De acordo com a primeira psicóloga Andressa Santos, que atua na psicologia
do esporte, é necessário fazer uma pós-graduação e comprovar um tempo de atuação na área, entretanto, pode-se atuar de diversas formas, inclusive através de estágios. Andressa relata que na psicologia do esporte os atletas são fortemente pressionados, onde a mídia contribui na diminuição de potencial destes indivíduos. A referida psicóloga ingressou nesta área a fim de contribuir com estes atletas, que passam por situações e exposições, para que então ajude-os a reconhecer o ambiente em que estão inseridos, podendo assim verificar os contextos e analisar os empecilhos que os atrapalham em meio as performances. E atualmente, na confederação brasileira, Andressa explica que estes psicólogos buscam entender os problemas que ocorrem em campo. Sendo assim, acompanha a iniciação esportiva dos atletas sem experiência e que estão treinando para se tornarem profissionais. Permanecem na transição de carreira, no qual o atleta está moldando-se. Acompanha todos esses processos, até o fim da carreira do profissional. Por outro lado, ainda há dificuldades de contato com o atleta, ou seja, muito preconceito ainda instalado neste cenário, pois não compreendem a necessidade do suporte psicológico que é levado ao atleta. Em virtude dos problemas em que os atletas se encontram, pode-se ver que nem sempre são relacionadas exclusivamente aos meios esportivos; visto que questões pessoais interferem no desenvolvimento de habilidades esportivas do atleta. Desse modo, é importante que o foco permaneça na psicologia do esporte, mas de forma que atleta possa ser encaminhado ao psicólogo clinico, onde levará questões pessoais. Além disso, haverá contato direto com o psicólogo clínico, acompanhando o processo do atleta. Sobre tudo, o que o papel do psicólogo do esporte é - observar, saber o que acontece com o atleta, como vai se comportar frente as competições e a partir destes contextos, buscar soluções favoráveis para cada indivíduo e as necessidades de cada um. Diante do exposto, é necessário encontrar formas que reestruturem o cognitivo do indivíduo, que está muitas vezes fixado no erro. Para isso, faz-se importante o uso de técnicas que contribuam no relaxamento e de visualização do erro propriamente dito, de forma que o atleta possa reconhecer seus próprios limites. A segunda psicóloga, Laura, sendo ela do meio jurídico, diz que formação nesta área pode ocorrer a partir de uma especialização ou cursos. A psicóloga, inicia nos instruindo sobre a temática, onde conta que tudo começou na Constituição Federal - artigo 227, que prevê garantia absoluta de segurança para a criança e ao adolescente. Estende os cuidados e responsabilidade para o estado, família e sociedade civil. Também traz o forte papel do Jurídico, que fornece subsídios por escrito, desenvolver aconselhamento, encaminhamento, prevenção e tudo sob autoridade jurídica, pois não atua se não tiver orientação judicial, determinando a demanda necessária – ECA 151. Neste contexto, pode-se afirmar que estamos inseridos na garantia de direitos: política de saúde, assistência e atuação. Entretanto, é visível a falta de profissionais na área para suprir toda a demanda. Os eixos de defesa, onde o psicólogo judiciário está sempre presencia violações de direitos. Ademais, estes profissionais são convocados, atuando como peritos nos processos, tendo acesso aos altos; analisando os processos e denúncias. A partir disso, Laura frisa que buscam entender o que precisa ser feito para responder a demanda que o judiciário trouxe à tona. Além disso, exercem funções de monitoramento dos serviços públicos, analisando se as demandas estão sendo cumpridas e feitas de forma correta. Um exemplo nesta atuação pode ser visto no 1 acompanhamento de mulheres grávidas, que procuram estes profissionais para que o bebê possa ser encaminhado da melhor forma para adoção. Há também a área de orientação, onde auxiliam varas de crimes, grupos de apoio a vítimas de violência, questões de disputa de guarda, etc... Realizados estudos em torno das problemáticas onde medidas de proteção são instauradas. Sobretudo, as questões de priorização de processos são distribuídas por uma pessoa encarregada de gerir a urgência dos tais, de forma a serem divididos em equipes pra cada vara (infância, família, etc...). A partir desses vieses, os laudos que são feitos, são registrados para sempre, onde a vítima, família terão acesso. Contudo, o ministério público pode utilizar da forma descontextualizada aquilo que ali está escrito, causando grande estresse e ansiedade no psicólogo jurídico. Conclui-se, então, que o foco da psicologia jurídica vai para a família, onde está sempre limitada em relação aos presos. A psicologia hospitalar é uma das áreas de atuação que se faz necessária a realização de um curso de pós-graduação na área. Nicolli, psicóloga hospitalar, relata que estar nessa área vai muito além dos próprios conhecimentos vistos anteriormente, e que é preciso sair da própria bolha, ampliando aquilo que já se sabe. Existe muita diferença entre a psicologia clínica e hospitalar; na clínica o tempo de atendimento pode durar de 1h a 2h; e na hospitalar pode durar 15 min ou até horas. Isso tudo dependerá das circunstâncias em que se encontra essas demandas. Em primeira instância, a psicóloga hospitalar pegará o plantão na equipe de enfermagem, onde constará o quadro clínico e informações do paciente. A partir daí deve-se olhar com ar de empatia tais problemas. A partir disso, Nicolli acrescenta que a falta de sensibilidade é evidente, mas que olhar o outro de forma humana, observar tudo isso e estabelecer esclarecimentos no meio de trabalho faz grande diferença como psicóloga e pessoa. Outrossim, estes psicólogos são vistos com desprezo por parte de outros profissionais no ambiente de trabalho, e que de alguma forma tentam estar meio a situação na qual não podem. Ou seja, o sigilo é de extrema importância, para que haja uma construção de entendimento para com o paciente. Apesar dessas contribuições, o paciente pode receber alta pelos médicos de forma repentina, e que acabe deixando-os sem respostas. Neste contexto, o ambiente hospitalar vai além da relação de psicóloga(o) e paciente, mas sim, como humanos, que são sensíveis e que mostram respeito pelo outro. Proporciona também espaço para a fala, que o paciente possa ser guiado de forma que veja coisas que não via. Bem como muitas demandas de sofrimento chegam até o meio hospitalar, sendo elas dificuldades no atendimento, onde os pacientes se recusam a tomar medicações. A fim de contribuir com tal ocorrência, a psicóloga hospitalar tem o papel de tentar entender o porquê. A forma como os médicos falam de certos assuntos com os pacientes, pode assustar, onde pode acabar piorando os quadros psíquicos destes indivíduos. Destarte, é necessário a garantia do bem estar desses pacientes de forma cautelosa, mas ao nos depararmos com poucos profissionais a demanda se torna extensa e sobrecarrega aqueles que já estão neste meio. Temos também um grande exemplo de área de atuação, sendo ela a psicologia junto à população ribeirinha. A psicóloga desta área, Vivian Karina, traz exemplos de como a psicologia pode ser explorada de formas amplas no Brasil em relação à área de atuação. Participando do Caps, Karina diz que realizou diversos projetos, um deles foi o “Linhas da Vida”, onde trocavam cartas – criado por ela e sua amiga. Há constante evolução e construção coletiva da psicologia, onde o trabalho em conjunto possibilita que estes profissionais levem oportunidades para aqueles que não tem acesso à literatura, escritas e trazer a arte para a vida das 2 pessoas. Sendo assim, tornando a psicologia não só aquela do consultório, mas sim uma vertente de ideias, contribuições e novos horizontes a se explorar. Karina relata que nestes locais há muita presença de violência, mas que ouvir aquelas pessoas pode ajudar. Sendo assim, criaram grupos de ouvidoria e de terapia para que mais pessoas sejam atingidas sendo ajudadas, sendo eles totalmente voluntários. Trabalhos realizados a partir de oficinas com os alunos da UEL - sobre os Guaranis Kaingang, com intuito de escrever livros com base nas histórias desses povos, bem como; cultura e a forma que pensam (livro Teta Tekoha). A psicologia atuando com população Ribeirinha analisa as condições em que esses povos estão inseridos. Ou seja, questões ambientais, de desmatamento e políticas e onde há grande pressão sob aqueles que ali vivem. Tendo isso em vista, medidas que visam ouvir, observar, contribuem em conjunto para com estes povos. Os psicólogos frente a essas questões são de extrema importância, contanto que houve pedido por parte do Cacique, para que psicólogos fossem para as aldeias. Grandes expectativas por parte dos povos e pelo próprio Cacique, para que o “bem viver” retornasse às suas vidas. Antigamente, na Funai, havia um chefe de posto, que controlava tudo em relação às entradas de brancos. Entretanto, hoje em dia não existe mais este posto, porém, essas questões sendo uma comunidade indígena, ainda traz muitas confusões para eles em relação aos brancos. Por fim, é importante compreender a importância de respeitar outras culturas e povos, ou seja, a diversidade cultural. A quinta área de atuação diz respeito à psicologia organizacional, tendo a psicóloga Márcia como referência em meio a estas palestras. traz grande reflexão de qual lugar o psicológico ocupa no mundo do trabalho, sendo assim, a própria vivência respondeu essa questão. Atuará na diversidade, educação corporativa, plano sucessão, responsabilidade social, diversidade, redirecionamento, seleção e principalmente, trabalha a relação do dono e funcionário, tornando a relação não só como funcionário e chefe, mas sim, como parceiros de trabalho. Esta profissional ficará encarregará de fazer acontecer a condição da pessoa estar no meio de trabalho. Atuam nas dinâmicas das relações humanas, geradas no trabalho, ou seja, estabelece relações na comunidade, famílias, equipes, mercado, empresário e o indivíduo trabalhador. Observam e analisam o ambiente de trabalho, a fim de trazer o pleno funcionamento, de forma satisfatória. Trabalha a prol de suprir necessidades do trabalhador e do empresário. As famílias também devem ser amparadas, para que possam estar dentro das empresas juntamente aos familiares. Tendo isso em vista, o mundo do trabalho na psicologia tem um conhecimento ampliado para suprir todas essas dinâmicas, de forma que utilize de métodos e recursos. Em suma, é preciso olhar o que pode ser feito, para que não haja falta de envolvimento e de colaboração/compromisso com a empresa, e a importância do psicólogo para intervir e trazer métodos é de extrema importância e eficácia, uma vez que, grandes empresas ao redor do mundo funcionam de forma coordenada, que muito provavelmente possuem estas profissionais auxiliando na saúde mental destes colaboradores. A sexta e última psicóloga traz grande conhecimento em relação à psicologia das políticas públicas no âmbito social. Amanda, psicóloga social conta sua trajetória neste meio sendo cotista, que sofreu com olhares e falas de preconceito. Estudou sobre políticas públicas pois houve grande expansão na psicologia, e com isso Amanda realizou um estágio, no qual possibilitou aprender mais sobre a população brasileira, a miséria e pessoas em estado de risco, atuando contra a vulnerabilidade social. Contudo, a psicologia das políticas públicas era muito aberta no mercado de trabalho antigamente, contanto, hoje em dia é menos valorizada. Trabalhou no meio 3 social – CREIAS, que atendem pessoas desamparadas. Em vista disso, as psicologias sociais também estudam os movimentos sociais, que estabelecem aprendizados sobre diferentes grupos da sociedade. Também na psicologia social, o psicólogo consegue ver as divergências, onde - idosos, pessoas com deficiência sendo negligenciados, são amparados pelo CREIAS II (serviço imediato), que fornecem segurança e supre necessidades de urgência. Realizarão também um projeto chamado NOITE FRIA, que busca tirar pessoas da rua. Assim, a política pública social, que a partir da constituição de 1988 - que garante os direitos e a seguridade social, bem como subsídios de saúde, garante prévia proteção. Porém, antes de 1988, as igrejas que forneciam essas assistências sociais para a população mais pobre, que não tinham condições de pagar pela saúde. Ademais, o CRAS orienta todo aquele em desamparo social, que não possuem fonte de renda, em estado de fragilidade, tendo os direitos violados. A psicologia tem grande parte nisso, bem como enfatizar que a pobreza e todas essas questões de miséria afetam o psíquico, impedindo que avancem na vida. Todavia, esses profissionais buscam garantir o direito à saúde não só física, mas principalmente mental, pois acreditam que todos devem ter este direito. Em síntese, a partir da década de 80, onde as crises nas áreas da psicologia eram maiores, foi necessário a inserção de mais psicólogos e estudos que ampliariam a voz nas políticas públicas. Pensando então na psicologia social nas arestas de assistência social, os profissionais necessariamente precisam saber sobre a psicologia social, pois é a base área das políticas públicas. Por fim, é necessário avançarmos muito para que haja maior valorização, em termos de políticas sociais.
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)