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Universidade Paulista - UNIP

Disciplina: Estratégias de Intervenção Psicológica


Estágio: Intervenção Psicológica na Queixa Escolar
Professor/Supervisor: Rita
Aluna: Dayane de Morais Aveiro RA: C55278-0
Semestre: 9° Turno: manhã

Referência bibliográfica: SOUZA, Beatriz de Paula. Apresentando a Orientação à Queixa


Escolar. In: Orientação à Queixa Escolar. SOUZA, Beatriz de Paula (org.). São Paulo: Portal
de livros abertos da USP, 2007. p.p. 97 – 117.

Os desenvolvimentos teórico-práticos da psicologia escolar, apontam a importância de


se investir no sentido de contribuir para a melhoria da rede escolar. Os psicólogos vêm
ampliando e aperfeiçoando intervenções junto às escolas, com intuito de problematizar e
reverter funcionamentos institucionais produtores de fracasso e sofrimento escolar.
No entanto, tais atuações não dão conta de sofrimentos e fracassos individuais, que
permanecem cristalizados. Necessita-se uma abordagem que aprofunde a compreensão das
relações em que indivíduo e instituição se constituem mutuamente, sem negar nem um e nem
outro.
Queixa escolar: 65% da queixa de pacientes infanto-juvenis eram/são relacionadas as
atividades escolares, de acordo com levantamentos anuais.
A visão crítica acerca dos funcionamentos escolares cotidianos produtores do fracasso
incentivou assessoria aos psicólogos. Para isso, era preciso desenvolver uma abordagem que
superasse as dificuldades das práticas tradicionais.
Era preciso incluir a escola na investigação e na intervenção. Perguntas como:
 Em que tipo de classe está?
 Quantas professoras teve este ano?
 Onde se senta na classe?
 Qual frequência com que ocorre falta dos professores?
 Em que momento da carreira escolar emergiu a queixa em questão?

Assim, impulsionadas por tais necessidades, surgiu uma abordagem em atendimento


psicológico que foi chamado de Orientação à Queixa Escolar.
A Orientação à queixa escolar parte de determinada concepção da natureza e da gênese
da queixa escolar, entendida como aquela quem tem, em seu centro, o processo de
escolarização. Possui como personagens principais, a criança/adolescente, sua escola e sua
família. O universo sustentado é o universo escolar.
Têm como objetivo de investigação/intervenção desta rede e como as relações entre
seus integrantes se desenvolvem.
Tem como princípios técnicos:
 Colher e problematizar as versões de cada participante da rede (crianças, família e
escola);
 Promover a circulação de reflexões e informações pertinentes e integração do
confronto desta rede, buscando soluções conjuntamente;
 Identificar, mobilizar e fortalecer potências contidas nesta rede, de modo que ela possa
superar a situação produtora da queixa.

Abordagem breve por dois motivos:


1. Objetiva auxiliar a rede na movimentação no sentido da superação da queixa;
2. Constituição do terapeuta como objeto subjetivo (consultas terapêuticas);
O processo costuma durar entre dois e três meses

Abordagem focal:
 Centra-se na queixa escolar, num campo bastante amplo de investigação/intervenção,
com olhar voltado para as relações dos conteúdos emergentes em tal queixa, buscando
compreender a mensagem que a queixa comunica.

Etapas da abordagem:

1. Triagem de orientação
 Encontro com a família, onde solicita-se a o material escolar da criança, rica em fonte
de informação;
 Apresentar a modalidade de atendimento;
 Colher a versão da família acerca da queixa
 Investigar e pensar a demanda que se apresenta.
 Não há um roteiro de perguntas pré-fixado
 O momento pode ser individual (tratar apenas de um caso) e grupal
Em alguns casos, o atendimento se encerra na Triagem de Orientação.
2. Encontros com as crianças ou adolescentes
 Colher a versão da criança sobre a queixa que se tem a respeito dela;
 Propiciar valorização de sua condição de sujeito de sua própria história;
 Pensar coma criança sobre aquilo que ela não tem poder de mudar;
 Perceber e acolher suas necessidades, sofrimentos e dificuldades, cultivando
esperança;
 Favorecer a manifestação de suas capacidades e potencialidades cognitivas e
afetivas.
 Não são utilizados testes.
 Não há um roteiro de perguntas prefixado.
 Materiais ludoterápicos.
 Média de seis a oito encontros com a criança/adolescente, uma vez por semana.
 Processo pode ser individual ou grupal.

3. Interlocução com a escola


 Acontece em dois momentos: Solicitação de um pequeno relatório para a
escola (início do processo) e mais ao final, quando em posse de tal relatório, de
trabalho com os pais e criança.
 Procura-se garantir a presença do professor, diretor ou coordenador
pedagógico.
 Geralmente, este encontro é único.

4. Entrevistas de fechamento
 Pode ser realizada com a criança/adolescente e os pais em juntos ou separados.
 Objetiva construir uma releitura do caso, à luz de novas informações, visões e
perspectivas.
 O acompanhamento segue com contato após cerca de dois meses de frequência
à escola.

5. Acompanhamento
 Necessidade de colher dados acerca da efetividade ou não do trabalho realizado.
 Procedimento novo, acerca do qual não há muitos dados sistemáticos.
 Consiste em um novo contato por telefone com pais e/ou escola. (Colher
informações dos pais, criança/adolescente e escola)

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