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EVOLUTIVA DAS
GRUPOTERAPIAS PRINCIPAIS
REFERENCIAIS TEÓRICO-
TÉCNICOS
Professora Gisele Peres
• A psicologia grupal é resultante da confluência das
contribuições provindas da teoria psicanalítica e das
Ciências Sociais, através dos ramos da Sociologia,
Antropologia Social e da Psicologia Social.
• Vertentes:
• 1- Empírica: é aquela que é mais fruto de uma
intuição e experimentação do que, propriamente, de
bases cientificas. (J. Pratt, 1905) Criou, intuitivamente,
o método de “classes coletivas”, as quais consistiam
em uma aula prévia ministrada por Pratt sobre a
higiene e os problemas da tuberculose, seguida de
perguntas dos pacientes e da sua livre discussão com
o médico.
• 2. Psicodramática: Este método foi criado pelo
médico romeno Jacobo Moreno que, em 1930,
introduziu a expressão "terapia de grupo”. O seu amor
pelo teatro, desde a infância, propiciou a utilização de
uma importante técnica grupal.
• 3. Sociológica: A vertente sociológica é fortemente inspirada
em Kurt Lewin, criador do termo “dinâmica de grupo”, que
substitui o conceito de “classe” pelo de “campo". Este autor, a
partir de 1936, concentra todos os seus esforços no sentido
de integrar as experiências do campo das ciências sociais ao
dos grupos. Para tanto, criou “laboratórios” sociais com a
finalidade de descobrir as leis grupais gerais que regem a vida
dos grupos humanos e a de diagnosticar uma situação grupai
especifica.
• Para K. Lewin, qualquer indivíduo, por mais ignorado que
seja, faz parte do contexto do seu grupo social, o influencia e
é por este fortemente influenciado e modelado.
• 4. Filosófico-existencial. A contribuição dos filósofos e
literatos à compreensão da dinâmica grupai, pode ser
sintetizada na obra de J. P. Sartre. Esse autor, em seu último
escrito filosófico-existencialista. Crítica da razão dialética, em
1960, ocupa-se basicamente com as questões da liberdade e
com a das responsabilidades, individual e coletiva, bem como
do jogo dialético entre ambas. Estudou o processo de
formação dos grupos, em especial no que diz respeito à
formação da “totalidade grupai", a qual se comporta como
uma nova unidade, concepções acerca da "serialidade”.
• 5. Grupos operativos: O grande nome nessa área é o do psicanalista
argentino Pichon Rivière que, partindo de seu "Esquema conceitual
referencial operativo” (ECRO) aprofundou o estudo dos fenômenos
que surgem no campo dos grupos que se instituem para a finalidade
não de terapia, mas, sim, a de operar numa determinada tarefa
objetiva, como, por exemplo, a de ensino-aprendizagem.
• 6. Institucional. O autor que mais estudou as organizações
institucionais foi Elliot Jacquesf1 2), psicanalista inglês de formação
kleiniana. Ele concebe que as instituições, da mesma forma que os
sistemas sociais, se estruturam como defesas contra as ansiedades
persecutórias e depressivas. Jacques enfatiza as subjacentes
fantasias inconscientes, bem como o jogo das identificações
projetivas e introjetivas entre os membros das instituições e que são
as responsáveis pela distribuição dos papéis e posições.
• 7. Grupos comunitários: Deve-se, principalmente, a Maxwell Jones o
aproveitamento de todo o potencial terapêutico (ambientoterapia)
que emana dos diferentes grupos que estão presentes no ambiente
de uma instituição assistencial — um hospital psiquiátrico, por
exemplo — e que totalizam o que ele denominou de “comunidade
terapêutica”.
• 8. Comunicacional-interacional. Esta vertente vem ganhando uma
importância cada vez maior entre todos os interessados em grupos.
Muitos são os estudiosos que têm esclarecido a semiótica, a sintaxe e
a semântica da normalidade e da patologia da comunicação, tanto a
verbal como a não-verbal. (D. Liberman)
• 9. Gestáltica. O fundador da Gestalterapia é Frederik Perls, que se
baseia no fato de que um grupo se comporta como um catalizador: a
emoção de um desencadeia emoções nos outros, e a emoção de cada
um é amplificada pela presença dos outros.
• 10. Teoria sistêmica. Base da moderna terapia da família, essa teoria,
como o nome sugere, concebe a família como um sistema em que os
seus diversos componentes se dispõem numa combinação e
hierarquização de papéis que visa, sobretudo, manter o equilíbrio do
grupo.
• 11. Cognitivo-Comportamental. A corrente comportamentalista parte
do princípio de que o importante não é o acesso e a abordagem da
conflitiva inconsciente profunda dos pacientes; antes, ela preconiza a
relevância de que o paciente deva tomar um claro conhecimento da
sua conduta consciente, em relação ao seu grupo social. A partir dai,
são utilizadas as variadas técnicas de reeducação.
• 12. Teoria psicanalítica. De forma direta ou indireta, inúmeros
psicanalistas pertencentes a diferentes correntes e gerações têm
contribuído decisivamente para a compreensão e utilização da
técnica grupai. No entanto, é de justiça destacar três deles: Freud,
Bion e Foulkes.
• Freud, por quem começa qualquer vertente psicanalítica construiu o
sólido edifício teórico-técnico (descoberta do inconsciente dinâmico,
ansiedades, regressão, complexo de Édipo, formação do superego,
etc.) que, indiretamente, se constitui como o alicerce básico da
dinâmica grupai. Aliás, ele assinalou que a "psicologia individual e a
psicologia social não diferem em sua essência"(8). Apesar de Freud
nunca ter pradcado ou recomendado a grupoterapia. O seu trabalho
de 1921 (8) é considerado como particularmente o mais importante
para o entendimento da psicodinãmica de grupos. Nesse trabalho,
Freud faz as seguintes abordagens: uma revisão sobre a psicologia
das multidões, os grandes grupos artificiais (igreja e exército), os
processos identificatórios (os projetivos e os introjetivos), as
lideranças e as forças que influem na coesão e na desagregação dos
grupos.
• Bion nos anos 40, aplicar os princípios kleinianos para
o entendimento das experiências que ele realizou com
grupos, e das quais extraiu os seus importantes e bem
conhecidos conceitos. Exemplos disso: a oposição
entre o que chama de “grupo de trabalho”
(consciente) e os “supostos básicos” (inconscientes), a
"mentalidade grupai", a noção de "grupos sem líder”,
a “mudança catastrófica. Sob a inspiração dos
mecanismos psicóticos inconscientes que ele
observou subjacentes nos grupos, Bion, na década 50,
dedicou-se à análise e ao estudo de pacientes
esquizofrênicos e, a partir dai, nos anos 60,
floresceram, entre outras, as suas geniais
investigações sobre os processos do pensamento, do
conhecimento (ou desconhecimento) das verdades e
o da experiência emocionalinteracional no vinculo
analista-analisando, etc. Estas conceituações são,
hoje, consideradas de fundamental importância para
os grupoterapeutas.
• Foulkes foi quem, em Londres, em 1948, inaugurou a prática da
psicoterapia psicanalítica de grupo, com enfoque gestáltico. Para ele
o grupo se organiza como uma nova totalidade, diferente da soma
dos indivíduos. O autor introduziu uma série de conceitos e
postulados que serviram de principal referencial de aprendizagem a
sucessivas gerações de grupoterapeutas, sendo que ele é
considerado o líder mundial da psicoterapia analítica de grupo.