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Revisão

Psicologia Institucional
Temas básicos de Psicologia

A estratégia clínica:

 Quanto a resistência: objetivos da empresa, expectativas quanto a trabalho

de assessoria do psicólogo: fantasias e projeções.

 Sempre deve-se contar com resistências por parte da instituição e esta deve

ser investigada.

O receio do novo, do desconhecido é normal, é esperado.

 Uma instituição encontra-se adoecida se NÃO apresenta conflitos.


Elementos dificultadores

 A estereotipia enquanto modelo para trabalhar com os problemas e

ansiedades – rígida e repetitiva.

 Forma defensiva extrema - não há solução, está posto, enraizado – dilemas

 A ambiguidade enquanto amenizadora da situação problema.

Todos estes elementos dificultam o trabalho, pois dão o aspecto de que não há

conflito. Quanto mais ambiguidade e estereotipia houver nas relações, mais

riscos há no trabalho do psicólogo.


O psicólogo institucional, segundo Bleger:

 Olhar da psicologia SOCIAL, a partir da abordagem PSICANALÍTICA

 Parte-se do pressuposto que a personalidade do sujeito é formada pela

relação entre o EGO SINCRÉTICO e o EGO ORGANIZADO – não

separação entre sujeito, grupo e instituição.


 Sujeito não nasce isolado de seu meio para somente depois participar do

processo de socialização

Indiferenciação entre o eu e o outro na qual durante o desenvolvimento

ocorrerá a distinção – simbiótico/sincrético.

Permite a partir daí, a construção da identidade – diferenciação do outro, logo

diferencia-se do mundo.

Haverá sempre resquícios dessa indeterminação.


 Tais restos estabelecem um grau/intensidade do sincretismo e da simbiose –

gera ambiguidade nas relações sociais.

 Conteúdos internos projetados no outro.

 O que é fantasia do sujeito e o que é realidade do outro.

 Surgem impulsos agressivos, libidinosos ao mesmo tempo.


 Ego organizado: elementos estão mais diferenciados, consequência relação

normatizadora e regulada com o meio: controle do superego

 Possibilidade de nos ver, diferenciar em relação com o outro.

 Discriminação entre ego sincrético e ego organizado – CLIVAGEM


 Mecanismo de união do ego que permite a existência simultânea de duas

ações relacionadas ao meio – uma considera este meio e outra o nega – reflete

na sociabilidade.

 Identidade – indivíduo – uma diferenciação dentro do contexto baseado na

indiferenciação.
 O grupo é consequência dessa possibilidade de criar vínculo – sincretismo – e

se relacionar - sociabilidade do ego organizado.

 Grupo – constante movimento de indiferenciação e diferenciação.

 Ex.: Fila de espera – não há interação entre as pessoas – isoladas.

Diferenciação pela ordem de chegada – se assemelham na regra a ser

cumprida – certo tipo de sociabilidade.


As relações nas Organizações são viáveis devido a elementos que normatizam,

organizam e controlam a personalidade, ou a relação – garantem a clivagem.

Se houver mudanças na Organização, haverá transformação na personalidade

dos integrantes: local de sociabilidade sincrética – tendência a burocracia e

resistência a mudanças.

 Não há medo do desconhecido, mas do que já está estabelecido.


Identidade grupal

 Relacionada a identidade de cada sujeito pertencente a este grupo:

A relação entre os membros enquanto base para o trabalho em comum – com

normas,

Vínculo na tendência a finalizar com os limites e diferenças entre os membros e

as tarefas a se realizar (todos fazem a mesma tarefa, ação – identidade grupal

sincrética).
 Sujeitos simbióticos – dependentes,

 Indivíduos neuróticos ou normais – tem sua personalidade preservada,

desenvolver relação por interação – produtivos / motivados,

 Sujeitos em um grupo que se apresenta como auxiliar, sem muita

importância, fogem do vínculo simbiótico.


Intervenção grupal –
olhar psicanalítico

 A instituição fornece um objeto ideal:

Um objetivo almejado pelos membros, um crescimento profissional, a

experiência, uma ideia.

Depositam suas energias, responsabilidades e dedicação.


Instituições

 São sistemas imaginários

Fornecem ilusões – garantem proteção e satisfação aos membros:

Crença de que o participante terá seus anseios, fantasias e medos atendidos de

determinada forma.
 São partes da sociedade: mas tem uma lógica própria, que contem resquícios

do contexto social e cultural.

Realiza suas funções e consequentemente põe em prática outras.

Ex.: Instituição mãe – realiza funções de necessidades e satisfação.

Mobiliza afetos, busca regular psiquicamente cada indivíduo –

identificação do indivíduo com o grupo e envolvimento destes:

Tais bases de identificação nos antecedem – nos determinam, formam nossa

personalidade.
Grupo

 Conjunto de pessoas agem e interagem sob determinadas regras.

 Sociabilidade com base na indiferenciação – partes da personalidade do

sujeito que permanecem camufladas no grupo, na realidade estão presentes.

Não se diferencia o que é parte do indivíduo e o que não é.

 Sociabilidade sincrética

Grupo de pessoas aguardando ônibus na fila


 Freud demonstra preocupação com os grupos e instituições:

 A partir da identificação entre duas ou mais pessoas surge a possibilidade

dos grupos e posteriormente das instituições.

 Grupo: oferece lugar de acolhimento, pertencimento – aprisionamento e

frustração.

 Relação real e a relação imaginária entre os membros do grupo, que não se

expõe – explica diversos fenômenos incompreendidos.


 Dois lados:

Voltado para o externo, social: regras, rituais, rotina – protege e regula o grupo do

exterior

Voltado para o interior: é imaginário, estado psíquico.

 Grupo novo age voltado mais para o imaginário.

Indivíduo novo regride: sente angustias e tem consigo diversos mecanismos de defesa.

 A partir de tais emoções, o sujeito encontra apoio no grupo, pela ideia/ideal de

pertencimento.
 A função da instituição é garantir a manutenção e ordem dos grupos, evitar

problemas, definir novas regras e limites necessários: Controle social.

 Consequentemente regula a personalidade de cada membro e vice-versa:

equilíbrio.

 O sofrimento está nos contratos e acordos estabelecidos entre os membro de

determinado grupo – cria-se ilusões acerca do esperado nas relações.


Entrevistas

 Método clínico

 Técnica de investigação científica: regras e procedimentos próprios

 Verifica e aplica o conhecimento – processo de interação


FECHADA:

 Questionário

Perguntas previstas – tanto ordem, quanto maneira

 Manipula, direciona.

ABERTA:

Liberdade para entrevistador

 Sem roteiro, flexível

 Entrevistado direcione a entrevista a partir da sua personalidade, suas

questões
 INDIVIDUAL ou GRUPAL

Dependendo do objetivo:

 CONSULTA ou PESQUISA

 Diferença entre entrevista e anamnese

Entrevista: direcionada pelas variáveis trazidas pelo sujeito entrevistado.

Determinado pela sua personalidade

Entrevistador controla a entrevista.


 Não pode excluir nem substituir outros procedimentos de investigação

Não pode ser fixo, mas dinâmico

 pode sofrer alterações a depender do andar da conversa.

 Foca no entrevistador – contratransferência, identificação

 Foca no entrevistado – transferência, comportamento, caráter, ansiedades

 Foca na relação estabelecida – interação, processo da comunicação

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