senhor pedires;
Dentro de ti mesmo dizendo: como poderei
pedir qualquer coisa ao Senhor, e recebê-la,
Vendo que tão grandemente contra ele pequei?
Não penses assim, mas volta-te para o Senhor
com todo o teu coração,
E pede a ele sem duvidar...
Portanto purifica o teu coração de todos os vícios
deste mundo presente;
E tu haverás de receber quaisquer boas dádivas
que tu pedires,
E nada te faltará a ti de tuas petições;
Se tu pedires ao Senhor sem duvidar...
Mas aqueles que assim não são, não obterão
quaisquer das coisas que pedirem,
Pois aqueles que são cheios de fé pedem todas as coisas
com confiança e o recebem do Senhor
Porque pedem sem duvidar...
Portanto, purifica o teu coração da dúvida,
E veste-te da fé, e confia em Deus, e tu receberás
tudo o que pedires.
Mas se por acaso pedires qualquer coisa
e não (imediatamente) o receberes,
Ainda assim não duvides, porque tu não recebeste
de imediato a petição de tua alma...
Mas não cesses de pedir, e então tu o receberás.
D’outra forma, se tu cessares de pedir, deves queixar-te
de ti mesmo, e na ode Deus,
Porque ele não deu a ti o que de fato desejavas.
Considera, portanto, esse tal dúvida,
quão cruel e perniciosa é;
E como completamente desarraiga a muitos da fé,
que eram muito fiéis e firmes.
Pois essa tal dúvida é a filha do diabo, e muito
iniquamente lida com os servos de Deus.
Despreza-a, portanto e tu a governarás em
todas as ocasiões.
Cinge-te de uma firme e poderosa fé;
Pois a fé promete e aperfeiçoa todas as coisas,
Mas a dúvida não crerá que obterá coisa
qualquer, pó tudo o que pode fazer.
A fé vem do alto, de Deus; e tem grande poder.
Mas a dúvida é um espírito terreno e provém
do diabo,
E não tem força alguma.
Que tu mantenhas, portanto, a virtude da fé,
E te afastes da dúvida, na qual não há virtude,
E tu viverás para Deus.
(2 Hermas 9:1-11, The Lost Books of the Bible, Cleveland: World Publishing Company,
1926, pp. 221-22. Retirado da Pseudepígrafa, publicado em 1911).
Sentimentos e atitudes negativas podem efetivamente impedir o Espírito do Senhor
e o Espírito Santo de fluírem por nós com seu poder de cura, influência santificadora,
inspiração e bênção.
O Espírito Santo não pode habitar onde há discórdia. Ele opera no lado da linha
que pertence a Deus. Ele não pode habitar em um corpo impuro, e não habitará em uma
mente ou coração que abriga influências negativas de qualquer espécie.
O amor, como delineou Jesus, cumpre toda a lei e os profetas.
Amarás teu Deus de todo o teu coração e toda a tua alma e com toda a tua mente.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Nesses dois mandamentos estão edificados a lei e os profetas. (Mateus 22:37-40).
Claro que sim. O amor mantém você do lado da linha que pertence a Deus, onde
todas as bênçãos estão. Obviamente, o amor é a mais importante das qualidades únicas
que devemos desenvolver e praticar em nossas vidas. À medida que você genuinamente
amar a Deus, você nada mais fará além de se tornar mais semelhante a ele. (A história
de Nathaniel Hawthorne, The Great Stone Face, é um exemplo do que acontece quando
uma pessoa mantém na mente sobre um ideal). Ao desenvolver esse amor, você será
capaz, então, de compartilhá-lo com outros. Você não pode compartilhar algo com
outros que você mesmo não possui. Ao compartilhar esse amor por meio de serviço ao
nosso próximo, ele se multiplicará e retornará para aumentar o seu próprio amor até que
ele alcance proporções divinas, exemplificando a Lei da Colheita. Com o alicerce de tal
divino amor, será uma alegria amar seu próximo como a si próprio!
A mesma base de receptividade espiritual se aplica a todos os dons do Espírito.
Não importa que dons do Espírito possam ter sido prometidos ou dados a nós, os frutos
desses dons não se manifestarão a menos que estejamos do lado da linha que pertence
ao Senhor.
Quando estamos do lado negativo – o lado do diabo – não seremos receptivos à
inspiração positiva, assim como não podemos ouvir um programa de rádio FM estando
sintonizados em uma faixa AM.
O Espírito do Senhor não se impõe a nós. Nós precisamos, primeiramente, ser
receptivos, antes de receber a companhia interior de seu poder.

Chave Número Dois: Podemos Mudar

A segunda chave a ser lembrada é que podemos escolher. A maior parte de nós
percebe que podemos escolher nossos pensamentos e palavras. Mas Será que
percebemos que podemos escolher nossos pensamentos bem como nossos sentimentos?
Nós não temos que ser “levados e carregados pelo vento” se nós não o quisermos.
Pensamentos são coisas poderosas. Nossos pensamentos geram os nossos
sentimentos. Nossos sentimentos motivam as nossas ações. Nossas ações levam às
nossas realizações ou falhas. A seguinte escritura certifica esse fato: “... todo aquele que
olhas para uma mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela.”
(Mateus 5:28).
Segue-se, daí, que podemos controlar nossos senti=mentos controlando os nossos
pensamentos. E nós podemos controlar nossos pensamentos controlando o foco de
nossa atenção. E a menos que o façamos, nos tornamos vítimas ao invés de mestres
dessas leis.
O problema aparece quando não percebemos que a habilidade de escolher mudar a
nós mesmos é parte da nossa investidura divina do arbítrio. Nós não temos que nos
preocupar ou temer. Ainda assim, gastamos muito de nossas vidas sofrendo, sendo
temerosos e desanimados, bem como nutrindo sentimentos dolorosos.
Porque o fazemos? Vivemos em um ambiente saturado com pensamentos e
sentimentos negativos, e eles são contagiosos! Pense por um momento nos nossos
jornais, revistas, programas de televisão e conversas. A maior parte deles eleva nossos
corações e espíritos?
Uma amostra ocasional de nosso jornal diário nos dará uma pista. Examinamos a
primeira sessão de nosso jornal diário para ver o que podíamos encontrar. De 44
colunas impressas que foram analisadas, 41,8 eram negativas e apenas 2,2 eram
positivas. Isso é aproximadamente 5 por cento de positivo.
Se você gasta sessenta minutos por dia com esse material, significa que cinqüenta e
sete minutos são gastados em um ambiente negativo e apenas três minutos em um
ambiente positivo. Considerando os 786.762 assinantes reconhecidos de nosso jornal,
aproximadamente 39.000 horas foram gastas em leitura positiva e 748.000 horas em
exposição negativa. Isso dá uma razão de 19 para 1 em favor da negatividade.
Que maneira de começar cada novo dia! E lembre-se que todas essas pessoas
estarão compartilhando os seus pensamentos e sentimentos negativamente
influenciados com outros pelo resto do dia.
O exame de outras publicações renderá resultados similares. Pouco se admira que
isso nos ofereça um desafio real para todos nós que queremos ficar do lado da linha que
pertence ao Senhor – o lado positivo.
Nós podemos ficar do lado da linha que pertence ao Senhor! Mas devemos escolher
fazê-lo. Devemos aprender a fazê-lo. Devemos praticar fazê-lo.
É aí que a sintonia com o Espírito é possível. É aí que a fé é exercida. É aí que a
cura ocorre. É aí que a revelação divina pode vir a nós. É aí que o poder de Deus é
manifestado em nossas vidas. É aí que podemos receber inspiração para resolver os
nossos problemas.
Precisamos de pensamentos e sentimos positivos para ter a ajuda do Senhor.
Uma vez que tenhamos aprendido esse princípio e o praticamos, percebemos que
podemos controlar nossos sentimentos; estaremos, então, no caminho para sobrepujar a
negatividade.
Um dos momentos marcantes de sua vida será o dia em que você, estando
desanimado, solitário, deprimido e preocupado, for bem sucedido em voltar-se de forma
que o Espírito do Senhor possa inundar a sua alma.
Quando estamos vivendo do lado negativo da linha – no território do diabo – os
problemas vão se multiplicar. Quer sejam problemas de saúde, problemas financeiros
ou problemas de relacionamento, todos eles são resultados do fato de que estamos
imersos na negação e não percebemos que não temos que nos sentir daquela maneira.
Podemos mudar os nossos sentimentos.
Caso se encontre temeroso, pelo menos está em boa companhia. Como Moisés
lidou com isso? E Joseph Smith? Jó? Néfi?
Moisés continuou clamando ao Senhor por força, até que ele tinha o suficiente para
sua necessidade. (Moisés 1:12-22).
Joseph Smith era um rapaz. Ele usou todas as forças para clamar a Deus que o
livrasse do inimigo, e foi resgatado. (Joseph Smith – História 1:15-17).
Jó se arrependeu. (Jó 42:3-4).
Néfi falou em alta voz sobre os seus temores e seu amor e confiança em Deus. (2
Néfi 4:16-35).
Você pode fazer tudo isso também. Conheço uma irmã que estava tendo sérios
problemas com um filho adolescente. Um dia ela recebeu uma ligação para vir à escola,
devido a mais problemas. No caminho de casa, ela estava preocupada com suas
dificuldades, de forma que teve um pequeno acidente de carro. Então ela ficou
realmente deprimida!
Então ela se lembrou de como Néfi tinha cuidado com uma depressão similar.
Porque estou me sentindo dessa maneira? – ela se perguntou. Não preciso me sentir
dessa maneira. Ela orou para que esses sentimentos fossem tirados dela e para que ela
fosse cheia do Espírito do Senhor. Dentro de poucos minutos ela estava feliz, cheia de
paz em seu coração, e estava em posição de receber inspiração no que dizia respeito a
seus problemas. Ela disse ter sido uma experiência extremamente prazerosa ver como
seus sentimentos mudaram tão rapidamente e perceber que ela era capaz de fazer
alguma coisa com relação a eles.

Podemos Mudar os Nossos Sentimentos Mudando os Nossos Pensamentos

Quando se encontrar se sentindo deprimido, preocupado ou temeroso, perceba que


está “abaixo da linha” e que se permanecer lá as coisas piorarão. Mas você pode se
empurrar para o lado de cima da linha. Néfi o fez. E você também pode!
No momento em que você mudar a sua atenção para longe de seus problemas,
orando por ajuda, contando as suas bênçãos ou repreendendo os seus pensamentos
negativos, você terá aberto a porta para que o Espírito do Senhor o ajude.
Com toda a influência negativa ao nosso redor, nós precisamos fazer alguma coisa
para miná-las. As escrituras estão cheias de conselhos adequados para nos ajudar a
manter uma atitude positiva. Esse conselho não é pregação. Sua mensagem é vital ao
nosso bem estar eterno – como manter os nossos sentimentos do lado positivo da linha.
Aqui, por exemplo, estão quatro maneiras diferentes:
Orar: ore a ele continuamente. (2 Néfi 9:52).
Examinar: examine as escrituras. (João 5:39).
Banquetear-se: banqueteie-se com as palavras de Cristo. (2 Néfi 32:3).
Agradecer: aquele que recebe todas as coisas com gratidão. (D&C 78:19).
Se nós, tão-somente, fizermos essas coisas consistentemente, nós estaremos
automaticamente protegidos. Nossos corações e mentes estarão abertos ao Espírito do
Senhor.

Eu Sou! Eu Posso! Eu Vou!

Eu e minha esposa costumávamos preparar boletins familiares periódicos. Esses


eram meios de fazer uma “pregação aceitável” aos nossos filhos à medida que eles
ficavam adultos e viviam em várias partes do país. No lado direito do cabeçalho estava
um sinal: Eu sou! Eu posso! Eu vou! E abaixo estava escrito: “... quanto a mim e minha
casa, serviremos ao Senhor.” (Josué 24:15).
Um fator importante era a percepção de que até que avidamente disséssemos “eu
vou” para nós mesmos e para os outros, nós não nos comprometemos com o sucesso.
Declarações como “vou pensar” ou “vou tentar” normalmente são usadas mais como
desculpas para falhas.
Sentimos que essa é uma das razões pelas quais o Salvador nos ofereceu desafios
tão nobres, como “sede vós perfeitos”, “sede santos”, “sede como eu sou” e
“vinde, segui-me”.
Se nos comprometermos a alcançar um plano mais elevado, nós podemos fazê-lo
aplicando de forma sábia todos esses princípios e chaves, e com a ajuda de Deus. Como
nosso amado profeta Spencer W. Kimball nos advertiu, “Faça-o!” Repita o seguinte
para si mesmo:

Eu sou um filho ou uma filha de Deus.


Eu sou de uma linhagem divina.
Porque eu o sou, há certas coisas que se esperam de mim.
Porque eu o sou, eu posso fazê-las!
E porque eu sou e posso fazê-las,
Eu o farei!

Nunca mais, enquanto você existir, você deve usar conscientemente o seu poder de
criação para plantar sementes que deformarão ou destruirão a sua vida, sua felicidade e
alegria, e a vida de outros. Seu desafio é edificar. Nas palavras do Salvador:
Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo. (Mateus 5:13-14).
Sempre mantenhamos em exercício o
princípio da misericórdia, e estejamos 3
prontos a perdoar o nosso irmão nas
primeiras intimações de arrependimento;
e sempre perdoássemos nosso irmão ou
mesmo nosso inimigo, antes que ele se
arrependesse ou pedisse perdão, nosso
Pai Celestial seria igualmente
misericordioso conosco.
(DHC 5:41).

Dissolvendo Ressentimentos
e Alcançando o Perdão

Ressentimentos acumulados estão deformando ou destruindo as vidas de milhões de


pessoas nesta terra e em outros países ao redor de mundo

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