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São Paulo
2022
RESUMO
Este estudo tem como objetivo analisar o Filme Cisne Negro sob a perspectiva de
desenvolvimento dos aspectos físicos, cognitivos e psicossociais da personagem
Nina, jovem adulta na faixa dos vinte e oito anos. Para além dos desafios, este estudo
busca apresentar uma visão inspirada nos pressupostos das Teorias da Área de
Desenvolvimento, com foco na perspectiva de Sigmund Freud, Donald Woods
Winnicott, Erik Erikson. Como método de pesquisa, foi utilizada a revisão de literatura
acerca da análise dos aspectos psíquicos do filme Cisne Negro, especialmente, as
temáticas relacionadas à psicanálise e aos fenômenos observados em relação à etapa
do ciclo vital da personagem.
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5
2. METODOLOGIA ................................................................................................... 6
3. RESULTADOS ..................................................................................................... 7
4. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 21
5. DINÂMICA TÉCNICA FOCALIZAÇÃO .............................................................. 21
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ................................................................. 24
1. INTRODUÇÃO
Como objeto de estudo, foi escolhido o filme “Cisne Negro” (2011), dirigido pelo
americano Darren Aaronofsky, cuja personagem principal, Nina, é interpretada pela
atriz israelense-americana, Natalie Portman, que foi premiada com o Oscar de Melhor
Atriz, por sua brilhante atuação. Em relação à concepção do filme, seguem, abaixo,
comentários do Diretor Aaronofsky, trazidos por WEINMANN (2015):
No making off do filme, Aaronofsky (2010) comenta que duas obras inspiram
a concepção de Cisne negro: o balé O lago dos cisnes (1876), de
Tchaikovsky, e o romance O duplo, de Dostoiévski (1846/2013). O lago dos
cisnes narra a história do príncipe Siegfried e da princesa Odette, jovem
enfeitiçada pelo bruxo Rothbart e destinada a transformar-se em cisne
durante o dia, até encontrar um homem que lhe jure amor eterno (Carvalho &
Vieira, 2012). Na véspera de seu aniversário, Siegfried vê Odette na margem
do lago e, encantado com sua beleza, a convida para sua festa. Porém, quem
aparece no baile é Rothbart e sua filha Odille, metamorfoseada de Odette.
Siegfried declara-lhe seu amor, mas, ao descobrir a farsa, corre para o lago,
a fim de pedir perdão a Odette. No momento em que o feitiço se desfaz,
Rothbart provoca uma tempestade no lago, afogando o rapaz. Desesperada,
a jovem atira-se de um penhasco.
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Nesse contexto, tendo como pano de fundo a montagem do espetáculo
inspirado na obra O Lago dos Cisnes, no decorrer da preparação de Nina para a
escolha do papel principal, revelam-se uma série de questões reprimidas e
transformações na vida da protagonista.
A personagem Nina é uma jovem adulta na faixa dos vinte e oito anos, assim,
inserida na fase denominada “Início da Vida Adulta”, segundo a classificação do
Desenvolvimento Humano em Oito Períodos ou Ciclos Vitais elaborada pelos autores
Papalia e Feldman (2013).
2. METODOLOGIA
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3. RESULTADOS
Questão 1
Descrever a história de vida do sujeito eleito da forma mais completa
possível, com ênfase na etapa do desenvolvimento em que se encontra,
destacando aspectos físicos, cognitivos e psicossociais.
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Figura 1 – Decoração do quarto.
Apesar de ser uma “jovem adulta”, Nina é tratada por sua progenitora como
uma criança, que demonstra não confiar em seu potencial, o que se reflete na
insegurança de sua tomada de decisões. Vale ressaltar que Erica, bailarina
aposentada, demonstra ter depositado seus sonhos, assim como suas frustrações em
relação à carreira, na própria filha.
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Destaca-se que, no âmbito familiar, não há a presença da figura masculina. Na
trama, Erica teve sua carreira interrompida por conta da gravidez de Nina,
aparentemente, atribuindo à filha a responsabilidade por ter interrompido sua carreira.
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Questão 2
Identificar e caracterizar marcos e eventos significativos na etapa do ciclo
vital em que se situa o sujeito descrito: tendências, aquisições, limitações,
crises e outros.
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Figura 6 – Nina e Thomaz.
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“aprisionamento” da mãe em uma figura infantil, por vários momentos, identificamos o
que Freud, chamaria de “Castração”, que seriam os desejos recalcado de Nina.
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Questão 3
Classificar os marcos do ciclo vital identificados na etapa delimitada no
estudo do caso, como não normativa ou normativa.
A dedicação integral de Nina ao balé e seus esforços para ser escolhida como
a substituta da bailarina principal podem ser considerados marcos normativos, em prol
da construção de sua carreira artística. Por outro lado, a ausência da figura paterna e
a gestação não planejada, interromperam o sonho artístico de sua mãe, fato esse que
desencadeou uma obsessão para que Nina se tornasse uma bailarina de sucesso.
Esse histórico familiar, aliado às exigências do Diretor Artístico Thomaz, que coloca à
prova o talento de Nina para assumir o papel principal do espetáculo, desencadeiam
episódios de alucinações e transtornos psíquicos, que representariam episódios
inesperados e não normativos do ciclo de vida.
Apesar der ser uma jovem adulta, Nina vivencia cada passo seu sendo
controlado pela mãe, superprotetora, sem espaço para desenvolver sua autonomia de
fala e vontade. Dessa maneira, no contexto social, Nina é uma jovem que demonstra
fragilidade, insegurança, pouco sorri, apresentando tendência ao isolamento. Assim,
não possui relacionamentos próximos, sejam amizades, ou afetivos, fato esse que
prejudica, sobremaneira, seu amadurecimento. Nas cenas em que não está
ensaiando, Nina passa a maior parte do tempo sozinha (Figura 12).
Nota-se que a personagem Nina, apesar de ser uma jovem adulta, encontra-se
limitada em seu desenvolvimento, apresentando muitas características infantis, como
a submissão à mãe superprotetora, seu quarto cor de rosa decorado com ursos de
pelúcia, bloqueios e desejos reprimidos quanto à sua sexualidade.
O filme Cisne Negro aborda os efeitos da relação mãe e filha, sendo objeto de
profundas análises no campo psicológico. Nesse ponto, os estudos de Zalcberg (2011,
apud WEINMANN, EZEQUIEL. 2015. p. 91-104), segundo o qual:
Erica Sayers (Barbara Hershey) projeta sobre Nina - nome que alude a niña,
menina em espanhol - seus anseios narcísicos de bailarina frustrada. Ela
mantém a protagonista cativa em uma infância eternizada. Se, no processo
de invenção de uma feminilidade singular, a menina mira no espelho materno,
o que Erica devolve à filha é o repúdio ao encontro sexual. Nina é fruto de
uma gravidez indesejada, e Erica atribui a esse fato a responsabilidade por
ter interrompido, sua carreira. Ao ser incitada a seduzir - condição para
assumir o papel de cisne negro -, Nina cai no vazio, isto é, em sua passagem
de menina a mulher ela encontra o nada.
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encontra fixamente ligada com a mãe, de certa maneira sem nunca conseguir alçar
uma certa mudança tanto na parte comportamental quanto na parte psicológica.
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Nina ao se masturbar, tem uma visão de que sua mãe estaria na poltrona ao lado da
cama, gerando sentimentos de vergonha e constrangimento.
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Figura 14 – Nina mata Li
No palco, Nina dirige-se à cena do abismo (Figura 16) e cai, aclamada por sua
performance, com o estilhaço de vidro enfiado em sua própria barriga – em seu último
ato - suspirando: “Eu senti a perfeição. Foi perfeito” (Figura 17).
4. CONCLUSÃO
A focalização é uma técnica terapêutica que foi desenvolvida por Dr. Eugene
Gendlin. Ela é fundamentada nas correntes filosóficas existências e humanistas,
sendo seu criador o filosofo americano Eugene T. Gendlin, qual algumas pesquisas
foram desenvolvidas juntamente com Carl Rogers.
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Focalizar consiste em aprender a ouvir nosso corpo-mente e suas sensações,
a entrar em contato com sua sabedoria e consciência corporal, acessando um
conhecimento mais profundo de nós mesmos, sendo assim capaz de se transformar
a partir de dentro.
A focalização ela tem essa pausa, esse espaço onde a gente vai desanuviar a
mente em vez de ficar apenas racionalizando, a gente dá um olá para os pensamentos
para aquilo que pode estar bloqueando a nossa visão. O que quer em mim que esteja
aqui e levo a minha atenção para o corpo para o centro vivo que existe uma sensação
sentida em relação àquela questão.
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todas suas experiências sobre essas pessoas ou momentos e aí você pede para a
paciente tirar a imagem do pensamento e pergunta qual a sensação que ela sente.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
CHADWICK, P., Birchwood, MJ, & Trower, P. (1999). Terapia Cognitiva para
Delírios, Vozes e Paranóia (Wiley Series in Clinical Psychology). Wiley.
ERIKSON, E. H. Identidade, juventude e crise. (2a ed.) Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1976.
SANTOS, Tania Coelho dos e Oliveira, Flávia Lana Garcia de. Teoria e clínica
psicanalítica da psicose em Freud e Lacan. Psicologia em Estudo. 2012, v. 17, n.
1, pp. 73-82. Disponível em: <>. Epub 02 Ago 2012. ISSN 1807-0329.
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