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CURSO DE PSICOLOGIA
PRÁTICA INTEGRATIVA I - ESTÁGIO BÁSICO
ANDERSON FURTADO
AUCILENE MORAES
CAROLINA COSTA
DORIVALDO JÚNIOR
EDUARDO CUNHA
EVELIZE LEAL
JOSÉ MARIA MACHADO
JULIO COSTA
LUIZA ARIEL
WALCY LISBOA
BELÉM - PA
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2019
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ANDERSON FURTADO
AUCILENE MORAES
CAROLINA COSTA
DORIVALDO JÚNIOR
EDUARDO CUNHA
EVELIZE LEAL
JOSÉ MARIA
JULIO COSTA
LUIZA ARIEL
WALCY LISBOA
BELÉM – PARÁ
2019
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INTRODUÇÃO:
O presente relatório tem por objetivo comunicar a parte prática da disciplina Prática
Integrativa I – estágio básico, o qual visa expor, conhecer e compartilhar a experiência de
atendimento psicológico por profissionais e estagiários do Plantão Psicológico da
Universidade da Amazônia – UNAMA, tendo este como público alvo alunos da própria
instituição e usuários da comunidade que encontram-se em sofrimento psíquico.
O documento traz para os autores o interesse e a possibilidade de conhecer mais de
perto a prática da abordagem psicanalítica, material que será obtido através de informações
em entrevista com uma aluna concluinte do curso, em seu estágio supervisionado. Este
momento se traduzirá na oportunidade de vivenciar como o profissional da Psicologia procede
em sua atuação, quais as suas maiores dificuldades, desafios e satisfação.
Deste modo, por identificação, espera-se tomar este profissional como espelho para
nossa atuação, também, como profissionais compromissados em devolver ao sujeito o sentido
da vida.
DESENOLVIMENTO:
dedicar melhor ao seu último ano do curso. A Psicologia Jurídica ficou em segundo ou
terceiro plano, pois seu foco, agora, é a clínica.
relacionamento abusivo (tanto homens quanto mulheres). Pode encaminhar para essas
psicoterapias, uns até preferem. Tem também de racismo. São assuntos que mais procuram.
Quanto às dificuldades encontradas, a insegurança como uma dificuldade esbarrada,
principalmente no início, ao se sentir insegura em como proceder, questionamentos a exemplo
de “Como é que eu faço?”. Nesse caso, ela diz que tem que levar para a terapia, é o conselho
que faz. Acrescenta que há encaminhamento de psicóticos, sendo que “você não sabe o que se
espera”. E, nesse caso, quando percebe, o sujeito está ali. Ela não atende psicótico, porque
tem que ter muito cuidado e seguir o protocolo. Todavia, afirma que “você não está sozinho”,
não deve se desesperar em sessão. E levanta a questão de como perceber? Ela recomenda que
com o tempo, em supervisão, deve ser tudo relatado e, assim, o estagiário vai adquirir prática.
Com relação a isso, complementa que ainda não encontrou drogados, nem se deparou diante
de surtos psicóticos, mas reitera que tem que ter muito cuidado, porque, de repente, o sujeito
pode avançar em cima de você. Finaliza dizendo que no início, o estagiário vai errar muito.
Com relação a possibilidade de se deparar com um sujeito psicótico e de não querer
atendê-lo, Freud (1905), no seu trabalho Sobre a Psicoterapia, faz recomendações neste
sentido, conforme o trecho abaixo:
Da mesma forma que Freud, ela prefere não arriscar uma terapia que traga prejuízo
tanto para ela quanto ao próprio paciente, pois um método alternativo ao que existe ainda não
foi concebido para proporcionar um tratamento eficaz.
Em seguida a questão anterior, a equipe lança a pergunta se é normal encontrar desvio de
condutas. Nesse caso, ela diz que tem que chamar o responsável e ter muito tato para falar e
encaminhá-lo ao CAPs outra rede de atendimento, uma vez que a clínica não atende. Ou seja,
imediatamente deve-se chamar ajuda ou ambulância. Cita um caso em que foi preciso pedir
ajuda de outro professor, mais experiente, para conversar. De repente, ele queria ir embora, e,
quando acontece essa situação, os profissionais não deixam a pessoa ir.
Quanto ter havido algum atendimento (ou mais de um) que causou mobilização
emocional, ela afirmou positivamente, foi em um plantão, numa escola em que atendeu quatro
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O alerta que a estagiária faz, de que nossas “crenças pessoais” têm que ser vencidas,
tem tudo a ver com o que Freud mencionou nas recomendações. O que está em jogo é o
material inconsciente que tem que se tornar conhecido, se não se suspende a crença a perda
desse material se faz imediata e o aumento das resistências se darão na mesma proporção. É
esse o perigo, o prejuízo, que ele alerta, tanto para o analista quanto o analisando e que foi
bem colocado por ela.
Perguntado se houve contratransferência alguma vez, ela disse que houve o caso de
um rapaz, homossexual, o qual foi abandonado desde que nasceu, ele se questionava muito:
“Por que?”. Para ela, esse caso a “atravessou”, pois viu fragilidade como pessoa, o quanto ele
era frágil e sempre ia atrás de relacionamentos abusivos. Durante a terapia, ele a xingava
muito, mas se manteve firme. Disse que depois, ele pediu um abraço, logo no início, ela
aceitou. Neste, houve mais um reforço na sua fala quando disse que haverá momentos em que
poderemos nos deparar com demandas como essa e que não dá pra se furtar a certos pedidos.
Quanto ao manejo da transferência nos primeiros atendimentos, se houve dificuldades
ou se já sabia como manejar, disse que todos os pacientes que atendeu estabeleceram o
vínculo. Lembrou de mais um caso que a chocou, mas no bom sentido. Foi o de uma paciente
que se vestiu como ela, se apaixonou por ela, mas ela viu nesta somente a transferência, o
afeto dessa paciente, e não sua paixão, não era verdadeiro. O que aconteceu foi que ela havia
brigado com a namorada dela e estava sentindo-se mal. Ou seja, transferiu os sentimentos.
Quanto a esse tipo de relação, nos diz
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Para assegurar isto, nada precisa ser feito, exceto conceder-lhe tempo. Se se
demonstra um interesse sério nele, se cuidadosamente se dissipam as resistências que
vêm à tona no início e se evita cometer certos equívocos, o paciente por si próprio
fará essa ligação e vinculará o médico a uma das imagos das pessoas por quem estava
acostumado a ser tratado com afeição. É certamente possível sermos privados deste
primeiro sucesso se, desde o início, assumirmos outro ponto de vista que não o da
compreensão simpática, tal como um ponto de vista moralizador, ou se nos
comportarmos como representantes ou advogados da parte litigante - o outro cônjuge,
por exemplo. (p. 13)
CONCLUSÃO:
Neste sentido, a entrevista feita com a estagiária e plantonista Lívia Regina da Silva
Duarte, da CLIPSI, clínica e plantão psicológico da Unama, evidenciou-se que os resultados
encontrados durante a entrevista, e com o estudo bibliográfico feito anteriormente e
posteriormente, mostra como a psicologia é uma área da saúde que necessita e requer cada
vez mais a expansão de seus serviços à comunidade em geral, e principalmente, para aquela
população que se encontra em condições financeiras precárias e que precisam desses centros
de atendimento gratuito que prestam serviços para com a comunidade e ao mesmo tempo, dá
oportunidades aos seus alunos de terem uma boa formação prática do que enfrentarão ao
longo de suas jornadas profissionais.
Com isso, essas pessoas que chegam na CLIPSI para conseguir um atendimento
emergencial ou uma psicoterapia, precisam rapidamente de um suporte para a severa situação
em que o indivíduo chega no consultório. Por isso, a experiência é o principal foco dos
estagiários, e todo aprendizado quanto ao que se concerne a ética profissional e todo o
processo necessário para um atendimento psicológico de qualidade.
Ademais, as dificuldades encontradas no início comparadas a aprendizagem com que
finalizam o estágio, demonstra a veracidade do quanto é importante ter uma prática tão
enriquecedora. Mesmo que, do início ao fim do estágio se encontre muitas dificuldades, como
lidar com casos psicóticos que são atendidos pela clínica, ou até casos em que podem
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BIBLIOGRAFIA:
FREUD, Sigmund (2016). Psicoterapia. IN: SOUZA DE, Paulo César (Trad.). Obras
Completas. São Paulo: Cia das Letras, vol. 6. (Trabalho original publicado em 1905).
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ANEXO
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1. -Nome:
2. -Formação acadêmica (no caso de profissionais):
3. -Como é a atuação do profissional psi/estagiário na área?
4. -Como funcionam as sessões? (número de encontros, técnicas utilizadas, possíveis
encaminhamentos etc)
5. -Quais as dificuldades encontradas?
6. -Houve algum caso (ou mais de um) que causou mobilização emocional no
profissional/estagiário?
7. - Quais adaptações que a Psicanálise sofre ao adentrar uma clínica-escola? Quais são
os procedimentos?
8. Que tipo de transcrição se faz na Psicanálise?
9. Como é a relação com a supervisão?
10. Qual é a diferença entre supervisão e preceptoria?
11. Em que momento a análise pessoal ou a terapia pessoal ajudou e se isso é importante?
Como é importante?
12. Como foi o manejo da transferência em seus primeiros atendimentos? Houve
dificuldades ou você já sabia como fazê-lo?
13. Houve contra-transferência alguma vez?
14. Como se encerra uma análise na clínica-escola?
15. Como é feito o primeiro contato com o paciente?