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A Psicoterapia Breve sob a ótica da

TCC
Artigo: Terapia Cognitivo
Comportamental Breve para
Transtorno de Ansiedade Social: estudo
de caso
Acadêmicas:
Adriana Araldi; Claudenice

de Souza Gabrielly T. Staub; Lauana


Sabino
INTRODUÇÃO

A Terapia Cognitivo-Comportamental de intervenção


breve define-se como uma estratégia terapêutica,
orientada para psicoeducar os pacientes a respeito de
seus funcionamentos cognitivos disfuncionais e ao
mesmo tempo, dar a motivação necessária e aporte
técnico para modificar esses funcionamentos.

Segundo a TCC, interpretações disfuncionais ou


distorcidas da realidade são componentes comuns
no sofrimento psicológico.
A TCCB foi criada em resposta às demandas dos planos
privados de saúde e sistemas saúde americanos e
europeus, que necessitavam de atendimentos mais breves
que os realizados até então.

Resultados eficazes nos tratamentos de ansiedade,


depressão, habilidades sociais, dificuldades emocionais
e dificuldades para tomada de decisão.
DIFERENCIAL DA TCCB

Quando comparada à Terapia Cognitivo-Comportamental


padrão, observa-se:
Quantidade de sessões reduzidas;
Diminuição dos custos do tratamento;
Aumento da motivação para mudança;
Foco no presente em uma queixa e um objetivo;
Possibilidade de atendimento em situações de
urgência/emergência.
PROCEDIMENTOS

Clínica-escola do curso de Psicologia


da Universidade Federal do Triangulo
Mineiro.
08 atendimentos previamente
combinados com os pacientes.

Inventário Beck de Ansiedade


Inventário Beck de Depressão
Inventário de Pensamentos Ansiosos
DADOS GERAIS DA PACIENTE

Sexo
feminino; 23
anos; Negra;
Católica;
Escolaridade de ensino médio
completo; Desempregada;
Retraimento, tristeza, poucos amigos e dificuldades para
se abrir com as pessoas;
Suspeita de depressão;
A mãe procurou atendimento.
APRESENTAÇÃO DO
CASO

Primeira sessão:
° Paciente chegou tímida.
° Acreditava ter depressão.
°Antigo emprego no supermercado.
°Feedback mais inventário de ansiedade(BAI),
depressão (BDI), pensamentos ansiosos (IPAn) e
domínios físico, psicológico, ambiental e social.
Supervisão:

° Hipótese diagnóstica de Transtorno de Ansiedade Social.

° Investigar mais sintomas de ansiedade social e PA disfuncionais


relacionados a eles, focando mais crenças centrais de inadequação e
vulnerabilidade.

° Pessoas com ansiedade social tendem a interpretar erroneamente seus


desempenhos sociais e evitar situações que acreditam que se comportarão de
maneira inadequada.
Segunda sessão:

° Mais calada e inquieta. Trouxe as tabelas preenchidas exceto as de


sexualidade.

° Sintomas ansiosos baixos, mas grande medo de perder o controle. A escala


junto com a fala onde só fala quando tem certeza, pois tem medo de falar algo
errado indicam uma possível crença de inadequação e vulnerabilidade.

° Comportamento de esquiva.

° Não gosta de falar sobre pessoas do sexo oposto e tem dificuldade de


relacionamento com o mesmo.

° Folha de Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD).


Segunda supervisão:

° Foi melhor estabelecido a hipótese diagnóstica, com auxílio do DSM-5 e a Escala


Liebowitz de Ansiedade Social.

° Conceitualização cognitiva, com ela é possível identificar os PA, crenças centrais e


intermediárias, estratégias compensatórias, e até mesmo estabelecer o diagnóstico
para que seja realizado o planejamento dos objetivos específicos e focar nas metas.

° Foi orientado para o terceiro atendimento que fosse explicado o funcionamento de


uma pessoa com ansiedade social.
 Estratégia de hierarquização de situações sociais, na ordem da
mais fácil a mais difícil de ser executada.

 Terapia de exposição no transtorno de ansiedade social.

 Técnica de respiração diafragmática

 Cartões de enfrentamento

 Houve uma pequena melhora relatada pela paciente onde


segundo ela conseguiu conversar com uma pessoa do sexo
masculino em uma festa.
 Motivada pela melhora por conseguir conversar, a paciente
relatou ainda durante as sessões sobre seu engajamento em
planos futuros.

 Prevenção de recaídas.

 Na sessão de follow-up, foram discutidos os progressos


observados pela paciente desde a primeira sessão e a importância
de dar continuidade ao tratamento.

 Paciente foi encaminha a psicoterapia para dar continuidade a


questões que ainda precisavam ser acompanhadas.
Resultados

° A paciente se disse mais confortável para se alimentar perto


de outras pessoas, afirmou ter ido a uma festa e conseguido
comer alimentos que podem cair em sua roupa com menor
ansiedade do que sentia antes.
° A paciente revelou que havia conseguido conversar com uma
pessoa do sexo oposto em uma festa.
° Em busca de um emprego e na primeira entrevista não ficou
muito ansiosa.
Instrumento Pré Pós-Intervenção Follow-up
Intervenção

BAI 3 0 4

BDI 0 7 3

IPan 48 49 48
WHOQOL – Domínio
Físico.
4 4,14 3,86
WHOQOL – Domínio
Psicológico.
3,17 3,83 3,50
WHOQOL – Meio 3,50 3,63 3,50
Ambiente.
 -Score das 3 aplicações dos instrumentos BAI, BDI, IPAn e
WHOQOL.

 Porem não foi observado mudanças clinicamente significativas


nos escores desses instrumentos.

 Uma possível explicação pode ser encontrada no fato de que os


instrumentos fazem parte da avaliação padrão do estágio no
qual a intervenção foi realizada. Nesse sentido, a avaliação não
foi desenhada a partir das necessidades da paciente e das
questões trabalhadas em atendimento.

 A ausência de instrumentos específicos para a mensuração do


TAS é um problema importante nessa questão, haja visto que
esse instrumento permitiria a avaliação dos cognitivos e de
fuga/esquiva por parte da paciente.
Encaminhamento da paciente.

• Precisa ser acompanhada na medida em que ela fosse vivendo


novas experiências.

• Sintomas residuais permanecem posteriormente, demandando


outras possíveis intervenções direcionadas especificamente a
esses sintomas residuais.

• Haja vista que a paciente já se encontrava adaptada aos


atendimentos psicológicos e ao modelo cognitivo.
Alerta

Um tratamento prolongado e com maior espaço de tempo entre as


sessões também podem trazer resultados negativos com relação
aos sintomas de TAS e até mesmo a adesão.

Isso pode estar relacionado ao fato de que o paciente perde o senso de urgência e de
responsabilidade em sua própria cura, o que estimula a procrastinação e evitação da
tarefa de casa, resultando na desmotivação do paciente em relação ao tratamento (Mululo
et al., 2009)
Conclusão
O atendimento da paciente em TCCB mostrou-se
satisfatoriamente eficaz para esse caso de TAS, pois mesmo que
o atendimento tenha sido feito em apenas oito sessões, é visível
a evolução na modificação dos pensamentos automáticos
disfuncionais, através da reeducação sobre o funcionamento de
pessoas com este tipo de fobia e ansiedade e as tarefas .
BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Ellen Resende e MORENO, André Luiz – Terapia


Cognitivo Comportamental Al Breve para Transtorno de Ansiedade
Social: Estudo de caso. Perspectivas em psicologia, Vol. 18, N. 2,
Jul /Dez 2014, p. 51-75. Disponível em: https://
seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/view/29358/16274.
Acesso em: 15 mai.2023.

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