Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Avaliativa – Ciclo 01
CURSO DE PSICOLOGIA
Disciplina: Psicologia de Grupos
Professor(a): Jéssica Batista Araújo
Nome do(a) Acadêmico(a): Karla Margareth Data:
11. Explique o gráfico acima a partir da teoria de Kurt Lewin, explicando, ainda o conceito de maioria psicológica e
demográfica. Dê um exemplo de maioria psicológica e minoria demográfica no contexto brasileiro.
12. Analise uma cena do filme “A onda” relacionando-o a uma das teorias estudadas ao longo do ciclo, considerando a dinâmica
dos processos grupais.
Respostas
1 Kurt Lewin, um renomado psicólogo social, desenvolveu o conceito de "psicogrupo" e "sociogrupo" como parte de sua teoria sobre dinâmica de grupos e
mudança social. Esses conceitos são fundamentais para compreender como os grupos influenciam o comportamento e as interações das pessoas em
contextos sociais. Aqui está a definição de cada um:
**Psicogrupo (Psychological Group):** O psicogrupo se refere à percepção subjetiva dos indivíduos sobre seu pertencimento a um grupo. É a experiência
interna que um membro de um grupo tem em relação à sua identidade grupal e ao significado emocional que o grupo tem para ele. Os membros de um
psicogrupo compartilham uma identidade grupal comum e uma conexão emocional que afeta suas atitudes e comportamentos em relação ao grupo.
**Sociogrupo (Sociological Group):** O sociogrupo é a perspectiva externa e objetiva de um grupo. Refere-se à forma como um observador externo
classifica e descreve um grupo com base em critérios como a estrutura, os objetivos e as interações do grupo. Os sociogrupos são definidos com base em
características observáveis e podem variar dependendo das perspectivas dos observadores.
Em resumo, o psicogrupo está relacionado à experiência subjetiva dos membros de um grupo, enquanto o sociogrupo está relacionado à análise objetiva e
externa de um grupo. A teoria de Kurt Lewin enfatiza a importância de compreender ambas as perspectivas para entender as dinâmicas de grupo e a
mudança social.
2 Liderança Autocrática: Esse estilo de liderança é caracterizado pela centralização do poder nas mãos do líder.
O líder autocrático toma decisões de forma independente, com pouca ou nenhuma participação dos membros
do grupo. Esse estilo é eficaz em situações de emergência ou quando é necessário tomar decisões rápidas. No
entanto, pode resultar em baixa motivação e satisfação dos membros do grupo.
Liderança Democrática: Uma liderança democrática envolve a participação em
Liderança Laissez-Faire: O estilo de liderança
3 O futuro das minorias psicológicas é um campo complexo e em constante evolução. Minorias psicológicas se
referem a grupos que podem enfrentar discriminação, preconceito ou estigmatização devido a diferenças em
sua identidade, orientação sexual, gênero, raça, religião, deficiência, entre outros fatores. Aqui estão algumas
considerações sobre o futuro dessas minorias e suas possibilidades:
**Maior visibilidade e aceitação:** Há uma tendência crescente em muitas sociedades para reconhecer e
valorizar a diversidade. Isso inclui maior visibilidade e aceitação de minorias psicológicas. O futuro pode trazer
avanços significativos na promoção da igualdade de direitos, na redução do estigma e no aumento da
representatividade desses grupos em diferentes esferas da sociedade.
**Avanços legais e políticos:** Muitos países têm trabalhado para promulgar leis e políticas que protegem os
direitos das minorias psicológicas. Isso pode continuar a evoluir, com a implementação de leis anti-
discriminação mais abrangentes e políticas que promovem a igualdade e a inclusão.
**Acesso a serviços de saúde mental:** O acesso a serviços de saúde mental adequados é crucial para as
minorias psicológicas, que podem enfrentar estresses adicionais devido à discriminação. No futuro, é esperado
um foco maior na oferta de serviços de saúde mental sensíveis às necessidades desses grupos.
4 Maioria Demográfica: A maioria demográfica se refere à situação em que um grupo populacional constitui a
maior parte da população em termos numéricos. Isso significa que, em uma sociedade ou região, a maioria das
pessoas pertence a esse grupo em termos de idade, etnia, raça, religião, gênero, ou qualquer outra característica
demográfica mensurável. Essa maioria demográfica tende a ter mais influência política e social devido à sua
representação numérica.
Exemplo no contexto brasileiro: Um exemplo de maioria demográfica
Maioria Psicológica: A maioria psicológica refere-se à sit
Exemplo no contexto brasileiro: Um exemplo de maioria
5 Objetivos e metas do grupo: Observar os objetivos e metas do grupo é fundamental para entender a direção
específica das atividades do grupo. Isso inclui identificar se o grupo tem objetivos claros, como tomar decisões,
resolver problemas, fornecer apoio emocional, entre outros.
Comunicação e interação: Observar como os membros
Poder e liderança: Analisar a distribuição de poder e a dinâmica de liderança no grupo é importante para
identificar se há posições ou estruturas de liderança
Normas e regras: Observar as normas e regras do grupo é fundamental para entender as expectativas de
comportamento dos membros. Isso inclui normas explícitas (regr
Coesão e clima grupal: A co
Participação e contribuição: Observar a participação e a
Diversidade e inclusão: Analisar a diversidade dentro do grupo, incluindo características demográficas
6 O "esquema referencial" é um conceito desenvolvido pelo psicanalista e psiquiatra argentino Enrique Pichon-Rivière, conhecido por suas
contribuições à psicologia social e à psicologia de grupos. Esse conceito é uma parte fundamental de sua teoria e abordagem.
O esquema referencial de Pichon-Rivière se refere a um conjunto de elementos psicológicos e sociais que uma pessoa utiliza para entender a
realidade, construir significados, tomar decisões e interagir com os outros. Ele é formado por elementos internos (intra-psíquicos) e externos
(interacionais e socioculturais) e é influenciado por experiências pessoais, crenças, valores, normas sociais, entre outros.
O esquema referencial é uma espécie de "mapa mental" que guia a maneira como uma pessoa percebe o mundo e age nele. Ele molda as
interpretações individuais da realidade e influencia as relações interpessoais. Para Pichon-Rivière, compreender o esquema referencial de uma
pessoa é fundamental para a análise de suas ações, comportamentos e interações sociais.
Na terapia de grupo e na psicologia social, o esquema referencial é usado para ajudar os indivíduos a explorar e compreender suas crenças, valores e
experiências que moldam suas interações com os outros. Isso pode ser útil para promover a conscientização, a mudança e o crescimento pessoal.
Em resumo, o esquema referencial de Pichon-Rivière é uma ferramenta conceitual que ajuda a descrever e compreender a influência das
experiências e das percepções individuais sobre o comportamento e as interações sociais. Ele desempenha um papel importante em sua abordagem à
psicologia social e à terapia de grupo.
7 O "esquema de cone invertido" é uma representação gráfica desenvolvida por Enrique Pichon-Rivière, um psiquiatra e psicanalista argentino
conhecido por suas contribuições à psicologia social e à psicologia de grupos. Esse esquema é uma ferramenta visual que ele utilizava para ilustrar
sua teoria sobre a estrutura da personalidade e as influências sociais e culturais sobre o indivíduo.
O "cone invertido" representa a estrutura da personalidade de acordo com Pichon-Rivière, onde a parte superior do cone representa a consciência e a
parte inferior representa o inconsciente. O cone é dividido em várias camadas, cada uma representando diferentes aspectos da personalidade e das
influências sociais. Aqui estão as principais camadas do "cone invertido" de Pichon-Rivière:
**Núcleo Central (Núcleo Psicótico):** Na parte mais profunda do cone, encontramos o núcleo central, que representa o inconsciente. Aqui estão
as questões mais profundas, traumas e complexos que afetam a personalidade de uma pessoa.
**Camada Intermediária (Camada Neurotizante):** Esta camada representa aspectos mais conscientes da personalidade, mas ainda profundamente
enraizados. Aqui, encontramos conflitos e questões que podem ser reconhecidos, mas que também têm um impacto significativo na maneira como a
pessoa interage com o mundo.
**Superfície (Camada Limítrofe):** Na superfície do cone, encontramos aspectos mais conscientes e adaptativos da personalidade. Aqui, as
influências sociais, as normas culturais e a interação com o ambiente desempenham um papel importante na formação da personalidade.
**Ambiente Social (Contexto Social):** A base do cone representa o ambiente social mais amplo no qual a pessoa está inserida. Essa camada inclui
a família, amigos, comunidade e cultura que moldam a personalidade do indivíduo.
O "cone invertido" de Pichon-Rivière destaca a ideia de que a personalidade de uma pessoa é influenciada por uma interação complexa entre fatores
internos (inconscientes) e externos (sociais e culturais). Ele enfatizou a importância de compreender essa dinâmica para entender a formação da
personalidade e as relações interpessoais.
Em resumo, o "cone invertido" é uma representação visual da teoria de Pichon-Rivière sobre a estrutura da personalidade e as influências sociais e
culturais sobre o indivíduo. Ele ilustra como a personalidade é moldada por fatores internos e externos, com o inconsciente no centro do processo.
8 Um grupo operativo é uma abordagem específica na psicologia social, desenvolvida principalmente por Enrique Pichon-Rivière, um psiquiatra e
psicanalista argentino, e posteriormente refinada por outros psicólogos sociais. Os grupos operativos têm características distintas que os diferenciam
de outros tipos de grupos. Aqui estão as principais características de um grupo operativo:
**Foco em Tarefas e Objetivos:** Os grupos operativos são formados com um propósito claro e específico. Eles se concentram em tarefas e
objetivos concretos, como resolver um problema, tomar decisões, realizar um projeto ou alcançar uma meta específica. A ênfase está na realização
de ações práticas.
**Participação Ativa de Todos:** Todos os membros do grupo têm a oportunidade de participar ativamente das discussões e da tomada de decisões.
O grupo é projetado para ser colaborativo, com a contribuição de cada membro sendo valorizada.
**Estrutura Flexível:** Os grupos operativos tendem a ter uma estrutura mais flexível, adaptando-se às necessidades e aos objetivos específicos de
cada situação. Isso permite que o grupo se organize de maneira eficaz para atingir seus objetivos.
**Processo de Reflexão e Aprendizado:** Os grupos operativos valorizam a reflexão sobre as ações realizadas e o aprendizado contínuo. Os
membros do grupo avaliam o progresso, identificam obstáculos e buscam soluções para melhorar o desempenho.
**Foco na Dinâmica Grupal:** A dinâmica grupal é uma preocupação central em grupos operativos. Os facilitadores ou líderes do grupo estão
atentos às interações e à comunicação entre os membros, buscando identificar e lidar com possíveis conflitos ou dificuldades de relacionamento que
possam surgir.
**Tempo Limitado:** Grupos operativos geralmente têm um tempo definido para alcançar seus objetivos. Isso ajuda a manter o foco e a motivação
dos membros e permite que o grupo alcance resultados em um período específico.
**Aprendizado Experiencial:** A abordagem dos grupos operativos enfatiza o aprendizado por meio da experiência prática e da ação. Os membros
aprendem ao enfrentar desafios, tomar decisões e resolver problemas juntos.
**Aplicação em Diversos Contextos:** Grupos operativos são aplicados em uma variedade de contextos, como organizações, instituições de saúde,
educação, e podem abordar uma ampla gama de questões, desde questões administrativas até problemas clínicos ou sociais.
Os grupos operativos visam promover a ação, a aprendizagem e a resolução de problemas por meio da colaboração e da reflexão. Eles são usados
como uma ferramenta eficaz em muitos contextos para melhorar o desempenho, a eficiência e a qualidade das decisões e ações de grupos.
9 Enrique Pichon-Rivière, um psicanalista e psiquiatra argentino conhecido por suas contribuições à psicologia social e à psicologia de grupos,
identificou vários papéis que os membros de um grupo podem desempenhar. Ele descreveu esses papéis como "posições" e argumentou que eles
podem influenciar significativamente a dinâmica do grupo. Aqui estão alguns dos papéis ou posições mais comuns que podemos encontrar em
grupos, de acordo com Pichon-Rivière:
**Líder:** O líder é aquele que assume a liderança do grupo, toma decisões e fornece direção. Pode ser um líder formal, como um gerente, ou um
líder informal que exerce influência sobre os outros membros.
**Bode Expiatório:** O bode expiatório é alguém que frequentemente é responsabilizado por problemas ou conflitos no grupo, mesmo que não seja
necessariamente a fonte do problema. O bode expiatório pode ser usado para desviar a atenção de questões mais profundas.
**Bode Scape:** Ao contrário do bode expiatório, o bode scape é alguém que é considerado um herói, uma pessoa cujas ações são vistas como a
solução para os problemas do grupo. Essa pessoa pode ser idealizada.
**Sabotador:** O sabotador é alguém que, consciente ou inconscientemente, mina o progresso do grupo. Pode agir de forma disruptiva ou contrária
aos objetivos do grupo.
**Porta-Voz ou Representante:** O porta-voz ou representante é alguém que fala em nome do grupo ou de um subgrupo. Eles expressam as
opiniões e necessidades do grupo perante os outros.
**Bem-Amado:** O bem-amado é alguém que é amplamente aceito e querido pelo grupo. Sua opinião muitas vezes carrega mais peso e influência.
**Isolado:** O isolado é um membro que se sente excluído ou não integrado ao grupo. Eles podem ter dificuldade em se envolver nas atividades do
grupo.
**Observador:** O observador é alguém que tende a ficar em segundo plano e a observar as interações do grupo, muitas vezes sem se envolver
ativamente. Eles podem ser reservados e reticentes em participar.
**Questionador:** O questionador é alguém que desafia as ideias e decisões do grupo. Eles frequentemente levantam questões críticas e podem
ajudar o grupo a considerar alternativas.
**Facilitador:** O facilitador é alguém que ajuda o grupo a se manter organizado e focado em suas tarefas e objetivos. Eles podem ajudar a manter
a comunicação eficaz e resolver conflitos.
É importante notar que os papéis ou posições em um grupo podem ser desempenhados por diferentes membros em momentos diferentes, e os
membros podem assumir mais de um papel ao longo do tempo. A compreensão dessas posições pode ajudar a melhorar a dinâmica do grupo,
identificar possíveis conflitos e promover uma colaboração mais eficaz.
10 Na atenção básica em saúde, é comum a formação de diversos tipos de grupos como parte das estratégias de promoção da saúde, prevenção de
doenças e atendimento à comunidade. Esses grupos visam atender às necessidades de saúde da população em um contexto mais amplo e com
abordagens variadas. Alguns dos principais tipos de grupos que podem ser formados na atenção básica incluem:
**Grupos de Educação em Saúde:** Esses grupos têm como objetivo fornecer informações e promover a educação sobre temas de saúde, como
prevenção de doenças, nutrição, planejamento familiar, cuidados com bebês, entre outros.
**Grupos de Hipertensos e Diabéticos:** Muitas vezes, pacientes com hipertensão e diabetes são convidados a participar de grupos de apoio e
monitoramento, onde podem aprender a controlar sua condição, receber suporte e compartilhar experiências com outros pacientes.
**Grupos de Gestantes:** São grupos formados por mulheres grávidas, onde podem receber orientações sobre cuidados pré-natais, preparação para
o parto e informações sobre a saúde do bebê.
**Grupos de Saúde Mental:** Esses grupos são destinados a pessoas que enfrentam desafios de saúde mental, como depressão, ansiedade,
transtornos de humor, onde podem receber apoio, terapia em grupo e estratégias para o manejo de suas condições.
**Grupos de Tabagismo:** Visam ajudar as pessoas a parar de fumar, oferecendo suporte, informações sobre os riscos do tabagismo e estratégias
para abandonar o hábito.
11 A diferença entre maioria psicológica e maioria demográfica se refere à natureza das maiorias em um determinado contexto. Aqui estão as
definições de cada um desses conceitos e exemplos no contexto brasileiro:
**Maioria Psicológica:** A maioria psicológica se refere à situação em que um grupo de pessoas compartilha uma opinião, crença, atitude ou
perspectiva comuns, mesmo que não sejam numericamente a maioria na população. Em outras palavras, é quando um conjunto de pessoas tem uma
visão predominante sobre um assunto específico. A influência da maioria psicológica é baseada na aceitação geral de um conjunto particular de
ideias.
**Exemplo no contexto brasileiro:** Um exemplo de maioria psicológica no Brasil é a crescente aceitação da diversidade sexual e de gênero.
Embora as pessoas que defendem e apoiam os direitos LGBTQ+ não sejam numericamente a maioria, houve um aumento significativo na aceitação
social e na compreensão de questões relacionadas à diversidade sexual e de gênero, refletindo uma maioria psicológica em evolução.
**Maioria Demográfica:** A maioria demográfica se refere à situação em que um grupo de pessoas é numericamente superior em relação a uma
característica demográfica específica, como idade, gênero, etnia, religião, entre outras. Nesse caso, a maioria demográfica se baseia na quantidade, e
o grupo numericamente maior exerce uma influência proporcionalmente maior em uma determinada área ou sociedade.
**Exemplo no contexto brasileiro:** Um exemplo de maioria demográfica no Brasil é a maioria da população brasileira que se autodeclara como
pertencente ao grupo racial "pardo" (uma categoria que engloba diversas identidades étnicas e raciais). Em termos de etnia, o grupo "pardo"
constitui a maioria demográfica no Brasil.
É importante ressaltar que esses conceitos nem sempre são mutuamente exclusivos e podem variar em relação a diferentes características
demográficas e psicológicas. Além disso, as dinâmicas sociais evoluem ao longo do tempo, e as maiorias psicológicas e demográficas podem mudar
em resposta a transformações culturais, sociais e políticas.
12 O filme "A Onda" (Die Welle) é uma obra que aborda temas relacionados à psicologia social e aos processos grupais. A história é baseada em
fatos reais e mostra como um professor de ensino médio alemão decide criar um experimento social em sala de aula para demonstrar os efeitos da
conformidade e do autoritarismo em grupos. Uma cena particularmente significativa é a que ocorre durante um dos encontros do grupo chamado "A
Onda". Vou analisar essa cena considerando a dinâmica dos processos grupais:
**Contexto da cena:** Durante o experimento, o professor, Rainer Wenger, introduz o grupo "A Onda" como uma forma de demonstrar como o
autoritarismo e a conformidade podem emergir rapidamente em um grupo, mesmo entre jovens que inicialmente não possuem tendências
autoritárias. Os membros do grupo começam a adotar uniformes, símbolos e cumprimentam uns aos outros com uma saudação específica.
**Conformidade:** A cena ilustra de maneira vívida a rapidez com que os membros do grupo se conformam às novas regras e rituais. Eles seguem
as orientações do líder (professor Wenger) e adotam comportamentos e símbolos específicos para se encaixar no grupo. A conformidade é um dos
conceitos-chave em psicologia social, e a cena retrata como as pessoas muitas vezes cedem às pressões do grupo para se encaixar.
**Liderança e Autoritarismo:** O professor Wenger, como líder do grupo, desempenha um papel fundamental na criação de um ambiente
autoritário. Sua influência e controle sobre os membros do grupo se tornam evidentes à medida que as regras e normas rígidas são estabelecidas.
Isso destaca como a liderança pode moldar a dinâmica de um grupo e influenciar a conformidade dos membros.
**Identificação e Coesão do Grupo:** Os membros do grupo "A Onda" desenvolvem um forte senso de identidade de grupo. Isso é evidenciado
pelo uso de uniformes, símbolos e saudações, que são todos elementos de coesão grupal. A cena mostra como a coesão do grupo pode levar a uma
identificação intensa com o grupo e a uma maior conformidade.
**Desindividualização:** A adoção de uniformes e símbolos por parte dos membros do grupo contribui para a desindividualização, onde os
indivíduos começam a ver a si mesmos como parte de um coletivo em vez de como indivíduos autônomos. Isso pode levar à diminuição da
responsabilidade pessoal e à disposição de cometer atos que, de outra forma, seriam considerados inaceitáveis.
**Efeito de Cascata:** A cena também ilustra o fenômeno de "efeito de cascata", onde, uma vez que alguns membros começam a aderir às novas
normas do grupo, outros seguem o exemplo. O comportamento de um membro influencia os demais, criando uma dinâmica em cascata.
A cena em "A Onda" é um exemplo poderoso de como os processos grupais, como conformidade, liderança, coesão e desindividualização, podem
levar a mudanças significativas no comportamento e nas atitudes dos indivíduos dentro de um grupo. Ela destaca os perigos da conformidade cega e
do autoritarismo quando não há reflexão crítica e responsabilidade individual.
13 A distinção entre "grupos sujeitos" e "grupos sujeitados" é um conceito desenvolvido pelo filósofo e psicanalista Félix Guattari, frequentemente
associado a sua colaboração com Gilles Deleuze. Essa distinção é fundamental em suas reflexões sobre a política, a psicologia social e a análise das
relações de poder. Aqui estão as definições de cada um desses tipos de grupos:
**Grupos Sujeitos (ou Grupos Sujetantes):** Os grupos sujeitos são aqueles em que os indivíduos participantes têm uma voz ativa, autonomia e
participam na tomada de decisões. São espaços nos quais as pessoas se sentem empoderadas, têm agência e influenciam ativamente as dinâmicas do
grupo e do ambiente ao seu redor. Nesses grupos, as relações de poder tendem a ser mais horizontais e democráticas.
**Grupos Sujeitados (ou Grupos Sujetados):** Os grupos sujeitados são aqueles em que os indivíduos são submetidos a uma autoridade ou
estrutura de poder dominante. Neles, a autonomia e a voz dos participantes são limitadas, e eles têm menos controle sobre as decisões e a dinâmica
do grupo. Esses grupos podem refletir hierarquias de poder, opressão ou formas de controle autoritário.
Guattari enfatiza que a distinção entre grupos sujeitos e grupos sujeitados não é rígida e pode variar ao longo do tempo e em diferentes contextos.
Além disso, ele argumenta que a transformação de grupos sujeitados em grupos sujeitos é uma questão política e social importante, pois envolve a
busca por maior igualdade, participação e emancipação.
Essa distinção é relevante para a análise das dinâmicas de grupos, da política e das relações de poder, e Guattari a utiliza como um quadro
conceitual para entender como a autonomia e a agência dos indivíduos são moldadas pelos grupos aos quais pertencem e pelas estruturas sociais
mais amplas em que estão inseridos.
14 A transversalidade é um conceito que se refere à ideia de que determinadas questões, temas ou abordagens podem e devem ser considerados de
forma interdisciplinar, permeando várias áreas de conhecimento, em vez de serem abordados de maneira isolada ou setorial. É um princípio que
enfatiza a interconexão e a interação entre diferentes domínios de conhecimento e áreas de atuação.
A transversalidade é frequentemente usada em diversos campos, incluindo educação, saúde, planejamento urbano, políticas públicas e ciências
sociais. Ela pode ser aplicada de várias maneiras:
**Educação:** Na educação, a transversalidade envolve a integração de temas e conceitos em várias disciplinas, permitindo que os alunos
compreendam como diferentes áreas de conhecimento se relacionam. Por exemplo, a educação ambiental pode ser abordada em várias disciplinas,
não apenas em ciências, para promover a conscientização sobre questões ambientais.
**Saúde:** Na área da saúde, a transversalidade pode envolver a consideração de fatores sociais, econômicos e culturais ao abordar questões de
saúde. Isso significa reconhecer que a saúde de uma pessoa é influenciada por uma variedade de fatores além de simplesmente aspectos médicos,
como acesso a serviços de saúde, condições de vida, comportamentos de saúde, entre outros.
**Políticas Públicas:** A transversalidade em políticas públicas implica a colaboração e coordenação entre diferentes órgãos do governo e setores
da sociedade para abordar questões complexas que não se limitam a uma única área. Por exemplo, a política de segurança pública pode envolver a
cooperação entre as áreas de polícia, educação, assistência social e saúde.
**Ciências Sociais:** Nas ciências sociais, a abordagem transversal considera como diferentes fatores e disciplinas se interconectam para entender
questões complexas, como desigualdade social, migração, violência, etc.
A transversalidade promove uma visão mais holística e integrada das questões, reconhecendo que problemas do mundo real geralmente não se
encaixam em caixas disciplinares rígidas. Ela busca promover a colaboração, a interdisciplinaridade e uma compreensão mais completa e eficaz de
questões complexas e interconectadas. Isso é particularmente importante quando se lida com problemas globais e sociais que não podem ser
eficazmente resolvidos em isolamento.
15 A Psicoterapia Institucional é uma abordagem terapêutica que se desenvolveu no contexto de instituições psiquiátricas, com ênfase na
transformação das práticas institucionais para melhor atender às necessidades dos pacientes com doenças mentais. A experiência de La Borde é um
exemplo notável dessa abordagem.
**Psicoterapia Institucional:**
A Psicoterapia Institucional surgiu no campo da psiquiatria e da saúde mental no século XX como uma resposta às práticas psiquiátricas tradicionais
que muitas vezes eram coercitivas, desumanas e desprovidas de considerações terapêuticas significativas. Ela se concentra em transformar as
instituições de saúde mental, como hospitais psiquiátricos, em ambientes terapêuticos onde os pacientes são considerados ativamente na gestão e na
tomada de decisões sobre sua própria terapia e cuidados.
**Participação ativa dos pacientes:** Os pacientes têm voz ativa nas decisões que afetam suas vidas e tratamentos. Isso promove o empoderamento
e a autodeterminação dos pacientes.
**Integração da vida cotidiana:** A Psicoterapia Institucional procura integrar a vida cotidiana dos pacientes à terapia, de modo que a terapia não
seja separada da vida real.
**Experiência de La Borde:**
A experiência de La Borde é um exemplo notável de uma instituição que adotou os princípios da Psicoterapia Institucional. La Borde é uma clínica
psiquiátrica localizada na França, que foi fundada pelo psicanalista Jean Oury e a psiquiatra Félix Guattari. Ela se tornou um modelo de práticas
inovadoras na área da saúde mental.
**Descentralização da autoridade:** Em La Borde, a autoridade não era centralizada nas mãos de um único psiquiatra ou diretor. Em vez disso,
havia uma abordagem colaborativa, onde os pacientes participavam ativamente das decisões terapêuticas, e a equipe trabalhava de maneira mais
horizontal.
**Integração da vida comunitária:** A vida na instituição estava integrada à vida comunitária, com pacientes e profissionais compartilhando
responsabilidades, tarefas e interações do dia a dia.
**Trabalho terapêutico contínuo:** A terapia não era restrita a sessões individuais ou grupais agendadas; era um processo contínuo que permeava a
vida na instituição. A abordagem era mais aberta à psicanálise, mas também aberta a influências de outras áreas, como a antipsiquiatria.
A experiência de La Borde desafiou as abordagens tradicionais da psiquiatria ao promover um ambiente terapêutico mais democrático e integrado.
Ela influenciou as práticas em saúde mental, enfatizando a importância de levar em consideração o contexto institucional e social no tratamento de
pacientes com doenças mentais.
Em resumo, a Psicoterapia Institucional, exemplificada pela experiência de La Borde, busca transformar as práticas institucionais em saúde mental,
promovendo a participação ativa dos pacientes, a desinstitucionalização e a integração da terapia à vida cotidiana. Ela é um marco na evolução das
práticas terapêuticas e no tratamento de pessoas com doenças mentais.