A concepção somatopsicodinâmica e a

vegetoterapia caractero-analítica de Wilhelm Reich

Prof. Cairu Vieira Corrêa

E-mail: cairu.correa@utp.br
 A Técnica da Análise do Caráter:

Intervenção composta, principalmente, por procedimentos verbais, típicos

de um processo psicoterápico.

Também, inclui a leitura corporal.

Objetivos específicos:

Identificação do padrão de funcionamento habitual do paciente.

Favorecer o autoconhecimento e amadurecimento dos traços de caráter.

Flexibilizar as couraças do caráter (psíquicas).

 A Técnica da Vegetoterapia Caractero-analítica:

É uma técnica complementar, ou seja “[...] não exclui de modo algum o trabalho de análise do
caráter.” (REICH, 1975, p. 166)

Intervenção direcionada ao corpo, composta por distintos procedimentos, como: massagem

reichiana, movimentos, respiração, emissão de sons, etc.

Objetivos específicos:

Transcender a Racionalização - “Liberar os afetos que, em dado momento, estiveram

sujeitos a severa inibição e fixação.” (REICH, 1975, p. 153)

Favorecer ab-reações emocionais.

Flexibilizar as couraças musculares.

 O Corpo incluído na Psicoterapia:

“Não havia nenhum conceito funcional-unitário da relação corpo-

mente. As questões filosóficas não desempenhavam qualquer papel
no meu trabalho clínico, nem o meu trabalho clínico procedia de
qualquer filosofia. Pelo contrário, com base no meu trabalho clínico,
desenvolvi um método que, a princípio, apliquei bem
inconscientemente. Esse método requeria clareza quanto à conexão
entre os campos somático e psíquico.” (REICH, 1975, p. 41)
 O Corpo incluído na Psicoterapia:

A relação entre corpo e mente:

“[...] a psique e o soma funcionam condicionando-se mutuamente e ao mesmo

tempo formando um sistema unitário.” (REICH, 1975, p. 176)

“Por exemplo, a neurose não é somente a expressão de uma perturbação do

equilíbrio psíquico; é, mais propriamente, em um sentido muito mais verdadeiro e
Profundo, a expressão de uma perturbação crônica do equilíbrio vegetativo e da
mobilidade natural.” (REICH, 1975, p. 153)
 Mecanismos Somáticos de Repressão das Emoções

Reich (1975) exemplifica algumas estratégias – inconscientes e inscritas no corpo – empregadas

pelos indivíduos desde a infância, que visam: o autocontrole; reprimir/dominar as emoções e os
impulsos instintivos.
Mecanismos Somáticos:
Emoções e Impulsos Instintivos:
Olhar inexpressivo, de forma desviante.
Raiva.
Ranger os dentes.
Medo.
Enrijecer a cabeça e os ombros.
Angústia.
Prender ou restringir a respiração (expiração).
Excitação sexual.
Encolher-se, comprimindo a região abdominal.
Impulso de chorar, etc.
Manter-se imóvel, etc.
 Couraça Muscular:

Função:
Proteção (defesa).
Autocontrole.
Reprimir e dominar as emoções e os impulsos instintivos.

Definição:
Tensão (contração, rigidez) muscular.
Defesa inscrita no corpo.
Emoções fixadas e inibidas (inscritas) no corpo.

Etiologia:
Repressão das Emoções e dos Impulsos Instintivos.
Estresse.

(NAVARRO, 1991; REICH, 1975; REICH, 1998)

 Os sete níveis do esquema corporal reichiano e as emoções e
afetos relacionados (NAVARRO, 2013)

1. OCULAR: INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE – DESORIENTAÇÃO – MEDO - PÂNICO.

2. ORAL: RAIVA – DEPRESSIVIDADE – DEPENDÊNCIA.

3. CERVICAL: CONTROLE – MEDO DE MORRER - INIBIÇÃO – ORGULHO.

4. PEITORAL: AMBIVALÊNCIA (AMOR-ÓDIO) – IDENTIDADE – ANGÚSTIA – TRISTEZA – FELICIDADE.

5. DIAFRAGMÁTICO: ANSIEDADE – HOSTILIDADE - SERENIDADE.

6. ABDOMINAL: RETENÇÃO/ELIMINAÇÃO – AGITAÇÃO – DESESPERO – IRA.

7. PÉLVICO: POTÊNCIA, MORALISMO/REPRESSÃO - AUTORITARISMO.

 Leitura Corporal

“Não é fácil dizer o que torna possível receber uma impressão direta da expressão
corporal de uma pessoa, e encontrar as palavras certas para exprimir o que
percebemos.” (REICH, 1975, p. 154)

Entretanto...

“[...] o organismo vivo possui uma linguagem expressiva própria, antes de, para
além de, e independente de toda linguagem verbal”.

(REICH, 1998, p. 333)

 Leitura Corporal

De acordo com Reich (1975), a estrutura psíquica de um indivíduo mostra-se

correlacionada à sua estrutura biofísica.

O que inclui, por exemplo, as suas expressões corporais típicas e a

especificidade da sua rigidez muscular.