CURSO DE PSICOLOGIA TÉCNICAS DE GRUPO E RELAÇÕES HUMANAS
Introdução, principais autores, fundamentos teóricos e classificação
geral dos grupos
Prof. Dr. Andrews Rafael Bruno de Araújo Cunha
aaraujo.pet@gmail.com Cap. 1: Fundamentos Teóricos [ZIMERMAN] Introdução • Autores que contribuíram para a discussão na área; • Conceituação de grupo; • Abordagem dos aspectos psicológicos contidos na dinâmica do campo grupal; • Tipos e modelos de grupo. Alguns Autores Importantes • J. Pratt: médico que criou grupo de apoio com tuberculosos – medidas higiênicas; • S. Freud: contribuinte da reflexão sobre grupos – fatores individuais e grupais não diferem – porco espinho; • J. L. Moreno: apaixonado por teatro e criador do psicodrama – “terapia de grupo”; • K. Lewin: vertente sociológica, pai da Psicologia Social e criador do termo “dinâmica de grupo”; • S. H. Foulkes: inaugurou a prática da psicoterapia psicanalítica de grupo – enfoque gestáltico; • Pichon-Rivière: grande nome da área de grupos operativos, desenvolvendo atividades com tarefas objetivas; • W. R. Bion: grande contribuinte da dinâmica do campo grupal – o grupo precede o indivíduo; • Escola francesa: psicanalistas; • Escola argentina: psicanalistas; • Brasil: sociólogos, psicólogos sociais e psicanalistas. Conceituação de Grupo • O indivíduo sobrevive a partir de sua relação com um grupo; • Busca por uma identidade individual e uma identidade grupal; • Pessoas → Grupos → Comunidades → Sociedade; • Muitos grupos ao longo da vida; • O individual e o social não existem separadamente – coexistem; • Todo indivíduo é um grupo; e todo grupo pode se comportar como uma individualidade; • Imprecisão da definição de grupo – noção vaga, pois pode se referir a um conjunto de associações; • Grandes (macro) e pequenos (micro) grupos → Os microgrupos reproduzem o macrossocial. Ex.: família; • Agrupamentos são diferentes de grupos: os primeiros dizem sobre interesses comuns; os segundos sobre interesses em comum. Conceituação de Grupo • O que são, então, grupos: ➢ Mais do que um mero somatório de indivíduos (nova entidade, com leis e mecanismos próprios); ➢ Os indivíduos que o compõe possuem tarefas e interesses em comum; ➢ O tamanho não pode pôr em risco a comunicação; ➢ Na Psicologia, deve haver a instituição de um setting e o cumprimento das normas; ➢ O grupo é uma unidade, e cada unidade é o grupo; ➢ Ainda que uma unidade, são preservadas as individualidades; ➢ Coexistem forças opostas: coesão e desintegração; ➢ A dinâmica se processa em dois planos: consciente (grupo de trabalho com tarefas objetivas) e inconsciente (supostos básicos); ➢ Interação afetiva; ➢ Hierarquia e distribuição de papéis; ➢ Campo grupal dinâmico, cheio de fantasias, ansiedades, funções etc. próprias. Cap. 7: Classificação Geral dos Grupos [ZIMERMAN] Classificação Geral dos Grupos • A formação dos grupos segue caminhos semelhantes, a diferença está na finalidade; • A partir das finalidades, são possíveis dois tipos de grupo: operativos e psicoterápicos. Classificação Geral dos Grupos • Grupos Operativos: relacionam-se ao continente geral dos grupos, voltados a uma tarefa, e relacionados à mente, ao corpo e ao mundo exterior (Pichon-Rivière e seu esquema conceitual referencial operativo): ➢ Ensino-aprendizagem: a tarefa é aprender a aprender, formar cabeças, dar possibilidades formativas de criticidade (grupos escolares, educacionais etc.); ➢ Institucionais: a tarefa é criar possibilidades de aumento do rendimento dos grupos, promovendo situações de harmonia (grupos da igreja, do trabalho, sindicatos etc.); ➢ Comunitários: a tarefa é a integração e o incentivo às iniciativas sociais e capacidades (grupos de gestantes, crianças, pais etc.); ➢ Terapêuticos: a tarefa é a melhoria das situações de patologia dos indivíduos (grupos de autoajuda); ➢ Os grupos podem estar relacionados a duas tarefas ao mesmo tempo, podendo estar em duas classificações. Classificação Geral dos Grupos • Grupos Psicoterápicos: podem estar dentro dos operativos, mas merecem uma classificação específica, pois se referem aos aspectos conscientes e inconscientes do indivíduos e da totalidade grupal: ➢ Psicodramática: criada por Moreno, segue seis estágios (cenário, protagonista, diretor, ego auxiliar, público e a cena a ser apresentada); psicodrama (mais completo e seguindo um roteiro) é diferente de dramatização (pode ser utilizada em outros espaços como técnica) – técnica da dupla, do espelho e inversão de papeis; ➢ Teoria sistêmica: funciona como um sistema integrado por partes, e a modificação de um desses elementos pode modificar o sistema como um todo – família; ➢ Cognitivo-comportamental: se fundamenta na ideia de aprendizagem social, na qual o indivíduo é um processador de informações e se adapta, à sua forma, à cultura vigente; ➢ Psicanalítica: busca o equilíbrio psíquico, a ausência de sintoma e a adaptabilidade; ➢ Múltipla holística: combinação das anteriores. Classificação Geral dos Grupos • Estado atual das diversas formas de grupos: ➢ Os operativos estão muito aquém do que deveriam estar contribuindo, salvo os de autoajuda, que estão promovendo muitas ações positivas; ➢ Os psicoterápicos têm contribuído muito com as áreas da família, de casais e do psicodrama; ➢ Necessidade de maior apoio e visibilidade da área: grupos comunitários, grupos organizacionais, grupos de saúde, grupos de educação etc.; ➢ Melhora progressiva à medida que cresce o entendimento social da Psicologia – curiosidades históricas. Referências ZIMERMAN, D. E. “Fundamentos Teóricos” e “Classificação Geral dos Grupos”.